Direito de Trabalho
Direito de Trabalho
Direito de Trabalho
Discentes
Cristêncio Bonomar
Marial Ministro
Vilma Botão
Docente
Clara Macovela
SINED.................................................................................................................................5
Membros...............................................................................................................................10
1.10 Conclusão...............................................................................................................12
O presente trabalho tem como tema “ Sindicato de Trabalhadores Domésticos”, Cujo tema
circunscreve-se no âmbito do Direito Privado, esta abordagem é de extrema importância para
compreensão do Direito de Trabalho enquanto conjunto de normas jurídicas que norteiam a
relação laboral que é aquela que estabelece entre o trabalhador e empregador.
Neste contexto, iremos debruçar em torno do sindicato trazendo a ribalta, a origem, causas do
seu surgimento, evolução histórica, contexto histórico do trabalho doméstico, regime jurídico
do trabalho doméstico.
Para a realização do trabalho foi usado método científico, quanto ao tipo de pesquisa usou o
tipo de pesquisa bibliográfica e documental. Por fim quanto a estrutura do trabalho, apresenta
uma capa, contra capa, introdução e, referencias bibliográficas.
Capa, introdução;
Desenvolvimento onde encontrar-se-á abordagens referentes ao tema;
Conclusão onde é abordado o resumo ou a síntese no que se refere do assunto tratado;
Referência bibliográfica onde está contido as obras usadas na elaboração do trabalho.
1
1.2 Contexto histórico do trabalho doméstico
Até os meados dos anos 80, o trabalho doméstico remunerado era uma profissão masculina.
Dada a natureza sub-capitalizada da economia colonial, este sector constituía uma das maiores
fontes de rendimento assalariado para homens. Para um jovem do meio rural, o trabalho
doméstico era uma oportunidade para se aproximar ao chamado Xilinguine, aprender a falar o
Português, e cultivar cunhas que lhe podiam facilitar o acesso a um melhor posto de trabalho.
O cargo menos valorizado era o de mainato, geralmente uma criança; enquanto o mais
valorizado era o de cozinheiro. O único cargo dominado por mulheres era o de lavadeira, pois
desempenhavam as suas funções em casa, longe da ameaça do assédio e da violência sexual, e
em função das suas outras responsabilidades reprodutivas1. (Branco, 2019. Pág.5-6)
2
este prevê protecções laborais e sociais mais fracas que a Lei do Trabalho em contravenção da
Convecção 189 da OIT.
3
neste período posterior, o Estado fazia cumprir a protecção laboral, inspeccionava casas, e
multava os empregadores que prevaricavam, os trabalhadores domésticos continuaram a
trabalhar jornadas muito longas, e com elevados níveis de controlo e de abuso.
"Empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza continua e de finalidade não
lucrativa a pessoa ou a família, no âmbito residencial destas3. "(Martins, 2010, pág. 29)
2
BRANCO, Ruth Castel, O Trabalho Doméstico Em Moçambique: Uma Década Após A Sua Formalização,
Fórum Mulher, Maputo, 2019, pág. 311.
3
MARTINS, Sérgio Pinto, Direito do Trabalho, volume 10, 11ª edição, Atlas Editor, São Paulo, 2010, pág. 29
4
1.4 Breve historial do sindicato de trabalhadores domésticos
SINED
Representado pela Maria Joaquim, na qualidade de Secretária Geral e conta até então
com um total de 2.492 membros inscritos, apenas em três províncias nomeadamente, Maputo,
Inhambane e Tete num horizonte de 11 províncias segundo a divisão territorial, um número
que está muito aquém do total e/ou da maioria dos trabalhadores domésticos existentes nas
três Províncias, não só como também no País em geral5.(Ramos, 2013, pag.24)
4
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pág. 10-11.
5
RAMOS, Mariana Raposo Louro, Serviço Doméstico: perfil das empregadas domésticas e necessidades das
famílias empregadoras, Dissertação (Mestre em Família e Sociedade), Departamento de Sociologia, Instituto
Universitário de Lisboa (ISCTE IUL), Outubro, 2013, pag.24.
5
número têm dificuldades de ler e escrever o que torna mais vulnerável as suas relações
laborais.
Uma das principais dificuldades com que se depara o SINED como servidor dos
interesses dos trabalhadores domésticos assenta principalmente na fraca sustentabilidade,
sobre tudo na implantação do sindicato em todas províncias, disseminação do Regulamento,
estatutos e programas do SINED bem como recursos necessários para levar acabo a campanha
de ratificação da Convenção 189 sobre a protecção Trabalhadores Domésticos7.
Nos últimos anos a República de Moçambique tem sido incluída entre as economias que
mais crescem em África. Em 2013 muitas estatísticas foram unânimes em colocar
Moçambique no primeiro lugar. Com efeito, o progresso económico do país é visível, desde
que o país abraçou a economia do mercado em detrimento da economia centralmente
controlada. O poder de compra da maioria dos moçambicanos tem estado a crescer, sobretudo
nas grandes cidades onde pode ser facilmente demonstrado pelo aumento de viaturas e
construção de casas consideradas luxuosas, mesmo pelos padrões mundiais. Esta mudança de
padrões de vida deve-se a melhoria de salários em alguns sectores de actividades (sobretudo
no sector terciário) bem como a flexibilização do crédito bancário, o que possibilita que
mesmo indivíduos de renda relativamente baixa possam adquirir bens de relativa qualidade
sem ter que efectuar o pagamento imediato.
