Engrenagem Planetaria

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i

ANHANGUERA EDUCACIONAL Ltda


Faculdade Anhanguera de Matão
Curso de Engenharia Mecânica

Evandro Ferreira Borges


Lilian Cristina Moreira Borges

DESENVOLVIMENTO DE ENGRENAGENS PLANETÁRIOS

MATÃO
2010
2

EVANDRO FERREIRA BORGES


LILIAN CRISTINA MOREIRA BORGES

DESENVOLVIMENTO DE ENGRENAGENS PLANETÁRIOS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência para a
obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Mecanica, na Faculdade
Anhanguera de Matão , sob a
orientação do Profº DR. Cesar Augusto
de Jesus Falcão. Valinhos

MATÃO
2010
3

Evandro Ferreira Borges


Lilian Cristina Moreira Borges

DESENVOLVIMENTO DE ENGRENAGENS PLANETÁRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção


do grau de título de Bacharel em Engenheira Mecânica, na Faculdade
Anhanguera de Matão, sob a orientação de DR. Cesar Augusto de Jesus
Falcão.

Aprovado em 17 de dezembro de 2010

________________________________
Profº Dr. Cesar Augusto de Jesus Falcão
Faculdade Anhanguera de Matão
Orientador

________________________________
Prof. Ms. Julio Cesar Melli
Faculdade Anhanguera de Matão
Profº Avaliador(a)

________________________________
Profª Ms. Eliana Cristina A. Saraiva
Faculdade Anhanguera de Matão
Supervisora de Trabalho de Conclusão de Curso

Matão
2010
4

Este trabalho é dedicado a todos os que


compreenderam que seus esforços sempre são
recompensados.
V

AGRADECIMENTOS

Evandro Ferreira Borges e Lilian Cristina Moreira Borges


Queremos antes de tudo iniciar agradecendo a Deus, o criador de todas as coisas, que
tem nos abençoado em todas as áreas de nossa vida com nossa família, tanto na vida
estudantil, profissional como em nossa vida particular matrimonial, na qual tivemos a
oportunidade de compartilhar esta caminhada rumo ao título de Engenheiros Mecânicos.
Nossos pais Helvio D. Borges e Maria J. F. Borges e meu irmão Leandro F. Borges
(Evandro) e Claudio A. Moreira e Jucelena T. Moreira e irmãos Ligiane I. Moreira e Adriano
H. Moreira (Lilian) que compartilharam de nossa dura responsabilidade de concluir mais esta
etapa de nossas vidas e souberam compreender a dura ausência em muitos momentos desta
longa jornada.
Queremos agradecer a um ao outro como marido e mulher de todo o nosso coração por
tudo que fizemos um pelo outro em todos estes cinco anos de dedicação, no qual pudemos
conviver cremos da melhor forma possível, muitas vezes com desencontros, porém na maioria
delas com um ombro amigo onde pudemos conhecer melhor estas nossas personalidades
difícil e tão maravilhosa que são, e contar um com o outro para todas as coisas, pois separados
não sabemos que seria de nós.
A nossa filha Perola C. M. que sofreu duramente com a ausência de seus pais durante
todo este tempo em busca sempre de uma qualidade de vida melhor para ela, que Deus esteja
ao lado dela sempre, iluminando os seus caminhos por toda a sua vida.
Por fim queremos agradecer aos nossos professores que realizaram sua tarefa com
muita garra, determinação e cremos nós que da melhor forma possível, em especial aos
professores: Quaresma, Cesar Falcão e Marcelo Zampieri.
VI

“A língua benigna é árvore de vida, mas perversidade


nela deprime o espírito”.
(Bíblia Sagrada – Provérbios 15:4).
VII

BORGES, Evandro Ferreira Borges – BORGES, Lílian Cristina Moreira, Sistema de


Engrenagens Planetários. 2010. 54p. TCC, Curso de Engenharia Mecânica, – Faculdade
Anhanguera de Matão - FPM, São Paulo, 2010.

Resumo

Com a crescente inovação tecnológica se apresentando cada dia mais ao longo dos tempos, e a
necessidade de otimização de espaço e custos as empresas tem se adaptado a este sistema
imposto pela globalização de nosso mercado atual. O projeto de seus produtos envolvendo
toda uma sistemática de trabalho e redução de custos determina o quanto seu produto é
importante para o mercado e o quanto ele é valorizado, ressaltando que a união de otimização
de espaço, redução de custos, qualidade agregada e tecnologia inovadora resultam em um
produto único e de fácil absorção no mercado consumidor, daí a necessidade das empresas
buscarem inovações a cada dia, buscando sempre o aprimoramento de seus projetos, materiais
de alta resistência e de maior durabilidade, ainda mais quando se fala de sistemas mecânicos
que se utilizam diretamente de esforços mecânicos chegando sempre próximo ao nível de
capacidade máxima de trabalho. Deste modo o presente trabalho apresenta uma opção na
escolha de um sistema de engrenagens, com a proposta do sistema de engrenagens planetários
que são trens de engrenagens que obtém o desempenho de trens maiores em pacotes menores
com reversão garantida e saídas simultâneas, concêntricas, bidirecionais a partir de uma
entrada única unidirecional. Sendo o objetivo geral apresentar o memorial de cálculo
exemplificando o funcionamento e benefícios do sistema de engrenagens planetário, deste
modo os resultados obtidos mostram que apesar deste sistema apresentar uma maior
complexidade em sua estrutura física e dimensionamento, alcançam desempenhos melhores e
diversidade em sua aplicabilidade.

Palavras chave – Sistema de Engrenagens Planetários. Redutores Planetários. Trens de


engrenagens.
VIII

BORGES, Evandro Ferreira – BORGES, Lilian Cristina Moreira, Planetary Gear Sistem
2010. 54p. TCC, Mechanical Engineering Course, – Faculty Anhanguera de Matão - FPM,
São Paulo, 2010.

Abstract

With increasing technological innovation is increasingly presenting over time, and the need
for space and optimizing costs companies have adapted to this system imposed by the
globalization of our current market. The design of its products involving a whole system of
work and cost reduction determines how your product is important for the market and how
much he is valued, noting that the union of space optimization, cost reduction, quality and
innovative technology resulting aggregate in a single product and easily absorbed in the
consumer market, hence the need for companies to seek innovations every day, always
seeking the improvement of their designs, materials of high strength and durability, especially
when it comes to mechanical systems that directly use of mechanical loads always coming
close to the level of maximal work capacity. Thus this work presents an option when choosing
a gear system, the proposed system of planetary gears that are gear trains that gets the biggest
train performance in smaller packages with guaranteed reversal and simultaneous outputs,
concentric, the bidirectional from a single entry-way. Since the overall goal to present the
memorial calculation illustrating the operation and benefits of the planetary gear system, so
the results show that although this system presents a greater complexity in its physical
structure and design, to achieve better performance and diversity in its applicability.

Key words – Planetary Gear System.Planetary Gear. Gear Trains.


