O Ensino Do Voleibol Escolar

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UEDER MOREIRA MAGALHÃES

UBIRAJARA DE OLIVEIRA

O ENSINO DO VOLEIBOL ESCOLAR:


possibilidades de intervenção
na prática pedagógica
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

(Biblioteca Setorial de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo,


ES, Brasil)

Magalhães, Ueder Moreira.

M189e O ensino do voleibol escolar : possibilidades de intervenção na prática pedagógica /


Ueder Moreira Magalhães, Supervisão geral Ubirajara de Oliveira. – 2020.

83 f. : il.

Produto Técnico (Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional-PROEF)


– Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação Física e Desportos ;
[coordenação] Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

Modo de acesso: <http://www.educacaofisica.ufes.br/ptbr/produto-tecnico-


educacional>

1. 1. Educação física (Ensino médio). 2. Metodologia. 3.

Voleibol. 4. Jogos. I. Oliveira, Ubirajara de. II. Universidade

Federal do Espírito Santo. Centro de Educação Física e Desportos. III. Universidade


Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. IV. Título.

CDU: 796

Elaborado por Eliéte Ribeiro Almeida – CRB-6 ES-603


Prezado (a) professor (a),

Meu nome é Ueder e é com muito prazer que apresentamos a você este guia de
iniciação ao voleibol. Por meio dele, ficará mais fácil iniciar uma jornada de ensino-
aprendizagem do conteúdo de voleibol na escola, baseando-se em metodologias que
funcionaram comigo e meus estudantes. Com este material, você terá subsídio para
trabalhar o ensino de alguns elementos da cultura corporal de movimento da Educação
Física, neste caso, o esporte voleibol.
Eu também sou professor. Atualmente, atuo no Colégio Estadual Democrático Ruy
Barbosa, em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia. Leciono o componente
curricular da área de Linguagens, Educação Física, para turmas do segundo ano do
Ensino Médio. Também trabalhei na rede municipal de ensino desde 2002, do 6º ao 9º
ano no Ensino Fundamental, durante 16 anos e na rede particular por oito anos.
Completando o ciclo, atuei no corpo docente do curso de Educação Física da Faculdade
Pitágoras e na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) como tutor de diversas
disciplinas. Portanto, conheço de perto a realidade do Ensino de Educação Física e o
quanto precisamos de constante aperfeiçoamento para tornar as aulas cada vez mais
efetivas e interessantes.
Cursei Educação Física (licenciatura e bacharelado) pela Faculdade, possuo
especialização em Educação Física Escolar: ênfase em aventura e ludicidade pela
Faculdade Estácio de Sá (Vitória-ES) e em Fisiologia do Exercício, pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Atualmente curso Mestrado em Educação Física, pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física em Rede Nacional – PROEF – Polo
UFES.
Espero que este material seja muito folheado e discutido durante o planejamento
das aulas de voleibol na escola e que faça bom uso das contribuições que deixo, por meio
das atividades práticas, princípios teóricos, indicações bibliográficas e relatos sobre como
foi a minha experiência ao trabalhar voleibol utilizando as estratégias descritas neste guia.
Cordialmente, Ueder Moreira Magalhães.

Teixeira de Freitas-Ba, Outubro de 2020.


REALIZAÇÃO
Universidade Federal do Espírito Santo
Centro de Educação Física e Desportos - CEFD
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
em Educação Física em Rede Nacional - PROEF

SUPERVISÃO GERAL
Prof. Dr. Ubirajara de Oliveira

REALIZAÇÃO
Ueder Moreira Magalhães

IMAGENS
Fotos produzidas da prática pedagógica do professor pesquisador, devidamente
autorizadas pelos(as) responsáveis.

FINANCIAMENTO
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES)

REVISÃO TEXTUAL
Dra. Juliana dos Santos Ferreira
SUMÁRIO

CDU: 796............................................................................................................................................ 2
1INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 8
1.1 A Educação Física Escolar em Teixeira de Freitas .........................................................................14

2 O ESPORTE ................................................................................................................................18
2.1 O contexto esportivo ...................................................................................................................18

2.2 Educação Física Escolar e o voleibol ...........................................................................................19

2.3 Métodos de ensino dos esportes coletivos ..................................................................................23

1 UNIDADE DE ENSINO I - Diagnóstico ..........................................................................................37


1.1 Diagnóstico prático – atividade 1 ...............................................................................................37

1.2 Análise dos vídeos da atividade diagnóstica 1 ............................................................................38

2 UNIDADE DE ENSINO II – Intervenções ......................................................................................41


2.1 Voleibol gigante – atividade 2 ....................................................................................................41

5.2 Aula teórica sobre regras básicas do voleibol – atividade 3 ..........................................................45

2.2 Vídeo sobre os fundamentos técnicos do voleibol – atividade 4.................................................45

2.3 Mini voleibol – atividade 5.........................................................................................................46

2.4 Minivoleibol – atividade 6..........................................................................................................48

2.5 Jogo “Controle” – atividade 7 ....................................................................................................51

2.6 Jogo “1,2,3,4 cortada!” – atividade 8 .........................................................................................52

2.7 Voleibol reduzido Atividade 9 ....................................................................................................53

UNIDADE DE ENSINO III – Trabalho de Campo ...................................................................................58


2.8 O trabalho de campo desenvolvidos pelos estudantes ...............................................................58

3 SUGESTÕES ...............................................................................................................................70
3.1 Sugestão de regras a serem abordadas ......................................................................................70

3.2 Sugestão de atividade escrita ....................................................................................................74

3.3 Sugestão de atividade 2 .............................................................................................................75

3.4 Sugestão de atividade 3 .............................................................................................................76

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................79
8

1INTRODUÇÃO

Ao longo dos meus 18 anos de experiência na docência escolar, no Ensino


Fundamental II e Médio, percebi que, dentre os conteúdos da cultura corporal de
movimento que fazem parte da área de conhecimento da Educação Física, os
referentes aos esportes são predominantes nas aulas de Educação Física na escola.
Posso destacar as práticas de futsal, handebol, voleibol e basquetebol como sendo
muito comuns. Mas, nem todos os professores abordam esses conteúdos. Um
exemplo disso foi durante minha formação básica. Já que não foi ofertado à turma o
conteúdo de voleibol e basquetebol nas aulas de Educação Física, aprendemos
apenas o futsal e o handebol em todo Ensino Fundamental e Médio. Mesmo assim,
atualmente, com a visão crítica de um profissional da área, observo que foi uma prática
dissociada do conhecimento da modalidade, ofertada em turno oposto. Os meninos
separados das meninas e as aulas eram no modelo de treinamento, como nas
escolinhas de esporte, organizados por gênero, com horários diferentes. A rotina era
de exercícios, de alongamentos e da prática do esporte em si. As equipes que
ganhavam continuavam na disputa e as que perdiam cediam lugar para outra equipe.
BARROSO e DARIDO (2013) defendem que o esporte é um importante conteúdo
das aulas de Educação Física, sendo, na época do governo militar, praticamente o
conteúdo exclusivo da disciplina. Nesse período, as aulas de Educação Física tinham
o objetivo de desenvolver o rendimento físico, o treinamento de gestos esportivos, a
detecção de talentos, dando prioridade aos alunos com maiores habilidades motores,
deixando, em segundo plano, aqueles que não apresentavam tais características.
Não podemos negar que o espaço e a importância adquiridos pelo esporte em
nossa sociedade são cada vez maiores e mais evidentes. Isso é comprovado pelo
destaque concebido pela mídia (DARIDO e RANGEL 2011). Sobre isso, Borges
(2015) concorda que, nos dias atuais, a mídia abre espaço para as modalidades
esportivas coletivas, para os canais especializados em conteúdo esportivo, logo, o
índice de popularidade desses esportes cresce de forma significativa em relação às
décadas passadas.
Dentre esses esportes, o voleibol tem ganhado muito espaço na mídia
brasileira, com as conquistas de títulos importantes da nossa seleção ao longo de
décadas. O voleibol como conteúdo é constituído de conceitos, fatos, histórias,
9

memórias, vivência de seus fundamentos, técnicas e táticas, assim como, de valores


construídos e transformados desde sua criação e que, portanto, configuram-se como
questões importantes a serem transmitidas nas aulas de Educação Física escolar
(DARIDO; RANGEL, 2005).
Eu, todavia, não pratiquei voleibol na escola. Junto com os amigos,
amarrávamos uma corda que atravessava de um poste de energia até o outro lado da
rua. Fazíamos as linhas do que seria a quadra com cacos de telhas no chão de
cimento e brincávamos de voleibol nas ruas de Ibirapuã-Ba, cidade do interior,
atualmente com 8.690 habitantes1. Toda vez que passava um carro, o jogo era
paralisado para desamarrarmos ou levantarmos a corda para o carro prosseguir.
Como era cidade pequena, o movimento de carros era bem pouco e dava para jogar
bastante. Atualmente, isso não seria mais possível devido à mudança no trânsito e o
aumento substancial de veículos que trafegam pela cidade.
Percebo que, em muitas escolas pelo Brasil afora, os estudantes aprendem nas
escolas, nas aulas de Educação Física, o que o professor da disciplina gosta, e não
aquilo que deveriam aprender, ou seja, a multiplicidade de elementos da Cultura
Corporal de Movimento. Muitas vezes devido ao professor estar envolvido com uma
modalidade específica durante muitos anos de sua vida, ou por falta de domínio em
outros elementos da cultura corporal, acabam por priorizar determinadas modalidades
em detrimento de outros conteúdos.
Quando iniciei a minha prática docente em 2002, a escola de Ensino
Fundamental na qual lecionava não tinha quadra. Era preciso levar os alunos para
fora do colégio e utilizar a trave do campo de futebol como rede, adaptando o voleibol
ali mesmo como era possível. Uma parte dos alunos ficava em um lado da trave e
outra parte ficava no lado oposto. As linhas eram feitas arrastando-se o pé no chão
de terra. Essa foi a melhor experiência com a modalidade de voleibol que consegui
obter nessa escola.
Em outro momento, lembro que subi no muro dessa escola, dividi a turma em
dois grupos, um ficava de um lado do muro, dentro da escola, o outro grupo ficava
fora da escola, do outro lado do muro. Assim, os alunos praticavam uma espécie de
voleibol no “escuro”. Eu, em cima do muro, sentado, fazia a mediação dos pontos.

1
Cf. IBGE, 2020.Disponível em < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/ibirapua/panorama>.
10

Alguns anos mais tarde, em 2005, iniciei o trabalho em uma escola da rede
particular com alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. Na escola, havia
quadra poliesportiva coberta e pude aplicar a iniciação ao voleibol com regras
adaptadas, com rede e bolas das mais variadas para um trabalho bem mais
satisfatório que o anterior.
Durante a minha graduação em Educação Física, entre os anos de 2006 e 2008,
havia uma disciplina de esporte coletivo, Metodologia do Ensino do Voleibol e
Basquetebol. Essa junção dos esportes em um semestre contribuiu negativamente
para que a quantidade de conhecimentos sobre o voleibol fosse bem insuficiente,
ficando muito tema importante sem ser abordado, nem no voleibol, nem no
basquetebol, devido à carga horária ser dividida para essas duas modalidades.
Em 2012, iniciei a docência no Ensino Médio, onde, através de uma sondagem
e por meio de experimentação da prática, foi perceptível que os estudantes estavam
chegando ao final da Educação Básica com mínimos conhecimentos acerca dos
esportes coletivos, visto que o futsal e a queimada foram os conteúdos predominantes
durante as séries finais do Ensino Fundamental da maioria dos estudantes que
chegaram até mim.
Também em 2012, iniciei minha trajetória no Ensino Superior, no curso de
Educação Física de uma faculdade particular em Teixeira de Freitas. Logo nos
primeiros dias de aula, em atividades diagnósticas, percebi entre os graduandos
provenientes de cidades vizinhas do extremo sul baiano e até mesmo da própria
cidade, que eles também não tiveram conhecimentos adequados e suficientes sobre
os esportes coletivos enquanto estudantes de Educação Básica. Então, o que está
acontecendo com o ensino dos esportes coletivos nas escolas? Muitos estudantes
relataram que o professor simplesmente entregava a bola, deixando-os livres para
escolher o que queriam fazer, sem oferecer o direcionamento adequado.
Nesse contexto, outra situação relatada é que as meninas sempre jogavam
separadas dos meninos nas atividades realizadas; meninos jogavam futsal e meninas
jogavam queimada ou baleado2. Dessa forma, quando elas chegavam ao Ensino
Médio tinham receio de participar de esportes de contato junto com os meninos, com
medo de se machucarem ou até mesmo de não serem vistas, não receberem a bola,
serem criticadas, etc.

2
Baleado é um tipo de queimada regional.
11

O ensino do voleibol na escola deve ser ampliado para que o estudante


compreenda, aproprie-se e tenha autonomia para praticar esta e outras modalidades,
tanto nas aulas de Educação Física, quanto fora do ambiente escolar, se assim
desejar.
Entende-se atualmente que o voleibol, como elemento
constituinte da cultura corporal, deve ser desenvolvido na escola
por meio de uma perspectiva renovadora, ou seja, que ultrapasse
o ensino tradicional, pautado especialmente na prática dos gestos
técnicos das modalidades, ampliando seu ensino por meio de
outros elementos como: aspectos históricos, fatos e conceitos
relevantes; a compreensão da dinâmica da modalidade,
elementos táticos; valores e atitudes. (IMPOLCETO, 2016, p. 2).

