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Cultivo de células
da teoria à bancada
Cultivo de células
da teoria à bancada
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Reitor VALDINEY VELOSO GOUVEIA
Vice-Reitora LIANA FILGUEIRA ALBUQUERQUE
Pró-Reitor PRPG GUILHERME ATAÍDE DIAS
EDITORA UFPB
Diretor NATANAEL ANTÔNIO DOS SANTOS
Coordenadora de editoração SÂMELLA ARRUDA ARAÚJO
Chefe de produção JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
Editora filiada à:
Juan Carlos Ramos Gonçalves
Marianna Vieira Sobral
Organizadores
CULTIVO DE CÉLULAS
da teoria à bancada
João Pessoa
Editora UFPB
2020
Direitos autorais 2020 – Editora UFPB
Efetuado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme a
Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À EDITORA UFPB
É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou
por qualquer meio.
A violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998)
é crime estabelecido no artigo 184 do Código Penal.
O conteúdo desta publicação é de inteira responsabilidade do autor.
Catalogação na fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba
166 p. : il.
CAPÍTULO 6 – CRIOPRESERVAÇÃO.......................................................73
Thaís Mangeon Honorato Lisboa
Marianna Vieira Sobral
APÊNDICE..................................................................................................150
GLOSSÁRIO...............................................................................................155
SOBRE OS ORGANIZADORES.................................................................161
SOBRE OS AUTORES...............................................................................163
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS
DO CULTIVO DE CÉLULAS
Daiana Karla Frade Silva
Rawny Galdino Gouveia
Micheline Freire Donato
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o cultivo celular, em especial de células
de mamíferos, constitui uma ferramenta importante utilizada nas
pesquisas biológicas e farmacêuticas para predizer o mecanismo
de ação, o metabolismo e a toxicidade de fármacos e agentes
tóxicos. Sabe-se que a célula é a unidade morfofisiológica básica
dos seres vivos, com exceção dos vírus. A célula eucariótica (com
núcleo organizado por proteínas histonas e delimitado pela membrana
nuclear, com organelas membranosas e citoesqueleto, dentre outras
particularidades) compreende o modelo básico de “sistema vivo” para
os testes de substâncias e o entendimento dos fenômenos fisiológicos
no microambiente corpóreo.
O cultivo celular é uma técnica que permite manter e estudar o
comportamento de células vivas fora do organismo. Dá-se por meio do
isolamento de células eucarióticas de um determinado tecido (animal
ou vegetal), da manutenção da viabilidade e proliferação dessas células
em um sistema in vitro constituído de nutrientes e fatores essenciais
à sobrevivência, sob condições controladas de temperatura, pH e
osmolaridade (BARBOSA et al., 2015).
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REFERÊNCIAS
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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CAPÍTULO 2
1 INTRODUÇÃO
As células crescem em um ambiente artificial que contém um
substrato ou meio que fornece os nutrientes essenciais (aminoácidos,
carboidratos, vitaminas, minerais), fatores de crescimento, hormônios,
gases (CO2 e O2), e sob condições físico-químicas reguladas como pH,
pressão osmótica e temperatura. A maioria das células é dependente
de ancoragem e deve ser cultivada aderida a um substrato sólido ou
semissólido (cultura aderente ou em monocamada), enquanto outros
tipos celulares podem ser cultivadosde forma suspensaou flutuando
em meio de cultura (cultura em suspensão).
Por essas particularidades, é preciso conhecer os diferentes
tipos de culturas celulares para entender como devem ser mantidas,
bem como suas vantagens e desvantagens. No geral, o cultivo celular
refere-se à remoção de células de um tecido antes de seu crescimento,
para que haja um resultado favorável ao seu desenvolvimento no
ambiente artificial. Podem ser removidas diretamente do tecido e
desagregadas por enzimas e de modo mecânico, desprendendo uma
célula das outras (cultura primária), ou ainda, podem ser derivadas de
uma linhagem celular.
Neste capítulo, serão abordados os principais tipos de culturas
de células, como cultura primária, células em linhagem contínua além
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2 CULTURA PRIMÁRIA
A cultura primária é obtida a partir da fragmentação ou
dissociação mecânica e/ou enzimática de tecidos.Desse modo, as
células que sobrevivem ao processo de isolamento irão apresentar
características genotípicas e fenotípicas do seu tecido de origem,
inicialmente heterogêneas, sendo uma vantagem para investigação
de um evento fisiológico ou patológico que, em alguns casos, ocorre
especificamente naquele órgão ou tecido de origem. Todavia, estas
células apresentam crescimento finito, uma vez que não são resistentes
a grandes períodos de tempo em cultura, sendo chamadas de células
primárias (FRESHNEY, 2010). Como exemplo, a cultura primária de
células mononucleares de sangue periférico (PBMCs), que é muito
utilizada para investigar eventos de citotoxicidade.
Outro modelo interessante de cultura primária são as culturas
de células do sistema nervoso periférico, por exemplo, a cultura de
neurônios do gânglio da raiz dorsal – DRG de roedores, para investigação
de eventos envolvidos na nocicepção ou testes com substâncias
analgésicas e anestésicas (GONÇALVES et al., 2013). Para avaliação do
sistema nervoso central (SNC) pode-se citar como exemplo a cultura
primária de neurônios piramidais de hipocampo de roedores, no intuito
de avaliar eventos de neurotoxicidade e excitotoxicidade promovida por
neurotransmissores excitatórios, tais como o L-glutamato (DONATO,
2014). Como exemplo de cultura primária de células de tecido periférico
pode-se citar a cultura primária de hepatócitos de rato, bastante
utilizada em experimentos envolvendo a avaliação da toxicidade,
funções bioquímicas e metabolismo de drogas.
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3 LINHAGENS CELULARES
As células somáticas saudáveis de mamíferos muito raramente
adquirem capacidade ilimitada de proliferação durante o cultivo.
Como característica, após certo número de divisões celulares, elas
param de crescer. Logo, pesquisadores, em busca de conduzirem suas
pesquisas utilizando as amostras de células de animais em sucessivos
experimentos, desenvolveram as linhagens celulares (YAO; ASAYAMA,
2017). Nesse contexto, várias linhagens de diferentes tipos celulares
foram isoladas e estabelecidas por pesquisadores em todo o mundo
(ARANGO et al., 2013). A seguir, o Quadro 1 apresenta algumas das
principais linhagens utilizadas em ensaios biológicos.
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Características Propriedades
Limitações
Reprodutibilidade entre camadas biomiméticas;
Extração de todas as células para análise com
aumento de tamanho e tortuosidade; Criação de
matrizes 3D; Capacidade para aumentar ou diminuir
um único formato 3D; Manuseio do processamento
pós-cultura; Imagem dependendo do tamanho da
camada, transparência do material e profundidade
no microscópio; Desempenho, sensibilidade e
compatibilidade com alto rendimento; Instrumentos
de triagem; Otimização para cultura de células
3D dos ensaios utilizados para determinar a
resposta à interação medicamentosa (viabilidade
celular dependente da dose, célula-célula/célula-
matriz interação, migração celular); Controle das
condições de cultura (temperatura e pH).
