Matematica II PDF
Matematica II PDF
Matematica II PDF
Capítulo 1
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
1.1 Elementos
Â(reto ou de 90º )
ângulos internos Bˆ (agudo)
ˆ
C (agudo)
BC (medida de a)
lados AC (medida de b)
AB (medida de c)
hipotenusa : a (lado BC, opostoao ângulo reto Â)
catetosb (lado AC, opostoao ângulo B̂)
c (lado AB, opostoao ângulo Ĉ)
1.2 Relações
Como  + B̂ + Ĉ = 180º e  = 90º, temos: B̂ + Ĉ = 90º.
Como o triângulo é retângulo, vale a relação de Pitágoras: a2 = b2 + c2
b c
Assim: tg B̂ = ; tg Ĉ =
c b
Comparando as relações trigonométricas entre os ângulos B̂ e Ĉ , temos:
1
sen Ĉ = cos B̂ , cos Ĉ = sen B̂ , tg Ĉ =
tg Bˆ
3
CO 2 3
tg 60º = tg 60º = 2 tg 60º = tg 60º = 3
CA 2
2
d) Cálculo da tg 45º:
CO
tg 45º = tg 45º = tg 45º = 1
CA
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 5
Resumindo:
Seno Cosseno Tangente
30º 1 3 3
2 2 3
45º 2 2 1
2 2
60º 3 1 3
2 2
Exemplo: Uma pessoa está a 30 metros de um edifício e vê o ponto mais alto desse
prédio sob um ângulo de 60º. Sem levar em conta a altura do observador, calcular a
altura do edifício.
Solução:
Sendo O o observador, A o ponto mais alto do edifício e h sua altura, sabendo que o
prédio forma com o solo um ângulo reto, podemos construir a figura.
Com base no que foi estudado anteriormente, vamos demonstrar as seguintes igualdades
nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos:
i) sen2 + cos2 = 1
Demonstração:
No ABC, retângulo em  , temos:
c
sen = ;
a
b
cos =
a
Assim:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 6
c2 b2 c2 b2
2 2
c b
sen2 + cos2 = = 2 2
a a a a a2
Pelo Teorema de Pitágoras, sabemos que: a2 = b2 + c2.
Então:
c2 b2 a2
sen2 + cos2 = = =1
a2 a2
Logo: sen2 + cos2 = 1
Observação: Posteriormente mostraremos que essa relação é válida para qualquer arco
de medida .
sen
ii) tg =
cos
Demonstração:
No ABC, retângulo em Â, temos:
c b
sen = ; cos =
a a
c
sen a c
Assim:
cos b b
a
c
Mas, tg =
b
sen
Logo: tg =
cos
Observação: Posteriormente mostraremos que essa relação é válida para qualquer arco
de medida , com cos 0 .
Exemplos:
3
a) Sabendo que, num triângulo retângulo, é um ângulo agudo e que sen = ,
5
calcular o cos .
Solução:
Como sen2 + cos2 = 1, então:
2
3 9 16 4
+ cos = 1 cos = 1 - cos2 = cos = .
2 2
5 25 25 5
1 5
(2. cosx)2 +cos2x = 1 4.cos2x + cos2x = 1 5. cos2x = 1 cos2x = cosx =
5 5
2 5
Como senx = 2. cosx, temos: senx =
5
Lista de Exercícios – I
6) Calcule a, b e c na figura:
7) Calcule o seno, cosseno e tangente dos ângulos agudos assinalados nos triângulos:
a)
b)
3
10) Sabendo que tg 30º = , determinar a medida do segmento AB da figura:
3
15) Dado o ABC, retângulo em Â, calcule a altura relativa à hipotenusa, sabendo que
a = 50 cm e B̂ = 30º.
19) Se, num triangulo retângulo, tg x = 2, onde x é um ângulo agudo desse triangulo,
calcular cos x e sen x.
Capítulo 2
ARCOS E ÂNGULOS
Sendo A e B dois pontos quaisquer sobre uma circunferência, eles a dividem em duas
partes. O arco de circunferência AB e o arco de circunferência BA.
As unidades mais utilizadas na medição de um arco são o grau (º) e o radiano (rad).
1
Grau (º) – é um arco unitário igual a da circunferência que o contém.
360
Radiano (rad) – é um arco unitário cujo comprimento é igual ao raio da circunferência
que o contém.
È evidente que uma circunferência mede 360º, porém não é tão fácil dizer quantos
radianos mede uma circunferência.
Podemos chegar a uma noção intuitiva do valor dessa medida, considerando a seguinte
construção:
i) Em uma circunferência de centro O e raio r inscrevemos um hexágono regular
ABCDEF. Cada lado do hexágono tem comprimento r:
AB BC CD DE EF FA r
C B
D A
E F
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 11
Exemplos:
a) Exprimir 225º em radianos.
180º rad
225º x
180º 4 5
logo: x rad
225º x 5 x 4
11
b) Exprimir rad em graus.
6
rad 180º
11
rad x
6
180º 6 180º
logo: x 330º
11 x 11 x
6
b
A reta a divide o plano ab em dois semiplanos opostos.
| Ob e ’ | Ob ’
a
’
O
b
A reta b divide o plano ab em dois semiplanos opostos.
| Oa e ’ | Oa ’
a
’ O
b
Ângulo convexo a Ô b é a intersecção dos semiplanos e . a Ô b =
Ângulo côncavo a Ô b é a reunião dos semiplanos ’ e ’. a Ô b = ' '
Exemplos:
a) Se o ângulo central a Ô b é tal que determina numa circunferência de raio r = 5 cm um
arco AB de medida = 8 cm, então a medida de a Ô b é:
8
= = 1,6 rad.
r 5
c) Calcular o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio quando este marca
13h25min.