IX

Lista de Figuras

Figura 1.....................................................................................................................................18
Figura 2.....................................................................................................................................20
Figura 3.....................................................................................................................................33
Figura 4.....................................................................................................................................34
Figura 5.....................................................................................................................................35
Figura 6.....................................................................................................................................36
Figura 7.....................................................................................................................................37
Figura 8.....................................................................................................................................38
Figura 9.....................................................................................................................................38
Figura 10...................................................................................................................................39
Figura 11...................................................................................................................................39
Figura 12...................................................................................................................................42
Figura 13...................................................................................................................................42
Figura 14...................................................................................................................................43
Figura 15...................................................................................................................................44
Figura 16...................................................................................................................................45
Figura 17...................................................................................................................................45
Figura 18...................................................................................................................................46
Figura 19...................................................................................................................................47
Figura 20...................................................................................................................................47
Figura 21...................................................................................................................................48
Figura 22...................................................................................................................................49
Figura 23...................................................................................................................................49
X

Lista de Quadros

Quadro 1....................................................................................................................................30
Quadro 2....................................................................................................................................30
Quadro 3....................................................................................................................................30
Quadro 4....................................................................................................................................31
XI

Lista de Siglas

RPM = Rotações Por Minuto


= Força na Engrenagem B Aplicada por A
= Força na Engrenagem C Aplicada por A
= Força na Engrenagem D Aplicada por A
= Força na Engrenagem E Aplicada por B
= Força na Engrenagem E Aplicada por C
= Força na Engrenagem E Aplicada por D
= Número de Dentes da Engrenagem Interna
= Número de Dentes da Engrenagem Motriz
AGMA = American Gears Manufacturing Association
QTC = Quality Techinical Componentes
ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas
SAE = Society American Engineering
XII

Lista de fórmulas

Fórmula 1 (a).............................................................................................................................21
Fórmula 1 (b)............................................................................................................................21
Fórmula 1 (c).............................................................................................................................21
Fórmula 1 (d)............................................................................................................................21
Fórmula 1 (e).............................................................................................................................22
Fórmula 1 (f).............................................................................................................................22
Fórmula 1 (g)............................................................................................................................24
Fórmula 1 (h)............................................................................................................................24
Fórmula 1 (i).............................................................................................................................25
Fórmula 1 (j).............................................................................................................................26
Fórmula 1 (k)............................................................................................................................26
Fórmula 1 (l).............................................................................................................................27
Fórmula 2.1 (a)..........................................................................................................................33
Fórmula 2.2 (b).........................................................................................................................34
Fórmula 2.3 (c)..........................................................................................................................35
Fórmula 3.1.1 (a).......................................................................................................................41
Fórmula 3.1.1 (b)......................................................................................................................41
Fórmula 3.1.1 (c).......................................................................................................................41
Fórmula 3.1.2 (a).......................................................................................................................44
XIII

Sumário

Resumo .................................................................................................................................. 7
Abstract ................................................................................................................................. 8
Lista de Figuras...................................................................................................................... 9
Lista de Quadros .................................................................................................................. 10
Lista de Siglas ...................................................................................................................... 11
Lista de fórmulas ................................................................................................................. 12
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
CAPÍTULO 1 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 18
1.1 - Projeto do Produto (Memorial de cálculo) ............................................................... 18
1.2 – Seleção dos Materiais para a Fabricação do Redutor ............................................... 29
1.2.1 – Característica do Material 17CrNiMo6 ................................................................. 29
1.3 – Tratamento Térmico do Material 17CrNiMo6 ............................................................. 31
1.3.1 – Temperatura ......................................................................................................... 31
1.3.2 – Tempo .................................................................................................................. 32
CAPÍTULO 2 – MÉTODOS DE TRABALHO ................................................................ 33
2.1 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Planetário ............................................... 33
2.2 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Solar ...................................................... 34
2.3 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Satélite ................................................... 34
2.3 – Funcionamento e Componentes do Sistema de Engrenagens Planetário ....................... 35
2.4 – Fotos Explicativas dos Componentes do Sistema Planetário ........................................ 37
CAPÍTULO 3 – BENEFICIOS E MALEFICIOS DO SISTEMA DE ENGRENAGENS
PLANETÁRIO ................................................................................................................... 40
3.1 – Redução da Dimensão do Redutor Convencional......................................................... 40
3.1.1 – Redutor Convencional .......................................................................................... 40
3.1.2 – Redutor Planetário ................................................................................................ 43
3.2 – Diferenças Dimensionais ............................................................................................. 45
3.3 – Aplicações do Sistema de Engrenagens Planetário ....................................................... 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 50
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 52
ANEXO I ............................................................................................................................. 53
14

INTRODUÇÃO

Com a fluente quebra de barreiras mecânico-tecnológicas que tem se apresentado ao


mundo moderno, globalizado e de informações precisas e de alta velocidade, é impossível não
haver uma competitividade crescente e perturbadora cada dia mais próxima vinda dos grandes
centros de avanços tecnológicos deste mesmo mundo, onde as multinacionais com seu grande
poder de investimento e capacidade tecnológica superam-se mais e mais, propondo métodos e
capacidade de trabalho mais avançados. Do mesmo modo deixando muitas vezes uma fatia do
mercado a ser preenchida pelas empresas de menor porte, que, através de contratos
internacionais ou até mesmo por meio de franquias as possibilitam a produção de
equipamentos mais elaborados, consigam também distribuir estas mesmas tecnologias,
chegando assim ao avanço tecnológico crescente e avanço da ciência da produção do qual o
mundo está sujeito.
Martins e Laugeni (2009) afirmam a respeito da administração da produção, que, com
o surgimento dos trabalhos realizados por Frederick W. Taylor, tratando do surgimento da
sistematização do então conceito de produtividade, que nada mais é, que, a incansável,
incessante e interminável busca por métodos de trabalho e processos de produção melhores e
bem elaborados com a finalidade de se obter uma melhora significativa da produtividade com
mínimo possível de custos. O que nos dias de hoje se aplica a todas as empresas e se tornou
regra básica para e toda e qualquer empresa que queira emergir e se manter no ápice e em
crescimento continuo.
Buscando a linha de pensamento abordada por Martins e Laugeni (2009) com os
conceitos de avanços tecnológicos e seus benefícios para o mundo moderno, é abordado a
idéia do porque desta nova/velha tecnologia apresentada, que se refere à produção e
aperfeiçoamento destes equipamentos maravilhosos e interessantes que são os redutores
planetários, equipamentos estes que contribuíram através de todos estes processos de avanços
da ciência da produção e da tecnologia em projetos mecânicos, com uma revolução em muitas
áreas da engenharia mecânica, como aeronáutica, automobilística e a mais recente, industrial.
Com esta mesma necessidade do mundo moderno do surgimento de novas tecnologias
capazes de ampliar a produção com uma compactação tanto de espaço como de custos, o
chamado custo beneficio, as empresas detentoras desta tecnologia tão elaborada, tiveram a
15

