Impulso e Quantidade de Movimento
Impulso e Quantidade de Movimento
Impulso e Quantidade de Movimento
10.1 – INTRODUÇÃO
Estudamos, até agora, a existência de várias grandezas físicas que se inter-relacionam.
Passaremos a estudar agora a relação entre a força aplicada a um corpo com o intervalo de
tempo de sua atuação e seus efeitos.
Veremos que as grandezas Impulso e Quantidade de Movimento são dimensionalmente
iguais e são extremamente importantes para entendermos melhor o nosso dia-a-dia.
10.2 – IMPULSO
Força Constante
Um rebatedor de beisebol ao rebater a bola, aplica uma força com o taco durante um
pequeno intervalo de tempo na bola. A mesma coisa ocorre com o jogador de golfe. Já o
jogador de futebol americano também aplica durante um intervalo de tempo uma certa
força ao chutar a bola.
I F . t
UNIDADE NO SI:
I Impulso => Newton x segundo (N.s)
F Força constante => Newton (N)
t Intervalo de tempo => segundo (s)
É fácil notar que o Impulso é uma grandeza que necessita de direção e sentido para sua total
caracterização, portanto ela é uma grandeza vetorial.
CARACTERÍSTICAS:
Módulo I = F . t
Direção igual à direção da força.
Sentido igual ao sentido da força.
EXERCÍCIOS
116> Um ponto material fica sujeito à ação de uma força F, constante, que produz uma
aceleração de 2 m/s2 neste corpo de massa 50 000 gramas. Esta força permanece sobre o
corpo durante 20 s. Qual o módulo do impulso comunicado ao corpo ?
Força Variável
No caso em que a força aplicada sobre o corpo seja variável não podemos utilizar a fórmula
anterior para resolver, então como faremos ?
A resposta é aquela utilizada para o cálculo do trabalho de forças variáveis, ou seja,
determinar o gráfico e calcular a área.
Imaginemos uma força constante aplicada sobre um corpo durante um intervalo de tempo
t. O gráfico F x t seria:
A Base x Altura
Portanto: (lembre-se: t = t2 – t1)
A t . F
Finalmente:
IA
É importante dizer que esta propriedade vale também para o caso da força variar.
EXERCÍCIOS
117> O gráfico a seguir nos dá a intensidade da força que atua sobre um corpo, no decorrer
do tempo. A partir desse gráfico, calcule o impulso comunicado ao corpo entre os instantes
t1 = 0 e t2 = 14 s.
Q m. v
UNIDADE NO SI:
Q Quantidade de Movimento => quilograma x metro por segundo (kg.m/s)
m massa => quilograma (kg)
v velocidade => metro por segundo (m/s)
EXERCÍCIOS
DESAFIO:
12> Mostre que as grandezas Quantidade de Movimento e
Impulso são dimensionalmente iguais.
118> Uma partícula de massa 0,5 kg realiza um movimento obedecendo à função horária:
s = 5 + 2t + 3t2 (SI). Determine o módulo da quantidade de movimento da partícula no
instante t = 2 s.
Imagine uma criança num balanço com uma certa velocidade. Imagine também que num
certo instante o pai desta criança aplica-lhe uma força durante um intervalo de tempo, ou
seja, lhe dá um impulso. O resultado do impulso dado pelo pai é um aumento na quantidade
de movimento que o menino possuía. O teorema do impulso diz que se pegarmos o
“movimento” que o menino passou a ter no final e compararmos com o “movimento” que
ele tinha veremos que ele ganhou um certo “movimento” que é exatamente o impulso dado
pelo pai.
Utilizando a definição de v
FR m .
aceleração: t
Portanto, como I = F . t e Q = I R Q 2 Q1
m . v, o Teorema do Impulso é:
TEOREMA DO IMPULSO
EXERCÍCIOS
119> Uma força constante atua durante 5 s sobre uma partícula de massa 2 kg, na direção e
no sentido de seu movimento, fazendo com que sua velocidade escalar varie de 5 m/s para
9 m/s. Determine:
(a) o módulo da variação da quantidade de movimento;
(b) a intensidade do impulso da força atuante;
(c) a intensidade da força.
120> Um corpo é lançado verticalmente para cima com velocidade inicial 20 m/s. Sendo 5
kg a massa do corpo, determine a intensidade do impulso da força peso entre o instante
inicial e o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória.
Partindo do Teorema do Impulso, temos: I Q
Podemos escrever ainda que: F . t Q
Sendo o sistema Isolado sabemos que: F0
Portanto, podemos escrever que: Q 0
Da mesma forma que: Q 2 Q1 0
IMPORTANTE:
Sendo a quantidade de movimento uma grandeza vetorial, se
ela for constante não variam módulo, direção e sentido.
EXERCÍCIOS
121> Um canhão de artilharia horizontal de 1 t dispara uma bala de 2 kg que sai da peça
com velocidade de 300 m/s. Admita a velocidade da bala constante no interior do canhão.
Determine a velocidade de recuo da peça do canhão.
