Desenvolvimento Psicomotor
Desenvolvimento Psicomotor
Desenvolvimento Psicomotor
ABSTRACT
The present study had objective to evaluate the psychomotor profile of children 4-6 years in
kindergarten in a private school. A field survey of aspect quantitative and comparative analysis, the
st
sample consisted of 13 children of the 1st, 2nd period and 1 grade of kindergarten, of both genders.
For the analysis of motor development of children, so an evaluation form for each motor skill from
the Sequence central Skills Development proposed by Gallahue and Ozmun (2005). Each
fundamental movement was assessed and rated in initial, elementary or mature stage. The Statistical
analysis was done using SPSS version 18.0 to calculate frequencies and percentages. The tests
performed before practice Physical Education it was found that most children found in the early stage
of fundamental motor skills , since the body whorl skills , long jump , bowling ball , shot from above
and kick found a percentage above 50 % of children in the early stages. With tests conducted after the
practice of Physical Education, for two months, it was found that the practice of physical activity,
most of the initial level rose for the elementary level, and in the body whorl skills, balance on one
foot, long jump, ball roll, pitch shot went over and found a percentage above 50 % of children at the
elementary stage. It was proved that among the skills assessed, the participants of this study had
advancement of stabilizing, locomotors and manipulative motors skills.
1
Licenciada em Educação Física e Pós- graduada em Esporte, Fitnes e Saúde pela Faculdade de Educação São Francisco
- FAESF
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
1. INTRODUÇÃO
43 motoras fundamentais, as quais servem de base para o desenvolvimento das habilidades motoras
especializadas que o indivíduo utilizará nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas
(Gallahue e Ozmun 2005).
Gallahue e Ozmun (2005) destacam que a fase das habilidades motoras fundamentais se
estende dos dois aos sete anos de idade e é composta por três estágios de desenvolvimento das
habilidades motoras: estágio inicial, caracterizado pelas primeiras tentativas da criança de realizar
uma habilidade motora fundamental, no qual os movimentos são realizados com o uso exagerado do
corpo; estágio elementar, no qual os movimentos fundamentais envolvem maior controle e
coordenação rítmica, mas ainda são restritos e exagerados; e estágio maduro, caracterizado por
movimentos eficientes, coordenados e controlados.
É importante destacar que nem todos os indivíduos atingem o estágio maduro em todas as
habilidades motoras fundamentais, pois “a aquisição de novas habilidades está diretamente
relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros
seres humanos do seu grupo social” (SOARES; ALMEIDA, 2006, p. 1).
Dessa forma, faz-se necessário trabalhar a psicomotricidade desde os primeiros anos na vida
escolar, possibilitando as crianças de arriscar, errar, criar e experimentar atividades para adquirir
conhecimentos que complementarão suas aprendizagens e habilidades.
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
Diante da premissa o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil psicomotor da
criança de 4-6 anos no ensino infantil em escola particular.
METODOLOGIA
No trabalho foi abordada uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa e análise
comparativa. Segundo Richardson (1989), o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da
quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através
de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.
A análise comparativa é o que “estabelece procedimentos de comparação entre elementos, para
evidenciar lhes as semelhanças e/ou diferenças.” (OLIVEIRA NETTO, 2006, p.17).
A pesquisa aconteceu na Escola Evangélica Presbiteriana, sendo esta, da rede particular de
ensino, localizada no Município de Lima Campos, Maranhão. Foi realizada do dia 15 de Agosto a 15
de Outubro, utilizando um dia semanal, sexta- feira, sendo 45min o tempo para a aplicação dos testes
para cada faixa etária nos horário de 09h30min às 11h00. A avaliação ocorreu em dois momentos, à
primeira em agosto com a amostra selecionada e a segunda no final do mês de outubro, para assim
51 estabelecer a comparação dos indivíduos sorteados.
