Mapas Mentais em Antibióticos - Trecho
Mapas Mentais em Antibióticos - Trecho
Mapas Mentais em Antibióticos - Trecho
MENTAIS EM
ANTIBIÓTICOS
COORDENADOR E AUTOR
Herivaldo Ferreira da Silva
ORGANIZADORES E AUTORES:
Francisco Eliezio Tomaz Filho - Deivide de Sousa Oliveira
Renato Soares Gadelha
AUTORES
Ana Flávia de Holanda Veloso - Dalila Uchôa Sousa - Daniel Girão Britto
Edite Carvalho Machado - Gabriel Moura Frota - Gisele Nogueira Bezerra
Gabriel Pinheiro Martins de Almeida e Souza - Hannah Parente Auad
Isabelle Lima Pontes - Lucas Lessa de Sousa - Mateus Cordeiro Batista Furtuna Silva
Paulo Esrom Moreira Catarina - Tereza Amanda Bezerra Batista
MAPAS
MENTAIS EM
ANTIBIÓTICOS
COORDENADOR E AUTOR
Herivaldo Ferreira da Silva
ORGANIZADORES E AUTORES:
Francisco Eliezio Tomaz Filho - Deivide de Sousa Oliveira
Renato Soares Gadelha
AUTORES
Ana Flávia de Holanda Veloso - Dalila Uchôa Sousa - Daniel Girão Britto
Edite Carvalho Machado - Gabriel Moura Frota - Gisele Nogueira Bezerra
Gabriel Pinheiro Martins de Almeida e Souza - Hannah Parente Auad
Isabelle Lima Pontes - Lucas Lessa de Sousa - Mateus Cordeiro Batista Furtuna Silva
Paulo Esrom Moreira Catarina - Tereza Amanda Bezerra Batista
COORDENADOR E ORGANIZADORES
Desde a primeira célula que nasceu da sopa inicial da vida na Terra, muito apren-
demos sobre os fantásticos e ubíquos micro-organismos. A percepção do potencial
patogênico desses seres foi um dos grandes passos no desenvolvimento da Ciên-
cia. Deixamos de acreditar em humores, em influências espirituais, castigos divi-
nos e perturbações demoníacas. Nesse contexto, a relação entre bactérias e outros
germes microscópicos e as doenças humanas foi uma revolução nunca antes vista.
O surgimento de substâncias capazes de controlar o crescimento de bactérias,
inicialmente através da antibiose de fungos contaminantes, foi o passo primordial
para proporcionar controle e cura de doenças até então fatais, como endocardite
infecciosa, sífilis, erisipela, celulite, tuberculose, etc. A popularização e até mesmo
banalização dos conceitos microbiológicos invadiram a vida social das pessoas,
o mundo comum. Todos temos mães ou avós, ou até mesmo aquela professora
da escola, que nos mandam retirar da boca objetos que estavam outrora no solo
contaminado por “micróbios”.
Quando Darwin propôs a poesia da evolução, vociferou que o mais adaptado
ao ambiente seria o mais evoluído, com melhores chances de permanecer. A vida
é uma luta diária pela continuidade, pela perpetuação das espécies. Egocentrica-
mente, nós, os humanos, entendemo-nos como seres mais adaptados, mais ap-
tos, mais evoluídos. Ledo engano! Esse mundo é das bactérias!
Por onde quer que possamos olhar, tocar, andar e respirar, em todos os lugares
há bactérias. No mais profundo solo oceânico, voando pelos ares do nosso céu, lá
há de haver bactérias.
Muitas vezes nós e as bactérias estamos do mesmo lado, na indústria alimentí-
cia, na produção de bebidas, roupas e no nosso organismo. Quando essa relação
não é harmônica, nascem as doenças infecciosas. Com isso em vista, é importante
que o médico esteja apto para enfrentar esses pequenos e ardilosos inimigos.
As mais importantes armas contra os patógenos infecciosos são o entendi-
mento de sua biologia e ecologia; dos medicamentos que podem ser utilizados e
sua adequada indicação. Vivemos a ascenção de cepas cada vez mais resistentes
de bactérias, muito pela incapacidade de assimilação das armas citadas.
Esse livro se propõe a facilitar a compreensão dos principais medicamentos
com atividade antimicrobiana e antifúngica da prática médica. Ressaltamos a im-
portância de se apoderar das fermamentas farmacológicas utilizáveis no contex-
to de infecções, pela melhor acurácia na indicação, melhor cobertura e desconti-
nuamento precoce.