EXERCÍCIOS
COMPLEMENTARES
123> Ao da o saque “viagem ao fundo do mar” num jogo de voleibol, um jogador aplica
uma força de intensidade 6 . 102 N sobre a bola, durante um intervalo de 1,5 . 10-1 s.
Calcule a intensidade do impulso da força aplicada pelo jogador.
124> Um projétil de massa 20 g incide horizontalmente sobre a tábua com velocidade 500
m/s e a abandona com velocidade horizontal e de mesmo sentido de valor 300 m/s. Qual a
intensidade do impulso comunicado ao projétil pela tábua ?
125> Um vagão de trem, com massa m1 = 40 000 kg, desloca-se com velocidade v1 = 0,5
m/s num trecho retilíneo e horizontal de ferrovia. Esse vagão choca-se com outro, de massa
m2 = 30 000 kg, que se movia em sentido contrário, com velocidade v2 = 0,4 m/s, e os dois
passaram a se mover engatados. Qual a velocidade do conjunto após o choque ?
126> Um tenista recebe uma bola com velocidade de 50 m/s e a rebate, na mesma direção e
em sentido contrário, com velocidade de 30 m/s. A massa da bola é de 0,15 kg. Supondo
que o choque tenha durado 0,1 s, calcule a intensidade da força aplicada pela raquete à
bola.
11 – COLISÕES MECÂNICAS
11.1 INTRODUÇÃO
O conceito de colisão é muito importante no curso de física, além dos choques mais simples
que iremos tratar, existem colisões extremamente complexas como as estudadas por centros
de pesquisa como a NASA, colisões entre partículas. Neste estudo existe a preocupação de
materiais capazes a resistir a colisões no espaço.
Portanto fiquemos atentos aos detalhes desta discussão.
11.2 – DEFINIÇÃO
Coques mecânicos ou colisões mecânicas são resultados de interação entre corpos.
Podemos dividir essas interações em duas partes:
É exatamente a forma como a energia potencial é restituída em energia cinética que define
os tipos de colisões e é isso que estudaremos agora.
11.3 – TIPOS DE COLISÃO
COLISÃO ELÁSTICA
Neste tipo de colisão a energia cinética antes da colisão é igual a energia cinética após a
colisão, portanto não existe dissipação de energia. Como não houve dissipação podemos
concluir que a velocidade após a colisão é trocada, ou seja a velocidade de um corpo passa
para outro e vice-versa.
Esquematicamente temos:
Esquematicamente temos:
COLISÃO INELÁSTICA
A Colisão Inelástica possui energia cinética antes da colisão maior do que no final da
colisão. Aqui a dissipação de energia é máxima, portanto no final as velocidades de A e B
serão iguais, ou seja eles continuaram juntos.
Esquematicamente temos:
IMPORTANTE:
v af
e
v ap
UNIDADE NO SI:
e Coeficiente de Restituição => Adimensional
vaf velocidade de afastamento => metro por segundo (m/s)
vap velocidade de aproximação => metro por segundo (m/s)
v dB v dA
e
v aB v aA
NOMENCLATURA:
e Coeficiente de Restituição
vBd velocidade de B depois da colisão
vBa velocidade de B antes da colisão
vAd velocidade de A depois da colisão
vAa velocidade de A antes da colisão
EXERCÍCIOS
DESAFIO:
14> Demonstre a expressão anterior.
TIPOS e EC Q
Elástica 1 Ed = Ea Qd = Qa
Parc. Elástica 0<e<1 Ed < Ea Qd = Qa
Inelástica 0 Ed < Ea Qd = Qa
NOMENCLATURA:
e Coeficiente de Restituição
Ed energia cinética depois da colisão
Ea energia cinética antes da colisão
Qd quantidade de movimento depois da colisão
Qa quantidade de movimento antes da colisão
EXERCÍCIOS
127> Uma partícula de massa m desloca-se num plano horizontal, sem atrito, com
velocidade vA = 12 m/s. Sabe-se ainda que ela colide com uma Segunda partícula B de
massa m, inicialmente em repouso. Sendo o choque unidimensional e elástico, determine
suas velocidades após o choque (faça o desenvolvimento matemático).
EXERCÍCIOS
COMPLEMENTARES
(FUVEST-SP) 131> Dois corpos se movem com movimento retilíneo uniforme num plano
horizontal onde as forças de atrito são desprezíveis. Suponha que os dois corpos, cada com
energia cinética de 5 J, colidam frontalmente, fiquem grudados e parem imediatamente,
devido à colisão.
(a) Qual foi a quantidade de energia mecânica que não se conservou na colisão ?
(b) Qual era a quantidade de movimento linear do sistema, formado pelos dois corpos,
antes da colisão ?
GABARITO EXERCÍCIOS
116> 2000 N.s 120> 100 N.s 126> 120 N 131>
(a) 10 J
117> 60 N.s 121> 0,6 m/s 127> 0 e 12 m/s
(b) 0
118> 7 kg . m/s 122> 2,3 v 128> 30 m/s e 10
m/s
119> (a) 8 kg.m/s 123> 50 N.s
(b) 8 N . s 129> 5,67 m/s e 1,33
(c) 1,6 N 124> 4 N.s m/s