Com base nos relatos dos alunos e as ideias defendidas por Impolceto (2016), o
esporte vem sendo desenvolvido nas aulas de Educação Física de maneira
inapropriada, pois não tem contribuído para que seja praticado com autonomia pelos
estudantes dentro e fora do espaço escolar.
Em um trabalho de análise do esporte dentro da escola, Paes (2002 apud
Barroso e Darido 2013) destaca alguns problemas de sua aplicação, que prejudicam
o desenvolvimento do conteúdo nas aulas de Educação Física, sendo eles: a prática
“esportivizada” sem uma definição dos objetivos do ambiente escolar; a prática
repetitiva de gestos técnicos, tratando-se da realização dos mesmos exercícios em
diversas séries do ensino; a fragmentação de conteúdos, relacionada à falta de
organização, estruturação e continuidade do conteúdo a ser trabalhado. Mesmo com
o passar dos anos e com os avanços nos estudos da pedagogia do esporte, essa
velha prática ainda é muito adotada nas escolas brasileiras.
Percebo também que os estudantes não estão sendo apreciadores de esporte,
seja como telespectadores, seja como torcedores que frequentam estágios e ginásios.
Vejo a falta de interesse nos próprios jogos interclasses das escolas em que trabalhei
ou nos jogos intercolegiais dos quais participei ao longo desses 18 anos de atuação.
Quando os alunos são dispensados das aulas para torcerem pela equipe da escola,
normalmente, poucos alunos comparecem aos locais de jogos. Alguns só vão para
assinar a frequência, quando os professores dizem que serão cobrados por isso.
De acordo com Impolceto (2016), o voleibol deve ser vivenciado e compreendido
pelo aluno, para que, de forma autônoma, ele tenha condições de transformar e
usufruir dessa prática em benefício da saúde, do lazer, da estética, como meio de
12

comunicação e expressão e também, se desejar, participar do alto rendimento fora do


contexto escolar.
Segundo esse mesmo autor, o conhecimento adquirido nas aulas de Educação
Física permite que o aluno tenha condições de apreciar a modalidade como
telespectador ou torcedor, porém é necessário uma ressignificação da prática
esportiva no ambiente escolar, para que os estudantes compreendam esse fenômeno
esportivo como um todo e não apenas de uma forma fragmentada. Consideramos
ainda que os conhecimentos adquiridos e vivências experimentadas nas aulas de
Educação Física despertem a reflexão sobre valores e atitudes no sentido de
contribuir para a formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade.
O voleibol, pelo fato de ser um esporte classificado como esporte com rede
divisória ou parede de rebote, segundo Bracht e González (2012), sem que os alunos
tenham contato com time adversário, com espaços delimitados, baixo risco de lesões,
favorece que meninos e meninas joguem juntos em coletividade. Somado a isso,
como o mesmo estudante não pode dar dois toques consecutivos na bola, ele é
obrigado a passá-la para alguém que preferencialmente vai realizar um ataque. Outro
detalhe é a dinâmica do rodízio no voleibol que permite cada participante experimentar
o jogo em todas as posições.
Ainda com base na reflexão feita durante a minha experiência docente, dentre
os esportes coletivos mais praticados no ambiente escolar, os estudantes
normalmente demonstram grande interesse em aprender e/ou a jogar três deles:
futsal, handebol e basquetebol. Agindo de maneira intuitiva, com base no
conhecimento de mundo, ou até mesmo porque já viram alguma partida na televisão,
é bem provável que, se deixarmos uma bola com os estudantes dentro de uma quadra,
o jogo aconteça, mesmo que cometam algumas infrações. No entanto, na prática do
voleibol, isso é mais difícil de ocorrer.
Ginciene e Impolcetto (2019) citam que uma das diferenças desses esportes é
que, nos esportes de rede divisória, é preciso um mínimo de habilidade técnica para
que o jogo aconteça, já nos esportes de invasão, não precisa ser habilidoso. O voleibol
é um jogo técnico, onde os erros geram pontos e as constantes paralisações impedem
que aconteça o rally1. Por essa razão, é necessário que os participantes tenham a
vivência dos movimentos necessários para jogar e uma prática inserida em seus
cotidianos.
13

Sobre isso, Ginciene e Impolcetto (2019) relatam que o voleibol é uma


modalidade de complexo aprendizado. Um dos motivos dessa dificuldade consiste nas
habilidades não “naturais”, reforçando que a habilidade de “volear”, predominante no
voleibol, é uma habilidade pouco estimulada na Educação Física escolar. A partir da
reflexão sobre o ensino de voleibol na escola, observamos que os seus movimentos
não são inatos ao ser humano.
A atenção dada pelos professores de Educação Física às aulas é insuficiente,
reservando pouco ou nenhum espaço para a prática e conhecimento do voleibol, um
esporte complexo e extremamente dinâmico, pois cada erro gera um ponto para o
time adversário e a paralisação do jogo ocorre a todo o momento. Quanto às regras,
no voleibol, não é permitido segurar a bola e o participante precisa escolher em uma
fração de segundo qual decisão deve tomar. No basquetebol e no handebol, por
exemplo, é permitido segurar a bola por alguns segundos, o que garante ao jogador
mais tempo para raciocinar e avaliar a melhor atitude durante o jogo.
No mesmo sentido, Bizzocchi (2004) concorda que o voleibol é considerado uma
modalidade esportiva de complexo aprendizado. Além disso, outra diferença em
relação aos esportes escolares tradicionais está no fato de que, no voleibol se defende
e se busca um alvo horizontal, que é o próprio chão, enquanto no futsal, no handebol
e no basquetebol, o alvo está na vertical, tanto para atacar, quanto para defender o
time adversário.
De fato, há diversas barreiras no ensino de voleibol. Além da complexidade do
esporte em si, existe ainda a baixa quantidade e/ou péssima qualidade dos materiais
disponíveis em algumas escolas, onde as bolas são um tanto duras para os alunos
iniciantes. Alguns machucam os antebraços pelas sucessivas batidas da bola durante
o movimento de manchete. Além disso, o número de bolas é insuficiente para atender
a quantidade de alunos, o que compromete o sucesso do trabalho pedagógico.
Dessa maneira, a partir da reflexão da narrativa da minha experiência docente,
e das contribuições de métodos já consolidados na área do Ensino de Educação
Física, pretendo estabelecer um diálogo entre esses métodos, destacando os pontos
relevantes, para solucionar a questão da prática do voleibol na sala de aula na minha
realidade escolar. Além disso, pretendo propor uma metodologia de modo a contribuir
para o ensino do voleibol nas escolas de maneira geral, demonstrando a utilização
dessa metodologia no segundo ano do Ensino Médio no Colégio Estadual
Democrático Ruy Barbosa, Teixeira de Freiras, BA, ao mesmo tempo em que provoco
14

reflexões frente à teoria revisitada, para então apresentar os resultados que obtivemos
com essa maneira de se ensinar voleibol na escola pública a partir dos recursos locais.

1.1 A Educação Física Escolar em Teixeira de Freitas

Em Teixeira de Freitas, não existe a disciplina de Educação Física na Educação


Infantil e nem nas séries iniciais do Ensino Fundamental das escolas públicas da
cidade. Isso é um agravante para a futura aprendizagem do voleibol, pois até o 5º ano
da Educação Básica, os estudantes não aprenderam adequadamente as habilidades
motoras básicas e muito menos as específicas necessárias para uma harmoniosa
aprendizagem do voleibol posteriormente. E, se somado a isso, se do 6º ao 9º ano, o
estudante também não tiver vivenciado a prática de voleibol, estará instalado o “caos
motor” em turmas inteiras.
Como aponta Sullivan e Andersen (2004), estudos sugerem que algumas
habilidades motoras não serão bem desenvolvidas a menos que sejam treinadas
durante a época apropriada na infância. Ainda sobre esse assunto, Greco e Brenda
(1998), apontam que dos seis aos doze anos é a fase mais rica dentro do processo
de formação esportiva, pois, nessa fase, a criança encontra-se em refinamento
progressivo. Devido a não existência da Educação Física nas escolas municipais na
maior parte dessa faixa etária, os estudantes chegam ao Ensino Médio com um baixo
repertório motor e com as capacidades coordenativas desenvolvidas de forma
precária.
Weineck (1999) demonstra que a prontidão de capacidades coordenativas
ocorre aproximadamente aos 12 anos, porque córtex e cerebelo, órgãos responsáveis
por elas, estão, neste momento, em suas fases principais de desenvolvimento. Ele
afirma que, após essa etapa da vida, muito pouco se pode fazer para a melhoria das
capacidades coordenativas. Ramos (2000) demonstra que nesta idade (12 anos), o
sistema nervoso já possui de 90 a 95% de sua formação final, de modo que aspectos
coordenativos não adquiridos até então, dificilmente, ocorrerão mais tarde.
São vários os estudiosos que, como Schmidt & Wristberg (2001), abordam a
teoria da transferência da aprendizagem afirmando que, quanto maior a quantidade
de movimentos que o indivíduo tiver armazenado em seu acervo motor, maiores as
15

chances de haver uma identificação positiva para efeito de aprendizagem de uma


nova habilidade motora.

Uma única modalidade não pode sozinha desenvolver todas as


capacidades coordenativas. Somente diversas modalidades
esportivas garantem um desenvolvimento básico geral das
capacidades coordenativas. Por esta razão deve-se adotar na
infância uma formação poliesportiva, para que corresponda a
estas expectativas. (Weineck, 1999, p. 554).

Isso reforça a importância de haver professores de Educação Física nas séries


iniciais do Ensino Fundamental. Essa ausência pode estar contribuindo para que as
habilidades motoras dos estudantes em Teixeira de Freitas que chegam ao Ensino
Médio estejam tão precárias. Além disso, é comum um preconceito muito forte, por
parte dos meninos, que às vezes falam que voleibol não é “esporte de homem”,
ofendendo alguns alunos e alunas. Por esse motivo, muitas vezes não se sentem
motivados a aprender e decidem não participar das aulas.
Apesar disso, a popularidade do jogo de voleibol tem crescido nos últimos anos
no contexto brasileiro. Na escola em que leciono atualmente tem sido uma modalidade
muito praticada nos intervalos das aulas. Há uma quadra de voleibol de areia em frente
ao auditório e é comum os alunos jogarem no tempo livre, seja durante aulas vagas,
nos intervalos dos turnos ou durante o recreio.
A vertente que se preocupa com o estudo sistemático dos aspectos
educacionais, dos processos de ensino e aprendizagem e da prática pedagógica
relacionada ao esporte é conhecida como Pedagogia do Esporte (DARIDO e RUFINO
2012). Os objetivos da Pedagogia do Esporte estão centrados na pessoa e na sua
relação com o ambiente esportivo, apontando princípios norteadores pedagógicos,
tais como, organizar, planejar, propor, sistematizar, executar e transformar métodos
de ensino para que auxiliem no desenvolvimento integral do ser humano. (LIRA et al.
2015).
Minha discussão neste trabalho aborda também a dimensão dos espaços
escolares para a prática do voleibol. O professor, quando chega à escola e vê a quadra
pintada e demarcada de tal maneira, acaba se conformando com as práticas que ali
estão “pré-determinadas”, o que condiciona de alguma forma as suas possibilidades
de trabalho. Conforme aponta Bracht (2003), a arquitetura escolar privilegia a
16

estruturação de espaços normatizados, fixos, monofuncionais em detrimento de


espaços móveis, flexíveis e multifuncionais.
Atuando na rede estadual de ensino da Bahia, na cidade de Teixeira de Freitas,
Extremo Sul, no Colégio Estadual Democrático Ruy Barbosa, com estudantes do
Ensino Médio, tenho percebido que as salas de aula estão superlotadas, tendo em
média 40 alunos por turma.
Partindo dessa realidade, como ensinar o voleibol para 40 alunos do Ensino
Médio, sendo que apenas 12 jogam por vez? O que fazer com a grande maioria da
turma que fica do lado de fora esperando? Como traçar estratégias para que todos ou
a grande maioria esteja praticando voleibol e consiga jogar efetivamente? Quais
caminhos e metodologias utilizar para que o ensino/aprendizagem dos alunos possa
ser otimizado bem como a participação deles?
Dessa forma, o objetivo principal desta pesquisa é desenvolver uma proposta de
ensino de voleibol em turmas do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual
Democrático Ruy Barbosa. Os objetivos específicos consistem em a) identificar
lacunas nos métodos existentes e levantar contribuições a partir de aplicações
práticas de alguns métodos nas aulas de Educação Física; b) analisar benefícios da
prática sistematizada do voleibol no âmbito escolar e na comunidade local e
finalmente, c) construir um guia de ensino do voleibol escolar de apoio para os
professores e estudantes de Educação Física.
Borges (2015) defende que ensinar exige certa organização, experiência prática,
teoria, técnicas, arte, opções por determinados caminhos, enfim, exige método. Ele
ainda sinaliza que o método de ensino é a ação do professor ao dirigir e estimular o
processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos, pois quando utiliza
intencionalmente um conjunto de ações e condições externas procedimentais, visa a
um melhor entendimento do aluno.
Por esse motivo, nessa mesma linha, aqueles alunos que se interessam mais
pelo voleibol podem fazer parte do projeto de esportes do colégio, que funciona em
turno oposto duas vezes por semana. E após alguns meses de prática no projeto, os
que mais se destacam, normalmente, são convidados, para, junto com o professor,
oferecerem oficinas de voleibol como monitores para os alunos de série anteriores,
abordando elementos, tais como, técnica, tática, regras do voleibol, o fenômeno
esportivo no cenário mundial, compartilhando o conhecimento na prática da monitoria.
17

Este estudo é relevante para os professores e estudantes de Educação Física


porque aponta possíveis estratégias para a aprendizagem do voleibol no Ensino
Médio, por meio de um processo de ensino/aprendizagem satisfatório. Esta pesquisa
estimula que a aprendizagem dos alunos não fique restrita apenas à escola. Uma vez
que aprendam a jogar o voleibol podem, nos seus momentos de lazer, na praia, nos
bairros, praticar o voleibol de forma recreativa como meio de estarem fisicamente
ativos, buscando manter ou elevar os níveis de saúde e socialização.
18

2 O ESPORTE

2.1 O contexto esportivo

Os esportes estão presentes em nosso cotidiano. Entramos em contato com


eles por meio da transmissão de jogos pela televisão, programas esportivos, jornais,
rádio, ou mesmo em praças e clubes esportivos, onde inúmeras pessoas praticam
diferentes modalidades.
Tubino (2002) explica o esporte a partir de três manifestações: o esporte-
educação, que tem caráter formativo; o esporte-rendimento, busca o rendimento
dentro de uma obediência rígida às regras e aos códigos existentes para cada
modalidade esportiva; o esporte-participação, cujas finalidades são o bem-estar e a
participação do praticante. Isso nos leva a refletir que, para desenvolvermos o esporte,
temos que inicialmente verificar em qual situação ele ocorre, quais os participantes
contemplados, para, então, definir as estratégias e objetivos a serem atingidos.
Em cada local, o esporte terá significados distintos. Quando o esporte é
desenvolvido em uma praça esportiva, pode ser caracterizado como um componente
do lazer. Por outro lado, ao tratarmos da modalidade voleibol na liga nacional, por
exemplo, configura-se como característica de alto rendimento, sendo direcionado para
o profissionalismo.
Segundo Paes (2006), o processo de educação acontece em diferentes locais,
não se restringindo à escola. De acordo com o autor, podemos identificá-lo em três
ambientes de ensino: o formal, ocorre em instituições com fins especificamente
educacionais, ou seja, a escola; o não formal, acontece em clubes, projetos
extracurriculares em escolas, em locais de administração pública, com organização e
sistematização do trabalho; e o informal, realizado pelos pais e demais parentes,
contatos com amigos, leitura de jornais, programas de televisão.
É com o foco no esporte na escola que tenho o intuito de direcionar este estudo.
Ora, se o esporte está presente na vida dos indivíduos, e, consequentemente, na
escola, a sua presença tem como objetivo contribuir para a formação do cidadão, para
atuar na sociedade à qual pertence.
19

2.2 Educação Física Escolar e o voleibol

Tratar o esporte na escola sem reflexão por parte do professor pode ocasionar
problemas como exclusão dos estudantes menos habilidosos, desinteresse pela
prática esportiva, especialização precoce, entre outros problemas. De acordo com
Ginciene e Impolcetto (2019), os esportes coletivos ainda seguem uma tradição de
ensino que reproduz o esporte de rendimento, gerando problemas na compreensão
do jogo por parte dos estudantes, além da exclusão causada pelas práticas repetitivas.
Ao ensinar o aluno a jogar voleibol na prática também devemos ensinar os
benefícios da modalidade, o motivo pelo qual se pratica tal modalidade e suas
relações com a mídia, imprensa, além de propiciar a convivência com os demais
colegas (TESLA e MISSAKA, 2016).

