Flamula Aluno 202102 Degustacao 952
Flamula Aluno 202102 Degustacao 952
Flamula Aluno 202102 Degustacao 952
eu
mundo
CONECTOU
Índice Expediente
Flâmula Juvenil
Revista para Escola Dominical
Estudos Bíblicos para Adolescentes –
Aluno(a)
Palavra da Redação.................................................................... 3
Secretaria Executiva Editorial
Abreviatura dos livros da Bíblia .................................................4 Joana D’Arc Mereiles
Colégio Episcopal
Hideide Brito Torres – bispa assessora
Unidade 01: O Pai tá on. E você?
Departamento Nacional de Escola
Lição 01: Vamos mergulhar! ................................................ 5 Dominical
Andreia Fernandes Oliveira
Lição 02: Jejum e oração: viver perto de Deus ....................9 Redação
Andreia Fernandes Oliveira
Lição 03: Bíblia: um Deus que fala .................................... 13 Felipe David Pereira
Com carinho,
Felipe David e Andreia Fernandes, equipe de redação.
Abreviatura dos Livros da Bíblia
Antigo Testamento
Gênesis - Gn Eclesiastes - Ec
Êxodo - Êx Cântico dos Cânticos - Ct
Levítico - Lv Isaías - Is
Números - Nm Jeremias - Jr
Deuteronômio - Dt Lamentações de Jeremias - Lm
Josué - Js Ezequiel - Ez
Juízes - Jz
Daniel - Dn
Rute - Rt
Oséias - Os
1º Samuel - 1 Sm
Joel - Jl
2º Samuel - 2 Sm
Amós - Am
1º Reis - 1 Rs
2º Reis - 2 Rs Obadias - Ob
1º Crônicas - 1 Cr Jonas - Jn
2º. Crônicas - 2 Cr Miqueias - Mq
Esdras - Ed Naum - Na
Neemias - Ne Habacuque - Hc
Ester - Et Sofonias - Sf
Jó - Jó Ageu - Ag
Salmos - Sl Zacarias - Zc
Provérbios - Pv Malaquias - Ml
Novo Testamento
Mateus - Mt 1Timóteo - 1Tm
Marcos - Mc 2Timóteo - 2Tm
Lucas - Lc Tito - Tt
João - Jo Filemon - Fl
Atos dos Apóstolos - At Hebreus - Hb
Romanos - Rm
Tiago - Tg
1 Coríntios - 1 Co
1Pedro - 1Pe
2 Coríntios - 2 Co
Gálatas - Gl 2Pedro - 2Pe
Efésios - Ef 1João - 1Jo
Filipenses - Fp 2João - 2Jo
Colossenses - Cl 3João - 3Jo
1Tessalonicenses - 1Ts Judas - Jd
2Tessalonicenses - 2Ts Apocalipse - Ap
4 Flâmula Juvenil
Unidade 01: O Pai tá on. E você?
Lição 01
Ezequiel 47.1-12
Vamos mergulhar!
Conectou 5
Diante da destruição do templo, que Deus para todos nós e que será reto-
era o maior símbolo religioso daquele mado por João em Apocalipse 22.1-5”
povo, e da impossibilidade de culto e (Rossi, 2001, p.68).
adoração, a visão de águas que saem
Uma alusão à visão de Ezequiel é
do templo trazia de volta a expectativa
feita por Jesus quando Ele convida as
de uma vida religada a Deus.
pessoas a segui-lo (Jo 7.38). A água
Na Bíblia, entre outros significados, a representa novamente a presença
água pode simbolizar o refrigério vindo restauradora do Senhor. Por isso, a
de Deus, e o anseio por ela representa visão do profeta é usada também para
a dependência dele (Sl 23.2; 42.1; 63.1; ilustrar o relacionamento com Deus,
Is 32.2; 41.18; Am 8.11). Revela também por um caminho que leva a níveis mais
a nova vida que surge da presença profundos na presença dele.
