LIVRO 8 O Ensino Mat Ed Inclusiva
LIVRO 8 O Ensino Mat Ed Inclusiva
LIVRO 8 O Ensino Mat Ed Inclusiva
Matemática
na perspectiva da Educação Inclusiva
O Ensino de
Matemática
na perspectiva da Educação Inclusiva
Uberlândia (MG)
Novembro/2020
UNIFUCAMP
(Centro Universitário Mário Palmério)
EDITORA DA FUCAMP
Coordenadora da Editora: Profa. Dra. Cristina Soares de Sousa
Conselho Editorial
Prof. Me. Emiliano Silva Costa Prof a. Ma. Luciana de Souza Zunsteim
Prof. Me. Cássio Resende de Morais Prof a. Dra. Luciana Maria de Lima
Prof. Dr. Gustavo Batista Araújo Prof. Dr. Luiz Carlos Figueira de Melo
Prof. Me. Heber Junio Pereira Brasão Prof a. Dra. Roselaine das Chagas Fonseca
Prof a. Dra. Kelma GomesMendonça Ghelli Prof a. Dra. Tânia Nunes Davi
CDU: 371.3
SUMÁRIO
À GUISA DE
APRESENTAÇÃO
CAPITULO I
1. Ideias iniciais
Um longo histórico de segregação acompanha o processo educacional de
pessoas com deficiência, em especial quando se trata de deficiência mental, quando elas
são consideradas inaptas à aprendizagem escolar ou à assimilação de conhecimentos, e
que sua capacidade não ultrapassa o autocuidado e a segurança. Movimentos sociais de
inclusão seguem paralelos a essa segregação, ainda nos dias de hoje, e buscam
apresentar condições específicas e incentivadoras na produção de políticas públicas
voltadas para esta questão, sempre visando ao interesse de alunos em idade escolar e
suas necessidades educacionais.
anos, na busca de um termo que substitua os demais utilizados e que são como
rótulos discriminatórios (retardados, anormais, excepcionais, entre outros termos).
Deficiência Intelectual tem sido a terminologia mais adequada e socialmente adotada.
A Organização Mundial de Saúde - OMS (2010) conceitua a Deficiência
Intelectual como a redução do potencial da pessoa em se apropriar de informações
novas ou suas complexidades, sendo-lhe difícil aprender e aplicar novas habilidades.
Assim como a OMS, também a Associação Americana de Deficiência Intelectual e
Desenvolvimento - AADID (2016) conceitua Deficiência Intelectual como aquela que se
caracteriza por limitações funcionais no âmbito intelectual e no comportamento
adaptativo, envolvendo habilidades sociais, conceituais e práticas ocorridas antes dos
dezoito anos de idade.
A OMS estabelece uma classificação dessa deficiência fundamentada nos níveis
de gravidade, dividindo-a em leve, moderada, profunda e agudo-grave. Nos casos
leves, a pessoa pode efetuar atividades mais complexas quando acompanhadas ou
monitoradas. Essas pessoas, segundo Teixeira (2013, p. 169), “[...]desenvolvem a
linguagem mesmo com certo atraso e conseguem se comunicar, o que significa um
percentual de independência no autocuidado. Nas instituições escolares, pode-se
também acompanhar sua aprendizagem junto a outros alunos da escola regular”.
Em casos considerados moderados, a pessoa tem maiores limitações, necessita
ser acompanhada e não consegue compreender totalmente as atividades escolares e
utilizar a linguagem. Nos casos graves ou profundos, a dependência funcional é mais
significativa devido às limitações da capacidade intelectual e da motora.
Em relação à educação escolar, Teixeira (2013, p. 169) refere-se a alguns
aspectos que caracterizam os alunos com Deficiência Intelectual que podem se
apresentar como leve, moderada, grave e profunda. No caso da deficiência intelectual
leve, os sujeitos “[...] adquirem a linguagem com algum atraso, entretanto conseguem
comunicar-se e podem apresentar independência nos cuidados pessoais [...] são
capazes de acompanhar os estudos em turmas escolares regulares [...]”. No caso da
moderada a pessoa necessita de auxílio, apresentando maior dificuldade na
compreensão e no uso da linguagem tendo uma vida acadêmica mais restrita. Já a
deficiência intelectual grave e profunda corresponde a um grau maior de dependência, e
devido ao maior prejuízo intelectual, funcional, motor, ocorrem dificuldades na
solucionar os problemas de hoje, visto que o contexto atual e a realidade são muito
distintos.
O mais importante, entretanto, é que:
A História da Matemática, mediante um processo de transposição
didática e juntamente com outros recursos didáticos e metodológicos,
pode oferecer uma importante contribuição ao processo de ensino e
aprendizagem em Matemática. Ao revelar a Matemática como uma
criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações de
diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, ao
estabelecer comparações entre os conceitos e processos matemáticos
do passado e do presente, o professor tem a possibilidade de
desenvolver atitudes e valores mais favoráveis do aluno diante do
conhecimento matemático. Além disso, conceitos abordados em
conexão com sua história constituem-se veículos de informação
cultural, sociológica e antropológica de grande valor formativo
(BRASIL, 1997, p. 45-46).
Vale salientar que, ao se trabalhar com a História, é necessário que se tenha uma
visão do passado, do presente e do futuro. O importante, então, na prática pedagógica de
Matemática, é buscar a implementação de um programa de ensino dinâmico e
diversificado que relacione os conteúdos escolares que envolvam saberes matemáticos
históricos à Ciência de hoje, mediante os interesses de aprendizagem dos alunos e as
necessidades de formação, dentro de uma fundamentação teórica sólida e consistente.
O conhecimento matemático formalizado, na verdade,
[...] precisa, necessariamente, ser transformado para se tornar
passível de ser ensinado/aprendido; ou seja, a obra e o pensamento do
que lhes permitam mostrar aos alunos a Matemática como ciência que
não trata de verdades eternas, infalíveis e imutáveis, mas como ciência
dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos.
Além disso, conhecer os obstáculos envolvidos no processo de
construção de conceitos é de grande utilidade para que o professor
compreenda melhor alguns aspectos da aprendizagem dos alunos
(BRASIL, 1997, p. 38).
uso ponderativo que suscita debates temáticos instrutivos a respeito das informações e
fatos históricos em saberes matemáticos.