Cálculo do :
minutos (pg) – graus (pp)
60’ 30º
25’
30 25
= = 12,5º = 12º30’
60
Dessa forma, obtemos : = 120º - = 120º -12º30’ = 107º30’
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 14
Quando medidos em graus, esses arcos podem ser representados algebricamente pela
expressão: X = X0 + 360º. k, k Z
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 15
Quando medidos em radianos, esses arcos podem ser representados algebricamente pela
expressão: X = X0 + k . 2 , k Z
Exemplos:
a) Sendo X0 = 40º e X = X0 + 360º . k, temos:
para k = -1 (uma volta no sentido horário ou 1ª determinação negativa), vem:
X = 40º + 360º . (-1) X = -320º
para k = -2 (duas voltas no sentido horário ou 2ª determinação negativa), vem:
X = 40º + 360º . (-2) X = -680º
e assim por diante.
para k = 0 (1ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 0 X = 40º
para k = 1 (uma volta no sentido anti-horário ou 2ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 1 X = 400º
para k = 2 (duas voltas no sentido anti-horário ou 3ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 2 X = 760º
e assim por diante.
b) Sendo X0 = e X = X0 + k . 2 , temos:
4
para k = -1 (uma volta no sentido horário ou 1ª determinação negativa), vem:
7
X= + (-1) . 2 X = -
4 4
para k = -2 (duas voltas no sentido horário ou 2ª determinação negativa), vem:
15
X= + (-2) . 2 X = -
4 4
e assim por diante.
para k = 0 (1ª determinação positiva), vem:
X= + 0 . 2 X =
4 4
para k = 1 (uma volta no sentido anti-horário ou 2ª determinação positiva), vem:
9
X= + 1 . 2 X =
4 4
para k = 2 (duas voltas no sentido anti-horário ou 3ª determinação positiva), vem:
17
X= + 2 . 2 X =
4 4
e assim por diante.
Dois arcos são côngruos quando a diferença entre eles é um múltiplo de 360º ou de
2 rad.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 16
Exemplos:
a) 30º e 1110º são côngruos, pois: 1110º - 30º = 1080º = 3 . 360º
14 2 14 2 12
b) rad e rad são côngruos, pois: rad- rad= rad = 4 rad = 2 .2 rad
3 3 3 3 3
Lista de Exercícios – II
1) Exprimir em radianos:
a) 210º e) 270º i) 72º
b) 315º f) 240º j) 225º
c) 72º g) 36º k) 330º
d) 330º h) 300º l) 45º
2) Exprimir em graus:
5
a) rad e) rad i) rad
6 4 6
5 4 7
b) rad f) rad j) rad
3 5 6
4 5
c) rad g) rad k) rad
3 3 12
2 3
d) rad h) rad l) rad
3 2 4
8) Em uma circunferência de 5 cm de raio, um arco de circunferência mede rad.
3
Determine o comprimento desse arco.
9) Calcule o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio quando este marca:
a) 1h d) 2h30min g) 5h55min
b) 12h15min e) 20h29min h) 6h30min
c) 1h47min f) 15h45min i) 16h50min
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 17
11) Sendo x = + k . 2 , calcular a 4ª determinação positiva desse arco.
3
Capítulo 3
Chamamos de função seno a função f : R R que, a cada número real x, associa o seno
desse número, isto é, f(x) = senx.
x senx 2.senx
0 0 0
1 2
2
0 0
3 -1 -2
2
2 0 0
P(2 . senx) = 2
Im(2 . senx) = [-2, 2]
Com base nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos, podemos ainda obter
os seguintes valores notáveis:
3 2 1
cos , cos , cos
6 2 4 2 3 2
A partir desses valores, outros podem ser determinados no ciclo trigonométrico por
simetria:
Observações:
2
i) As funções y = cos (mx) e y = sen (mx), com m R*, tem período : P = .
m
2
.
Assim, na função y = cos 2x, por exemplo, temos m = 2 P(cos 2x) =
2
ii) O gráfico da função y = cos 2x tem o mesmo comportamento para x [0, ],
x [ , 2 ], x [2 , 3 ],e assim por diante.
No ciclo trigonométrico,o eixo das tangentes é a reta t, paralela ao eixo y, traçada pelo
ponto A.
Note que o eixo t tem a mesma orientação do eixo y.
Considerando um ponto P qualquer do ciclo trigonométrico, se traçarmos uma reta que
passe pelo centro O e pelo ponto P, então a reta OP interceptará o eixo das tangentes
(t) no ponto T, determinando o segmento orientado AT .
Logo: Tangente do arco é a medida algébrica do segmento orientado AT .
