Manual de Biosseguranca Do Servico de Enfermagem
Manual de Biosseguranca Do Servico de Enfermagem
Manual de Biosseguranca Do Servico de Enfermagem
(IFCE)
(DAE)
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA
SERVIÇO DE ENFERMAGEM
FORTALEZA
2021
EXPEDIENTE
Pró-Reitora de Ensino
Cristiane Borges Braga
Pró-Reitora de Extensão
Ana Cláudia Uchôa Araújo
COLABORAÇÃO
REVISÃO TÉCNICA
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Lídia Farias
Programadora visual | SIAPE 2107619
EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO
APOIO
Enfermagem do IFCE
APRESENTAÇÃO
................................................................................................................................19
pelas mãos........................................................................................................... 35
Enfermagem do IFCE......................................................................................45
............................................................................................................................ 46
............................................................................................................................ 54
regime ambulatorial......................................................................................... 24
............................................................................................................................ 26
respiratória........................................................................................................ 54
............................................................................................................................ 65
Enfermagem..................................................................................................... 67
Enfermagem..................................................................................................... 75
............................................................................................................................ 86
e C e HIV...........................................................................................................94
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS............................................................................................................16
3. RECOMENDAÇÕES GERAIS............................................................................18
QUANTIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES...............................................................28
SERVIÇO DE ENFERMAGEM...........................................................................44
7.2.1 Avental................................................................................................................... 49
7.2.2 Gorro/touca...........................................................................................................50
8.1 Limpeza....................................................................................................................63
8.2 Desinfecção............................................................................................................ 67
10. IMUNIZAÇÃO.......................................................................................................... 78
.................................................................................................................................. 87
confirmação de COVID-19.................................................................................. 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
14
BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e
estratégias de ação. Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2010. 242 p.
15
16
2.1. Objetivo geral
17
18
As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção e
manutenção do bem-estar e proteção à vida. A Equipe de Enfermagem, no exercício
de suas atividades de promoção e assistência à saúde, havendo exposição a
agentes biológicos, manipulação de substâncias químicas, exposição a radiações ou
ainda manipulação de equipamentos com base de funcionamento físico (autoclaves,
estufas, etc.) deve seguir as recomendações da Figura 1, segundo Brasil (2005) e
Bahia (2001).
19
Além das medidas gerais apresentadas na Figura 1, recomenda-se que o
Serviço de Enfermagem estabeleça as seguintes medidas administrativas:
1) Elaboração de um cronograma de manutenção preventiva dos sistemas,
máquinas e equipamentos do setor (sistema de abastecimento de gases,
capelas, autoclaves, ar-condicionado), conforme Manual de Manutenção Predial
do IFCE <
https://ifce.edu.br/proap/MANUALDEMANUTENOPREDIALPARAPUBLICAO_S
EI_23255.002644_2019_64.pdf>, com registro documental em meios eletrônico
ou manual.
1) Elaboração de protocolos e/ou manuais específicos adaptados às peculiaridades
de cada campus, para as seguintes situações:
a) Casos de acidentes (recomendações no Capítulo 12);
b) Relativos à limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas,
incluindo superfícies, instalações, equipamentos, mobiliário, vestimentas,
EPI e materiais (recomendações no Capítulo 8).
2) Realização de capacitações antes do início das atividades e de forma
continuada, devendo ser ministrada sempre que ocorra mudança das condições
de exposição dos profissionais aos agentes biológicos, que abranjam os
seguintes temas:
a) Dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde;
b) Medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;
c) Normas e procedimentos de higiene;
d) Utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de
trabalho;
e) Medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; e
f) Medidas a serem adotadas pelos profissionais no caso de ocorrência de
incidentes e acidentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
20
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro
de 2005. Aprova a norma regulamentadora nº 32 (Segurança e saúde no trabalho
em estabelecimentos de saúde). Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília (DF); 2005 Nov 11.Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-32.pdf>.
Acesso em: 20 ago. 2020.
21
22
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e
da coletividade, prestando assistência à saúde visando à promoção do ser humano
como um todo. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação
das pessoas. A profissão compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais,
éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa, extensão e assistência
(COFEN, 2007; IFCE 2016).
O profissional da enfermagem exerce suas atividades com autonomia, justiça,
competência, responsabilidade e honestidade, para promoção da saúde do ser
humano e coletividade na sua integralidade, de acordo com os preceitos éticos e
legais da profissão. O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os
direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer
natureza (COFEN, 2007).
O Serviço de Enfermagem do IFCE, de acordo com as necessidades e
realidade de cada campus, é composto por Enfermeiro (a), Técnico (a) em
Enfermagem e/ou Auxiliar de Enfermagem, com suas capacitações técnicas e
atribuições definidas pela Lei do exercício profissional nº 7.498/86 (COREN,1986).