visão da ampliação dos setores de aplicação destes produtos que até então eram de
exclusividade de determinadas áreas da engenharia.
Segundo catalogo da empresa Sol Nascente Comércio de Materiais – Acessórios de
Moenda (2004) uma indústria produtora de açúcar e álcool, por exemplo, possuía uma área
necessária para a movimentação de suas moendas grande demais, possuindo em média até
uma vez e meia a área total ocupada pela moenda, que até então se dispunha de uma turbina
que através da força do vapor gerado pelas suas caldeiras a transforma em força de trabalho
mecânico, mais conhecido como velocidade de rotação (RPM), que possui normalmente
torque nominal relativamente baixo; um redutor de velocidade com suas propriedades
mecânicas básicas de relação de velocidade de entrada e saída e torque transferido; um eixo
pinhão de entrada, geralmente bi-helicoidal.
Continuando com as informações encontradas no catalogo da empresa Sol Nascente
Comércio de Materiais – Acessórios de Moenda, 2004, dependendo do sistema adotado e
época de construção da usina pode possuir ou não duas engrenagens espassadoras bi-
helicoidais evidentemente; se adotado o sistema de engrenagens espassadoras, cada uma
destas aciona um segundo estágio composto cada um por uma engrenagem bi-helicoidal
intermediária que são rotacionadas por estas engrenagens espassadoras que através de um
eixo transfere este movimento aos pinhões de dentes retos, quando da não utilização das
engrenagens espassadoras este segundo estágio é acionado diretamente pelos pinhões bi-
helicoidais de entrada que aciona as duas engrenagens intermediárias de uma só vez; duas
engrenagens de dentes retos, que através de um eixo transferem este movimento de rotação já
muito reduzido e com torque elevado, força necessária para a movimentação das moendas
através de luvas de conexão e eixos quadrados entre eles.
Daí então da necessidade de se obter uma tecnologia que pudesse fazer todo este
trabalho gerado por todos estes equipamentos que necessitam de uma manutenção cuidadosa e
avaliação periódica como todo equipamento mecânico. Pensando nisto as grandes empresas
detentoras destas tecnologias de redução planetária se dispuseram a aperfeiçoar seus produtos
para a crescente necessidade do setor, concluindo assim seus trabalhos com o lançamento dos
seus redutores planetários acionadores de moendas e outros equipamentos, que podem ser
acionados tanto pela mesma turbina principal geradora de trabalho mecânico RPM através do
vapor, quanto motor elétrico. Nesse entendimento, Martins e Laugeni (2005, p. 69), relatam
que:
Todo produto deve ser funcional, de fácil utilização, ter estética, comandos auto-
explicativos, ser compatíveis com as preocupações de preservação do meio ambiente, e
16

seu projeto apoiarem-se em tecnologia conhecida e ter contato com a colaboração de


equipes multifuncionais no sentido de ser facilmente fabricado e montado.

Objetivos da pesquisa

Esse trabalho tem como objetivo geral discorrer o memorial de cálculo do sistema de
engrenagens planetário e a importância e os benefícios dos redutores planetários bem como o
descritivo do projeto do produto para assim fornecer uma idéia simples e o mais clara possível
do seu funcionamento.

Relevância da pesquisa

Sendo os redutores planetários equipamentos de particularidades únicas e bem


elaboradas capazes de transformar uma linha de produção de determinada indústria quanto a
custos e otimização de espaços como será relatado durante esta abordagem. Deste modo,
pesquisar sobre este tema é de grande importância tanto para os profissionais da área de
engenharia, como para outros públicos interessados que possam direta ou indiretamente estar
envolvidos, para juntos alcançarem seus objetivos profissionais.

Métodos de pesquisa

O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica com foco


principal em memorial de cálculo segundo Lima, 2003. Onde é buscado discutir o seu
funcionamento durante o processo.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho está estruturado em três capítulos, sendo que no primeiro foram
abordados memorial de cálculo, materiais a serem utilizados e tratamentos térmicos
necessários para a fabricação de um sistema de engrenagens planetários de um estágio para
17

utilização em acionamento de eixo de dado equipamento. São tratadas questões em nível de


orientação no desenvolvimento e projeto.
O segundo capítulo dá grande ênfase aos objetivos deste trabalho, quando são
expostos métodos de trabalho e modelos de sistema de engrenagens planetário, onde é
apresentado um protótipo do sistema abordado para um melhor entendimento do
funcionamento do mesmo.
O capítulo três faz uma abordagem geral sobre o sistema de engrenagens planetário
descrevendo seus benefícios e malefícios embasados em cálculos de custo benefício.
18

CAPÍTULO 1 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Esse capítulo tem como foco descrever sobre o memorial de cálculo material utilizado
e tratamento térmico utilizado na confecção do produto, onde são introduzidos os conceitos de
Sistema de Engrenagens Planetário.

1.1 - Projeto do Produto (Memorial de cálculo)

A figura 1 mostra o arranjo dimensional do redutor planetário.

A= Engrenagem Motriz
B, C, D= Engrenagens Satélites
E= Engrenagem Movida de Dentes Internos

Figura 1: Sistema Planetário de Engrenagens


Fonte: Adaptado de ANSI/AGMA (American Gears Manufacturers Association) – American
National Standard, (2006, p. 90).

Conforme relatado por Lima (2003) o eixo do motor está ligado na engrenagem A que
é chamada de engrenagem motriz ou engrenagem solar. A engrenagem A transmite a rotação
para as engrenagens B, C e D, também chamadas de engrenagens planetas, as quais estão
fixadas ao porta planetas ou porta trem. As engrenagens B, C e D transmitem a rotação para a
engrenagem E que é do tipo de dentes internos. Do outro lado da engrenagem E (acoplado a
ela) sai o eixo de acionamento. As engrenagens B, C e D devem ser do mesmo tipo e do
mesmo tamanho. A redução é calculada dividindo o número de dentes da engrenagem interna
19

E pelo número de dentes da engrenagem motriz A. As engrenagens B, C e D não influem na


redução sua única função é transmitir rotação para a engrenagem E.
Outra coisa importante é que a saída deste redutor sempre é no sentido inverso da
rotação do motor, não há como mudar.
As vantagens deste redutor é que ele diminui a força no dente e distribui por igual à
força. Por exemplo, em engrenagens comuns geralmente são engatados de uma só vez dois
dentes, ou seja, a força aplicada está sendo dividida somente por dois dentes. Neste tipo de
sistema a engrenagem A é ligada no motor, logo toda a força do motor está sendo transmitida
para ela como em um redutor paralelo, porém, ela engata seis dentes de uma vez o que
significa que a força é dividida por seis.
Continuando a linha de raciocínio adotado por Lima (2003) as engrenagens satélites B,
C e D também engatam dois dentes de cada vez na engrenagem interna E, logo a engrenagem
interna E tem seis pontos de aplicação de força, ou seja, distribui uniformemente a força. Com
este arranjo as engrenagens podem ser menores já que a força é dividida por seis. Desta
forma, Lima (2003, p. 77) afirma que:
É por isso que a Scania utiliza este tipo de sistema no cambio dela, assim o cambio dela
pode ser menor e mais compacto. Se ela usasse o sistema comum que o carro utiliza as
engrenagens teriam que ser muito grandes para suportar a força do motor, logo o cambio
teria que ser maior e conseqüentemente mais pesado.