Ou seja, tg = AT
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 24
3
Dessa forma, como os arcos rad e rad e todos os seus côngruos devem ser
2 2
excluídos, podemos dizer que:
D(f) = {x R| x k , k Z }
2
Com base nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos, podemos ainda obter
os seguintes valores notáveis:
3
tg , tg 1 , tg 3
6 3 4 3
A partir desses valores, outros podem ser determinados no ciclo trigonométrico por
simetria:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 26
Chamamos de função cotangente a função f:E R que, a cada número real x, associa a
cotangente desse número, isto é, f(x) = cotgx, onde
E = {x| x k , k Z }
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 27
Como o eixo x é paralelo ao eixo c, os arcos 0 rad, rad e todos os seus côngruos
devem ser excluídos. Assim:
D(f) = {x R| x k , k Z }
cos x
Sendo cotgx = , vamos calcular alguns valores notáveis para construirmos o
senx
gráfico:
3
cos
6 2 3,
cotg
6 1
sen
6 2
2
cos
4 2 1,
cotg
4 2
sen
4 2
1
cos
3 2 3
cotg
3 3 3
sen
3 2
Com base na tabela de valores de x, 0 x 2 , obtemos o seguinte gráfico:
Chamamos de função secante a função f:E R que, a cada número real x, associa a
secante desse número, isto é, f(x) = secx, onde
E = {x| x k , k Z }
2
3
Como, para os arcos rad e rad e todos os seus côngruos a reta t se torna paralela
2 2
ao eixo x, não o interceptando, temos:
D(f) = {x R| x k , k Z }
2
3
Como para x 0, e x ,2 a função secante varia de 1 a + , e para
2 2
3
x , e x , de - a -1, temos:
2 2
Im(f) = ]- ,-1 ] [1,+ [ ou Im(f) = {y R| y –1 ou y 1}
O comportamento da função f(x) = secx para a 1ª volta é o mesmo que para a 2ª volta, e
assim por diante. Dessa forma:
secx = sec(x + 2 ) = sec(x + 4 ) = ... = sec(x + k . 2 ), k Z.
Logo, a função secante é periódica, pois seus valores se repetem a cada volta e na
mesma ordem, de 2 rad em 2 rad, e o seu período é de 2 rad.
P(secx) = 2 .
Exemplo: Determinar o domínio da função y = sec x
2
Solução:
Como a secante não é definida para arcos da forma k , k Z, é necessário impor
2
essa restrição ao arco dado. Assim, temos:
x + k x k
2 2
Logo:
D = {x R| x k , k Z}
Chamamos de função cossecante a função f:E R que, a cada número real x, associa a
cossecante desse número, isto é, f(x) = cossecx, onde
E = {x| x k , k Z }
Como para os arcos 0 rad, rad e todos os seus côngruos a reta t se torna paralela ao
eixo y , não o interceptando, temos:
D(f) = {x R| x k , k Z }
Como para x 0, e x , a função secante varia de 1 a + , e para
2 2
3 3
x , e x ,2 de - a -1, temos:
2 2
Im(f) = ]- ,-1] [1,+ [ ou Im(f) = {y R| y –1 ou y 1}
Temos:
1
cossec = , R, k , k Z .
sen
Demonstração:
Como o OSP ~ OPM, temos:
OS OP
OP OM
Sendo: OS = cossec , OM = sen e OP = 1
Podemos escrever:
cos sec 1 1
cos sec
1 sen sen
2 4
1
1
tgx 1 cot gx
e) , sendo x = f) , sendo x =
3 2.senx 6 1 cot gx 2
i) y = cotg (x - ) j) y = sec (x - )
3 2
x
k) y = 4 . sec l) y = sec (7x + )
2 2
m) y = sec 2x n) y = cossec (x + )
4
x
o) y = 2 . cossec p) y = -3 . cossec 2x
3
q) y = 2 . cossec (3x - )
3
Capítulo 4
RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
1
iii) x k , k Z, vale a relação cotgx =
tgx
cosx 1 1
cotg x =
senx senx tgx
cos x
1
iv) cos2x =
1 tg 2 x
1 1
cos2x =
sec x 1 tg 2 x
2
tg 2 x
v) sen2x =
1 tg 2 x
sen 2 x 1 tg 2 x
sen2x = cos 2 x. cos 2
x.tg 2
x .tg 2
x =
cos 2 x 1 tg 2 x 1 tg 2 x
São igualdades que envolvem funções trigonométricas, verdadeiras para qualquer valor
real dentro do domínio de validade das funções.
Para demonstrarmos uma identidade trigonométrica, utilizamos as relações já
estabelecidas aplicando um dos seguintes processos:
i) Partimos de um dos membros e procuramos chegar ao outro;
ii) Transformamos cada um dos membros em uma mesma expressão;
iii) Calculamos a diferença entre os dois membros e verificamos se essa diferença é
zero.
Exemplos:
a) Mostrar que: sen2x – cos2x = 2 sen2x – 1.
Solução:
Partindo do 1º membro, vamos tentar chegar ao 2º, aplicando as relações
trigonométricas já estudadas:
sen2x – cos2x = sen2x – (1- sen2x) = sen2x – 1 + sen2x = 2 sen2x – 1.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 38
A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao eixo dos senos, temos que a medida de AM1 é ( - x).
Assim, com base na figura, observamos que arcos suplementares têm senos iguais e
cossenos opostos.
Exemplos:
a) sen 115º = sen (180º - 115º) = sen 65º
b) cos 130º = -cos (180º - 130º) = -cos 50º
2 2
c) tg = -tg ( ) = -tg
3 3 3
A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao centro O, temos que a medida de AM1 é (x - ).