De acordo com os referenciais de atuação dos profissionais da Assistência
Estudantil (AE) do IFCE (2016) e da RDC nº 50, ANVISA (2002), considera-se que
os profissionais de Enfermagem do IFCE atuam em quatro eixos, conforme
apresentado na Figura 2 e descrito nos Quadros subsequentes deste capítulo.
23
Quadro 1 - Descrição do Serviço de Enfermagem do IFCE dos eixos da Figura 2.
24
e segurança do trabalhador, quando possível;
Realizar vigilância nutricional, em parceria com o profissional nutricionista,
quando possível, por intermédio das atividades continuadas e rotineiras de
observação, coleta e análise de dados e disseminação da informação
referente ao estado nutricional;
Recepcionar, registrar e fazer marcação de consulta de Enfermagem;
Proceder à consulta de enfermagem;
Realizar procedimentos terapêuticos de enfermagem de acordo com as
normativas legais da profissão;
Executar e registrar a assistência de enfermagem;
Realizar treinamento especializado em procedimentos terapêuticos e/ou uso
de equipamentos médicos/hospitalares.
25
Quadro 5 - Atribuições dos serviços de apoio de gestão e execução administrativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
26
BRASIL. Lei nª 7.498/86, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação
do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html>. Acesso
em: 09 jun. 2020.
27
28
O Ambiente do Serviço de Enfermagem é entendido, neste manual, como o
espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de
determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações
diferenciadas.
A quantificação refere-se ao número de vezes em que o mesmo ambiente se
repete. O dimensionamento é expresso pela quantificação e dimensões espaciais do
ambiente, ou seja, o tamanho do ambiente (superfície e dimensão), em função do
equipamento e/ou população presentes.
Este capítulo buscou estabelecer alguns critérios referentes aos ambientes do
Serviço de Enfermagem, de acordo com as atividades que são desempenhadas no
IFCE e as atribuições dos profissionais, conforme descrito no capítulo anterior. As
informações apresentadas estão de acordo com a ANVISA (2002), conforme a
Resolução – RDC nº 50, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde.
Observa-se que aqui são apresentadas recomendações genéricas, devendo
cada campus adequar às suas peculiaridades epidemiológicas, populacionais e
geográficas, visto que cada instituição vivencia uma realidade distinta, variando o
quantitativo e os integrantes do Serviço de Enfermagem e, consequentemente, as
atividades realizadas.
Cabe ressaltar que os ambientes somente serão obrigatórios se, obviamente,
o Serviço de Enfermagem exercer as atividades correspondentes. Observa-se que a
quantificação e o dimensionamento apresentados são o mínimo necessário,
podendo ser aumentados de acordo com o campus. Não há programas
arquitetônicos pré-definidos e sim, uma listagem de ambientes que norteará os
profissionais da enfermagem a demandar junto à gestão do seu campus o
planejamento e implementação dos ambientes de modo participativo, propiciando
dessa forma uma descentralização de decisões.
Os ambientes de apoio, sala ou área que dão suporte aos ambientes
destinados às atividades fins de uma unidade, podem ou não estar dentro da área
da unidade, desde que de fácil acesso, assim como podem ser compartilhados entre
duas ou mais unidades.
29
Quadro 6 - Descrição dos ambientes do Serviço de Enfermagem do IFCE e os
respectivos dimensionamento e quantificação.
DIMENSIONAMENTO
AMBIENTE
Quantidade mínima Dimensão mínima
1
Sala de lavagem e A sala de utilidades
4,8 m²
descontaminação pode substituir essa sala
ou vice-versa.
Sala de esterilização/estocagem de
1 4,8 m²
material esterilizado
12,0 m²
A depender das
Sala de reuniões atividades e organização 2,0 m² por pessoa
administrativa
Sala administrativa 5,5 m² por pessoa
AMBIENTE DE APOIO
30
Banheiros para funcionários 1 -
Depósito de equipamentos³ 1 -
Copa 1 -
Fonte: Adaptado da ANVISA (2002)
1. Consultórios isolados podem possuir somente equipamentos de esterilização dentro deles, desde
que estabelecidas rotinas de assepsia e manuseio de materiais a serem esterilizados.
2. O ambiente para execução de serviço administrativo poderá estar dentro do consultório ou poderá
estar localizado em um ambiente compartilhado com outros profissionais, desde que atenda às
dimensões especificadas no quadro.
3. O ambiente para depósito de equipamentos será estabelecido de acordo com a quantidade de
equipamentos do serviço de enfermagem, podendo ser localizado dentro do consultório.
31
equipamentos e/ou pela carga incêndio que possuem. As condições de segurança
deverão estar de acordo com as normatizações brasileiras referente à segurança
contra incêndio em edificações urbanas a serem observadas.