Fossa (2008) ainda diz que o educando que participa de atividades estruturadas
esta fazendo pesquisa sobre a Matemática, devido à oportunidade que lhe é conferida,
de investigar, em ambiente colaborativo, com:
[...] seus colegas – questões problemáticas sobre as quais não sabe a
resposta, nem o modo correto de proceder; são exatamente esses
aspectos que serão descobertos nas atividades. O fato de que, para ele,
desconhecido não é desconhecido para outros e de que ele tem, no
professor de Matemática, um forte recurso em que pode se apoiar não
invalida a conclusão básica de que o aluno, ao participar nas atividades,
se acha numa posição existencial completamente análoga à do
pesquisador nas fronteiras da Matemática. O reconhecimento de que
as atividades estruturadas envolvem elementos de pesquisa, contudo,
abrirá novas possibilidades à Educação Matemática. [...]. O resultado de
trabalhar com atividades construídas à luz da história, portanto, seria o
de proporcionar ao aluno a experiência de participar na pesquisa
sobre a Matemática real e não somente a Matemática das escolas, que
é com frequência vista como sendo artificial e sem consequência. Isso
aconteceria porque o aluno estaria participando na construção da
Matemática não através do contexto da justificação, que é a norma na
Educação Matemática tradicional, mas através do contexto da
descoberta (FOSSA, 2008, p. 13).
Mendes (2001), em seu estudo sobre o Ensino da Matemática por atividades diz
que uma aliança entre o construtivismo e a História da Matemática tece um painel
matizado por relações teóricas-práticas entre a Matemática, a História da Matemática e
a Educação Matemática. O autor ainda elenca que pelo uso de atividades que envolvem
o estudo da trigonometria, utiliza a História da Matemática como um elemento gerador
do conhecimento matemático escolar. Essas atividades são históricas e pressupõem a
participação efetiva do aluno na construção do seu conhecimento.
Continuando, Mendes (2001, p. 137) “[...] diz que, para os estudantes
participarem da construção do seu próprio conhecimento, devem relacionar cada saber
construído com as necessidades históricas, sociais e culturais existentes nesse
conhecimento”.
Para que isso ocorra de forma significativa é preciso que o professor seja um
orientador das atividades, pois assim viabilizará um diálogo, de modo que os estudantes
construirão o seu conhecimento, a partir do seu próprio raciocínio, transpondo-se para
a situação do seu cotidiano, por meio da socialização de hipóteses, que permitem
chegar a resultados acerca das suas experiências.
Mendes (2001, p. 138) ressalta que é no momento da narrativa histórica que
“[...] fomentamos no estudante a sua curiosidade e espírito investigador, tendo em vista
fazer com que eles se lancem na aventura do conhecimento, partindo dos aspectos
históricos e transportando-os para uma situaç~o atual”.
Nessa mesma instância, alguns argumentos são significativos e reiteram a
relevância que o ensino da Matemática, a partir de sua história, representa como
recurso pedagógico. Miguel (1997) aponta alguns como a formalização de conceitos, de
metodologia, de objetivos, além de motivar a aprendizagem, tornando-a divertida,
criativa diante dos problemas práticos e curiosos; é uma estratégia pedagógica que
promove a aproximação dos métodos didáticos, desperta o pensamento crítico e
autônomo, aspectos que estimulam a dinâmica de segmentos que compõem a
Matemática; promove a percepção da aprendizagem significativa e epistemológica, e a
consolidação da identidade cultural.
Em relação à aprendizagem, Vygotsky (1998) realça que:
[...] tem um papel importante para o desenvolvimento do saber, do
conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-
aprendizagem, incluindo aquele que aprende aquele que ensina e a
relação entre eles. Ele explica esta conexão entre desenvolvimento e
aprendizagem através da zona de desenvolvimento proximal
(distância entre os níveis de desenvolvimento potencial e nível de
desenvolvimento real), um “espaço din}mico” entre os problemas que
uma criança pode resolver sozinha (nível de desenvolvimento real) e
os que deverá resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no
momento, para em seguida, chegar a dominá-los por si mesma (nível
de desenvolvimento potencial) (VYGOTSKY, 1998, p. 75-78).
5. Considerações finais
REFERÊNCIAS
AAIDD - American Association On Intellectual And Developmental Disabilities.
Definition of Intellectual Disability. Washington, D.C: AAIDD, 2016.
BECKER, F. O que é o construtivismo?. Ideias, n. 20. São Paulo, SP: FDE, 1994. p. 87-
93. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-
093_c.pdf>. Acesso em: 01 de jun. 2020.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo, SP: Makron Books,
1996.
FONTANA. R.; CRUZ, N. Psicologia e o trabalho pedagógico. São Paulo, SP: Atual,
1997.
MIGUEL, A. Três estudos sobre história e educação matemática. 1993. 361 f. Tese
(Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 1993.
TEIXEIRA, G. Manual dos transtornos escolares. Rio de Janeiro, RJ: Saraiva 2013.
VEER, R. V; VALSINER, J. Vygotsky: uma síntese. São Paulo, SP: Loyola, 1996.
VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, L. S. Obras completas. Tomo cinco: Fundamentos de Defectologia.
Havana: Editorial Pueblo Y Educación, 1989.
CAPITULO II
uma sociedade para todas as pessoas, ancorada nos princípios de celebração das
diferenças, direito de pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade
humanitária, igual importância das minorias e cidadania com qualidade de vida.
Houve expressivo movimento educacional nas duas primeiras décadas do
século XXI no que se refere à Educação Inclusiva, seja na esfera social ou
governamental, assim como no âmbito das instituições escolares. Ocorreram,
também, aumento de estudos e pesquisas acerca da temática; novas legislações e
diretrizes curriculares nacionais; inserção de intérpretes nas instituições de ensino;
destaque nas legislações da importância da formação inicial e continuada;
investimentos em Tecnologias Assistivas; construção de escolas de ensino bilíngue;
eventos nacionais e internacionais voltados para a reflexão e discussão da
importância da Educação para todos e o respeito às diferenças; tendo sido essas,
algumas das importantes conquistas dos últimos anos.
Em decorrência dos estudos supracitados, é fundamental que os docentes
tenham conhecimento de que os surdos e ouvintes possuem a mesma capacidade de
assimilação e compreensão, sendo necessária, na prática de ensino, a inserção de um
novo olhar diante dos surdos. O professor deve inserir metodologias que melhorem a
comunicação e a interação entre surdos e ouvintes para que haja adequado
desenvolvimento intelectual e social de todos os alunos, ouvintes e surdos.
Entende-se que os surdos precisam ser acolhidos e levados a adquirir o avanço
cognitivo de forma especial, pois apesar de não haver diminuição da capacidade de
raciocínio, há diferenças na forma de se comunicar, o que os prejudica e pode limitar
o acesso ao conhecimento. Eles deverão ser respeitados em sua singularidade e em
suas potencialidades.
Considerar o surdo na perspectiva da alteridade, com o conceito de diferença
em vez de deficiência é primordial de acordo com Cardoso e Capitão (2007), e o
professor, neste caso, precisa estar atento e utilizar da empatia para se colocar no
lugar do aluno surdo e entender as suas limitações e a sua forma de adquirir
conhecimento, para então refletir e decidir pelos melhores recursos, que podem
auxiliá-lo nesse processo.