A amostra foi composta de 13 crianças do 1º, 2º período e 1º ano do Ensino Infantil, de
ambos os gêneros, com idade entre 4-6 anos, que foram selecionadas a partir da ordem alfabética
da chamada. Após a coleta e revisões dos dados, eles foram organizados, classificados e
armazenados em banco construído no programa MICROSOFT OFFICE EXCEL 2007, para
análise descritiva e estatística dos dados, distribuídos em tabelas e gráficos. O Tratamento
estatístico foi feito através do programa SPSS versão 18.0, para calcular frequências e valores
percentuais.
Os critérios de inclusão foram:
* Crianças com idade de 4 a 6 anos de idade;
* Crianças que estudem no 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil da Escola Evangélica
Presbiteriana, em Lima Campos – MA;
* Crianças que os pais ou responsáveis concordem com a participação da mesma na pesquisa;
* Crianças que não tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes
propostos.
Como critérios de exclusão foram estabelecidos:
* Crianças que não tenham idade entre 4 a 6 anos de idade;
* Crianças que não façam parte do 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil;
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
* Crianças que os pais ou responsáveis não concordem com a participação da mesma na pesquisa;
* Crianças que tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes.
Protocolo de Pesquisa
O primeiro foi à assinatura do Termo de Consentimento pelos pais ou responsável da
criança
Na segunda fase, ocorreu a aplicação de um questionário para traçar o perfil do
educador, em seguida à observação do comportamento motor e emocional através do exame de
atividade espontânea, onde a criança pôde se expressar espontaneamente, sendo assim verdadeira
em seus atos e atitudes. E por fim aplicação de testes para Habilidades Motoras Fundamentais -
Desenvolvimento Motor de Gallahue (2005). Os testes aplicados foram:
53 RESULTADOS E DISCUSSÃO
54
Rolamento de 53,6 38,7 7,7 0
Bola
A tabela 2, de testes realizados após a prática de Educação Física, durante dois meses,
aponta o desenvolvimento de crianças em cada estágio de desenvolvimento das habilidades motoras
fundamentais.
Verificou-se que a maioria das crianças progrediu do estágio inicial para o estágio
elementar ou estágio maduro, das habilidades motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades
estabilizadoras Equilíbrio em um pé só; Rolamento do corpo; Caminhada direcionada, os resultados
apontam que mais de 60% evoluíram do estágio inicial, para o estágio elementar e/ou maduro, pode-
se afirmar que os participantes obtiveram resultados positivos nos testes acima apontados.
Quanto às habilidades manipulativas, Rolamento da bola; Arremesso por cima; e Chute, é
notório a evolução das crianças do nível inicial para o elementar.
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
Nos estágios elementar e maduro os resultados apontam mais de 70% de resultados
significativos, dentre eles as habilidades locomotoras, Galope e deslizamento; Salto em distância; e
Corrida, onde os resultados mostram avanços, tanto do estágio inicial para o estágio elementar,
quanto do estágio elementar para o estágio maduro.
Gallahue e Ozmun (2005), afirmam que por volta dos quatro a cinco anos é possível que a
criança se encontre no estágio elementar, e por volta dos seis anos de idade, a criança encontre-se no
estágio maduro de desenvolvimento motor na maioria das habilidades motoras, assim pode-se
observar que as aulas de educação física proporcionaram resultados positivos nessas habilidades.
De acordo com o que foi avaliado e observado no presente estudo, foi possível observar
que na tabela 1 de testes, a maioria dos participantes se encontrou no estágio inicial. Durante as
aulas de educação física aplicadas na escola, foi possível perceber que o resultado inicial deu-se por
conta da falta de aulas de educação física na escola, e a inibição dos participantes no primeiro
contato com a experiência, ao decorrer das aulas de educação física, com aulas aplicadas de acordo
com as habilidades sugeridas, foram notórios os desenvolvimentos dessas habilidades. Esses
resultados vêm ao encontro da maioria dos estudos brasileiros feitos com crianças nessa faixa etária
55
INICIAL ELEMENTAR MADURO Não Realizou
TESTES (%) (%) (%) (%)
Giro Corporal 30,8 61,5 7,7 0
Equilíbrio em
um 0 53,6 46,4 0
só pé
Caminhada 0 23,1 76,9 0
Direcionada
Galope e 0 38,5 61,5 0
Deslizamento
Salto em
Distância 30,8 69,2 0 0
57
Fase de movimentos rudimentares
As primeiras formas de movimentos voluntários são os movimentos rudimentares,
observados no bebê desde o nascimento até, aproximadamente, a idade de 2 anos. Os movimentos
rudimentares são determinados pela maturação e caracterizam-se por uma sequência de aparecimento
altamente previsível. Esta sequência é resistente a alterações em condições normais. O ritmo em que
essas habilidades aparecem, porém varia de criança a criança e depende de fatores biológicos,
ambientais e da tarefa.