Nos setores de maior trânsito e fluxo de pessoas, as sinalizações gerais das
áreas restritas e permitidas devem ser frequentes e estar visíveis. As referidas
sinalizações devem ser expressas também em "braile" para os deficientes visuais e
com indicação simbólica ou monitor para os detentores de letrismo a-funcional, nova
denominação em substituição à palavra “analfabeto”.
Os materiais adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de
ambientes de áreas críticas e semicríticas devem ser resistentes à lavagem e ao uso
de desinfetantes. Devem ser sempre priorizados para as áreas críticas e mesmo nas
áreas semicríticas, materiais de acabamento que tornem as superfícies monolíticas,
com o menor número possível de ranhuras ou frestas, mesmo após o uso e limpeza
frequente.
Figura 3 - Definição de área crítica e semicrítica.
32
não sejam aplicadas com pincel. Quando utilizadas no piso, devem resistir também a
abrasão e impactos a que serão submetidas.
O uso de divisórias removíveis nas áreas críticas não é permitido, entretanto
paredes pré-fabricadas podem ser usadas, desde que quando instaladas tenham
acabamento monolítico, ou seja, não possuam ranhuras ou perfis estruturais
aparentes e sejam resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. Nas áreas
semicríticas, as divisórias só podem ser utilizadas se forem, também, resistentes ao
uso de desinfetantes e à lavagem com água e sabão.
Nas áreas críticas e semicríticas não deve haver tubulações aparentes nas
paredes e tetos. Quando essas não forem embutidas, devem ser protegidas em toda
sua extensão por um material resistente a impactos, à lavagem e ao uso de
desinfetantes.
A execução da junção entre o rodapé e o piso deve ser de tal forma que
permita a completa limpeza do canto formado. Especial atenção deve ser dada à
união do rodapé com a parede, de modo que os dois estejam alinhados, evitando-se
o tradicional ressalto do rodapé, que permite o acúmulo de pó e é de difícil limpeza.
Os tetos em áreas críticas devem ser contínuos, sendo proibido o uso de
forros falsos removíveis, do tipo que interfira na assepsia dos ambientes. Nas
demais se pode utilizar forro removível, inclusive por razões ligadas à manutenção,
desde que nas áreas semicríticas esses sejam resistentes aos processos de limpeza,
descontaminação e desinfecção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
33
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3012_01_12_2009.html>.
Acesso em: 10 jun 2020.
34
As mãos são consideradas umas das principais ferramentas dos profissionais
que atuam nos Serviços de Enfermagem, é por meio delas que os profissionais
executam suas atividades. Elas também são consideradas as principais vias de
disseminação de infecções relacionadas à assistência à saúde. Dessa forma,
considera-se que a eficaz higienização das mãos é uma medida individual mais
simples e menos dispendiosa para o controle de infecções relacionadas à
assistência à saúde.
35
Podem ser utilizados como agentes tópicos para a higienização das mãos: o
sabonete comum e os antissépticos (álcool, clorexidina, iodo/iodóforos e triclosan).
Considerando o perfil das atividades do Serviço de Enfermagem, o sabonete comum
e o álcool são os produtos utilizados com mais frequência, tendo em vista as
atividades realizadas, contudo cada profissional deverá, de acordo com a realidade
do seu campus, avaliar as indicações, custos e benefícios dos respectivos produtos
para aquisição, levando sempre em consideração as normas de biossegurança
36
das mãos.
São mais efetivos na higienização das mãos de profissionais
de saúde quando comparados aos sabonetes comuns.
São inflamáveis.
37
6.2 Equipamentos e insumos para higienização das mãos
38
• Dispensadores – devem possuir dispositivos que facilitem seu
esvaziamento e preenchimento. No caso de os recipientes de sabonete líquido e
antisséptico não serem descartáveis, deve-se proceder à limpeza destes com água
e sabão, desprezando o produto residual e à secagem, seguida de desinfecção com
álcool etílico a 70%. O conteúdo do recipiente não deve ser completado antes do
término do produto, devido ao risco de contaminação. Deve-se optar por
dispensadores de fácil limpeza e que evitem o contato direto com as mãos.
Preferencialmente, devem ser escolhidos os do tipo refil. Nesse caso, a limpeza
interna deve ser feita no momento da troca do refil.
• Porta-papel-toalha – instalação deve ser de tal forma que ele não receba
respingos de água e sabonete. É necessário o estabelecimento de rotinas de
limpeza e de protocolos de reposição do papel pelos serviços de saúde.
• Lixeira para descarte do papel-toalha – Esse recipiente deve ser de fácil
limpeza. Todas deverão ter tampa articulada com acionamento de abertura sem
utilização das mãos, atendendo às recomendações da ANVISA (2020), no que se
refere ao novo panorama mundial de enfrentamento ao novo coronavírus.