Com isso, surge a necessidade da promoção da Educação Inclusiva em todas as
áreas. A Matemática também deve encaixar-se na perspectiva inclusiva, ou seja, deve
não se preocupa com as vivências dos alunos e tem o professor como centro do
processo, como o detentor do saber, o responsável em transferi-lo ao aluno. Essa ideia
remete ao que Freire (1996) denomina de Educação Bancária, entendida como o
processo de assistência em que o docente transmite conhecimentos para os alunos
que são considerados como uma tábula rasa, carentes de conhecimentos e aguardam,
passivamente, pelo depósito de informações.
Essa metodologia, mecanizada e expositiva, que utiliza a cópia, repetição de
decorar fórmulas, de acordo com Resende e Mesquita (2013), é um dos motivos das
dificuldades dos alunos em aprender Matemática e não proporciona o entendimento
do conteúdo:
Os próprios alunos afirmam que - decorar fórmulas se torna uma
grande dificuldade para o aprendizado da Matemática, neste ponto os
professores assumindo uma atitude de educador que se preocupa
efetivamente com o aprendizado se preocupará com a construção
desse aprendizado pelos alunos, o que com a participação dos
educandos no processo evitará o decorar e favorecerá o entendimento.
É de comum acordo entre os professores que quando o aluno entende
o que está fazendo, assimila com maior facilidade e o decorar se
restringe à utilização automática da fórmula e não ao decorar sem
motivos conscientes. Os educadores pedem cursos de formação
continuada neste ponto, onde se deverá discutir formas e técnicas de
construção de conhecimento objetivo, juntamente com os alunos. O
trabalho coletivo entre todos os envolvidos no processo ensino-
aprendizagem, com certeza, favorecerá o processo (RESENDE;
MESQUITA; 2013; p. 210).
4. Concluindo
O processo de comunicação mediado pela eletrônica, de acordo com Leite e
Sampaio (2002), é realizado, atualmente, em quase todos os lugares, por meio de
redes de computadores, satélites, fax e outras tecnologias. Esses recursos se tornaram
os principais fatores de interligação no mundo atual, pois fazem a intermediação das
informações de forma quase imediata e simultânea em diferentes locais do mundo.
Por isso, a escola atual tem o papel de planejar, organizar a aprendizagem, utilizar as
ferramentas necessárias, ao seu favor, e que estiverem a disposição para auxiliar na
formação dos alunos, a fim de levá-los a participar da construção de uma sociedade
mais democrática, com oportunidades para todos, independente das limitações e da
individualidade de cada pessoa.
Kenski (2013) reitera que as Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDIC) e o uso das mídias têm invadido todos os espaços, alterado a
aqueles que possuem uma boa navegação, em que é possível a utilização de variadas
mídias que unem tipos diferentes de equipamentos que conectam som, imagem,
informação e interação a uma só atividade on-line. Entretanto, essa não é a realidade
para a maioria das pessoas. Muitos possuem acesso à Internet com baixa qualidade, o
que dificulta a utilização de várias atividades de interação e de comunicação
sincronizadas. Também há aqueles que, devido ao alto custo, ficam impossibilitados
de fazer parte dessa rede ou, muitas vezes, não têm sequer acesso à Internet, na
cidade onde moram ou na instituição onde estudam.
Conforme afirma Valente (1999):
A implantação da informática, como auxiliar do processo de
construção de conhecimento, implica em mudanças na escola que vão
além da formação do professor. É necessário que todos os segmentos
da escola – alunos, professores, administradores e comunidade de pais
– estejam preparados e suportem as mudanças educacionais
necessárias para a formação de um novo profissional, nesse sentido, a
informática é um dos elementos que deverão fazer parte da mudança,
porém essa mudança é muito mais profunda do que simplesmente
montar laboratórios de computadores na escola e formar professores
para a utilização dos mesmos (VALENTE, 1999, p. 4).
Outra questão importante apontada por Kenski (2013) refere-se aos currículos
dos cursos e a formação dos professores. Este autor indica que, atualmente, não
correspondem às expectativas da sociedade para atuação de forma adequada no
ensino. Muitos jovens egressos dos cursos de Graduação precisam passar por cursos
de capacitação para iniciar atividades em diferentes espaços de atuação, pois a teoria
aprendida não condiz com a prática profissional. Vários Projetos Pedagógicos dos
Cursos oferecem disciplinas estanques e divididas, que não correspondem à atual
conjuntura educacional de inserção midiática e inovação tecnológica em que a
conexão e a inter-relação fazem parte do contexto geral. Dessa forma, torna-se
necessário refletir como adequar o ensino de qualidade com as inúmeras
possibilidades oferecidas pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
As Tecnologias Assistivas estão relacionadas a promoção de espaços
acessíveis, a possibilidade de proporcionar aos alunos adaptação, acesso aos
materiais de estudo e informações na Internet, auxílio e melhoria na comunicação,
com vistas a diminuir as barreiras de ensino e de aprendizagem. Os alunos com
deficiência visual e auditiva necessitam das Tecnologias Assistivas para seu
REFERÊNCIAS
CORRÊA, M. R. M. Com saber, com afeto. Amae Educando, n.254, p.38-39, 1995.
FOSTER, S.; LONG, G.; SNELL, K. Inclusive instruction and learning for deaf students in
postsecondary education. Journal of Deaf Studies and Deaf Education, Oxford, v.4,
n.3, Summer, 1999.
KANNER, L. A history of the care and study of the mentally retarded. Springfield,
Illinois: Charles C. Thomas Publisher, 1964.
SILVA, M. Inclusão Digital: algo mais do que ter acesso às tecnologias digitais. In:
RANGEL, M.; FREIRE, W. (Orgs.). Ensino-aprendizagem e comunicação. Rio de
Janeiro, RJ: Wak, 2010. p. 131-147.
TAHAN, Malba. Didática da Matemática. Vol. 01. São Paulo, SP: Saraiva, 1961.
VALENTE, J. A. Informática na Educação. Revista Pátio, ano 3, n. 09. Porto Alegre, RS,
1999.
CAPITULO III
1. Introdução
Para estudar e analisar a educação inclusiva é preciso, antes de qualquer outra
questão, entender que seus ideais estão embasados em direitos humanos fundamentais,
e o direito da pessoa com deficiência à educação é um deles. No entanto, ainda que o
acesso de crianças com deficiência ao ensino regular esteja previsto em lei, educação
inclusiva é mais do que garantir que elas ingressem nas escolas. Inclusão, segundo
Mantoan (2003), é uma mudança de paradigma educacional que alcança não apenas os
alunos com deficiência ou com dificuldade para aprender, mas todos, uma vez que são
consideradas as necessidades de todos os alunos. Nessa perspectiva, segundo a autora,
as diferenças são atendidas sem discriminação.