Assim, com base na figura, observamos que arcos explementares têm senos e cossenos
opostos.
sen x sen( x )
tgx = tgx = tg(x - )
cos x cos( x )
cos x cos( x )
cotgx = cotgx = cotg(x - )
sen x sen( x )
1 1
secx = secx = -sec(x - )
cos x cos( x )
1 1
cossecx = cossecx = -cossec(x - )
sen x sen( x )
Exemplos:
a) sen 210º = -sen (210º - 180º) = -sen 30º
4 4
b) tg = tg ( - ) = tg
3 3 3
7 7
c) sec = -sec ( - ) = -sec
6 6 6
A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao eixo dos cossenos, temos que a medida de AM1 é (2 - x).
Assim, com base na figura, observamos que arcos replementares têm senos opostos e
cossenos iguais.
1 1
secx = secx = sec(2 - x)
cos x cos(2 x)
1 1
cossecx = cossecx = -cossec(2 - x)
sen x sen(2 x)
Exemplos:
a) cos 340º = cos (360º - 340º) = cos 20º
11 11
b) tg = -tg (2 - ) = -tg
6 6 6
5 5
c) cossec = -cossec (2 - ) = -cossec
3 3 3
Dois arcos, e , onde + = + 2k , k Z, são chamados complementares.
2
No ciclo, = x e = - x são complementares.
2
Nesse caso: sen = cos e sen = cos .
Temos então: sen( - x) = cosx e senx = cos( - x)
2 2
Exemplos:
1
a) sen 30º = cos 60º =
2
2
b) sen 45º = cos 45º =
2
3
c) sen 60º = cos 30º =
2
Lista de Exercícios – IV
1) Calcule sec 30º, sec 45º, sec 60º, cosec 30º, cosec 45º e cosec 60º.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 42
1 1
2) Sendo senx = , calcule o valor de y = cotgx . (1 – cosx) . (1 + )
2 cos x
7 3
3) Sabendo que tgx = , <x< , calcule as demais funções trigonométricas do
24 2
arco x.
1
6) Calcule 2 . cotgx + cosecx, sabendo que cosx = , x pertencente ao 1º quadrante.
5
4
7) Sendo cotgx = , x 3ºQ, calcule o valor de cosx – senx.
3
a) 1 sen 2 x = cosx
b) 1 cos 2 x = 1 – cosx
c) 1 – tg2x = -sec2x
d) sen2(2x) + cos2(2x) = 2
e) 1 cos 2 x = |senx|
Capítulo 5
TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Desejamos obter fórmulas que nos possibilitem encontrar as funções circulares da soma
de dois arcos, da diferença de dois arcos ou, ainda, do dobro (ou triplo) de um arco
dado, além da fatoração de algumas expressões. Por exemplo, como são conhecidos os
valores de sen 45º, sen 30º, cos 45º, etc., poderemos, em função deles, obter: sen 75º,
cos 15º, tg 105º, etc.
A primeira dedução é um pouco trabalhosa, porém muitas das outras decorrem dela e
são bastante simples.
Dados os pontos P(x1, y1) e Q(x2, y2), considerando um ponto R(x2, y1), de abscissa x2 e
ordenada y1, verificamos que:
Observação: Note que as distâncias, por serem sempre positivas, são indicadas em
módulo.
dPQ = 25 dPQ = 5
d2RP = (xP – xR)2 + (yP - yR)2 = [cos a - cos b]2 +[sen a + sen b]2 =
= cos2 a – 2 . cos a . cos b + cos2 b + sen2 a + 2 . sen a . sen b + sen2 b =
= 2 – 2 . cos a . cos b + 2 . sen a . sen b
3 1 1 3
Exemplo: cos (30º + 60º) = cos 30º . cos 60º - sen 30º . sen 60º = . . 0
2 2 2 2
Exemplo: cos 15º = cos (60º - 45º) = cos 60º . cos 45º + sen 60º . sen 45º =
1 2 3 2 2 6
= . .
2 2 2 2 4
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 46
sen (a + b) = cos (a b) , pois são arcos complementares.
2
Mas:
cos (a b) = cos a b = cos a b
2 2 2
Aplicando a fórmula do cosseno da diferença, temos:
cos a b = cos a . cos b + sen a . sen b
2 2 2
Por serem arcos complementares, temos:
cos a = sen a ; sen a = cos a
2 2
Logo:
sen (a + b) = cos a b = sen a . cos b + sen b . cos a
2
então: sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
Exemplo: sen 105º = sen (60º + 45º) = sen 60º . cos 45º + sen 45º . cos 60º =
3 2 2 1 6 2
= . .
2 2 2 2 4
Exemplo: sen 15º = sen (45º - 30º) = sen 45º . cos 30º - sen 30º . cos 45º =
2 3 1 2 6 2
= . .
2 2 2 2 4
tga tgb
então: tg (a + b) =
1 tga.tgb
Esta fórmula só é aplicável se: a k , b k , a + b k . k Z
2 2 2
3
1
tg 45º tg 30º 3 3 3 2 3
Exemplo: tg 75º = tg (45º + 30º) =
1 tg 45º.tg 30º 3 3 3
1 1.
3
Vamos deduzir formulas para calcular as funções trigonométricas de 2a, 3a, etc.
Exemplos:
1
a) Calcular cos 2x, sendo cos x = .
3
Solução:
Como, cos 2x = 2 . cos2 x – 1
2
1 1 7
cos 2x = 2 . - 1 = 2 . - 1 = -
3 9 9
1
b) Calcular tg 2x, sabendo que cotg x =
2
Solução:
1 1
Temos: cotg x = e cotg x = , daí, tg x = 2.
tgx 2
2.tgx 2.2 4
então tg 2x =
1 tg x 1 (2)
2 2
3
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 50
1
c) Sendo sen x = , calcular sen 3x.