Seguindo a linha de raciocínio de Nash (1977) um fator importante de notar é que cada
engrenagem satélite está presa num braço que sai do eixo da engrenagem A este braço está em
preto no desenho. Este braço não se move ele fica parado, quem se move são as engrenagens
que giram em torno do rolamento que está na ponta de cada braço, ou seja, as engrenagens A,
B, C e D não mudam de posição, elas ficam fixas e apenas giram e com isso transmitem
rotação para a engrenagem E. A engrenagem E gira e transmite rotação para o equipamento
acionado no sentido contrário do motor.
Como as engrenagens B, C e D não mudam de posição e apenas giram o braço que
ligam elas na engrenagem A deve ser preso na parede da caixa de redução, alias o papel do
braço é manter as engrenagens B, C e D na posição delas. Se a intenção é não utilizar o braço
então deve-se colocar um eixo para cada engrenagem satélite e prende-los na parede da caixa
redutora, as engrenagens devem apenas girar e não mudar de posição.
Lima (2003) relata que, se este sistema for construído de tal forma que o braço gire e
as engrenagens A, B, C e D fiquem paradas, então não há nenhum redutor de velocidade, pois
todo o movimento está sendo transmitido para a engrenagem E que vai girar no mesmo
sentido do motor. É como se o eixo do motor estivesse ligado direto na engrenagem interna E.
20

Se este sistema for construído de tal forma que o braço gire no mesmo sentido que a
engrenagem A está girando, ou seja, no mesmo sentido que o motor está girando, não seria
possível transmitir força para a engrenagem E porque não há ponto de apoio. Na verdade se a
engrenagem E estiver sendo segurada com as mãos, então as engrenagens A, B, C e D passam
girar em torno da engrenagem interna E não transmitindo força para ela. Se a engrenagem E
for solta ela vai começar a girar no sentido contrário do motor, porém, é possível ser parada
com a mão novamente porque não há transmissão de força para a engrenagem E.
De acordo com AGMA (American Gears Manufacturers Association) de 25 de
setembro de (2000) para o cálculo de redução não importa o número de engrenagens satélites,
poderia ter uma, duas, três, quatro, cinco, seis, dez que o cálculo de redução não muda. Se for
colocado mais de três engrenagens satélites, então, seria diminuída ainda mais a força no
dente da engrenagem A e iria conseguir uma distribuição de força mais uniforme, mas não iria
mudar o valor do cálculo de redução.
Com base no memorial de cálculo de Lima (2003) é mostrado matematicamente como
se calcula a redução neste tipo de sistema e mostrado que as engrenagens satélites ou planetas
não influenciam no valor da redução. É possível observar na figura 2 a distribuição das forças
essenciais para este exemplo.
A figura 2 representa o diagrama de forças na engrenagem, ou seja, a força que cada
engrenagem aplica na outra. Analisando as engrenagens A, B, C e D.

Figura 2: Diagrama de Forças


Fonte: Adaptado de ANSI/AGMA (American Gears Manufacturers Association) – American
National Standard, (2006, p. 90).
21

Lembrando das fórmulas:


Fórmula 1 (a):
V= .R

Onde V é a velocidade escalar, é a velocidade angular, R é o raio.


Fórmula 1 (b):
P=T.

Onde P é a potência, T é o torque, e é a velocidade angular.


Fórmula 1 (c):
T = F. R

Onde T é o torque, F é a força e R é o raio.


Então, para as engrenagens internas = = = , por que elas não pulam dente.
Logo a velocidade escalar é a mesma.
Fórmula 1 (d):

Analisando entre A e B

Analogamente tem se para C e D:


22

Como foi visto anteriormente às engrenagens B, C e D são iguais logo = = ,


ou seja, = = .
Agora, analisando as engrenagens B, C, D, E. Como elas não pulam dente então =
= =
Repare que também pode-se concluir que =

Então analisando entre a engrenagem B, E:


Fórmula 1 (e):

Mas

Substituindo:

Como se cancela, logo:

Ou seja, não depende de B. Chega-se ao mesmo valor se analisado pela engrenagem C


ou pela engrenagem D.
Verificando agora o torque:
Lembrando as equações de conservação de energia:
Fórmula 1 (f):
23

Substituindo tem se:

Conforme Lima (2003) pode se analisar que não depende das engrenagens B, C ou D.

O termo é a redução, ou seja, se é necessário uma redução de 5 para 1 isto significa que

. Dois valores de engrenagens que se aproximam deste valor são:

= 86 dentes
= 17 dentes

É de grande importância que o sistema de engrenamento contenha número ímpar


engrenado em um par ou vice versa afim de que os dentes engrenados não coincidam sempre
sobre os mesmos, não havendo sobrecarga e tendo uma melhor distribuição de forças.
Este é o método mais simples de calcular o torque, analisando agora para o mais
complexo para confirmar que as contas estão corretas.
Repare no diagrama de força da figura 2 que a força que a engrenagem A transmite,
está localizada em três pontos diferentes que são o ponto de contato da engrenagem A com as
engrenagens B, C e D. Logo, a força da engrenagem A está divida por três. Aliás, este é o
objetivo do sistema de engrenagem planetária dividir forças. Então:
= Força na engrenagem A
= Força na engrenagem B aplicada por A
= Força na engrenagem C aplicada por A
= Força na engrenagem D aplicada por A

Desta forma:
24

Fórmula 1 (g):

Analisando o torque em cada engrenagem satélite:


Fórmula 1 (h):

Porém

Portanto:

Analisando o torque em cada engrenagem satélite:


25

Porém:

Portanto:

Analogamente tem se:

Porém foi visto que = = , assim = = .


Verificando a potência de cada engrenagem B, C, D:
Fórmula 1 (i):
= .

Mas
26

Substituindo

Note que e se cancelam logo:

Analogamente chega se em:

Porém

Logo cada engrenagem satélite recebe 1/3 da potência de A.


Somando a potência de cada engrenagem satélite:
Fórmula 1 (j):

Ou seja, a soma das potências em cada engrenagem satélite é igual à potência da


engrenagem A, logo as contas estão corretas.
Detalhando agora a engrenagem E. A engrenagem E tem três pontos de aplicação de
força. A força de cada engrenagem satélite é transmitida para a engrenagem E. Logo a força
que movimenta a engrenagem E é:
Fórmula 1 (k):

Porém o papel da engrenagem satélite é transmitir força, portanto:


27

Foi visto que , conseqüentemente isto implica que

portanto:

Fórmula 1 (l):

Porém

Portanto:

Que é o mesmo valor que havia sido obtido antes usando a fórmula da potência, logo
os cálculos estão corretos.
É possível ver o objetivo do sistema de engrenagem planetária. A engrenagem A está
ligada no eixo do motor logo todo torque do motor está aplicado nela, ou seja:

Onde é o torque do motor, é a força nos dentes da engrenagem e é o raio


médio da engrenagem.
Diante do que Lima (2003) relata é possível notar que a engrenagem A divide a força
em três partes e a transmite para as engrenagens satélites. Logo a força entre a engrenagem

A e qualquer engrenagem satélite dela é . Se houver a possibilidade de a engrenagem solar

A engrenar dois dentes de cada vez em cada engrenagem satélite então a força em cada dente
28