Ainda que a política de inclusão social de pessoas com deficiência, no Brasil,
esteja presente desde a Constituição de 1988, é na Declaração de Salamanca, um dos
principais documentos sobre direitos das pessoas com deficiência, que se reconhece a
necessidade e a urgência de uma educação para as pessoas com necessidades
educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino. E em 1996, com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação especial é definida
e os direitos dessas pessoas são garantidos.
Segundo Maior (2008, p. 21), “[...] as pessoas com deficiência escrevem no
Brasil e na ONU a sua história, cada vez com mais avanços e conquistas que se
traduzem em reduç~o das desigualdades e equiparaç~o das oportunidades”. Em 2008, a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - considerada um marco em
termos de direitos humanos - enuncia que cabe ao Estado e à sociedade buscar meios
de garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência em igualdade de condições
com as demais, à medida que cuida dos seus direitos civis e políticos, econômicos,
sociais e culturais.
Em 2015, a Lei nº 13.146 institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), que assegura sistema educacional
inclusivo em todos os níveis de aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar
o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.
Com essa breve digressão, pode-se perceber o quanto, historicamente, as
pessoas com deficiência, de modo geral, vêm ganhando espaço no que se refere a
direitos e garantias. E, graças a isso, o ingresso de crianças com deficiência nas escolas
vem aumentando significativamente e, dentre as várias deficiências, a síndrome de
Down se apresenta em um número considerável de crianças.
com ênfase na repetição, o que faz com que não consigam detectar erros na contagem
dos outros; erram a sequência numérica padrão, pulando palavras-número ou
repetindo algumas já ditas; não associam um objeto a uma palavra-número ou
conferem mais de uma palavra-número para um único objeto e contam o mesmo
objeto mais de uma vez, em diferentes momentos. Os resultados apontaram que cada
um dos participantes, com suas dificuldades e habilidades diferentes, criou suas
próprias estratégias e apresentou progressos.
Em pesquisa realizada por Corrêa (2017), com um sujeito matriculado no 3º
ano do ensino fundamental e ainda em processo de alfabetização, a pesquisadora
selecionou, inicialmente, seis jogos propostos no caderno três do Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). No decorrer do trabalho ela verificou que o
estudante não havia assimilado o conceito de número e o jogo, desse modo, foi
introduzido com o objetivo de atingir essa compreensão. Foram utilizados também,
materiais manipulativos como dados, palitos de picolé e elásticos, que segundo a
pesquisadora, “[...] apresentam potencial para auxiliar na apropriaç~o de conceitos
abstratos pelo sujeito com síndrome de Down” (CORRÊA, 2017, p. 77).
Foi relatado que durante as jogadas o aluno observava o que os colegas faziam e
os imitava como, por exemplo, quando um deles buscou formas mais rápidas de
contagem dos palitos (de 2 em 2). A imitação foi considerada positiva para a
apropriação dos procedimentos do jogo e como estratégia de contagem. Concluiu-se
que “[...] sua pouca responsividade n~o significa que n~o é capaz de realizar o que é
proposto, mas pode representar a necessidade de mudança na metodologia pedagógica
e na flexibilidade em relação ao tempo” (CÔRREA, 2017, p. 113).
Uma pesquisa desenvolvida por Luiz (2008), descreve a utilização do software
“Sistema Tutorial Inteligente (ITS)” com seis sujeitos (dois deles frequentavam a
escola regular) da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Chapecó,
Santa Catarina, em fase de alfabetização. O objetivo do trabalho era identificar as
dificuldades que essas crianças apresentavam com os conceitos lógicos matemáticos.
Foram aplicadas atividades (amparadas nas provas de Piaget) para diagnosticar o
nível de conhecimento dos participantes com relação a seriação, ordenação,
classificação, quantidade e equivalência de conjuntos, noção de conjunto e
subconjuntos, conservação, noção dos números e operações de adição e subtração. O
desenvolvimento dessas crianças, cabendo a ele conhecer o perfil de seus alunos, suas
potencialidades e limitações, respeitar o tempo de cada um na Resolução de
Problemas, considerando sua capacidade de concentração; manter a motivação dos
estudantes para as tarefas; relacionar atividades com situações reais usando objetos
do cotidiano, o que aproxima o aluno do conhecimento; disponibilizar materiais
manipulativos para o uso livre, pois sua utilização pode gerar mais segurança para o
aluno; elaborar estratégias de ensino que privilegiem a socialização e a comunicação,
como o trabalho em pequenos grupos ou em duplas, pois isso contribui para o
desenvolvimento da linguagem; avaliar, levando em consideração não apenas o que o
aluno aprendeu em termos de conteúdo (o que ele já sabia e o que aprendeu), mas o
seu desenvolvimento pessoal. Além disso, é fundamental que se dedique à sua
formação continuada, buscando estar sempre atualizado, bem como participar
ativamente de estudos e discussões sobre o currículo e o Projeto Político Pedagógico
de sua escola, contribuindo com seu conhecimento e experiência para a garantia de
uma educação inclusiva e de qualidade.
É inegável que os avanços tecnológicos que temos vivenciado nos últimos anos
têm contribuído para melhorar a comunicação, agilizar processos e facilitar a vida das
pessoas. As possibilidades de utilização dos recursos tecnológicos têm a cada dia se
mostrado mais importantes na transformação das sociedades, visto que grande parte da
população, inclusive crianças, já tem acesso a computadores, calculadoras, celulares,
tablets. E, a cada dia, esses recursos se tornam mais rápidos, funcionais e atrativos. No
entanto, a escola e os professores acompanham essa evolução? Como trabalhar com
crianças que já nascem cercadas por tecnologia?
Há mais de duas décadas, os PCN (1997) já apontavam que esses recursos
trazem mais um desafio para a escola: o de introduzir no seu trabalho, amparado na
oralidade e na escrita, novas formas de comunicar e conhecer. Apesar do desafio, o
documento afirma que os computadores são considerados instrumentos indispensáveis
ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática, podendo se configurar como um
forte aliado no desenvolvimento cognitivo dos alunos, por sua versatilidade e seu
caráter lógico-matemático. De acordo com Milani (2001):
Para Almeida (2008), não basta ter acesso às TICs, mas saber utilizar essas
tecnologias para selecionar informações que possibilitem às pessoas resolver
problemas cotidianos, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto.