A atividade física habitual, como a que os adolescentes têm na maioria dos


esportes organizados, demonstra uma correlação positiva com o desempenho
acadêmico. Estudos demonstraram também que as taxas de evasão escolar, de
gravidez e de envolvimento em comportamentos de risco (como fumar e usar drogas)
são menores em adolescentes que praticam esportes (SULLIVAN e ANDERSEN,
2004).
Esse é um fenômeno muito importante que valoriza as aulas de Educação
Física no âmbito escolar e até não escolar. É claro que a prática de esporte por si só
não garante esses resultados, sem uma orientação adequada do professor, que deve
direcionar as reflexões nos encontros. Os estudantes que aprendem a jogar e a gostar
de um esporte qualquer, aprendido na escola, e, por alguma razão, começam a
praticá-lo fora da escola, têm menos tempo para se envolverem em comportamentos
inadequados ou de risco como bem citaram os autores anteriormente.
Como o esporte possibilita a interação e a comunicação, oferece um campo em
que diversão e alegria, mas também, dificuldades e problemas estão presentes. Essa
prática proporciona muitas vivências e possibilita inúmeras ações.

[...] o esporte e as atividades de lazer podem oferecer às crianças e jovens


um modelo compreensível da realidade social. Através do esporte, os
modelos de ação e regras sociais podem ser esclarecidos e melhor
compreendidos. Ele é como um agente socializador, é uma poderosa
influencia na formação de atitudes e no desenvolvimento moral (GALLAHUE
e OZMUN, 2005, p. 418).
20

Nas aulas de Educação Física escolar, o ensino do esporte deve transcender


a prática pura do ensino técnico e de regras, táticas e história dos esportes. É preciso
convidar sempre o aluno a refletir sobre suas atitudes durante a prática, pois isso
permite um aprendizado bastante significativo, que pode mudar sua realidade e das
pessoas ao seu redor.

A Evolução do Esporte sugere uma prática pedagógica que priorize, além dos
métodos, procedimentos nos quais a preocupação central seja voltada para
quem faz o gesto, estimulando-o a identificar e resolver problemas, e ainda
proporcionando a criação de novos gestos (PAES, 2006, p.171).

Segundo Barroso e Darido (2010), o voleibol é uma modalidade esportiva


coletiva que apresenta em sua essência o jogo, fator que socioculturalmente motiva e
estimula as pessoas, mostrando-se muito propício ao desenvolvimento da sua prática
em diferentes etapas da educação. Nesse contexto, o voleibol é uma atividade que
pode promover a integração entre os educandos. Percebo, na minha atuação docente
como professor e treinador de voleibol em projeto esportivo, que os estudantes criam
um vínculo afetivo com os colegas e estreitam os laços de amizades. Ao longo de um
ano de prática esportiva juntos, observei que muitos se tornaram melhores amigos
através do esporte.

O desenvolvimento e o sucesso com o voleibol, assim como qualquer outra


modalidade esportiva, dependem do comprometimento e da qualidade da sua
prática pedagógica, reconhecendo a importância do jogo como um vínculo para
o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos (SILVA, 2014, p.
40).

A personalidade faz parte do desenvolvimento integral de um indivíduo e cada


pessoa apresenta sua própria maneira de ser. Segundo Santana (2005 apud Darido
e Rufino, 2012), o esporte e a educação são fenômenos indissociáveis, o que significa
uma crítica à pedagogia do esporte quando esta se restringe ao racional, abdicando
das dimensões humanas sensíveis, como a afetividade, a sociabilidade e a emoção.
Para Pereira e Casarotto (2018), deve-se observar o público de alunos que será
atendido e suas características, pois é necessário desenvolver técnicas e
metodologias visando à aquisição de habilidades motoras, ao desenvolvimento da
aptidão física e das valências físicas e, simultaneamente, à contribuição para o
desenvolvimento afetivo social e cognitivo.
21

Nas aulas de Educação Física, é preciso visar a uma educação integral do


indivíduo, atentando que estes estudantes serão replicadores de conhecimentos,
atitudes e valores, aprendidos e vivenciados ao longo de sua formação ética e moral.
O professor de Educação Física tem uma imensa responsabilidade, pois atua mais
próximo da educação integral, contribuindo para formação física, social, emocional e
afetiva dos estudantes em suas aulas.
O esporte como atividade de lazer tem grande participação na formação da
personalidade dos alunos, pois, quando praticado com boa orientação, além de visar
ao desenvolvimento integral do ser humano, tem como objetivo mostrar ao aluno que
o esporte possui princípios de justiça e honestidade, com ou sem vitória, e também é
necessário desenvolver atitudes de respeito e companheirismo entre o grupo.
Sobre isso, Darido e Rangel (2001) reportam que, observando a prática
docente, podemos perceber que sempre houve certa dificuldade no encaminhamento
de propostas de coeducação, ou seja, aulas em que os meninos realizam atividades
com as meninas; aulas em que o respeito pelas diferenças é discutido e vivenciado.
Isso é corroborado com a fala de Mattos e Neira (2008) quando afirmam que o
educador é um veiculador de valores e esses valores vão construindo a personalidade
dos estudantes.
Quando falamos em personalidade, trata-se do caráter e das atitudes que cada
aluno ou pessoa adquire em relação aos outros e a si próprio, que servirão para toda
sua vida em diversas situações, como bem sinalizam Mattos e Neira (2008), ao
afirmarem que a Educação Física, parte integrante da educação, tem uma função
social importante que colabora para o progresso e desenvolvimento da sociedade.
Clazer e Guaita (2008) destacam que a prática do voleibol nas escolas tem a
finalidade de oportunizar ao aluno o conhecimento e a prática desse esporte. Pode
proporcionar um melhor relacionamento social dos alunos pelo respeito mútuo e
ajudar a identificar problemas buscando possíveis soluções. Segundo Silva (2014), a
escola é um ambiente onde ocorre a pluralidade de relações sociais e, portanto, é o
espaço ideal para que o jogo seja realizado.

Conforme apontam Sullivan e Andersen (2004), a maioria das atividades


esportivas é boa para as crianças porque as motivam a serem fisicamente ativas, e
na sociedade em que vivemos, na correria em que os pais vivem, muitas vezes sem
22

tempo para esporte, os professores assumem grande importância como


incentivadores de uma vida ativa e saudável.
Isso é de extrema importância, pois tenho percebido, na escola, que os níveis
de saúde dos jovens que chegam até mim estão preocupantes. Os jovens têm
apresentado quadros com os mais diversos problemas como hipertensão, diabetes,
depressão, ansiedade, desvios posturais, baixa aptidão física, comportamentos
sedentários extremos.
Não podemos negar que a prática sistemática, organizada de esportes é
fundamental na formação de crianças e adolescentes, podendo contribuir muito na
construção de uma sociedade mais humana, que respeita as regras de
comportamento social a serem seguidas pela população para que possamos viver em
um ambiente mais harmonioso.
A prática esportiva também permite que os estudantes vivenciem sucesso e
fracasso. As crianças e jovens precisam ser preparados para conviver com as perdas
e ganhos na vida. Precisam aprender a encarar seus desafios de forma positiva e
como forma de aprendizado e ganho de experiências.
Um trabalho pedagógico consistente, diversificado, em que o professor possa
levar os alunos à reflexão, à comparação, às analogias em relação à realidade, pode
provocar mudança de pensamentos, atitudes, valores, motivando o estudante a
realizar seus objetivos e a melhorar sua vida.
A sociabilização, portanto, busca equilíbrio emocional e moral, lealdade,
sinceridade, espírito de equipe, superação, todos os conceitos que devem ser
incutidos nos jovens (ALMEIDA, 2002). Tendo claro que, através dos estudos, esforço
e dedicação, o estudante pode chegar muito longe em sua caminhada. Segundo
Gallahue e Ozmun (2005, p. 420):

O esporte pode contribuir com o crescimento moral do adolescente, quando


inserida na construção de caráter, espírito esportivo e jogo limpo. O esporte
fornece um ambiente ideal para ensinar os valores de honestidade, lealdade,
autocontrole e justiça.

Os aspectos sociais do esporte pretendem manter a estrutura da organização


social, como cumprimentar cordialmente o adversário depois de uma partida, ao invés
de zombar da equipe adversária. Caso isso não seja estimulado pelos professores
durante as aulas ou competições, os alunos dificilmente terão essa iniciativa. Os
professores de Educação Física precisam estimular o controle emocional dos alunos.
23

Os desportos têm suas regras, e o professor precisa estimular este raciocínio.


Se não fossem as regras ou o jogo, as atividades desportivas teriam outras
características ou não fariam sentido para os participantes. A vida em sociedade
também exige regras, em alguns aspectos, semelhantes às do jogo. Por exemplo, não
se deve andar de carro na contramão, agredir pessoas ou destruir qualquer patrimônio
público. As leis são regras que têm como objetivo estabelecer a ordem social coibindo
os atos indesejáveis. Em ambos os casos, são as regras que possibilitam a
convivência das pessoas, portanto, é importante que os participantes tanto de uma
atividade desportiva quanto de um grupo social compreendam as regras.
Não que a escola deva reproduzir as regras oficiais do esporte
institucionalizado, mas é importante que eles saibam o mínimo possível ou um nível
ótimo de regras, para que ao assistir a um jogo num ginásio ou a uma partida pela TV,
numa época de Olimpíada, competições mundiais, entre outras, possam saber o que
se passa em quadra. Isso não só sobre o voleibol, mas sobre as mais diversas
modalidades possíveis que integram a cultura corporal de movimento.
No entanto, os professores de Educação Física não podem se limitar ao ensino
de regras dos esportes institucionalizados sem levar os alunos a refletirem sobre a
importância delas para uma boa convivência social. O que se observa nas escolas é
uma prática voltada para o esporte institucionalizado, que não deve ser o foco principal
da escola ou do ensino do voleibol.
O trabalho do professor de Educação Física e do técnico esportivo vai além
da simples orientação da prática esportiva. Ele busca orientar a criança para
a vida, contribuindo por este meio, para questões mais amplas, auxiliando na
construção da identidade do indivíduo praticante de atividade física e do
esporte (RUBIO, 2000, p. 132).

Partindo dessa compreensão, cabe ao professor, além de ensinar os conteúdos


técnico-científicos, educar os alunos para que sejam capazes de entender a maneira
como a sociedade e suas leis funcionam, ressaltando a necessidade de refletirem
sobre ambas e trabalharem no sentido das mudanças quando julgarem necessário.

2.3 Métodos de ensino dos esportes coletivos

A Pedagogia do Esporte é uma das disciplinas da Ciência do Esporte que,


enquanto área de pesquisa, vem crescendo nos últimos tempos, sobretudo, em
24

relação às investigações sobre os denominados Jogos Esportivos Coletivos


(GINCIENE e IMPOLCETTO 2019).
Para Lira et al (2015), a Pedagogia do Esporte está balizada por dois princípios
integrados, que servem como ponto de partida para o ensino do esporte: o princípio
técnico-tático e o socioeducativo. Devido à forte presença dos esportes nas escolas,
tornou-se necessário repensar o tratamento pedagógico dado a eles, pois os métodos
utilizados impactarão positivamente ou negativamente o aprendizado dos alunos.
De acordo com Oliveira (1998), método é um conceito que comporta múltiplas
acepções, como esforço para atingir um fim, investigação, estudo, caminho pelo qual
se chega a um determinado resultado. O método indica uma via de acesso, um
caminho, uma direção a seguir e desencadeia a escolha das atitudes a serem
tomadas, para alcançar um objetivo.
Diversos autores vêm estudando maneiras de melhorar a prática pedagógica
no ensino dos esportes por meio de diferentes estratégias e metodologias. Bracht e
Gonzáles (2012) defendem que os métodos são uma atitude intelectual que busca
identificar, na heterogeneidade das aulas, formas de mediação que facilitem a
aprendizagem dos alunos, ainda sabendo que não seja possível conseguir o artifício
universal para ensinar a todos todas as coisas.
Já conforme Galliano (1979, p. 6 apud Prestes, 2012), um método é um
conjunto de etapas, ordenadas e dispostas, a serem vencidas na investigação da
verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar um determinado fim.

O esporte é uma manifestação da cultura corporal de movimento e, para


ensiná-lo na escola, as estratégias de ensino precisam ser variadas, tendo
um tratamento diferenciado. Sendo assim, ao ensinar uma modalidade
esportiva nas aulas de EF, os autores sugerem que os docentes devem
refletir com os discentes sobre o difícil relacionamento entre meninos e
meninas na realização da prática esportiva, a exclusão dos menos
habilidosos, a violência, as dificuldades relacionadas ao entendimento sobre
a necessidade e os mecanismos de construção das regras, a aplicação das
noções sobre a organização tática (MALDONADO et.al 2017, p.30 ).