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Cultivo de células: da teoria à bancada
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 3
O LABORATÓRIO
DE CULTIVO CELULAR
Valgrícia Matias de Sousa
Juan Carlos Ramos Gonçalves
1 INTRODUÇÃO
Um laboratório de cultivo de células e tecidos pode ser distinguido
facilmente dos demais, principalmente devido a sua necessidade
constante de manter um ambiente de assepsia suficiente para que não
ocorram contaminações da cultura por microrganismos e, ao mesmo
tempo, proteger ao máximo o manipulador de riscos biológicos.
A introdução de sistemas como cabines de fluxo laminar
simplificou bastante o problema corrente da assepsia durante a
prática envolvendo o cultivo de células. No entanto, vários outros
equipamentos e requisitos mínimos exigidos de boas práticas devem
ser adotados para o perfeito funcionamento de um laboratório
de cultivo celular (QUISEN; ANGELO, 2008). De fato, podem ser
considerados seis esquemas básicos, a saber: manuseio estéril,
incubação, preparação, lavagem, esterilização e armazenamento.
Para tanto, devem ser tomadas providências para preparação e
esterilização, manuseio asséptico e outras atividades na área de
cultura, incluindo centrifugação, contagem de células, microscopia,
incubação e armazenamento em temperatura ambiente, 4 °C, -20
°C e -196 °C (FRESHNEY, 2010).
Neste capítulo serão delineados a infraestrutura mínima de um
laboratório de cultivo de células, a apresentação dos equipamentos
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2 INFRAESTRUTURA LABORATORIAL
A infraestrutura laboratorial compreende um ambiente limpo e
asséptico, extremamente isolado do ambiente externo, com salas sem
janelas ou com janelas duplas, para evitar o risco de contaminações.
O laboratório deverá possuir instalações adequadas e equipamentos
essenciais para o trabalho e manutenção da cultura celular in vitro
(QUISEN; ANGELO, 2008).
Para garantir a limpeza e assepsia do ambiente laboratorial,
deve-se reduzir o número de pessoas em circulação, evitando-se a
contaminação no laboratório, e, em relação a estrutura, alguns critérios
devem ser estabelecidos:
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3 EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS
A necessidade de um equipamento a ser utilizado em um
laboratório de cultivo celular específico é frequentemente subjetiva,
podendo variar de acordo com o tipo de trabalho pretendido,a economia
de tempo ou eficiência técnica, além da qualidade dos dados, capacidade
analítica, requisitos de amostra, o orçamento disponível e o custo-
benefício potencial, entre outros fatores (FRESHNEY, 2010; MERCK, 2018).
No entanto, alguns equipamentos em particular se fazem
essenciais para a realização de procedimentos envolvendo o cultivo
de células e na manutenção do ambiente asséptico em um laboratório,
dentre estes, pode-se citar:
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3.3 Centrífuga
Periodicamente, as suspensões celulares requerem
centrifugação, seja para aumentar a concentração das células ou
para lavar um reagente, trocar meio, etc. Uma pequena centrífuga de
bancada, de preferência com frenagem controlada proporcionalmente,
é suficiente para a maioria dos propósitos. Apesar de não ser
necessária, a refrigeração pode ser uma boa alternativa para evitar o
superaquecimento das amostras de células durante as centrifugações.
A unidade de rotação pode ser programada em RPM (rotações por
minuto) ou RCF (força centrífuga relativa), também representada por
força g, sendo esta última mais adequada por não depender do tamanho
e inclinação do rotor. Por exemplo, a maioria das células em cultura
sedimentam satisfatoriamente quando centrifugadas a uma velocidade
de 80 a 100 x g (FRESHNEY, 2010).
3.4 Micr
Um simples microscópio invertido é essencial no ambiente de
cultivo celular, para permitir a observação das culturas regularmente,
detectar alterações morfológicas e a possibilidade de contaminação
microbiológica. Um microscópio com bom contraste de fase de longa
distância de trabalho, obtido pelo conjunto condensador e objetiva,
também é crucial para compensar a espessura dos frascos de e
microplacas de plástico.
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Technique and Specialized Applications, Edição: 6. New York: Wiley-
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QUISEN, R. C.; ANGELO, P. C. da S. Manual deprocedimentos do
Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Amazônia Ocidental.
Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2008.
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CAPÍTULO 4
PRINCÍPIOS
DE BIOSSEGURANÇA
Ana Paula Gomes Moura Farias
Juan Carlos Ramos Gonçalves
1 INTRODUÇÃO
Desde a década de 70, a construção do conhecimento em
biossegurança tem sido adotada pela comunidade científica, iniciando-
se uma ampla discussão acerca dos impactos da engenharia genética
na sociedade. A partir de então, com a evolução crescente dos conceitos
associados, o termo biossegurança tem evoluído em conjunto com as
descobertas e avanços científicos, e assim, vem sofrendo alterações
em seus fundamentos.
Atualmente, entende-se por biossegurança o conjunto de
ações voltadas para a prevenção e minimização de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico
e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à
preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados (SILVA,
2017). Caracteriza-se, portanto, como um termo bastante amplo e
complexo, que abrange diversas áreas do conhecimento.
Especificamente, a rotina diária de um laboratório de cultivo de
células demanda a realização de atividades de risco biológico iminente,
não apenas aos pesquisadores envolvidos como também ao meio ambiente
em que este encontra-se inserido. Dessa forma, o presente capítulo
propõe-se a apresentar e discutir as noções básicas de biossegurança e
relacioná-las às práticas de cultivo celular.
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3.1 Luvas
As luvas são utilizadas para proteger as mãos e o material
manejado, seu uso é obrigatório na manipulação de qualquer material
biológico ou produto químico. São fabricadas em diferentes materiais
para atender às atividades laboratoriais.
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3.2 Máscaras
As máscaras são EPIs projetadas para ajudar a prevenir a
contaminação do ambiente de trabalho ou o material manipulado
com as partículas de saliva ou muco, geradas pelo pesquisador,
evitando-se também a contaminação do manipulador com material
biológico e substâncias químicas. O uso das máscaras (Figura 3)
auxilia na prevenção, por exemplo, da propagação de bactérias
como Mycoplasmaspp, consideradas um dos grandes vilões da
cultura celular, sendo responsáveis por frequentes contaminações
(SHLOMO; KORNSPAN, 2012), evitando que atinjam as células, meios,
reagentes e equipamentos. Dividemse em dois tipos principais: as
máscaras cirúrgicas, que são sempre descartáveis (Figura 3A), e
as máscaras de proteção respiratória propriamente ditas (também
designadas “respiradores”) (Figura 5-B).
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3.4 Touca
O gorro ou touca tem a função de proteger os cabelos de
aerossóis e salpicos durante a manipulação como também evitar
contaminação da cultura com queda de fios de cabelo.
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3.5 Propé
O propé é para proteção dos calçados para trabalhar em
áreas estéreis como no laboratório de cultura de células, podendo
ser substituídos por sapatos de plástico de fácil higienização de uso
exclusivo dentro do laboratório.