divina (Jl 3.18; Zc 14.8). Em uma so-
ciedade rodeada de desertos, a água
se converte em símbolo de vida. “Na
visão de Ezequiel sobre a casa de Deus
(47.1-11) as águas que fluíam debaixo
do limiar representavam as bênçãos Ser superficial no relacionamento com
que Javé derramará sobre o seu povo” Deus é mais fácil do que se pode imagi-
(DOUGLAS, 2006, p. 23). nar. Podemos participar regularmente
Ezequiel descreve um rio que sai do das atividades da igreja – presencial ou
Templo, passa pela cidade, e possui on-line – contribuir financeiramente,
águas restauradoras (Sl 46.4-5). Este rio desenvolver ações missionárias e mi-
é medido por etapas até atingir tamanha nisteriais e ainda assim sermos super-
profundidade que a pessoa só poderia ficiais na nossa relação com o Senhor.
atravessar nadando. As águas que saem Mais importante do que praticar essas
do santuário – habitação de Deus – ge- coisas é perceber se o nosso foco e mo-
ram vida por onde passam, desfazendo tivações são, de fato, nos conectar com
os sinais de morte e destruição, tornando Ele e nos submeter à sua vontade.
saudáveis até as águas do mar Morto, que Temos a tendência de querer ajustar
eram salobras (com certo gosto de sal, a fé às nossas necessidades e anseios.
desagradável para beber e que impedem Especialmente após o início da pan-
a produção de qualquer tipo de vida). A
demia de Covid-19, com o aumento
imagem descrita por Ezequiel faz lembrar
do número de pregações na internet,
da reconstrução e da restauração do pa-
corremos o risco de “pular” de culto
raíso (Gn 2.10-14; Is 30.25, Jr 2.13).
em culto, de pregação em pregação,
“O que se tem em mente é a vida ple- em busca do que mais nos agrada
na e solidária que integra o projeto de ou supre o que pensamos ser nossa
6 Flâmula Juvenil
necessidade. Isto gera uma espiritua-
lidade superficial, centrada em nós e Devocional é o tempo
não em Deus.
Viver assim não é o desejo do Pai para que separamos para estar
a gente. A partir da visão de Ezequiel,
percebemos que Ele quer sempre res- com Deus. É a hora de
tabelecer, renovar e intensificar nosso
relacionamento com Ele e nos levar a praticar alguns meios
de graça.
níveis profundos – gerando cura, res-
tauração, nova vida e novo culto.
Deus não somente deseja que alcance-
mos essa profundidade, mas Ele mes- nos aproximar dele. Isto é graça, favor
mo proporciona caminhos para isso. imerecido. Então, percebemos que
Existem práticas que fortalecem nossa Deus deseja tanto se relacionar conos-
vida espiritual e nosso relacionamento co que, conhecedor de nossos limites e
com Deus. John Wesley as chamava de fraquezas, nos oferece um caminho a
meios de graça. Em outras tradições trilhar para usufruir da plenitude deste
cristãs, a expressão utilizada é discipli- relacionamento. Não quer dizer que
nas espirituais. não há esforço, que não seja disciplina,
mas com certeza vai muito além de
Os meios de graça ou disciplinas espi-
obrigação. Passa pelo desejo de estar
rituais mais comuns são oração, jejum,
junto ao Pai.
estudo e meditação das Escrituras,
comunhão com o corpo de Cristo – o
que inclui a participação na Ceia do
Senhor. Mas há outras práticas que nos
desafiam e ao mesmo tempo nos forta-
Os meios de graça ou disciplinas es-
lecem espiritualmente, nos aproximan-
pirituais são presentes providos por
do de Cristo: serviço, solitude (dedicar
Deus para nos conectarmos com Ele.
tempo para estar a sós), simplicidade,
Demandam uma ação contínua e zelo-
gratidão, contentamento, desabafo,
sa da nossa parte, como uma resposta
perdão, adoração e culto.
de amor. É uma relação de intimidade
Muitas vezes associamos disciplina a e convivência com a Trindade, que
obrigação. Ao pensarmos na expressão nos leva a crescer, nos traz alegria e
“meios de graça” o conceito se amplia: nos habilita a viver para realizar os
mais do que regras a seguir ou esforço propósitos de Deus para nós. Este é
a empenhar, trata-se de oportunida- o convite do Senhor. Ele está sempre
des, presentes que Deus nos deu para acessível, dando-nos a cada dia uma
Conectou 7
nova possibilidade de ir ao seu encon-
tro e desfrutar da cura, da restauração,
do crescimento que o relacionamento
sincero com Ele produz.