É preciso, desse modo, incorporar as tecnologias na formação do educador, sob pena de
Esse recurso, ainda conforme a autora, permite que o aluno escolha caminhos e
espaços que nem sempre são proporcionados pela escola, além de propiciar, de forma
mais dinâmica, a verificação de hipóteses e conjecturas levantadas pelos alunos. Cox e
Bittencourt (2017, p. 19) realizaram um estudo em que identificaram duas principais
formas de aplicação de jogos digitais na educação: os jogos educativos e os jogos de
entretenimento. Nos jogos educativos, o conteúdo pedagógico está presente nos
elementos que compõem o jogo: “[...] na narrativa, na jogabilidade, nos personagens, na
interface, nos níveis, de forma que o assunto seja aprendido de maneira prazerosa e
divertida”. Os jogos de entretenimento, apesar de geralmente não contemplarem a
possibilidade de uso na educação, podem apresentar conteúdos para serem trabalhados
no ensino.
O estudo sugere que os jogos digitais educacionais não podem limitar-se à
diversão, uma vez que devem incorporar objetivos educacionais e conteúdos a serem
trabalhados, mas não devem voltar-se de forma exclusiva para a educação. É importante
que haja equilíbrio entre diversão e educação. As possibilidades são inúmeras e
concorrem com o trabalho do professor, que muitas vezes não possui os
conhecimentos necessários para conduzir uma prática de sala de aula por meio de
jogos.
Além de se encontrarem na internet sites de jogos de livre acesso, alguns
smartphones já são capazes de, em poucos minutos, instalar jogos atrativos,
interessantes e gratuitos (os jogos mobile). Desse modo, torna-se essencial que o
professor aprenda a utilizar os softwares educacionais, para:
O ensino de Matemática não tem como objetivo somente que o aluno aprenda a
realizar c|lculos, cumprindo programas preestabelecidos. O mundo est| “[...] cada vez
mais matematizado”, como afirmam Nacarato, Mengali e Passos (2017, p. 32) e,
portanto, o papel da escola é preparar as gerações para o mundo em que estão
inseridos, para as demandas sociais e para o trabalho.
5. Considerações finais
REFERÊNCIAS
ALVES, F. Para entender Síndrome de Down. Rio de Janeiro, RJ: Wak Editora, 2011.
DINIZ, M. I. Os problemas convencionais nos livros didáticos. In: SMOLE, K. S.; DINIZ,
M. I. (Orgs.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender
Matemática. Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2001. p. 99-101.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? Como fazer? São Paulo, SP:
Moderna, 2003.
MARIM, V.; BARBOSA, A. C. I. Jogos Matemáticos: uma proposta para o ensino das
operações elementares. In: OLIVEIRA, C. C.; MARIM, V. (Orgs.). Educação
Matemática: contextos e práticas docentes. Campinas, SP: Alínea Editora, 2010. p.
225-240.
CAPITULO IV
1. Introdução
A herança cultural das pessoas com algum tipo de deficiência física, sensorial,
motora e/ou múltipla na sociedade era vista como uma “mancha desarmoniosa”, em
que havia frequentes descasos e omissões. Nesse ínterim, a exclusão social era
legitimada por questões religiosas, políticas, étnicas, econômicas, entre outras.
Conforme Ferreira e Guimarães (2003):
De acordo com as informações da história e da antropologia, desde as
antigas civilizações até os dias de hoje, em algumas sociedades tribais
era/ é comum a eliminação pura e simples de seus elementos com
deficiência. Sacrificava-se/sacrifica-se a pessoa, julgando-se estar
fazendo um bem ao próprio indivíduo, que supostamente sofreria
muito mais em condições precárias, como também a comunidade, que
não precisará responsabilizar com seu cuidado (FERREIRA;
GUIMARÃES, 2003, p. 68).
É notório, portanto, que a prática citada por Costa (2012) realça o modelo
excludente vivenciado por pessoas deficientes na sociedade, sobretudo na trajetória
histórica desses sujeitos.
Em se tratando dos aparatos legislativos, o preâmbulo da Constituição Federal do
Brasil (1988) menciona a instituição de um estado democrático, de modo a propiciar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias. Na Seção I -
Da Educação, especificamente no Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, é
estabelecido que:
Ademais, o Art. 54, III relata que é dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino”, e o Art. 66 indica que: “Ao adolescente
portador de deficiência é assegurado trabalho protegido” (BRASIL, 1990). Portanto,
esse dispositivo reitera as garantias das pessoas com deficiência mencionadas na
Constituição Federal (BRASIL, 1988).
O Art. 3º da LDB (BRASIL, 1996) assevera que o direito e a necessidade da
Educação pertencem a todas as pessoas, além de reconhecer a diversidade humana e
o respeito fundamental na inclusão de todos. Por seu turno, os Arts. 58 e 59
descrevem que:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(Redação dada pela Lei n.º 12.796, de 2013) [...]
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei n.º 12.796, de
2013)
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades; [...]
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para
os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular
(BRASIL, 1996).
Os direitos das pessoas deficientes são assistidos pelas leis principais do país.
No âmbito internacional, reflexões em eventos sobre os movimentos para inclusão
desses indivíduos foram realizadas em vários países e continentes.
De fato, esses eventos foram primordiais para as pessoas com deficiência. Com
uma nova forma de enxergar a educação inclusiva, as instituições de ensino precisam
se organizar para receber esses indivíduos, em que o docente passa a ter maior
flexibilidade e ações pedagogicamente diferenciadas.
A inclusão é uma tarefa complexa que exige preparação, qualificação,
habilitação e, sobretudo, sensibilização de toda a sociedade:
Desta maneira, mobilizar os docentes, bem como toda a comunidade
escolar, e principalmente a família, a nosso ver configura-se como um
grande passo para que a Educação Inclusiva possa se consolidar não
só nos cursos de formação docente, mas também na Educação Básica,
e por fim em toda sociedade. Essa sensibilização de todos
seguramente irá contribuir de forma positiva para que possamos
reduzir de maneira acentuada os traços excludentes que ainda
existem no sistema de ensino (COSTA, 2012, p. 19).
Sendo assim, a educação inclusiva reduz a marginalização das pessoas que não
são homogêneas em sala de aula e parte de um modelo que restabelece a integridade
de todos, sejam eles deficientes ou não:
A aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa,
a convivência dentro da diversidade humana e a aprendizagem por
meio da cooperação são princípios defendidos pela nova ordem da
Educação Especial sob o enfoque da Educação Inclusiva. Saber
conviver com a diversidade humana representa aceitar as diferenças,
em qualquer lugar e a escola, na nossa sociedade, é um dos espaços
mais importantes para o acesso ao conhecimento e aos bens culturais
(PIRES, 2015, p. 47).