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Risco
Padrão de fluxo Radionucleotídeos /
Tipo Biológico
do ar Substâncias Químicas
(classes)
Classe II 70% de ar recirculado Não 1e2
Tipo A1 através de filtro HEPA.
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• Incubar a 37° C por 48 horas, deixando na estufa por até oito dias
para confirmação. Observar crescimento de microrganismos;
quando positivo, fazer esfregaço, corar pelo Gram e observar na
microscopia presença de bacilos Gram-positivos esporulados.
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REFERÊNCIAS
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Diagnóstico e monitoramento das DST, Aids e Hepatites Virais. Série
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DA SILVEIRA, J. E. S. et al. PRINCIPAIS MEDIDAS PREVENTIVAS DE
BIOSSEGURANÇA UTILIZADAS EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS DE
SAÚDE. Mostra Científica da Farmácia, v. 6, n. 1, 2019.
DREXLER, H. G.; UPHOFF, C. C. Mycoplasma contamination of
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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CAPÍTULO 5
1 INTRODUÇÃO
Para que as células cresçam e se mantenham em cultura é
necessário que sejam disponibilizados meios nutritivos, capazes de
simular as condições ideais para um determinado tipo celular. Muitas
vezes, estes meios requerem suplementação com outras substâncias
e devem ser constantemente renovados, de modo a fornecerem os
nutrientes adequados, bem como garantir condições de assepsia
suficientes, evitando-se contaminações.
Neste capítulo, serão fornecidos elementos teóricos e práticos,
de modo a permitir uma melhor compreensão acerca dos principais
meios de cultura de células utilizados na rotina laboratorial.
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Solução de antibióticos
(penicilina/ 1% 1% 1% 1%
eestreptomicina)
1% (500 µL/ 50
Solução de aminoácidos ---- ---- ----
mL de meio)
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3 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
Os meios de culturas utilizados na rotina para a manutenção e
o crescimento de células eucarióticas são, em sua grande maioria, de
natureza química complexa, sujeitos, portanto, às variações de natureza
físico-química, tais como pH, temperatura, tensão gasosa de oxigênio
(O2), gás carbônico (CO2) e umidade.
Qualquer variação nos fatores físico-químicos pode interferir
no crescimento celular, devendo o manipulador estar sempre atento
às variações nestes parâmetros. A seguir, serão apresentados
alguns dos principais fatores físico-químicos relacionados aos
meios de cultivo.
3.1 pH
O pH ideal para o crescimento da maioria das células em cultura
pode variar em torno de pH 7,4 a pH 7,7, de acordo com o tipo celular
específico. Majoritariamente, as linhagens celulares desenvolvem-se
saudavelmente em pH 7,4, e as células transformadas crescem bem
entre pH 7,0 a pH 7,4 (YAO; ASAYAMA, 2017).
Com o intuito de facilitar a análise visível do pH no microambiente
da cultura celular ideal, faz-se necessário o uso de um indicador de
pH adicionado ao meio de cultura, como o vermelho de fenol. Este
indicador, em pH 7,4, reflete uma coloração vermelho claro, em pH
7,0 exibe uma cor alaranjada, já em pH 6,5 apresenta-se amarelo, e,
com o aumento do pH para 7,8, o indicador reflete uma coloração
vermelho escuro/roxa. A vantagem de utilizar o indicador é a facilidade
de avaliação de alterações no meio, e a desvantagem está na percepção
da cor que é subjetiva (FRESHNEY, 2011).
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3.2 Tamponamento
Os sistemas-tampão, ou tampões, são frequentemente
utilizados na rotina laboratorial, uma vez que servem para evitar a
variação significativa do pH na faixa ideal do meio, quando expostos a
diferentes condições inerentes da cultura celular, como a variação nas
concentrações de CO2, metabólitos, etc. Dentre os principais tampões
utilizados em grande parte das culturas, pode-se citar o bicarbonato
de sódio (NaHCO3) e o HEPES (C8H18N2O4S).
O bicarbonato de sódio é um tampão inorgânico que possui
capacidade fraca de tamponamento, mas é amplamente utilizado
por apresentar baixa toxicidade, baixo custo e benefício nutricional
para a cultura. Além disso, esse sistema de tamponamento ocorre
naturalmente no corpo humano e outros animais, melhor se aproximando
das condições fisiológicas.
Por sua vez, o HEPES é um agente orgânico zwitteriônico (dupla
polaridade) que possui maior tamponamento, porém, é mais tóxico e
de alto custo, quando comparado ao bicarbonato de sódio, devendo
ser utilizado com maior cautela (FRESHNEY, 2011).
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
COMPONENTES QUANTIDADES
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
REFERÊNCIAS
FRESHNEY, R. I. Culture of Animal Cells. Wiley Online Books.
Hoboken, NJ, USA: John Wiley & Sons, Inc., 2011. p. 99-114.
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YAO, T.; ASAYAMA, Y. Animal-cellculture media: History,
characteristics, and current issues. Reprod. Med. Biol., v. 16,
99-117, 2017.
Capa | Sumário | 72
CAPÍTULO 6
CRIOPRESERVAÇÃO
Thaís Mangeon Honorato Lisboa
Marianna Vieira Sobral
1 INTRODUÇÃO
A utilização de células em cultura por longos períodos de
tempo acabam induzindo alterações fenotípicas, uma vez que,
durante os processos de imortalização que ocorrem durante várias
gerações celulares, há uma grande probabilidade de ocorrerem
alterações demasiadas em seu DNA. Dessa forma, faz-se necessário
induzir o processo de congelamento celular, para que as células
diminuam ou mesmo atrasem o surgimento de eventuais alterações
que poderiam ocorrer quando em cultura.
Neste capítulo, serão introduzidos os fundamentos da
criopreservação de células animais, além de fornecer em detalhes
protocolos demonstrativos e ilustrados de técnicas de congelamento
e descongelamento de células utilizadas na rotina de um laboratório
de cultivo celular.
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Cultivo de células: da teoria à bancada
2.1 Congelamento
Células em cultura geralmente são congeladas em nitrogênio
líquido. O congelamento deve ser um processo lento, em geral,
sugere-se a redução de 1 °C por minuto (PEGG, 2007). A redução
vagarosa da temperatura promove a solidificação da água presente
no meio, e o aumento da força osmótica causa um efluxo de água das
células, essa água congela no exterior, deixando a célula desidratada
(GURRUCHAGA et al., 2018; ALVES; GUIMARÃES, 2010). Um resfriamento
lento é necessário para permitir o efluxo suficiente de água, e assim
minimizar a probabilidade de formação de gelo intracelular (PEGG,
2007). Esse processo é necessário, pois a formação de cristais
dentro da célula pode levar ao rompimento da membrana celular, e,
consequentemente, à morte celular (Figura 1).