• Produtos destinados à higienização das mãos – deve-se verificar se
estão registrados na Anvisa, atendendo às exigências específicas para cada produto.
A confirmação da legalidade do produto poderá ser feita consultando o site da
Anvisa ou solicitando ao fornecedor, a comprovação do seu registro/notificação. Não
devem ser aplicados nas mãos sabões e detergentes registrados na Anvisa como
saneantes, uma vez que são destinados apenas às superfícies inanimadas.
40
Figura 9 - Sequência recomendada da higienização simples das mãos.
41
Figura 10 - Sequência recomendada da fricção antisséptica das mãos.
42
3. Uso coletivo de toalhas de tecido é contraindicado, pois essas permanecem
úmidas, favorecendo à proliferação bacteriana.
4. Evite água muito quente ou muito fria, a fim de prevenir o ressecamento da pele.
5. Mantenha as unhas naturais, limpas e curtas.
6. Evite usar esmaltes nas unhas.
7. Aplique creme hidratante nas mãos (uso individual), diariamente, para evitar
ressecamento da pele.
8. Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e
sabonete imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica. A
preparação alcoólica não é complemento para a higienização das mãos.
9. Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe-as secarem
completamente (sem utilização de papel-toalha).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
43
44
7.1 Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC
45
De acordo com a Norma Regulamentadora (NR) nº 6, considera-se EPI todo
dispositivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção aos riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no trabalho
(BRASIL, 2018). Além disso, deve conter a indicação do Certificado de Aprovação
(CA), que atesta a eficácia do produto na proteção contra os agentes nocivos à
saúde.
A utilização de EPI deve ser recomendada para todos os profissionais de
enfermagem do IFCE que prestem assistência direta ao usuário, existindo uma vasta
lista desses equipamentos a serem utilizados de forma racional nos serviços
assistenciais. Eles devem ser utilizados em conjunto com a higienização das mãos,
além de outras formas de prevenção de infecções e medidas de controle que são
essenciais para evitar a transmissão de doenças.
Há diferentes tipos de EPIs recomendados para os profissionais de saúde,
contudo neste manual serão abordados apenas os EPIs mais utilizados nas
atividades desenvolvidas pelos profissionais do Serviço de Enfermagem do IFCE, os
quais estão demonstrados na Figura 12.
46
Observa-se que o Setor de Engenharia de Segurança do Trabalho (SEST) do
IFCE elaborou um manual de orientação para uso e aquisição dos EPIs disponível
no endereço eletrônico
<https://ifce.edu.br/proap/MANUALEPIVERSAOPARAPUBLICAO.pdf >, com o
objetivo de orientar o demandante na especificação dos produtos, previsão dos
períodos de trocas e quantificação correta dos materiais (IFCE, 2019). Para facilitar
o processo de aquisição, a Figura 12 lista os EPIs e os seus respectivos códigos.
Além disso, recomendamos que os profissionais consultem, para fins de
leitura complementar, o Relatório de Avaliação e Prevenção de Riscos Ocupacionais,
também elaborado pelo SEST do IFCE. Nele, há uma análise de cada ambiente da
unidade, inclusive do setor de saúde, com a indicação dos EPIs adequados às
atividades desenvolvidas.
48
7.2.1 Avental
49
Recomenda-se o uso de avental descartável (de uso único), hipoalérgico,
hidro/hemorrepelente, com mangas longas e punho de malha ou elástico, que deve
ser vestido antes de entrar em contato com o usuário, a fim de se evitar a
contaminação da pele e roupa do profissional.
7.2.2 Gorro/Touca
O gorro ou touca está indicado para a proteção dos cabelos e da cabeça dos
profissionais em procedimentos com potencial de contaminação por aerossóis. Deve
ser de material descartável e removido após o uso. O seu descarte deve ser
realizado como resíduo infectante (ANVISA, 2020).
A Figura 14 apresenta recomendações para o uso correto do gorro ou touca.
É importante que o cabelo do(a) profissional esteja preso. Quando o gorro/touca
apresentarem sinais de umidade, devem ser substituídos por outro. A
desparamentação deve seguir a sequência do Quadro 9.
50
profissional a respingos de sangue, secreções corporais, excreções etc. Os óculos
de proteção ou protetores faciais devem ser exclusivos de cada profissional
responsável pela assistência, devendo, imediatamente após o uso, realizar a
limpeza seguida de desinfecção com álcool líquido a 70% (quando o material for
compatível), hipoclorito de sódio ou outro desinfetante, na concentração
recomendada pelo fabricante.
Caso o protetor facial tenha sujidade visível, deve ser lavado com água e
sabão/detergente e só depois dessa limpeza passar pelo processo de desinfecção.