2
Solução:
3
1 1 3 1 3 1
3
sen 3x = 3 . sen x – 4 . sen x = 3 . - 4 . = 4. = 1
2 2 2 8 2 2
x
Vamos deduzir formulas para calcular as funções trigonométricas de , ou seja, do
2
arco metade.
a 1 cos a
sen
a 2 2 a 1 cos a
tg tg
2 cos a 1 cos a 2 1 cos a
2 2
1 x
Exemplo: Sendo cos x = , x 0, , calcule o sen .
2 2 2
Solução:
x 1 cos x
sen = , como o arco x pertence ao 1º quadrante, a função seno é
2 2
positiva.Logo:
1 2 1 1
1
x 2 2 2 1 1
sen =
2 2 2 2 4 2
Sabemos que:
cos ( a + b) = cos a . cos b – sen a . sen b (1)
cos ( a - b) = cos a . cos b + sen a . sen b (2)
sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a (3)
sen (a - b) = sen a . cos b - sen b . cos a (4)
Logo:
(1) + (2) : cos (a + b) + cos (a – b) = 2 . cos a . cos b
(1) - (2) : cos (a + b) - cos (a – b) = -2 . sen a . sen b
(3) + (4) : sen (a + b) + sen (a – b) = 2 . sen a . cos b
(3) - (4) : sen (a + b) - sen (a – b) = 2 . sen b . cos a
Essas relações são denominadas fórmulas de Werner.
Lista de Exercícios – V
4) Sendo x + y = 60º, calcule o valor de (cos x + cos y)2 + (sen x – sen y)2 – 2.
9 64
6) Sendo tg2 x = e tg2 y = , calcule tg (x + y) . tg (x – y).
16 16
3
9) Sendo sec x = 2, < x < 2 , calcule:
2
a) sen 2x b) cos 2x c) tg 2x
10) Sendo cotg x = -5 e < x < , determine sen 2x, cos 2x e tg 2x.
2
1 3
11) Sendo sen x = - e < x < 2 , determine sen 2x, cos 2x e tg 2x.
2 2
1
12) Determine cos 4x, sendo cos x = - .
2
8
15) Calcule o valor de cos . cos
12 12
sen 2 x
16) Simplifique a expressão
1 cos 2 x sen 2 x
cos 3x sen 3x
17) Mostre que = -2.
cos x sen x
18) Calcule:
4
19) Se sec a = e o < a < , calcule tg 3a.
3 2
Capítulo 6
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Resolver uma equação desse tipo significa encontrar os valores de x, caso existam, que
a tornem uma sentença verdadeira.
Na verdade, uma grande parte delas pode ser solucionada se soubermos resolver as
seguintes equações fundamentais:
1º) sen x = sen a
2º) cos x = cos a
3º) tg x = tg a
Vejamos separadamente cada uma delas.
x 4 k .2
sen x = sen ou
4 3
x k .2 x k .2
4 4
Logo:
3
S = x R| x = + k . 2 ou x = + k . 2 , k Z
4 4
Observação: As soluções das equações sen x = -1, sen x = 0 e sen x = 1 podem ser
obtidas mais facilmente através da representação desses valores no ciclo trigonométrico.
3 3
i) se sen x = -1, então x = + k. 2 S = x R| x = + k . 2 , k Z
2 2
ii) se sen x = 0 , então x = k. S = {x R| x = k . , k Z}
iii) se sen x = 1, então x = + k. 2 S = x R| x = + k . 2 , k Z
2 2
Exemplo: Vamos resolver a equação cos x = cos
3
cos x = cos x = + k . 2 , k Z
3 3
Logo:
S = x R| x = + k . 2 , k Z
3
Observação: As soluções das equações cos x = -1, cos x = 0 e cos x = 1 podem ser
obtidas mais facilmente através da representação desses valores no ciclo trigonométrico.
i) se cos x = -1, então x = + k. 2 S = {x R| x = + k . 2 , k Z}
ii) se cos x = 0 , então x = + k. S = x R| x = + k . , k Z
2 2
iii) se cos x = 1, então x = k. 2 S = {x R| x = k . 2 , k Z}
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 57
Logo:
S = x R| x = + k . 2 , k Z
2
Algumas equações trigonométricas tornam-se mais fáceis quando utilizamos alguma das
relações fundamentais.
7
Exemplo: Resolver a equação cos2 x + 2 sen2 x = , em [0, 2 ].
4
Podemos utilizar a relação fundamental I: sen2 x + cos2 x = 1, que nos fornece
cos2 x = 1 – sen2 x. temos:
7 7 3 3
(1- sen2 x) + 2 sen2 x = 1 + sen2 x = sen2 x = sen x =
4 4 4 2
2 4 5
S= , , ,
3 3 3 3
Solução:
1
a) cos x
2
No ciclo trigonométrico, verificamos que, no intervalo [0, 2 ],
1 5
cos x para 0 x ou x 2 .