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
2.2 Descongelamento
O descongelamento das células é um processo simples,
porém importante, que requer a mesma atenção que o processo de
congelamento. Apesar do congelamento lento e do uso de agentes
crioprotetores durante o congelamento, o processo de criopreservação
é danoso para as células e o crescimento de células após o
descongelamento é lento. Portanto, após o descongelamento, as células
devem ser cultivadas em meio de cultura com uma concentração de
soro bovino fetal maior que a usual (20%) até que se recuperem (ALVES;
GUIMARÃES, 2010; PERES; CURI, 2005).
Para minimizar a perda de células, o processo de
descongelamento deve ser realizado com cuidado e rapidamente
(PERES; CURI, 2005). As etapas do descongelamento que devem ser
levadas em consideração para garantir uma criopreservação bem-
sucedida serão resumidas e discutidas a seguir (Figura 3).
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
REFERÊNCIAS
ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. “Cultivo celular”. Rio de Janeiro:
Fiocruz, EPSJV, 2010.
CREE, I. A. Principles of Cancer Cell Culture. In: Methods in
Molecular Medicine. p. 13-26, 2011.
GURRUCHAGA, H; DEL BURGO, L. S.; HERNANDEZ, R. M.; ORIVE, G.;
SELDEN, C.; FULLER, B.; PEDRAZ, J. Advances in the slow freezing
cryopreservation of microencapsulated cells. Journal of Controlled
Release, 2018.
PEGG, D. E. Principles of cryopreservation. In: Cryopreservation and
freeze-drying protocols. Humana Press, p. 39-57, 2007.
PERES, C. M.; CURI, R.; PAFFARO, A. M. D. A.; MARTINS, A. K. A.;
PIMENTA, A.; GONÇALVES, C. R; MARTINS, E. F. Como cultivar
células, Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
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CAPÍTULO 7
1 INTRODUÇÃO
O processo de propagação celular visa evitar a morte nos
cultivos, pois as células geralmente param de se dividir em alta
densidade devido a vários fatores, dentre estes, o aglomerado
celular e o esgotamento de fatores de crescimento, a exaustão de
nutrientes no meio, a inibição do crescimento por contato, o excesso
de metabólitos secretados para o meio e a acidificação do meio
(PERES; CURI, 2005).
Caso a quantidade de células na garrafa de cultivo celular
exceda o limite de confluência adequado, não haverá o crescimento
normal da suspensão celular ou da monocamada (células aderentes),
e, consequentemente, as células entrarão em seguida na fase de
morte. Por isso, é necessário realizar o procedimento de repique
para, periodicamente, retirar células do cultivo e mantê-las com o
crescimento ideal, ou seja, em fase log (ALVES; GUIMARÃES, 2010).
Neste capítulo serão descritos os procedimentos básicos para
a propagação das culturas celulares, incluindo protocolos ilustrativos
e detalhados dos processos envolvendo a troca de meio, repiques e
passagens celulares.
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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2.2 Repique
O procedimento de repique inicia-se com a observação
do aspecto e confluência das células em microscópio. Existem
procedimentos diferentes para o início do repique em linhagens
aderentes e em suspensão, os quais estão descritos abaixo.
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
REFERÊNCIAS
ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. “Cultivo celular”. Rio de Janeiro:
Fiocruz, EPSJV, 2010.
FRESHNEY, R. I. Culture of Animal Cells: A Manual of Basic
Technique. 6. ed. NJ, USA: John Wiley and Sons, 2011.
HELGASON, C. D.; MILLER, C. Basic Cell Culture Protocols.[s.l.]
Humana Press, 2004.
PERES, C. M.; CURI, R.; PAFFARO, A. M. D. A.; MARTINS, A. K. A.;
PIMENTA, A.; GONÇALVES, C. R; MARTINS, E. F. Como cultivar
células, Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
PURDIE, K. J.; POURREYRON, C.; SOUTH, A. P. Cancer Cell Culture.
Totowa, NJ: Humana Press, v. 731, 2011.
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CAPÍTULO 8
CONTAGEM DE CÉLULAS
Rawny Galdino Gouveia
Marianna Vieira Sobral
1 INTRODUÇÃO
A contagem de células é um procedimento básico e fundamental
para a pesquisa científica que utiliza células em cultura para o
desenvolvimento de protocolos experimentais. Esse procedimento
permite estimar a taxa de crescimento das células na garrafa de cultivo,
avaliar a viabilidade celular e as condições de crescimento, além de
direcionar o planejamento dos possíveis experimentos nos quais as
células serão utilizadas (MACLEOD, 2004).
Neste capítulo, serão descritos em detalhes os procedimentos
necessários para a contagem manual de células por hemocitômetro,
um dos métodos mais utilizados pelos laboratórios de cultivo celular,
por possuir melhor custo benefício.
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Cultivo de células: da teoria à bancada
REFERÊNCIAS
ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. “Cultivo celular”. Rio de Janeiro:
Fiocruz, EPSJV, 2010.
LUCARINI, A. C.; SILVA, L. A.; BIANCHI, R. A. C. Um sistema para
contagem semiautomática de microorganismos. Revista pesquisa e
tecnologia FEI, São Bernardo do Campo, v. 26, p. 36-40, 2004.
MACLEOD, K. G. Essential Techniques of Cancer Cell Culture. In:
LANGDON, Simon, P. Methods in Molecular Medicine, vol. 88: Cancer
Cell Culture: Methods and Protocols. Totowa, NJ: Humana Press,
2004. p. 17-29
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CAPÍTULO 9
1 INTRODUÇÃO
O trabalho com cultivos celulares exige uma série de cuidados
que objetivam reduzir os riscos de contaminação. As técnicas assépticas
reduzem a probabilidade de infecção por microrganismos, desse modo,
é importante que sejam mantidas a todo momento (ALVES; GUIMARÃES,
2010; FREEDMAN et al., 2015). Ainda, é necessário que a contaminação
seja mantida a um mínimo possível para evitar interferência nos
resultados dos experimentos que comprometam sua reprodutibilidade
e confiabilidade.
Conhecer os principais agentes contaminantes presentes no
ambiente em que um laboratório de cultivo de células está inserido
é tão importante quanto o domínio das técnicas de cultivo celular.
Portanto, neste capítulo, serão abordados os tipos mais comuns de
contaminações que ocorrem em uma cultura de células.
2 AGENTES CONTAMINANTES
Diferentes tipos de contaminações podem acontecer
durante o cultivo celular, a saber, contaminação biológica, química
ou cruzada. Os principais contaminantes biológicos das culturas
celulares são vírus, fungos e bactérias (incluindo micoplasmas,
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Cultivo de células: da teoria à bancada
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Cultivo de células: da teoria à bancada
3 CONTAMINANTES BIOLÓGICOS
A contaminação biológica constitui um dos problemas mais
comuns em laboratórios. Nesse caso, a contaminação é introduzida
por meio de técnicas assépticas impróprias, materiais esterilizados
inadequadamente (pipetas, frascos de cultura, tubos, etc.) ou reagentes
contaminados (tampões, meios de cultura, tripsina, etc.) (GIBCO, 2016;
LANGDON, 2012). Esses contaminantes também são chamados de
agentes adventícios, visto que eles não surgem da própria cultura
celular e sim de fontes extrínsecas à cultura (BAUST et al., 2017).