é que dividida por dois é , deste modo cada dente está sujeito a uma força seis vezes

menor. Esta força de é exatamente a força em cada dente que está engrenado, ou seja, a

engrenagem A tem 6 dentes engrenados (2 para cada engrenagem satélite), portanto cada

dente que está sujeito a uma força mas a força total que a engrenagem solar A transmite

continua sendo , e é isto que importa quando se fala de redutores planetários, que a força
está agora mais e melhor distribuída.
Cada engrenagem satélite agora engrena dois dentes na engrenagem solar A, portanto

cada dente que está engrenado na engrenagem A está com força de . |De mesmo modo cada

engrenagem satélite engrena dois dentes na engrenagem E, logo cada dente de contato com a

engrenagem E está com a força de . A engrenagem de dentes internos E recebe a força

somada de cada dente em contato com ela, ou seja, ela recebe seis forças de que somadas é

que é a mesma força que a engrenagem A fornece inicialmente. Assim é possível verificar
que o objetivo do sistema de engrenagem planetária é diminuir a força no dente da
engrenagem e distribuir uniformemente.

Resumindo:

Para o sistema de engrenagens planetário se tem:

Onde:

= Número de dentes da engrenagem interna


= Número de dentes da engrenagem motriz (que vai ligada no motor)
Torque de saída = Torque de entrada x Redução

RPM de saída =
29

1.2 – Seleção dos Materiais para a Fabricação do Redutor

Selecionar o material certo para a utilização na fabricação do sistema de engrenagens


planetário é de vital importância, pois é a partir deste ponto que é definido a qualidade e vida
útil do produto.
Ciência de materiais envolve a investigação das relações entre as estruturas e as
propriedades dos materiais. Em contraste, a engenharia de materiais consiste, com base
nessas correlações estrutura propriedade, no projeto ou na engenharia da estrutura de um
material para produzir um conjunto de propriedades predeterminadas. (CALLISTER,
2006, p. 2).

Desta forma é buscado na produção do redutor de engrenagem planetário o material


ideal e/ou que apresente melhores propriedades químicas e mecânicas necessárias para seu
desempenho.
De acordo com Ferrante (2002) quando analisado um material para a produção de um
dado equipamento mecânico que trabalhe sob carga de trabalho e horária extensa deve se
levar em consideração todos os aspectos mecânicos necessários para tal seleção. É analisada a
resistência do material a corrosão, resistência mecânica através de ensaios de tração, impacto,
dureza e temperabilidade do material para endurecimento de camada predeterminada, deve ser
observado em conjunto com todos os aspectos mecânicos a facilidade de ser obtido e o seu
custo para não causar o encarecimento do produto final.
Observando todos os aspectos necessários para a escolha do material, é possível
concluir que o melhor material a ser utilizado neste caso para a fabricação do eixo e das
engrenagens solar, planetários e interna é o 17CrNiMo6, que atualmente é o aço mais
utilizado pelas empresas de fabricação e manutenção de redutores planetário.

1.2.1 – Característica do Material 17CrNiMo6

É relatado no catálogo da TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel


– 18CrNiMo7-6 ou 17CrNiMo6 (2007) que, a cementação do aço cromo-níquel-molibdênio,
geralmente fornecido recozido com dureza máxima de 229HB. Cementados e tratados
termicamente, desenvolvem uma enorme resistência ao desgaste no caso de dureza
compreendida entre 60 e 63HRC com um núcleo duro e resistente com uma faixa de
resistência mecânica à tração compreendida entre 900 e 1300MPa, tanto para pequenas quanto
para grandes seções.
Este material de excelente propriedade química e mecânica conforme mostrado nos
30

quadros 1, 3 e 4, adquiridas através do tratamento térmico possui também excelente


tenacidade devido ao seu baixo teor de carbono, porém com alto elemento de liga, sendo
também adequado para o tratamento de nitretação.
Segue abaixo somente para comparação quadros 1 de composição química, 2 de
normatização e 3 e 4 de propriedades mecânicas:

Carbono 0,18%
Silício 0,20%
Manganês 0,70%
Cromo 1,65%
Níquel 1,55%
Molibdênio 0,30%
Quadro 1 – Análise Química Típica
Fonte: Adaptado de TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel –
18CrNiMo7-6 or 17CrNiMo6, (2007, p. 1).

AS 1444-1996 X4317 or X4317H

EN10084-1998 1.6587 18CrNiMo7-6 ou


1.6587H 18CrNiMo7-6H
Werkstoff 1.6587 18CrNiMo7-6 or
17CrNiMo6
Quadro 2 – Relação de Especificações
Fonte: Adaptado de TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel –
18CrNiMo7-6 or 17CrNiMo6, (2007, p. 1).

Seção Força Força Alongamento Impacto Dureza


Rendimento Tensão Izod
mm MPa MPa % J HB
25 1050 1295 14 45 380
50 950 1160 15 51 340
100 815 1010 16 53 300
Quadro 3 – Propriedades Mecânicas Típicas – Temperado e Revenido a 200ºC
Fonte: Adaptado de TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel –
18CrNiMo7-6 or 17CrNiMo6, (2007, p. 1).
31

Espessura de Camada – mm
Valores Máximos e Mínimos Para Dureza - HRC
mm 1.5 3 5 7 9 11 13 15 20 25 30 35 40
HRC 48 48 48 48 47 47 46 46 44 43 42 41 41
HRC 40 40 39 38 37 36 35 34 32 31 30 29 29
Quadro 4 – Limites de Dureza – para Grade AS 1444 – X4317H
Fonte: Adaptado de TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel –
18CrNiMo7-6 or 17CrNiMo6, (2007, p. 1).

1.3 – Tratamento Térmico do Material 17CrNiMo6

Como a necessidade do equipamento fabricado exige que o material possua certa


propriedade mecânica e química específica para o seu bom funcionamento é necessário ser
feito um tratamento térmico que neste caso o tratamento adotado é o tratamento de
cementação.
Segundo Denise (2009) o processo de endurecimento de camada superficial através da
cementação é altamente utilizado pelas indústrias produtoras de pistas de roletes, rolamentos,
buchas, engrenagens e eixos. Todo o processo consiste basicamente em aquecer a peça a ser
tratada por tempo e temperatura pré determinados envolta em uma superfície rica em carbono,
fazendo com que este carbono migre para o seu interior aumentando assim o teor de carbono
em sua camada superficial. Quanto maior o tempo de aquecimento da peça no forno, maior
será a espessura da camada cementada. Os fatores que influenciam na profundidade do
endurecimento da camada cementada são:

1.3.1 – Temperatura

Como relatado por Brooks (1995) quanto maior a temperatura do tratamento menor o
tempo que a peça deverá permanecer no forno, desta forma o tempo de difusão do carbono na
peça para endurecimento de camada cementada está estreitamente ligado a temperatura. Tal
condição só é possível estando o aço no estado de austenitização, pois somente neste estado é
possível se obter a solubilidade do carbono suficiente para os percentuais desejados na
camada superficial da peça cementada. A menor temperatura possível para o processo está
32

condicionada a austenitização do aço e a maior temperatura ao crescimento do grão. Quanto


maior o grão menor a tenacidade do material, efeito este indesejável para o processo.
A temperatura a ser adotada restringe-se a responsabilidade exigida do equipamento,
para equipamentos de menor responsabilidade pode-se utilizar temperaturas mais altas
diminuindo-se assim o tempo de permanência da peça no forno, para equipamentos de maior
responsabilidade deve-se utilizar temperaturas mais baixas, do contrário se faz necessário um
tratamento térmico posterior chamado têmpera para correção de problemas como o
surgimento de trincas, podendo este ser por têmpera direta, simples ou dupla.