2 3 3
5
Logo: S = x R| 0 x ou x 2
3 3
b) |tg x| < 1
Se |tg x| < 1, então:
tgx 1
ou
tgx 1
Pelo ciclo trigonométrico, verificamos que, no intervalo [0, 2 ],
7
tg x > -1 para < x 2 ou tg x < 1 para 0 x <
4 4
7
Logo: S = x R| 0 x ou x 2
4 4
Lista de Exercícios – VI
1) Resolver as equações trigonométricas em R:
1 1
a) sen x = b) cos x =
2 2
c) tg x = 1 d) sec x = 1
e) cotg x = 3 f) sen (x - ) = 0
5
g) cos x = cos h) sen x = sen
2 2 7
i) sen 2x = sen x j) tg 3x = tg x
3
k) sen 2x + sen x = 0 l) cos x =
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 60
3
m) sen x = sen n) 3 . tg x - 3=0
4
2
o) sen x = sen p) cossec x = cosse
5 3
2 3
q) sen 3x = r) sen x
2 3 2
3) Resolva em R as equações:
a) sec2 x – 2 . tg x = 0 b) cos 2x + cos x + 1 = 0
c) cos2 x – sen2 x = cos x d) tg2 x + tg x = 0
e) cos 2x + 2 . cos 3x + cos 4x = 0 f) cos 2x + sen 3x = 0
g) sen2 x – sen x = 0 h) 2. sen2 x – 3.sen x +1 = 0
1
i) sen2 x = j) 2. cos2 x = 1 – sen x
4
k) sen x + cos x = 1 l) sen x + 3 .cosx = 1
m) sen 6x – sen 4x = 0 n) sen 2x + 2. sen 3x + sen 4x = 0
4) Resolva em R as inequações:
a) cos x < -1 b) sen x > 1
2
c) sen x d) tg x 0
2
e) sen2 x – 4 0 f) cos2 x - 9 0
3 1
g) cos2 x - . cos x + 0 h) 2 1 sen 2 x < 1
2 2
i) cos 2x 0 j) tg2 x – tg x 0
Capítulo 7
Vamos agora restringir o domínio, de modo que a função seja também injetora.
Existem infinitos intervalos onde tal peculiaridade ocorre, como, por exemplo, o
3
intervalo , . No entanto, convencionamos adotar para domínio o intervalo
2 2
2 , 2 .
Desta forma temos a função f: , [-1, 1], definida por f(x) = senx.
2 2
Observação: A função f(x) = senx significa “f(x) é igual ao seno do arco x”; da mesma
forma, a função inversa f-1(x) = arcsenx significa “f-1(x) é igual ao arco cujo seno é x”.
Na prática, dada f(x), para acharmos f-1(x) invertemos o lugar das variáveis, x e y.
Exemplos:
3 3
a) sen = arcsen =
3 2 2 3
b) sen = 1 arcsen 1 =
2 2
2 2
c) sen = arcsen =
4 2 2 4
1 1
d) sen = arcsen =
6 2 2 6
x arcsenx y
-1 arcsen(-1)
-
2
1 1
- arcsen -
2 2 6
0 arcsen0 0
1 1
arcsen
2 2 6
1 arcsen1
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 63
Do mesmo modo que a função seno, a função cosseno, definida por f: R R tal que
f(x) = cosx, não é bijetora e, portanto, não tem inversa.
Restringindo o contradomínio ao intervalo [-1, 1], a função é sobrejetora.
Convencionamos restringir o domínio ao intervalo [0, ], no qual a função é injetora.
Dessa forma temos a função:
f:[0, ] [-1, 1] tal que f(x) = cosx
Observação: A função f(x) = cosx significa “f(x) é igual ao cosseno do arco x”; da
mesma forma, a função inversa f-1(x) = arccosx significa “f-1(x) é igual ao arco cujo
cosseno é x”.
Exemplos:
1 1
a) cos = arccos =
3 2 2 3
b) cos = 0 arccos 0 =
2 2
2 2
c) cos = arccos =
4 2 2 4
3 3
d) cos = arccos =
6 2 2 6
x arccosx y
-1 arccos(-1)
1 1 2
- arccos
2 2 3
0 arccos0
2
1 1
arccos
2 2 3
1 arccos1 0
Vamos restringir o domínio a um intervalo onde ela assuma todos os valores reais e,
além disso, seja injetora. Existem infinitos intervalos onde isso ocorre.
Convencionamos restringir o domínio ao intervalo aberto , , a função fica assim
2 2
determinada. f: , R, definida por f(x) = tgx.
2 2
Exemplos:
a) tg = 3 arctg 3 =
3 3
b) tg0 = 0 arctg 0 = 0
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 65
c) tg = 1 arctg1 =
4 4
3 3
d) tg = arctg =
6 3 3 6
Como a função tangente assume qualquer valor real, para facilitar a construção de seu
gráfico, procuramos atribuir a x valores dos arcos notáveis conhecidos:
x arccosx y
- 3 arctg(- 3 )
-
3
-1 arctg(-1)
4
0 arctg0 0
1 arctg(1)
4
3 arctg( 3 )
3
1) Calcule y, sendo:
a) y = tg(arctg 1)
1
b) y = sen arccos
2
1
c) y = tg arccos
3
2
d) y = sen arccos
2
4
e) y = cos arcsen
5
33
f) y = arcsen cos
5
1 1
g) y = sen arccos arcsen
2 3
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 66
3
h) y = tg arcsen -
5
3
i) y = tg2. arcsen
2
1 1
j) y = arctg + arctg
2 3
3 5
k) y = cos arcsen arcsen
5 13
5 7
l) y = sen arccos arcsen
13 25
3 5
m) y = tg arcsen arctg
5 12
a) y = arcsen 2x
b) y = 3.arctg x
c) y = arccos 2x
d) y = arcsen 4x
3) Resolva as equações:
a) arcsen(arccos x) = 0
b) arcsen x – arccos x =
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 67
Capítulo 8
TRIÂNGULOS QUAISQUER
a b c
2R
senA senB senC
Demonstração:
O ACD é retângulo, já que está inscrito numa semicircunferência de diâmetro CD .
