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Patologia 2 Casos

O documento descreve manchas de bolor nos tectos de habitações sob uma cobertura inclinada devido à falta de isolamento térmico e ventilação. Medições mostraram ventilação e aquecimento insuficientes. As soluções propostas incluem isolar o tecto, criar um sistema de ventilação permanente e reforçar o aquecimento. O documento também descreve a degradação do revestimento de fibrocimento de uma cobertura devido ao envelhecimento prematuro dos materiais. Uma solução proposta é substituir

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Patologia 2 Casos

O documento descreve manchas de bolor nos tectos de habitações sob uma cobertura inclinada devido à falta de isolamento térmico e ventilação. Medições mostraram ventilação e aquecimento insuficientes. As soluções propostas incluem isolar o tecto, criar um sistema de ventilação permanente e reforçar o aquecimento. O documento também descreve a degradação do revestimento de fibrocimento de uma cobertura devido ao envelhecimento prematuro dos materiais. Uma solução proposta é substituir

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Cobertura Inclinada – Condensações Superficiais

FICHA
MANCHAS DE BOLOR NOS TECTOS DAS HABITAÇÕES SOB O DESVÃO
VENTILADO DE UMA COBERTURA INCLINADA 01.1
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA INCLINADA , TECTO SOB DESVÃO, MANCHAS DE BOLOR, CONDENSAÇÕES
SUPERFICIAIS, ISOLAMENTO TÉRMICO, VENTILAÇÃO, AQUECIMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


Os tectos dos compartimentos das habitações, sob o desvão Procedeu-se à medição da temperatura e humidade relativa do
ventilado da cobertura inclinada de um edifício de habitação, ar e do caudal de ventilação dos quartos das habitações, sob o
apresentavam manchas de bolor acentuadas. desvão ventilado da cobertura inclinada.
O desvão ventilado da cobertura não apresentava isolamento Verificou-se que a ventilação era insuficiente, bem como não
térmico. havia um aquecimento adequado das habitações.
As habitações não dispunham de um sistema de ventilação As pontes térmicas (topo de laje, vigas e pilares) não tinham
permanente, apenas existindo dispositivos de exaustão sido tratadas.
mecânica de ar na cozinha e nas instalações sanitárias. O desvão ventilado da cobertura não apresentava isolamento
térmico.

15,4 88

Humidade Relativa (%)


15,2 HR 86
Temperatura (ºC)

15 84
14,8 82
14,6 80
14,4 T 78
14,2 76
14 74
13,8 72
15-03-2002 16-03-2002 17-03-2002 18-03-2002 19-03-2002

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de bolor surgiram devido ao fenómeno de A minimização do problema de desenvolvimento de manchas
condensações superficiais que ocorreu nos tectos dos de bolor nos tectos dos compartimentos das habitações, sob o
compartimentos sob o desvão da cobertura, resultante, desvão, devido ao fenómeno de condensações superficiais,
principalmente, da ausência de isolamento térmico e da passaria pelo isolamento térmico do tecto, pela criação de um
ventilação insuficiente das habitações. sistema de ventilação geral e permanente e pelo reforço do
Na envolvente das habitações, este fenómeno ocorre quando aquecimento das habitações.
se verificam uma ou mais das seguintes condições: O isolamento do tecto poderia ser aplicado, em contínuo,
 Ausência de aquecimento do ambiente interior ou sobre a laje horizontal, no desvão, podendo ser constituído
aquecimento insuficiente e intermitente; por painéis rígidos de lã mineral (> 70 kg/m3). Na
 Deficiente isolamento térmico da envolvente; impossibilidade de isolar pelo exterior, o tecto dos fogos
 Produção de vapor de água no interior da poderia ser isolado pelo interior, aplicando placas de gesso
habitação/compartimento significativa; cartonado associadas a isolamento térmico.
 Ventilação insuficiente; O aquecimento do interior das habitações deveria garantir uma
 Higroscopicidade inadequada dos revestimentos temperatura superior a 18 ºC.
interiores. O caudal de ventilação deveria ser permanente e da ordem de
Os esporos que existem no ar desenvolvem-se sempre que se 0,8 renovações por hora.
verifique uma temperatura e humidade adequada.

Te<4ºC

A’ A Painéis rígidos de lã
mineral
Desvão não
acessível ventilado

Ti=18ºC Tsi<Tpo Laje de tecto


[107]
Tpo
HR=75%

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 81


Cobertura Inclinada – Envelhecimento dos Materiais
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM CHAPA DE FIBROCIMENTO
DA COBERTURA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 01.2
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA INCLINADA, CHAPA DE FIBROCIMENTO, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO,
ENVELHECIMENTO DOS MATERIAIS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em chapa de fibrocimento da cobertura Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
inclinada de um edifício de habitação apresentava-se cobertura, tendo-se verificado que:
degradado, sendo visíveis manchas associadas ao
 A estrutura de suporte do revestimento era constituída por
desenvolvimento de microorganismos e a fissuração pontual
vigotas pré-esforçadas de betão apoiadas em muretes de
das chapas.
tijolo;
Os acessórios de fixação apresentavam-se também
degradados.  No remate com os elementos verticais do contorno
(chaminés e paredes emergentes) foi aplicada uma rufagem
metálica.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do revestimento em chapas de fibrocimento e Seria necessário proceder à substituição do revestimento
dos elementos de fixação deveu-se ao envelhecimento existente, bem como dos acessórios de fixação e de remate
prematuro dos materiais face às solicitações de carácter com os elementos do contorno.
higrotérmico. A aplicação de novas chapas de fibrocimento seria possível,
A proximidade do edifício do mar contribuiu para a rapidez desde que sem amianto.
do processo de degradação. Os elementos de fixação das chapas à estrutura deveriam ser
aplicados a meio das sobreposições transversais e incluir uma
anilha de estanquidade, sendo necessário a aplicação de um
complemento de estanquidade nas sobreposições transversais.
Em alternativa, a aplicação de painéis do tipo “sandwich”,
constituídos por duas chapas metálicas e por um núcleo
central preenchido por poliuretano, devendo o sistema ser
homologado, seria também adequada.

82 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura Inclinada – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NA PAREDE SOB A COBERTURA COM
REVESTIMENTO EM CHAPA METÁLICA DE UM PAVILHÃO 01.3
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA INCLINADA, CHAPA METÁLICA, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES, REMATE
COM A FACHADA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A superfície da parede sob a cobertura com revestimento em Realizaram-se sondagens para apreciar a configuração da
chapa metálica de um pavilhão industrial apresentava cobertura e da ligação do revestimento com os elementos do
manchas de humidade, nas zonas sob a ligação das chapas contorno, nomeadamente as paredes emergentes.
com a fachada. Verificou-se que a fachada emergente era constituída por
alvenaria de tijolo vazado (0,15 m).
As chapas metálicas encontravam-se fixas a uma estrutura
metálica.
A ligação das chapas metálicas com a parede emergente foi
simplesmente masticada, não tendo sido aplicada rufagem
adequada (ver figura).

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas deveram-se a Para tratamento da patologia teria de se proceder à correcção
infiltrações que resultaram da degradação do tratamento da do remate das chapas metálicas de revestimento da cobertura
ligação das chapas metálicas com a parede emergente. com a fachada emergente, devendo ser aplicada uma rufagem
A inexistência de uma rufagem adequada contribuiu para a metálica.
patologia observada. A impermeabilização da superfície vertical da fachada seria
também vantajosa.

Mastique
Rufagem
metálica

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 83


Cobertura em Terraço Não Acessível - Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM CHAPA DE ZINCO DE UMA
COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL 02.1
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, CHAPA DE ZINCO, DEGRADAÇÃO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS, BARREIRA PÁRA-VAPOR, VENTILAÇÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em chapa de zinco da cobertura em terraço Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
não acessível de um edifício de habitação apresentava cobertura, tendo-se verificado que o revestimento em chapa
perfurações. de zinco se encontrava aplicado sobre a camada de isolamento
Eram também visíveis manchas de corrosão na superfície térmico da cobertura, constituída por placas de aglomerado
interior da chapa de zinco, nas zonas de contacto do zinco expandido de cortiça.
com o suporte constituído por isolamento térmico. Sobre a laje de betão foi aplicada uma camada de forma
constituída por betão celular.
Efectuaram-se ensaios sobre amostras da chapa de zinco e das
camadas que constituíam a cobertura para determinação do
teor de humidade das amostras e análise química do processo
de corrosão.
Verificou-se que o comportamento da face inferior do zinco
era muito diferente nas zonas ventiladas (nervuras) e nas zonas
em contacto directo com o isolamento térmico, onde eram
visíveis as perfurações.

Chapa de zinco
Isolamento térmico
Camada de regularização

Camada de forma
(betão celular)

Camada de suporte
(Betão)

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A perfuração das chapas de zinco teve origem, A ventilação da superfície interior do revestimento em zinco
essencialmente, num processo de corrosão originado pelos teria de ser garantida, pelo que teria de ser criado um espaço
cloretos e sulfatos provenientes do aglomerado de cortiça e de ar ventilado, o que implicaria a aplicação de uma estrutura
do betão celular da camada de forma da cobertura. de suporte, constituída, por exemplo, por elementos de
A presença de água líquida no interior da cobertura deveu-se madeira, onde deveriam ser fixadas as chapas de zinco.
à condensação do vapor de água que, por difusão, atravessava Sob a camada de isolamento térmico deveria ser aplicada uma
os elementos que a compunham. Numa primeira fase, a barreira pára-vapor.
grande quantidade de vapor de água condensado teve origem
na secagem do betão celular. Numa segunda fase, o processo
de difusão foi gerado pelo gradiente de pressão entre o
interior e o exterior.
Como o revestimento em zinco foi aplicado sem que o betão
celular estivesse em equilíbrio higroscópio, a sua secagem
originou condensações internas. O vapor, ao atingir a
superfície fria da chapa de zinco, impermeável, condensou.
Como as chapas estavam em contacto directo com o
isolamento, não existiu a possibilidade de ventilação e
secagem, originando a degradação observada.

Chapa de zinco
Isolamento térmico Espaço de ar ventilado
Camada de regularização
Barreira pára-vapor
Camada de forma
(betão celular)

Camada de suporte
(Betão)

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 87


Cobertura em Terraço Não Acessível – Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO TECTO FALSO EM GESSO CARTONADO SOB A
COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL DE UM EDIFÍCIO 02.2
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, GESSO CARTONADO, DEGRADAÇÃO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS, BARREIRA PÁRA-VAPOR, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O tecto falso em gesso cartonado dos compartimentos Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
anexos a uma piscina coberta apresentava-se degradado. cobertura, tendo-se verificado que o sistema de
O espaço de ar entre o tecto falso e a laje não era ventilado. impermeabilização “auto-protegido” terá sido aplicado
directamente sobre a camada de forma em betão leve.
Não foi aplicado qualquer isolamento térmico, embora o
coeficiente de transmissão térmica da cobertura (K) fosse
regulamentar.
Procedeu-se à quantificação da temperatura superficial
exterior, com base no programa WUFI, no Inverno e no
Verão, bem como da temperatura da ambiência interior.

Impermeabilização
“autoprotegida”
Camada de forma
(betão celular)

Laje de betão
Caixa de ar
Gesso cartonado

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do tecto falso em gesso cartonado deveu-se ao Para que não ocorram condensações seria necessário reforçar
fenómeno de condensações internas que ocorreu na o isolamento térmico da cobertura, sendo adequado a
cobertura, sob a impermeabilização, associado à condensação realização de uma cobertura do tipo “invertido”, com
superficial, resultante da difusão de vapor na Primavera. protecção superior em godo.
A configuração da cobertura permitiu a ocorrência de O sistema de impermeabilização existente poderia ser
condensação sob a impermeabilização. mantido, desde que não se encontrasse degradado, passando a
Esta humidade foi sendo acumulada durante o Inverno e funcionar como barreira pára-vapor.
transportada para o interior no início da Primavera, quando
as condições de temperatura faziam inverter o fluxo de vapor.
O sistema de impermeabilização funcionou como um pára-
vapor colocado na zona fria do elemento construtivo.
O gesso cartonado em contacto com a humidade que
gotejava da laje, naturalmente degradou-se.

Inverno Verão Protecção superior


0ºC 40ºC Geotêxtil
Impermeabilização Isolamento térmico
“autoprotegida”
Camada de forma
(betão celular)

Laje de betão Cobertura existente


Caixa de ar
Gesso cartonado
22ºC 22ºC

88 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço Não Acessível – Degradação do Suporte
FICHA
EMPOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM TELA “AUTO-PROTEGIDA”
DA COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 02.3
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, TELA “AUTO-PROTEGIDA”, EMPOLAMENTO DO
REVESTIMENTO, DEGRADAÇÃO DO SUPORTE, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em tela “auto-protegida” da cobertura em Realizaram-se sondagens para analisar a composição da
terraço não acessível de um edifício de habitação apresentava- cobertura, tendo-se verificado que o revestimento em tela
se empolado. “auto-protegida” foi aplicado sobre uma camada de betonilha,
não apresentando isolamento térmico.
A remoção parcial do revestimento permitiu observar que a
camada de betonilha sob a tela se encontrava profundamente
fissurada.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O empolamento do revestimento em tela “auto-protegida” da Para correcção da patologia seria necessário a seguinte
cobertura em terraço não acessível deveu-se à fissuração da intervenção:
betonilha que constituía a camada de suporte.
 Remoção do revestimento existente e da camada de
A deficiente concepção/execução da camada de betonilha, betonilha,
nomeadamente, a inexistência de juntas de fraccionamento,
do contorno e dilatação, bem como a inexistência de  Correcção das pendentes, caso necessário;
isolamento térmico terão sido as principais causas da  Aplicação de uma barreira pára-vapor e de uma camada de
fissuração da betonilha. isolamento térmico;
 Aplicação de novo sistema de impermeabilização
convenientemente dimensionado, podendo a última
camada ser “auto-protegida”.
O remate com os elementos do contorno e pontos singulares
deveria ser convenientemente estudado e pormenorizado.

Sistema de impermeabilização
“auto-protegido”
Isolamento térmico
Geotextil
Barreira pára-vapor
Camada de forma

Laje

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 89


Cobertura em Terraço Não Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO DA CAVE SOB A COBERTURA
COM REVESTIMENTO EM GODO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 02.4
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES, REMATE
COM A PLATIBANDA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto da Cave de um edifício de habitação, Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
sob a cobertura em terraço não acessível, apresentava cobertura, tendo-se constatado que não foi aplicado
manchas de humidade, principalmente, nas zonas adjacentes isolamento térmico. O sistema de impermeabilização era
à platibanda. constituído por telas betuminosas.
A cobertura em terraço não acessível apresentava um A platibanda era em alvenaria simples de tijolo “face à vista”,
revestimento em godo. apresentando um capeamento metálico.
No remate com a platibanda, a tela terá subido na superfície
vertical até ao nível da 2ª fiada de tijolo (ver figura).

Capeamento metálico

Tijolo “face à vista”


Godo
Sistema de
impermeabilização
Geotêxtil

Capa de tijolo “face à


vista”

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade verificadas no revestimento do Seria necessário demolir e executar nova platibanda, bem
tecto da Cave, sob a cobertura em terraço não acessível, como substituir o sistema de impermeabilização da cobertura.
resultaram de infiltrações que ocorreram devido à deficiente A platibanda deveria ser em betão armado, devendo a
configuração do remate do sistema de impermeabilização superfície interior ser revestida com chapa de zinco associada
com a platibanda e à degradação da própria tela de a estrutura intermédia, ventilada e isolada. A superfície exterior
impermeabilização da cobertura. deveria ser impermeabilizada e revestida com capa de tijolo
A degradação da platibanda em alvenaria de tijolo “face à “face à vista”. Deveria ser aplicado um novo capeamento em
vista”, nomeadamente por se tratar de um elemento simples, zinco.
sem elementos de travação, terá sido também uma das causas No que se refere ao sistema de impermeabilização da
do problema observado. cobertura, deveria ser convenientemente dimensionado,
devendo as telas ser reforçadas no remate com a platibanda.
Seria também vantajoso a aplicação de isolamento térmico na
cobertura.

Capeamento metálico Capeamento em zinco


Tijolo “face à vista” Betão
Godo
Sistema de
impermeabilização
Geotêxtil Isolamento térmico

Capa de tijolo “face à


vista” Capa de tijolo “face à
vista”

90 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço Não Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO SOB A COBERTURA COM
REVESTIMENTO EM TELA “AUTO-PROTEGIDA” DE UM EDIFÍCIO 02.5
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, TELA “AUTO-PROTEGIDA”, MANCHAS DE HUMIDADE,
INFILTRAÇÕES, REMATE COM A PLATIBANDA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto da sala de uma habitação, sob a Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
cobertura em terraço não acessível de um edifício de cobertura, tendo-se verificado que o sistema de
habitação, apresentava manchas de humidade. impermeabilização era constituído por duas telas betuminosas,
A cobertura apresentava um revestimento em tela “auto- sendo a última “auto-protegida”.
protegida”. Encontrava-se directamente aplicado sobre a camada de
forma, não existindo isolamento térmico.
A superfície interior da platibanda encontrava-se também
revestida com tela, não existindo capeamento.
As medidas efectuadas revelaram que o tecto apresentava um
teor de humidade elevado.

Sistema de
impermeabilização

Camada de
forma

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas no tecto da sala sob a Para correcção da patologia seria necessário a seguinte
cobertura em terraço não acessível deveram-se a infiltrações intervenção:
resultantes da degradação do sistema de impermeabilização
 Remoção do revestimento existente;
da cobertura.
O deficiente remate com o contorno, nomeadamente com a  Correcção das pendentes, caso necessário;
platibanda, e a ausência de isolamento térmico poderão,  Aplicação de uma barreira pára-vapor e de uma camada de
também, ter estado na origem da patologia. isolamento térmico;
 Aplicação de novo sistema de impermeabilização
convenientemente dimensionado, podendo a última
camada ser “auto-protegida”.
O remate com os elementos do contorno e pontos singulares
deveria ser convenientemente estudado e pormenorizado.

Rufo
Sistema de impermeabilização
“auto-protegido”

Isolamento térmico
Geotextil

Barreira pára-
vapor

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 91


Cobertura em Terraço Não Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO SOB A COBERTURA COM
REVESTIMENTO EM GODO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 02.6
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO NÃO ACESSÍVEL, GODO, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES,
REMATE COM A FACHADA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto dos compartimentos, sob a Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
cobertura em terraço não acessível de um edifício de cobertura, tendo-se verificado que foi aplicado isolamento
habitação, apresentava manchas de humidade, térmico sob a camada de godo.
principalmente, nas zonas sob a ligação da cobertura com a No remate com a fachada, a tela de impermeabilização terá
fachada. subido cerca de 0,05 m na superfície vertical, sob o reboco.
A cobertura em terraço não acessível apresentava um As medidas efectuadas revelaram que o tecto e a parede
revestimento em godo. adjacente ao contorno apresentavam um teor de humidade
elevado.

Godo
Isolamento térmico
Geotextil
Sistema de
impermeabilização
Camada de forma

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade verificadas no tecto dos O remate do sistema de impermeabilização da cobertura com
compartimentos, sob a cobertura em terraço não acessível, a fachada teria de ser corrigido, sendo necessário:
resultaram de infiltrações que ocorreram devido ao deficiente
 Aplicar um reforço da tela de impermeabilização no
tratamento do remate do sistema da impermeabilização da
remate com a fachada;
cobertura com a fachada.
A ausência de uma rufagem no remate contribuiu para a  Realizar uma rufagem em zinco na parte superior dessa
patologia observada. ligação, devendo o rufo ser fixado mecanicamente ao
elemento vertical;
 Impermeabilizar a superfície vertical da fachada com
argamassa à base de polímeros, armada.