6
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pág. 12
7
BRANCO, Ruth Castel, O Trabalho Doméstico Em Moçambique: Uma Década Após A Sua Formalização,
Fórum Mulher, Maputo, 2019. Pág.5 e 6.
6
circunstâncias a vender ou arrendar as suas habitações à particulares ou instituições de grande
pujança financeira. Portanto, é verdade que alguns moçambicanos melhoraram os seus
padrões de vida, mas também não deixa de ser verdade que as condições de vida da maioria
da população tem estado a piorar com o andar do tempo. A título de exemplo, nos próprios
centros urbanos é fácil cruzar com passageiros que ficam longas horas nas paragens de
transporte público ou viajam em condições deploráveis nos chamados "chapas", "my love "
"ver Mozambique"8.(Carlos, 2015. Pág. 16-17)
A nível sociopolítico, as mudanças tem sido significativas mas muito lentas e por isso
de difícil percepção. O partido Frelimo (Frente de Libertação de Mozambique) continua a
dominar em todas as áreas da vida em Moçambique - da economia à cultura, passando pela
religião, artes e até mesmo nas chamadas organizações da sociedade civil. Contudo, os
resultados das últimas eleições autárquicas mostraram uma grande e surpreendente ascensão
do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) que agora governa em alguns
municípios estratégicos tais como: Beira, Quelimane e Nampula para além de ter conseguido
resultados históricos nos municípios de Maputo e Matola. As recentes eleições legislativas e
presidenciais (conquistadas pela Frelimo, mas largamente contestadas pela oposição e público
em geral), mostraram que a Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e o seu líder
ainda gozam de grande popularidade e devem ser levados em conta no xadrez político
moçambicano.
Ora, como foi atrás mencionado, enquanto alguns moçambicanos enriquecem, outros
empobrecem. Isto faz com que automaticamente os que possuem muitas posses tenham
vontade e necessidade de ter alguém a trabalhar para eles e, em contrapartida, os de poucas
posses aceitam qualquer tipo de trabalho " só para não ficar em casa". Assim, uma das
características do mercado laboral moçambicano e a prevalência de empregos precários,
consubstanciados pelo surgimento de empresas multinacionais, pequenas empresas de
prestação de serviços, incluindo agências de contratação e aumento de empregados
domésticos.
8
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pág. 16-17
7
No caso concreto de empregados domésticos, a precarização é tal que não existe
especificação ou limites em termos de tarefas que um individuo executa, pois a mesma pessoa
executa todo o tipo de tarefas impostas pelo seu empregador, dai o uso da expressão
"profissionais do lar" para se referir a todas as pessoas que trabalham numa casa 9.(Carlos,
2015, pág. 18-19
9
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pág. 18-19
10
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pág. 20
8
mas o governo não nos reconhecia. O estado tratava nosso trabalho como trabalho voluntário
e, assim, sentiam que não precisavam de nos fornecer qualquer protecção laboral11.
11
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Decreto nº40/2008 de 26 de Novembro, Aprova o Regulamento Sobre o
Trabalho Doméstico, in Boletim da República, I Série – Número 25.
12
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Decreto nº40/2008 de 26 de Novembro, Aprova o Regulamento Sobre o
Trabalho Doméstico, in Boletim da República, I Série – Número 25.
9
Sindicatos concorrendo uns com os outros e organizações laborais fraudulentas
tornaram alguns trabalhadores domésticos céticos em relação aos sindicatos13. (2015. Pg. 23)
Membros
Pagamento de quotas
Membros com as cotas em dia podem ter acesso aos serviços de mediação do sindicato
gratuitamente. Aqueles que não são membros devem pagar 15% da taxa de acordo. A ênfase
do SINED recai sobre a conciliação, e não no confronto.
13
CARLOS, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional, Projecto
SINED/SASK. Maputo, 2015. Pg. 23
10
1.10 CONCLUSÃO
Com o início da luta armada, o chibalo foi abolido e entrou em vigor o Regulamento dos
Empregados Domésticos. Embora sugira que, neste período posterior, o Estado fazia cumprir
a protecção laboral, inspeccionava casas, e multava os empregadores que prevaricavam, os
trabalhadores domésticos continuaram a trabalhar jornadas muito longas, e com elevados
níveis de controlo e de abuso.
11
1.11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Branco, Ruth Castel-, O Trabalho Doméstico em Moçambique: uma década após a sua
formalização, Fórum Mulher, Maputo, 2019.
Branco, Ruth Kélia Castel, No rescaldo da liberalização: a (re) formalização do trabalho
doméstico na cidade de Maputo.
Carlos, Kate, Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos: conselho Sindical Nacional,
Projecto SINED/SASK. Maputo, 2015.
Ramos, Mariana Raposo Louro, Serviço Doméstico: perfil das empregadas domésticas e
necessidades das famílias empregadoras, Dissertação (Mestre em Família e Sociedade),
Departamento de Sociologia, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE IUL), Outubro, 2013.
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