O profissional deve utilizar luvas para realizar esses procedimentos. Óculos
convencionais (de grau) não devem ser usados como protetor ocular, uma vez que
não protegem a mucosa ocular de respingos. Os profissionais de saúde que usam
óculos de grau devem usar sobre estes, os óculos de proteção ou protetor facial. A
Figura 15 demonstra os passos para o manuseio correto desses EPIs.
51
O uso de máscaras faz parte de um pacote abrangente das medidas de
prevenção e controle que possam limitar a disseminação de doenças transmitidas
por gotículas e aerossóis. Há dois tipos de máscaras destinadas, em geral, aos
profissionais de saúde apresentadas neste manual, a citar: máscara cirúrgica e
máscara de proteção respiratória (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3).
A máscara de tecido NÃO é um EPI, por isso, ela NÃO deve ser usada pelos
profissionais do Serviço de Enfermagem quando se deveria usar a máscara cirúrgica
ou quando se deveria usar a máscara de proteção respiratória (durante a realização
de procedimentos potencialmente geradores de aerossóis) (ANVISA, 2020).
A máscara cirúrgica deve ser utilizada, conforme a Figura 16, para proteger a
boca e o nariz contra gotículas e aerossóis gerados pela fala, tosse ou espirro, além
de evitar a inalação de substâncias químicas voláteis e tóxicas pelo profissional
52
quando atuar a uma distância inferior a 1 (um) metro de pessoas suspeitas ou
confirmadas de infecção transmitida por aerossóis (Tuberculose, Sarampo, Covid-19,
entre outras). Sua confecção ocorre a partir de duas peças de tecido entre um filtro
de plástico respirável.
53
de aerossóis, e outras doenças de transmissão aérea, aumentando a proteção dos
profissionais.
54
foram certificadas.
Acondicionar sempre em um recipiente perfurado, identificado, com cuidado
para não contaminar a parte interna.
Manuseie sempre pelos elásticos. Evite tocar a face interna e externa.
NÃO se deve usar a máscara cirúrgica sobreposta à máscara N95 ou
equivalente, pois além de não garantir proteção de filtração ou de
contaminação, também pode levar ao desperdício de mais um EPI.
7.2.5 Luvas
55
Figura 18 - Exemplos clínicos nos quais as luvas de procedimentos são indicadas.
56
Figura 19 – Paramentação e desparamentação das luvas de procedimento.
57
Figura 20 - Recomendações de precaução padrão.
58
Figura 22 - Recomendações de precaução para contato.
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
60
_______. Ministério da Saúde: Recomendações para prevenção e controle.
Disponível em: <https://saude.gov.br/o-ministro/918-saude-de-a-az/influenza/13807-
recomendacoes-para-prevencao-e-controle.>. Acesso em: 14 jun. 2020.
WHO. World Health Organization. Advice on the use of masks in the context of
COVID-19: Interim guidance. WHO: Jun. 2020. 16 p.
61
/
62
8.1 Limpeza
LIMPEZA CONCORRENTE
Finalidades
Áreas contempladas
63
No que se refere aos processos de limpeza de superfícies em serviços de
saúde, tem-se a limpeza concorrente e limpeza terminal. A limpeza concorrente é o
procedimento de limpeza realizado, diariamente, em todas as unidades dos
estabelecimentos de saúde. No Quadro 13, expõe-se a finalidade e as áreas
contempladas nesse tipo de limpeza. No Quadro 14, está a descrição das áreas com
exemplificações
ÁREA CRÍTICA
ÁREA SEMICRÍTICA
64
No que se refere à frequência da limpeza concorrente, existe uma para cada
tipo de área do serviço de saúde especificada no Quadro 15. A limpeza terminal
trata-se de uma limpeza mais completa, incluindo todas as superfícies horizontais e
verticais, internas e externas. As programadas devem ser realizadas no ínterim
máximo de 15 dias em áreas críticas (YAMAUSHI et al., 2000; RIBEIRÃO PRETO,
2006).
65
Quadro 16 - Frequência de limpeza terminal programada de acordo com a área.
Áreas Frequência
LIMPEZA TERMINAL
Cronograma
Formulário
Áreas contempladas
66
Todos os mobiliários (ex.: macas, mesas, armários, bancadas, janelas,
vidros, portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar-condicionado).
Observações
8.2 Desinfecção
ATUAÇÃO NA DESINFECÇÃO
67
Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.
Limpeza
Friccionar com álcool a 70% ou outro desinfetante
Biombo e/ou
indicado pelo Responsável Técnico do Serviço de
Desinfecção
Enfermagem.
Limpeza
Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.
Paredes e/ou
Utilizar movimento unidirecional (de cima para baixo).
Desinfecção
Limpeza
Lixeiras e/ou Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.
