Processo Civil III - Manutenção de Posse
Processo Civil III - Manutenção de Posse
Processo Civil III - Manutenção de Posse
Imbituba
II.DO DIREITO
Assim, a medida judicial apropriada para defesa do “jus possessório” do
autor, violado pelo réu, é a ação de manutenção de posse, senão vejamos:
“Considera-se possuidor todo aquele, que tem de fato o exercício, pleno,
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. (art. 1196 do Código Civil)
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado. Art. 1210 do CC.
O objeto da ação de manutenção na posse é a desistência da turbação e a
indenização do dano causado.
Neste mesmo sentido, manifestam-se a doutrina e jurisprudência:
“São-lhes pressupostos; a posse; que não sucumba
com o ato turbativo; a turbação que é todo ato
praticado contra a vontade do possuidor, que lhe
perturbe o gozo da coisa possuída, sem dela a
desapossar.
A turbação pode ser Positiva, como a invasão do
terreno alheio, o corte de arvores nele praticado
sem direito; ou Negativa, como se o turbador
impede o possuidor de praticar atos decorrentes
de sua posse.” (CLÓVIS BEVILÁQUA – Direito
das Coisas, Vol. 1º, parág. 20, págs. 67 e 68).
V.DA LIMINAR
Conforme foi exposto na narração fática, a posse do Requerente
encontra-se atualmente sofrendo agressão incessante com o avanço das obras realizadas
pelo requerido.
Essa intenção de construir e o fato de o terreno já ter sido aplainado cessa
o pleno gozo do imóvel que o requerente é possuidor e proprietário pois o avanço é
significativo.
Ainda, com base nos fatos narrados, como também no boletim de
ocorrência anexo, percebe-se que há resistência do requerido em retirar os materiais do
local e, no mais, todas as tentativas de acordo com o requerido não lograram êxito haja
vista sua relutância para com o caso.
Deste modo, encontra-se o requerente limitado no que tange ao uso do
seu imóvel, pois este está sendo tomado de forma que ao final da construção o
requerente passe a dispor somente de sua residência e não mais do resto do seu terreno.
Para a concessão de medida liminar, se faz necessário a comprovação de
dois requisitos: Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora. O que ficará devidamente
comprovado.
É clarividente que o que se solicita é mais do que uma simples aparência
de um bom direito, haja vista a comprovação de que é ao mesmo tempo proprietário e
possuidor do bem que está sendo turbado com todos os documentos que comprovam o
alegado, como ficou evidente na leitura desta exordial até aqui e que este por figurar
como possuidor do bem tem total proteção legal quanto a permanência na posse do bem
e a proteção deste contra qualquer tipo de perturbação que possa vir a ocorrer.
Deste modo, é um direito do requerente se ver livre desta turbação por
ser dele a coisa em que seu uso produz efeitos Erga Ominis. Fazendo assim
concretizado o fumus boni iuris.
Ao decorrer do lapso temporal em que fica restringido de sua posse
completa, o Requerente não pode efetuar qualquer mudança no terreno como edificar
uma construção, reforma do bem etc, pois se encontra obstado pelo turbador.
Não bastasse esta situação, o bem pode sofrer desvalorização em razão
da construção o que pode limitar fisicamente quanto ao uso por seu possuidor e
proprietário e economicamente, pois o requerente terá sérios prejuízos quando for, de
alguma forma, demolir a construção caso ela seja edificada, ou tentar vender ou praticar
qualquer negócio jurídico que tenha como objeto este imóvel que sofre de turbação.
Faz-se assim, presente o periculum in mora.
Dessa forma, a resposta tardia do judiciário faz o requerente suportar
resultados negativos que não deveria, desta toada, faz-se imprescindível a concessão de
liminar ordenando a manutenção da posse conforme supedâneo no art. 562. Posto que
fora preenchidos os pressupostos do art. 561 do CPC.
VI.DO PEDIDO
Estando a inicial devidamente instruída, o autor solicita que Vossa
Excelência se digne de tomar as seguintes providencias:
a)Que Vossa Excelência dê total procedência a ação condenando a liminar de
manutenção da posse, e, em caso de haver alguma edificação no local, a demolição da
construção;
b)Que depois de cumprida a liminar, insta a citação do requerido para, no prazo de 15
dias, querendo, conteste a ação;
c)Que seja condenada a parte requerida a não fazer novas turbações, sob pena de
pagamento de multa, por cada uma, no importe de R$ 1.000,00 (mil reais);
d)Pede, outrossim, que seja o requerido condenado o pagamento de honorários
advocatícios e custas processuais, esses arbitrados no percentual de 20% (vinte por
cento) sobre o valor do proveito econômico advindo ao autor (CPC, art. 85, §2º);
e)Entende o autor que o resultado da demanda prescinde de produção de provas, tendo
em conta a prova documental colacionada aos autos. Todavia, ressalta o mesmo que,
caso esse não seja o entendimento de Vossa Excelência, protesta provar o alegado por
todos os meios de prova em direito admitido, sobretudo com a oitiva das testemunhas
ora arroladas, perícia, depoimento pessoal do Promovido, o que desde já requer.
Concede-se à causa o valor de 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), correspondente
ao valor do imóvel em questão (CPC, art. 292, inc. III)