Thiollent (1994) ressalta que o objetivo da metodologia consiste na análise das


características de diversos métodos existentes e, além disso, na avaliação de suas
capacidades, potencialidades, limitações e na crítica às implicações de sua utilização.
Sobre essa questão, Tenroller (2008) expõe alguns métodos para o ensino do
esporte coletivo, entre eles, o método parcial ou analítico, o método global ou
25

complexo, o método misto, o método global em forma de jogo, o método em série de


jogos, o método recreativo, o método transfert e o método da cooperação–oposição.
O método parcial consiste em ensinar uma destreza motora por partes para
posteriormente uni-las entre si. Esse método ainda é muito utilizado nas escolas, visto
que muitos professores aprenderam assim e reproduzem-no da mesma maneira com
seus alunos (TENROLLER, 2008).
Para Borges (2015), o método analítico-sintético está centrado no
desenvolvimento das habilidades técnicas que significam os movimentos específicos
para a prática do desporto escolhido, porém, em função do grau de complexidade, as
habilidades precisam ser divididas em fundamentos técnicos. Galatti (2014) considera
que esse método propõe o ensino, vivência e aprendizado do esporte a partir de
habilidades isoladas, com ênfase na repetição de tarefas para o aprimoramento
técnico. Este mesmo autor afirma que esses exercícios analíticos ainda são
predominantes como estratégia de ensino na iniciação esportiva.
O julgamento analítico implica a decomposição do fenômeno em suas partes
constitutivas. É uma operação mental, em que se divide a representação totalizadora
de um fenômeno em suas partes (MAGILL, 2000).
Para Ginciene e Impolcetto (2019), tradicionalmente, o ensino dos esportes nas
aulas de Educação Física escolar tem sido embasado por uma abordagem
denominada tecnicista ou tradicional, que se caracteriza pela fragmentação da prática
esportiva, de forma que o aluno é conduzido no processo de ensino-aprendizagem
em determinadas partes para depois juntá-las para jogar. Essa forma de ensino não
forma praticantes com inteligência de jogo, que promove conquistas significativas
relativas à tomada de decisões, à reação, e a outros aspectos relevantes ao bom
desenvolvimento do jogo.
Conforme Correia (2006 apud Maldonado, 2017), o cotidiano do esporte escolar
ainda é composto por práticas esportivas que reproduzem fortemente esse modelo
tecnicista e/ou analítico sintético. De acordo com minhas experiências e conversas
com colegas da área, esse método continua a ser um dos mais aplicados nas escolas
nas aulas de Educação Física.
Nesse método, construído sobre as bases do treinamento desportivo, os
professores focam seu trabalho no ensino de técnicas desportivas individuais e
sistemas de jogos coletivos (COUTINHO e SILVA, 2009). Ele consiste na utilização
de exercícios com ênfase nos fundamentos técnicos, do mais simples para o mais
26

complexo e defende que o praticante precisa aprender a técnica para que ele possa
ter condições de jogar (SILVA e JUNIOR, 2018).
Esse método tem uma desvantagem, pois a vontade de jogar do estudante não
é atendida, o que pode tornar a aula desinteressante. Muitas vezes o estudante não
entende o porquê de estar repetindo aqueles gestos técnicos isolados se o professor
não der uma boa explicação. De acordo com (Merida e Merida (2013 apud Maldonado
2017), as práticas esportivas ligadas a esse modelo proporcionam apenas uma mera
reprodução de movimentos e técnicas, sem que haja uma reflexão por parte de alunos
e professores.
Os exercícios analíticos buscam a repetição de uma determinada técnica, para,
posteriormente, ser aplicada no contexto do jogo, onde o problema está na
prevalência desses exercícios em detrimento de estratégias de ensino que privilegiem
a inteligência do jogador em relação ao jogo (GALATTI, 2014).
Além disso, a adoção de uma única forma de ensinar estes conteúdos é comum
nas escolas. Através do método tecnicista de ensino, os professores ensinam
repetições de gestos pré-estabelecidos muitas vezes repetidos pelos alunos de forma
extenuante (BETTI 1999).
Maldonado (2017) ressalta que o indivíduo é um ser sociocultural e as aulas
restritas à técnica esportiva, por enfatizarem apenas aspectos motores, colaboram
para desintegração desses aspectos em relação aos cognitivos, afetivos e sociais que
deveriam estar em sintonia na formação dos discentes.

Segundo análise de Guimarães et. al. (2001 apud Maldonado, 2017), nessa
proposta de ensino, alguns aspectos importantes não são desenvolvidos como:
respeito mútuo, a cooperação e a afetividade, que são a base para se viver em
sociedade.
O método global consiste em ensinar uma destreza motora apresentando o seu
conjunto. É desenvolvido em uma série de jogos, mantendo a estrutura básica da
modalidade em questão. Nesse método, os alunos executam os movimentos
específicos do esporte, sem muita intervenção do professor e poderão ser observados
de forma global durante o jogo.
Reverdito (2009) reforça que o professor tem um papel muito importante no
processo do aluno ao desenvolver as capacidades de jogo, então, deve intervir de
27

forma enérgica e, como conseqüência, o aluno tem a possibilidade de participar mais


ativamente do processo de ensino.
O professor deve ser participativo, interagindo com os jogadores. Além disso,
precisa apresentar outras formas de movimentos segundo as capacidades dos alunos
e verificar junto a eles as possibilidades de resolverem determinadas situações de
jogo. Deve procurar pontuar como eles estão jogando e o que deverão corrigir em
possíveis falhas e esclarecer ao aluno o motivo da interrupção do jogo, provocando a
autorreflexão tática entre eles. (GRAÇA, 1994).
Durante os jogos, a parte cognitiva é muito estimulada devido à variedade de
estímulos recebidos no decorrer da partida, em virtude da complexidade motora
empregada. VENDITTI (2008) defende que o jogo é um importante instrumento
pedagógico e ainda um dos meios mais propícios para construção do conhecimento
dos indivíduos. Através de uma prática consciente, podemos usá-lo como meio de
aprendizagem e de descobertas.
Aplicando variações do jogo (mudanças de regras, criação de novas regras,
alteração do número de participantes, tipos de bolas, diferentes espaços e tamanhos,
minijogos, vantagem ou desvantagem numérica, dentre outros) geram-se novas
dificuldades, estimulando os estudantes com novos desafios, que acabam se tornando
mais conscientes das atividades e do respeito que devemos ter com o ser humano.
Segundo Borges (2015), esse método é mais eficiente e consistente quando
comparado ao analítico, pois atende aos desejos e expectativas dos alunos quanto ao
jogar. Isso motiva os alunos e facilita o processo de aprendizagem. Não podemos
confundir esse método com o famoso “rola bola”, onde o professor larga a bola e os
alunos jogam soltos, sem orientação alguma, pois o método exige correções por parte
do professor e o retorno sobre acertos adquiridos.

A abordagem do TGfU (Teaching Games for Understanding), originário da


Inglaterra, propõe que as aulas de iniciação esportiva tenham como base os
jogos “reduzidos”. Tais jogos podem ter espaço, número de jogadores e tempo
reduzidos, além de equipamentos adaptados. É importante, no entanto, que a
estrutura tática dessas práticas seja semelhante a do jogo formal. Assim, o
aluno compreende a lógica do jogo, sendo capaz de responder de maneira
inteligente às situações que surgirem. A finalidade é fazer com que ele
compreenda a tática antes de preocupar-se com a aprendizagem dos gestos
técnicos. (GINCIENE e IMPOLCETTO 2019, p.124).

O método, que antes era centrado na decomposição do jogo em partes


menores, passa a buscar metodologias e propostas para a sistematização do
28

conteúdo, valorizando a compreensão da tática do jogo que significa o entendimento


ampliado do seu desenvolvimento, reforçando a tomada de decisões. (GALATTI,
2014).

Paes, Montagner e Ferreira 2015 (apud Silva & Junior, 2018) destacam a
importância do jogo no processo de ensino-vivência-aprendizagem dos esportes
coletivos:
O jogo, além de imprevisível, possibilita o desafio, a motivação e a
participação. Apresenta constantes problemas que exigem respostas
criativas e hábeis, individuais e coletivas, o que, consequentemente, estimula
a cooperação e importantes construções coletivas – para o jogo e para a vida.
Permite ainda, ao aluno, compreender a complexidade dos jogos coletivos,
de forma autônoma, inclusiva e diversificada.

Segundo Greco (1998, 1999), os modelos de ensino–aprendizagem–


treinamento orientados em concepções do desenvolvimento da capacidade tática
possibilitam que os praticantes realizem uma apropriação inteligente do uso dos
elementos técnicos necessários à solução das diferentes situações de jogo. Então, o
processo de aquisição de aptidões cognitivas de percepção, antecipação e tomada de
decisão necessária para direcionar a movimentação específica de um jogo é proposto
pelo modelo de ensino–aprendizagem–treinamento (GRECO, 2001).
Assim, em uma metodologia que explore conteúdos, por meio de uma situação
de jogo na aula/treino, exige do professor/técnico o cuidado didático na garantia de
um ambiente de jogo, em que os planos pedagógicos (planejamento, objetivos,
conteúdos) sejam orientados pela natureza do jogo. Porém, isso não significa que é
apenas o deixar jogar (o jogo pelo jogo), mas garantir um ambiente de aprendizagem
em que os procedimentos e objetivos pedagógicos sejam alcançados na medida em
que o jogador mobiliza suas competências e habilidades (ato de jogar) a fim de
elucidar a lógica do jogo (jogar melhor/obter êxito), (SCAGLIA et.al 2013).
Os autores supracitados reforçam que é necessário estabelecer um processo
de aperfeiçoamento contínuo no jogo, que possibilite aos estudantes a estruturação
no espaço coletivo, unindo as ações individuais às coletivas, em relação ao
posicionamento dos adversários e à estratégia preestabelecida coletivamente. As
circunstâncias contextuais do jogo devem ser configuradas e lidas pelos jogadores à
medida que suas respectivas habilidades de interpretação da lógica do jogo se
ampliem. Essa capacidade deve estar aliada ao amadurecimento cognitivo dos
estudantes e à ampliação contextualizada de seus esquemas de ação, por meio de
29

suas ações com os demais jogadores. Além disso, e, ao mesmo tempo, os estudantes
precisam manter uma relação adequada e eficiente com a bola, de modo a
conseguirem executar as ações motrizes requeridas, sempre com o objetivo de
ganhar o ponto.
GRAÇA (1995) reforça que as ações táticas e técnicas devem sempre ser
pensadas em sua perspectiva aberta, ou seja, em desenvolver habilidades em
contextos de jogo, em que a imprevisibilidade esteja presente, sendo esta, uma das
principais características dos jogos esportivos coletivos. Desse modo, a proposta de
sistematização do processo de ensino dos jogos esportivos coletivos deve estar
ancorada em um planejamento coerente focado no desenvolvimento de uma
metodologia que privilegie as competências essenciais, em meio ao jogo e suas
peculiaridades - como o ambiente de jogo. Por esse motivo, devemos ordenar as
competências essenciais, fazendo com que elas sejam enfatizadas de diferentes
modos ao longo do processo de ensino e aperfeiçoamento. É também por essa razão
que propomos organizá-las em competências essenciais gerais, específicas e
contextuais.
Portanto, o jogo entendido como sistema é dotado de um princípio organizador,
sendo este evidenciado em meio a uma cadeia de acontecimentos cíclicos, que se
repetem sempre em níveis superiores, elevando a complexidade do sistema
(produzindo diversidade). Esse princípio leva os jogadores a novos patamares de
conhecimento à medida que constroem e testam suas soluções (respostas). Podemos
dizer, então, que a organização gera ao mesmo tempo transformação e formação. A
organização forma um todo a partir da transformação de seus elementos, ou seja, o
padrão organizacional evidencia o processo de organização, o qual dá forma, no
espaço e no tempo, a uma realidade nova (SCAGLIA, 2005 e 2011).
O método misto se baseia na sincronia do método global-parcial-global. Ele
consiste na execução do gesto e na correção e repetição da maneira desejada no
momento em que o professor percebe o erro. Esse método é uma junção dos dois
métodos apresentados anteriormente, o global e o analítico, pois permite que, numa
mesma aula, o professor utilize exercícios técnicos e jogos, independentemente da
ordem (BORGES 2015). Para Pinho, 2009 (apud Borges, 2015), esse método oferece
ao aluno um aprendizado mais completo, onde, se no método global ficou algo que
não aprendeu, então, parcializa-se o movimento.
30

O método em série de jogos assemelha-se ao método global, uma vez que


defende que “é jogando que se aprende”. Nesse método, os jogos são reduzidos e
mudanças são feitas para facilitar a aquisição das habilidades e entendimento do
esporte. Coutinho e Silva (2009) sinalizam que o princípio fundamental é que os jogos
devem ser desenvolvidos sempre dos mais simples para os mais complexos e que
uma intensidade máxima de prazer e participação seja garantida aos alunos.
Paes (2001) apresenta a possibilidade de utilizarmos os jogos reduzidos com
experiências práticas em situações de jogo, também em 1x1 - 2x2 - 3x3. O "jogo
possível" é uma alternativa para ensinar jogos desportivos coletivos, já que pode
propiciar aos alunos o conhecimento e a aprendizagem dos fundamentos básicos das
modalidades coletivas. Nesse sentido, consideramos os valores relativos e absolutos
e também a aprendizagem, a qual ocorre de acordo com suas possibilidades materiais
(locais). Almejamos, nesse procedimento, a motivação por parte dos alunos ou
praticantes, para que tomem gosto e possam usufruir da prática desportiva como
beneficio para melhorar sua qualidade de vida, caso seus talentos pessoais não
despertem o sucesso atlético.
Ainda de acordo com os mesmos autores, esse método foi idealizado e
proposto na década de 80 pelos professores alemães Heinz Alberti e Ludwig
Rothenberg. Os objetivos principais do aprendizado dos jogos segundo eles são: 1) o
aperfeiçoamento da técnica motora; 2) o domínio do material do jogo; e 3) o ensino
do comportamento tático.
Para Garganta (1998 apud Venditti, 2008), os jogos desportivos coletivos fazem
parte da cultura desportiva contemporânea e, sendo bem orientados, podem promover
desenvolvimento tático, cognitivo, técnico e socioafetivo.
De acordo com Maldonado (2017), os jogos pré-desportivos colaboram para o
aprendizado das modalidades esportivas. Além disso, o professor consegue
desenvolver uma função educativa na prática desses jogos, atrelando valores como a
inclusão, a convivência, o respeito e a ética. Entretanto, a maioria dos docentes
pesquisados, em um estudo realizado por Maldonado (2017), utiliza o jogo formal
como estratégia de ensino com todas as características do esporte de rendimento, por
acreditarem em uma maior efetividade dessa estratégia.
Tenroller (2008) cita o método recreativo, aquele em que estão presentes
elementos do esporte, onde se dá uma ênfase à ludicidade, sem destacar o
fundamento em si, por exemplo, um jogo de voleibol jogado com bola gigante.
31

O método transfert defende o trabalho com mais de uma modalidade na mesma


atividade, associando gestos técnicos desses esportes. Os alunos ficam transitando
entre um e outro esporte, com duas ou mais bolas, realizando ações técnicas dos
esportes.
Já o método da cooperação-oposição dá ênfase aos aspectos sociais de
cooperação e oposição, ensinando aos alunos que precisam dos adversários para que
aja o jogo e que este seja valorizado e não tratado como inimigo.
É preciso investigar os métodos de ensino/aprendizagem, pois interferem
quantitativa e qualitativamente nos efeitos da aprendizagem dos alunos de diferentes
níveis de desempenho.
Bracht e González 2012 afirmam que a justificativa que damos ao ensino do
esporte nas aulas de Educação Física pode estar relacionada à escolha do que é
ensinado (conteúdos) e à forma (método) de ensino. Isso significa dizer, na visão
desses autores, que, se a justificativa central para o ensino dos esportes for a ideia
de levar os alunos a dominarem a modalidade para participarem de competições
escolares ou quem sabe, no futuro, participarem de seleções municipais e/ou
estaduais, será necessário centrar o ensino, de forma quase exclusiva nas técnicas e
táticas esportivas.