Desinfecção
Limpeza
Escada e/ou Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.
Desinfecção
Limpeza/
Teto Varredura Utilizar o pano úmido para retirada de pó.
úmida
Janelas, Limpeza
vidraças, portas e/ou Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.
e luminárias Desinfecção
68
Na presença de sujidade, limpar com pano úmido em
Limpeza
água limpa e secar. Friccionar com álcool a 70% ou
Telefone e/ou
utilizar outro desinfetante definido pelo Responsável
Desinfecção
Técnico (RT) do Serviço de Enfermagem.
69
Foco de luz Limpeza Realizar limpeza com pano úmido.
PRODUTOS DE
INDICAÇÃO DE
LIMPEZA/ MODO DE USAR
USO
DESINFECÇÃO
70
superfícies Enxaguar e secar.
Desinfecção de
Após a limpeza, imersão ou
Compostos liberadores superfícies não
fricção.
de cloro ativo metálicas e
Enxaguar e secar.
superfícies com
matéria orgânica
Oxidantes - Ácido
Após a limpeza, imersão ou
peracético (associado Desinfecção de
fricção.
ou não a peróxido de superfícies
Enxaguar e secar.
hidrogênio)
71
partículas contaminadas podem ser lançadas ao ar e atingir outras superfícies e
objetos; nebulizadores e termonebulizadores (equipamentos utilizados no
combate a insetos/pragas, que geram uma fumaça de substâncias
inseticidas/agrotóxicos); e frascos de spray com propelente: use frascos de
aperto simples;
5) Na limpeza feita com água e detergente, utiliza-se, inicialmente, o pano úmido,
para recolhimento de resíduos, seguido de limpeza com água e detergente,
retirando toda a sujidade;
6) Utilizar sempre dois baldes de cores diferentes: um com água, outro com água e
detergente neutro. A técnica de limpeza utilizando dois baldes tem por objetivo
estender o tempo de vida útil do detergente, diminuindo o custo e a carga de
trabalho;
7) Desprezar água suja em local adequado, nunca em banheiros e pias utilizadas
para higiene das mãos ou de limpeza de alimentos;
8) Obedecer ao sentido correto para limpeza, da seguinte forma, em sentido
unidirecional: teto, paredes de cima para baixo e piso, iniciando dos cantos mais
distantes da porta;
9) Seguir os seguintes princípios: do mais limpo para o mais sujo; da esquerda
para direita; de cima para baixo; do distante para o mais próximo;
10) Ao proceder à limpeza, evitar derramar água no chão;
11) A limpeza de superfície de piso deverá ser realizada com mop (esfregão),
varredura úmida, com a utilização de detergentes e sabões de uso convencional,
e deve ser intensificada, ou seja, mais de uma vez no curso do turno de trabalho;
12) Usar sempre mops e panos diferenciados para banheiros, pisos, paredes das
áreas de circulação e mobiliários;
13) Nunca deixar panos e mops de limpeza imersos em solução, pois isso pode
diminuir sua vida útil, além de servir de meio de cultura para microrganismos;
14) Na etapa de desinfecção, após a aplicação do produto, é necessário esperar de
cinco a dez minutos para que ele faça efeito. Portanto, não é recomendada a
limpeza imediata da superfície logo após o uso do desinfetante, dando o prazo
suficiente para a destruição dos microrganismos;
15) Caso seja necessário utilizar álcool a 70% na desinfecção de superfícies
(mobília, computador, bancadas, entre outros), realizar a fricção mecânica, no
72
mínimo, três vezes, deixando secar entre uma fricção e outra, executando a
técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direção;
16) Recolher o lixo antes de qualquer tipo de limpeza;
17) Manter os setores sempre abastecidos com produtos de higiene.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
73
74
9.1 Artigos: classificação e processamento
ARTIGOS CRÍTICOS
ARTIGOS SEMICRÍTICOS
Contato com pele íntegra ou não No mínimo, limpeza. Depende do uso a que
entram em contato com o usuário. se destina ou do último uso realizado.
(Exemplos: termômetro, estetoscópio, Observação: sempre que possível realizar a
bandejas). desinfecção dos artigos após a utilização.
76
A sequência de realização dos passos do processamento dos artigos é: 1.
Limpeza ou descontaminação; 2. Desinfecção e/ou esterilização; 3. Secagem; 4.
Estocagem. Para a realização do processamento dos artigos, definem-se vários
aspectos para que ele ocorra de acordo com as boas práticas, Figura 25.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
77
VICKERY, K; PAJKOS, A.; COSSARDT, Y. Removal of biofilm from endoscopes:
evaluation of detergent efficiency. Am J Infect Control 2004; 32: 170-6
78
A segurança da vida é a área de conhecimento referente a um conjunto de
práticas e ações técnicas destinadas a conhecer e controlar os riscos biológicos que
o trabalho pode oferecer ao ambiente e às pessoas. Dessa forma, as vacinas
protegem o indivíduo de muitas doenças causadas pelos agentes infecciosos, vírus
e bactérias, além disso reduz os riscos de o profissional de saúde contrair doenças
(SBI, 2020).