Temos que Bˆ Dˆ , pois o mesmo arco AC corresponde aos dois ângulos.
Logo:
b b b
sen B = sen D = sen B = = 2R
2R 2R senB
De forma análoga, temos:
a c
= 2R e = 2R
senA senC
Assim:
a b c
2R
senA senB senC
a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA
b2 = a2 + c2 – 2.a.c.cosB
c2 = a2 + b2 – 2.a.b.cosC
A área de um triângulo qualquer é igual à metade do produto de dois de seus lados pelo
seno do ângulo compreendido entre esses lados.
Demonstração:
Dado um ABC qualquer, acutângulo, retângulo ou obtusângulo, para qualquer caso
são válidas as seguintes relações:
1
S = . bc . sen A
2
1
S = . ab . sen C
2
1
S = . ac . sen B
2
6 2
22) No ABC, a = 2 m, b =( 6 - 2 )m e senC = . Calcule a área desse
4
triângulo.
Capítulo 9
NÚMEROS COMPLEXOS
Antes de definirmos o conjunto dos números complexos, vejamos como operar com
pares ordenados.
Observação: Todo par ordenado da forma (x, 0) pode ser identificado pelo número real
x, isto é: x = (x, 0), para todo x real
Para ilustrar esse fato, observe que:
a) (2, 0) + (3, 0) = (2+3, 0+0) = (5, 0) e 2 + 3 = 5
b) (2, 0) . (3, 0) = (2.3 – 0.0, 0.2 + 0.3) = (6, 0) e 2.3 = 6
9.3 Subtração
Decorre do teorema anterior que, dados os complexos z1 = (a, b) e z2 = (c, d), existe um
único z C tal que z1 + z = z2, pois:
z1 + z = z2 z’1 + (z1 + z) = z’1 + z2 (z’1 + z1) + z = z2 + z’1 ea + z = z2 + z’1
z = z2 + z’1
Esse número z é chamado diferença entre z2 e z1 e indicado por z2 – z1, portanto:
z2 – z1 = z2 + z’1 = (c, d) + (- a, - b) = (c - a, d - b)
9.5 Divisão
Decorre do teorema anterior que, dados os complexos z1 = (a, b) (0, 0) e z2 = (c, d),
existe um único z C tal que z1 . z = z2, pois:
z1 . z = z2 z”1 . (z1 . z) = z”1 . z2 (z”1 . z1) . z = z2 . z”1 em . z = z2 . z”1 z =
z2 . z”1
z
Esse número z é chamado quociente entre z2 e z1 e indicado por 2 , portanto:
z1
z2 a b ca db da cb
= z2 . z”1 = (c, d) . 2 , 2 = ,
a b a b2 a2 b2 a2 b2
2
z1
(1,2) 3 4 3 4 11 2
Exemplo: (1,2). 2 , 2 2
= (1, 2). , = ,
3 4 3 4 25 25 25 25
2
(3,4)
Chamamos unidade imaginária e indicamos por i o número complexo (0, 1). Notemos
que:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 74
Assim, todo número complexo z = (x, y) pode ser escrito sob a forma z = x + y . i,
chamada forma algébrica. O número real x é chamado parte real de z e o número real y
é chamado parte imaginária de z. Em símbolos indica-se: x = Re(z) e y = Im(z)
A forma algébrica (x + yi) é muito mais prática que o par ordenado (x, y) na
representação dos números complexos, uma vez que ela facilita as operações. Vejamos
como ficam as definições de igualdade, adição e multiplicação de complexos, usando a
forma algébrica:
9.8.3 Multiplicação: (a + bi) . (c + di) = (ac – bd) + (ad + bc)i, isto é, o produto de dois
números complexos é o resultado do desenvolvimento de (a + bi) . (c + di), aplicando a
propriedade distributiva e levando em conta que i 2 = -1:
(a + bi) . (c + di) = a(c + di) + bi(c + di) = ac + adi + bci + bdi 2 = (ac – bd) + (ad + bc)i
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 75
9.12 Divisão
Nomenclatura:
P = afixo ou imagem geométrica de z.
Plano cartesiano = plano complexo ou plano de Gauss ou plano de Argand-Gauss.
Eixo x = eixo real (Re)
Eixo y = eixo imaginário (Im).
Observações:
i) Se z = a, então |z| = a 2 = |a|, a R.
ii) Se z = bi, então |z| = b 2 = |b|, b R.
Consideremos o ângulo formado pela semirreta OP e pelo eixo real positivo, tomado
a partir desse eixo, no sentido anti-horário. é chamado argumento principal ou
argumento de z. Observe que é tal que:
b a
0 < 2 e sen = e cos = , z 0
|z| |z|
= |z| = 2 2 (2 3 ) 2 = 4 12 = 16 = 4
O módulo de z é = 4.
Cálculo de argumento de z:
b 2 3 3
sen =
4 2
a 2 1 3
cos =
4 2
Representação gráfica:
Veremos, adiante, que a forma trigonométrica é muito útil e prática nas operações de
potenciação e radiciação em C.