Maldonado, Silva e Neira (2015) mencionam que as propostas curriculares


estaduais brasileiras de EF sugerem que os professores que ensinam
esportes coletivos devem promover debates entre os alunos, ministrar
atividades práticas, utilizar recursos audiovisuais, vivenciar os esportes
coletivos, realizar apresentações dos conteúdos desenvolvidos, realizar
pesquisas em grupo ou de forma individual, entrevistar pessoas envolvidas
com os esportes coletivos, elaborar painéis com ideias relacionadas aos
esportes coletivos, praticar o esporte coletivo compreendendo os elementos
técnicos e táticos em conjunto, propor a realização da auto avaliação, realizar
rodas de conversa e utilizar a ludicidade para ensinar os esportes coletivos
(MALDONADO 2017, p. 41).

É de conhecimento geral e defendido pela maioria dos autores que a prática do


jogo formal seis contra seis no voleibol, ao nível da iniciação, constitui-se como
inadequada. Tal constatação deve-se ao fato de a interrupção do jogo ser constante,
devido à dificuldade de sustentar a bola no espaço aéreo, onde o praticante tem
contato reduzido com a bola (KUNZ, 1994).
Nas aulas de Educação Física, o tempo de aula é curto, o número de alunos
por turma é elevado, cerca de 40, e somado a isso, o espaço escolar, na maioria das
vezes, é restrito a uma única quadra de voleibol. BETTI (1999) argumenta que a
32

transformação didática dos esportes visa especialmente à equidade de condições


para os alunos, de forma que todos possam participar em igualdade de condições,
com prazer e sucesso na realização dos esportes.
Um estudo realizado por Buk & Harisson (1990) constatou que, na situação de
jogo formal, os alunos tocaram na bola, em média, menos de uma vez por minuto, o
que torna essa metodologia inadequada nesses casos. Desse modo, parece ser uma
determinante a escolha de estratégias que promovam um aumento do número de
contatos com a bola e o grau de êxito nas tarefas, utilizando-se, para tal, situações
facilitadoras da sustentação da bola. Baacke (1972) também concorda ser uma das
principais dificuldades para o aprendizado do iniciante no voleibol a pequena
quantidade de vezes que o aluno toca na bola em situações reais de jogo.
Como refere Bento (1987), a matéria tem que ser escolhida, preparada,
ordenada, estruturada, transmitida. Na organização dos conteúdos, é imprescindível
a seriação deles por níveis de complexidade. Deve haver a preocupação com a
técnica, mas sempre posterior à compreensão que se adquiriu sobre o jogo.
Portanto, não é apenas a transformação prática do esporte que deve acontecer
de uma prática exigente para uma prática menos exigente em relação ao outro - o que
acontece também na busca de alternativas para introduzir ou iniciar melhor o aluno
em alguma modalidade - mas, principalmente, a compreensão das possibilidades de
alteração do sentido dos esportes (KUNZ,1994).
Alterar as regras é um dos meios mais eficazes para que os alunos possam
jogar sem grandes habilidades e, assim, estimular a automotivação de crianças e
jovens. Modificar espaço, altura da rede e número de jogadores, além de mudar o
número de contatos permitidos para que os alunos tenham sucesso, fortalecendo a
permanência na prática também são alternativas válidas.
Os alunos de nível de desempenho baixo necessitam de situações de
aprendizagem mais estruturadas que possibilitam não só o aumento do número total
de contatos, mas também maior qualidade das respostas. Sendo assim, a seleção
das tarefas organizadas de maneira sequencial e com níveis de complexidade
progressivos é necessária para que os objetivos da aprendizagem sejam alcançados.
A concepção atual diz que, através da melhoria das habilidades, melhora-se a
capacidade de jogo. Segundo Bayer, citado por Daolio (2002),
[...] as modalidades esportivas coletivas podem ser agrupadas em uma
única categoria pelo fato de todas possuírem seis invariantes : uma
bola ou implemento semelhante, um espaço de jogo, parceiros com os
33

quais se joga, adversários, um alvo a atacar e defender, e regras


específicas.

Ainda segundo o mesmo autor, os três princípios operacionais são:


conservação individual e coletiva da bola, progressão da equipe e da bola em direção
ao adversário e finalização da jogada, visando à obtenção do ponto. Ele acrescenta
os princípios de defesa que são: recuperação da bola, impedir o avanço da equipe
contrária e da bola em direção ao próprio alvo e proteção do alvo para impedir a
finalização da jogada pela equipe adversária.
De acordo com Júlio Garganta, citado por Daolio (2002), duas competências
básicas são necessárias para a aprendizagem e prática do esporte coletivo: a
inteligência, vista como a capacidade de adaptar-se a situações dinâmicas que
acontecem no jogo, para resolver os constantes problemas que surgem, e a
cooperação, vista como a necessidade de o praticante combinar suas ações com as
ações do grupo.
A forma como os esportes coletivos têm sido convencionalmente ensinados
dificulta uma aprendizagem que direcione os alunos a uma apropriação efetiva do
conhecimento necessário para a prática (BORGES et al. 2017). A visão tecnicista
ainda permeia no modo de ensino de muitos professores que ensinam os esportes
nas escolas. Ainda percebemos a ênfase quase que exclusiva à transmissão de
habilidades técnicas próprias da modalidade, desconsiderando a dimensão tática.
Conforme aponta Borges et.al (2017), na abordagem tradicional, a técnica é
aplicada de forma isolada e descontextualizada com pouca relevância para as
exigências do jogo. Mesquita (2009) considera que nos Jogos Desportivos Coletivos,
dada à natureza aberta das habilidades, esse tipo de prática é regido pelo recurso às
tarefas que repliquem, o mais cedo possível, a lógica do jogo.
34

3 PLANO DE ENSINO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – UFES


CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES – CEFD
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM
REDE NACIONAL – PROEF
Professor: Ueder Moreira Magalhães
Disciplina: Educação Física
Elemento da Cultura
Esporte
Corporal:
EMENTA
Introdução ao estudo do voleibol e suas relações com a Educação Física Escolar, estudo e análise
dos movimentos corporais de seus elementos básicos e metodologias desenvolvidas para o ensino
do esporte coletivo e o incremento da pesquisa e o trabalho de campo.
OBJETIVOS
Compreender os elementos da lógica do esporte voleibol;
Conhecer regras modificá-las, vivenciar a dinâmica do jogo e experimentar movimentos do voleibol;
Criar possibilidades para a realização, de forma adaptada, do voleibol no ambiente escolar;
Propor e produzir alternativas para a experimentação do voleibol na escola.
Entender as mudanças nas regras do voleibol de quadra para a prática no ambiente escolar.
METODOLOGIA
Aplicação de uma proposta a partir da pedagogia do esporte, para que as aulas possam ser
redimensionadas e o aluno vivencie práticas diferenciadas que contribuam para seu aprendizado,
com diversos materiais, locais e processos, incrementando a criatividade.
SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO
- Realização das atividades avaliativas constantes no Guia Didático;
- Realização de uma prova individual;
-Produção de relatório das atividades realizadas;
PROGRAMA DO CONTEÚDO
01- Diagnóstico prático – atividade 1
02- Análise dos vídeos da atividade diagnóstica 1
03- Voleibol gigante – atividade 2
04-Aula teórica sobre regras básicas do voleibol – atividade 3
05-Vídeo sobre os fundamentos técnicos do voleibol – atividade 4
06-Minivoleibol – atividade 5
07-Minivoleibol – atividade 6
08-Jogo “Controle” – atividade 7
09- Jogo “1,2,3,4 cortada!” – atividade 8
10-Voleibol reduzido Atividade 9
11- Sugestão para trabalho de campo
35

REFERÊNCIA BÁSICA
BARROSO, A.L.R. & DARIDO, S.C. Voleibol escolar: uma proposta de ensino nas dimensões
conceitual, procedimental e atitudinal do conteúdo. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.24,
n.2, p.179-94, abr./jun. 2010.
_____________________________ Voleibol Escolar : Estudo de Propostas Metodológicas.
Disponível em : http://cev.org.br/biblioteca/o-voleibol-escola-estudo-propostas-metodologicas/
acesso em 28/03/2020
BORGES, S. L.; Metodologias de Ensino dos Esportes Coletivos na Iniciação Esportiva Escolar em
Atividades Extracurriculares. Vitrine Prod. Acad., Curitiba, v.3, n.1, p.183-192, jan./jun. 2015.
MESQUITA, I. O ensino do voleibol. Proposta metodológica. In: GRAÇA, A; OLIVEIRA, J. (Ed.). O
ensino dos jogos desportivos. 3ª edição. Universidade do Porto, 1998. p. 153-199.
GRAÇA, A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In A. Graça e J. Oliveira (Eds.), O Ensino
dos Jogos Desportivos (pp. 27-34). Centro de estudos dos jogos desportivos. Faculdade de
Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto: (1994).
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
REVERDITO RS, Scaglia AJ. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão.
São Paulo: Phorte 2009. 264p.
RUBIO, K. (org.) Psicologia do Esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2000.
SCAGLIA, A.J.O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências essenciais e a lógica do
jogo em meio ao processo organizacional sistêmico. Porto Alegre: Movimento,v. 19, n. 04, p. 227-
249, out/dez de 2013.
SCAGLIA, Alcides José. Jogo: um sistema complexo. In: FREIRE, J. B.; VENÂNCIO, S. O jogo
dentro e fora da escola. Campinas: Autores Associados, 2005. p. 37-
SCAGLIA, Alcides José et al. A organização do processo de ensino em função da lógica do jogo e
das competências essenciais para a aprendizagem dos jogos coletivos de invasão. Revista
Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v. 11, supl. 4, p. 89, 2011.
36

UNIDADE DE ENSINO I
Diagnóstico
37

1 UNIDADE DE ENSINO I - Diagnóstico

1.1 Diagnóstico prático – atividade 1

Esta atividade tem o objetivo de verificar o conhecimento de mundo dos


estudantes, ou seja, o que já conhecem sobre o voleibol, como se posicionam em
quadra, suas movimentações, quais regras já sabem e como se saem na execução
dos fundamentos técnicos do voleibol. Além disso, nesta atividade o professor pode
verificar a capacidade de avaliação dos estudantes enquanto observam outros
colegas atuando, o que pensam sobre as ações e movimentos desempenhados, os
erros, os acertos, a interação social, a atitudes com a equipe, entre outras.
Primeiramente, a atividade deve ser explicada em sala de aula. Após a explicação,
todos devem se deslocar para a quadra ou espaço aberto para a parte prática. A turma
pode ser dividida em três grupos com aproximadamente 12 integrantes ou em
quantidade iguais, conforme a quantidade de estudantes. O primeiro grupo se
subdivide em dois grupos que se posicionam na quadra de voleibol. A orientação é
que os estudantes joguem de acordo com o que já sabem acerca do voleibol. Durante
dez minutos eles jogam, sem interferência alguma do professor, nem dos grupos de
fora. Os dois grupos de fora são orientados a fazer a análise dos que estão jogando,
observando erros, acertos, comportamentos, entre outros aspectos. Dessa maneira,
cada grupo de fora fica responsável por analisar as ações de um subgrupo, que ocupa
meia quadra, desta maneira, os dois lados são analisados.
Para reportar a análise feita, os estudantes formam duplas e gravam suas
observações em áudio nos seus respectivos smartphones, com auxílio do aplicativo
whatsapp. Após dez minutos ou um tempo determinado pelo professor, um rodízio
dos grupos deve ser feito, de modo que todos executem todas as atividades, tanto
dos movimentos, quanto de observação. Ao final da aula, os áudios devem ser
enviados para um representante da turma que ficará responsável por enviá-los ao
professor, para posterior análise das visões dos alunos. A aula também pode ser
filmada para posterior análise do professor.
38

1.2 Análise dos vídeos da atividade diagnóstica 1

Através dos vídeos gravados durante a atividade diagnóstica anterior, o professor


poderá fazer uma análise mais detalhada dos problemas ou dificuldades na prática do
voleibol. A seguir, há algumas imagens registradas durante o diagnóstico que fiz com
os estudantes, onde há diversas situações em que os estudantes precisam ser
corrigidos. Nas figuras 1 e 2 pisam na linha; nas figuras 3 e 4 posicionam a perna
errado; nas figuras 5 e 6 não efetuam de forma adequada o movimento de saque; nas
figuras 7 e 8 não se posicionam na quadra de maneira adequada.

Fig. 1 (acervo do autor). Fig. 2 (acervo do autor).

Fig. 3 (acervo do autor). Fig. 4 (acervo do autor).


39

Fig. 5 Diagnóstico (arquivo do autor). Fig. 6 Diagnóstico (arquivo do autor).

Fig. 5 Diagnóstico (arquivo do autor). Fig. 6 Diagnóstico (arquivo do autor).

Acesse o vídeo sobre o diagnóstico:


https://www.youtube.com/watch?v=_ysk3Z4gBPs
40

UNIDADE DE ENSINO II
Intervenções
41

2 UNIDADE DE ENSINO II – Intervenções

O processo de construção do planejamento no ensino de qualquer modalidade


esportiva passa por uma avaliação diagnóstica sobre o que os alunos já sabem, já
vivenciaram e aquilo que eles nunca viram, ouviram ou vivenciaram sobre
determinado conteúdo. A partir daí, foi possível construir uma sequência didática,
partindo de atividades mais simples e chegando até as mais complexas.

Em algumas atividades pensadas para os estudantes que pareciam simples e fáceis,


às vezes, havia um grau de dificuldade maior do que o esperado. Então, logo durante
a atividade, era feita a intervenção e a sua facilitação, para que os estudantes
conseguissem sucesso. Era como se déssemos um passo para trás, para depois
avançarmos dois passos à frente, na medida em que os estudantes evoluíam na
aprendizagem.