Alguns desses agentes adventícios podem ser patogênicos
para seres humanos, e sua presença deve ser eliminada de linhagens
celulares em cultivo, assim como de qualquer cultura utilizada na
fabricação de produtos biológicos ou destinados ao uso humano ou
animal. O termo agente adventício não se aplica a vírus endógenos ou
latentes que são intrínsecos à linhagem celular (sendo codificados
no genoma celular e expressos em condições normais ou sob certas
condições de indução pela célula) (LANGDON, 2012).
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Cultivo de células: da teoria à bancada
também podem ser tóxicos para as células que estão sendo cultivadas
(BATES; WERNERSPACH, 2018).
Esses agentes são extremamente díficeis de serem detectados
em culturas celulares, e o uso de células infectadas com vírus representa
um risco sério à saúde para todos que frequentam o laboratório.
Infecções virais podem ser detectadas por microscopia eletrônica,
ensaios de ELISA ou pela técnica de PCR (ALVES; GUIMARÃES, 2010).
Nesse contexto, a presença de retrovírus (especialmente HIV ou
HTLV) nas linhagens celulares humanas primárias deve ser sempre
considerada ao manusear tais culturas celulares (BAUST et al., 2017).
4 CONTAMINAÇÃO CRUZADA
Em todas as ocasiões, uma célula que é mantida em laboratório
enfrenta o risco de contaminação com outra célula, particularmente as
linhagens celulares de crescimento rápido e contínuo. O primeiro caso
de contaminação cruzada na cultura de células foi relatado na década
de 1950 e, desde então, a contaminação cruzada continua sendo um
problema preocupante nos laboratórios de cultura de células, pois a
contaminação de uma linhagem celular com outra linhagem celular não
é facilmente detectável como a contaminação bacteriana ou fúngica
(ROUTRAY et al., 2016).
O Comitê Internacional de Autenticação de Linhagem
Celular(ICLAC) relata que cerca de 500 linhagens celulares
eucarióticas documentadas estão contaminadas com células de
outras linhagens (ICLAC, 2019). Um caso comum de contaminação
cruzada, e de fácil identificação, é a presença de células HeLa
(linhagem de adenocarcinoma de colo do útero humano), que forma
colônias de células arredondadas, em fibroblastos humanos normais,
com a forma orbital (Figura 5).
5 CONTAMINANTES QUÍMICOS
Os contaminantes químicos são derivados do manuseio ou
uso inadequado de reagentes e da cultura de células. Deve-se utilizar
substâncias próprias para cultura de células e com alto grau de pureza
(GIBCO, 2016).
A água é componente essencial na preparação de meios e
soluções, porém, constitui uma fonte potencial de impurezas que podem
afetar o crescimento de culturas in vitro. Para evitar contaminação por
compostos orgânicos voláteis, que permanecem após a destilação e
que inibem o crescimento das culturas, deve-se utilizar água ultrapura,
que consiste num sistema de purificação por filtração com carvão
ativado, colunas de troca iônica e filtros de acetato de celulose (ALVES;
GUIMARÃES, 2010).
Por fim, é importante ressaltar que a ocorrência de contaminação
química é atenuada por meio da adesão às melhores práticas de
manuseio de todos os materiais em uso, assim como por evitar o uso
de solventes voláteis nas incubadoras celulares.
REFERÊNCIAS
ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. “Cultivo celular”. Rio de Janeiro:
Fiocruz, EPSJV, 2010.
BATES M. K.; WERNERSPACH D. Entendendo as causas e
gerenciando riscos. Datamed, 2018. Disponível em: <https://
datamedweb.com.br/2018/08/contaminacao-em-cultura-de-
celulas/> Acesso em: 09 abr. 2020.
BAUST, J. M.; BUEHRING, G. C.; CAMPBELL, L.; ELMORE, E.; HARBELL,
J. W.; NIMS, R. W.; SIMIONE, F. Best practices in cell culture: an
overview. In: Vitro Cellular & Developmental Biology-Animal, v. 53,
n. 8, p. 669-672, 2017.
CREE, I. A. et al. (Ed.). Cancer cell culture: methods and protocols.
Humana Press, 2011.
FREEDMAN, L. P.; GIBSON, M. C.; ETHIER, S. P.; SOULE, H. R.; NEVE, R.
M.; REID, Y. A. Reproducibility: Changing the policies and culture of
cell line authentication. Nature Methods, v. 12, n. 6, p. 493-497, 2015.
GIBCO. Cell Culture Basics. Thermo Fisher Scientific, p. 20-27, 2016.
Disponível em: <https://www.thermofisher.com/br/en/home/life-
science/cell-culture/cell-culture-learning-center/gibco-education.
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HANDLING SOLUTIONS. Contamination in Cell Culture, 2020.
Disponível em: <https://handling-solutions.eppendorf. com/cell-
handling/contamination/introduction/> Acesso em: 13 abr. de 2020.
ICLAC. Register of Misidentified Cell Lines, 2019. Disponível em:
<https://iclac.org/databases/cross-contaminations/> Acesso em: 1
abr. 2020.
LANGDON, S. P. Cancer cell culture. Humana, 2010.
MAHMOOD, A.; ALI, S. Microbial and viral contamination of animal
and stem cell cultures: common contaminants, detection and
elimination. J. Stem Cell Res. Ther., v. 2, p. 00078, 2017.
INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO
DA VIABILIDADE CELULAR
Camyla Caroliny Neves de Andrade
Marianna Vieira Sobral
1 INTRODUÇÃO
A determinação da viabilidade celular é uma etapa
imprescindível na avaliação e triagem de novos compostos candidatos
a fármacos, bem como na seleção de suspensões celulares contendo
um maior número de células viáveis antes da realização de ensaios
específicos. Além disso, o domínio destas técnicas básicas é
fundamental para as mais diversas áreas, desde a pesquisa básica
até as áreas aplicadas em saúde, biotecnologia, indústria, etc.
Neste capítulo serão descritas as etapas comuns de preparação
da cultura celular e tratamento com as amostras teste, de forma
prática e detalhada, visando a realização de testes de viabilidade
celular como o ensaio de exclusão do azul de Tripan. Nos próximos
capítulos, serão apresentados os testes mais comumente utilizados
em laboratórios de cultivo celular.
3.2.1 Material
3.2.2 Protocolo
Figura 4 – Células HepG2 viáveis (setas pretas) e não viáveis (setas brancas)
marcadas com o azul de Tripan. Escala: 50 μm
REFERÊNCIAS
BROCKMANN, T.; BLANCHARD, V.; HERETSCH, P.; BROCKMANN, C.;
BERTELMANN, E. Photochemical degradation of trypan blue. PloS
one, v. 13, n. 4, 2018.
CHAN, L. L. Y.; RICE, W. L.; QIU, J., Observation and quantification
of the morphological effect of trypan blue rupturing dead or dying
cells. PloS one, v. 15, n. 1, p.e0227950, 2020.
CROWLEY, L. C.; MARFELL, B. J.; CHRISTENSEN, M. E; WATERHOUSE,
N. J. Measuring cell death by trypan blue uptake and light
microscopy. Cold Spring Harbor Protocols, v. 2016, n. 7, pp.pdb-
prot087155, 2016.
LIU, J. J.; GAO, D.; MAO, S.; LIN, J-M. A microfluidic photolithography
for controlled encapsulation of single cells inside hydrogel
ENSAIO DE CAPTAÇÃO
DO VERMELHO NEUTRO
Camyla Caroliny Neves de Andrade
Marianna Vieira Sobral
1 INTRODUÇÃO
O vermelho neutro (VN) é um dos corantes mais empregados
em pesquisas e exames médicos. Ele pode ser utilizado como
corante histológico, indicador de pH e, principalmente, por ser
considerado também um corante vital, é bastante utilizado na
avaliação da viabilidade celular em ensaios de citotoxicidade de
diversos compostos químicos (PATHROSE et al., 2017; NABLO et al.,
2019; VAHEDI et al., 2018).
Neste capítulo serão introduzidos os princípios fundamentais
do uso do VN em cultivo de células, apresentando-se um protocolo
detalhado de sua utilização visando ensaios de avaliação de
viabilidade celular.
2 FUNDAMENTAÇÃO DO ENSAIO
O ensaio de captação do vermelho neutro é baseado na capacidade
das células viáveis de incorporar e reter o VN no interior dos lisossomos
(MELLO et al., 2020).
O vermelho neutro (VN) (cloridrato de 3-amino-7-dimetilamino-
2-metilfenazina) é um corante catiônico eurodina, solúvel em água,
pertencente à classe de corantes com estrutura fundamental fenazina.
e células mortas (ATES et al., 2017; REPETTO; DEL PESO; ZURITA, 2008;
SOUZA et al., 2011).
A viabilidade celular é quantificada por espectrofotometria
após a extração do corante acumulado no interior das células
utilizando uma solução alcoólica acidificada, sendo a quantidade
de corante incorporado diretamente proporcional à quantidade de
células viáveis (PEREZ et al., 2017; NABLO et al., 2019). Portanto, a
redução na viabilidade celular é expressa como uma redução da
captação do VN após a exposição à amostra em teste, representando
assim uma estimativa sensível da integridade celular e da inibição
do crescimento (MANNERSTRÖM et al., 2017). Adicionalmente,
pesquisas mostram que algumas células, a exemplo das células
cancerígenas, possuem uma absorção diferenciada de vermelho
neutro em comparação com células normais, o que possibilita uma
distinção entre elas (VAHEDI et al., 2018).
O VN é capaz de induzir toxicidade aguda quando ingerido,
podendo causar irritações na pele e mucosas (olho, pele, trato
respiratório). Além disso, possui risco biológico associado como
agente carcinogênico, portanto, deve ser manipulado seguindo-se os
procedimentos de biossegurança descritos no Capítulo 4.
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Material
A seguir, estão elencados os materiais necessários para
realização do ensaio do VN:
3.2 Protocolo
A seguir, detalha-se o protocolo para a realização do ensaio do
VN (Figura 3):
Legenda: Após incubação com a amostra teste deve-se remover o meio presente
na placa. Em seguida, adicionar 100 µL da solução de vermelho neutro (40 µg mL-
1
) e incubar a placa por 2 horas. Decorrido o tempo de incubação, a placa deve ser
lavada com 150 µL de PBS, seguida da adição de 150 µL da solução descorante
de vermelho neutro. Posteriormente, deve-se manter a placa em agitação por 10
minutos e realizar a leitura da absorbância em espectrofotômetro.
REFERÊNCIAS
ATES, G.; VANHAECKE, T.; ROGIERS, V.; RODRIGUES, R. M. Assaying
cellular viability using the neutral red uptake assay. In Cell Viability
Assays. p. 19-26. Humana Press, New York, NY. 2017.
BAYDYUK, M.; CHA, D. S.; HU, J.; YAMAZAKI, R.; MILLER, E. M.; SMITH,
V. N.; KELLY, K. A.; HUANG, J. K. Tracking the evolution of CNS
remyelinating lesion in mice with neutral red dye. Proceedings of
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BULGARELLI, D. L.; TING, A. Y.; GORDON, B. J.; DE SÁ ROSA, A. C.
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GEORGE, M.; MUNEERA, C.I.; SINGH, C. P.; BINDRA, K. S.; OAK, S.
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LEMOS, R. C., 2018. Testes de citotoxicidade in vitro no controle da
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Vigilância Sanitária). Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
MANNERSTRÖM, M.; TOIMELA, T.; SARKANEN, J. R.; HEINONEN, T.
Human BJ fibroblasts is an alternative to mouse BALB/c 3T3 cells in
in vitro neutral red uptake assay. Basic & clinical pharmacology &
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MELLO, D. F.; TREVISAN, R.; RIVERA, N.; GEITNER, N. K.; DI GIULIO,
R. T.; WIESNER, M. R.; HSU-KIM, H.; MEYER, J. N. Caveats to the
use of MTT, neutral red, Hoechst and Resazurin to measure silver
nanoparticle cytotoxicity. Chemico-biological interactions, v. 315,
p. 108868, 2020.
1 INTRODUÇÃO
O ensaio de redução do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-
il)-2,5-difenil tetrazólio (MTT) é um método colorimétrico que mede
indiretamente a citotoxicidade, proliferação ou viabilidade celular. Este
teste foi inicialmente proposto por Mosmann (1983), sendo considerado
até os dias de hoje como um dos ensaios mais utilizados no mundo
inteiro, devido ao seu bom custo benefício.
Neste capítulo serão apresentados os fundamentos do teste do
MTT bem como a descrição detalhada de um protocolo de execução
desta técnica.
2 FUNDAMENTAÇÃO DO ENSAIO
O MTT é um sal de cor amarela e solúvel em água (KUMAR;
NAGARAJAN; UCHIL, 2018). Por ter uma carga residual positiva, essa
molécula é permeável às membranas celulares (STEPANENKO;
DMITRENK, 2015) e, no interior das células viáveis, o MTT é reduzido aos
cristais de formazan, de cor púrpura, insolúveis em água, após clivagem
do anel tetrazólio mediada por enzimas, tais como as desidrogenases
mitocondriais (Figura 1).
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Material
A seguir, estão elencados os materiais necessários para
realização do ensaio do MTT:
• Microplaca de 96 poços;
• Micropipetas e ponteiras de diferentes volumes;
• Centrífuga refrigerada;
• Leitor de microplacas;
• Agitador de microplacas;
• Dimetilsulfóxido (DMSO);
• Meio de cultivo celular;
• Solução de MTT (5 mg/mL em PBS);
• Solução SDS/HCL 0,01 N.
3.2 Protocolo
A seguir, detalha-se o protocolo para a realização do ensaio do
MTT (Figura 3):
Legenda: Após incubação com a substância teste, a placa deve ser centrifugada
e, em seguida, deve-se remover parte do sobrenadante. Posteriormente, o
MTT deve ser adicionado e a placa incubada por 3-4 h. Decorrido o tempo de
incubação, deve-se adicionar o SDS/HCl, seguido de agitação da placa overnight.
Posteriormente, deve-se realizar a leitura da absorbância em espectrofotômetro
REFERÊNCIAS
ALLEY, M. C., SCUDERIO, D. A., MONKS, A., HURSEY, M. L.,
CZERWINSKY, M. J., FINE, D. L., ABBOTT, B. J., MAYO, J. G.,
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n. 2, p. 171-177, 2006.
HAYON, T.; DVILANSKY, A.; SHPILBERG, O.; NATHAN, I. Appraisal
of the MTT-based assay as a useful tool for predicting drug
chemosensitivity in leukemia. Leukemia & lymphoma, v. 44, n. 11,
p. 1957-1962, 2003.
KUMAR, P.; NAGARAJAN, A.; UCHIL, P. D. Analysis of cell viability by
the MTT assay. Cold Spring Harbor Protocols, v. 2018, n. 6, p. pdb. prot
095505, 2018.
ENSAIO DA SULFORODAMINA B
Sâmia Sousa Duarte
Rafael Carlos Ferreira
Juan Carlos Ramos Gonçalves
1 INTRODUÇÃO
O ensaio da Sulforodamina B foi descrito em 1990 por Skehan
e colaboradores (SKEHAN et al., 1990) e permanece como um dos
principais métodos utilizados atualmente na triagem citotóxica in
vitro de novos compostos (GUPTA et al., 2017; TENG et al., 2018; RAUT
et al., 2018; SAADULLAH et al., 2020). Esta técnica possui bom custo
benefício, podendo ser realizada pela maioria dos laboratórios de cultivo
de células.
Neste capítulo, serão demonstrados os fundamentos do ensaio
de avaliação da viabilidade celular pela Sulforodamina B (SRB), bem
como um passo a passo ilustrativo a respeito desta técnica.
2 FUNDAMENTAÇÃO DO ENSAIO
O método colorimétrico descrito tem como princípio a utilização
da Sulforodamina B (C27H30N2O7S2), também conhecida por vermelho
Kiton 620. Trata-se de um corante aminoxanteno aniônico (Figura 1)
de coloração avermelhada, que, sob condições ligeiramente ácidas, é
capaz de se ligar estequiometricamente aos resíduos de aminoácidos
básicos presentes nos constituintes proteicos das células (KUETE;
KARAOSMANOGLU; SIVAS, 2017).
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Material
A seguir, estão elencados os materiais necessários para a
realização do ensaio da sulforodamina B:
• Microplaca de 96 poços;
• Micropipetas e ponteiras de diferentes volumes;
• Leitor de microplacas;
• Ácido tricloroacético (TCA) a 20 %;
• Água destilada;
• Sulforodamina B (SRB) a 0,1%;
• Ácido acético a 1%;
• Tris Base a 10 mM.
3.2 Protocolo
A seguir, detalha-se o protocolo para a realização do ensaio da
sulforodamina B (Figura 3):
REFERÊNCIAS
HOUGHTON, P.; FANG, R.; TECHATANAWAT, I.; STEVENTON, G.;
HYLANDS, P. J.; LEE, C. C. The sulphorhodamine (SRB) assay and
other approaches to testing plant extracts and derived compounds
for activities related to reputed anticancer activity. Methods, v. 42, n.
4, p. 377-387, 2007.
KEEPERS, Y. P.; PIZAO, P. E.; PETERS, G. J.; ARK-OTTE, J. V.;
WINOGRAD, B.; PINEDO, H. M. Comparison of the Sulforhodamine B
Protein and Tetrazolium (MTT) Assays for in vitro Chemosensitivity
Testing. European journal of cancer, v. 27, n. 7, p. 897-900, 1991.
KUETE, V.; KARAOSMANOGLU, O.; SIVAS, H. Anticancer Activities of
African Medicinal Spices and Vegetables. In: HALEY, Mica. Medicinal
Spices and Vegetables from Africa. Therapeutic Potential Against
Metabolic, Inflammatory, Infectious and Systemic Diseases.
Academic Press, Elsevier, London, United Kingdom, 2017, p. 271- 297.
ORELLANA, E. A.; KASINSKI, A. L. Sulforhodamine B (SRB) Assay in
Cell Culture to Investigate Cell Proliferation. Bio-protocol, v. 6, n. 21,
e1984, 2016.
RAUT, D. G.; PATIL, S. B.; KADU, V. D.; HUBLIKAR, M. G.; BHOSALE, R.
B. Synthesis of Asymmetric 1-Thiocarbamoyl Pyrazoles as Potent
Anti- Colon Cancer, Antioxidant and Anti-Inflammatory Agent. Anti-
cancer agents in medicinal chemistry, v. 18, n. 15, p. 2117-2123, 2018.
RUBINSTEIN, L. V.; SHOEMAKER, R. H.; PAULL, K. D.; SIMON, R. M.;
TOSINI, S.; SKEHAN, P.; SCUDIERO, D. A.; MONKS, A.; BOYD, M. R.
Comparison of In Vitro Anticancer-Drug-Screening Data Generated
With a Tetrazolium Assay Versus a Protein Assay Against a Diverse
Panel of Human Tumor Cell Lines. Journal of the National Cancer
Institute, v. 82, n. 13, p. 1113-1118, 1990.
SAADULLAH, M.; ASIF, M.; CH, B. A.; YASEEN, H. S.; UZAIR, M.;
AFZAL, K. Isolation, Characterization and Preliminary Cytotoxic and
Antifungal Evaluations of Novel Lancifoliate Isolated from Methanol
1 INTRODUÇÃO
Há vários anos foi demonstrado que a perda da capacidade de
transporte e da integridade física da membrana plasmática é uma das
características típicas presentes em células mortas, o que permite
diferenciá-las das células viáveis (DARZYNKIEWICZ; LI; GONG, 1994;
HORAN; KAPPLER, 1977).
A marcação com iodeto de propídeo é utilizada principalmente
com o objetivo de mensurar a viabilidade celular, relacionada com a
diminuição da permeabilidade de membrana plasmática, possibilitando
inferir indiretamente o potencial de drogas com atividade citotóxica
(DENGLER et al., 1995; WROBEL et al., 1996)which can be performed
in microtiter plates using a fluorescence plate scanner. The method
is based on the binding of propidium iodide (PI.
Portanto, este capítulo tem como objetivo apresentar a técnica
de incorporação do iodeto de propídeo, para fins de determinação
da viabilidade celular. Para tanto, será apresentado um protocolo
detalhando o passo a passo desta técnica de grande importância.
2 FUNDAMENTAÇÃO DO ENSAIO
O iodeto de propídeo (C27H34I2N4) (Figura 1) é uma molécula
fluorescente capaz de se ligar aos ácidos nucleicos (principalmente
DNA), intercalando-se entre pequenas sequências de bases nucleotídicas
(MULLEN, 2004).