Argamassa com
polímeros, armada

Godo Rufo em zinco

Isolamento térmico Godo


Reforço da
impermeabilização
Geotextil Isolamento térmico
Sistema de Geotextil
impermeabilização Sistema de
impermeabilização
Camada de forma
Camada de forma

92 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço Acessível – Deficiente Concepção e Aplicação do Revestimento
FICHA
DEGRADAÇÃO E FISSURAÇÃO DO REVESTIMENTO EM BETONILHA
DA COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 03.1
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, BETONILHA, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO,
FISSURAÇÃO DO REVESTIMENTO, DEFICIENTE CONCEPÇÃO E APLICAÇÃO, JUNTAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em betonilha da cobertura em terraço Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
acessível de um edifício de habitação apresentava-se cobertura. Tratava-se de uma cobertura do tipo “tradicional”,
degradado e fissurado. não tendo sido aplicado isolamento térmico.
Verificava-se também a deficiente drenagem das águas A protecção superior era constituída por uma betonilha
pluviais afluentes à cobertura. (# 0,06 m), aplicada sobre um filme de polietileno.
A betonilha não apresentava juntas de fraccionamento, nem
de contorno.
Verificou-se que o sistema de impermeabilização subiu
ligeiramente (cerca de 3 cm) na superfície vertical dos
elementos do contorno.

Fachada

Betonilha
Filme de polietileno
Sistema de
impermeabilização

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração do revestimento em betonilha da cobertura em Seria necessária a seguinte intervenção:
terraço deveu-se à deficiente concepção e aplicação do
 Remoção do revestimento, verificação/correcção das
revestimento, nomeadamente no que se refere à ausência de
pendentes e aplicação de novo sistema de
juntas de fraccionamento e do contorno.
impermeabilização convenientemente dimensionado;
A deficiente drenagem da cobertura (pendentes < 2%)
 Aplicação de camada de dessolidarização e de isolamento
contribuiu, também, para a degradação da betonilha.
térmico;
 Colocação de um filme de polietileno;
 Execução de nova camada de betonilha armada. A camada
de betonilha deveria ser fraccionada (4 x 4 m2) por juntas
preenchidas com um produto impermeável e flexível a
eventuais deformações, devendo a armadura ser
interrompida nas juntas. Deveria também ser criada uma
junta de contorno.
 No remate com os elementos do contorno deveria ser
aplicada uma tela de reforço e uma rufagem adequada.

[40]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 95


Cobertura em Terraço Acessível – Deficiente Drenagem
FICHA
MANCHAS NO REVESTIMENTO EM LADRILHOS CERÂMICOS DA
COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 03.2
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, LADRILHOS CERÂMICOS, MANCHAS NO REVESTIMENTO,
DEFICIENTE DRENAGEM, RALOS DE PAVIMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em ladrilhos cerâmicos da cobertura em Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
terraço acessível de um edifício de habitação apresentava cobertura, tendo-se verificado que era do tipo “tradicional”. O
manchas de cor branca. revestimento em ladrilhos cerâmicos foi aplicado sobre uma
camada de betonilha, não existindo isolamento térmico.
Verificou-se também que a cobertura apresentava uma
pendente praticamente nula (< 0,5%).
Os ralos de recolha das águas pluviais afluentes à cobertura
eram em PVC (ver figura).
Constatou-se que as manchas de cor branca eram de
carbonato de cálcio. A sua remoção era possível com uma
solução de ácido clorídrico diluído a 10%.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de cor branca do revestimento da cobertura Seria necessário proceder à correcção da configuração do
surgiram devido à formação de carbonato de cálcio resultante terraço, o que implicaria a remoção do revestimento e das
da saturação da camada de betonilha da cobertura em terraço. camadas adjacentes.
A configuração da cobertura fez com que a betonilha A correcção das saídas de drenagem de águas pluviais seria
colocada sobre a impermeabilização estivesse também fundamental. Os ralos deveriam apresentar um
permanentemente saturada. A sua secagem ocorreu por desenvolvimento que não permitisse a saturação da camada de
difusão através do próprio revestimento. betonilha (ver figura seguinte).
As argamassas à base de ligantes hidráulicos contêm cal que é A ligação com o sistema de impermeabilização teria de ser
solúvel em água, pelo que, no processo de secagem, essa cal é convenientemente estudada e pormenorizada.
transportada para a superfície combinando-se com o dióxido
de carbono, o que originou a formação de carbonato de
cálcio, que originou as manchas observadas.

Ralo de pavimento

Camada de
forma saturada Impermeabilização

96 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NA BASE DAS PAREDES ADJACENTES À
COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 03.3
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, TIJOLO “FACE À VISTA”, MANCHAS DE HUMIDADE,
INFILTRAÇÕES, REMATE COM A FACHADA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento da superfície interior das paredes adjacentes à Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
cobertura em terraço acessível de um edifício de habitação cobertura e da fachada, tendo-se verificado que:
apresentava manchas de humidade.
 A cobertura era do tipo invertido, com revestimento em
As fachadas eram em tijolo “face à vista”. lajetas, aplicadas sobre isolamento térmico;
 As paredes eram duplas, sendo o pano exterior em tijolo
“face à vista”;
 A tela de impermeabilização dobrou cerca de 2-4 cm na
superfície vertical da fachada;
 Na base da parede existiam orifícios para
drenagem/ventilação da caixa de ar.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade verificadas no revestimento da base Para tratamento da patologia seria necessário proceder à
das paredes resultaram de infiltrações que ocorreram devido: correcção do remate do sistema de impermeabilização da
cobertura em terraço com a fachada.
 Ao deficiente remate do sistema de impermeabilização da
cobertura em terraço com a fachada, nomeadamente o O remate deveria ser realizado ao nível da superfície vertical
facto de a tela apenas ter subido alguns centímetros na do pano interior da parede (ver figura), devendo ser garantida
face exterior da parede em tijolo “face à vista”; a continuidade do corte hídrico materializado pelo espaço de
ar.
 Ao deficiente tratamento da base da parede,
nomeadamente a inexistência de uma impermeabilização O sistema de impermeabilização do terraço teria de ser
adequada; reforçado, pelo menos, numa banda de 1 m em todo o
contorno.
 À inexistência de um corte hídrico adequado.
Este procedimento obrigaria à desmontagem do pano exterior
da parede por troços.

Reforço da
impermeabilização

Lajetas Lajetas
Isolamento térmico Isolamento térmico
Geotextil Geotextil
Sistema de Sistema de
impermeabilização impermeabilização
Camada de forma Camada de forma

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 97


Cobertura em Terraço Acessível – Infiltrações
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO PAVIMENTO
ADJACENTE À COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO 03.4
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, MADEIRA, DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO,
INFILTRAÇÕES, REMATE COM A SOLEIRA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira do pavimento adjacente à porta- Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
-janela de acesso à cobertura em terraço acessível de um cobertura, tendo-se verificado que era do tipo “invertido”,
edifício de habitação apresentava-se empolado e descolado com revestimento em lajetas aplicadas sobre o isolamento
do suporte. térmico.
A cobertura em terraço era do tipo “invertido”, com No remate com a soleira, o sistema de impermeabilização
revestimento em lajetas. terminou ao nível da base do lintel de suporte, não tendo
revestido a superfície vertical.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O empolamento e descolamento do revestimento em madeira Para tratamento da patologia seria necessário proceder à
do pavimento adjacente à cobertura em terraço deveu-se à correcção do remate do sistema de impermeabilização da
ocorrência de infiltrações resultantes do deficiente remate da cobertura em terraço com a soleira, devendo ser realizado de
tela de impermeabilização da cobertura com a soleira da acordo com o princípio definido na figura seguinte.
porta-janela de acesso ao terraço. O sistema de impermeabilização do terraço teria de ser
Note-se que o sistema de impermeabilização rematou ao reforçado, pelo menos, numa banda de 1 m em todo o
nível da base do lintel de suporte onde se encontrava aplicada contorno adjacente ao vão.
a soleira. A remoção da caixilharia e da soleira e a impermeabilização do
contorno com uma argamassa à base de polímeros seria
também necessária.

Reforço da impermeabilização
Soleira

Argamassa Mastique
com
Lajetas polímeros Lajetas
Isolamento térmico Isolamento térmico
Geotextil Geotextil
Sistema de Sistema de
impermeabilização impermeabilização

Camada de forma Camada de forma

98 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO PAVIMENTO ADJACENTE À
COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFIÍCIO DE HABITAÇÃO 03.5
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, LADRILHOS CERÂMICOS, MANCHAS DE HUMIDADE,
INFILTRAÇÕES, REMATE COM A SOLEIRA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O pavimento adjacente à porta-janela de acesso à cobertura Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
em terraço acessível de um edifício de habitação apresentava cobertura e da ligação da impermeabilização com a soleira da
manchas de humidade. porta-janela.
Nas zonas em que se procedeu à realização de sondagens foi A cobertura apresentava um revestimento em ladrilhos
possível observar a acumulação de água no interior. cerâmicos, aplicados sobre uma camada de betonilha.
No remate com a soleira, a tela de impermeabilização
apresentava a configuração definida na figura seguinte.

Soleira

Ladrilhos cerâmicos
Betonilha
Filme de polietileno
Sistema de
impermeabilização

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade verificadas no pavimento adjacente Seria necessário proceder à correcção do remate do sistema de
à cobertura resultaram de infiltrações que ocorreram devido à impermeabilização do terraço com a soleira da porta-janela, o
deficiente concepção/execução do remate da que implicaria a remoção da soleira e da caixilharia.
impermeabilização com a soleira da porta-janela de acesso ao A soleira deveria também ser substituída por novo elemento
terraço, nomeadamente no que se refere à aplicação da tela em pedra com configuração adequada.
sob a soleira e à configuração da própria soleira.

Reforço da impermeabilização
Soleira
Argamassa Mastique
com
polímeros Ladrilhos cerâmicos
Ladrilhos cerâmicos
Betonilha Junta do Betonilha
contorno Filme de polietileno
Filme de polietileno
Isolamento térmico
Sistema de
impermeabilização Sistema de
impermeabilização

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 99


Cobertura em Terraço Acessível – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO DA CAVE SOB A JUNTA DE
DILATAÇÃO DA COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO 03.6
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO ACESSÍVEL, LADRILHOS CERÂMICOS, MANCHAS DE HUMIDADE,
INFILTRAÇÕES 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto da Cave sob a cobertura em terraço Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
acessível de um edifício de habitação apresentava manchas de cobertura em zona corrente e ao nível da junta de dilatação.
humidade e escorrências, na zona sob a junta de dilatação A cobertura era do tipo tradicional, com revestimento em
horizontal. ladrilhos cerâmicos, não tendo sido aplicado isolamento
A cobertura apresentava um revestimento em ladrilhos térmico.
cerâmicos. A junta de dilatação localizava-se sob o murete de separação
dos terraços, constituído por alvenaria de tijolo vazado, com
revestimento em capa de tijolo “face à vista” e capeamento em
pedra.
A impermeabilização do terraço rematava ao nível da base do
murete.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade e escorrências observadas no tecto Seria necessário proceder à correcção do remate do sistema de
da Cave deveram-se a infiltrações resultantes da deficiente impermeabilização da cobertura em terraço com a junta de
configuração e tratamento da junta de dilatação. dilatação e ao tratamento da própria junta, o que obrigaria à
A fissuração do murete localizado sobre a junta e o deficiente demolição do murete existente sobre a junta.
remate da impermeabilização do terraço estiveram também Preferencialmente, deveria ser substituído por um elemento
na origem do problema observado. em betão (ver figura).
No remate do sistema de impermeabilização da cobertura com
o murete deveria ser aplicado um rufo em zinco.

Capeamento em pedra Capeamento em zin co

Mastique
Cordão de poliuretano
Tijolo vazado

Argamassa com
polímeros, armada Rufo em zinco
Junta de dilatação

Junta do
contorno
Reforço da
Impermeabilização impermeabilização

100 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Cobertura em Terraço-Jardim – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO SOB A COBERTURA EM
TERRAÇO-JARDIM DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 04.1
PALAVRAS-CHAVE: COBERTURA EM TERRAÇO-JARDIM, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES, REMATE COM OS
ELEMENTOS DO CONTORNO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto da Cave, sob a cobertura em Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
terraço-jardim de um edifício de habitação, apresentava cobertura em terraço-jardim e a configuração do remate com
manchas de humidade. os elementos do contorno.
Verificou-se que o sistema de impermeabilização era
constituído por telas betuminosas que subiam na guarda da
cobertura cerca de 10 cm, abaixo do nível da terra.
As guardas da cobertura eram em betão.

Terra vegetal

Geotextil

Camada drenante

Impermeabilização

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas no tecto da Cave, sob a Tendo em atenção a idade do edifício, seria necessário realizar
cobertura em terraço-jardim, deveram-se à deficiente a seguinte intervenção:
configuração do remate do sistema de impermeabilização da
 Remoção da terra vegetal;
cobertura com as guardas e ao envelhecimento prematuro do
sistema de impermeabilização.  Substituição do sistema de impermeabilização da cobertura
por um sistema convenientemente dimensionado;
 Aplicação de uma camada de isolamento térmico sobre a
impermabilização;
 Colocação de uma camada drenante constituída, por
exemplo, por argila expandida, envolvida em geotextil;
 Aplicação no contorno de uma manta drenante constituida
por geotextil e fibras de poliamida.
O remate com os elementos do contorno deveria ser
corrigido, devendo ser convenientemente estudado e
pormenorizado.

Rufo
Manta
Terra vegetal drenante Terra vegetal

Geotextil Geotextil

Camada drenante Camada drenante


Impermeabilização
Impermeabilização

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 103


Parede Exterior – Condensações Superficiais
FICHA
MANCHAS DE BOLOR NAS PAREDES DA INSTALAÇÃO SANITÁRIA DE
UMA HABITAÇÃO UNIFAMILIAR 05.1
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, MANCHAS DE BOLOR, CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS, VENTILAÇÃO,
AQUECIMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento interior das paredes da instalação sanitária de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração das
uma habitação apresentava manchas de bolor acentuadas, paredes exteriores, tendo-se verificado que eram constituídas
principalmente junto à ligação parede exterior/tecto. por alvenaria dupla de tijolo vazado, com isolamento térmico
A instalação sanitária não dispunha de um sistema de preenchendo parcialmente a caixa de ar.
ventilação permanente, apenas existindo uma janela. As pontes térmicas (topo de laje, vigas e pilares) foram
tratadas.
Procedeu-se à medição da temperatura e humidade relativa do
ar e do caudal de ventilação da instalação sanitária em análise.
Verificou-se que o caudal de ventilação era muito reduzido
pelo facto dos utilizadores não abrirem a janela da instalação
sanitária, no período de Inverno. Por outro lado, não havia um
aquecimento adequado do espaço.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de bolor surgiram devido ao fenómeno de A minimização do problema do desenvolvimento de manchas
condensações superficiais que ocorreu nas paredes da de bolor nas paredes da instalação sanitária, devido ao
instalação sanitária, devido, principalmente, à ventilação fenómeno de condensações superficiais, passaria pela criação
insuficiente do compartimento. de um sistema de extracção permanente do compartimento e
Na envolvente das habitações, este fenómeno ocorre quando pelo reforço do aquecimento.
se verificam uma ou mais das seguintes condições: Na instalação sanitária deveria ser aplicado um dispositivo de
extracção natural ou mecânica que garantisse um caudal de
 Ausência de aquecimento do ambiente interior ou
60 m3/h, em contínuo.
aquecimento insuficiente e intermitente;
O aquecimento do interior da habitação deveria garantir uma
 Deficiente isolamento térmico da envolvente; temperatura média no interior superior a 20 ºC.
 Produção de vapor de água no interior da A limpeza das superfícies com bolores passaria pela lavagem
habitação/compartimento significativa; esterilizante com uma solução a 10% de hipoclorito de sódio e
 Ventilação insuficiente; pela aplicação de um produto fungicida, a remover antes da
pintura da superfície com um revestimento idêntico ao actual.
 Higroscopicidade inadequada dos revestimentos
interiores.
Os esporos que existem no ar desenvolvem-se sempre que
sejam criadas condições favoráveis, em particular uma
temperatura e humidade relativa elevada.

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 107


Parede Exterior – Condensações Superficiais
FICHA
MANCHAS DE BOLOR NAS PAREDES DOS QUARTOS DE UMA
HABITAÇÃO UNIFAMILIAR 05.2
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, MANCHAS DE BOLOR, CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS, VENTILAÇÃO,
AQUECIMENTO, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A superfície interior da fachada dos quartos de uma habitação Realizaram-se sondagens para analisar a configuração das
unifamiliar apresentava manchas de bolor acentuadas. paredes exteriores, tendo-se verificado que eram constituídas
A habitação não dispunha de um sistema de ventilação por alvenaria simples de tijolo vazado, sem isolamento
permanente, apenas existindo dispositivos de exaustão na térmico.
cozinha e de extracção natural nas instalações sanitárias. As pontes térmicas, nomeadamente topos de laje, pilares e
vigas não foram tratadas.
Efectuou-se a medição da temperatura e humidade relativa do
ar e do caudal de ventilação dos quartos em análise.
Verificou-se que a ventilação era insuficiente, bem como não
havia um aquecimento adequado da habitação.