As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas de movimento
voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores,
como obter o controle da cabeça, do pescoço, e dos músculos do tronco; as tarefas manipulativas de
alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. A fase
de movimentos rudimentares do desenvolvimento pode ser dividida em dois estágios que representa
progressivamente ordens superiores de controle motor.
Estágio de inibição de reflexos: o estágio de inibição de reflexos da fase de movimentos
rudimentares inicia-se no nascimento. No nascimento, os reflexos dominam repertório de
movimentos do bebê. Dali em diante, entretanto, os movimentos do bebê são crescentemente
influenciados pelo córtex em desenvolvimento.
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
O desenvolvimento do córtex e a diminuição de certas restrições ambientais fazem com que
vários reflexos sejam inibidos e gradualmente desapareçam. Os reflexos primitivos e posturais são
substituídos por comportamentos motores voluntários.
No nível da inibição de reflexos, o movimento voluntário é precariamente diferenciado e
integrado porque o aparato neuromotor do bebê está ainda em estágio rudimentar de
desenvolvimento. Os movimentos, embora intencionais, parecem descontrolados e grosseiros. Se o
bebê deseja entrar em contato com um objeto, haverá atividade global da mão inteira, pulso, ombro e
até do tronco. O processo de movimentar a mão para o contato com o objeto, apesar de voluntário,
apresenta alta de controle.
Estágio de pré-controle: por volta de um ano de idade, as crianças começam a ter precisão e
controle maiores sobre seus movimentos. O processo de diferenciação entre os sistemas sensorial e
motor e a integração de informações motoras e perceptivas, em um todo mais significativo e
coerente, acontecem. O rápido desenvolvimento dos processos cognitivos superiores e dos processos
motores encoraja rápidos ganhos nas habilidades motoras rudimentares nesse estágio. No estágio de
58
pré-controle, as crianças aprendem a obter e a manter seu equilíbrio, a manipular objetos e a
locomover-se pelo ambiente com notável grau de proficiência e controle, considerando-se o curto
período que tiveram para desenvolver essas habilidades.
59 movimento, mas os padrões de movimento neste estágio são ainda geralmente restritos ou
exagerados, embora mais bem coordenados. Crianças de inteligência e funcionamento físico normais
tendem a avançar para o estagio elementar principalmente por meio de processo de maturação a
observação de crianças de 3 ou 4 anos de idade revela inúmeros movimentos fundamentais no estagio
elementar. Muitos indivíduos, tanto adultos como crianças, vão além do estagio elementar em muitos
padrões de movimento.
Estágio maduro: o estágio maduro na fase de movimentos fundamentais é caracterizado por
desempenhos mecanicamente eficientes, ordenados e controlados. A maioria dos dados disponíveis
sobre a aquisição de habilidades motoras fundamentais sugere que as crianças podem e devem atingir
o estágio maduro aos 5 ou 6 ano de idade.
As habilidades manipulativas que requerem acompanhamento e intercepção de objetos em
movimento (apanhar, derrubar, rebater) desenvolvem-se um pouco mais tarde, em função das
exigências visuais e motoras sofisticadas dessas tarefas. Até mesmo a observação casual movimentos
de crianças e de adultos revela que muitos deles não desenvolveram suas habilidades motoras
fundamentais até o nível maduro. Embora algumas crianças possam atingir esses estágios
basicamente pela maturação e com um mínimo de influências ambientais, a grande maioria precisa de
oportunidades para a prática, o encorajamento e a instrução em um ambiente que promova o
aprendizado.