2
Neste caso, 2ºQ. Logo:
3
2 2
Assim: z = 2. cos i.sen .
3 3
9.16.1 Multiplicação
Queremos encontrar uma expressão para z1 . z2 na forma trigonométrica. Temos:
z1 . z2 = 1(cos 1 + i sen 1) . 2(cos 2 + i sen 2) =
= 1. 2(cos 1 cos 2 + i cos 1 sen 2 + i sen 1 cos 2 + i2 sen 1 sen 2) =
= 1. 2[(cos 1 cos 2 – sen 1 sen 2) + i(sen 1 cos 2 + sen 2 cos 1)]
Assim:
z1 . z2 = 1. 2[cos ( 1 + 2) + i. sen ( 1 + 2)]
Exemplo: Sendo z1 = 2 cos i sen e z2 = 3 cos i sen , então:
3 3 6 6
z1 . z2 = 2 . 3 . cos i sen , isto é:
3 6 3 6
z1 . z2 = 6 cos i sen
2 2
9.16.2 Divisão
z1
Queremos encontrar uma expressão para na forma trigonométrica.
z2
z1 (cos 1 i sen 1 )
Temos: 1 , multiplicando numerador e denominador por
z 2 2 (cos 2 i sen 2 )
cos 2 – i.sen 2, temos:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 79
3 3
Exemplo: Sejam z1 = 8 cos i sen e z2 = 2 cos i sen . Então:
2 2 6 6
z1 8 3 3
.cos i sen , isto é:
z2 2 2 6 2 6
z1 4 4
4 cos i sen
z2 3 3
9.16.3 Potenciação
6
1 3
Exemplo: Vamos obter o valor de i .
2 2
Solução:
1 3
Seja z = i ; é preciso escrever z na forma trigonométrica.
2 2
2
1 3
2
Temos: |z| = = =1
2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 80
3 1
sen e cos = 60º =
2 2 3
Assim, a forma trigonométrica de z é: z = 1 . (cos + i sen ).
3 3
Pela 1ª fórmula de Moivre, vem:
z6 = 16 . (cos 6 + i sen 6 ) z6 = cos 2 + i sen 2 z6 = 1
3 3
9.16.4 Radiciação
Observações:
i) Qualquer outro valor atribuído a k recairá numa das raízes já encontradas, o que vale
dizer que o número de raízes enézimas de um complexo z é igual a n.
ii) As n raízes do complexo z = (cos + i.sen ) possuem o mesmo módulo igual a
n e seus argumentos formam uma progressão aritmética onde o primeiro termo é
e
n
2
a razão é .
n
iii) Se n 3, os afixos das raízes enézimas de z são os vértices de um polígono regular
de n lados, inscritos numa circunferência cujo centro está na origem do plano de Gauss.
Exemplos:
a) Calcular as raízes cúbicas de 8i.
b) Calcular as raízes cúbicas de 27.
c) Resolver a equação 3x4 + 48 = 0, sendo U = C.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 81
Lista de Exercícios – IX
1) Demonstre os teoremas 1, 2, 3, 4 e 5.
5) Resolva em C as equações:
a) x2 + 36 = 0 b) x2 + 7x + 10 = 0
c) x2 + 2x + 2 = 0 d) x2 + 100 = 0
e) x2 + 2x + 5 = 0 f) x2 – 6x + 13 = 0
1 3
11) Sabendo que u = x + yi e v = .i , x, y R, determine a parte imaginária de
2 2
v. u .
13) Calcule:
a) (4 + i) + (-1 – 3i) + (-2 + i) b) –1 – (-2 + i) + (5 – i) – (3 – 7i)
c) 2 + (3 – i) + (-1 + 2i) + i d) (- 4 + i) (3 – 2i) + (2 + i)
e) (2 + i)2 – i(2 + i) . (2 – i) f) (1 + i)4
g) (1 + i)5 . (1 – i)5 h) 1 2i - i (-1 + i)
i) 7 4i 7 4i j) 3i 4(2 i) (3 2i)
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 82
3 2i i 3
k) l)
4i 1 i 1 i
5 5i 20 i 33 i 100
m) n)
3 4i 4 3i i 12
o) i107 p) i – i200
100
1 1 1 1 1 (1 i ) 5 1
q) 2 8 10 99 101 r)
i i i i i (1 i ) 5 9
s) (- 3 -i)4 t) (1 + i)25
24
1 i
100
3 i
u) v) 1
1 i 2
20
1 3i 2 3i 2 3i
w)
x)
1 i 4 5i 4 5i
d) z = cos 0 + i sen 0
e) z = 2 (cos 240º + i sen 240º)
f) z = 3 cos i sen
2 2
g) z = 2 cos isen
4 4
h) z = 3 cos isen
2 2
7 7
i) z = 8 cos isen
6 6
2 2
17) Sejam os números complexos z1 = 2 cos i sen , z2 = 4 cos i sen e
3 3 6 6
z3 = cos + i sen . Determine:
2 2
a) z1 . z2
b) z2 . z3
z
c) 1
z3
z .z
d) 1 2
z3
e) z1 . z 2
18) Dado o número z = 2 cos isen , determine z7
4 4
19) Calcule os valores das potencias z2, z3 e z9, sabendo que z = 2 cos isen
3 3
20) Determine as raízes cúbicas de –i.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS