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A Complexidade de Ser Humano

Maria Pereira nº17 12ºE

Prof. Fernando Lopes

Psicologia B
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Índice
Introdução 2

1.Genética 3

1.1.Transmissão das Características Genéticas 3

1.1.1.Leis de Mendel 7

1.2.Genoma Humano 9

1.3.Genética comportamental 10

1.4.Psicologia evolutiva 13

1.5.Complexidade do Ser Humano e Inacabamento Biológico 15

1.6.O Cérebro e o Desenvolvimento do Homem 17

1.7.Neotenia e juvenilização 19

2.Cultura 19

2.1.Cultura e Padrões Culturais 19

2.2.Socialização 23

2.3.Socialização e Individuação 25

2.4.Crianças Selvagens 25

2.5.História Pessoal 26

2.6.Diversidade Humana 27

Conclusão 29

Bibliografia 30

Foto-bibliografia 31

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Introdução

O Homem destaca-se dos demais animais e isso é, sem dúvida, algo


com o qual todos podemos concordar. Mas ao fazermos tal afirmação
surgem diversas perguntas, para as quais procuramos respostas. O que nos
torna diferentes dos animais? O que permite que nos consideremos “seres
racionais”? Qual a razão de termos conseguido evoluir ao longo de tantos
milhares de anos, dando continuidade à nossa espécie, sem que a mesma
seja extinta? O que nos torna seres únicos, com capacidades diferenciadas,
não só em relação a outras espécies, mas também dentro da nossa própria
espécie? Qual o motivo de, apesar de termos a estrutura biológica
semelhante, sermos todos tão diferentes a nível de pensamentos, ideias,
valores e formas de olhar o mundo? Será que quem somos é algo que está
determinado nos nossos genes? Ou seremos fruto das nossas interações
com o mundo que nos rodeia, das nossas aprendizagens, da cultura e
sociedade onde estamos inseridos?
Ao longo deste trabalho iremos tentar compreender melhor esta temática,
assim como dar resposta a estas e outras perguntas através da explicitação
de alguns conceitos-chave como genética, epigénese, preformismo,
prematuridade, neotenia, juvenilização, cultura, socialização, história pessoal,
entre outros, com o objetivo de compreender o que define o ser humano e o
que o faz “ser” humano.

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Genética

Transmissão das Características Genéticas

A genética é a ciência que estuda a hereditariedade. Mas o que é a


hereditariedade?
A hereditariedade é o nome dado ao conjunto de processos
biológicos que asseguram que cada ser vivo recebe e transmite
informações genéticas através da reprodução. Este processo inicia-se
com a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, formando o ovo ou
zigoto, que é um organismo unicelular que posteriormente irá dar origem
a todas as células do nosso corpo. As células reprodutoras femininas
(óvulos) e masculinas (espermatozoides) são, assim, responsáveis pela
transmissão das características genéticas de cada indivíduo. É por
isso que, frequentemente, conseguimos identificar certos traços comuns
entre irmãos, pais e filhos e outros familiares.
Estas características genéticas contidas no ovo ou zigoto
encontram-se nos cromossomas. O cariótipo humano é composto por
46 cromossomas. Isto significa que, na nossa espécie, todas as células
somáticas possuem 46 cromossomas, agrupados aos pares. Destes 46
cromossomas 23 herdamos da mãe e os outros 23 herdamos do pai.

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O par de cromossomas 23 é o responsável por determinar o sexo do
indivíduo. Assim, quando uma pessoa possui dois cromossomas X,
herdados um de cada progenitor, podemos concluir que é do sexo
feminino. Do mesmo modo, se uma pessoa possui um cromossoma X
herdado da mãe e um cromossoma Y herdado do pai, podemos concluir
que é do sexo masculino.
Apesar de todas as células somáticas do nosso corpo terem 46
cromossomas, as células sexuais (óvulo e espermatozoide) apresentam
apenas 23 cromossomas. Isto acontece porque durante a formação
destas células (gâmetas) ocorre um processo de divisão celular
denominado meiose. Assim, na transmissão da informação genética
existem apenas 23 cromossomas de cada progenitor que, quando se
juntam na formação do ovo ou zigoto, dão origem a uma célula que tem,
novamente, 46 cromossomas.
Depois da formação do zigoto ocorre outro processo de divisão
celular que irá permitir que o embrião se desenvolva: a mitose. Este
processo consiste na replicação do material genético dentro da própria
célula e, posteriormente, na divisão desta para se obterem duas células
iguais à primeira.

Este processo repete-se sucessivamente dando origem a milhares


de milhões de células que originam o novo organismo e permitem o
desenvolvimento deste até ao final da sua vida.
Os cromossomas são portadores e transmissores de sequências de
ADN. O ADN é uma molécula em forma de dupla hélice composta por

4
um açúcar ligado a um grupo de fosfato e a uma base azotada. Existem 4
tipos de bases azotadas (citosina, timina, adenina e guanina) que se
agrupam aos pares segundo o seguinte esquema: adenina-timina e
citosina-guanina, formando a dupla hélice que compõe o ADN.

O ADN é formado por segmentos indivisíveis responsáveis pelo


armazenamento de informações genéticas e pela sua transmissão à
geração seguinte chamados genes. Estes são considerados como
unidades funcionais do material genético, influenciando o funcionamento
e desenvolvimento de todas as partes do nosso organismo. Cada gene
controla uma determinada característica ou funcionalidade.
Tal como os cromossomas, também os genes se agrupam aos pares,
depois da formação do ovo ou zigoto, reunindo informação genética de
cada um dos progenitores em alelos. Um alelo é uma variação específica
de um gene, que determina como a característica de um gene em
específico será expressa em um indivíduo, ou seja, os alelos são
diferentes tipos do mesmo gene que determinam uma única
característica do indivíduo, sendo, assim, a expressão física dos próprios
genes. Por exemplo, para o gene que determina a cor dos olhos existem
dois alelos (um proveniente da mãe e outro proveniente do pai), sendo
um correspondente à cor dos olhos azul e o outro à cor dos olhos
castanhos (como é possível observar pela imagem).

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Caso os pares de alelos incluam genes iguais (por exemplo, ambos
os alelos indicarem a cor azul dos olhos) chamam-se homozigóticos. Se,
pelo contrário, incluírem genes diferentes (como o exemplo da imagem)
chamam-se heterozigóticos. Podem ainda incluir genes dominantes ou
recessivos.
Os genes dominantes fazem com que a característica a que
corresponde seja revelada sempre que esse gene está presente. Cabelo
e olhos de cor escura são exemplos de genes dominantes. Os genes
recetivos, por outro lado, só revelam a característica a que
correspondem se formarem par com outro gene recetivo. Cabelo ruivo
ou loiro e olhos azuis são exemplos de genes recetivos. No entanto, esta
regra tem uma exceção: no caso das características associadas aos
cromossomas sexuais, no homem, a presença de um gene recessivo
num dos cromossomas do par (X ou Y) é suficiente para que o gene se
revele.
Como os genes recessivos apenas se manifestam em indivíduos
homozigóticos, muitos destes genes podem não se revelar durante
várias gerações, estando, contudo, presentes. Se os progenitores
partilharem laços de consanguinidade (por exemplo, se forem primos) a
probabilidade de homozigoses aumenta consideravelmente. Assim,
quanto mais próximo for o grau de parentesco entre os progenitores,
maior será a possibilidade de transmissão de características hereditárias
recessivas, incluindo doenças hereditárias, ao descendente.

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Apenas algumas das nossas características biológicas são
determinadas por um par de genes, como é o caso do nosso tipo
sanguíneo, mas a grande maioria resulta de vários genes combinados.
Assim, as que são determinadas por apenas um gene chamamos
mendelinas (em homenagem ao austríaco Mendel, pai da genética),
enquanto que às que resultam de vários genes chamamos poligénicas.
O conjunto de todos os genes formam o genoma humano, isto é, a
coleção de todo o nosso ADN.

Leis de Mendel

No seguimento do estudo da genética é imprescindível referir Gregor


Mendel e as suas leis estatísticas, que estiveram na base do que hoje
consideramos a ciência genética e do estudo da hereditariedade.
Através do estudo da espécie Pisum sativum (ervilha-de-cheiro),
Mendel fez várias descobertas no que diz respeito à hereditariedade.
Mendel começou por cruzar plantas puras, de características diferentes:
plantas puras de semente amarela com plantas puras de semente verde,
dando o nome de geração parental ou geração P a esta primeira geração
de plantas. Os indivíduos que se obtiveram deste primeiro cruzamento
apresentavam apenas sementes de cor amarela, sendo chamados de
híbridos por Mendel, pois descendiam de progenitores com
características diferentes. A segunda geração teve o nome de F1.

De seguida, Mendel cruzou entre si os indivíduos da geração F1,

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obtendo assim a geração F2, composta por plantas de sementes
amarelas e verdes, na proporção de 3:1.

Assim, Mendel concluiu que algumas características são dominantes


sobre outras, sendo, no caso desta experiência, a cor amarela das
sementes dominante sobre a cor verde, ou seja, como já vimos
anteriormente, existem genes dominantes (gene para as sementes de cor
amarela) e genes recessivos (gene para as sementes de cor verde).
Temos, assim, a 1ª Lei de Mendel, também conhecida como lei da
segregação de fatores.
A 2ª Lei de Mendel foi obtida, mais uma vez, recorrendo a uma
experiência com a espécie Pisum sativum (ervilha-de-cheiro). Desta vez,
Mendel considerou duas características variáveis: não só sementes
amarelas e verdes (como na primeira experiência) mas também
sementes lisas e rugosas. A geração parental era composta por por
plantas puras de semente amarela e lisa e por plantas puras de semente
verde e rugosa (conforme a imagem). Tal como na primeira experiência,
cruzaram-se as plantas para se obter uma geração F1 e, posteriormente,
cruzaram-se os indivíduos da geração F1 entre si, para se obter uma
geração F2.

A geração F1 originou apenas plantas de semente amarela e lisa.

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Após o segundo cruzamento surgiram, para além de ervilhas com
sementes semelhantes à geração parental, surgiram também novos tipos
de sementes: amarelas rugosas e verdes lisas. Com esta experiência,
Mendel concluiu que a herança de dois caracteres não ocorre de forma
interligada, mas sim de forma independente e aleatória, obtendo, assim,
a 2ª Lei de Mendel, também conhecida como lei da segregação
independente.

Genoma Humano
Como já vimos, o genoma humano é o conjunto dos genes que
constituem o ADN de todos os seres humanos.
O Projeto Genoma Humano, iniciado em 1990 e concluído em 2003,
foi um projeto de esforço internacional que permitiu mapear a sequência

completa do código genético do ser humano.


Este estudo levou a várias descobertas que alertaram para dois
aspetos da variabilidade genética: o genótipo e o fenótipo.
O genótipo corresponde ao total de genes de um organismo
individual, o que no ser humano corresponde a cerca de 20 a 25 mil
genes. É o conjunto das determinações herdadas que podem ou não
exprimir-se, conforme as características do meio onde ocorre o
desenvolvimento.
O fenótipo é a parte visível do genótipo. Corresponde à aparência
do individuo, isto é, ao conjunto de caracteres (anatómicos, fisiológicos e

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morfológicos) observáveis neste. É, portanto, o conjunto de caracteres
individuais de origem genética que recebem modificações decorrentes
da relação com o meio.
Podemos, por isso, afirmar que o meio desempenha um papel
importante na transmissão, expressão e mutação dos genes.

Genética comportamental

A genética comportamental é o estudo dos padrões de


comportamento hereditário. Para estudarem e compreenderem a
influência da hereditariedade e do ambiente no ser humano, os cientistas
recorrem a quatro principais métodos de investigação: estudos de
gémeos, estudos de famílias, estudos de adoção e estudos de anomalias
genéticas.

Em relação aos estudos de gémeos, temos de ter em conta dois


“tipos” de gémeos: gémeos monozigóticos (também vulgarmente
conhecidos como gémeos verdadeiros), que se desenvolvem a partir do
mesmo óvulo e do mesmo espermatozoide e partilham a mesma
placenta (partilham 100% dos seus genes, sendo, assim, os dois sempre
do mesmo sexo), e gémeos dizigóticos (vulgarmente conhecidos como
gémeos falsos), que se formam a partir da fecundação de dois óvulos e
dois espermatozoides (partilham cerca de 50% dos seus genes, tal como
acontece com qualquer outro par de irmãos).
Em janeiro de 2012 a revista National Geographic publicou uma
reportagem “Uma ou duas coisas... sobre gémeos” que inclui várias
histórias relacionadas com estudos de gémeos. Entre elas encontramos
a história de John e Sam, dois gémeos de 6 anos (na altura) que sofrem

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ambos de autismo. No entanto, funcionam em espetros opostos da
doença.
Na reportagem é referido que a ambos foram diagnosticadas
perturbações do espectro autista, embora os sintomas de John sejam
mais graves, incluindo movimentos constantes, problemas de fala e
dificuldade em estabelecer contacto visual. Sam também tem
dificuldades, sobretudo no que se refere a capacidades sociais. Quando
o autismo é diagnosticado a um gémeo verdadeiro, há 70% de hipóteses
de o outro também sofrer do mesmo.

Apesar dos dois gémeos terem sido criados na mesma família,


estando, assim, sujeitos praticamente às mesmas influências do meio,
são bastante diferentes. Por outro lado, o caso de Lily e Gillian não podia
ser mais diferente.
Duas famílias canadianas, os Shaw e os MacLeod, no ano de 2000,
recorreram à mesma agência de adoção e viajaram para Chenzhou,
China, para adotarem Gillian e Lily, respetivamente. Os dois casais
ficaram surpresos quando as duas bebés emergiram do elevador e
perceberam que estas eram idênticas. Segundo Lynette Shaw “Os
choros das duas eram iguais, tal como o riso. Não era possível distinguir
uma da outra”. No entanto disseram-lhes que as meninas não eram

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aparentadas, apesar de terem nascido na mesma data e que, por isso,
não iriam ser entregues a uma só família. Ainda assim, no regresso para
o Canadá, as famílias realizaram um teste de ADN que concluiu que, de
facto, as duas bebés eram gémeas.

Apesar de terem sido criadas em cidades diferentes e de apenas se


verem com intervalos de 6 a 8 semanas, existem algumas coisas
bastantes curiosas: ambas deram os primeiros passos aos 14 meses, no
mesmo dia, e têm expressões faciais tão idênticas, como a forma de
revirarem os olhos, que, segundo as mães de ambas, “É assustador”.
No entanto também têm diferenças bastante significativas: enquanto
que uma é canhota, a outra é destra. Costumam dizer que são “mirror
image twins”, brincando com o facto de escreverem com mãos opostas
e dividirem o cabelo também para lados opostos.

Este último caso pode também ser incluído nos estudos de


adoções, uma vez que os pais adotivos partilham o mesmo ambiente e a
irmã gémea partilha os mesmos genes. Assim, é possível estudar e
perceber melhor a influência destes dois fatores, nomeadamente na
inteligência e na personalidade de cada indivíduo.

Os estudos das famílias permitem aos cientistas descobrir relações

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entre uma determinada doença e a frequência com que essa doença se
manifesta dentro de uma família. O cancro, a depressão, a esquizofrenia,
o daltonismo e a diabetes são alguns exemplos de doenças que são
influenciadas por fatores hereditários. No entanto, dado que, muitas
vezes, as famílias partilham o mesmo ambiente, torna-se difícil ter provas
conclusivas sobre a influência que de facto a hereditariedade tem nestes
casos.

As anomalias genéticas são também importantes como objeto de


estudo, na medida em que ajudam a compreender o funcionamento
atípico dos genes e a sua expressão em doenças. Algumas doenças
como Síndrome de Down (um cromossoma a mais no par 21), Síndrome
de Patau (um cromossoma a mais no par 13), Síndrome de Turner (afeta
apenas o sexo feminino, ausência de um cromossoma sexual, possuindo
apenas um cromossoma X no par 23) ou Síndrome de Klinefelter (afeta
apenas o sexo masculino-dois cromossomas X e um Y no par 23)
resultam de mutações que ocorrem ao nível dos genes.

Os cientistas acreditam que outras doenças como o Alzheimer e a


esquizofrenia possam também ser causadas por anomalias nos genes.

Psicologia evolutiva

Complementarmente à genética comportamental, que estuda os

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padrões do comportamento hereditário para determinar de que forma
estes são influenciados, a psicologia evolutiva procura explicar o
comportamento humano através da compreensão da evolução da
espécie humana e da forma como esta afeta o nosso comportamento e
os nossos processos mentais.
Tendo em conta a Teoria Evolucionista de Darwin, que defende que
todas as espécies evoluíram a partir de um ancestral comum e que a
diversidade de seres vivos resulta de processos de seleção natural dos
quais apenas os mais aptos ao meio sobrevivem e dão continuidade à
espécie, a psicologia evolutiva defende que muitas das nossas ações
permanecem nos dias de hoje pois favorecem a nossa sobrevivência e
nos tornam mais aptos ao meio.

Sendo que 99,9% do material genético é partilhado entre todos os


seres humanos, apenas 0,1% do nosso ADN é diferente de pessoa para
pessoa. Isto significa que o ADN de todos os seres humanos, por muito
diferentes que estes sejam, apenas podem variar em 0,1%. Assim, é
necessário diferenciar dois tipos de hereditariedade: a hereditariedade
individual e a hereditariedade específica.
A hereditariedade individual consiste no património genético que
difere e distingue cada um de nós (como a cor dos olhos), que contém as
predisposições para certas características, correspondendo a apenas
0,1% do total do nosso ADN.
A hereditariedade específica está relacionada com o conjunto dos
genes que caracterizam uma determinada espécie, no caso a espécie

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humana, correspondendo a 99,9% do nosso ADN.

Complexidade do Ser Humano e Inacabamento Biológico

A filogénese consiste na história da evolução de uma espécie.


Quando analisamos o ser humano relativamente a este conceito,
percebemos como o desenvolvimento do nosso cérebro, a chamada
encefalização, e as várias mudanças no nosso comportamento, como é
o caso do bipedismo, nos permitiram adquirir vantagens únicas que nos
diferenciam de todas as outras espécies e nos permitiram adaptar ao
meio envolvente e, assim, sobreviver.

Os principais processos evolutivos que permitiram à espécie humana


diferenciar-se de todo o restante reino animal são: o bipedismo, a maior
utilização das mãos, a criação de objetos e ferramentas, a aprendizagem
de técnicas (incluindo a descoberta e o controlo do fogo), a invenção da
agricultura, a criação de objetos artísticos, a partilha e comunicação (que
permitiram evoluir socialmente) e, por fim, o desenvolvimento do crânio e
do cérebro.
Enquanto que a filogénese diz respeito às aquisições progressivas
de uma espécie, a ontogénese estuda o desenvolvimento de cada
indivíduo particular, desde a embriogénese até à sua morte.
Neste sentido surgem as perguntas: que de modo a herança
biológica define quem somos? Somos fruto dos nossos genes e estes
definem quem somos completamente? Ou será que o ambiente têm
maior influência sobre quem somos física e intelectualmente?

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Surgem, assim, duas teses diferentes: o preformismo e a epigénese,
que procuram dar resposta a estas dúvidas, sendo a segunda a mais
aceite atualmente.
O preformismo, teoria que hoje é desacreditada formulada no
século XVI, apoiava que o ser humano era determinado apenas por
fatores genéticos e que a evolução do ser humano se limitava ao
crescimento do corpo. Assim, defendia que o ovo continha um ser
minúsculo completamente formado que iria crescer, o humúnculo
(representado na imagem).

Esta teoria, à luz da ciência atual, é hoje completamente


desacreditada, sendo a epigénese mais aceite hoje em dia.
A epigénese, teoria formulada no século XVIII por Caspar Wolff,
defende que o ovo é uma estrutura desorganizada e que a diferenciação
do embrião dá-se por forças exteriores, sendo o desenvolvimento o
resultado de um processo gradual de crescimento, diferenciação e
modificação. Assim, o desenvolvimento resulta da interação entre
genética (características inatas) e ambiental (características adquiridas).
Podemos concluir que, ao nascer, o novo ser humano é um sistema
biologicamente frágil e inacabado, que está sujeito a várias influências do
meio. Sendo, provavelmente, o mais prematuro e mais imaturo de todo o
planeta. Apesar de parecer uma desvantagem é este inacabamento
biológico que nos permite uma programação mais rica e flexível do que

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a que seria de esperar dos instintos (como acontece com os animais).
Assim, o que o ser humano perdeu em instintos, ganhou em aptidão e
flexibilidade para aprender e interagir socialmente.
No entanto, para compensar este inacabamento biológico é
necessário tempo e depende de pessoa para pessoa. O carácter
neoténico, que iremos falar mais à frente, da espécie humana leva a que
o período biopsicológico da infância e da juventude se prolongue por
mais tempo, quando comparado ao dos restantes animais.
Ainda assim, um adulto é, da mesma forma que um recém nascido,
um ser inacabado. Um adulto continua a aprender, a adaptar-se e a
construir novos saberes até ao final da sua vida.

O Cérebro e o Desenvolvimento do Homem

O cérebro é visto como um sistema interativo e interligado, em que


todas as estruturas cerebrais mantêm uma relação de interdependência.
Quanto ao seu desenvolvimento, podemos afirmar que é um processo
que se realiza desde o nascimento e vai além da adolescência. Este
desenvolvimento é auto-organizado, e a formação dos tecidos cerebrais
dependem tanto do meio como dos genes. É um processo lento e isso
possibilita que seja possível ser tão complexo a nível da organização e
do funcionamento, permitindo uma maior capacidade de aprendizagem.
O longo tempo de infância, já referido, é específico do ser humano e
é o que permite ultrapassar a imaturidade biopsicológica que temos à
nascença.
É a infância que nos vai permitir a realização dos processos de
autonomia e singularidade, uma vez que, à nascença, somos
completamente dependentes, permitindo, assim, a individuação de
cada um de nós.

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Podemos concluir, que graças ao processo lento, complexo e
individualista de desenvolvimento do nosso cérebro que é possível
devido à nossa prematuridade, somos indivíduos originais.
O cérebro é uma estrutura com grande plasticidade, o que
possibilita que este se vá modificando e remodelando. Esta plasticidade
cerebral está associada à aprendizagem, uma vez que quanto mais
estimulado o cérebro for, maior é a quantidade de ligações sinápticas
que possibilitam uma maior adquirição de conhecimento e saberes.

Assim, a aprendizagem é fundamental para a adaptação do indivíduo


ao meio envolvente, concretizando-se numa transformação do meio e
manifestando-se social, cientifica e culturalmente.
Podemos, portanto, fazer distinção entre programa genético fechado
e programa genético aberto.
O programa genético fechado, característicos dos animais e
plantas, é a sequência organizada de comportamentos rígidos
predefinidos no património genético da espécie e atualizada por
mecanismos inatos. Apresenta processos evolutivos e comportamentais
de uma determinada espécie.
O programa genético aberto, característico do ser humano, é a

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sequência de comportamentos a definir pela interação entre genótipo,
meio ambiente e disponibilidade de aprendizagem. Há uma maior
plasticidade, uma vez que o comportamento e as ações não estão
pré-determinadas de forma rígida.

Neotenia e juvenilização

O carácter neoténico, referido anteriormente, traduz-se na


maturação que nunca está completamente terminada, que leva a que o
indivíduo mantenha características próprias da idade juvenil, mesmo na
idade adulta - juvenilização. Em adulta, a pessoa não se estratifica
significativamente, continuando a aprender para que possa ultrapassar
obstáculos e adaptar-se ao ambiente em que está inserida.
A evolução biológica deu origem à evolução cultural, por isso,
podemos dizer que a aprendizagem e socialização substituíram, no
homem, os instintos que são determinados geneticamente e ainda
residem nos outros animais.
A neotenia permite classificar o homem como um animal cultural,
cuja característica específica é a capacidade de inventar, aprender e
criar novas respostas às alterações do meio.

Cultura

Cultura e Padrões Culturais

Para além da nossa programação genética e do nosso


desenvolvimento cerebral, também a cultura faz de nós, efetivamente,
humanos. Para entendermos melhor esta relação, precisamos de definir

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a cultura.
Segundo Edward B. Tylor, cultura é “a totalidade dos conhecimentos,
das crenças, das artes, dos valores, leis, costumes e todas as outras
capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da
sociedade”.
Podemos, assim, considerar a cultura como o conjunto de saberes,
normas, regras, não geneticamente hereditárias e não espontaneamente
produzidas, sendo, portanto, transmitidas.
A cultura opõe-se à natureza sendo algo adquirido através de
processos de aprendizagem do indivíduo e por transmissão da
estrutura social.
O homem apresenta-se como um ser gregário, isto é, um ser
eminentemente social que articula a sua existência com a sua estrutura
biológica e genética. Sendo um ser geneticamente predisposto para a
sociabilidade, um indivíduo desde que nasce tem a necessidade de se
relacionar socialmente.
Pode, também, ser entendido como um ser bio-cultural, onde cada
ato biológico, como nascer, comer, dormir, pensar, reproduzir e morrer,
pode ser considerado também um ato cultural.

Embora, em sentido abstrato, a cultura seja universal, existem várias


“culturas diferentes”, ou melhor, diversos padrões culturais, que
incluem as regras sobre o que é certo e errado, aceitável e expectável
numa determinada cultura. Estas diferentes culturas variam no tempo e

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no espaço, variam com as épocas e momentos históricos e variam de
lugar para lugar. Todas as comunidades humanas possuem cultura, e é
esta que reflete as diferentes maneiras de como as comunidades se
organizam e interagem, tanto em formas de viver em conjunto,
acontecimentos da sua história, as suas necessidades de sobrevivência
e as exigências do meio onde vivem.

Os padrões culturais são o conjunto de comportamentos, práticas,


crenças e valores, comuns aos membros de uma cultura.
Apresentam três principais características:
 Função coerciva - obrigam os indivíduos de uma sociedade
a se comportarem conforme o determinado, influenciam e
condicionam as condutas individuais e contribuem para a
adaptação do indivíduo dentro da comunidade, assumindo
uma espécie de hábito social;
 Poder cognitivo e preditivo - são os padrões culturais que
nos dão um conhecimento antecipado dos hábitos, dos
costumes e das preferências da sociedade;
 Um código normativo - apontam para a unificação do
comportamento individual de cada um dos membros da
sociedade de maneira a que haja uma certa identidade entre
os indivíduos dessa mesma sociedade.

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Assim, os padrões culturais têm um papel muito importante na vida
social: são quadros de referência, são exemplos acessíveis às pessoas e
influenciam atividades, relacionamentos e atitudes. Através do padrão
cultural podemos descobrir o significado de um dado comportamento
naquela cultura.
Porém, o papel dos padrões de cultura nem sempre é notado. São
tão normais e constantes que nem tomamos consciência de que existem.
Por exemplo, a nossa forma de cumprimentar, de falar, de agir e até de
pensar está diretamente relacionada com o meio em que estamos
inseridos, ou seja, com os padrões culturais a que obedecemos.
Assim, ao julgamos um dado comportamento, devemos analisá-lo
consoante a cultura em que está inserido, para que o possamos
compreender e, então, avaliar.
Por outro lado, devemos notar que os padrões culturais estão em
constante mudança devido ao contacto com outras culturas, à criação
de novos conceitos, às descobertas do homem e à evolução de
pensamento dos cidadãos. Por exemplo, é comum as gerações mais
novas discordam das mais velhas em vários assuntos, mesmo
pertencendo à mesma sociedade e sujeitos aos mesmos padrões
culturais. Assim, podemos verificar uma evolução e mudança nos
padrões culturais, pois as gerações mais novas irão transmitir a sua
forma de pensar e a sua cultura às gerações seguintes.

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As culturas não são rígidas. Para além de se modificarem ao longo
do tempo, também se influenciam entre si, isto é, as culturas podem
sofrer modificações de uma outra cultura de forma externa (contacto
com outras culturas) ou de forma interna.
Este processo é chamado aculturação e resulta do contacto
contínuo entre grupos de indivíduos pertencentes a diferentes culturas,
assim como das mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos
que decorrem desse contacto.

Socialização

O facto dos seres humanos necessitarem, desde o seu nascimento,


de se relacionarem socialmente com outros indivíduos, leva a que,
através da socialização, interiorizem o padrão cultural e o modelo
coletivo de agir, pensar e sentir característico do grupo com o qual se
relacionam.

A socialização pode, então, ser entendida como o processo através


do qual aprendemos e interiorizamos os padrões de comportamento,
normas, práticas e valores da comunidade onde estamos inseridos,
integrando-nos assim no meio ambiente social e cultural em que
devemos viver segundo o grupo social a que pertencemos, tornando-nos
membros integrados da sociedade. É um processo que ocorre ao longo
de toda a vida e serve de canal transmissor da cultura, através do tempo,

23
de geração para geração.
Os principais agentes socializadores na nossa cultura são, pela
respetiva ordem, a família, os amigos, a escola e a media.
O processo de socialização está dividido em dois tipos: a
socialização primária e a socialização secundária.
A socialização primária inicia-se com o nascimento e é responsável
pelas aprendizagens mais básicas da vida em comum. Traduz-se na
aprendizagem dos comportamentos considerados adequados e
reconhecidos como formas de pensar, sentir, fazer e exprimir próprias de
um determinado grupo social (as regras de relacionamento entre as
pessoas, os hábitos de cuidado com o corpo, hábitos alimentares, as
regras da linguagem, os valores, entre outros). Ocorre fundamentalmente
durante a infância e a adolescência.

A socialização secundária é a fase que ocorre durante a última


etapa da adolescência e toda a vida adulta, ou seja, refere-se ao estágio
da vida em que o indivíduo aprende a agir na sociedade. Casar, ter filhos,
divorciar-se, mudar de emprego ou emigrar são alguns exemplos de
alterações que exigem que o indivíduo se ajuste a diferentes modos de
agir e pensar na sociedade.

24
Socialização e Individuação

O ser humano passa, como já vimos, por dois processos


complementares: socialização e individuação. Através da socialização
estabelecemos relações com os outros e, através da assimilação da
cultura, tornamo-nos parte integrante da sociedade (função integradora).
Por outro lado, através da individuação construímos a nossa identidade
e damos sentido à nossa existência, diferenciando-nos dos outros e
sendo seres originais (função diferenciadora).
Apesar de parecerem processos opostos, são complementares e
um pressupõe o outro. A individuação e singularidade apenas faz sentido
através da comparação com os outros, ou seja, apenas faz sentido se
existir socialização.