2.1 Voleibol gigante – atividade 2

De acordo com Machado (2006), o nível de habilidade técnica e física nos


primeiros estágios de aprendizado do voleibol não é suficiente para que o jogo tenha
uma sequência, com a bola caindo constantemente no chão. Isso causa um
desestimulo, uma sensação de frustração para o jovem, levando-o, muitas vezes a
desistir da modalidade. Um método de ensino pautado na pedagogia do esporte pode
garantir a oportunidade de participação efetiva para todos os sujeitos, despertar o
prazer e o interesse pelo esporte em diversos níveis, seja como aluno, atleta ou
espectador (LIRA et al 2015).
Nesta atividade, o professor pode dividir a turma em 03 grupos de 12 alunos
aproximadamente ou em partes iguais conforme o tamanho da turma. Um grupo joga
por vez e será orientado a se posicionar em quadra como achar mais adequado. No
início da atividade, deve ser explicado que, respeitando os limites da quadra de
voleibol, os alunos podem dar quantos toques na bola quiserem, sem preocupação
com a técnica do movimento. A bola utilizada deve ser gigante, a maior que encontrar,
de plástico, normalmente é vendida em parque de diversões. Uma dica é encapá-la
com recortes de tecido de seda para dar maior durabilidade e um pouco mais de peso.
42

A bola grande é utilizada para aumentar a área de contato dos braços com ela,
pois leva mais tempo para cair, o que favorece uma maior reação dos estudantes, a
fim de se posicionar e correr em tempo oportuno. Essa proposta baseada no método
global atende aos anseios dos alunos em já iniciar a prática do esporte jogando, com
06 participantes em cada lado, com rede montada, utilizando fundamentos técnicos
característicos da modalidade, sem cobrança da técnica e com regras flexíveis quanto
ao número de toques, rodízio e posicionamento rígido.
Nessa atividade proposta, pensei em desmistificar o medo dos alunos em praticar
um esporte, ou em iniciar a sua aprendizagem. Muitos estudantes, devido às vivências
e experiências negativas na Educação Física em anos anteriores, chegam ao Ensino
Médio “traumatizados” quando o assunto é esporte. Muitos foram xingados,
humilhados, excluídos durante toda uma caminhada na educação física. Isso dificulta
a reaproximação do esporte no Ensino Médio. Medo de acontecer novamente o que
foi no ensino fundamental.
Então, essa proposta lúdica, sem muitas cobranças, era para facilitar a
aproximação dos estudantes a um jogo semelhante ao voleibol, que desse a ideia de
estarem jogando voleibol, sem serem criticados pelos erros ou sem sentimento de
culpa.
No início da atividade é bem comum os estudantes se mostrarem competitivos,
buscando marcar o ponto, onde a bola é passada de primeira para o campo
adversário, não oportunizando maior envolvimento da equipe e caindo rápido. Esse
tipo de comportamento competitivo é muito marcante nas aulas de Educação Física e
isso pode levar à exclusão dos menos habilidosos. Um dos fatores apontados por
(Altmann 1998) citado por Darido e Rangel (2011) que leva à exclusão por habilidade
é o caráter competitivo presente na prática esportiva escolar.
Caso perceba isso, e foi o que percebi na minha intervenção, o professor deve
conduzir a atividade para a cooperação. Então, foi solicitado aos estudantes que o
objetivo não era derrubar a bola no solo, e sim fazer que que a mesma ficasse o maior
tempo possível transitando entre os dois lados da quadra. Após a mudança, os
estudantes entenderam e cumpriram. Porém percebi que continuavam mandando a
bola para o lado adversário de primeira, sem participação dos demais integrantes do
grupo. Imediatamente já intervi e lancei a proposta de os estudantes se esforçarem
para que cada equipe possa dar três toques na bola, no mínimo, antes de passar para
a equipe do outro lado. Isso retira a intenção de jogar a bola para o chão e permite
43

que mais alunos toquem na bola e estejam focados em mantê-la no ar o máximo de


possível. Segundo Montagner (2011), alguns autores propõem atividades que não
estimulem a competição, alegando que esse componente desenvolve valores
negativos, como egoísmo, a agressividade e o individualismo, e sim ações
cooperativas com ênfase na participação de todos, no auxílio mútuo e na igualdade
de oportunidades.
Os grupos devem se revezar após aproximadamente 10 minutos. Quando o
professor perceber que os alunos se acostumaram com a bola, pode lançar os
desafios. E foi o que fiz ao perceber que os alunos já cumpriam aquilo que tinha
proposto inicialmente, precisei introduzir um novo elemento na atividade. No primeiro
desafio, os grupos participantes devem conseguir realizar 15 toques sem deixar a bola
cair. Caso caia, a contagem é zerada. O objetivo é incentivar os estudantes a manter
a bola no ar. Conforme os estudantes vão conseguindo atingir o número de toques, o
professor pode aumentar gradualmente a número de toques para 20, 30, etc.
Com o avanço da atividade, um novo problema surgiu. Alguns estudantes não
conseguiam com apenas um toque, mandar para seu colega de time. Foi aí que
facilitei e permiti que um estudante pudesse dar um segundo toque na bola para
corrigir seu movimento anterior. A atividade fluiu com muita leveza até o fim da aula.
Percebi depois, em atividades futuras, que a bola utilizada para o voleibol
gigante era excelente para uma atividade lúdica na modalidade de futsal. Utiizei a
mesma bola para um jogo de futsal e foi um sucesso.
De acordo com Testa e Missaka (2016), outro fator importante é a motivação,
pois interfere diretamente no desenvolvimento e fixação do aprendizado. O
profissional de Educação Física precisa “encantar” (ou ainda “inspirar”) os alunos para
as práticas esportivas. Esse encantamento acontece através de recursos pedagógicos
como o jogo, a motivação e a atuação profissional (VENDITTI 2008).
Essa estratégia da aplicação do voleibol gigante pode ser eficaz e divertida,
visto que os alunos vão se movimentar mais em quadra, realizar mais ações antes de
a bola cair, entender a dinâmica do voleibol como um jogo coletivo. A leveza da bola
e o seu tamanho contribuem para que o número de acertos seja infinitamente maior,
visto que ela demora mais a cair e é mais fácil de acertá-la.
44

Fig. 9. Voleibol gigante (Arquivo do autor). Fig. 10. Voleibol gigante (Arquivo do autor).

Acesse o vídeo sobre o voleibol gigante:


https://www.youtube.com/watch?v=ZcKwg7uNuy4
45

5.2 Aula teórica sobre regras básicas do voleibol – atividade 3

Nesta etapa, o professor precisa apresentar o voleibol de maneira mais


específica, por isso, recomendamos a elaboração de uma apostila destinada aos
alunos que contenha regras básicas sobre o funcionamento do esporte. Entre elas,
início do jogo, instalações e equipamentos, participantes, formato do jogo, posições
dos jogadores, substituições, toques da equipe, características dos toques, ordem do
saque, execução do saque, especificidade do líbero, condutas incorretas e sanções.
A explicação pode ser feita em sala de aula, com auxílio de quadro e pincel, para
anotações e desenhos. Os estudantes podem e devem participar da aula, ir até o
quadro responder perguntas orais e se necessário convidar outros para ajudá-lo, caso
o aluno chamado erre a resposta. Na sequência, é importante realizar uma atividade
escrita com questões sobre o conteúdo estudado em sala e os estudantes podem
responder com ou sem o material de consulta.

2.2 Vídeo sobre os fundamentos técnicos do voleibol – atividade 4

Um vídeo é uma ótima opção para facilitar a explicação dos fundamentos técnicos
do voleibol, saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. Cada um
contendo explicação técnica e erros mais comuns.
É muito importante que o professor use tecnologias em sala de aula, já que tais
recursos facilitam a aprendizagem e a análise de movimentos tão complexos como
são os do voleibol. Além disso, sabemos que nem todos os professores de Educação
Física foram atletas ou já tiverem vivências suficientes para que possam realizar os
movimentos do voleibol com a técnica mínima adequada. Os vídeos também auxiliam,
caso o professor tenha alguma dificuldade ou dúvida técnica ou algum tipo de
impossibilidade. Na visão de Testa e Missaka (2016), a aprendizagem visual deve ser
considerada, uma vez que os estudantes também aprendem por observação ou
imitação do comportamento alheio.
46

2.3 Mini voleibol – atividade 5

Nesta atividade, os estudantes são encaminhados à quadra para apresentação de


como montar e regular a rede de voleibol. Os alunos são apresentados ao minivoleibol,
uma versão simplificada do voleibol, que é praticado com três ou quatro atletas em
cada equipe. Com a aplicação do minivoleibol, as dificuldades impostas pelo voleibol
são amenizadas.
Com isso, ensinei os alunos a montar a rede para que em outros momentos, dentro
ou fora da escola, pudessem saber armar uma rede da maneira mais adequada
possível ao momento, local e participantes, cuidando da regulação da altura e fixação
adequada nos mastros.
De acordo com Greco (1998), apesar das vantagens do minivoleibol, são poucas
as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato que acarreta prejuízos ao
desenvolvimento esportivo dos alunos. As ações mais complexas praticadas no
voleibol, aqui, se tornam simplificadas, sendo igualadas ao estado de
desenvolvimento dos jogadores (TESTA & MISSAKA, 2016).
O minivoleibol, ou vôlei reduzido, indica uma partida de voleibol tradicional, porém
com situações mais simplificadas. É uma modalidade que ocorre livremente, sem
muitas regras, mostrando gestos tradicionais aos alunos com idades entre 09 e 13
anos. O jogo também é praticado por adultos que estão começando a conhecer o
voleibol (TESTA e MISSAKA, 2016).
Já que a maioria dos estudantes não tiveram a vivência e experimentação no
voleibol, resolvi introduzir esse jogo reduzido que é bem familiar ao voleibol tradicional.
Ainda de acordo com Testa e Missaka (2016), em uma partida tradicional de
voleibol (6x6), o número de ações motoras realizadas por uma criança para tocar a
bola é insuficiente para que ela realize uma jogada desejável. O minivoleibol cobre
essa desvantagem, dando liberdade à criança para tocar a bola quantas vezes
considerar necessário, em um espaço menor, o qual atende o nível de dificuldade em
questão.
A rede pode ser armada a uma altura de 2,00 metros com uma antena de voleibol
para dividir a rede ao meio. Outra pode ser armada do lado de fora da quadra, fixada
no mastro e na tela de proteção da quadra ou numa árvore. Cones podem ser
utilizados para demarcar os limites de cada miniquadra, uma dimensão de 6 metros
de comprimento e 4,5 de largura, por exemplo.
47

O professor deve explicar aos alunos as posições básicas em que cada um deve
jogar, sendo 01 no fundo da quadra, 02 no ataque e 01 no levantamento. Também
deve aproveitar para explicar sobre o rodízio 6x0, ou no caso, 4x0 de maneira prática.
As regras devem ser flexibilizadas, no sentido de estimular o sucesso dos alunos.
Aqueles estudantes que já dominam os fundamentos “toque” e “recepção” podem
utilizá-los normalmente. O saque também deve ser flexibilizado para uma distância
menor, mais próximo da rede. O professor não deve permitir a utilização da cortada,
para que seja facilitada a recepção e nem a utilização do bloqueio. Aqueles alunos
que não tiverem segurança para realizar os fundamentos de toque e recepção podem
segurar a bola e na sequência realizar a ação mais adequada, objetivando o
desenvolvimento de um jogo que possua alguns elementos da modalidade esportiva
e não o esporte propriamente dito. É importante envolver o grupo e transformar a
antiga visão da aula de Educação Física em algo motivador e acessível aos indivíduos
com os mais diferentes níveis de habilidade motora (MATTOS e NEIRA 2008). Caso
a bola não seja enviada adequadamente ao levantador, ele pode segurar a bola
também e realizar a ação dando um segundo toque.
Se o professor perceber durante a atividade que muitos alunos ainda não
entendem onde devem se posicionar, o que fazer quando a bola chegar nele, qual
ação realizar e para onde enviar a bola, pode paralisar o jogo e orientá-los novamente
sobre as posições, os fundamentos a ser utilizados e para onde enviar a bola.

Figura 11 – Explicações sobre o Minivoleibol


(Arquivo do autor).
Acesse o vídeo sobre o minivoleibol:
https://www.youtube.com/watch?v=JQWp9hz1J0E
48

2.4 Minivoleibol – atividade 6

Para a intervenção, o professor precisa de 04 redes que podem ser fixadas a 2,10
metros de altura. Cada rede será dividida ao meio por uma antena e uma dica é fazer
a demarcação do espaço da quadra com cones. Pode utilizar outra rede armada do
lado de fora da quadra de voleibol, fixada no mastro e na tela de proteção da quadra,
árvore ou muro. Pode-se usar uma dimensão de 6 x 4,5 (6 metros de comprimento e
4,5 de largura).
49

Esquema 1. Distribuição de mini quadras pelo espaço disponível.

Sabe-se que em muitas escolas públicas pelo Brasil a fora, não dispõem de rede
de voleibol, o que não pode ser impedimento para a prática da modalidade. A rede
pode ser construída com corda de varal de roupa ou usar a criatividade com outros
materiais semelhantes, que dão a ideia de uma rede divisória.
Uma ideia é construir uma estrutura adaptada para a armação de uma quarta rede,
utilizando 02 pneus de carro, e 02 ferros no formato cilíndrico, como os mastros de
voleibol, conforme mostra a figura 12. O professor deve fixar os mastros no centro dos
50

pneus com cimento. A estrutura é móvel, podendo ser posicionada em qualquer lugar,
rolando o pneu para onde julgar necessário. Essa estrutura pode ser posicionada em
qualquer espaço para formar uma miniquadra, conforme mostra a figura 13. Caso não
disponha de ferro, madeira poderá ser utilizada.

Fig. 12. Estrutura móvel (Arquivo do autor).

Fig. 13. Distribuição de estudantes em quadra.


(Arquivo do autor).

Se o professor conseguir organizar o espaço para 04 miniquadras de voleibol,


08 estudantes podem ocupar cada quadra. Isso possibilita 32 estudantes jogarem por
vez, com poucos alunos ficando sem jogar, mas que podem estar envolvidos em outra
atividade como contagem de pontos, como árbitros, etc.
Novamente, as regras devem ser flexibilizadas, no sentido de estimular o
sucesso dos alunos. Aqueles que já dominam os fundamentos “toque” e “recepção”
podem utilizá-los normalmente. O saque deve ocorrer em uma distância menor, mais
próximo da rede. O professor ainda não deve permitir a utilização da cortada, para
que possa facilitar a recepção; a utilização do bloqueio pode ser permitida.
51

Conforme a prática vai acontecendo, os estudantes compreendem o formato do


jogo, as posições básicas, funções de cada jogador, entre outras particularidades do
voleibol.