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Material
A seguir, estão elencados os materiais necessários para
realização do ensaio do IP:
3.2 Protocolo
A seguir, detalha-se o protocolo para a realização do ensaio
do IP (Figura 3):
Legenda: Após incubação com a substância teste, a placa deve ser centrifugada e
o sobrenadante removido. Em seguida, ressuspender as células em PBS e transferir
a suspensão para tubos de citometria ou lâminas de microscopia. Adicionar o iodeto
de propídeo (IP) e incubar as amostras por 15 min, à 25 °C, no escuro. A leitura deve
ser realizada em 600 – 700 nm, utilizando filtros/equipamentos adequados.
REFERÊNCIAS
CROWLEY, L. C.; MARFELL, B. J.; SCOTT, A .P.; WATERHOUSE, N.
J. Quantitation of apoptosis and necrosis by annexin V binding,
propidium iodide uptake, and flow cytometry. Cold Spring Harbor
Protocols, v. 2016, n. 11, p. 953-957, 2016b.
CROWLEY, L. C.; SCOTT, A. P.; MARFELL, B. J.; BOUGHABA, J. A.;
CHOJNOWSKI, G. Measuring cell death by propidium iodide uptake
and flow cytometry. Cold Spring Harbor Protocols, v. 2016, n. 7,
p. 647-651, 2016a.
DARZYNKIEWICZ, Z.; BEDNER, E.; SMOLEWSKI, P. Flow cytometry in
analysis of cell cycle and apoptosis. Seminars in Hematology, v. 38,
n. 2, p. 179-193, 2001.
DARZYNKIEWICZ, Z.; LI, X.; GONG, J. Assays of Cell Viability:
Discrimination of Cells Dying by Apoptosis. Methods in Cell Biology,
v. 41, n. C, p. 15-38, 1994.
DENGLER, W.A.; SCHULTE, J.; BERGER, D. P.; MERTEISMANN, R.;
FIEBIG, H. H. Development of a propidium iodide fluorescence assay
for proliferation and cytotoxicity assays. Anti-cancer drugs, v. 6,
p. 522-532, 1995.
FRESHNEY, R.I. Quantitation. In: FRESHNEY, R. Ian. Culture of Animal
Cells: A Manual of Basic Technique and Specialized Applications.
Sixth Edition. Hoboken, New Jersey: Wiley-Blackwell, 2010.
p. 335-363.
HORAN, P. K.; KAPPLER, J. W. Cell preparation Antiserum and
complement Treatment with antiserum and complement. v. 18,
p. 309-316, 1977.
KRISHAN, A. Rapid flow cytofluorometric analysis of mammalian
cell cycle by propidium iodide staining. The Journal of cell biology,
v. 66, n. 1, p. 188-193, 1975.
Material
1. 8 g de Cloreto de Sódio (NaCl)
2. 0,2 g de Cloreto de Potássio (KCl)
3. 1,44 g de Fosfato Dissódico (Na2HPO4)
4. 0,24 g de Fosfato Monopotássico (KH2PO4)
Procedimento
1. Pesar todos os produtos
2. Dissolver em 800 mL de água destilada
3. Ajustar o pH para 7,4
4. Completar 1 L com água destilada
5. Filtrar e autoclavar
Material
1. Azul de Tripan
2. PBS
Procedimento
1. Pesar 0,4g de Azul de Tripan
2. Diluir em 10 mL de PBS
3. Filtrar a solução
Material
1. Corante vermelho neutro;
2. Solução tampão fosfato (PBS) estéril;
3. Papel alumínio.
Procedimento
1. Pesar 40 mg de corante vermelho neutro;
2. Em fluxo laminar, dissolver o corante vermelho neutro pesado em 10
mL de PBS autoclavado;
3. Armazenar até 2 meses em temperatura ambiente (20-30 °C)
protegida da luz por papel alumínio.
Material
1. Solução de estoque do vermelho neutro (4 mg mL-1);
2. Meio de cultura suplementado;
3. Tubo de centrifugação tipo falcon estéril.
Procedimento
1. Em tubos de centrifugação e em condições estéreis, diluir 1:100 da
solução estoque de vermelho neutro com meio de cultura, ou seja, 12
mL de meio mais 0,12 mL da solução estoque por placa;
2. Incubar durante a noite à 37 °C.
OBS.: O meio vermelho neutro deve ser preparado no dia anterior
ao uso.
Material
1. Água deionizada;
2. Ácido acético glacial;
3. Etanol a 96%;
Procedimento
1. Preparar 10 mL de água, 10 mL de etanol 96% e 0,2 mL de ácido
acético glacial.
Material
1. Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazólio (MTT);
2. Solução tampão fosfato (PBS) estéril;
3. Papel alumínio.
Procedimento
1. Pesar 50 mg de MTT;
2. Em fluxo laminar, dissolver o MTT pesado em 10 mL de PBS
autoclavado;
3. Homogenizar bem;
4. Sugestão: Aliquotar o volume preparado em alíquotas de 1 mL em
eppendorfs, envolvidos em papel alumínio para evitar a incidência
de luz (o MTT é fotossensível).
5. Congelar.
Material
1. Água destilada;
2. Ácido clorídrico (HCl) a 37%;
3. Dodecil sulfato de sódio (SDS);
Procedimento
1. Adicionar 200 µL de HCl a 37% a 180 mL de água destilada, sob
agitação;
2. Para evitar a formação de espuma, adicionar lentamente 20 g de
SDS a preparação de água destilada/HCl;
3. Após total dissolução do SDS, adicionar água q.s.p 200 mL.
Material
1. Tripsina (0,25 %);
2. EDTA (0,04 %);
3. Solução tampão fosfato (PBS) estéril;
Procedimento
1. Pesar a tripsina (0,25 g) e o EDTA (0,04 g);
2. Em fluxo laminar, dissolver os reagentes pesados em 100 mL de
PBS estéril (OBS.: o volume final pode ser alterado conforme as
necessidades experimentais, seguindo a proporção anteriormente
indicada);
3. Homogeneizar bem;
4. Filtrar a solução através de um filtro (0,22 µm) acoplado à seringa;
5. Sugestão: A solução deve ser aliquotada em pequenos
volumes (exemplo: 1 mL), em microtubos do tipo eppendorf.
Preferencialmente, este reagente não deve ser descongelado
e congelado novamente, pois este processo pode alterar sua
atividade;
6. Armazenar no freezer (-20 °C).
Material
Procedimento
6. Pesar 10 mg de IP;
7. Em fluxo laminar, acrescentar 10 mL de água destilada ou milli-Q
(concentração final: 1 mg/mL);
8. Homogeneizar bem e aliquotar em pequenos volumes, em
microtubos tipo eppendorf envolvidos com papel alumínio
(aproximadamente 100 µL/eppendorf);
Obs.: Preferencialmente, este reagente não deve ser descongelado
e congelado novamente, pois este processo pode alterar sua
atividade. Proteger da luz envolvendo os eppendorfs com papel
alumínio, pois o IP é fotossensível.
9. Armazenar no freezer (-20 °C).