1.3.2 – Tempo

Com base nas informações de Brooks (1995) também de grande influência na difusão
do carbono na camada superficial cementada é o tempo em que a peça permanece na
temperatura de tratamento. A profundidade da camada cementada durante o processo é
proporcional a raiz quadrada do tempo. De modo geral o que isto quer dizer é que a medida
que a profundidade de camada é aumentada maior será o seu tempo de permanência, a cada
vez que se dobra a espessura de cementação o tempo é multiplicado por 4 aproximadamente.
É possível concluir que quanto mais profundo se queira a camada cementada maior será o
consumo de energia e ocupação do forno, tornando o processo caro e inviável para camadas
muito profundas. Deste modo esta espessura cementada está limitada a aproximadamente
2,5mm, espessura na qual já exige um tempo de cementação de aproximadamente 25h a uma
temperatura de 925°C.
33

CAPÍTULO 2 – MÉTODOS DE TRABALHO

De acordo com a norma AGMA (American Gears Manufacturers Association) de 25


de setembro de 2000, existem três tipos de acionamento de redutores planetários onde a
velocidade de rotação e o sentido de rotação podem ser alterados de acordo com a necessidade
fixada, sendo possível observar as diferenças de trabalho no acionamento e saída do
equipamento, segue os casos apresentados como opções de acionamento.

2.1 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Planetário

Conforme QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears –


Precision Metric, Q410 de 2000, neste exemplo de sistema planetário a engrenagem interna C
está fixada. A entrada é a engrenagem solar A e a saída é o carregador de engrenagens planeta
D conforme demonstrado na figura 3. A velocidade de relação é calculada conforme a
fórmula 2.1(a).

Fórmula 2.1(a):

Note que a direção de rotação do eixo de entrada e saída são as mesmas.


Exemplo: = 16, = 16 e = 48, então a velocidade de relação = ¼.

Figura 3: Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Planetário


Fonte: Adaptado de QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears –
Precision Metric, Q410, (2000, p. 386).
34

2.2 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Solar

QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears – Precision


Metric, Q410 de 2000 relata que, neste exemplo a engrenagem solar A está fixada. A
engrenagem interna C é a entrada, e o carregador de planetas D é a saída conforme
demonstrado na figura 4. A velocidade de relação é calculada de acordo com a fórmula 2.2(b).

Fórmula 2.2(b):

Note que a direção de rotação do eixo de entrada e saída são as mesmas.


Exemplo: = 16, = 16 e = 48, então a velocidade de relação = 1/1,3333333.

Figura 4: Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Solar


Fonte: Adaptado de QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears –
Precision Metric, Q410, (2000, p. 386).

2.3 – Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Satélite

De acordo com QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears


– Precision Metric, Q410 de 2000, este é o tipo de planetário em que o carregador de
35

engrenagens planeta D está fixo. As engrenagens planetas B rotacionam somente em torno do


próprio eixo fixo não executando o movimento de translação através do carregador de
planetas. Em uma estrita definição, este tipo de trem de engrenagens perdem a projeção de um
sistema planetário vindo a se tornar um trem de engrenagens comum. A engrenagem solar A é
o eixo de entrada e a engrenagem interna C é a saída conforme demonstrado na figura 5. A
velocidade de relação é calculada de acordo com a fórmula 2.3(c).

Fórmula 2.3(c):

Referente a figura 5, as engrenagens planetas são meramente coadjuvantes. E a


rotação dos eixos de entrada e saída possuem sentidos opostos.
Exemplo: = 16, = 16 e = 48; então a velocidade de relação = -1/3.

Figura 5: Mecanismo de Engrenagens Planetário Tipo Satélite


Fonte: Adaptado de QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears –
Precision Metric, Q410, (2000, p. 386).

2.3 – Funcionamento e Componentes do Sistema de Engrenagens Planetário

A norma AGMA (American GearsManufacturersAssociation) de 25 de setembro de


2006, afirma que, num caso proposto como exemplificado pela figura 5, é possível ter mais de
36

um estágio de redução no sistema planetário, dependendo somente da necessidade de trabalho


que está estritamente relacionada a rotação e torque de entrada, pois através destas
informações que se é possível determinar o número de estágios a ser adotado e a relação de
transmissão de cada um deles.
A figura 6 demonstra um redutor planetário de duplo estágio:

Figura 6: Mecanismo de Engrenagens Planetário Duplo Estágio


Fonte: Adaptado de ANSI/AGMA (American Gears Manufacturers Association) – American
National Standard, (2006, p. 90).

A engrenagem interna, como o próprio nome já diz, o engrenamento está no interno do


anel, afim de que as engrenagens planetas possam engrenar e fazer o movimento de
rotação/translação em relação à engrenagem anel e o pinhão sol respectivamente.
Carregador de planetas, também já exemplificado no próprio nome, sua função é a de
sustentar as engrenagens planetas para que estas executem seu trabalho no redutor, podendo
possuir eixo de saída ou acoplamento para transferência de trabalho para o próximo estágio.
Pinhão sol, este pode estar em posições diferentes podendo ser mais de um, porém
executando a mesma função no redutor planetário. Este pode estar na entrada do redutor
transferindo o trabalho de rotação de entrada para o carregador de planetas, como também
pode estar acoplado ao carregador de planetas de modo que possa transferir o trabalho de
rotação para o próximo estágio do redutor planetário.
Os rolamentos do equipamento têm a finalidade de propiciar uma melhor rotação das
engrenagens nos eixos e dos eixos nos acoplamentos reduzindo assim o atrito entre materiais,
37

a perda de energia e o aquecimento dos componentes, desta forma aumentando a vida útil do
redutor.
Selos de alta e baixa velocidade, mais conhecidos como retentores tem a função de
vedar os eixos de entrada e saída de modo que o óleo de lubrificação/ resfriamento que
trabalha internamente seja retido, evitando assim a baixa do nível de óleo e a falta de
lubrificação que está diretamente ligada com o bom funcionamento e durabilidade do redutor.

2.4 – Fotos Explicativas dos Componentes do Sistema Planetário

Para uma melhor compreensão do sistema planetário e sua montagem, segue seqüência
de imagens com seu respectivo detalhamento. Conforme figuras 7 – 11.

Figura 7: Carregador de Engrenagens Planetas


Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.
38

Figura 8: Rolamento do Eixo de Entrada Pinhão Sol


Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.

Figura 9: Engrenagens Satélites do Primeiro Estágio de um Sistema Planetário de Triplo


Estágio
Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.
39

Figura 10: Montagem do Segundo Estágio de um Sistema Planetário de Triplo Estágio


Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.