2.5 Jogo “Controle” – atividade 7

Nesta atividade, os alunos são convidados a fazer um círculo único. Os estudantes


devem demonstrar o movimento de manchete com os braços, permanecendo na
posição até que o professor visualizasse os braços de todos e corrija os que estiverem
errados. Repete-se o processo com o movimento de “toque”.
Em seguida, os estudantes são orientados a formarem três círculos e uma bola de
voleibol deve ser entregue para cada grupo de alunos. A tarefa consiste em cada
grupo realizar 15 movimentos de toque ou manchete sem deixar a bola cair, numa
proposta cooperativa. Seu houver muita dificuldade, o professor pode permitir outro
movimento, porém a contagem não será computada até que a correção dos
movimentos seja realizada. Ao conseguirem completar a quantidade de movimentos
propostos, um novo desafio deve ser lançado, passando-se a exigir 25 movimentos,
35, 45, e assim sucessivamente até o máximo que conseguirem. O professor também
pode mudar os componentes para que o grupo chegue ao objetivo proposto. Então,
um aluno considerado mais habilidoso pode ser retirado de um grupo e transferido
para outro, a fim de auxiliar o grupo que não estiver conseguindo.
52

Esquema 2. Distribuição de grupos pelo espaço disponível.

2.6 Jogo “1,2,3,4 cortada!” – atividade 8

Para executar esta atividade, o professor deve dividir a turma em 04 grupos mistos,
onde cada equipe recebe uma bola de voleibol e formam círculos. Os estudantes
precisam realizar quatro ações/movimentos que são comumente utilizados no
voleibol, saque por baixo (1), manchete (2), levantamento (3) e cortada (4), sendo esta
última lançada com objetivo de atingir o colega, a fim de fazer com que a bola toque
nele e atinja o chão em seguida. Em algumas versões dessa atividade, a pessoa
atingida deixa o grupo quando é atingido e fica de fora do jogo até que o jogo chegue
ao final. Essa versão é muito ruim, pois o estudante fica parado do lado de fora sem
participação alguma, saindo da proposta de uma aula dinâmica , inclusiva, otimizada
para o máximo aproveitamento do tempo de movimento possível.
Mas na atividade que proponho, quando o aluno for atingido deverá trocar de grupo
em sentido horário, a fim de uma integração com outros grupos e para que não fique
de fora do jogo sem fazer nada.
O professor deve ficar atendo porque alguns estudantes podem realizar ações
motoras que no jogo de voleibol tradicional não são permitidas, sendo assim, ficam
proibidas tais ações ou não é contabilizado o toque quando o movimento não for
53

característico do voleibol. Outro fato que deve ser observado pelo professor é o uso
de força exagerada por alguns meninos, os quais devem ser orientados a diminuir a
intensidade das ações para que não ocasionem lesões nos participantes.

Esquema 3. Distribuição de grupos pelo espaço disponível.

Esse uso exagerado da força é muito comum por parte de alguns meninos,
principalmente, num cenário onde muitos ou todos vieram de escolas em que se
separavam meninos e meninas, não dando espaço para atividades de coeducação.
Caso ocorra esse uso exagerado de força, será uma ótima oportunidade de
paralisar o jogo e fazer reflexões sobre as diferenças biológicas entre meninos e
meninas, sobre seguranças nas atividades esportivas, risco de lesões, entre outras
possibilidades.

2.7 Voleibol reduzido Atividade 9

À medida que os alunos se desenvolvem, eles são direcionados ao jogo de voleibol


reduzido, que consiste em jogar 4x4, em uma quadra maior que a do minivoleibol,
porém menor que a quadra do voleibol tradicional.
54

Para Mesquita (1998), a execução do "jogo reduzido", que seria a diminuição do


espaço de jogo, como também o número de jogadores é uma ótima estratégia para
trabalhar o voleibol na escola. Os "jogos reduzidos" poderão variar de 1x1, 2x2, 3x3,
4x4, possibilitando maiores contatos dos alunos com a bola, menores percursos desta,
maior sequência das ações do jogo, mais interação entre os integrantes da equipe;
propiciando como consequência o aumento da motivação e melhores condições para
realização de gestos técnicos e ações coletivas.
Entende-se haver dois tipos de rendimento, um deles é o rendimento máximo,
aquele que está vinculado ao alcance de índices, quebra de marcas e de recordes, o
qual realmente não se encaixa no ambiente escolar, essencialmente no trato da
dimensão procedimental, pois exige dos alunos a execução de movimentos com
elevado nível de exigência.
Todavia, há também o rendimento ótimo, este pode estar presente totalmente nas
aulas de Educação Física. Esse rendimento caracteriza-se pela busca da
aprendizagem na maior qualidade possível, obviamente sendo específico para cada
aluno. COSTA e NASCIMENTO (2004) também reforçam a busca pelo rendimento
ótimo nas aulas de Educação Física escolar.
Para esta atividade, o professor conduz os estudantes para a quadra de voleibol
tradicional, com as marcações reduzidas no comprimento. Ao invés dos tradicionais
18 metros de comprimento, a quadra é remarcada para 12 metros de comprimento,
permanecendo a largura inalterada.
Ao redor da quadra de voleibol, as miniquadras permanecem montadas, com
demais alunos participando. Ao se perceber um avanço nas habilidades e no
entendimento do jogo, os alunos do minivoleibol são remanejados para a prática do
voleibol reduzido.
55

Esquema 4. Distribuição de mini quadras pelo espaço disponível.

A rede fica fixada a aproximadamente 2,05 metros de altura, o que possibilita o


aparecimento de ações como bloqueio e cortadas. Alguns movimentos de dois toques,
condução ocorrem ocasionalmente, mas não é necessário paralisar o jogo, pois deve
valorizar o rally.
Para estimular os alunos a não deixarem a bola cair, uma regra pode ser
adicionada: se a bola cair no chão direto do saque sem tocar em ninguém, valerá dois
pontos. Isso normalmente estimula e motiva os alunos a se movimentarem mais rápido
para não permitirem que a bola caia sem ao menos ser tocada pela equipe.
56

Fig. 13. Diálogo com os alunos ao final da aula. Arquivo do autor.

Fig. 14. Alunos praticando. Arquivo do autor.

Refletindo sobre o porquê de se ensinar voleibol, entendemos que o conteúdo


esporte deve ser trabalhado como um meio e não como um fim em si mesmo,
conforme apontam Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar e Bracht (1992). São
vastas as críticas sobre a utilização desse conteúdo com regras e normas
relacionadas ao esporte desenvolvido em federações e confederações, tendo o
objetivo direcionado para a aptidão física e a detecção de talentos.
Segundo Bracht (2000/2001), ao se referir sobre os conteúdos da Educação
Física de forma pedagógica, a crítica à técnica esportiva não aponta para a sua
retirada das aulas, mas enfatiza a sua vinculação a novos objetivos educacionais a
partir da ressignificação do próprio esporte.
57

UNIDADE DE ENSINO III


Trabalho de campo
58

UNIDADE DE ENSINO III – Trabalho de Campo

2.8 O trabalho de campo desenvolvidos pelos estudantes

O professor deve solicitar aos estudantes que façam uma investigação (em grupo)
sobre a prática de voleibol nos bairros da sua cidade para identificar lugares onde
voleibol é praticado ou espaços públicos em que o voleibol possa ser praticado
durante o tempo livre, no turno vespertino, ou fins de semana.
Devem registrar suas descobertas e levar para o colégio para, junto com o
professor, analisarem se realmente é viável ou não a prática do voleibol nos lugares
identificados. Tendo o aval do professor, os alunos podem se encontrar e praticar o
esporte no lugar combinado.
Nesta atividade, os alunos vivenciam a prática do voleibol em seu bairro ou zona,
por um período de 06 semanas, com duas sessões semanais, com duração de uma
hora e quarenta minutos, fazendo relatório falado, por meio de áudio das atividades
desenvolvidas. Devem sempre registrar as partidas com fotos e vídeos.

Fig. 15. Prática no clube APRATEF – Arquivo do autor


59

Na figura 15, vemos os estudantes praticando o voleibol em um clube da


cidade. Fizeram as marcações na areia, dividiram as equipes. Após algum tempo,
reuniram-se para praticar os fundamentos do voleibol, de maneira isolada, devido a
dificuldade que estavam apresentando.

Fig. 14.1 Prática no clube APRATEF – Arquivo do autor

Fig. 14.2 Prática no Bairro Bela Vista – Arquivo do autor


60

Na figura 14.3, vemos os estudantes praticando voleibol na praça do bairro Bela Vista,
onde na ocasião, alunos de três turmas diferentes estão reunidos em harmonia.

Fig. 16. Prática no bairro Monte Castelo – Arquivo do autor


Na figura 16, vemos as estudantes montando a rede em uma trave de um
campo de futebol para praticarem voleibol. Uma baita criatividade dessas estudantes!
61

Fig. 16.1 Prática no bairro Monte Castelo – Arquivo do autor

Fig. 16.2 Prática no bairro Caminho do Mar – Arquivo do autor


62

Fig. 16.3 Prática no bairro Urbis – Arquivo do autor.

Fig. 17. Prática no bairro Bela Vista – Arquivo do autor.

Na figura 17, vemos os estudantes reunidos para a prática do voleibol no bairro


Bela Vista, aproveitando a estrutura pública já montada.
Uma dica é o professor criar um grupo de mensagens, utilizando o aplicativo
WhatsApp para facilitar a comunicação com os grupos de estudantes. Dois integrantes
de cada grupo de alunos, os “alunos líderes” podem fazer parte, com a função de
informar no grupo, dia, local, turma e horário da prática. Os demais participantes
repassam as informações para seus colegas de sala.
63

Fig. 18. Prática na residência de um estudante – Arquivo do autor


Na figura 18, vemos estudantes reunidos praticando o voleibol no quintal de
casa, onde improvisaram uma quadra de voleibol, utilizando a criatividade e o espaço
que têm.

Fig. 18.1 Prática na residência de um estudante – Arquivo do autor


64

Fig. 18.2 Prática na residência de um estudante – Arquivo do autor

Casagrande e Campos (2014) ressaltam que não se pode pensar o ensino e o


aprendizado apenas para futuros atletas, mas como um aprendizado eficiente para
todas as crianças e jovens, pois a eficiência constitui o diferencial para a ampliação
da motivação para o esporte de lazer e, consequentemente, para uma vida mais
saudável.
No início, podem haver muitas dificuldades, pois grande parte dos estudantes
tem outras atividades no turno vespertino, como curso, trabalho remunerado,
dificuldade de transporte até o local das práticas. Uma ideia é flexibilizar os grupos
para que os estudantes não se apeguem somente ao grupo previamente definido, mas
busquem, entre as possibilidades, aquele local e horário que mais conveniente,
inclusive aos sábados e domingos. Então, a integração entre os participantes dos
grupos pode ser espetacular. É comum que os alunos de outras séries comecem a se
misturar e jogar juntos, inclusive estudantes de outros colégios, se houver
oportunidade.
65

Fig. 19. Prática no bairro Urbis- Arquivo do autor.

Fig. 19.1 Prática no bairro Urbis- Arquivo do autor.

Na figura 19, os estudantes estão reunidos na praça do bairro Urbis, praticando


o voleibol.

Fig. 20 Grupos de alunos reunidos- Arquivo do autor.


66

Fig. 21 Grupos de alunos reunidos- Arquivo do autor.

Fig. 22 Grupos de alunos reunidos- Arquivo do autor.

Fig. 23 Grupos de alunos reunidos- Arquivo do autor.


67

Fig. 24 Grupos de alunos reunidos- Arquivo do autor.

Fig. 25 Grupo de alunos reunidos- Arquivo do autor.

Fig. 26 Grupo de alunos reunidos- Arquivo do autor.


68

Fig. 27 Grupo de alunos reunidos- Arquivo do autor.

Fig. 28 Grupo de alunos reunidos- Arquivo do autor.

O professor deve visitar periodicamente cada local de prática para o


acompanhamento das atividades nos bairros, fazer registros das atividades e auxiliar
na execução dos jogos, esclarecendo dúvidas que surgirem sobre o esporte.
A aprendizagem pode ser compreendida como a construção e modificação
constante dos sistemas individuais de ação; a aprendizagem está ligada ao
prolongado desenvolvimento e aumento da experiência de jogo, que exige a
69

apresentação de uma alternativa pedagógica, em que o jogo, na sua ideia básica, não
seja alterado (GRECO,1998, p. 48).
No início foi muito difícil o processo de convencimento dos estudantes, que
estavam habituados a fazer trabalhos e pesquisas apenas escrita, apresentar
seminários em sala, fazer cartazes e aqueles modelos tradicionais que todos
conhecemos. Porém, na medida em que os estudantes foram vendo que era um
trabalho relevante para eles, para mim e para possíveis outros professores, eles
aderiram à proposta. Eles observaram também que tudo estava bem planejado
didaticamente para culminar na aprendizagem deles. Todo o passo a passo, desde a
atividade de sondagem, assinatura dos termos, passando pela divisão dos grupos,
distribuição gratuita de material didádico como bolas e redes, aulas dinâmicas no
colégio, flexibilização de horários para estudantes trabalhadores, entre outras ações.
Tudo foi preparado cuidadosamente.
O fato de eu também fazer as visitas periódicas aos locais de prática contribuiu
para a aceitação da proposta pelos estudantes. Eles perceberam que não estavam
sozinhos, e estavam muito focados em realmente aprender o esporte.
70

3 SUGESTÕES

3.1 Sugestão de regras a serem abordadas

REGRAS RESUMIDAS DO VOLEIBOL DE QUADRA

APRESENTAÇÃO
A bola é colocada em jogo com um saque: o sacador golpeia a bola, enviando-a por
sobre a rede para a quadra adversária. A bola continua em jogo até cair dentro da
quadra, ir para fora ou uma das equipes participantes falhar no retorno da bola à
equipe adversária. No voleibol a equipe que ganha o “rally” (trajetória da bola) conta
um ponto (sistema de ponto por rally). Quando a equipe receptora ganha o rally, obtém
um ponto e o direito de sacar. Seus jogadores, neste momento, mudam de posição
na quadra, efetuando um movimento de rotação sempre no sentido dos ponteiros do
relógio.

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Dimensões
A quadra de jogo constitui um retângulo medindo 18m x 9m, circundada por uma zona
livre com, no mínimo, 3m de largura em todos os lados que circundam o retângulo.
Instalada verticalmente sobre a linha central da quadra, há uma rede cuja altura limite
medida, no topo, é de 2,43 m para jogos masculinos e de 2,24 m para jogos femininos.
Para armar a rede são necessários postes de suporte.