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
Fatores ambientais
Ao longo de vários anos passados, consideráveis questionamentos e pesquisas tem se
concentrado no período pré-natal e no início da infância. Na medida em que estes influenciam o
funcionamento subsequente das crianças em função da grande dependência dos bebês humanos de
seus protetores e por ser um período longo de inúmeros cuidados paternos e maternos influenciam o
desenvolvimento posterior da criança.
Portanto, o ambiente em que o a criança vive pode dar diferentes formatos ou moldar
aspectos do seu comportamento motor. O ambiente positivo age como facilitador do
desenvolvimento normal, pois possibilita a exploração e interação com o meio.
Graminha (1997, p. 10) a influência do ambiente na aquisição de habilidades motoras em
crianças pré-escolares, foi observada que o desenvolvimento de crianças saudáveis sofreu influências
negativas dos fatores de risco ambientais, tais como a utilização de brinquedos inadequados para a
faixa etária e a falta de orientação pedagógica em creches públicas. Gallahue, (2005, p. 81); afirma
que:
63 Uma pesquisa feita por Dennis (1960) examinou bebês criados em três instituições separadas
no Irã. Descobriu-se que os bebês em duas instituições estavam gradativamente atrasados em
seu desenvolvimento motor. Na terceira instituição havia pouco retardo motor. A
discrepância levou Dennis a pesquisar os estilos de vida das crianças em cada instituição. Os
resultados a quietude ambiental e a ausência geral de oportunidade motora ou de experiência
foram as causa do retardo motor nas duas primeiras instituição.
Entretanto, quando se procurou verificar que outros fatores de risco, além do biológico,
apareceram na vida das crianças, o que se encontrou foi que 36% haviam sido expostas a fatores do
contexto ambiental tais como bebê não desejado, dificuldades financeiras da família, gestação na
adolescência, criança adotada, insegurança e/ou inconsistência dos pais, superproteção,
indiferença/rejeição, agressividade e depreciação.
64
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO DA
PSICOMOTRICIDADE
Estudos relacionados ao desenvolvimento motor não apresentavam grande expressão na área
da Educação Física até a década de 1970, no entanto o aumento do volume e da qualidade das
pesquisas durante as décadas de 1980 e 1990 fez do desenvolvimento motor uma área legítima de
pesquisa científica, com grande destaque internacional nos dias atuais (GALLAHUE; OZMUN,
2005).
Segundo Haywood apud Marques (1995) o ser humano adquire habilidades motoras
progredindo de movimentos simples e desorganizados, para execuções altamente organizadas e
complexas.
Keogh apud Marques (1995) comentou que este processo sequencial é caracterizado por um
conjunto de mudanças no padrão fundamental de movimento, ocasionando uma maior capacidade de
controlar os movimentos. Neto (1984) enfatiza que toda criança possui uma enorme necessidade de
se movimentar, e é da qualidade do seu comportamento motor que depende o seu processo de
desenvolvimento. Jersild apud Tani, Manoel, Kokunbun et al. (1988) comenta que é principalmente
por meio do desenvolvimento motor que a criança deixa de ser uma criatura frágil de primeira
infância, para se tornar uma pessoa livre e independente do auxílio alheio.
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
66 harmônico, trabalhando corpo e mente, dando-lhe espaço para que se desenvolva na área motora e
consequentemente na cognitiva, social e emocional. Assim, para que o trabalho do profissional de
Educação Física possa contribuir com a efetivação do processo de ensino e aprendizagem, devem-se
ampliar as dimensões do comportamento da criança, levando em conta seus interesses e necessidades
para que então haja o desenvolvimento psicomotor.
Para Gallahue; Ozmun (2005) as diferenças entre crianças, fazem lembrar o princípio
da individualidade de todo aprendizado. A sequência de progressão o longo dos estágios inicial,
elementar e maduro é a mesma para a maioria das crianças. O ritmo, entretanto variará, dependendo
tanto dos fatores ambientais, como dos fatores hereditários.