Figura 11: Terceiro Estágio de um Sistema Planetário de Triplo Estágio


Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.
40

CAPÍTULO 3 – BENEFICIOS E MALEFICIOS DO SISTEMA DE ENGRENAGENS


PLANETÁRIO

Segundo Norton, (2004), tais trens de engrenagens epicíclicos ou planetários possuem


varias vantagens em relação aos trens de engrenagens convencionais dentre as quais é
possível se observar a capacidade de obtenção de razões de trens de engrenagens
convencionais de grande porte em pacotes planetários menores sendo possível que estes
equipamentos consigam realizar o mesmo trabalho com a redução de área útil necessária para
a sua instalação com a vantagem de que a força antes distribuída em um ou dois dentes
engrenados nos trens de engrenagens convencionais seja agora ampliado de acordo com a
quantidade de engrenagens planeta e/ou satélites do sistema planetário adotado.

3.1 – Redução da Dimensão do Redutor Convencional

Segundo Norton (2004) tais trens de engrenagens epicíclicos ou planetários possuem


varias vantagens em relação aos trens de engrenagens convencionais dentre as quais é
possível se observar a capacidade de obtenção de razões de trens de engrenagens
convencionais de grande porte em pacotes planetários menores sendo possível que estes
equipamentos consigam realizar o mesmo trabalho com a redução de área útil necessária para
a sua instalação com a vantagem de que a força antes distribuída em um ou dois dentes
engrenados nos trens de engrenagens convencionais seja agora ampliado de acordo com a
quantidade de engrenagens planeta e/ou satélites do sistema planetário adotado.

3.1.1 – Redutor Convencional

Desenvolvendo a base de cálculo de análise de rendimento do redutor convencional de


acordo com Melconian, 2007, p.97, para dimensionamento de engrenagens e p.235, para
dimensionamento de eixos é possível observar as seguintes diferenças de comportamento
entre os dois sistemas de redutores. Tanto com relação a suas diferenças de dimensões quanto
no desenvolvimento do cálculo do volume mínimo da engrenagem relacionado no exemplo 1.
41

Exemplo 1:

Cálculo do volume mínimo da engrenagem de entrada e ou pinhão de entrada


(Engrenagem Motora).

Fórmula 3.1.1 (a):

É possível observar na fórmula (a), que em um de seus segmentos é proposto a


simbologia de sinal matemático ±, como relacionado e justificado na fórmula (b).

Fórmula 3.1.1 (b):

Isso se deve ao fato de a engrenagem ser positiva ou negativa, quando falamos de um


redutor paralelo de engrenagens de dentes retos convencional adotamos o sinal positivo para o
cálculo do volume da engrenagem externa que está diretamente ligado a relação
largura/diâmetro primitivo da engrenagem, que é expresso pela fórmula (c).

Fórmula 3.1.1 (c):

De acordo com Melconian (2007) este valor de relação entre largura e diâmetro
primitivo de engrenagem deve estar compreendido entre valor e caso relacionado na figura 12
e 13.
42

Figura 12: Consideração para Engrenagens Biapoiada


Fonte: Adaptado de Melconian, (2010, p. 83).

Figura 13: Consideração para Engrenagens em Balanço


Fonte: Adaptado de Melconian, (2010, p. 83).

Determinada a base de cálculo pertinente, quando proposto dimensionamento de


engrenagens para redutores paralelos de engrenagens cilíndricas de dentes retos (ECDR) é
possível verificar através da figura 14, que as engrenagens de entrada e saída estão paralelas
uma em relação a outra de modo que a engrenagem de entrada ou pinhão de entrada que está
acoplado ao eixo de entrada é acionado por um gerador de movimento tangencial com
43

velocidade e torque nominal próprio, desta forma transferindo este torque para a engrenagem
de saída. É importante salientar que para redução de velocidade e aumento de torque nominal
a engrenagem de saída deve ser sempre maior que a de entrada e, para aumento da velocidade
e diminuição do torque nominal o diâmetro da saída deve ser inferior a entrada, neste caso
sendo chamado de multiplicador.

Figura 14: Visão Dimensional do Redutor Paralelo Convencional.


Fonte: Adaptado de Melconian, (2010, p. 214).

3.1.2 – Redutor Planetário

Já foi visto a base de calculo do volume de uma engrenagem paralela externa para um
redutor de velocidade paralelo e exemplificado o seu método de construção na figura 12,
agora é abordado para o entendimento desta redução na dimensão do redutor quanto a espaço
e sua diferença, a base de cálculo da engrenagem cilíndrica de dentes retos interna do redutor
planetário.
Seguindo a mesma base sugerida por Melconian (2007), abordando a base de cálculo
do volume mínimo da engrenagem temos a mesma fórmula para dimensionamento segundo
exemplo 2.
44

Exemplo 1:

Cálculo do volume mínimo da engrenagem de entrada e ou pinhão de entrada


(Engrenagem Motora).

Fórmula 3.1.2 (a):

Como tratado anteriormente a fórmula de volume especifico da engrenagem possui o


sinal matemático ± por se tratar de engrenagens positivas e negativas, no caso do redutor
planetário esta engrenagem é negativa por se tratar de uma engrenagem cilíndrica de dentes
retos interna, ou seja, com seus dentes de engrenamento voltados para dentro como mostra a
figura 15, deste modo o segmento da fórmula com a relação de transmissão possui o sinal de
subtração.

Figura 15: Detalhe de Engrenagem Interna de Redutor Planetário.


Fonte: Cedido por ADDN Assistência Técnica Comércio e Indústria LTDA.
45

3.2 – Diferenças Dimensionais

A diferença dimensional dos redutores paralelos e planetários não se restringe somente


aos cálculos mas também a redução significativa de tamanho entre os equipamentos por conta
do modo de construção e de trabalho, para um melhor entendimento desta diferença segue
figuras 16 e 17 para comparação.

Figura 16: Visão Dimensional do Redutor Paralelo Convencional.


Fonte: Adaptado de Melconian, (2010, p. 214).

Figura 17: Visão Dimensional do Redutor Planetário.


Fonte: Adaptado de (QTC Quality Techinical Components), (2000, p. 385).
46

É possível verificar a diferença de tamanho dimensional entre um redutor paralelo


convencional e um redutor planetário mostrados nas figuras 16 e 17, onde as engrenagens são
de aproximadamente igual tamanho, executando as mesmas funções, porem, em pacote
menor, pois que, o redutor planetário não possui engrenagem rotacionando paralelo a sua
engrenagem e sim internamente a ela, daí a diminuição dimensional quanto ao seu tamanho
em relação ao redutor paralelo.

3.3 – Aplicações do Sistema de Engrenagens Planetário

De acordo com QTC (Quality Transmission Components), Handbook of Metric Gears


– Precision Metric, Q410 de 2000, existem diversos tipos de aplicações de redutores
planetários em equipamentos mecânicos como, turbinas a gás, turbo hélices de aviões de
combate, veículos como carros, caminhões e motos, bicicletas, acionamento de moendas de
açúcar e álcool, laranja e seguimentos, parafusadeiras e até mesmo apontador de lápis. As
figuras 18 – 23 demonstram algumas destas aplicações.