Crianças Selvagens

As crianças selvagens são crianças que nasceram privadas de todo


o contacto humano (abandonadas, perdidas, etc.), afastadas da
sociedade, sem contacto com cultura ou civilização. Estas crianças,
sobreviveram em isolamento ou na companhia de animais até terem sido
encontradas ou recolhidas por outros seres humanos. Alguns exemplos
são: Vitor de Aveyron (menino francês encontrado nos bosques), as
irmãs Amala e Kamala (acolhidas e criadas por lobos) e Isabel (caso
português).

25
Estas crianças apresentam vários aspetos em comum: acentuado
autismo, ausência total ou parcial do bipedismo, usam uma linguagem
sobretudo mímica (podendo imitar sons e gestos dos animais com que
conviveram), dificuldades em exprimir emoções e reduzidas expressões
faciais, preferência por alimentos crus, insensibilidade ao frio e ao calor,
superior capacidade olfativa e de visão noturna, entre outros.
Mesmo depois de serem acolhidas na sociedade, têm uma grande
dificuldade de se integrarem, sendo que nunca se conseguiu uma
adaptação de sucesso.
As investigações e registos sobre crianças selvagens são muito
importantes pois demonstram que as interações com outros humanos
são indispensáveis para o desenvolvimento da identidade e para a
aprendizagem se saberes básicos, incluindo competências linguísticas,
cognitivas, afetivas, sociais e culturais.

História Pessoal

Apesar de toda a influência dos fatores bio-genéticos e


socioculturais, o que nos tornamos a cada momento nunca é
completamente determinado.
Cada pessoa acumula um conjunto de experiências vividas com os
outros que nos marcam e nos tornam únicos. É essa nossa forma única
de ser que nos distingue dos outros e que constrói, juntamente com a
nossa genética e o meio ambiente onde estamos inseridos, a nossa
história pessoal.
É a história de vida singular, que nos individualiza e identifica através
das experiências vividas e dos significados que lhes atribuímos. Assim,
o mesmo acontecimento pode ter diferente significado e ser valorizado
de forma diferente para duas pessoas.

26
Construir a nossa história pessoal implica encontrarmos e
atribuirmos significados para o que se vai sucedendo e para aquilo que o
indivíduo pensa e sente em relação a isso.
Assim, a história pessoal e a identidade pessoal designam o modo
único de pensar, agir e sentir, resultante das influências hereditárias,
ambientais e do significado que atribuímos às experiências que vivemos.

Diversidade Humana

O indivíduo não é só produto do que lhe é dado (geneticamente),


nem do que fizeram dele (através da cultura e socialização), é também o
que ele faz de si próprio, a partir das suas experiências e do modo como
reage à influência dos outros.
Isto leva a uma grande diversidade, tanto a nível biológico, como a
nível cultural, como a nível de percurso individual.
A diversidade biológica relaciona-se com a hereditariedade
individual que assegura que somos seres únicos, com um património
genético único.
A diversidade cultural surge no contexto das relações com o meio,
com uma determinada sociedade e cultura que diversificam ainda mais
cada ser humano.
A diversidade de percurso contribui também para a diversificação
humana ao acumular e ordenar as experiências vividas e ao atribuir e
organizar significados ao que vai acontecendo a cada ser humano.
Esta diversidade humana é algo positivo e enriquecedor para a
humanidade, pois permite aumentarmos o nosso conhecimento e a
nossa capacidade de nos adaptarmos. Mais especificamente em relação
à diversidade cultural, com o conhecimento de outras culturas temos
uma maior capacidade de compreender e respeitar as diferenças

27
analisando-as de forma mais justa e compreensiva. Podemos, assim,
evitar conflitos e preservar a paz através de resoluções e soluções mais
fáceis e pacíficas.

28
Conclusão

Com este trabalho podemos concluir que o que faz de nós humanos
não é apenas os nossos genes ou as nossas aprendizagens, mas sim um
conjunto de fatores biológicos, culturais e de experiências individuais.
Conseguimos, agora, entender o que diferencia o ser humano dos
restantes animais e o que diferencia os seres humanos entre si, quer
fisicamente, quer psicologicamente, quer socialmente.
O ser humano é um ser muito complexo que resulta de influências
genéticas, socioculturais e pessoais, sendo cada indivíduo único com
uma história pessoal também única e irrepetível.
Assim, ser humano significa ter a capacidade de aprender, criar,
inventar, se relacionar com os outros, se integrar numa cultura, dar
significado a certos acontecimentos, entre várias outras coisas que,
associadas ao nosso património genético, nos fazem, de facto, ser(es)
humanos.

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