Delors (2012) postula que o ensino superior deve elevar o nível do saber por
meio do papel criativo:
As universidades, em especial, devem dar o exemplo, inovando com
métodos que permitam atingir novos grupos de estudantes,
reconhecendo as competências e os conhecimentos adquiridos fora
David Paul Ausubel nasceu em 1918, na cidade de Nova Iorque, nos Estados
Unidos da América (EUA), proveniente de uma família judia, imigrante da Europa
Central. Nessa época, segundo Burak e Aragão (2012), a Europa vivia o caos,
consequência de conflitos, e a América Central foi o destino de muitos judeus que,
embora estivessem livres dos conflitos, viviam com outros problemas: moradia com
muitas pessoas em pequenos espaços, desemprego e salários baixos por várias horas
de trabalho.
Ainda de acordo com Burak e Aragão (2012), o psicólogo americano dedicou a
maioria de sua vida produtiva à construção de uma Teoria da Aprendizagem
Significativa (TAS), ao oferecer oportunidades para as pessoas darem depoimentos e
aprenderem sobre o contexto vivenciado por elas. Naquela época, não havia
preocupação com o sujeito que aprendia ou a forma como isso acontecia; logo, não
interessava o ensino pedagógico vigente com procedimentos comuns, rotineiros e
mecânicos.
Estuda-se Ausubel, segundo Burak e Aragão (2012), quando se propõe a
aprender o ato de formação de significados ao nível de consciência na aquisição de
conhecimento ou a estudar a cognição. A Aprendizagem Significativa acontece quando
o aluno passa a interiorizar a aprendizagem escolar de forma substancial, com sentidos
e significados atribuídos por ele para si ou à própria vivência.
Para Ausubel (1963, apud ARAGÃO, 1976), o problema central é:
7. Considerações finais
modificou os modelos antigos, uma vez que os indivíduos com deficiências deveriam
se adaptar à escola, mas, hoje, as instituições de ensino precisam mudar para receber
e manter o aluno com essa característica. A atuação dos professores não é insociável,
mas se torna fundamental para concretizar esse trabalho.
REFERÊNCIAS
CAPITULO V
1. Ideias iniciais
tema estritamente relevante nos aspectos social e educativo do nosso País. É uma
questão que demanda novas exigências para o profissional da Educação e que tem
forçado a constante capacidade do mesmo em reinventar sua identidade e postura em
sala de aula, bem como ficar atento à capacitação em novos métodos de ensino que
auxiliem o ensino e a aprendizagem do aluno autista.
As pessoas com deficiência tiveram formas de tratamento diferenciadas ao longo
dos anos. Foram fases que passaram desde a completa exclusão até chegar ao
reconhecimento de seus direitos. Esse mesmo processo foi visto com relação ao
atendimento educacional do deficiente.
Todo esse percurso envolvendo as pessoas com deficiência foi explorado por
estudiosos como Pessoti (1984), Mazzotta (1996), Glat e Fernandes (2005) e Jannuzi
(2006). As investigações realizadas desses autores evidenciam a existência de quatro
estágios até se pautar a educação inclusiva, quais sejam: a exclusão social, a
institucionalização (segregação), a expansão das escolas e classes especiais e a fase de
integração social.
A primeira fase foi marcada pela exclusão das pessoas deficientes. Não havia
também nenhum tipo de educação que os atendesse. Acreditava-se, nessa época, que a
deficiência teria razões sobrenaturais e as pessoas acometidas deveriam ser afastadas
da sociedade. Práticas de rejeição, perseguição, abandono e até extermínio das pessoas
com qualquer tipo de deficiência eram muito comuns.
Em meados do século XVIII e XIX, as pessoas com deficiência passaram a
receber atendimento em instituições específicas. Consistia na fase de
institucionalização que se definia pelo isolamento do deficiente com a propagação da
ideia de que nessas instituições ele estaria melhor amparado. O atendimento nesses
casos, porém, se resumia aos cuidados básicos com o deficiente, ou seja, não estava
prevista nenhuma forma de instrução educacional.
Em uma nova fase, busca-se a redução dessa segregação e concebe-se que a
pessoa com deficiência deveria receber tratamento educacional especializado. Esse
período que vai do final do século XIX a meados do século XX, é definido pela expansão
das escolas especiais e das classes especiais em escolas públicas principalmente.
Tendo por princípio o conceito de que as pessoas com deficiência fossem
atendidas em escolas regulares juntamente com os demais alunos, viveu-se num estágio
Diante reflexões feitas sobre a inclusão escolar, serão abordadas nesse artigo,
algumas possibilidades de ensino e aprendizagem para uma deficiência persistente e
clinicamente significativa que afeta a comunicação e a interação social, o Transtorno
do Espectro Autista.
Ribeiro, Martinho e Miranda (2012), esclarecem que o termo autismo (do grego
autos que significa “eu próprio”), foi empregado pela primeira vez em 1908 pelo
psiquiatra Eugen Bleuler para caracterizar sintomas de pessoas com esquizofrenia que
pareciam fugir da realidade e se isolar em um mundo interior.
Os primeiros estudos voltados para a compreensão do autismo foram feitos por
Leo Kanner e Hans Asperger. Tal como relatam Baptista e Bosa (2002), os dois
psiquiatras, de forma independente, produziram relatos sistemáticos dos casos que
estudavam formando hipóteses e teorias para essa síndrome até então desconhecida.
Kanner observou, à medida que fazia seus atendimentos, que as crianças
apresentavam características como inabilidade no relacionamento interpessoal, atrasos
na aquisição da fala, dificuldades na atividade motora global e resistência a mudanças.
Asperger, por sua vez, atestou características semelhantes, e foi além ao retratar
descrições mais amplas no sentido de verificar a dificuldade da criança em fixar o olhar,
a dificuldade dos pais em constatar os comprometimentos nos primeiros anos de vida
da criança, e a presença de um transtorno profundo do afeto.
Tanto Asperger quanto Kanner publicaram seus estudos na mesma época, o
trabalho de Asperger, porém, só foi reconhecido por volta de 1980 devido ao fato da
publicação original ter sido feita em alemão. O trabalho de Kanner, por sua vez, foi
rapidamente aceito pela comunidade científica.
Em suas investigações Kanner não só explorou os sintomas do Distúrbio
Autístico do Contato Afetivo como também procurou apurar a etiologia da síndrome. No
artigo intitulado “Autistic disturbances of affective contact” (Distúrbios autísticos do
contato afetivo) publicado em 1943, Leo Kanner apresentou as observações realizadas
em onze crianças atendidas por ele explicitando que os sintomas presentes
caracterizavam uma síndrome que até então não havia sido relatada na literatura
médica. O psiquiatra ponderou, ao descrever cada criança, que o autismo poderia ser
uma incapacidade inata do indivíduo e alertou para a possível influência familiar no
desencadeamento da mesma.