Pintura
Reboco

Tijolo vazado

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de bolor surgiram devido ao fenómeno de A minimização do problema do desenvolvimento de manchas
condensações superficiais que ocorreu na superfície interior de bolor nas paredes dos quartos, devido ao fenómeno de
da fachada, resultante, principalmente, da ausência de condensações superficiais, passaria pelo isolamento térmico da
isolamento térmico e da ventilação insuficiente da habitação. fachada, pela criação de um sistema de ventilação geral e
Na envolvente das habitações, este fenómeno ocorre quando permanente e pelo reforço do aquecimento da habitação.
se verificam uma ou mais das seguintes condições: Poderia optar-se pela aplicação de um sistema de isolamento
 Ausência de aquecimento do ambiente interior ou térmico pelo exterior, do tipo ETICS, ou recorrer a uma
aquecimento insuficiente e intermitente; solução de fachada “ventilada”. Em alternativa, poderia
 Deficiente isolamento térmico da envolvente; proceder-se ao isolamento térmico da fachada pelo interior.
 Produção de vapor de água no interior da No que se refere ao sistema de ventilação a instalar na
habitação/compartimento significativa; habitação, as entradas de ar deveriam ser localizadas nas salas e
 Ventilação insuficiente; nos quartos, sendo, preferencialmente, auto-reguláveis e com
 Higroscopicidade inadequada dos revestimentos tratamento acústico adequado. Os dispositivos existentes nas
interiores. instalações sanitárias deveriam ser ajustados de forma a
Os esporos que existem no ar desenvolvem-se sempre que se garantirem um caudal de 60 m3/h, em contínuo.
verifique uma temperatura e humidade adequada. O aquecimento do interior da habitação deveria garantir uma
temperatura média de pelo menos 18 ºC.
ISOLAMENTO ISOLAMENTO PELO
PELO INTERIOR EXTERIOR - ETICS

Ti=18ºC Te<4ºC
HR=75%
A’ A

Tsi<Tpo

Tpo
[107]

108 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Corrosão das Armaduras
FICHA
DESTACAMENTO DO BETÃO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE
HABITAÇÃO 05.3
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, DESTACAMENTO DO BETÃO, CORROSÃO DAS ARMADURAS, PROTECÇÃO DAS
ARMADURAS, REGENERAÇÃO DO BETÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O betão das fachadas de um edifício de habitação Realizaram-se sondagens para analisar a configuração das
apresentava-se degradado, sendo visíveis destacamentos fachadas, tendo-se verificado que se tratavam de paredes em
pontuais e armaduras expostas, com um elevado nível de betão com 0,25 m de espessura, pintadas, não tendo sido
corrosão. aplicado isolamento térmico.
O edifício localizava-se junto ao mar. Procedeu-se à recolha de amostras em fachadas com
diferentes orientações e à realização de ensaios para
caracterizar o estado de conservação do betão, que consistiram
na determinação da profundidade de carbonatação e na
avaliação do teor em cloretos e sulfatos totais do betão.
Verificou-se que o betão apresentava carbonatação elevada até
ao nível das armaduras, bem como foi observada a existência
de zonas extensas de cristais de calcite resultantes do processo
de carbonatação.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O destacamento do betão resultou da expansão provocada Teria de ser realizada a seguinte intervenção:
pela corrosão das armaduras. A corrosão é o resultado de
 Eliminação do betão degradado e limpeza da superfície;
fenómenos electro-químicos que transformam o ferro em
hidróxido de ferro. No caso em estudo, as principais causas  Reparação das armaduras:
do processo de corrosão terão sido: ˜ Decapagem e reposição das secções de armadura;
 A carbonatação do betão, ou seja, a perda de alcalinidade ˜ Protecção das armaduras aplicando uma barreira estanque
no processo de neutralização, por acção principalmente constituída por uma resina epoxídica sem solventes
do CO2 que transforma os compostos do cimento em (anticorrosão) e uma protecção “passivante”, constituída
carbonatos, e que resultou da diminuição do pH do betão, por uma argamassa à base de ligantes hidráulicos com
o que conduziu à destruição da película “passivante” que adjuvantes inibidores de corrosão;
protegia as armaduras, dando origem à reacção  Reconstituição do betão;
electroquímica que conduz à oxidação do aço;  Aplicação de um revestimento de protecção constituído
 A deficiente espessura da camada de protecção que por uma impermeabilização com argamassa à base de
envolvia as armaduras e a qualidade do betão que polímeros, associada a uma pintura ou a um revestimento
condiciona a velocidade de penetração do CO2; cerâmico. Neste caso, a aplicação de um sistema de
 A elevada concentração de cloretos, dada a localização do isolamento térmico pelo exterior iria melhorar
edifício num ambiente marinho. substancialmente o conforto térmico dos fogos.
Armadura FACHADA
Frente de carbonatação “VENTILADA” ETICS

Isolamento pelo
exterior

Meio exterior húmido Frente atinge a armadura, Inicia-se o processo de Oxidação do aço, originando
e agressivo originando a sua corrosão das armaduras, as forças expansivas que
“despassivação” surgindo as primeiras levam ao destacamento do
“fissuras” betão de recobrimento
[7]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 109


Parede Exterior – Deficiente Aderência do Revestimento
FICHA
DESTACAMENTO DO REVESTIMENTO EM MONOMASSA DA FACHADA
DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.4
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, MONOMASSA, DEFICIENTE ADERÊNCIA DO REVESTIMENTO,
DESTACAMENTO DO REVESTIMENTO, REBOCO ARMADO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em monomassa da fachada de um edifício de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
habitação apresentava-se destacado pontualmente, fachada, tendo-se verificado que eram constituídas por
principalmente, na ligação entre a platibanda e o topo da laje, alvenaria dupla de tijolo vazado (0,11 m+ 0,11 m), com caixa
na padieira dos vãos e junto aos cunhais. de ar intermédia.
A platibanda era constituída por alvenaria de tijolo vazado,
travada pontualmente por “pilaretes” em betão.
Procedeu-se à realização de ensaios de arrancamento por
tracção “in situ” do revestimento em monomassa, tendo-se
obtido uma tensão de arrancamento variável, inferior a
0,15 MPa, na generalidade dos casos.
Foram recolhidas amostras e realizados ensaios de capilaridade
da monomassa, em laboratório, tendo-se obtido valores
correspondentes aos indicados no documento de
homologação do produto aplicado.
A recolha de amostras permitiu verificar que a espessura do
revestimento não era uniforme, sendo muito reduzida em
alguns dos casos.

Zona de
corte

Pastilha
metálica

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O destacamento do revestimento em monomassa das paredes Para tratamento da patologia seria necessário proceder à
exteriores pode ter origem nos seguintes factores: seguinte intervenção:
 Inadequação do tipo de revestimento ao tipo de suporte;  Demolição do revestimento em monomassa;
 Condições de aplicação incorrectas;  Verificação da estabilidade da parede;
 Defeitos do suporte, devido a erros de concepção ou de  Tratamento das fissuras do suporte;
execução.
 Aplicação de um reboco com argamassa à base de
No caso em estudo, as principais causas do problema polímeros, armado com rede de fibra de vidro;
observado terão sido:
 Aplicação do revestimento em monomassa, devendo
 A configuração do suporte, principalmente no que se obedecer-se às especificações do documento de
refere à esbelteza do pano exterior, propenso à fissuração; homologação do produto. Preferncialmente, a monomassa
 O tipo de monomassa aplicada, que apresentava uma deveria ser substituída por um sistema de isoalemnto
resistência à tracção baixa; térmico pelo exterior do tipo ETICS ou fachada
“ventilada”.
 A insuficiente espessura do revestimento e a não
uniformidade dessa espessura; Isolamento Térmico pelo Exterior
 A inexistência de redes de fibra de vidro de reforço nos
pontos singulares.

Reboco armado

RPE

110 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Deficiente Concepção e Aplicação do Revestimento
FICHA
DESTACAMENTO PONTUAL DO REVESTIMENTO EM PLACAS DE
XISTO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 05.5
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, PLACAS DE XISTO, DESTACAMENTO DO REVESTIMENTO, DEFICIENTE
APLICAÇÃO, FIXAÇÃO MECÂNICA COMPLEMENTAR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em placas de xisto da fachada do R/Chão de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
um edifício de serviços apresentava-se descolado parede, tendo-se verificado que as placas de xisto foram fixas
pontualmente, tendo-se verificado a queda de algumas das ao suporte através de uma argamassa de colagem.
placas.
As placas de xisto, com 2,5 cm de espessura, apresentavam
dimensões da ordem de 60 u 60 cm2, tendo sido coladas
directamente ao suporte.

Argamassa de
colagem

Placas de
xisto

Suporte

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento e destacamento pontual do revestimento em Tendo em atenção o carácter pontual do problema e que o
xisto das fachadas deveu-se ao processo de colagem da pedra. revestimento em placas de xisto apenas foi aplicado ao nível
As placas aplicadas apresentavam um peso e dimensões do R/Chão da fachada, seria admissível a realização de uma
superiores às mínimas admissíveis para este tipo de fixação. fixação mecânica complementar ao sistema de colagem
Além disso, as próprias variações dimensionais de carácter existente.
térmico tornam difícil a colagem em fachadas de placas de No mínimo teriam de ser aplicadas duas buchas por placa,
xisto com elevada dimensão, nomeadamente: convenientemente dimensionadas e adequadas ao suporte.
 A temperatura que a face exterior de uma parede (tse)
pode atingir é dada, aproximadamente, pela seguinte
expressão:
ơ ˜R
s
t t  > º C@
se e h
e
Neste caso, a cor escura do xisto aplicado faz com que as
superfícies possam atingir temperaturas da ordem dos 60 ºC.
 Por outro lado, o coeficiente de dilatação térmica linear
seria de cerca de 8 u 10-6 ºC-1, o que conduziu a variações
dimensionais da ordem de 0,5 mm/m (para variações de
temperatura de 60 ºC).
Estas variações dimensionais provocaram esforços de corte
nas interfaces de colagem das placas e esforços de
compressão nas juntas entre placas, que por sua vez se
traduziram em esforços de arrancamento que podem ter
levado ao destacamento dessas mesmas placas.

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 111


Parede Exterior – Deficiente Concepção e Aplicação do Revestimento
FICHA
FISSURAÇÃO DO REBOCO DELGADO DO SISTEMA ETICS DE
REVESTIMENTO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.6
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, ETICS, FISSURAÇÃO DO REBOCO DELGADO, DEFICIENTE CONCEPÇÃO E
APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO, PERFIL DE ARRANQUE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O reboco delgado do sistema de isolamento térmico pelo Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
exterior do tipo ETICS aplicado na fachada de um edifício de sistema ETICS na zona de arranque, tendo-se verificado que:
habitação apresentava fissuração em correspondência com as
 Os perfis de arranque do sistema encontravam-se fixos
juntas entre perfis de arranque e entre estes perfis e o
mecanicamente ao topo da laje em consola;
suporte.
 Eram constituídos por elementos em aço inoxidável;
 Encontravam-se colocados topo a topo, não existindo
folgas na ligação entre perfis.

ETICS
Suporte

Perfil de
arranque

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração do reboco delgado do sistema ETICS deveu-se Para tratamento da patologia observada seria necessário
principalmente: proceder à correcção do remate do reboco na ligação entre o
perfil de arranque do sistema ETICS e a base do corpo em
 À deficiente execução das juntas de ligação entre perfis;
consola.
 Ao deficiente remate do reboco armado e a base do corpo O reboco armado deveria contornar o perfil (ver figura).
em consola.

Suporte ETICS

Rebo co
armado

112 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Deficiente Concepção e Aplicação do Revestimento
FICHA
MANCHAS ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DE
MICROORGANISMOS NO SISTEMA ETICS 05.7
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, ETICS, MANCHAS NO REVESTIMENTO, DEFICIENTE CONCEPÇÃO E
APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO, PORMENORIZAÇÃO CONSTRUTIVA, BIOCIDAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O sistema de isolamento térmico do tipo ETICS aplicado nas Realizaram-se ensaios, tendo-se verificado que as algas eram
fachadas de um edifício de habitação colectiva apresentava autotróficas, ou seja, produziam o alimento de que
manchas associadas ao desenvolvimento de microorganismos necessitavam. O carbono celular era produzido em
(algas e líquenes). fotossíntese com a luz, utilizando o dióxido de carbono do ar
O fenómeno verificava-se com maior intensidade nas ou da água.
fachadas do edifício voltadas a noroeste. Note-se que as algas não destruíam o suporte por não
extraírem dele nenhuma substância nutritiva. Além disso, ao
contrário de outros organismos, não possuíam raízes de modo
a penetrarem no suporte.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O desenvolvimento de microorganismos, tais como algas e O risco de desenvolvimento de microorganismos poderia ter
líquenes, sobre as fachadas com revestimento em ETICS, sido parcialmente reduzido através de opções arquitectónicas
apenas ocorre quando se verifica a presença de água em ou de pormenorização construtiva que permitissem diminuir a
quantidade suficiente. A presença de vegetação próxima e a quantidade de água que escorria ao longo das fachadas.
textura do revestimento são também condicionantes. Por exemplo, a configuração dos peitoris não era a mais
Tal como é corrente em edifícios com isolamento térmico adequada por permitir que ocorressem escorrências laterais,
pelo exterior do tipo ETICS, verificou-se uma maior bem como os capeamentos não apresentavam uma inclinação
colonização destes microorganismos em fachadas orientadas para o interior, permitindo a ocorrência de escorrências na
a Norte ou a Poente, onde tinham à disposição a luz fachada.
necessária e em que existia humidade em quantidade A aplicação de um produto biocida sobre o revestimento final
suficiente, resultante quer do fenómeno de condensação da seria vantajosa. Note-se que, no entanto, os produtos algicidas
superfície exterior, que ocorreu durante o período nocturno e ou fungicidas têm uma durabilidade limitada (5 a 7 anos),
cuja secagem é mais difícil a Norte e a Poente, quer das sendo necessária uma correcta manutenção do sistema.
escorrências que ocorreram ao longo da fachada.
Caso tivesse sido aplicado um produto biocida sobre o
revestimento final (ou mesmo incorporado neste) poderia ter
sido minorado o desenvolvimento dos microorganismos.

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 113


Parede Exterior – Deformação do Suporte
FICHA
FISSURAÇÃO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO,
APOIADA NUMA LAJE EM CONSOLA 05.8
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, CORPO EM CONSOLA, FISSURAÇÃO DA ALVENARIA,
DEFORMAÇÃO DO SUPORTE, ESTABILIDADE DO SUPORTE, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A fachada de um edifício de habitação apresentava-se Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
fissurada, tendo a fissuração um desenvolvimento diagonal. fachada, tendo-se verificado que era constituída por alvenaria
A parede encontrava-se apoiada em elementos estruturais em dupla de tijolo vazado (0,11 m+ 0,15 m), sem isolamento
consola. térmico. A superfície exterior encontrava-se rebocada e
revestida com “pastilha” cerâmica.
Procedeu-se à avaliação da evolução das fissuras, através da
realização de medições e registos periódicos com um
extensómetro mecânico. Verificou-se que as fissuras se
encontravam instáveis.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração, com desenvolvimento diagonal, observada na De forma a minorar a deformação do corpo em consola, seria
fachada resultou da deformação excessiva da laje em consola necessário realizar uma travação complementar, através, por
em que se encontrava apoiada a parede de alvenaria. exemplo, da realização de tirantes passivos ou activos, o que
Do ponto de vista regulamentar, a prevenção da fissuração obrigaria a um estudo arquitectónico e estrutural rigoroso.
das paredes, por deformação excessiva do suporte, é feita A substituição do revestimento existente por um revestimento
pela limitação da relação entre a flecha e o vão (livre ou dessolidarizado do suporte, por exemplo, do tipo reboco
equivalente). delgado armado, aplicado sobre isolamento térmico (ETICS)
No entanto, de acordo com estudos experimentais realizados, ou revestimento descontínuo, do tipo fachada “ventilada”,
verifica-se que, mesmo que as lajes sejam calculadas de traria vantagens em termos de eficácia e durabilidade.
acordo com a regulamentação portuguesa em vigor,
dificilmente apresentam uma rigidez suficiente para que as
deformações a longo prazo sejam suficientemente pequenas
para evitar a fissuração das alvenarias.

FACHADA
“VENTILADA” ETICS

Isolamento pelo
exterior

[95]

114 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Deformação do Suporte
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM “PASTILHA” CERÂMICA DA
FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.9
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, “PASTILHA” CERÂMICA, DEFORMAÇÃO DO SUPORTE, DESCOLAMENTO DO
REVESTIMENTO, ESTABILIDADE DO SUPORTE, SELECÇÃO DO CIMENTO-COLA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em “pastilha” cerâmica da fachada de um Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
edifício de habitação apresentava-se fissurado, tendo ocorrido fachada, tendo-se verificado que:
o empolamento e o descolamento pontual da “pastilha”.
 Era constituída por parede dupla em alvenaria de tijolo
A patologia ocorreu principalmente junto às zonas de maior vazado (0,11 m+ 0,20 m), com isolamento térmico na
rigidez da viga de bordadura, que se encontrava parcialmente caixa-de-ar;
em consola e tinha um desenvolvimento curvo.  No topo das lajes foram aplicados painéis de aparas de
madeira (0,025 m);
 A parede encontrava-se apoiada numa viga de bordadura
parcialmente em consola e com um desenvolvimento
curvo;
 O revestimento foi colado ao suporte com argamassa de
colagem;
 Não foram executadas juntas de fraccionamento.

Tijolo vazado
Isolamento térmico

“Pastilha” cerâmica

Painéis de aparas de
madeira

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento do revestimento em “pastilha” cerâmica da Seria necessário proceder à seguinte intervenção:
fachada teve origem nos seguintes factores:
 Remoção dos painéis de aparas de madeira do topo das
 Deformabilidade do suporte da alvenaria, nomeadamente lajes;
na excessiva deformabilidade das vigas de bordadura que  Reforço da estabilidade do suporte através da realização de
suportavam as alvenarias ao nível de cada piso (corpo em tirantes passivos ou activos;
consola e com desenvolvimento curvo);
 Aplicação de nova “pastilha” cerâmica, tendo em atenção
 Escolha inadequada do produto de colagem. Deveriam os seguintes aspectos:
ter sido utilizadas colas de elevada resistência e
˜ Deveria realizar-se a impermeabilização do suporte com
deformabilidade, devido ao facto da fachada ter um
argamassa à base de polímeros, armada;
desenvolvimento curvo;
˜ As juntas deveriam ser preenchidas por um produto
 Aplicação de painéis de aparas de madeira;
flexível (módulo de elasticidade < 8000 MPa);
 Aderência insuficiente entre camadas do sistema de
˜ Deveriam ser criadas juntas de fraccionamento (> 6 mm)
revestimento;
e juntas em correspondência com as juntas de dilatação;
 Inexistência de juntas de fraccionamento.
˜ O cimento-cola deveria ser criteriosamente escolhido em
Refira-se, ainda, que a resistência das argamassas de colagem função das características do revestimento e do suporte
pode ter sido significativamente afectada pela humidade, (ver quadro seguinte).
devido a infiltrações através das fissuras.
REVESTIMENTO ALTURA DA FACHA DA
NATUREZA ÀREA (cm²) H” 6 m 6 m < H ” 28 m
Mosaico em pasta de S ” 50
vidro ou porcelâmico
Plaquetas murais em C2
terracota S ” 231 ou C2S
C2S
Azulejos em terracota S ” 300 (15 × 15)
S ” 2000 (40 × 40)
Ladrilhos extrudidos ou
prensados, excepto os
plenamente vitrificados 2000 < S ” 3600 (60 × 60) -
C2S
Ladrilhos plenamente
[95] vitrificados S ” 2000 (40 × 40) C2S
[13]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 115


Parede Exterior – Eflorescências
FICHA
MANCHAS NO REVESTIMENTO EM LADRILHOS CERÂMICOS DA
FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.10
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, LADRILHOS CERÂMICOS, MANCHAS NO REVESTIMENTO, EFLORESCÊNCIAS
2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS

O revestimento em ladrilhos cerâmicos da fachada de um Realizaram-se de sondagens para analisar a configuração da


edifício de habitação apresentava manchas de cor branca, fachada, tendo-se verificado que:
distribuídas de forma aleatória.
 Era constituída por paredes duplas em alvenaria de tijolo
vazado, sem isolamento térmico, tendo pano exterior uma
espessura de 0,11 m;
 A fachada encontrava-se apoiada em lajes em consola;
 O revestimento exterior em ladrilhos cerâmicos
encontrava-se colado sobre um reboco à base de ligantes
hidraúlicos.