Deivide de Sousa Oliveira
– Residente de Hematologia e Hemoterapia do Hospital Universitário Walter Cantídio
– Residência em Clínica Médica pelo Hospital Geral César Cals de Oliveira
SUMÁRIO
19
Bloqueio da síntese de ácidos nucleicos
Os antibióticos que atuam na síntese dos derivados do ácido fólico são as sul-
fonamidas e as diaminopirimidinas, representadas pela trimetoprima e pirimeta-
mina. Geralmente usadas em associação.
20
MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
22
CAPÍTULO
Resistência bacteriana
Francisco Eliézio Tomaz Filho
2
A resistência bacteriana é um fenômeno que remete à introdução dos primei-
ros antimicrobianos na prática clínica. Contudo, a cada ano se torna mais relevan-
te, à medida que surgem novas cepas resistentes aos medicamentos disponíveis,
afetando diretamente o uso terapêutico dessas drogas, bem como o desfecho
associado às infecções causadas por essas bactérias.
As bactérias possuem diversos mecanismos de resistência a ação dos antibió-
ticos. Os principais são:
• Inativação enzimática: penicilinases, betalactamases e carbapenemases
são exemplos de enzimas produzidas por bactérias para inativar antimi-
crobianos. Enzimas modificadoras de aminoglicosídeos também estão
envolvidas na inibição de antibióticos;
• Alterações do sítio de ligação: modificação do local de ação do antibió-
tico, tornando o microrganismo resistente, como ocorre na alteração da
proteína girase do DNA e alvo das quinolonas;
• Alterações no sistema de transporte celular/porinas: ocorre modificação
qualitativa ou quantitativa nos canais de entrada de antibióticos, espe-
cialmente em bactérias Gram-negativas;
• Bomba de fluxo: retira a droga de dentro da célula ativamente, impedindo
que atue sobre o microrganismo, como ocorre com bacilos Gram-negati-
vos resistentes às tetraciclinas.
23
• Transdução: transferência de material genético mediada por bacteriófa-
gos;
• Conjugação: transferência de material genético plasmidial após contato
entre células bacterianas; ou por fímbrias sexuais.
• Transposição: por meio de transpósons, há a transferências de pequenos
fragmentos de DNA plasmidial ou não plasmidial.
24
MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
26
CAPÍTULO
Penicilinas naturais
Mateus Cordeiro Batista Furtuna Silva
3
As penicilinas são antibióticos beta-lactâmicos, divididas em naturais ou sinté-
ticas, existindo dois tipos de penicilinas naturais: a benzilpenicilina ou penicilina
G e a penicilina V. Sendo ambas produzidas a partir do fungo Penicillium chryso-
genum, tendo a penicilina G sido descoberta por Alexander Fleming, em 1928.
Seu mecanismo de ação é a inibição das proteínas ligadoras de penicilina,
ocorrendo lise celular, caracterizando, assim, a ação bactericida desses antibió-
ticos. A penicilina G pode se apresentar na forma cristalina, mantendo os níveis
terapêuticos por 4h; forma procaína que pode manter nível por 12-24h; forma
benzatina que pode manter nível por até 21 dias.
O espectro antimicrobiano inclui estreptococos beta-hemolíticos do grupo A
de Lancefield, estreptococos do grupo Viridans, pneumococos, enterococos, me-
ningococo, Clostridium spp., actinomicose, sífilis e leptospirose. Quanto à farma-
cocinética, a penicilina G não é bem absorvida por via oral, sendo administrada
por via parenteral.
A penicilina cristalina é a única das penicilinas que pode ser administrada por
via intravenosa. Os tipos benzatina e procaína são preferíveis em infecções le-
ves ou moderadas, sendo de uso intramuscular. Possuem boa distribuição para a
maioria dos tecidos, mas não penetram bem ossos e líquor. Porém, em situações
de inflamação, conseguem atingir bons níveis nesses tecidos.
A ligação a proteínas plasmáticas é de 50%, permitindo que a maior parte da
droga esteja na forma ativa. A excreção se dá por via renal. A eficácia das penici-
linas é diretamente relacionada ao tempo em que a concentração plasmática da
porção livre da droga permanece acima da concentração inibitória mínima (MIC).
Apesar de ter perdido espaço no tratamento de muitas infecções pela resistência
às penicilinas, pode-se utilizar atualmente no tratamento de sífilis, meningite me-
ningocócica, profilaxia de erisipela de repetição, dentre outras.
Incluem efeitos colaterais bastante conhecidos, as reações no local da injeção
IM (dor, flebite), reações de hipersensibilidade e anafilaxia. É importante atentar,
nesses casos, para reações cruzadas com outros beta-lactâmicos.