Ao nos vacinarmos, estamos colocando em nosso corpo fragmentos ou
mesmo o agente causador da doença, morto ou atenuado. Mesmo utilizando
organismos mortos, atenuados ou fragmentos deles, eles são capazes de estimular
o sistema imunológico a produzir anticorpos e garantir a memória imunológica, a
qual promove uma resposta rápida e específica quando somos expostos novamente
àquele agente, gerando uma imunização ativa. A vacina atua, portanto, da mesma
forma que uma infecção contraída naturalmente, porém, não há riscos ao receptor,
pois ela não é capaz de provocar o desenvolvimento da doença (BRASIL, 2020).
Todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
são fornecidas de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (OPAS/OMS,
2020). A vacinação deve obedecer às recomendações específicas do Programa
Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde e deve ser registrada no
prontuário clínico individual do profissional (BRASIL, 2020-1).
Apesar da importância da imunização na proteção da saúde, não se pode
negligenciar os demais cuidados, uma vez que não existem vacinas para todos os
tipos de doenças infecciosas. Para os profissionais de saúde, de acordo com a
Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), são recomendadas as
vacinas no Quadro 21, as quais requerem um acompanhamento e controle rigoroso
de imunização (ANAMT, 2020).
79
Quadro 21 - Calendário de vacinação para os profissionais de saúde.
80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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82
O Resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é o produto residual, não utilizável,
resultante das atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de
saúde, que, por suas características, necessita de processos diferenciados em seu
manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. As atividades
exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde devem ser
responsáveis pelo destino dos seus produtos, estabelecendo os critérios
necessários para manejo, acondicionamento e destino final (CESMAC, 2015).
Neste capítulo, serão apresentadas algumas recomendações para o Serviço
de Enfermagem do IFCE, de acordo com o Programa de Gerenciamento de
Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS), que já existe em empresas geradoras de
RSS. O PGRSS envolve ações relativas ao manejo de resíduos com
responsabilizações em todas as etapas, como: segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. Nesse programa,
devem ser consideradas as características e riscos dos resíduos, as ações de
proteção à saúde e ao meio ambiente e os princípios da biossegurança, visando ao
emprego de medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenção de
acidentes (BRASIL, 2018).
Observa-se que, no âmbito do IFCE, nem todos os campi que possuem
serviço de saúde possuem contrato de recolhimento de resíduos oriundos de
atividades envolvendo materiais químicos e/ou biológicos, tampouco plano de
gerenciamento de resíduos formalmente implantado. Dessa forma, é importante que,
nos campi onde não há esse contrato de recolhimento, o responsável técnico solicite
ao setor responsável, via SEI, a incorporação desse tipo de demanda.
Segundo a RDC/ANVISA nº 222, de 28 de março 2018, todas as instituições
são responsáveis, desde a geração até o destino final dos resíduos. O gestor deve
implantar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde que
descreva as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, contemplando as
etapas e aspectos já descritos acima até a disposição final, bem como, as ações de
proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
Para o correto manejo dos resíduos de serviço de saúde, os profissionais
devem conhecer sua classificação, estabelecida pela RDC/ANVISA nº 222,
conforme descrita no quadro a seguir:
83
Quadro 22 - Classificação e descrição dos Resíduos Gerados em Instituições.
84
Grupo Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
D
domiciliares. Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos,
material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, sobras de
alimentos e do preparo de alimentos; resto alimentar de refeitório;
resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição,
flores, podas e jardins; resíduos de gesso provenientes de assistência à
saúde.
85
Quadro 23 - Descrição de Acondicionamento e Tratamento dos Resíduos de Saúde.
GRUPO D
Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos
serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis,
contidos em recipientes identificados.
86
A Resolução RDC n° 222/2018 dispõe, ainda, sobre a Classificação de Risco
para Agentes Biológicos, conforme o Quadro 24:
88
material liso, rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio
corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados.
Armazenamento interno, temporário e externo - No armazenamento
temporário e externo de RSS, é obrigatório manter os sacos acondicionados dentro
de coletores com a tampa fechada. O abrigo externo deve: permitir fácil acesso às
operações do transporte interno e aos veículos de coleta externa; ser dimensionado
com capacidade de armazenagem mínima equivalente à ausência de uma coleta
regular, obedecendo à frequência de coleta de cada grupo de RSS.