Através da inspecção visual do suporte, observou-se que se


encontrava pontualmente fissurado e que o revestimento em
ladrilhos cerâmicos se encontrava descolado.
Constatou-se que as manchas de cor branca eram de
carbonato de cálcio. A sua remoção era possível com uma
solução de ácido clorídrico diluído a 10%.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de cor branca do revestimento em ladrilhos Para tratamento da patologia observada seria necessário
cerâmicos da fachada surgiram devido à formação de proceder ao tratamento da fissuração da alvenaria, de forma a
carbonato de cálcio. evitar a humidificação do suporte.
As infiltrações ocorreram através do revestimento que se Caso as fissuras se encontrassem estáveis, deveriam ser
encontrava pontualmente descolado e da própria alvenaria tratadas e preenchidas com material elástico (mastique).
que se encontrava fissurada. O suporte deveria ser impermeabilizado com argamassa à base
As argamassas à base de ligantes hidráulicos contêm cal que é de polímeros, armada com rede de fibra de vidro, o que
solúvel em água, pelo que, no processo de secagem, essa cal é implicaria a remoção global do revestimento em ladrilhos
transportada para a superfície combinando-se com o dióxido cerâmicos.
de carbono, o que originou a formação de carbonato de Para remoção das manchas existentes teria de se proceder à
cálcio, que constituía as manchas observadas. lavagem da superfície com uma solução de ácido clorídrico
diluído a 10%, após escovagem. No entanto, esta intervenção
não impede o aparecimento de novas manchas.

116 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Eflorescências
FICHA
MANCHAS NA FACHADA EM GRANITO DE UMA HABITAÇÃO
UNIFAMILIAR 05.11
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, GRANITO, MANCHAS NO REVESTIMENTO, EFLORESCÊNCIAS, CAIXA DE AR,
REPELENTE DE ÀGUA, CAPEAMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS

A fachada em alvenaria de granito de uma habitação Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
unifamiliar apresentava manchas de cor branca, fachada, tendo-se verificado que era constituída por uma
principalmente, nas superfícies adjacentes às juntas da parede dupla, sendo o pano exterior em alvenaria de granito e
alvenaria de granito. o pano interior em tijolo vazado.
O pano exterior da alvenaria de tijolo vazado encontrava-se
rebocado.
Os blocos de granito foram assentes com argamassa.
O topo da parede de granito não apresentava capeamento.

Tijolo Granito
vazado
Argamassa

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de cor branca da fachada em granito surgiram Para resolução do problema observado seria necessário criar
devido à formação de carbonato de cálcio resultante da uma caixa de ar entre a alvenaria de granito a parede de tijolo
saturação da argamassa de assentamento dos blocos de vazado, o que obrigaria à remoção e recolocação dos blocos
granito e do reboco da alvenaria de tijolo vazado. de granito. O capeamento do topo da parede seria também
As infiltrações e consequente saturação das juntas e do fundamental.
reboco ocorreram através do topo da parede que não Em alternativa, de modo a minimizar a patologia teria de se
apresentava capeamento e das próprias juntas. aplicar um novo capeamento em zinco na fachada e proceder
As argamassas à base de ligantes hidráulicos contêm cal que é à aplicação de um repelente de água na alvenaria de granito.
solúvel em água, pelo que, no processo de secagem, essa cal é
transportada para a superfície combinando-se com o dióxido
de carbono, o que originou a formação de carbonato de
cálcio, que constituía as manchas observadas.

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 117


Parede Exterior – Expansão Higrotérmica
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM LADRILHOS CERÂMICOS
DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.12
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, LADRILHOS CERÂMICOS, EXPANSÃO HIGROTÉRMICA, DESCOLAMENTO DO
REVESTIMENTO, SELECÇÃO DE CIMENTO-COLA, JUNTAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em ladrilhos cerâmicos da fachada de um Procedeu-se à caracterização dos ladrilhos cerâmicos
edifício de habitação apresentava-se descolado, tendo-se aplicados, através da realização de ensaios para determinação
observado o empolamento e o destacamento dos ladrilhos da “expansão por humidade dos ladrilhos” (EN ISO 10 545-
em extensas áreas da fachada, de uma forma aleatória. 10) e de “análise dilatométrica” (Norma EN 103).
Os ladrilhos cerâmicos foram colados ao reboco com Foram obtidos valores de expansão máxima devida à
cimento-cola, sendo as juntas entre os elementos tomadas. humidade de cerca de 0,4 mm/m nos provetes ensaiados.
O suporte não se encontrava fissurado. Para verificar a aderência ladrilho/produto de colagem,
procedeu-se à realização de ensaios de arrancamento por
tracção “in situ”, tendo-se obtido uma resistência superior ou
igual a 0,5 MPa.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento do revestimento em ladrilhos cerâmicos das O revestimento em ladrilhos cerâmicos teria de ser removido.
fachadas pode ter origem nos seguintes factores: No assentamento dos novos ladrilhos deveria ser garantida a
compatibilidade entre a capacidade de deformação dos
 Características do material aplicado;
ladrilhos e a elasticidade da camada de colagem, conjugada
 Deformabilidade do suporte; com as juntas, devendo ter-se em atenção os seguintes
 Limpeza, planeza e porosidade do suporte; aspectos:
 Aderência insuficiente entre camadas do sistema de  Deveria realizar-se a impermeabilização do suporte com
revestimento; argamassa à base de polímeros, armada com rede de fibra
 Deficiente configuração das juntas (entre elementos e no de vidro, caso se encontrasse fissurado;
contorno);  As juntas entre ladrilhos, com espessura definida pelo
 Escolha inadequada do produto de colagem; Fabricante (> 4mm), deveriam ser preenchidas por um
 Deficiente aplicação. produto flexível (módulo de elasticidade < 8000 MPa);
No caso em estudo, o descolamento observado resultou,  Deveriam ser criadas juntas de fraccionamento (> 6 mm) e
sobretudo, da ausência de juntas adequadas entre os ladrilhos juntas em correspondência com as juntas de dilatação da
cerâmicos e nas deformações de carácter higrotérmico dos construção;
ladrilhos devido ás variações dimensionais, quer pela acção da  O cimento-cola deveria ser criteriosamente escolhido em
temperatura, quer pela expansão irreversível resultante da função das características do revestimento e do suporte.
acção da humidade.
REVESTIMENTO ALTURA DA FACHA DA
NATUREZA ÀREA (cm²) H”6 m 6 m < H ” 28 m
Mosaico em pasta de S ” 50
vidro ou porcelâmico
Plaquetas murais em C2
terracota S ” 231 ou C2S
C2S
Azulejos em terracota S ” 300 (15 × 15)
S ” 2000 (40 × 40)
Ladrilhos extrudidos ou
prensados, excepto os
plenamente vitrificados 2000 < S ” 3600 (60 × 60) -
C2S
Ladrilhos plenamente S ” 2000 (40 × 40) C2S
vitrificados
[13]

118 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Expansão Higrotérmica
FICHA
DELAMINAÇÃO DO REVESTIMENTO EM LADRILHOS
CERÂMICOS DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.13
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, LADRILHOS CERÂMICOS, EXPANSÃO HIGROTÉRMICA, DELAMINAÇÃO
DO REVESTIMENTO, SELECÇÃO DO CIMENTO-COLA, JUNTAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em ladrilhos cerâmicos da fachada de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
um edifício de habitação apresentava-se delaminado. fachada, tendo-se verificado que:
Os ladrilhos cerâmicos encontravam-se directamente  Tratam-se de paredes duplas em alvenaria de tijolo
colados ao suporte, não existindo juntas entre ladrilhos vazado, sem isolamento térmico, apresentando o pano
no sentido horizontal. exterior uma espessura de 0,11 m;
 A fachada encontrava-se apoiada em lajes em consola e
envolvia a estrutura de betão;
 O revestimento exterior em ladrilhos cerâmicos
encontrava-se colado com juntas horizontais não visíveis e
juntas verticais de muito pequena espessura (< 1 mm);
 Para além das juntas de dilatação estruturais, não existia
qualquer junta de fraccionamento do revestimento.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A delaminação dos ladrilhos cerâmicos resultou de Para tratamento da patologia teria de se proceder à remoção
elevadas tensões entre os ladrilhos que tiveram origem, global do revestimento da fachada em ladrilhos cerâmicos.
sobretudo, em deformações do revestimento, No assentamento de novos ladrilhos teria de ser garantida a
resultantes, nomeadamente, da ausência de juntas no compatibilidade entre a capacidade de deformação dos
sentido horizontal e nas deformações de carácter ladrilhos e a elasticidade da camada de colagem conjugada
higrotérmico do material devido às variações com as juntas.
dimensionais, quer pela acção da temperatura, quer
pela expansão irreversível resultante da acção da Deveriam ser criadas juntas de fraccionamento (> 6 mm) e
humidade. juntas em correspondência com as juntas de dilatação.
A elevada deformabilidade do corpo em consola que O cimento-cola deveria ser criteriosamente escolhido em
suportava a alvenaria terá, também, contribuído para o função das características do revestimento e do suporte (ver
problema observado. quadro seguinte).

REVESTIMENTO ALTURA DA FACHA DA


NATUREZA ÀREA (cm²) H”6 m 6 m < H ” 28 m
Mosaico em pasta de S ” 50
vidro ou porcelâmico
Plaquetas murais em C2
terracota S ” 231 ou C2S
C2S
Azulejos em terracota S ” 300 (15 × 15)
S ” 2000 (40 × 40)
Ladrilhos extrudidos ou
prensados, excepto os
plenamente vitrificados 2000 < S ” 3600 (60 × 60) -
C2S
Ladrilhos plenamente S ” 2000 (40 × 40) C2S
vitrificados
[13]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 119


Parede Exterior – Humidade Ascensional
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO DA BASE DAS PAREDES EM
CONTACTO COM O PAVIMENTO EXTERIOR DE UMA MORADIA 05.14
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, HUMIDADE ASCENSIONAL, DRENAGEM
PERIFÉRICA, CORTE HÍDRICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento das fachadas de uma moradia apresentava-se Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
empolado, tendo ocorrido pontualmente o destacamento da fachada, tendo-se verificado que eram constituídas por
pintura junto à base das paredes em contacto com o alvenaria dupla de tijolo vazado (0,11 m+ 0,15 m), sendo o
pavimento exterior do contorno da moradia. espaço de ar preenchido com isolamento térmico.
A parede em contacto com o pavimento do contorno da
moradia não apresentava um corte hídrico horizontal.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O empolamento e o destacamento da pintura exterior da Tendo em atenção que os problemas observados eram apenas
parede, junto à base, deveu-se a fenómenos de ascensão exteriores, não existindo qualquer patologia no interior dos
capilar, resultantes da inexistência de um corte hídrico compartimentos adjacentes à fachada cujo revestimento se
adequado na base da parede. apresentava degradado, poderia ser suficiente a criação de um
A base do paramento exterior das paredes não se encontrava sistema de drenagem periférico superficial, constituído por
convenientemente impermeabilizada e estava em contacto uma vala preenchida com godo e a realização de um corte
directo com o pavimento exterior do contorno da moradia. hídrico na base da parede.

A permeabilidade ao vapor das tintas utilizadas era reduzida, Na superfície enterrada do paramento exterior da parede
tendo, também, contribuído para o problema. deveria ser aplicada uma impermeabilização, associada a uma
membrana drenante.

Corte Hídrico

Impermeabilização
Manta drenante
Geotextil
Godo

120 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Inadequada Fixação do Revestimento
FICHA
DESTACAMENTO PONTUAL DO REVESTIMENTO EM PLACAS DE
GRANITO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 05.15
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, GRANITO, DESTACAMENTO DO REVESTIMENTO, INADEQUADA FIXAÇÃO
DO REVESTIMENTO, SISTEMA DE FIXAÇÃO, FIXAÇÃO MECÂNICA COMPLEMENTAR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em placas de granito da fachada de um Realizaram-se sondagens, tendo-se verificado que a fachada
edifício de serviços apresentava-se descolado pontualmente, era em alvenaria dupla de tijolo vazado (0,11 + 0,15 m).
tendo-se verificado a queda de algumas das placas. Efectuaram-se ensaios de arrancamento por tracção sobre
As placas de granito, com 0,03 m de espessura apresentavam provetes de pedra colados com cimento-cola, com
dimensões da ordem de 0,70 m x 1,70 m, tendo sido coladas características análogas ao aplicado em obra. Os resultados
directamente ao suporte. conduziram às seguintes conclusões:
 Quando os provetes foram submetidos à acção da
temperatura não foi verificada variação do valor da tensão
de arrancamento. No entanto, a humidade provocou uma
acentuada diminuição da tensão de arrancamento (60 %);
 Quando sujeitos ao choque térmico, apresentaram alguma
heterogeneidade nos valores da tensão de arrancamento;
 A acção do gelo/degelo provocou uma redução
significativa da tensão de arrancamento (40 %);
 Os valores da resistência ao arrancamento obtidos foram
inferiores a 0,5 MPa.

Zona de
corte

Pastilha
metálica

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento e destacamento pontual do revestimento em A resolução da patologia implicaria a desmontagem global do
granito das fachadas deveu-se à fixação por colagem directa revestimento em pedra e a sua recolocação aplicando um
ao suporte da pedra. sistema de fixação homologado e dimensionado em função
No que se refere às dimensões das placas de pedra, há limites dos esforços mecânicos a que estaria sujeito e das
para a fixação por colagem directa ao suporte: características do suporte.
Tendo em atenção que o suporte era em alvenaria de tijolo
 1100 cm2 para placas de pedra com porosidade inferior
vazado, seria admissível a realização de uma fixação mecânica
ou igual a 5%;
complementar ao sistema de colagem existente. No mínimo
 2000 cm² para placas de pedra com porosidade superior a teriam de ser aplicadas quatro buchas por placa,
5%. dimensionadas e localizadas a uma distância de 0,10 m do
O peso das placas deverá ser inferior a 40 kg/m². bordo.
No caso em estudo, as pedras aplicadas apresentavam um As buchas deveriam ser dimensionadas para esse tipo de
peso (60 kg/m²) e dimensões muito superiores às mínimas suporte.
admissíveis para este tipo de fixação.
O cimento-cola também não era adequado.

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 121


Parede Exterior – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NA SUPERFÍCIE INTERIOR JUNTO À BASE
DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.16
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES,
IMPERMEABILIZAÇÃO, VENTILAÇÃO, DRENAGEM DA BASE DAS PAREDES 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento interior da fachada de um edifício de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
habitação apresentava manchas de humidade ao nível da base fachada, tendo-se verificado que:
da parede.
 Era constituída por parede dupla em alvenaria de tijolo
As paredes interiores em contacto com a fachada vazado (0,15 m + 0,11 m), com caixa de ar intermédia
apresentavam também manchas de humidade. (0,04 m) e sem isolamento térmico;
 A superfície exterior encontrava-se rebocada e revestida
com ladrilhos cerâmicos;
 A superfície interior foi rebocada e pintada;
 No topo das lajes foi aplicada uma “forra” de tijolo vazado
(0,07 m) para tratamento da ponte térmica, encontrando-se
o pano exterior da parede parcialmente apoiado nesta
“forra”;
 A base da parede, na caixa de ar, encontrava-se saturada de
água.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas no revestimento Para minorar os problemas observados, seria necessário
interior da fachada, junto à base da parede, deveram-se a proceder ao travamento do pano exterior da parede, através da
infiltrações que ocorreram através das fissuras existentes no realização de “pilaretes” e cintas em betão armado, de forma a
pano exterior de alvenaria, que atingiram o interior da parede garantir a estabilidade da fachada e diminuir a fissuração.
devido ao deficiente tratamento da caixa de ar. A limpeza da caixa de ar e a impermeabilização, a ventilação e
A fissuração manifestada na fachada teve origem, sobretudo, a aplicação de dispositivos de drenagem na base das paredes
em deformações de carácter higrotérmico do tijolo, devido às seria também fundamental.
variações dimensionais quer pela acção da temperatura, quer A superfície exterior da fachada deveria ser impermeabilizada
pela expansão irreversível resultante da acção da humidade, com um reboco com argamassa à base de polímeros, armado,
agravada pela inexistência de elementos de travação da após tratamento das fissuras significativas. O revestimento em
alvenaria e pela forma como se encontrava apoiado o pano ladrilhos cerâmicos poderia ser recolocado.
exterior ao nível do topo das lajes.
A base da caixa de ar não se encontrava impermeabilizada,
apresentando-se mesmo pontualmente preenchida com lixo
de obra, o que permitiu a condução da água infiltrada para o
interior da parede.

Argamassa com polímeros

Rede de fibra de vidro

Impermeabilização

122 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Instabilidade do Suporte
FICHA
FISSURAÇÃO DO REBOCO DELGADO DO SISTEMA ETICS DE
REVESTIMENTO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.17
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, ETICS, FISSURAÇÃO DO REBOCO DELGADO,
INSTABILIDADE DO SUPORTE, ESTABILIDADE DO SUPORTE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O reboco delgado do sistema de isolamento térmico pelo Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
exterior do tipo ETICS aplicado na fachada de um edifício de sistema ETICS e da fachada, tendo-se verificado que:
habitação apresentava-se fissurado.
 As paredes exteriores eram duplas em alvenaria de tijolo
Refira-se que o sistema ETICS aplicado não se encontrava vazado (0,15 m +0,07 m), com caixa de ar intermédia
homologado. (0,04 m) e sem isolamento térmico;
 O pano exterior da parede encontrava-se parcialmente
apoiado sobre a laje, existindo um espaço de ar entre o
isolamento térmico e o topo das lajes e a face dos pilares;
 O produto de colagem do ETICS foi aplicado
directamente sobre o suporte, apresentando diferentes
espessuras;
 O reboco delgado apresentava uma espessura inferior a
2 mm. A armadura encontrava-se em contacto directo com
as placas de isolamento.

Tijolo vazado

ETICS

Produto de colagem

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração do reboco delgado do sistema de isolamento Para tratamento da patologia seria necessária a seguinte
térmico pelo exterior do tipo ETICS teve origem nos intervenção:
seguintes factores:
 Remoção do sistema, pele menos nas zonas fissuradas;
 Instabilidade do sistema devido à deficiente fixação do  Preenchimento do espaço de ar existente entre o
isolamento térmico ao suporte, nomeadamente no que se isolamento térmico e o paramento exterior dos pilares e o
refere à dimensão e distribuição irregular dos pontos de topo das lajes, de forma a ser garantida a regularização do
colagem, principalmente pelo desnível existente entre o suporte do sistema de isolamento térmico nas zonas
paramento exterior das alvenarias e os elementos correspondentes aos elementos estruturais;
estruturais;
 Remoção do reboco nas zonas fissuradas;
 Espessura do reboco insuficiente;
 Aplicação de novo reboco delgado e do acabamento final,
 Incorrecto posicionamento da armadura na espessura da sendo fundamental verificar a compatibilidade entre a nova
camada de base (aplicada directamente sobre o camada de base e o revestimento existente.
isolamento);
 Aplicação de um sistema não homologado, não sendo
garantida a compatibilidade entre os diferentes elementos
que constituem o sistema.
Reforço de
Acabamento final armadura
Reboco delgado Suporte
Armadura Reboco
armado

Isolamento térmico

Sobreposição da Junta de
armadura de 10 cm mastique

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 123


Parede Exterior – Instabilidade e Expansão Higrotérmica
FICHA
FISSURAÇÃO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS
05.18
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, FISSURAÇÃO DA ALVENARIA, INSTABILIDADE E EXPANSÃO
HIGROTÉRMICA, ESTABILIDADE DA ALVENARIA, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A envolvente vertical exterior de um edifício de serviços Realizaram-se sondagens para apreciar a configuração das
apresentava uma fissuração significativa, em particular junto fachada, tendo-se verificado que:
aos cunhais, onde as fissuras tinham um desenvolvimento
 As paredes eram duplas, sendo o pano interior em betão
mais ou menos vertical, e ao nível dos apoios dos panos
(0,20 m) e o pano exterior em tijolo vazado (0,15 m);
exteriores de parede, tendo essa fissuração um
desenvolvimento sensivelmente horizontal.  No espaço de ar foi aplicado isolamento térmico (0,04 m),
constituído por poliestireno expandido;
 A superfície exterior encontrava-se rebocada e pintada. A
cor da fachada correspondia a um coeficiente de absorção
D > 0,7;
 A alvenaria exterior envolvia a estrutura de betão, não
apresentando elementos de travação verticais;
 Ao nível dos pisos, o apoio dos panos exteriores de
alvenaria fez-se parcialmente sobre consolas curtas de
betão armado, revestidas exteriormente com tijolo vazado
com 0,07 m de espessura. Estes elementos foram aplicados
apenas durante a execução das alvenarias, após a execução
da estrutura de betão.