Essa crença, de acordo com Grandin (2017), originou nos anos de 1950, a
hipótese de que o autismo era causado por pais emocionalmente distantes e a culpa
maior recaía sobre as mães. Essa concepção gerou muitas controvérsias e,
posteriormente, se mostrou totalmente infundada, mas deixou marcas e influências que
ainda são sentidas pelos pais de autistas.
Conforme as pesquisas para estabelecer as causas do autismo avançavam, o
foco passou a ser nos fatores genéticos e cognitivos como possíveis desencadeadores
do transtorno. Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008) relatam que no ano de 1978, o
psiquiatra Michael Rutter indicou que o distúrbio poderia ser explicado por falhas
cognitivas e de percepção e sugeriu um diagnóstico com critérios baseados na
observação comportamental. Esses critérios incluíam atrasos e desvios sociais;
interação social podem apresentar características como: falta de interesse por coisas
que outras pessoas propõem; dificuldade de se relacionar socialmente de forma
adequada; bloqueio para iniciar ou responder à interações sociais; manifestação de
pouco interesse na fala de outras pessoas; dificuldade na comunicação verbal e não
verbal; embaraço para entender gestos, expressões faciais ou sinais corporais de
outras pessoas; e dificuldade para se adaptar em situações sociais variadas.
Além disso, há outros sintomas que podem estar presentes quanto à categoria
de interesses restritos e padrões repetitivos, tais como: movimentos repetitivos ou
estereotipados com objetos ou com a fala (ecolalia); apego à rotina; comportamentos
padronizados e fixação por determinado tema ou interesse; sensibilidade a estímulos
como sons, texturas ou objetos luminosos; estereotipias motoras; grande apego a
determinados objetos; e alteração na sensibilidade à dor.
Consoante apresenta Silva (2019), no DSM-5 o TEA passa a ser classificado
tendo em vista os níveis de gravidade existentes. Para tanto, verifica-se o grau de apoio
que cada indivíduo necessita considerando-se suas dificuldades nas áreas de
comunicação e comportamento. Sendo assim, esses níveis de gravidade se subdividem
em três em cada uma dessas áreas. No nível 1 a criança exige apoio, pois tem
resistência em se comunicar e estabelecer interações sociais bem como em
desempenhar atividades fora da rotina. O nível 2, por sua vez, caracteriza-se pela
exigência de apoio substancial onde o autista pode apresentar déficits graves tanto na
comunicação verbal e não verbal e inflexibilidade no comportamento. Já no nível 3, os
comprometimentos são maiores e exigem apoio muito substancial por provocarem
limitações severas tanto na comunicação quanto no comportamento.
Importante ressaltar que mesmo com critérios definidos e com os instrumentos
já existentes, há dificuldades para se fechar um diagnóstico de TEA. A razão disso está
no fato de que não há exames clínicos que determinam com precisão a incidência do
transtorno. A falta de clareza com relação à causa do TEA também representa um
obstáculo para o diagnóstico. A esse respeito, Orrú (2012) afirma que
O período de reconhecimento de uma possível síndrome é obscuro e
demorado, tanto pela parte dos pais como por muitos médicos, em
virtude da complexidade do quadro, pela falta de informações básicas
sobre síndromes não identificadas por meio de exames laboratoriais,
impedindo de haver um processo de intervenção mais precoce e
claro (ORRÚ, 2012, p. 31).
com o transtorno garantido pela LDB nº 9.394/96 e pela Lei nº 12.764/2012, dentre
outros dispositivos legais. Esse é um dos motivos pelos quais se presencia, nos últimos
anos, o aumento de matrículas de alunos diagnosticados com TEA. Tal fato pode ser
constatado pelos números obtidos por meio do Censo Escolar. Pelos dados apresentados
nos censos realizados entre 2010 e 2018, é possível constatar que o número de
matrículas de alunos diagnosticados com Autismo e Síndrome de Asperger aumentou a
cada ano, tendo tido involução no caso do Autismo somente no ano de 2011. Verifica-se
ainda que em 2010 o percentual de alunos com Autismo e Síndrome de Asperger
representava 1,49% do número total de matrículas dos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Em 2018, esse percentual passou para 7,87% o que deixa claro que mais
crianças com o diagnóstico estão frequentando as escolas regulares.
Na concepç~o de Chiote (2015, p. 20) esse aumento de matrículas, “[...] tem
fomentado a discussão a respeito de quem são essas crianças, como aprendem, quais
as práticas adotadas nos cursos de formação inicial e continuada de professores”. Os
debates, portanto, se fazem muito importantes para que se conheça melhor as
características principais do Transtorno do Espectro Autista e como elas podem
influenciar o processo de ensino-aprendizagem.
O que precisa ser entendido por professores e demais profissionais da escola
quando se pensa no atendimento educacional de alunos com TEA, é que eles são
capazes de aprender. Gaiato (2019) afirma que
A criança com autismo tem capacidade de aprender, porém o faz de
maneira diferente. Entender as dificuldades que cada criança traz
consigo e ensiná-la a partir disso é o maior desafio de um educador,
que pode fazer uma diferença incrível na vida de uma criança com
autismo (GAIATO, 2019, p. 118).
Para que o ensino aconteça de maneira satisfatória, Cunha (2016) pondera que
o primeiro passo do professor é conhecer seu aluno. Ao fazê-lo, será possível
estabelecer prioridades ao reconhecer quais habilidades o autista possui e quais ele
necessita desenvolver.
As dificuldades e limitações do autista, porém, não podem ser o guia do trabalho
pedagógico tal como afirma Chiote (2015). Para a autora, a escola regular precisa
abandonar os modelos que predeterminam as possibilidades de desenvolvimento da
criança. A dificuldade na interação social e na linguagem dos autistas, não podem
limitar as ações voltadas para os alunos com o transtorno, nem tampouco restringir as
práticas educativas.
Para Vasques (2008), a educação para crianças com TEA deve ser proposta com
ações pedagógicas que ajudem os alunos no processo de significação, permitindo que
eles avancem em seu desenvolvimento indo além dos padrões pré-estabelecidos e dos
rótulos.
Cruz (2014) esclarece que o intuito não é ignorar as limitações que estão
presentes no Transtorno do Espectro Autista, mas focar nas capacidades de modo que
outras habilidades sejam favorecidas. Nas palavras da autora:
Tanto na educação de indivíduos autistas quanto na de outros
indivíduos com diferentes necessidades especiais, os déficits não
podem ser negados, mas as capacidades existentes devem servir de
fontes para a formação de novas capacidades. Esse trabalho requer
um envolvimento coletivo em busca de facilitar para esses sujeitos o
contato e a interação com seus pares, área, em geral, de intenso
comprometimento (CRUZ, 2014, p. 49-50).
aula conforme garantido por lei bem como retratam Brito e Sales (2017).