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Os RSS resultantes de
atividades de vacinação com microrganismos vivos, atenuados ou inativados,
incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo
inutilizado ou com restos do produto e seringas, quando desconectadas, devem ser
tratados antes da disposição final ambientalmente adequada. As agulhas e o
conjunto seringa-agulha utilizadas na aplicação de vacinas, quando não
desconectadas, devem atender às regras de manejo dos resíduos perfurocortantes.
Os RSS resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais com suspeita ou
confirmação de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, por
microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação, causadores
de doença emergente, que se tornem epidemiologicamente importantes, ou cujos
mecanismos de transmissão sejam desconhecidos, devem ser tratados antes da
disposição final ambientalmente adequada.
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo E - Os materiais
perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos,
providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento. Os recipientes de
acondicionamento dos RSS do Grupo E devem ser substituídos de acordo com a
demanda ou quando o nível de preenchimento atingir 2/3 (dois terços) da
capacidade ou de acordo com as instruções do fabricante, sendo proibidos seu
esvaziamento manual e seu reaproveitamento. É permitida a separação do conjunto
seringa-agulha com auxílio de dispositivos de segurança, sendo vedada a
desconexão e o reencape manual de agulhas. Além disso, admite-se o emprego de
tecnologia que promova o esvaziamento automatizado de recipientes plásticos
específicos, com posterior descontaminação, possibilitando sua reutilização.
89
11.2 Recomendações gerais quanto ao manejo de resíduos de Serviços de
Saúde provenientes da assistência ao usuário com suspeita ou confirmação de
COVID-19.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
91
92
No desenvolvimento de atividades de assistência à saúde, de forma direta ou
indireta, os profissionais da Enfermagem são expostos a material biológico, isto é,
sangue, secreções e excreções corporais. Esses fluidos podem veicular
microrganismos responsáveis por causar diversas doenças virais e bacterianas,
como HIV/AIDS, hepatites B e C. Apesar da utilização das Precauções Padrão
durante a assistência à saúde, os riscos de acidentes sempre estão presentes,
devido à interferência de inúmeros fatores, como o estresse, a sobrecarga de
trabalho, a agitação psicomotora do usuário durante a realização de procedimentos
e a transgressão das normas de prevenção (OPPERMANN, 2003).
Entende-se por exposição ocupacional as situações envolvendo contato com
sangue ou secreções corporais, como sêmen, secreções vaginais, líquido
cefalorraquidiano, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico ou amniótico, por meio de
lesões percutâneas provocadas por material perfurocortante (agulha, bisturi,
vidrarias), contato com membrana mucosa (respingos em olhos, nariz ou boca) ou
pele não íntegra (lesões de pele, dermatite ou ferimentos). Além disso, alguns
fatores de risco podem contribuir para a ocorrência ou não da infecção: a
patogenicidade do agente infeccioso; o volume e o material biológico envolvido; a
carga viral/bacteriana da fonte de infecção; a forma de exposição e a
susceptibilidade do profissional de saúde (CESMAC, 2015).
Vale ressaltar que, enquanto alguns fluidos biológicos são considerados
potencialmente não infectantes, outros apresentam maior risco de transmissão para
determinadas infecções. No que diz respeito ao HIV e às hepatites B e C, esses
fluidos são descritos no Quadro 25.
A melhor profilaxia para a exposição ocupacional com material biológico é o
respeito às normas de biossegurança. Nesse sentido, alguns cuidados podem ser
tomados ao manusear material perfurocortante e biológico, a fim de reduzir
consideravelmente o risco de acidentes, como:
Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos;
Nunca utilizar os dedos como anteparo durante a realização de
procedimentos que envolvam material perfurocortante;
Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa;
Não utilizar agulhas para fixar papéis;
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Descartar qualquer material perfurocortante (agulhas, scalps, lâminas de
bisturi e vidrarias), mesmo que estéril, em recipientes rígidos, próprios para
este fim;
Utilizar os EPIs próprios para o procedimento a ser realizado;
Usar sapatos fechados de couro ou material sintético.
FLUIDOS
BIOLÓGICOS
FLUIDOS BIOLÓGICOS
POTENCIALMENTE
COM MAIOR RISCO DE INFECÇÃO
NÃO INFECTANTES
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Quanto à situação sorológica do acidentado, devem ser realizadas as
seguintes ações: verificar a situação vacinal para hepatite B, comprovar a imunidade
através do Anti-HBs e realizar a sorologia para HIV, HBV e HCV.
Tendo em vista que as unidades do IFCE e seus respectivos ambulatórios
apresentam, em sua maioria, condições restritas para a coleta de amostras e a
realização de exames laboratoriais, a conduta com relação à vítima de acidente com
material biológico será definida pelo serviço de referência do município ao qual a
vítima seja encaminhada, levando em consideração a situação sorológica da
pessoa-fonte e do acidentado, conforme mencionado anteriormente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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