Betão

Isolamento térmico

Caixa de ar
Tijolo vazado
Pintura

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração manifestada na fachada, nos cunhais e ao nível Para tratamento da fissuração seria necessário proceder-se ao
das lajes, teve origem, sobretudo: travamento complementar do pano exterior da alvenaria, de
forma a ser garantida a estabilidade da fachada, através da
 Na expansão de carácter higrotérmico do tijolo, devido às
execução de “pilaretes” e cintas complementares em betão
variações dimensionais quer pela acção da temperatura,
armado.
quer pela expansão irreversível resultante da acção da
humidade; As fissuras deveriam ser tratadas e preenchidas com material
 Na configuração da parede, nomeadamente: elástico (mastique).
˜ Falta de elementos verticais de travamento da A substituição do revestimento existente por um revestimento
alvenaria; dessolidarizado do suporte, por exemplo, do tipo reboco
˜ Ausência de juntas de fraccionamento (de dilatação e delgado armado, aplicado sobre isolamento térmico (ETICS)
de retracção); ou a realização de uma fachada “ventilada” seria vantajoso em
termos de eficácia e durabilidade.
˜ Forma como se encontrava apoiada a alvenaria ao
nível do topo de lajes (“forra” colocada após a Em alternativa, poderia equacionar-se a demolição do pano
betonagem); exterior da fachada.
˜ Instabilidade do pano exterior.

Isolamento Térmico pelo Exterior


Suporte
Rede de fibra de
' t | 60 ºC vidro
Argamassa com
' t | 15 ºC polímeros
' l | 0,3 mm/m Mastique
sintético
Papel adesivo

[95]

124 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Instabilidade e Expansão Higrotérmica
FICHA
FISSURAÇÃO E QUEDA PARCIAL DO PANO EXTERIOR DA FACHADA
DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.19
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, QUEDA DO PANO DE ALVENARIA, INSTABILIDADE E
EXPANSÃO HIGROTÉRMICA, ESTABILIDADE DA ALVENARIA, ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A envolvente vertical exterior de um edifício de habitação Através da inspecção visual da zona da fachada que ruiu, foi
apresentava uma fissuração significativa, tendo ocorrido a possível observar que:
queda parcial do pano exterior de alvenaria de uma das
 A fachada era dupla, sendo o pano interior em alvenaria de
fachadas.
blocos de betão celular autoclavado (0,10 m) e o pano
exterior em alvenaria de tijolo vazado (0,15 m), rebocado e
pintado;
 A superfície do pano interior encontrava-se
impermeabilizada com uma “emulsão betuminosa”;
 O pano exterior de alvenaria encontrava-se apenas apoiado
em metade da sua espessura.

Blocos de betão
celular

Impermeabilização

Tijolo vazado

Reboco e pintura

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração generalizada das fachadas e a queda de parte do Para reparação do problema observado seria necessário
pano exterior resultou do deficiente apoio do pano exterior, proceder à demolição total do pano exterior da fachada, o que
que se encontrava apenas apoiado em metade da sua obrigaria à remoção das caixilharias.
espessura, e de deformações de carácter higrotérmico, que A travação do pano exterior seria fundamental, sendo
originaram tensões incompatíveis com as características necessário realizar “pilaretes” de betão nos cunhais e
mecânicas dos materiais. preencher e reforçar os redentes das lajes, de forma a ser
As variações dimensionais de uma parede sem restrição de garantida a estabilidade. A ligação entre o pano exterior e o
movimentos resultam da acção conjunta da temperatura e da pano interior da fachada deveria ser assegurada por ligadores
humidade. Estima-se que as deformações reversíveis de em aço inox.
carácter térmico sejam da ordem dos 0,2 a 0,3 mm/m e a Deveriam ser criadas juntas de fraccionamento de 12 em 12 m.
expansão irreversível do tijolo pela acção da humidade seja
superior a 0,6 mm/m. Como revestimento exterior seria vantajoso a aplicação de um
sistema de isolamento térmico pelo exterior do tipo ETICS.
A deficiente fixação do pano exterior da parede, quer em
zona corrente, quer na proximidade das juntas de dilatação ou
de fraccionamento, contribuiu também para o agravamento
da instabilidade do pano exterior da fachada.
Blocos de betão
celular

' t | 60 ºC Impermeabilização
' t | 15 ºC
Betão armado
' l | 0,3 mm/m (com grout de fixação)

Resina epoxídas

[95] ETICS

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 125


Parede Exterior – Instabilidade e Expansão Higrotérmica
FICHA
FISSURAÇÃO E QUEDA DO PANO EXTERIOR EM TIJOLO “FACE À
VISTA” DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.20
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO “FACE À VISTA”, INSTABILIDADE E EXPANSÃO HIGROTÉRMICA,
FISSURAÇÃO E QUEDA DO PANO EXTERIOR DA ALVENARIA, ESTABILIDADE, LIGADORES 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A fachada de um edifício de habitação apresentava-se Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
fissurada junto aos cunhais, tendo ocorrido o destacamento fachada, tendo-se verificado que:
pontual do pano exterior em tijolo “face à vista”.
 O pano interior era constituído por alvenaria de tijolo
Verificou-se também o empolamento e o destacamento vazado (0,15 m) e o pano exterior era em tijolo “face à
pontual do revestimento ao nível do topo das lajes. vista”, tendo sido aplicado isolamento térmico no espaço
de ar (0,04 m);
 A alvenaria exterior envolvia a estrutura de betão, não
apresentando elementos de travação;
 O topo das lajes encontrava-se revestido com uma capa
em tijolo “face à vista”;
 O pano exterior da parede, em tijolo “face à vista”,
encontrava-se parcialmente apoiado sobre a capa, como se
mostra na figura seguinte.

Tijolo vazado
Isolamento térmico
Tijolo “face à vista”

“Capa” em tijolo
“face à vista”

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração e o destacamento do pano exterior da fachada Para correcção da patologia seria necessário a seguinte
resultou sobretudo: intervenção:
 Da expansão de carácter higrotérmico do tijolo que  Demolição do pano exterior da parede;
constituia o pano exterior, devido às variações  Realização de “pilaretes” nos cunhais, em betão armado,
dimensionais quer pela acção da temperatura, quer pela de forma a reforçar a estabilidade das paredes;
expansão irreversível resultante da acção da humidade;
 Na execução do pano exterior em tijolo “face à vista”,
 Da configuração da parede, nomeadamente: deveria ter-se em atenção os seguintes aspectos:
˜ Esbelteza do pano exterior e forma como se ˜ Aplicação de ligadores em inox entre o pano exterior
encontrava apoiado ao nível do topo de lajes; e o interior (> 3/m2), reforçados na zona de ligação
˜ Ausência de juntas de fraccionamento (de dilatação e entre vãos e nos cunhais;
de retracção); ˜ Realização de uma meia cana impermeabilizada na
˜ Aplicação de isolamento térmico na caixa de ar, o base da parede;
que provocou uma maior solicitação do pano ˜ Realização de juntas de fraccionamento;
exterior;
˜ Refechamento das juntas com argamassa adequada.
˜ Ausência de ligadores entre o pano exterior e o pano
interior da parede.

Cunhal Vão
' t | 60 ºC

' t | 15 ºC

' l | 0,3 mm/m

[95] [24]

126 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Exterior – Instabilidade e Expansão Higrotérmica
FICHA
FISSURAÇÃO DA FACHADA AO NÍVEL DAS PADIEIRAS DE UM
EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 05.21
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, TIJOLO VAZADO, PADIEIRAS, INSTABILIDADE E EXPANSÃO HIGROTÉRMICA,
FISSURAÇÃO DA ALVENARIA, ESTABILIDADE, REBOCO ARMADO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A fachada de um edifício de habitação apresentava uma Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
fissuração acentuada com um desenvolvimento horizontal, ao fachada, tendo-se verificado que:
nível da padieira dos vãos.
 Era constituída por uma parede dupla em alvenaria de
tijolo vazado (0,11 m + 0,15 m), tendo sido aplicado
isolamento térmico (0,04 m) na caixa de ar. A superfície
exterior encontrava-se rebocada e pintada;
 A alvenaria exterior envolvia a estrutura de betão, não
apresentando elementos de travação verticais;
 As padieiras dos vãos foram realizadas em alvenaria.

Capeamento

Tijolo vazado

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração manifestada nas paredes exteriores ao nível das Para tratamento da fissuração observada teria de se proceder
padieiras teve origem, sobretudo, em deformações de carácter ao travamento das alvenarias, através da realização de
higrotérmico da alvenaria. “pilaretes” em betão armado.
As deformações das paredes por acção das solicitações de Nas padieiras deveria ser executada uma cinta em betão
carácter higrotérmico podem originar fissuras com armado, após reforço dos apoios.
desenvolvimento preferencialmente horizontal, nas zonas Na superfície exterior deveria ser aplicado um reboco armado
onde as tensões são mais elevadas, nomeadamente junto dos e um revestimento plástico espesso (RPE) como acabamento.
vãos.
Em alternativa, o revestimento exterior poderia ser substituído
A aplicação de uma “forra” pelo exterior dos elementos por um sistema de isolamento térmico pelo exterior, do tipo
estruturais em betão torna estes pontos mais frágeis e com ETICS ou revestimento descontínuo, do tipo fachada
maior propensão ao aparecimento de fissuras. “ventilada”.

Isolamento Térmico pelo Exterior

Reboco
armado

RPE

[95]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 127


Parede Exterior – Retracção das Argamassas
FICHA
MICROFISSURAÇÃO DO REBOCO DA FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE
SERVIÇOS 05.22
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE EXTERIOR, RETRACÇÃO DAS ARGAMASSAS, MICROFISSURAÇÃO DO REBOCO, REBOCO
ARMADO, RPE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O reboco da parede exterior de um edifício de serviços Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
apresentava microfissuração. reboco, tendo-se observado que apresentava a seguinte
As paredes eram constituídas por alvenaria de pedra, constituição:
rebocada e pintada.  Camada impermeabilizante (“cerezite”) à base de ligantes
hidráulicos;
 Camada de base (emboço), à base de cal;
 Camada de acabamento, à base de ligantes hidráulicos.
Sobre o reboco foi aplicada uma pintura acrílica.
Foram realizados ensaios de arrancamento por tracção do
reboco, tendo-se verificado que a média da tensão de
arrancamento foi superior 0,30 MPa.

Zona de
corte

Pastilha
metálica

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A microfissuração do reboco da fachada deveu-se à retracção Tendo em atenção os valores obtidos para a tensão de
das argamassas face à solicitação térmica. arrancamento do reboco, seria admissível não se proceder à
Nas condições de aplicação correntes, as argamassas sofrem sua demolição global.
uma retracção inicial resultante da dissecação, da hidratação O tratamento da microfissuração observada passaria pela
(retracção endógena) e da carbonatação. aplicação em toda a superfície de um barramento constituído
A retracção global das argamassas é influenciada por relações por argamassa à base de polímeros, armado com rede de fibra
complexas entre o tipo de cimento, inertes, a composição e o de vidro, após análise por percussão do reboco e reparação das
processo de cura. zonas ”ocas” e tratamento das fissuras existentes.

O controlo da retracção não pode, no entanto, ser limitado à A aplicação de um revestimento plástico espesso – RPE como
escolha do tipo de materiais, da composição da mistura e da acabamento, sobre o reboco armado, seria vantajoso,
relação água/cimento, sendo necessário actuar sobre as permitindo uma uniformização da textura.
condições higrotérmicas do local e sobre a capacidade de
absorção do suporte.

RPE

Rede de fibra de
Suporte vidro

Mastique Argamassa com


sintético polímeros

Papel adesivo

[95]

128 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Enterrada – Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO DA SUPERFÍCIE INTERIOR DE
UM RESERVATÓRIO 06.1
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE ENTERRADA, BETÃO PINTADO, RESERVATÓRIOS, DEGRADAÇÃO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento interior das paredes de um reservatório Realizaram-se sondagens para analisar a configuração das
apresentava-se degradado, tendo ocorrido o desenvolvimento paredes do reservatório, tendo-se verificado que eram em
de “bolhas”. betão, rebocadas. O betão encontrava-se seco, enquanto que o
As “bolhas” apresentavam maior dimensão e apareciam em reboco estava saturado.
maior número junto ao nível máximo da água, diminuindo Na intervenção realizada procedeu-se à picagem e substituição
gradualmente de dimensões e intensidade à medida que do reboco inicial e à aplicação, em toda a superfície interior, de
aumentava a profundidade da superfície afectada. uma argamassa à base de polímeros, bem como de uma tinta
Ao serem furadas por acção mecânica revelaram-se cheias de baseada em dispersão aquosa de resinas sintéticas.
líquido. A argamassa à base de polímeros era impermeável à água
Refira-se que as “bolhas” apenas surgiram após a intervenção líquida, mas permeável ao vapor, enquanto que a tinta
que o reservatório sofreu com vista à renovação do seu apresentava uma permeabilidade ao vapor reduzida.
revestimento interior. Procedeu-se à medição da temperatura do ar e da água do
reservatório, tendo-se verificado que era inferior a 13ºC.

Revestimento por pintura

Argamassa à base de polímeros

Reboco

Betão

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As “bolhas” observadas resultaram da acumulação de água Para correcção da patologia, a tinta aplicada teria de ser
devido ao fenómeno de condensações internas que ocorreu removida.
na interface entre a argamassa à base de polímeros e a Teria de se exigir a secagem do suporte, podendo ser aplicada
pintura. O suporte apresentava uma quantidade de água uma tinta com características análogas à existente.
significativa devido ao reboco realizado, que não terá secado
devido às condições higrotérmicas no interior do reservatório
(elevada humidade relativa).
O gradiente de pressão de vapor entre o reboco e o ar
interior ou a água do reservatório criou um fluxo de difusão
de vapor de água no sentido do interior, através da argamassa
e da pintura. Como a pintura era pouco permeável ao vapor
de água, ao contrário da argamassa, ocorreram condensações
na interface argamassa/pintura, o que levou à formação das
“bolhas”. A argamassa à base de polímeros era impermeável à
água líquida, não permitindo a redistribuição da água
condensada.
As bolhas diminuíam com a profundidade devido à pressão
hidroestática.
1600
Pressão [Pa]

Revestimento 1500
Pressão de Saturação
Pressão Parcial de Vapor
por pintura 1482

1400

Argamassa à 1300
base de
polímeros 1200

1100

1000

900 909

t = 5 ºC
HR = 800 t = 13 ºC
785
Argamassa com HR =
Interior do
Reservatório700 Tinta polímeros Reboco de
t = 13ºC t = 5ºC 600
Regularizaçã

HR = 100% HR = 90% 0 2000000000 4000000000 6000000000 8000000000 10000000000 12000000000 14000000000


Rd [m2.s.Pa/kg]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 131


Parede Enterrada – Humidade Ascensional
FICHA
MANCHAS NAS PAREDES EM GRANITO SEMI-ENTERRADAS DE UM
MOSTEIRO 06.2
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE ENTERRADA, GRANITO, MANCHAS NO REVESTIMENTO, HUMIDADE ASCENSIONAL,
VENTILAÇÃO DA BASE DAS PAREDES 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A face interior das paredes em alvenaria de granito da Capela- Realizaram-se um conjunto de medidas de forma a caracterizar
mor de um Mosteiro apresentava manchas de tonalidade as condições higrotérmicas da ambiência e a temperatura e o
esverdeada, sobretudo, até cerca de 1 m de altura. teor de humidade superficial das paredes.
As paredes encontravam-se parcialmente enterradas, Verificou-se que o interior da Capela-mor apresentava uma
existindo uma diferença de cerca de um metro entre o terreno humidade relativa elevada e que a ventilação era insuficiente.
que confinava as paredes da Capela-mor e o pavimento
interior.

100
HR [%]

80

60

40

20

0
0 50 100 150 200 250 300

Tempo [h]

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas existentes nas paredes surgiram devido ao O tratamento de paredes com problemas de humidade
fenómeno de ascensão capilar e migração da humidade ascensional e consequente eliminação das manchas observadas
proveniente do terreno, associados à dificuldade de secagem poderá passar pela ventilação da base das paredes, pela
dos elementos construtivos em contacto com o terreno. execução de corte hídrico ou pela ocultação de anomalias.
A migração da humidade ocorre quando as paredes estão em No caso em estudo, a opção mais adequada seria a criação de
contacto com água ou com solo húmido, sempre que os um sistema de ventilação na base das paredes constituído por
materiais constituintes apresentam elevada capilaridade e um canal exterior ventilado naturalmente, de forma a
quando não existe um corte hídrico. possibilitar a secagem da parede. O canal deveria possuir
O fluxo de secagem (g) depende do gradiente de inferiormente uma caleira de drenagem das águas infiltradas e
concentração do vapor da superfície da parede (Cs’) e do ar superiormente ser coberto, mas ventilado.
(Ca’): No interior da parede deveria ser criado um sistema de
ventilação constituído por manilhas de betão associadas a um
g = E (Cs’-Ca’) [kg/(m2·s)]
dispositivo de ventilação mecânica higro-regulável.
Nas construções históricas não há grande diferença entre a
temperatura do ar interior e a superfície interior da parede,
pelo que, quando a humidade relativa é elevada, a diferença
de concentração tende para zero, bem como o fluxo de
secagem.
Grelha de ventilação

Caixa de ventilação
Canal de ventilação
pré-fabricado

[104]

132 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Parede Interior – Humidade Ascensional
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NAS PAREDES INTERIORES EM GRANITO,
REBOCADAS E PINTADAS, DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 07.1
PALAVRAS-CHAVE: PAREDE INTERIOR, GRANITO, MANCHAS DE HUMIDADE , HUMIDADE ASCENSIONAL,
VENTILAÇÃO DA BASE DAS PAREDES, CORTE HÍDRICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento das paredes divisórias interiores de um Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
edifício de serviços apresentava manchas de humidade ao parede, tendo-se verificado que era em alvenaria de granito,
nível da base. sendo a superfície rebocada e pintada.
Os rodapés em madeira adjacentes apresentavam-se também Efectuaram-se um conjunto de medidas para caracterizar as
degradados. condições higrotérmicas da ambiência (a temperatura e o teor
de humidade superficial da parede e do rodapé em madeira).
Verificou-se que a base da parede, junto ao rodapé,
apresentava um teor de humidade elevado.
O edifício possuía um sistema de aquecimento central com
funcionamento a temperatura variável, sendo a temperatura de
21ºC durante o dia e de 19ºC, durante a noite.