Apesar dos estudos indicarem estratégias que o professor pode lançar mão no
trabalho pedagógico, atender crianças com TEA é sempre um desafio em razão muitas
vezes de sua formação inicial e continuada e das dificuldades próprias relacionadas ao
transtorno.
Cruz (2014) e Chiote (2015) ao desenvolverem suas pesquisas relatam o
trabalho de educadores que vivenciaram esse processo de inclusão de alunos com o
transtorno e expõem os obstáculos enfrentados pelos mesmos. Despertar o interesse
dos educandos com Transtorno do Espectro Autista pelas tarefas, sua objeção em
participar de trabalhos em grupo, as reações inesperadas e impulsos diante de
estímulos exteriores, a falta de formação dos professores para lidar com a situação e a
ausência, muitas vezes, de um profissional especializado nas escolas são alguns dos
desafios.
Esses obstáculos encontrados quando se fala na educação de crianças no
espectro, não podem ocultar, assim como enfatiza Cruz (2014), que há possibilidades
para a inclusão escolar desses sujeitos. Existe um consenso em torno da ideia de que
são necessários maiores investimentos por parte dos órgãos governamentais, que as
políticas e ações de formação dos professores precisam ser melhoradas e que toda a
comunidade escolar precisa estar engajada nessa demanda. O professor, nesse âmbito,
tem um importante papel de mediador do processo de ensino-aprendizagem. Chiote
(2015) argumenta que o educador precisa compreender sua função de mediador e
descobrir as circunstâncias que irão favorecer o desenvolvimento dos alunos com TEA.
Não se trata, porém, de delegar ao professor a responsabilidade de dispor de
todos os recursos e meios para o atendimento às crianças autistas. Entretanto, ao
destacar sua função primordial no processo pedagógico, é essencial que ele recorra a
alternativas para que o aluno autista tenha a oportunidade, não só de socializar, mas
também de aprender.
Tal como afirma Cunha (2016, p. 49), na educação para crianças com
Transtorno do Espectro Autista, “[...] n~o h| metodologias ou técnicas salvadoras”.
Existem, sim, possibilidades de aprendizagem.
O professor pode recorrer a essas possibilidades não só para favorecer a
interação do educando com TEA, como também para auxiliá-lo nas mais diversas
inadequados.
No estudo aqui desenvolvido, de maneira prática, foram analisados e
comparados dois aplicativos, direcionados para o ensino de crianças autistas, no
sentido de avaliar a possibilidade da utilização no ensino e aprendizagem de
Matemática no Ensino Infantil. Para embasar a pesquisa deste artigo realizou-se um
estudo sobre as características fundamentais e os estudos relacionados ao Transtorno
do Espectro Autista, foi realizada uma análise sobre a Educação Inclusiva ao longo do
tempo e por fim tratamos das Tecnologias Assistivas e a importância de cada um desses
fatores para que o professor possa desempenhar adequadamente o seu papel afim de
possibilitar aprendizagens significativas e um adequado desenvolvimento das crianças
autistas. Os aplicativos utilizados nessa pesquisa foram o 123 Autismo e o TEO (Tratar,
Estimular e Orientar).
O aplicativo TEO (Tratar, Estimular e Orientar) é direcionado ao
desenvolvimento das crianças com autismo e através da manipulação da variedade de
jogos é possível estimular a aquisição de habilidades cognitivas, a concentração e
auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico, uma vez que a criança através de
atividades lúdicas pode fazer comparações, aproximações, trabalhar a memória e a
capacidade de concentração.
Conforme aponta Silva (2017) o aplicativo TEO tem o objetivo de trabalhar o
desenvolvimento de crianças com TEA. Esse aplicativo foi criado por alunos da
Universidade Federal de Alagoas-Campus Arapiraca com orientação de professores de
Ciências da Computação para favorecer de forma multidisciplinar o desenvolvimento
de crianças autistas na faixa etária de 04 a 12 anos de idade por meio de jogos digitais. O
jogo é composto de atividades que auxiliam no tratamento e acompanhamento da
evolução de crianças com autismo, pelo fato de estimular ações tanto cognitivas como
comportamentais que vão auxiliar na interação social dos indivíduos com TEA. O visual
do aplicativo é composto de poucas informações e de cores, para que não haja
sobrecarga visual.
Para Moura et al (2016) os jogos presentes no TEO (Tratar, Estimular e
Orientar) foram desenvolvidos considerando aspectos importantes para estimular a
concentração, o foco, a discriminação visual e o raciocínio logico das crianças. Através
dos conceitos trabalhados nos jogos é possível dividi-los em categorias, tais como:
3. Concluindo
Ensinar Matemática para crianças com o Transtorno do Espectro Autista sem
dúvida é um desafio não só pelas características próprias da síndrome como também
pelas dificuldades encontradas pelos professores no ensino da disciplina. No entanto,
as adversidades não podem limitar o trabalho docente.
Diversas ferramentas podem contribuir para a superação dos obstáculos que
porventura se apresentam no processo de ensino-aprendizagem. A evolução
experimentada no campo das novas tecnologias, nesse sentido, deve ser vivida
também no interior das escolas.
A esse respeito, Galvão Filho (2009, p. 232) revela que as Tecnologias Assistivas,
no que diz respeito { Educaç~o, podem assumir um papel de “[...] ponte para abertura
de novo horizonte nos processos de aprendizagem e desenvolvimento de alunos com
deficiências até bastante severas”.
O autor reitera ainda que o vínculo entre a educação e as Tecnologias
REFERÊNCIAS
BRITO, A.; SALES, N. B. TEA e inclusão escolar: um sonho mais que possível. São
Paulo, SP: Nbs Consultoria, 2017.
MOURA, D. et al. TEO: Uma suı́te de jogos interativos para apoio ao tratamento de
crianças com autismo. Brazilian Symposium on Computers in Education (Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação - SBIE), [S.l.], p. 627, nov. 2016. Disponível em:
https://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/6744/4631. Acesso em: 17
set. 2020.
TAMANAHA, A. C.; PERISSINOTO, J.; CHIARI, B. M. Uma breve revisão histórica sobre a
construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome de Asperger. Revista da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, [S.I.], v. 13, n. 3, p. 296-299, 2008.
FapUNIFESP.
SOBRE OS AUTORES
SILVANA MALUSÁ
Pós-Doutora em Educação (Universidade Católica de Petrópolis, 2011). Doutora em
Educação (Universidade Metodista de Piracicaba, 2000). Mestre em Educação
(Universidade Metodista de Piracicaba, 1994). Graduada em Pedagogia (Universidade
Metodista de Piracicaba, 1990). Atualmente é professora associada da Universidade
Federal de Uberlândia.