Figura 18: Engrenagens de redução de uma turbina a gás.


Fonte: Pratt e Whitney Canada PT6 – Series Type Certificate, (2009).
47

Figura 19: Turbo Propulsor de um Avião de Combate PT6a-20 Acionado por Sistema de
Engrenagem Planetário.
Fonte: Pratt e Whitney Canada PT6 – Series Type Certificate, (2009).

Figura 20: Cubo da Bicicleta Sturmey-Archer AM Composto de Sistema de


Engrenamento Planetário.
Fonte: The Bicycle Wheel. Menlo Park, CA , USA. (1983, p. 63).
48

Figura 21: Vista Explodida do Cubo da Bicicleta Sturmey-Archer AM Composto de


Sistema de Engrenamento Planetário.
Fonte: The Bicycle Wheel. Menlo Park, CA , USA. (1983, p. 63).
49

Figura 22: Vista Posicionador de Espelho Retrovisor de Carro Movido Através do


Sistema de Engrenamento Planetário.
Fonte: Rearview Mirror Epicyclic Gears – Disponível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Rearview_Mirror_Epicyclic_Gears.jpg.

Figura 23: Apontador de Lápis com Sistema de Engrenagens Planetário.


Fonte: 20 Things you didn’t Know About… Pencils – Disponível em:
http://discovermagazine.com/2007/may/20-things-you-didnt-know-about-pencils
50

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando é necessário transmitir movimento de um eixo para outro com aumento ou


diminuição de rotação ou torque existem muitas possibilidades para se recorrer, dentre elas
está o sistema de engrenagens, que também possui possibilidades diversas, e, para a seleção
do melhor tipo de engrenamento como comenta Collins (2006) depende de diversos fatores
como o cenário particular do projeto o arranjo geométrico proposto para a máquina, a relação
de redução necessária, potência que deve ser transmitida, velocidades de rotação, metas de
eficiência, limitações de ruídos e limitações de custos.
O mundo está em constante evolução e estes sistemas de transmissão tem se
aperfeiçoado e evoluído a cada dia, e nesta evolução desenfreada há a necessidade de se
atender a todos os tipos de solicitações para equipamentos e que incluam soluções elaboradas
e funcionais que de acordo com Martins e Laugeni (2009), sempre deve-se estar em busca de
soluções e melhorias, atravessando as barreiras incansavelmente tratando-se da necessidade
da produção.
Em razão dos novos conceitos em fabricação de redutores e a necessidade de que os
equipamentos se adaptem a nova realidade, é essencial que os redutores evoluam alcançando
uma melhor performance, para tal existem possibilidades como a retratada que são os
redutores planetários, que possuem um excelente desempenho e grande diversidade de
aplicabilidade, muitas são as vantagens quando se fala de redutores planetários, pois que, as
possibilidades de adaptação e melhorias são inúmeras, já que é possível alcançar os mesmos
valores de desempenho com uma redução de espaço, que por muitas vezes é essencial em uma
linha de produção.
Nota-se que os custos para a fabricação dos redutores planetários são mais elevados,
de acordo com Melconian, 2007, pode se produzir os eixos de um redutor paralelo
convencional com materiais como ABNT 1025, 1035, 1045, 1060, 4120, 4130 e 6150 e
materiais SAE 1010/1020, 1040/1050, 4320/4340 e 8620/8640 para engrenagens, enquanto
que os redutores planetários só admitem o uso do material 17CrNiMo6 para todos os eixos e
engrenagens o que resulta em um custo maior em matéria prima desde que o material
17CrNiMo6 é uma liga aço carbono especial com materiais nobres.
Além do custo com matéria prima ser mais elevado existe os tratamentos térmicos
necessários para a adaptação dos materiais para a produção dos redutores, em conformidade
com Brooks, 1995, o tempo de cementação de um aço carbono SAE 1045 é de
aproximadamente 6 horas em forno a uma temperatura de 925° enquanto que no caso do
51

material 17CrNiMo6 este tempo pode alcançar tempos de até 9h ou superior.


De fato todo o processo na produção do redutor planetário tem um custo maior em
relação aos redutores paralelos que possuem uma construção menos elaborada, porem, é de
vital importância salientar que a necessidade de adaptação de um redutor paralelo para dados
processos torna-se inviável o que torna o custo/benefício favorável para a aquisição de um
redutor planetário, por se adaptar mais facilmente e excluindo em muitos casos a necessidade
de adaptação da área fabril.
No contexto geral os objetivos abordados pelo trabalho foram alcançados, desde que
através da revisão bibliográfica entre tudo que foi pesquisado, pois que o objetivo central do
trabalho é fornecer um material de consulta sobre redutores planetários como memorial de
cálculo e benefícios e malefícios do sistema, de igual modo pode-se verificar que as
diferenças de cálculos existentes nos princípios básicos da construção dos redutores
planetários não são tão distantes assim, e que, apesar de terem uma construção mais elaborada
e um custo maior, são de grande ajuda para casos em que se é necessário a redução de área
ocupada pelo equipamento e menor adequação de área para instalação.
52

Referências Bibliográficas

ANSI/AGMA (American Gears Manufacturers Association) – American National Standard –


AGMA 6123-B06, 2006.
BROOKS, C. R., Principles of the Heat Treatment of Plain Carbon and Low Alloy Steels,
ASM International, Materials Park, OH, 1995.
DENISE, Kelli. Processo de Endurecimento Superficial de Cementação. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/cementacao-e-nitretacao-doc-a13169.html. Acesso em: 3 de agosto
de 2010.
FERANTE, Maurizio. Seleção de Materiais – 2. ed. Ver. – São Carlos: EdUFSCar, 2002.
LIMA, Adriano. Como Projetar e Construir um Redutor de Velocidade para uso em Trike,
Ultraleve, Girocóptero, Avião, Helicóptero, Barcos e Lanchas. Disponível em:
www.aall.hpg.com.br. Acesso em: 8 de julho de 2010.
MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção / Petrônio G. Martins,
Fernando P. Laugeni. – 2.ed.rev., aum. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2009.
MELCONIAN, Sarkis. Elementos de Máquinas – 8. ed. Ver. – São Paulo: Érica, 2007.
NASH, A. William. Resistêmcia dos Materiais: Resumo da Teoria, Problemas
Resolvidos, Problemas Propostos; Traduzido por SILVA, Jaime Ferreira.São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 1977.
NORTON, Robert L.. Projeto de Máquinas Uma Abordagem Integrada. – 2. Ed – Porto
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QTC (Quality Transmission Components) Handbook of Metric Gears – Precision Metric –
Product Guide & Techinical Data – Catalog Q410, 2000.
SCHULZ, Horst. High Reduction Planetary Gear With Intermediate Shafts. Disponível
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TATA STEEL – Engineering Steels – Case Hardening Steel – 18CrNiMo7-6 or 17CrNiMo6,
2007. Disponível em: - http://www.corusnz.com/downloads/CaseHard_17CrNiMo6.pdf.
Acesso em: 5 de setembro de 2010.
53

ANEXO I

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