A penicilina V possui espectro de ação similar aos das formas benzatina e pro-
caína, diferindo pela forma oral de administração.
27
MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
1. BALL, A. P.; GRAY, J. A.; MURDOCH, J. Mcm.. The Natural Penicillins —Benzyl-
penicillin (Penicillin G) and Phenoxymethylpenicillin (Penicillin V). Antibac-
terial Drugs Today, [s.l.], p.6-18, 1978. Springer Netherlands. http://dx.doi.
org/10.1007/978-94-011-8004-7_3.
2. BARKER, Charlotte I; GERMOVSEK, Eva; SHARLAND, Mike. What do I needto
know about penicillin antibiotics? Archives Of Disease In Childhood - Edu-
cation & Practice Edition, [s.l.], v. 102, n. 1, p.44-50, 13 jul. 2016. BMJ. http://
dx.doi.org/10.1136/archdischild-2015-309068.
3. SALOMÃO, Reinaldo. Infectologia: bases clínicas e tratamento. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. 598 p.
4. VERONESI, Ricardo; FOCACCIA, Roberto - Tratado de Infectologia - 2 Volumes
- 4ª Edição, Editora Atheneu, 2010.
29
CAPÍTULO
Amoxicilina
Gabriel Moura Frota
4
A amoxicilina é uma aminopenicilina, fazendo parte do grupo dos β-lactâmi-
cos. Esses fármacos têm ação bactericida, já que eles se fixam às proteínas ligado-
ras de penicilina, e inibem, assim, a síntese da parede celular. Possuem ação, prin-
cipalmente, contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, excetuando-se
aquelas que expressam β-lactamases. Utiliza-se a amoxicilina associada ao ácido
clavulânico com intuito de aumentar o espectro de cobertura contra bactérias
produtoras dessas enzimas.
A administração é principalmente por via oral, uma vez que possui uma exce-
lente absorção pelo trato gastrointestinal quando comparada à ampicilina. Con-
tudo, no tratamento de meningoencefalites, ainda é preferível a ampicilina, pois
as concentrações liquóricas atingidas pela amoxicilina são inferiores. Apresenta
meia-vida de 60 minutos, mas, devido ao seu potencial de produzir níveis séricos
mais elevados, ela se torna capaz de manter os efeitos terapêuticos por 8, ou até
12 horas. A eliminação se faz, principalmente, pela via urinária, por meio da secre-
ção tubular e somente 5% são eliminados pela bile.
A amoxicilina tem boa ação contra Streptococcus pneumoniae, S. pyogenes e
algumas espécies de estafilococos, sendo, desse modo, indicada no tratamento de
infecções que acometem tanto o trato respiratório superior (sinusite, faringite, oti-
te), quanto do trato respiratório inferior, além de ser usada em casos de infecções
cutâneas, como na erisipela, a qual é causada, frequentemente, pelo S. pyogenes.
Esse fármaco também é utilizado no tratamento de infecções do trato urinário de-
vido a sua ação contra Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Enterococcus faecalis,
Proteus mirabilis. Embora tenha eficácia não universalmente aceita, a amoxicilina é
usada no tratamento da Chlamydia spp. e Mycoplasma pneumoniae.
A dose é geralmente de 20 a 40 mg/kg/dia, sendo a dose em adultos 1,5 g/dia,
fracionando-se de 8 em 8 horas. Esse valor pode ser alterado para 12 em 12 horas
em infecções respiratórias em adultos, geralmente na dose de 500 mg de 8/8h
ou 1 g de 12/12h. Entre os mais frequentes efeitos adversos, destacam-se as rea-
ções de hipersensibilidade (exantema, eritema, rash, eosinofilia, febre e prurido),
gastrointestinais (alteração do paladar, pirose, diarreia, náusea e dor abdominal),
neurológicas (cefaleia) e micose vulvovaginal.
31
MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
1. https://www.drugs.com/pro/amoxicillin.html
2. Walter Tavares; Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico; 3ª ed., Editora
Atheneu, São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, 2015.
3. Revisão sobre antibióticos da Escola de Medicina de Standford.
http://errolozdalga.com/medicine/pages/OtherPages/AntibioticReview.Cha-
nuRhee.html
4. SALOMÃO, Reinaldo. Infectologia: bases clínicas e tratamento. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. 598 p.
5. VERONESI, Ricardo; FOCACCIA, Roberto - Tratado de Infectologia - 2 Volumes
- 4ª Edição, Editora Atheneu, 2010.
33