Bibliografia
DOUGLAS M. A. O Novo Dicionário da Bíblia. Trad. João Bentes. São Paulo, Vida Nova, 2006.
ROSSI, Luiz Alexandro S. Como ler o livro de Ezequiel – O profeta da Esperança. São Paulo: Paulus, 2001.
8 Flâmula Juvenil
Lição 02
Daniel 1.1-21
Jejum e
oração:
viver perto
de Deus
Você já se encontrou com alguém que parece estar em conexão com Deus o tempo
todo? Só de chegar perto você logo sente uma paz, uma “energia boa”? Alguém que
sempre tem uma palavra para nos abençoar ou nos toca com a sua oração por nós?
Bem. Pessoas assim existem mesmo, mas isso não quer dizer que só elas podem des-
frutar dessa experiência. Viver perto de Deus é uma proposta aberta a quem desejar
e se dispuser a construir tal relação de intimidade. E nesta lição vamos estudar sobre
dois dos caminhos que nos aproximam do Senhor: o jejum e a oração.
Conectou 9
permaneceram fiéis até o fim e Deus partir da leitura de um trecho do livro
os abençoou. de Jeremias (9.2). Ele orou pela sua
nação citando as promessas de Deus e
Daniel, Hananias, Misael e Azarias
pedindo perdão pelos seus pecados e
se destacaram na corte por conta do
pelas faltas do povo (3-19). E a resposta
jejum que adotaram. Eles se negaram
veio por meio de um anjo (vv.21).
a comer do banquete do rei (v.8). Ali
eles tinham tudo do bom e do melhor,
mas também sabiam que aderir aos
hábitos alimentares e de vida do povo
babilônio os faria se igualar a ele. Por
três anos se abstiveram da carne e do Assim como Daniel, vivemos num
vinho, ainda assim eram os mais robus- tempo em que não há estímulos
tos entre os outros jovens (v.15), e Deus para estarmos perto de Deus. O ati-
lhes concedeu mais conhecimento que vismo, o tempo gasto na internet,
dos demais (vv. 17,19,20). as muitas ofertas de entretenimento
Outra marca na trajetória de Daniel é e distrações são alguns dos fatores
sua vida de oração. Ele não fazia dela que podem atrapalhar nosso relacio-
uma prática casual (algo que não é namento com o Pai. Precisamos nos
frequente). Pelo contrário. Daniel tinha esforçar para desfrutar da comunhão
o hábito de orar três vezes ao dia, de com o Senhor e o jejum é um cami-
joelhos com as janelas abertas para nho para isso.
o lado de Jerusalém, onde estava o A palavra jejum significa “cobrir a
templo (6.10). Essa era uma prática boca” (grego) ou “abstinência volun-
comum entre aquele povo: uma oração tária de alimento” (hebraico). Como
pela manhã, outra por volta das três da meio de graça, é um ato de reverência,
tarde e a última ao pôr-do-sol (Sl 55.17). de contrição e um exercício para forta-
E assim, o dia a dia de Daniel ia sendo lecer o espírito. É uma prática que nos
“costurado” por meio das conversas leva à intimidade e à humildade diante
com o Senhor. de Deus. Algumas maneiras de jejuar:
Uma das orações feitas por Daniel foi Jejum normal: abstenção alimentar,
quando, junto aos seus amigos (Dn mas não de água.
2.18), pediu a Deus que lhe desse a
Jejum absoluto: não se come nem se
interpretação do sonho do rei (v.1) para
bebe nada. Segundo a medicina, nosso
evitar que fossem mortos (vv. 12-14 e
corpo não pode ficar sem água por
18). E Deus lhe respondeu (v.19). Daniel
mais de três dias.
orou antes de ser lançado na cova dos
leões (6.10-11) e foi livrado (v.21-22). Jejum parcial: não comer alguns ali-
Outro momento foi uma oração feita a mentos específicos, como: carnes,
10 Flâmula Juvenil
doces, refrigerante etc. Esse foi o jejum nhão (Sl 63), proteção (Sl 57), cura (Sl 6),
feito por Daniel e seus amigos. justiça (Sl 119) e louvor ao Senhor (Sl 103).
Jejum privado: nesse caso, Jesus ensi- Cultivar a prática do jejum e da oração
na que o jejum não deve ser feito como nos aproxima de Deus e produz em nós
uma ostentação às outras pessoas, mas frutos como consciência da ação divina,
apenas para que Deus veja e abençoe concentração para outras disciplinas
(Mt 6.16-18). espirituais, determinação, fé, fervor e
sensibilidade espiritual.
Jejum em grupo: os jejuns, na época
bíblica, eram convocados em tempos
de emergência (Jl 2.15) ou em ocasião
de alguma celebração (Lv 23.27). Essa
modalidade exige que todo o grupo te-
nha o mesmo sentimento e jejue para Ao jejuar e orar, o que vale é o desejo
o mesmo fim. de estar com Deus. É preciso abrir mão
de vaidades, pois a recompensa virá do
A duração depende de quem está nosso Pai que nos vê em secreto. Essas
jejuando e do tipo de jejum escolhido práticas não podem ser utilizadas para
(fazer o jejum absoluto dentro do tem- negociarmos com o Senhor o que quere-
po recomendado, por exemplo). Você mos, e muito menos como forma de nos
pode optar por fazer um jejum por promovermos como pessoas “super espi-
algumas horas ou dias. John Wesley, rituais”. O jejum e a oração nos colocam
por exemplo, jejuava todas as quartas e frente a frente com nossas fragilidades e
sextas-feiras, não comendo nada até às limitações, nossas “compulsividades” e
15h. Só bebia água. nossas “fomes”. É uma prática espiritual
que pode nos transformar e nos libertar
Mas não dá para encarar o jejum como de pecados e de vícios, já que implica em
um exercício espiritual sem ser acompa- renúncia, abnegação – negar a si mes-
nhado da oração. É por meio dela que mo(a), autocontrole e perseverança.
expressamos nossa fé na existência e no
poder de Deus. Jejuar sem orar é apenas
restringir nossa alimentação, como uma
dieta, que até pode trazer benefícios para
o corpo, mas é insuficiente no desenvol- Contrição é se
vimento espiritual.
Oramos para experimentar comunhão arrepender com
pessoal com Deus. É um exercício em be-
nefício próprio ou de outras pessoas. São
vários os tipos e as intenções de oração,
sinceridade.
como: pedidos de perdão (Sl 51), comu-
Conectou 11
Que tal fazer um jejum coletivo com
a turma? Escolham o tipo de jejum
(normal, absoluto, parcial), a duração Domingo: Daniel 1.1-21
e o propósito pelo qual irão jejuar. Segunda-feira: 2Samuel 12.16-23
Lembrem-se de separar o momento Terça-feira: Ester 4
de oração e textos bíblicos para lerem Quarta-feira: Esdras 8.21-23
durante o período. Quinta-feira: Marcos 2. 18-20;
Mateus 6. 16-18
Sexta-feira: Zacarias 7.1-14; Isaías
58.1-9a
Sábado: 2Samuel 12.15-23
Bibliografia
Bíblia de Estudo Almeida. Barueri - SP: Sociedade Bíblica do Brasil. 2006.
HARPER. Steve. Manual: a vida devocional na tradição Wesleyana. Série No Cenáculo. Belo Horizonte:
Filhos da Graça; São Paulo: No Cenáculo, 2014.