Temperatura
superficial (ºC)
17.1 170
171

129 18.2
142
Teor de humidade
da madeira (%) 137
151
14 12 18 Reboco:
136
12 130 – “Húmido”
11
180 – “Seco”

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade que surgiram na base da parede De forma a minorar o problema observado seria necessária a
resultaram do fenómeno de ascensão capilar. seguinte intervenção:
A humidade ascensional manifesta-se quando as paredes  Execução de um corte hídrico na base da parede, de forma
estão em contacto com a água ou com o solo húmido, a impedir a ascensão de água, por exemplo, através da
sempre que os materiais constituintes apresentam elevada injecção de produtos hidrófugos ou tápa-poros;
capilaridade e quando não existe um corte hídrico. A
ascensão capilar progride até que se verifique o equilíbrio  Criação de um sistema de ventilação da base da parede
entre a evaporação e a capilaridade. constituído por tubos perfurados (por exemplo manilhas
de betão) associados a um dispositivo de ventilação
O fluxo de secagem (g) depende do gradiente de mecânica higroregulável.
concentração do vapor da superfície da parede (Cs’) e do ar
(Ca’):
g = E (Cs’-Ca’) [kg/(m2·s)]
A inexistência de um corte hídrico adequado terá sido a causa
fundamental do problema.

Difusão do produto
impermeabilizante
dentro do muro

[104]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 135


Pavimento Térreo – Condensações Internas
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO À BASE DE PVC DO PISO DE
UM PAVILHÃO GIMNODESPORTIVO 08.1
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO TÉRREO, REVESTIMENTO À BASE DE PVC, DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO,
CONDENSAÇÕES INTERNAS, BARREIRA PÁRA-VAPOR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento à base de PVC do piso térreo de um pavilhão Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
gimnodesportivo apresentava-se descolado e levantado, pavimento, tendo-se verificado que o revestimento se
particularmente na zona das juntas. encontrava colado directamente sobre a camada de suporte,
Após o levantamento do revestimento na zona de uma junta, em betão. Tratava-se de um pavimento térreo constituído por
detectou-se uma forte humidificação na interface de colagem caixa de brita, camada de suporte em betão e revestimento à
e a degradação da cola. base de PVC colado.
Foi efectuada uma carotagem a seco na camada de suporte do
revestimento e procedeu-se à determinação do perfil de teor
de humidade, tendo-se verificado que o betão se encontrava
com o teor de humidade mais elevado à superfície que em
profundidade.
Efectuaram-se um conjunto de medidas de forma a
caracterizar as condições higrotérmicas, nomeadamente, a
humidade relativa na interface de colagem do revestimento, a
temperatura das várias interfaces do pavimento térreo e a
temperatura interior e a humidade relativa da ambiência.
Teor de Humidade - w das amostras

0,082 0,072 0,037 0,022 w [kg/kg]


0
2

Profundidade [cm]
4
6
8
10
12
14
16
18

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento do revestimento à base de PVC deveu-se à A correcção da patologia implicaria a seguinte intervenção (A):
ocorrência de condensações internas na interface de colagem
Remoção do revestimento à base de PVC;
do revestimento, causadas pela ausência de um pára-vapor
eficaz e pelas flutuações das condições higrotérmicas do Picagem da camada de suporte em cerca de 0,06 m;
ambiente interior do pavilhão. Regularização do suporte;
Como o revestimento à base de PVC do pavimento era muito Aplicação de uma barreira pára-vapor com permeância –
pouco permeável ao vapor de água, funcionou como um Wp inferior a 2x1012 kg/(m2.s.Pa);
pára-vapor colocado na zona fria do elemento construtivo, Colocação de um filme de polietileno de protecção;
durante a noite, quando a temperatura do solo era superior à
do ambiente interior. Execução de uma lajeta de betão (e > 0,05 m), armada;
A condensação do vapor de água deu-se na interface de Colagem do revestimento à base de PVC.
colagem do revestimento do pavimento, originando a
degradação da cola e o levantamento das zonas mais frágeis Em alternativa, poderia substituir-se o revestimento à base de
(juntas). PVC por um revestimento com um sistema de fixação não
“sensível” à água (B).
A B
Noite # 6 ºC
Revestimento à base Revestimento e
de PVC
sistema de
Cola
Barreira fixação não
Camada de suporte “sensível” à
13 ºC (Betão) pára-vapor
água

Filme de polietileno
Caixa de brita

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 139


Pavimento Térreo – Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO PAVIMENTO
TÉRREO DE UMA HABITAÇÃO UNIFAMILIAR 08.2
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO TÉRREO, MADEIRA, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS,
BARREIRA PÁRA-VAPOR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira (soalho) do pavimento térreo de Procedeu-se à desmontagem do revestimento, tendo-se
uma habitação encontrava-se degradado, apresentando: observado que as réguas de madeira se encontravam fixas a
ripas de madeira. A caixa de ar encontrava-se parcialmente
 Deformação e descolamento das réguas;
preenchida com granulado leve.
 Apodrecimento da madeira;
Foram medidas as condições higrotérmicas da ambiência, a
 Aparecimento de manchas de cor mais escura na zona da temperatura e o teor de humidade das interfaces do pavimento
fixação das réguas. em madeira tendo-se verificado que:
 As ripas de fixação das réguas de madeira apresentavam
um elevado teor de humidade;
 A temperatura do piso térreo encontrava-se estável;
 A temperatura do revestimento e da caixa de ar variava de
forma sinusoidal.
A habitação dispunha de um sistema de aquecimento central
que funcionava de forma intermitente.

21,0
Termopares
Sonda - HR
1
20,0 1 Revestimento em
madeira
T(ºC)

3 2
5 3 4
19,0 Ripas
2
5
18,0
44
Camada de suporte
(betão)
17,0

Tempo (dias)

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do revestimento em madeira (soalho) deveu-se A correcção da patologia implicaria a seguinte intervenção:
ao elevado teor de humidade encontrado no pavimento,
 Desmontagem do revestimento em madeira (soalho);
devido à ocorrência de condensações internas.
 Picagem da camada de suporte em cerca de 0,06 m;
As condensações tiveram origem:
 Regularização do suporte;
 Na ausência de um pára-vapor eficaz, o que permitiu a
difusão de vapor do pavimento térreo para a caixa de ar;  Aplicação de uma barreira impermeável ao vapor e à água
líquida;
 Na não ventilação da caixa de ar;
 Colocação de um filme de polietileno de protecção;
 No aquecimento intermitente dos compartimentos.
 Execução de uma lajeta de betão (e > 0,05 m), armada;
 Aplicação das ripas de suporte;
 Aplicação do revestimento em madeira (soalho).

Com aquecimento Sem aquecimento

Barreira pára-vapor/
impermeabilização

140 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Pavimento Térreo – Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO PAVIMENTO
TÉRREO DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 08.3
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO TÉRREO, MADEIRA, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS,
BARREIRA PÁRA-VAPOR, VENTILAÇÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira do pavimento térreo de um Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
edifício de serviços apresentava-se degradado, nas zonas pavimento em zona corrente e ao nível da calha técnica,
sobre a calha técnica periférica. tendo-se verificado que a betonilha da base da calha não se
Observou-se o apodrecimento da madeira. encontrava impermeabilizada.
Procedeu-se à medição das condições higrotérmicas da
ambiência e da temperatura e do teor de humidade das
interfaces do pavimento, tendo-se verificado que a humidade
relativa no interior da calha técnica periférica era elevada.
O edifício era dotado de um sistema de aquecimento que
funcionava de forma intermitente.

Calha
Técnica

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do revestimento em madeira do pavimento, O revestimento em madeira teria de ser removido para se
sobre a calha técnica, deveu-se à condensação na face inferior proceder à impermeabilização do interior da calha técnica,
das réguas, resultante da humidade proveniente da ascensão através da aplicação, por exemplo, de uma emulsão
capilar através das paredes e da base da calha. betuminosa, a frio.
Tendo em atenção o aquecimento intermitente, a temperatura A impermeabilização/barreira pára-vapor deveria apresentar
no interior dos compartimentos atingia valores inferiores à do uma permeância – Wp inferior a 2x1012 kg/(m2.s.Pa).
solo que, devido à sua elevada inércia térmica, se mantinha A ventilação da calha técnica através da aplicação de grelhas
sensivelmente constante. pontuais no soalho seria também vantajosa.
Gerou-se assim um fluxo ascendente de vapor de água que,
ao encontrar uma superfície a uma temperatura mais baixa
(face inferior do revestimento do pavimento), condensou. A
ausência de ventilação agravou o problema.
A deposição da humidade de condensação permitiu criar
condições para a degradação da madeira. A descontinuidade
da impermeabilização do pavimento térreo, ao longo da calha
técnica, é a causa fundamental do problema.
Grelha de
ventilação

Calha
Técnica
Impermeabilização/
Barreira pára-vapor

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 141


Pavimento Térreo – Humidade Ascensional
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO PAVIMENTO TÉRREO EM LAJEADO DE
GRANITO DE UMA IGREJA 08.4
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO TÉRREO, GRANITO, MANCHAS NO REVESTIMENTO, HUMIDADE ASCENSIONAL,
DRENAGEM PERIFÉRICA, NÍVEL FREÁTICO, IMPERMEABILIZAÇÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O lajeado em granito do pavimento térreo da capela-mor e Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
das capelas laterais de uma Igreja apresentava manchas de pavimento, tendo-se verificado que o lajeado de granito foi
humidade, encontrando-se completamente saturado nalgumas assente sobre uma camada de areia. Verificou-se, também, a
áreas. inexistência de um sistema de drenagem de águas freáticas do
pavimento.
Efectuaram-se um conjunto de medidas de forma a
caracterizar as condições higrotérmicas da ambiência, a
temperatura e o teor de humidade superficial dos pavimentos.
Verificou-se que o interior da Igreja apresentava uma
humidade relativa muito elevada e que a ventilação era
insuficiente.
Procedeu-se à medição do nível freático com piezómetros
entre Julho e Dezembro.
Medição do nível piezométrico entre Julho e Dezembro de 2002
(m)
1,60
1,70
1,80
1,90
2,00
2,10
2,20
2,30
P.Z.1 - 09h00
2,40
P.Z.1 - 13h00
2,50
P.Z.1 - 17h00
2,60
2,70 P.Z.2 - 09h00

2,80 P.Z.2 - 13h00

2,90 P.Z.2 - 17h00

3,00
3,10
17-7-02 29-7-02 10-8-02 22-8-02 3-9-02 15-9-02 27-9-02 9-10-02 21-10-02 2-11-02 14-11-02 26-11-02 8-12-02 20-12-02

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas existentes no pavimento surgiram devido à De forma a minorar o aparecimento de manchas de humidade
humidade ascensional associada à dificuldade de secagem dos devido à humidade ascensional, teria de ser criado um sistema
elementos construtivos em contacto com o terreno. de drenagem de águas pluviais e freáticas adequado.
A humidade ascensional manifesta-se quando os elementos Deveria, sobretudo, ser aplicado um sistema de
estão em contacto com água ou com solo húmido, sempre impermeabilização, antes da recolocação do lajeado.
que os materiais constituintes apresentam elevada
capilaridade e quando não existe um corte hídrico. A
ascensão capilar progride até que se verifique o equilíbrio
entre a evaporação e a capilaridade.
O fluxo de secagem (g) depende do gradiente de
concentração do vapor da superfície da parede (Cs’) e do ar
(Ca’):
g = E (Cs’-Ca’) [kg/(m2·s)]
Na situação em análise verificou-se que as condições de
evaporação eram desfavoráveis devido à elevada humidade
relativa e à insuficiente ventilação no interior da Igreja.

Lajeado de granito
Caixa de areia
Impermeabilização

[104]

142 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Pavimento Intermédio – Condensações Internas
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO À BASE DE RESINAS EPÓXIDAS
DO PAVIMENTO DE UM LABORATÓRIO 09.1
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO INTERMÉDIO, REVESTIMENTO À BASE DE RESINAS EPÓXIDAS, DEGRADAÇÃO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS, BARREIRA PÁRA-VAPOR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento à base de resinas epóxidas do pavimento do Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
1º andar de um laboratório apresentava deformações pavimento, tendo-se verificado que o revestimento à base de
constituídas por “bolhas” que se encontravam preenchidas resinas epóxidas era constituído por duas camadas, aplicadas
com água. sobre uma camada de regularização, em betonilha.
Foi observada uma maior incidência na área sobre a zona A camada base (primário) era permeável ao vapor e
técnica, onde se localizava a casa das máquinas. impermeável à água líquida, enquanto que a camada de
acabamento era impermeável ao vapor e à água líquida.
Procedeu-se à recolha de amostras e à medição do teor de
humidade do betão celular e da camada de argamassa, tendo-se
verificado que ambos apresentavam um teor de humidade
próximo do equilíbrio higroscópico.
Foi feita a medição da temperatura e da humidade relativa do
interior do laboratório e da zona técnica (piso inferior), bem
como da temperatura na laje.
O edifício era dotado de um sistema de aquecimento central
que funcionava durante os dias úteis das 8 às 18 horas.

Revestimento à base
de resinas epóxidas
Camada de
regularização
Camada forma
(betão celular)

Laje de betão

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A formação de “bolhas” deveu-se à ocorrência de O revestimento existente teria de ser substituído.
condensação entre as duas camadas que constituíam o A aplicação de novo revestimento com características análogas
revestimento à base de resinas epóxidas do pavimento. ao existente seria possível, desde que fosse garantido o
No Inverno, a temperatura e a humidade variavam aquecimento contínuo do laboratório ou aplicada uma barreira
significativamente entre o dia e a noite no interior do edifício, pára-vapor com permeância – Wp inferior a
devido ao aquecimento intermitente, enquanto que no 2x1012 kg/(m2.s.Pa) sobre a camada de forma, o que obrigaria
interior do pavimento se mantinham constantes, gerando-se à picagem parcial da betonilha e à realização de nova camada
fluxos de vapor de água ascendentes. de regularização (A).
O revestimento do pavimento funcionava como um pára- Em alternativa, poderia optar-se por substituir o revestimento
vapor colocado na “face fria" do pavimento (durante a noite). existente por um revestimento permeável ao vapor, por
As condensações ocorriam entre a camada de base e a exemplo, do tipo ladrilhos cerâmicos (B).
camada de acabamento do revestimento.
O crescimento das “bolhas” resultou de uma acumulação
contínua de água condensada que não se podia redistribuir.
Numa primeira fase, o processo de secagem do betão celular
contribuiu para o processo de difusão.
Dia Noite
24 ºC 15 ºC Revestimento à base de A B
resinas epóxidas
Camada de regularização Ladrilhos
cerâmicos
Camada forma Barreira
(betão celular) pára-vapor
20 ºC 20 ºC

Laje de betão

28 ºC 12 ºC

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 145


Pavimento Intermédio – Condensações Internas
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM LADRILHOS VINÍLICOS DE
CORTIÇA DO PAVIMENTO DO 1º ANDAR DE UM EDIFÍCIO 09.2
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO INTERMÉDIO, LADRILHOS VINÍLICOS DE CORTIÇA, DESCOLAMENTO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS, BARREIRA PÁRA-VAPOR 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em ladrilhos vinílicos sobre suporte de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
aglomerado de cortiça do pavimento do 1º andar, de um pavimento, tendo-se verificado que o revestimento terá sido
edifício de serviços, apresentava-se descolado de uma forma fixo sobre a camada de regularização com uma cola à base de
generalizada. soluções aquosas de resinas acrílicas.
Observava-se o empolamento do centro do ladrilho e a sua Foram efectuados registos de temperatura e humidade relativa
total descolagem. no interior de diversos compartimentos e nos vários pisos.
As juntas apresentavam uma ligeira variação de tonalidade O edifício de serviços apresentava uma ocupação intermitente.
associada ao aparecimento de humidade. Registou-se a situação do edifício desocupado, com o sistema
Quando se retiravam os ladrilhos eram visíveis gotículas de de aquecimento desligado, e também a situação de total
humidade na zona de colagem. ocupação, com o sistema de aquecimento em pleno
funcionamento.
Foi também medida a temperatura e a humidade relativa na
cave.

Desocupado Ocupado

10 ºC - 80% 20 ºC - 65% Revestimento em


ladrilhos vinílicos
Cola
Camada de regularização
Camada de forma
(betão celular)

Laje de betão

14 ºC - 90% 14 ºC - 90%

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento do revestimento em ladrilhos vinílicos sobre Para correcção da patologia teria de se proceder à substituição
suporte de aglomerado de cortiça do pavimento deveu-se ao do revestimento.
aparecimento de humidade no plano de colagem, originada A aplicação de novo revestimento com características análogas
pela ocorrência de condensações internas. ao existente seria possível, desde que fosse aplicada uma
A transferência de humidade ocorreu por termomigração, da barreira pára-vapor com permeância – Wp inferior a
zona quente para a zona fria, com condensação no plano de 2x1012 kg/(m2.s.Pa) sobre a camada de suporte, o que
colagem sob o revestimento do pavimento que funcionava obrigaria à picagem da betonilha e à realização de nova
como um pára-vapor colocado na “face fria” do pavimento. camada de regularização (A).
Esta situação ocorreu quando os compartimentos do piso Em alternativa, poderia optar-se por substituir o revestimento
superior estavam mais frios do que a cave (edifício existente por um revestimento permeável ao vapor, por
desocupado). exemplo, do tipo ladrilhos cerâmicos (B).

A B
Revestimento em
ladrilhos vinílicos Ladrilhos
Cola cerâmicos
Camada de regularização Barreira
Camada de forma
pára-vapor
(betão celular)

Laje de betão

146 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Pavimento Intermédio – Condensações Internas
FICHA
DESCOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO PAVIMENTO
ADJACENTE À FACHADA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 09.3
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO INTERMÉDIO, MADEIRA, ETICS, LADRILHOS CERÂMICOS, DESCOLAMENTO DO
REVESTIMENTO, CONDENSAÇÕES INTERNAS, PERFIL DE ARRANQUE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira do pavimento dos Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
compartimentos dos fogos do 1º piso de um edifício de fachada, tendo-se verificado que era constituída por alvenaria
habitação apresentava-se levantado nas zonas junto à fachada, simples de tijolo vazado, revestida por um sistema de
revestida com um sistema de isolamento térmico pelo isolamento térmico pelo exterior do tipo ETICS. Não foi
exterior do tipo ETICS. aplicado perfil de arranque do sistema.
Verificou-se que a anomalia só ocorria junto às fachadas onde Os ladrilhos cerâmicos foram colados directamente ao
foi aplicado, até cerca de 1 m de altura, um revestimento em isolamento, até cerca de 1 m de altura. Tratam-se elementos
ladrilhos cerâmicos sobre o ETICS. não permeáveis ao vapor.
Foi medido o teor de humidade do revestimento em madeira,
junto à base das paredes, tendo-se verificado que era elevado
apenas nas zonas em que foi aplicado o revestimento cerâmico
sobre o ETICS.
Os restantes pavimentos não apresentavam problemas.