PARTICIPANTES

Composição da equipe
Uma equipe pode ser composta, no máximo, por 12 (doze) jogadores.

FORMATO DO JOGO

A equipe marca um ponto:

 Pelo sucesso ao fazer cair a bola no piso da quadra de jogo da equipe


adversária;
 Quando a equipe adversária comete uma falta;
 Quando a equipe adversária recebe uma penalidade.
 Se a equipe que saca vence um rally, ganha um ponto e continua sacando.
71

Para ganhar um set


Um set (exceto o decisivo – 5º set) é vencido pela equipe que primeiro atingir 25
pontos, com uma vantagem mínima de dois pontos em relação à equipe adversária.
Em caso de empate em 24 pontos, o jogo continua, até que dois pontos de vantagem
sejam conquistados (26-24; 27-25.).

Para ganhar um jogo

A equipe vencedora é aquela que ganha três sets.


No caso de ocorrer um empate de sets (2 x 2), o decisivo (5º set) será jogado com
uma contagem de 15 pontos, vencendo a equipe que tiver uma vantagem mínima de
dois pontos.

As posições dos jogadores são numeradas assim:


Os três jogadores que se encontram posicionados ao longo da rede formam a linha
de ataque e ocupam as posições: 4 (ataque-esquerda), 3 (ataque-centro) e 2 (ataque-
direita); os outros três jogadores são os jogadores de defesa e ocupam as posições:
5 (defesa-esquerda), 6 (defesa-centro) e 1 (defesa-direita). Depois do toque do
saque, os jogadores podem se deslocar e ocupar qualquer posição na sua própria
quadra e na zona livre. Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, seus
jogadores efetuam uma rotação, avançando uma posição, sempre no sentido horário.
O jogador na posição 2 vai para a 1, a fim de sacar; o jogador da posição 1 vai para a
6 e assim por diante.

Substituição dos jogadores


A substituição é um ato no qual um jogador, já registrado pelo apontador, ocupa a
posição de outro que sai da quadra (exceto para o líbero). Uma substituição requer a
autorização dos árbitros.

Limitações das substituições


Para cada equipe são permitidas, no máximo, 06 substituições em cada set. Um ou
mais jogadores podem ser substituídos no mesmo momento.

Toques da equipe
Cada equipe tem o direito de tocar, no máximo, três vezes na bola (além do toque de
bloqueio. Caso haja um número maior de toques, a equipe comete uma falta de
“quatro toques”.

Contatos consecutivos
Um jogador não pode tocar na bola duas vezes consecutivamente

Características dos toques


A bola pode tocar qualquer parte do corpo dos jogadores.
72

Bola tocando a rede: quando cruza a rede, a bola pode tocá-la.


Bola na rede: uma bola dirigida de encontro à rede pode ser recuperada dentro dos
limites dos três toques da equipe.
Jogador na rede: um bloqueador pode tocar na bola acima da rede, no espaço do
oponente, na condição de que ele não interfira antes ou durante o toque de ataque da
equipe adversária.

Ordem de saque
Os jogadores seguem a ordem registrada no formulário de saques.
Após o primeiro saque do set, o próximo jogador a sacar é determinado da seguinte
maneira.

 Quando a equipe que realiza o saque vence o rally, o jogador (ou seu
substituto) que sacou, saca novamente;
 Quando a equipe que recebeu o saque vence o rally, ganha o direito de sacar
e, antes de fazê-lo, efetua um rodízio dos jogadores. O do ataque direito dirige-
se à posição de defesa direita e executa o saque.

Execução do saque
A bola deve ser golpeada com uma das mãos ou com qualquer parte do braço após
ser solta ou lançada ao ar com a(s) mão(s).
O saque deve ser realizado dentro de 8 (oito) segundos após o apito do árbitro
autorizando.

Bloquear
Bloquear é a ação dos jogadores próximos à rede de interceptar a passagem da bola
enviada pela equipe adversária, acima do bordo superior da rede. Somente aos
jogadores de ataque é permitido realizar um bloqueio efetivo.
É proibido bloquear o saque da equipe adversária.

Intervalos
Todos os intervalos entre os sets devem durar 3 minutos.
Durante este período do intervalo as equipes trocam de lado na quadra de jogo e é
feito o registro da ordem de saque das equipes na súmula.
O intervalo entre o segundo e o terceiro sets pode ser prolongado até 10 minutos pelo
delegado do jogo, a pedido do organizador da competição.

Troca de lado de quadra


Após cada set, as equipes trocam de lado na quadra de jogo, exceto no 5º e decisivo
set. No set decisivo, quando um time atinge 8 pontos, as equipes trocam de lado de
quadra de jogo sem demora e as posições dos jogadores permanecem as mesmas.
73

O JOGADOR LÍBERO
Designação do líbero: cada equipe tem o direito de escolher entre os 12 jogadores um
jogador defensivo especializado: o líbero.
O líbero usa um uniforme (ou jaleco para o seu substituto) cuja camisa, pelo menos,
deve ser contrastante na cor com os demais jogadores da equipe. O uniforme do líbero
pode ter um modelo diferente, porém deve estar numerado como o dos outros
jogadores.

Ações envolvendo o líbero


O líbero está autorizado a trocar com qualquer jogador de defesa.
O líbero está restrito a jogar na defesa e não lhe é permitido completar um toque de
ataque de qualquer lugar (incluindo a quadra de jogo e a zona livre) se, no momento
deste contato, a bola estiver completamente acima do bordo superior da rede.
Ele não pode sacar, bloquear ou participar de uma tentativa de bloqueio.
Troca de jogadores: a troca envolvendo o líbero não é computada como substituição
normal. Elas são ilimitadas.

CONDUTA DOS PARTICIPANTES


Os participantes devem aceitar as decisões dos árbitros com espírito esportivo, sem
questioná-las. Em caso de dúvida, o esclarecimento pode ser solicitado, unicamente,
pelo capitão no jogo. Os participantes devem evitar ações ou atitudes que possam
influenciar as decisões dos árbitros, como também encobrir faltas cometidas por sua
equipe.

Jogo limpo (fair-play)


Os participantes devem ter um comportamento respeitoso e cortês dentro do espírito
esportivo do jogo limpo (fair-play) não só com os árbitros, mas em relação aos demais
componentes da equipe de arbitragem, adversários, membros da equipe e
espectadores. É permitida a comunicação entre os membros da equipe durante o jogo.

Condutas incorretas e suas sanções


Condutas incorretas realizadas por um membro da equipe em relação a oficiais,
adversários, membros da equipe ou espectadores são classificadas em três
categorias, de acordo com a gravidade da ofensa.

 Conduta rude: ação contrária a boas maneiras, princípios morais ou que


expresse desrespeito.
 Conduta ofensiva: difamação ou insulto com palavras ou gestos.
 Agressão: ataque físico ou tentativa de agressão.
 Escala de sanções: de acordo com o julgamento do 1º árbitro e dependendo
da gravidade da ofensa, as sanções a serem aplicadas e registradas na súmula
são:
74

3.2 Sugestão de atividade escrita

Atividade de fixação

1) Quando foi criado e quem foi criador do voleibol?


2) Qual o tamanho de uma quadra de voleibol?
3) Quais as alturas da rede para homens e para mulheres?
4) No máximo, quantos jogadores podem compor uma equipe de voleibol?
5) Quais são as três maneiras de se marcar um ponto no jogo de voleibol?
6) Quantos pontos uma equipe de voleibol precisa fazer para vencer um set?
7) Quantos sets uma equipe de voleibol precisa vencer para ganhar um jogo?
8) Quais são as posições dos jogadores de voleibol?
9) O que é substituição? Quantas substituições podem ser realizadas em cada set,
por cada equipe em um jogo de voleibol?
10) Quantos pontos uma equipe de voleibol precisa fazer para vencer o 5º set no jogo
de voleibol?
11) Quantos toques são permitidos para cada equipe durante a posse de bola?
12) A bola pode tocar em quais partes do corpo do jogador de voleibol?
13) Enumere na quadra desenhada no caderno a ordem do saque, sendo quem saca
primeiro até chegar no último sacador.
14) Quantos segundos um jogador tem para realizar o saque após o apito do árbitro?
15) Quantos minutos duram os intervalos de um set para o outro e o que acontece
quando acaba um set?
16) O que o jogador líbero não pode fazer?
17) Quais os fundamentos do voleibol?
18) Desenhe no verso uma quadra de voleibol com suas linhas e os números das suas
posições.
19) Quantos jogadores formam um time de voleibol, aqueles que entram para jogar.
75

3.3 Sugestão de atividade 2

01- Voleibol (chamado frequentemente no Brasil de vôlei) é um desporto praticado


numa quadra dividida em duas partes por uma rede, possuindo duas equipes de seis
jogadores em cada lado. O objetivo da modalidade é fazer passar a bola sobre a rede
de modo que ela toque no chão dentro da quadra adversária, ao mesmo tempo em
que se evita que os adversários consigam fazer o mesmo. Quem foi o criador do
voleibol e em que ano este esporte foi criado?

02- As equipes são separadas por uma rede no meio da quadra. O jogo começa com
um dos times que deve sacar. Logo depois do saque a bola deve ultrapassar a rede e
seguir em direção ao campo do adversário, onde os jogadores tentam evitar que a
bola entre no seu campo usando qualquer parte do corpo. Qual o tamanho de uma
quadra de voleibol?

03- A quadra de voleibol é dividida no meio por uma rede colocada a uma altura
variável, conforme o sexo e a categoria dos jogadores . Quais as alturas da rede para
homens e para mulheres?

04- Existem basicamente duas formas de marcar pontos no voleibol. A primeira


consiste em fazer a bola aterrissar sobre a quadra adversária como resultado de um
ataque, de um bloqueio bem sucedido ou, mais raramente, de um saque que não foi
corretamente recebido. A segunda ocorre quando o time adversário comete um erro
ou uma falta. Quantos pontos uma equipe de voleibol precisa fazer para vencer um
set?

05- Ao contrário de muitos esportes, tais como o futebol ou o basquetebol, o voleibol


é jogado por pontos, e não por tempo. Cada partida é dividida em sets. Quantos sets
uma equipe de voleibol precisa vencer para ganhar um jogo ?

06- Quais são as posições dos jogadores de voleibol?

07- O que é substituição? Quantas substituições podem ser realizadas em cada set,
por cada equipe em um jogo de voleibol?

08- Quantos pontos uma equipe de voleibol precisa fazer para vencer o 5º set no
jogo de voleibol?

09- O saque ou serviço marca o início de uma disputa de pontos no voleibol. Um


jogador posiciona-se atrás da linha de fundo de sua quadra, estende o braço e acerta
a bola, de forma a fazê-la atravessar o espaço aéreo acima da rede delimitado pelas
76

antenas e aterrissar na quadra adversária. Seu principal objetivo consiste em dificultar


a recepção de seu oponente, controlando a aceleração e a trajetória da bola. Quantos
segundos um jogador tem para realizar o saque após o apito do árbitro?

10- Quais as ações que o jogador líbero não pode fazer no jogo de voleibol?

11- Um time que deseja competir em nível internacional precisa dominar um conjunto
de cinco habilidades básicas, denominadas usualmente sob a rubrica "fundamentos".
Quais os fundamentos do voleibol apresentados nas figuras abaixo?

a) b) c) d)

12- A quadra de voleibol é dividida taticamente em 6 posições, observando a figura


abaixo, coloque os números de 1 a 6 nos lugares corretos. Em seguida coloque os
nomes das duas zonas correspondentes às setas.

3.4 Sugestão de atividade 3

1) Cada esporte possui um número exato de jogadores que podem participar por vez.
No futsal, por exemplo, são 5 jogadores por time, sendo 5 em cada lado da quadra.
Quantos jogadores participam, jogando uma partida oficial de voleibol de quadra?

a) 5 jogadores, sendo 5 em cada lado da quadra.


b) 10 jogadores, sendo 5 em cada lado da quadra.
c) 12 jogadores, sendo 6 em cada lado da quadra.
d) 14 jogadores, sendo 7 em cada lado da quadra.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
77

2) Os esportes possuem habilidades específicas que compõem. Essas habilidades


são aprendidas e desenvolvidas com a prática. No futebol, por exemplo, temos o
chute, o drible, o passe, entre outras. Pensando assim, qual o fundamento que dá
início à partida de voleibol?

a) Saque
b) Bloqueio
c) Levantamento
d) Manchete
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

3) Dentre os fundamentos do voleibol, o bloqueio é o ato de interceptar a bola


golpeada por um adversário que acabou de realizar o fundamento cortada. Quais os
tipos de bloqueio do voleibol de quadra?

a) Bloqueio da defesa, duplo e triplo


b) Bloqueio do ataque, duplo e triplo
c) Bloqueio simples, duplo e triplo
d) Bloqueio do levantador, do ataque e da defesa
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

4) Sobre o saque, marque a alternativa correta:

a) após o primeiro árbitro apitar autorizando o saque, o sacador tem até oito segundos
para golpear a bola.
b) após o técnico autorizar o saque, o sacador tem até oito segundos para golpear a
bola.
c) após o primeiro árbitro apitar autorizando o saque, o sacador tem até quatro
segundos para golpear a bola.
d) após o capitão da equipe apitar e autorizar o saque, o sacador tem até oito
segundos para golpear a bola.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

5) Marque V se for verdadeira e F se for falsa. Logo após, marque a opção correta.

( ) O 5º set é disputado em 15 pontos, com vantagem de no mínimo dois pontos do


adversário.
( ) São posições dos jogadores de voleibol: líbero, oposto, ponteiro, levantador e
central.
( ) Cada equipe pode fazer até 03 substituições em cada set.
( ) Cada equipe pode tocar na bola no máximo duas vezes por vez, devendo passar
a bola para o campo adversário após isso.
A) V,F,V,F B) F,V,V,F C) V,V,F,F D)F,F,V,V E) F,F,F,V
78

6) Sobre o jogador líbero marque a opção correta:

a) O jogador líbero é especialista em atacar.


b) O jogador líbero é especialista em bloquear.
c) O jogador líbero não pode atacar nem bloquear.
d) A substituição do jogador líbero conta como uma das 06 substituições possíveis.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

7) O jogo de voleibol é disputado em sets, tendo como um limite de 05 sets. Sobre os


sets, marque a opção incorreta:

a) A equipe vencedora é aquela que vencer 03 sets.


b) Nos 04 primeiros sets a equipe precisa fazer no mínimo 25 pontos para vencer, e
precisa de uma vantagem de no mínimo 02 pontos sobre o adversário.
c) O quinto set é disputado em 21 pontos.
d) O intervalo entre os sets duram 03 minutos.
e) Cada set tem um tempo limite de 20 minutos cronometrados.
79

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