SIQUEIRA, Tércio Machado. Tirando o pó das palavras: História e teologia de palavras e expressões
bíblicas. São Paulo: Cedro, 2005.
IGREJA METODISTA, Colégio Episcopal. Jejum: o caminho da disciplina. São Paulo, 2001.
12 Flâmula Juvenil
Lição 03
Salmo 119. 97-107
Bíblia:
um Deus
que fala
Reconhecer a voz de alguém é uma das consequências da convivência e da inti-
midade. A pessoa pode estar a metros de distância. Com poucas palavras já sabe-
mos que é ela. E ter o “poder” de saber se ela está bem ou passando por algum
problema, mesmo que ela não diga nada a respeito, só analisando o seu jeito de
falar? Você já viveu isso com alguém? Essa é outra habilidade desenvolvida a partir
da relação com quem temos um vínculo profundo. Com Deus não é diferente.
Podemos nos conectar com o Senhor e conhecê-lo profundamente a ponto de
reconhecer sua voz. Para isso, precisamos passar tempo com Ele e aprender a
ouvir o que tem a nos dizer por meio da Bíblia, que é a sua Palavra.
Conectou 13
para a juventude; pede revelação e mento, alegria, conhecimento da von-
entendimento e compreensão das tade de Deus e de suas promessas, e é
maravilhas que vêm da Lei do Senhor; orientação segura para a vida e para as
apresenta sua busca pelos manda- orações. Percebemos também na pos-
mentos do Senhor em tempos de tura do salmista diante da Palavra e do
aflição, pede direção do Senhor para Senhor, que seus efeitos se estabele-
andar nos seus caminhos, entre outros cem na dependência do próprio Senhor
temas relacionados, exaltando sempre que traz entendimento e revelação dos
a Palavra do Senhor e declarando seu seus preceitos.
amor e desejo de segui-la sempre.
Também evoca a bênção e o auxílio do
Senhor de acordo com as promessas
registradas na Palavra.
O trecho selecionado para nossa lição Você já ouviu que a Bíblia é a nossa regra
compreende duas estrofes do salmo. de fé e prática? Isso significa que tudo o
Na primeira parte (vv.97-104), o salmis- que fazemos e no que acreditamos deve
ta declara o amor pelos preceitos do ser direcionado por ela. Outra definição
Senhor, que trazem sabedoria superior necessária é que a Bíblia é a própria
à de mestres e discernimento maior palavra de Deus. Olhar dessa forma nos
do que o das pessoas idosas – que ajuda a entender o que o salmista quis
eram respeitadas por sua sabedoria expressar ao dizer: “lâmpada para os
advinda da experiência de vida. Toda meus pés é a tua palavra” (Sl 119.105).
esta sabedoria e discernimento trazem
habilidade para identificar e rejeitar os John Wesley considerava a Bíblia o pa-
maus caminhos. Mas estes efeitos se drão para uma espiritualidade genuína
devem à postura do salmista: ele me- (verdadeira). Como o salmista, ele
dita diariamente na Palavra, observa os manifestava seu amor pelas Escrituras
preceitos e não se desvia deles. de forma prática: fazendo da Bíblia
sua principal fonte de conhecimento.
Então o salmista afirma a suficiência Assim, ela era referência para suas de-
da Palavra para conduzir a vida, como mais leituras.
lâmpada e luz. Mais do que os olhos,
a Palavra ilumina os pés e o caminho, A prática da leitura bíblica tem diferen-
o que pressupõe direção para a vida. tes objetivos quando pensamos nela
Além de toda a compreensão e sabedo- como um meio de graça. Devemos
ria que a Bíblia proporciona, ela orienta tanto estudar a Bíblia para conhecê-la
as escolhas na direção do Senhor. e entendê-la, como meditar nela com
o foco em buscar revelação da vontade
Vemos na leitura deste salmo que a de Deus para as nossas vidas e para o
Bíblia é fonte de sabedoria, discerni- seu povo.