Sistema ETICS

Revestimento cerâmico
impermeável ao vapor

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do revestimento em madeira do pavimento Para correcção da patologia teria de se proceder à remoção do
deveu-se à presença de água proveniente da migração de revestimento em ladrilhos cerâmicos aplicado sobre o sistema
humidade de condensação, gerada na interface entre o de isolamento térmico pelo exterior do tipo ETICS.
revestimento cerâmico e o sistema de isolamento do tipo A aplicação do perfil de arranque do sistema de isolamento
ETICS da fachada. térmico seria também fundamental.
As condensações foram geradas pelas diferenças de vapor
resultantes do processo de secagem da alvenaria que estava
saturada quando foi aplicado o ETICS.
Refira-se que o revestimento cerâmico estava em perfeita
continuidade com o muro de suporte em betão, não tendo
sido aplicado o perfil de arranque do sistema ETICS.
Utilizando o método de GLASER, verificou-se que os fluxos
condensados eram superiores a 1 l/m2.

Sistema ETICS
Sistema ETICS
> 1 l/m2 ETICS

Revestimento cerâmico Revestimento


impermeável ao vapor cerâmico Perfil de
arranque
impermeável ao
vapor

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 147


Pavimento Intermédio – Expansão Higrotérmica
FICHA
EMPOLAMENTO DO REVESTIMENTO EM LADRILHOS CERÂMICOS
DO PAVIMENTO DA SALA DO ÚLTIMO PISO DE UMA HABITAÇÃO 09.4
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO INTERMÉDIO, LADRILHOS CERÂMICOS, EMPOLAMENTO DO REVESTIMENTO,
FISSURAÇÃO DO REVESTIMENTO, EXPANSÃO HIGROTÉRMICA, JUNTAS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em ladrilhos cerâmicos do pavimento da sala Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
localizada no último piso de uma habitação unifamiliar pavimento tendo-se verificado que o revestimento constituído
apresentava-se descolado, tendo corrido o empolamento por ladrilhos cerâmicos encontrava-se aplicado directamente
pontual do revestimento. sobre a laje em betão, não existindo juntas de fraccionamento,
nem no contorno.
Os ladrilhos cerâmicos eram constituídos por barro vermelho.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O descolamento e empolamento do revestimento em O revestimento em ladrilhos cerâmicos do pavimento teria de
ladrilhos cerâmicos do pavimento da sala ocorreu devido à ser substituído por um revestimento cerâmico cuja expansão
franca expansão do material cerâmico de revestimento não devido ao efeito da humidade fosse inferior a 0,6 mm/m. O
compensada pela existência de juntas de assentamento e de período de tempo entre a sua produção e a aplicação deveria
fraccionamento com largura e espaçamento compatíveis. ser superior a 2 meses.
As deformações de carácter higrotérmico do revestimento Na aplicação do novo revestimento deveriam ser criadas
devido às variações dimensionais quer pela acção da juntas periféricas, na ligação do revestimento com o contorno,
temperatura, quer pela expansão irreversível resultante da e intermédias (> 4 x4 m2), devendo ser preenchidas com um
acção da humidade (água e/ou vapor de água) foram muito material flexível.
significativas. A espessura das juntas deveria ser definida em função das
características do material de revestimento, devendo
preferencialmente ser especificada pelo Fabricante.

> 10 mm

Material flexível e de
preenchimento

148 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Pavimento Sobre Espaço Exterior – Condensações Superficiais
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO PAVIMENTO
SOBRE O EXTERIOR DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 10.1
PALAVRAS-CHAVE: PAVIMENTO SOBRE ESPAÇO EXTERIOR, MADEIRA, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO,
CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS, ISOLAMENTO TÉRMICO , VENTILAÇÃO, AQUECIMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira do pavimento dos Realizaram-se sondagens para analisar a configuração do
compartimentos das habitações de um edifício apresentava pavimento sobre o exterior, tendo-se verificado que o
um comportamento deficiente, apenas nas zonas sobre o revestimento em madeira foi colado sobre a camada de forma
espaço exterior (corpo em consola), tendo-se observado o em betão leve.
aparecimento de gotículas de água sobre o verniz. Efectuou-se a medição da temperatura e humidade relativa do
As habitações não dispunham de um sistema de ventilação ar e do caudal de ventilação dos compartimentos das
permanente, apenas existindo dispositivos de exaustão habitações em análise.
mecânica de ar na cozinha e nas instalações sanitárias. Verificou-se que a ventilação era insuficiente (inferior a 0,3
renovações por hora), bem como não havia um aquecimento
adequado das habitações.
O coeficiente de transmissão térmica do pavimento – K era
elevado, sendo superior ao máximo imposto pelo RCCTE.

Revestimento em madeira
Camada de forma

Laje

Revestimento exterior

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação do revestimento em madeira do pavimento A minimização do problema observado no pavimento sobre o
sobre o espaço exterior resultou do fenómeno de espaço exterior, resultante do fenómeno de condensações
condensações superficiais que ocorreu no pavimento, devido, superficiais, passaria pelo isolamento térmico do pavimento.
principalmente, à ausência de isolamento térmico e à Poderia optar-se pela aplicação de um sistema de isolamento
ventilação insuficiente das habitações. térmico pelo exterior, do tipo ETICS, sob o pavimento (ver
Na envolvente das habitações, este fenómeno ocorre quando figura).
se verificam uma ou mais das seguintes condições: A criação de um sistema de ventilação geral e permanente e o
 Ausência de aquecimento do ambiente interior ou reforço do aquecimento melhoraria o conforto das habitações
aquecimento insuficiente e intermitente; em termos higrotérmicos.
 Deficiente isolamento térmico do pavimento; O aquecimento do interior da habitação deveria garantir uma
 Produção de vapor de água no interior da temperatura superior a 18 ºC.
habitação/compartimento significativa;
 Ventilação insuficiente.

Ti=18ºC
HR=75%
Tsi<Tpo

A’ A

Isolamento
térmico

Ti<4ºC
Tpo

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 151


Vão Envidraçado – Deficiente Configuração dos Peitoris
FICHA
MANCHAS DE SUJIDADE NA FACHADA SOB OS PEITORIS DE UM
EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 11.1
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, PEITORIS, MANCHAS NO REVESTIMENTO, ESCORRÊNCIAS, DEFICIENTE
CONFIGURAÇÃO DOS PEITORIS 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em monomassa das fachadas de um edifício Procedeu-se à análise da configuração dos peitoris, tendo-se
de serviços apresentava manchas de sujidade associadas a observado que não apresentavam inclinação para o exterior,
escorrências nas zonas da fachada sob os peitoris dos vãos sendo praticamente horizontais.
exteriores. Os peitoris não apresentavam também pingadeira exterior que
permitisse o afastamento da água.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As escorrências/manchas de sujidade observadas na fachada Para evitar o aparecimento de novas escorrências sob os
sob os peitoris resultaram da acumulação de partículas nas peitoris, seria necessário aplicar elementos com configuração
superfícies horizontais, transportadas pela água para as adequada, o que implicaria o ajuste da caixilharia adjacente,
fachadas. sendo uma operação de grande complexidade.
A configuração do peitoril, nomeadamente, a inexistência de Em alternativa, seria aceitável a aplicação de um rufo em zinco
uma inclinação para o exterior e a ausência de pingadeira sob o peitoril com configuração adequada.
agravaram o aparecimento de “bigodes” na fachada.
Note-se que todas as superfícies horizontais (ou com
pequena inclinação) têm tendência para acumular lixo que
será posteriormente arrastado pelas águas das chuvas.
Alem da geometria inadequada do peitoril, o facto de
apresentar um revestimento em monomassa, com grande
capacidade de absorção e porosidade excessiva, agravou a
acumulação de sujidades e o aparecimento de manchas.

t 1,5 cm
t 1,5 cm
l h t 25 mm
[96] l t 25 mm
h

D tgD t 0,10

[35]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 155


Vão Envidraçado – Envelhecimento dos Materiais
FICHA
DEGRADAÇÃO DOS PEITORIS EM PEDRA CALCÁRIA DOS VÃOS DE UM
EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 11.2
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, PEITORIS, DEGRADAÇÃO, ENVELHECIMENTO DOS MATERIAIS,
PROTECÇÃO METÁLICA, REVESTIMENTO CONTÍNUO À BASE DE RESINA DE POLIURETANO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


Os peitoris em pedra calcária dos vãos de um edifício de Procedeu-se à verificação da estabilidade dos peitoris, tendo-se
habitação colectiva, com cerca de 30 anos, apresentavam um constatado que não se encontravam dessolidarizados do
aspecto degradado, tendo-se verificado a alteração da suporte.
superfície e microfissuras. Foram efectuadas sondagens sob o peitoril e na ombreira que
permitiram constatar que a forma do peitoril e que a ligação da
caixilharia com o peitoril apresentavam uma configuração
considerada satisfatória.

h
D

h t 25mm
l t 25mm
t 1,5 cm
t 1,5 cm tg D t 0,10
[35]

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação dos peitoris em pedra calcária deveu-se ao Para tratamento da patologia seria necessário proceder à
deficiente comportamento destes elementos face às substituição do peitoril. No entanto, esta operação criaria
solicitações de carácter higrotérmico. alguns incómodos para os moradores, tendo em atenção que
O envelhecimento prematuro da pedra calcária terá também obrigaria à remoção da caixilharia.
estado na origem do problema observado. Não sendo possível a remoção do peitoril, existem soluções
alternativas que garantiam a estanquidade da ligação com a
fachada, sendo contudo modificado o aspecto estético inicial.
Seria vantajoso a aplicação de um revestimento contínuo à
base de resina de poliuretano, o que, para além de garantir a
estanquidade à água do peitoril, permitiria um remate
adequado com o contorno e melhoraria o aspecto estético. No
entanto, o aspecto inicial seria alterado.
Em alternativa, poderia também ser aplicada uma protecção
metálica superior, desde que compatível com a caixilharia.

Resinas à base de
poliuretano

Primário
Peitoril

156 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Vão Envidraçado – Infiltrações
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO EM MADEIRA DO CONTORNO
DOS VÃOS COM CAIXILHARIA EM ALUMÍNIO DE UM EDIFÍCIO 11.3
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, PEITORIS, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, INFILTRAÇÕES,
CONFIGURAÇÃO DA OMBREIRA, CAIXILHARIA CLASSIFICADA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em madeira do contorno dos vãos de um Procedeu-se à desmontagem de uma janela-tipo, de forma a
edifício de serviços, localizado junto ao mar, apresentava-se analisar a configuração e a fixação da caixilharia. Verificou-se
degradado, sendo visíveis manchas de humidade nas que a caixilharia se encontrava fixa mecanicamente à ombreira
ombreiras, junto à ligação com o peitoril. de betão.
Os vãos envidraçados eram constituídos por caixilharia em
alumínio e vidros duplos incolores, sem protecção exterior.
O peitoril constituído por pedra calcária, não apresentava
projecção lateral.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação verificada no revestimento em madeira do A resolução do problema seria muito complexa, sendo
contorno dos vãos foi causada por infiltrações que ocorreram necessário proceder à correcção da ligação da ombreira com a
devido à deficiente configuração da ligação da caixilharia e do caixilharia e com o peitoril, o que implicaria a substituição da
peitoril com a ombreira, nomeadamente, a inexistência de um caixilharia.
pré-aro que permitisse a conveniente masticagem, ou de um Deveria ser aplicada uma caixilharia classificada, escolhida em
redente na ombreira. função da exposição e do desenvolvimento em altura da
A solução de caixilharia utilizada poderia, também, ter estado fachada.
na origem do problema observado, nomeadamente, o facto Seria também conveniente a substituição do peitoril por um
de terem sido aplicadas janelas não classificadas, não sendo elemento com configuração adequada.
possível verificar a sua adequabilidade à solicitação:
permeabilidade ao ar, permeabilidade à água e
deformabilidade ao vento.
O facto de se tratar de um edifício com considerável
desenvolvimento em altura (17 pisos) e bastante exposto
exigia um dimensionamento rigoroso da caixilharia.

[37] [35]

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 157


Vão Envidraçado – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO DAS
PAREDES SOB OS VÃOS DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 11.4
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, PEITORIS, “PASTILHA” CERÂMICA, MANCHAS DE HUMIDADE,
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, INFILTRAÇÕES 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento das paredes, sob os vãos de um edifício de Realizaram-se sondagens para analisar a configuração dos
habitação, apresentava manchas de humidade. peitoris, tendo-se verificado que apresentavam um
Os peitoris apresentavam um revestimento em “pastilha” revestimento em “pastilha” cerâmica, aplicado sobre o reboco
cerâmica. da fachada, à base de ligantes hidráulicos.
Os vãos eram constituídos por caixilharia em alumínio, tendo
sido aplicado vidro simples.
Procedeu-se à medição do teor de humidade das paredes sob
os vãos, tendo-se verificado que apresentavam um teor de
humidade elevado.

“Pastilha” cerâmica

Reboco

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas nas paredes sob os vãos Para resolver as infiltrações observadas, seria necessário
deveram-se a infiltrações que ocorreram através dos peitoris e proceder à aplicação de um peitoril em pedra, com
da ligação com a envolvente, resultantes: configuração adequada, o que obrigaria à remoção e ajuste da
caixilharia.
 Da deficiente configuração dos peitoris, salientando-se, a
planeza do peitoril, que dificultava o escoamento e A envolvente do vão deveria ser impermeabilizada com
propiciava infiltrações; argamassa à base de polímeros.
 Da fissuração do suporte, face à deformabilidade da A ligação caixilharia/fachada teria de ser convenientemente
alvenaria (corpo em consola) e às solicitações de carácter masticada.
higrotérmico; Caso não fosse viável a remoção da caixilharia, pelo custo e
 Da deficiente impermeabilização da ligação do peitoril incómodo que iria gerar aos moradores, para minimizar o
com a fachada. problema, teria de se proceder à remoção e recolocação da
“pastilha” cerâmica do contorno dos vãos, após a aplicação de
um barramento com argamassa à base de polímeros, bem
como à masticagem da caixilharia.

l
h

h t 25 mm
t 1,5 cm l t 25 mm
t 1,5 cm tgD t 0,10 [35]

158 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Vão Envidraçado – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NAS PAREDES ADJACENTES ÀS
OMBREIRAS DOS VÃOS DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 11.5
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, TIJOLO “FACE À VISTA”, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES,
BARREIRA DE ESTANQUIDADE, CONFIGURAÇÃO DA OMBREIRA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


As paredes adjacentes às ombreiras dos vãos de um edifício Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
de habitação apresentavam manchas de humidade, fachada, tendo-se verificado que:
encontrando-se o revestimento degradado.
 Era constituída por parede dupla, sendo o pano exterior
O pano exterior da parede era constituído por tijolo “face à em tijolo “face à vista” e o pano interior em blocos à base
vista”. de gesso;
 Na caixa de ar não foi aplicado isolamento térmico.
Procedeu-se à desmontagem de uma janela-tipo, de forma a
analisar a configuração da ombreira, tendo-se verificado que o
tijolo “face à vista“ dobrou nesta zona existindo uma
argamassa de separação entre o pano interior e exterior da
fachada.
A caixilharia, em alumínio, com vidro simples, foi aplicada
directamente sobre o pano exterior em tijolo “face à vista”.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade do revestimento interior da A minimização do problema observado passaria pela criação
fachada, adjacente à ombreira dos vãos, resultaram de de uma barreira de estanquidade na ombreira, entre o pano
infiltrações que ocorreram devido: exterior e o pano interior, o que implicaria a remoção e ajuste
da caixilharia.
 À aplicação da caixilharia sobre o pano de tijolo “face à
vista”, não existindo uma barreira hídrica contínua de A conveniente masticagem da ligação da caixilharia com o
separação entre o pano exterior e o pano interior da contorno seria também fundamental.
fachada;
 À configuração da ombreira;
 Às características do tijolo de “face à vista” que sendo um
material capilar, absorve a água da chuva incidente, o que
adicionado ao facto das juntas não terem sido refechadas,
fez com que facilmente a água atinjisse a face interior do
paramento de tijolo.

Barreira de
estanquidade
Bloco à base de
gesso Bloco à base de
gesso
Tijolo “face à
vista” Tijolo “face à
vista”

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 159


Vão Envidraçado – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NAS PAREDES SOB OS VÃOS COM
CAIXILHARIA EM MADEIRA DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 11.6
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, CAIXILHARIA EM MADEIRA, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES,
BARREIRA DE ESTANQUIDADE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento da parede sob os vãos de um edifício de Foi efectuada a inspecção visual da caixilharia e a apreciação
serviços apresentava-se degradado, sendo visíveis manchas de dos elementos desenhados disponíveis, de forma a analisar a
humidade. configuração da caixilharia, tendo-se constatado que:
Os vãos apresentavam caixilharia em madeira.  A caixilharia, o peitoril e as portadas interiores dos vãos
eram em madeira pintada;
 As janelas apresentavam duas folhas de batente e uma
bandeira superior fixa com vidros simples incolores, com
protecção interior;
 A barreira de estanquidade ao ar ao nível do peitoril era
exterior ao dispositivo de recolha de água.

Barreira de
estanquidade ao ar

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade observadas no revestimento da De forma a resolver o problema observado, seria necessário
superfície interior das paredes sob os vãos deveram-se a proceder à substituição da caixilharia por uma caixilharia
infiltrações resultantes: classificada, convenientemente dimensionada em função da
exposição da fachada.
 Da utilização de janelas não classificadas, não sendo
possível verificar a sua adequabilidade às solicitações: Caso não fosse possível esta intervenção, de forma a
permeabilidade ao ar, à água e deformabilidade ao vento; minimizar o problema, seria necessário aplicar juntas em PVC
flexível ou neoprene no contorno das folhas da janela, de
 Da configuração da própria caixilharia, nomeadamente, forma a passar a barreira de estanquidade ao ar para o interior
no que se refere à configuração e ao posicionamento da do dispositivo de recolha de água (ver figura seguinte).
barreira de estanquidade ao ar, que deveria estar localizada
preferencialmente pelo interior.

Barreira de Barreira de
estanquidade ao ar Equilíbrio de pressões estanquidade ao ar

Barreira de
estanquidade ao ar

160 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Vão Envidraçado – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NAS PAREDES AO NÍVEL DA PADIEIRA DOS
VÃOS DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 11.7
PALAVRAS-CHAVE: VÃO ENVIDRAÇADO, PADIEIRA, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES, FISSURAS,
ESTABILIDADE, IMPERMEABILIZAÇÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A superfície interior das paredes ao nível da padieira dos vãos Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
envidraçados de um edifício de habitação apresentava fachada e da padieira, tendo-se verificado que:
manchas de humidade.
 A fachada era constituída por parede dupla, sendo o pano
exterior em tijolo “face à vista”;
 Os vãos envidraçados eram constituídos por caixilharia em
alumínio e vidros duplos incolores, com protecção interior;
 Na padieira foi aplicado um elemento de betão de pequena
espessura, moldado em obra. Após a betonagem deste
elemento foi colocado o pano interior de tijolo vazado;
 A superfície exterior do elemento de betão da padieira foi
revestida com capa de tijolo “face à vista” (ver figura).

Fixação do elemento pré-


fabricado

Capa em “tijolo face à vista”

Elemento pré-fabricado em
betão

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade verificadas nas paredes, ao nível da Para tratamento da patologia seria necessário reforçar a fixação
padieira dos vãos envidraçados, deveram-se a infiltrações. da padieira ao topo da laje, garantindo a estabilidade deste
A instabilidade da solução adoptada para a padieira, elemento, o que obrigaria a uma intervenção complexa que
nomeadamente esbelteza do elemento de betão aplicado e a implicaria a desmontagem do pano exterior da fachada em
forma como foi realizada a sua fixação à laje do piso superior tijolo “face à vista”.
gerou fissuração e permitiu infiltrações. A impermeabilização da superfície do pano interior da parede
seria também fundamental.