14 Flâmula Juvenil
Estudar é analisar, buscar um conhe- falso Evangelho. Uma prática da leitura
cimento, e envolve entendimento, bíblica saudável é aquela que objetiva
interpretação e avaliação. O estudo bí- tanto o estudo quanto a meditação.
blico exige que respondamos perguntas
como: Para quem esse texto foi escrito?
Qual a intenção de quem escreveu? O
que esse trecho significa no contexto
deste livro e da Bíblia como um todo?
O que aconteceu antes e depois desse Estudar e meditar na Palavra de Deus
episódio? Todas essas questões nos aju- são meios de graça que o Senhor nos
dam a interpretar o que estamos lendo. oferece para trilhar o caminho da inti-
É esse tipo de informação que encon- midade com Ele. Associada à oração, a
tramos na seção Na Bíblia desta revista, prática da leitura bíblica enriquece es-
por exemplo. piritualmente e fortalece a fé. Para que
a Palavra seja viva para nós e ilumine o
Já a meditação, ou leitura devocional, é nosso caminho, precisamos reconhecer
uma reflexão que nos leva a contemplar sua autoridade – firmada no Deus da
não só os princípios e ensinos da Bíblia, Palavra, que é fiel e não falha, e viver por
mas o Deus da Bíblia e aquilo que Ele ela, isto é praticar o que ela nos ensina.
quer de nós. É dar tempo para receber a Assim, como o salmista, experimenta-
revelação do Senhor e deixar sua Palavra remos da sua doçura, alcançaremos a
penetrar em nossa mente e espírito, sabedoria e o discernimento e nos des-
gerando transformação. É o exercício de viaremos dos maus caminhos.
ouvir a Deus. Aqui, as perguntas são: O
Escrituras, no texto
que esse texto me ensina sobre Deus e
sobre sua vontade? De que forma esse
bíblico, pode
texto me desafia a ser mais parecido(a)
com Jesus? O que em mim deve ser
indicar o Antigo
transformado a partir dessa leitura?
É preciso, então, traçar um paralelo
Testamento. Hoje em
entre essas duas formas de ler a Bíblia:
primeiro nos dedicamos a estudar para
dia, a palavra
compreender o texto. A partir desse en-
tendimento, podemos meditar e refletir
também é um
sobre como viver essas verdades. Só es-
tudar a Bíblia vai nos trazer conhecimen-
como um todo.
meditar nela pode nos levar a interpre-
tações equivocadas e a vivência de um
Conectou 15
Tenha um caderno para anotações dos
seus estudos e meditação da Bíblia.
Comece com os textos sugeridos no Domingo: Salmo 119. 97-107
Para ler e guardar e sempre compar- Segunda-feira: Salmo 119. 1-16
tilhe com a turma aquilo que você Terça-feira: Salmo 119. 17-32
aprendeu e ouviu de Deus. Quarta-feira: 119. 33-48
Quinta-feira: 119.49-64
Sexta-feira: 119. 65-80
Sábado: 119. 81-96
“A Bíblia é Mandamento
A Bíblia é Sagrada
A Bíblia é Decreto
A Bíblia é Inspirada
A Bíblia é a Palavra de Deus”
- Atilano Muradas
Lição inspirada na Revista Flâmula Juvenil.
Ligad@s em Deus - Revista do/a Aluno/a. São
Paulo: Igreja Metodista. 2015.1. p. 88-93.
Bibliografia
ALVARENGA, Jeferson C. Disciplinas Espirituais. IPB, 2012. Disponível em h�p://bit.ly/ed202101.
Acesso em maio de 2021.
BÍBLIA DE ESTUDO DA REFORMA. Barueri/SP: SBB, 2017.
BÍBLIA DE ESTUDO DE ALMEIDA. Barueri/SP: SBB, 1999.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 1998.
FOSTER, Richard. Celebração da Disciplina. São Paulo: Ed. Vida, 1983.
KELLER, Timothy. Oração: experimentando intimidade com Deus. São Paulo: Vida Nova, 2016.
16 Flâmula Juvenil