Impermeabilização
Reforço da
estabilidade

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 161


Platibanda – Deficiente Configuração e Aplicação do Capeamento
FICHA
DESTACAMENTO DO CAPEAMENTO METÁLICO DA PLATIBANDA DE
UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS 12.1
PALAVRAS-CHAVE: PLATIBANDA, CAPEAMENTO METÁLICO, DESTACAMENTO DO CAPEAMENTO, DEFICIENTE
CONFIGURAÇÃO E APLICAÇÃO DO CAPEAMENTO, FIXAÇÃO DO CAPEAMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O capeamento metálico da platibanda de um edifício de Efectuou-se a inspecção visual de forma a analisar a
serviços apresentava-se degradado, tendo ocorrido o seu configuração do capeamento, tendo-se observado que se
destacamento. encontrava fixo mecanicamente ao suporte, sendo constituído
por chapa zincada.
Não se observaram juntas de dilatação do capeamento.
Realizaram-se sondagens para análise da configuração da
platibanda, tendo-se verificado que era em alvenaria de tijolo
vazado (0,15 m), rebocada e pintada.
O bordo superior não apresentava qualquer inclinação, sendo
o capeamento praticamente horizontal.

Capeamento
Betão

Tijolo vazado

Reboco

Pintura

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O destacamento do capeamento metálico da platibanda O capeamento metálico da platibanda deveria ser substituído
deveram-se ao envelhecimento prematuro dos materiais e à por um capeamento em zinco, devendo ter-se em atenção os
deficiente configuração e aplicação do capeamento, seguintes aspectos:
salientando-se a fixação directa ao suporte da chapa zincada e
 O zinco a utilizar deveria apresentar uma espessura de 0,65
a inexistência de juntas de dilatação convenientemente
a 0,80 mm (zinco n.º 12 a n.º 14), de acordo com o seu
tratadas.
maior ou menor desenvolvimento;
Refira-se ainda que o capeamento não apresentava inclinação,  Deveria ser fixo por “clipagem”, devendo apresentar uma
sendo praticamente horizontal. inclinação mínima de 5% para o lado interior, de forma a
evitar-se a escorrência de água pelas fachadas;
 Atendendo à forte dilatação linear do zinco, deveriam ser
previstas juntas de dilatação, espaçadas no máximo de
8,0 m.
De preferência, por questões de durabilidade, deveria ser
aplicado um revestimento em zinco associado a uma estrutura
ventilada e a isolamento térmico na superfície interior da
platibanda.

Capeamento
em zinco
Revestimento em zinco
Espaço de ar
Isolamento Térmico

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 165


Platibanda – Deficiente Configuração e Aplicação do Capeamento
FICHA
DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO SOB O CAPEAMENTO EM PEDRA
DA PLATIBANDA DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 12.2
PALAVRAS-CHAVE: PLATIBANDA, CAPEAMENTO EM PEDRA, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, DEFICIENTE
CONFIGURAÇÃO E APLICAÇÃO DO CAPEAMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento em pintura da platibanda de um edifício de Foi efectuada a inspecção visual de forma a analisar a
habitação encontrava-se degradado, tendo ocorrido configuração do capeamento em pedra, tendo-se observado
pontualmente o seu destacamento, sob o capeamento em que se encontrava aplicado com cimento-cola sobre o reboco
pedra. à base de ligantes hidráulicos da platibanda.
O capeamento não apresentava inclinação, sendo praticamente
horizontal. As juntas entre as placas de pedra encontravam-se
abertas.
Realizaram-se sondagens para análise da configuração da
platibanda, tendo-se verificado que era em alvenaria de tijolo
vazado, com 0,20 m de espessura, tendo sido rebocada e
pintada.

Capeamento em pedra

Pintura

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


O empolamento e o destacamento da pintura exterior da Para tratamento da patologia seria necessário proceder à
platibanda deveu-se a infiltrações que ocorreram sob a correcção do capeamento em pedra da platibanda, de acordo
película de tinta, através do capeamento em pedra, e que com o seguinte princípio:
resultaram da deficiente configuração e aplicação destes
 Remoção do capeamento e do revestimento em tinta
elementos, nomeadamente:
existente;
 Inexistência de uma inclinação, sendo o capeamento  Correcção do bordo superior da platibanda, criando uma
praticamente horizontal; pendente para o interior, com cerca de 5% de inclinação;
 Elevada porosidade do reboco e do cimento-cola;  Impermeabilização do suporte com argamassa à base de
 Configuração do reboco, no que se refere à garantia de polímeros, armada;
estanquidade;  Aplicação de nova pedra com pingadeiras laterais
 O facto das juntas entre placas se encontrarem abertas. convenientemnte dimensionadas;
 Pintura da superficie vertical da platibanda.
A migração da água através do cimento-cola e da argamassa
do reboco e a permeabilidade ao vapor da pintura terão sido
as principais causas do problema.

5%
Capeamento em pedra
Argamassa com polímeros

Rede de fibra de vidro


Pintura

166 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Platibanda – Instabilidade e Expansão Higrotérmica
FICHA
FISSURAÇÃO DA PLATIBANDA DE UM EDIFÍCIO DE SERVIÇOS
12.3
PALAVRAS-CHAVE: PLATIBANDA, TIJOLO VAZADO, BETÃO, INSTABILIDADE E EXPANSÃO HIGROTÉRMICA,
FISSURAÇÃO DA ALVENARIA, REBOCO ARMADO, RPE 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A platibanda de um edifício de serviços apresentava-se Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
fissurada, sensivelmente a meio da espessura e junto à base. platibanda, tendo-se verificado que era constituída por uma
A superfície exterior encontrava-se rebocada e revestida com parede de betão armado (0,10 m) e por alvenaria de tijolo
ladrilhos cerâmicos. vazado (0,07 m), aplicada como cofragem antes da betonagem.
A superfície exterior encontrava-se rebocada e revestida com
ladrilhos cerâmicos.
A platibanda apresentava um capeamento metálico.

Capeamento metálico
Betão

Tijolo vazado

Ladrilhos cerâmicos

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração manifestada na platibanda teve origem, Para tratamento da fissuração observada seria necessária a
sobretudo, em deformações de carácter higrotérmico do seguinte intervenção:
tijolo, devido às variações dimensionais da alvenaria quer pela
 Demolição do revestimento em ladrilhos cerâmicos;
acção da temperatura, quer pela expansão irreversível
resultante da acção da humidade.  Tratamento das fissuras significativas e preenchimento
com material elástico (mastique);
Deveu-se também às diferenças de comportamento face às  Realização de uma “alheta” na ligação entre o betão e a
solicitações de carácter higrotérmico dos dois materiais que alvenaria na base da platibanda;
constituíam a platibanda – o betão, que constituía a parte
 Aplicação de um reboco com argamassa à base de
interior da guarda e a “forra” exterior em tijolo vazado. Estes
polímeros, armada com rede de fibras de vidro;
materiais, ao deformarem-se de forma distinta, geraram
tensões nas ligações que conduziram à fissuração da ligação.  Recolocação do revestimento em ladrilhos cerâmicos.

RPE

Rede de fibra de
Suporte vidro

Mastique Argamassa com


sintético polímeros

Papel adesivo

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 167


Platibanda – Retracção das Argamassas
FICHA
FISSURAÇÃO DO REBOCO DA PLATIBANDA DE UM EDIFÍCIO DE
HABITAÇÃO 12.4
PALAVRAS-CHAVE: PLATIBANDA, REBOCO, RETRACÇÃO DAS ARGAMASSAS, MICROFISSURAÇÃO DO REBOCO, RPE,
ISOLAMENTO TÉRMICO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento da superfície interior da platibanda de um Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
edifício de habitação apresentava-se fissurado. platibanda, tendo-se verificado que:
A superfície interior encontrava-se rebocada e pintada.  Era constituída por alvenaria de tijolo vazado de 0,15 m,
travada por “pilaretes” e viga de coroamento;
 A superfície vertical encontrava-se rebocada com um
reboco à base de ligantes hidráulicos (0,02 m) e pintada;
 O capeamento da platibanda era constituído por chapa de
zinco.

Capeamento
Betão

Tijolo vazado

Reboco

Pintura

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A fissuração do reboco da platibanda deveu-se à retracção O tratamento da patologia observada passaria pelo tratamento
das argamassas e à solicitação térmica. das fissuras e o seu preenchimento com um produto flexível
Nas condições de aplicação correntes, as argamassas sofrem (mastique). Na superfície interior da platibanda deveria ser
uma retracção inicial resultante da dissecação, da hidratação aplicado um reboco em argamassa à base de polímeros,
(retracção endógena) e da carbonatação. armado com rede de fibra de vidro.

A retracção global das argamassas é influenciada por relações Como acabamento final, por questões de uniformização de
complexas entre o tipo de cimento, os inertes, a composição textura, sereia vantajoso a aplicação de um revestimento
e o processo de cura. plástico espesso (RPE).

O controlo da retracção não pode, no entanto, ser limitado à Note-se que por questões de durabilidade seria preferível a
escolha do tipo de materiais, da composição da mistura e da aplicação de isolamento térmico associado a um revestimento
relação água/cimento, sendo necessário actuar sobre as exterior em zinco, ou outra chapa metálica não corrosível, fixo
condições higrotérmicas do local e sobre a capacidade de a uma estrutura intermédia que garantisse a ventilação.
absorção do suporte. Esta intervenção implicaria a substituição do capeamento
existente por novo capeamento em zinco.

Capeamento
em zinco
Revestimento em zinco
Espaço de ar
Isolamento Térmico

[95]

168 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Junta de Dilatação – Envelhecimento dos Materiais
FICHA
DEGRADAÇÃO DA JUNTA DE DILATAÇÃO VERTICAL DE UM EDIFÍCIO
DE HABITAÇÃO 13.1
PALAVRAS-CHAVE: JUNTA DE DILATAÇÃO, MASTIQUE, DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO, ENVELHECIMENTO DOS
MATERIAIS, PROTECÇÃO MECÂNICA 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A junta de dilatação vertical de um edifício de habitação Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da junta
encontrava-se degradada, sendo visível o destacamento do de dilatação vertical, tendo-se observado que o mastique se
material de preenchimento. encontrava aplicado sobre um fundo de junta constituído por
A junta não apresentava protecção mecânica encontrando-se um fole de zinco.
preenchidas apenas com mastique. A junta terá sido preenchida com placas de aglomerado de
cortiça.

Fole de zin co
Cordão de polietileno
expandido

Mastique

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


A degradação da junta de dilatação vertical do edifício deveu- Seria necessário proceder ao tratamento da junta de dilatação
se ao envelhecimento prematuro do material de vertical, devendo remover-se o material de preenchimento
preenchimento da junta face às solicitações de carácter existente.
higrotérmico. Deveria ser realizado um fundo de junta com um cordão de
A falta de protecção mecânica da junta terá acelerado o espuma de polietileno expandido e aplicado um mastique de
processo de envelhecimento do material. estanquidade à base de poliuretano, classificado como
elastómero de 1ª categoria, segundo a certificação da SNJF
(França)
Para protecção mecânica das juntas e durabilidade do
tratamento, deveria ser aplicado um cobre-juntas metálico (em
alumínio ou inox).

Cordão de polietileno
expandido

Mastique

Cobre-junta
metálico

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 171


Junta de Dilatação – Infiltrações
FICHA
MANCHAS DE HUMIDADE NO TECTO SOB A JUNTA DE DILATAÇÃO
DA COBERTURA EM TERRAÇO DE UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO 13.2
PALAVRAS-CHAVE: JUNTA DE DILATAÇÃO, MANCHAS DE HUMIDADE, INFILTRAÇÕES, RUFO METÁLICO
2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


O revestimento do tecto e das paredes da cave de um edifício Realizaram-se sondagens para analisar a configuração da
de habitação, sob a junta de dilatação da cobertura em cobertura em zona corrente e ao nível da junta de dilatação.
terraço, apresentava manchas de humidade e escorrências. A cobertura apresentava um revestimento em betonilha
A junta de dilatação localizava-se adjacente à fachada do esquartelada.
edifício. A fachada adjacente à junta era em betão à vista.
A tela de impermeabilização não subiu na superfície vertical da
fachada do edifício adjacente à junta de dilatação.

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas de humidade e escorrências observadas no Teria de se proceder à correcção do tratamento da junta de
revestimento do tecto e das paredes da Cave adjacentes à dilatação, sendo necessário:
junta de dilatação resultaram de infiltrações que ocorreram
 Remover o revestimento da cobertura numa banda
devido à deficiente configuração e tratamento da junta.
adjacente à junta;
A ausência de uma rufagem adequada e o movimento natural
da junta terão sido a principal causa do problema observado.  Aplicar novo material de preenchimento da junta;
 Colocar uma cantoneira metálica na ligação com a fachada
(ver figura);
 Aplicar um reforço da tela de impermeabilização;
 Realizar uma rufagem em zinco na parte superior dessa
ligação, sendo o rufo fixado mecanicamente ao elemento
vertical;
 Impermeabilizar a fachada com argamassa à base de
polímeros, armada.

Fach ada
Rufo em zinco

Reforço da
Betonilha impermeabilização
Filme de polietileno Cantoneira
Junta de metálica
ligação Sistema de
impermeabilização
Mastique
Cordão de
poliuretano

172 Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo


Clarabóia – Condensações Superficiais
FICHA
CONDENSAÇÕES NA FACE INTERIOR DOS VIDROS DAS CLARABÓIAS
DOS FOGOS DO ÚLTIMO PISO DE UMA HABITAÇÃO UNIFAMILIAR 14.1
PALAVRAS-CHAVE: CLARABÓIA, CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS, VIDRO SUPER-ISOLANTE, VENTILAÇÃO,
AQUECIMENTO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


A superfície envidraçada (clarabóias) do corredor do último Procedeu-se à desmontagem de uma clarabóia, tendo-se
piso de uma habitação unifamiliar apresentava condensações. observado que era constituída por caixilharia em ferro, sendo
A habitação não dispunha de um sistema de ventilação o vidro duplo (8+8+8 mm), sobreposto por uma terceira
permanente, apenas existindo dispositivos de exaustão chapa de vidro, incolor. A caixilharia era dotada de uma caleira
mecânica de ar na cozinha e nas instalações sanitárias. interior para recolha de condensados, com orifícios de
ventilação protegidos por tubos exteriores metálicos.
Dispunha também de um dispositivo mecânico de abertura.
Os muretes em que se encontravam fixas as clarabóias eram
em alvenaria de tijolo vazado com 0,15 m de espessura, sem
isolamento térmico e com capeamento superior em pedra de
granito.
Efectuou-se a medição da temperatura e da humidade relativa
do ar e do caudal de ventilação dos compartimentos, tendo-se
verificado que a ventilação era insuficiente, bem como não
havia um aquecimento adequado das habitações (aquecimento
intermitente).
Envidraçado
Capeamento

Caixilharia

Murete de
suporte

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As condensações que surgiram na face interior da superfície A resolução do problema das condensações na superfície
envidraçada das clarabóias resultaram do fenómeno de interior das clarabóias passaria pela substituição do vidro, bem
condensações superficiais. como da caixilharia.
Sempre que a temperatura superficial interior (Tsi) era Para que não ocorram condensações, deveria ser aplicado um
inferior à temperatura de ponto de orvalho (Tpo) ocorreram vidro duplo super-isolante, com um coeficiente de transmissão
condensações: térmica – K não superior a 1,7 W/(m2˜ºC). A eficiência em
Tsi = Ti – 1/hi ˜ k ˜ (Ti-Te) (ºC) termos de factor solar e de transmissão luminosa deveria
Considerando um coeficiente de transmissão térmica - K de também ser melhorada, sendo recomendável que os lanternins
3 W/(m2˜ºC) do envidraçado é superior a 6 W/(m2˜ºC) para a apresentassem um factor solar inferior a 0,20.
caixilharia em ferro, verifica-se que se a temperatura exterior A substituição da caixilharia de ferro seria também exigível.
descer abaixo dos 7,5 ºC podem ocorrer condensações na
O reforço do sistema de ventilação e o aquecimento contínuo
superfície interior do envidraçado e quando desce abaixo dos
do interior das habitações seria fundamental para melhorar o
14ºC na caixilharia.
seu conforto higrotérmico.
A deficiente ventilação dos compartimentos contribuiu,
também, para o agravamento do problema.

Esquadria de protecção
contra a radiação solar

Te<7,5ºC Estanquidade
A’ A
Tsi<Tpo
Corte FF

Ti=20,5ºC
Presilha de
HR=75% retenção
DTU 39.1 [X
Estanquidade
Tpo Estanquidade
[38] [107]
15,9ºC

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 175


Pilares – Condensações Superficiais
FICHA
MANCHAS NOS PILARES EM GRANITO DE UMA IGREJA
15.1
PALAVRAS-CHAVE: PILARES, GRANITO, MANCHAS NO REVESTIMENTO , CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS,
AQUECIMENTO, VENTILAÇÃO, BIOCIDAS, DESUMIDIFICAÇÃO 2004

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA SONDAGENS E MEDIDAS


Os pilares em granito das capelas laterais de uma igreja Realizaram-se um conjunto de medidas de forma a caracterizar
apresentavam manchas de tons esverdeado, principalmente as condições higrotérmicas da ambiência.
até uma altura de cerca de 3 m acima da cota do pavimento. Verificou-se que o interior das capelas apresentava uma
humidade relativa elevada e que a ventilação era insuficiente.

HR=85%
Ti=9ºC

Tsi<Tpo
HR=88%
Ti=13ºC

CAUSAS DA PATOLOGIA SOLUÇÕES POSSÍVEIS DE REPARAÇÃO


As manchas observadas nos pilares laterais das capelas De forma a minorar o aparecimento de manchas na superfície
deviam-se ao fenómeno de condensações superficiais dos pilares interiores teria de ser realizada a seguinte
resultantes da elevada humidade relativa e da deficiente intervenção:
ventilação da Igreja.
 Limpeza das manchas com biocidas;
Este fenómeno foi sobretudo provocado pela existência de
uma caleira no contorno do pavimento, ligada à rede de  Execução de uma barreira de modo a impedir a circulação
drenagem de águas pluviais, o que permitia que o ar mais de ar das tubagens de drenagem para o interior das capelas.
quente e húmido que circulava nas tubagens acedesse ao Poderia ser aplicado um rolhão de poliuretano nos
interior da Igreja. orifícios de ligação da rede de drenagem freática que, por
sua vez, liga à rede de drenagem de águas pluviais;
Devido à inércia térmica do solo em determinados dias, a
temperatura no interior dos tubos era superior à temperatura  Instalação de aparelhos de desumidificação para
ambiente, assim como a humidade relativa. O ar mais quente diminuição da elevada humidade relativa no interior da
e húmido subia ao longo das paredes e pilares para as grelhas Igreja, atendendo a que não há aquecimento;
de ventilação, colocadas nas janelas, condensando ao  Reforço da ventilação através da aplicação de dispositivos
encontrar a superfície de granito fria. de entrada e saída de ar reguláveis.
De acordo com os cálculos efectuados, ocorreram
condensações sempre que a temperatura superficial das
paredes e pilares interiores foi inferior a 10,5 ºC.

Caleira
Rolhão de poliuretano
Tubagem transversal

Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo 179

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