67 de ensino-aprendizagem, pois ela terá contato com diferentes pessoas, costumes, a um diferente
espaço físico no qual elas não estão acostumadas. Professor deve saber quais as mudanças que
ocorrem nessa fase, tanto no intelectual, quanto no físico, como também no comportamento. Assim
será possível oferecer à criança atividades que desenvolvam o desenvolvimento total de suas
habilidades fundamentais, podendo assim ser trabalhado o lúdico, o movimento e a corporeidade.
(Flinchum 1982, Harrow 1983, Tani 1988, Gallahue 1989 e Eckert 1993). Para que estas
habilidades sejam desenvolvidas é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenha-las.
O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois, é através da
execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os
outros, apreendendo sobre si, seus limites, capacidades e solucionando problemas. Os professores de
educação física devem se preocupar em adaptar como foco principal na educação física pré-escolar e
series iniciais os trabalhos que desenvolva as habilidades fundamentais. Vale ressaltar que o não
desenvolvimento dessas habilidades básicas, inicial, elementar e maduro, não se terá um bom
desenvolvimento nas habilidades especializadas.
Entretanto, em um processo educacional, a relação entre professores e alunos deve ser uma
relação dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não
deixam de serem pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o professor pode manipular
jogar e de lado para outro. Afirma Piletti que:
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
Com esse tipo de relação em sala de aula, em quanto o professor ensina também aprende, e
enquanto aprende também ensina. O professor ouve os alunos, respeita seu ponto de vista; desta
forma, o professor deixará de ser mero instrutor ou treinador para transformar-se em educador.
A aprendizagem é um processo continuou, que dura toda a vida. Só crescemos e nos
desenvolvemos na medida em que estivermos dispostos a modificar nossas crenças, nossas
convicções. Se nos apegarmos as nossas ideias, sem disposição para discuti-las e para modifica-las,
permaneceremos parados no tempo, ou melhor, caminharemos para trás. (PILETTI, 1995, p. 80).
Um aluno se aproxima do professor quando se sente seguro e sente que essa aproximação é
agradável, e o professor se aproxima dos alunos juntos aos quais se sente bem. Professor não é
neutro, sem sentimentos, frio e distantes. É uma pessoa e, como tal, tem sentimentos, simpatias,
antipatias, amor, ódio, medo, timidez, etc.
68 Sabe-se que o professor desempenha um papel muito importante na vida escolar de seus
discentes, mas, que é preciso e necessário haver uma mudança em relação a forma de transmitir os
conhecimentos. O professor deve procurar melhorar e adequar o seu método de ensino-aprendizagem.
Um professor de educação física precisa motivar seus alunos a participar ativamente das
atividades propostas, no entanto, é necessário primeiramente “quebrar o gelo”, pois muitos, por
timidez ou falta de ambiente, ficam de lado e não participam. Utilizar joguinhos, brincadeiras, cantos
que tenham a função de criar um clima de descontração e alegria é uma ótima maneira de estimular a
socialização, afirma (Ferreira, 2003).
Cabe também ao professor avaliar as atitudes dos alunos, assessorado de informação com
base cientificas e completas, de como agem e se comportam na faixa etária trabalhada, de acordo
com suas características pessoais, biológicas e psicomotoras.
O aluno é reflexo de sua experiência no lar. Pode ser independente ou não, rítmico ou
arrítmico; e o professor deve estar preparado para atender a todos e a cada um, proporcionando-lhe
“crescer”.
O professor bem informado equilibrará as atividades de modo que, ao mesmo tempo,
despertem alegria e interesse, que contenham qualidades educativas para que, ao final da ação, o
aluno tenha adquirido experiência e habilidades, conscientização de possibilidade e valorização da
vitória nas atividades encontradas. (Ferreira, 2003).
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS
INTERDISCIPLINARES – REBAI
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017
CONCLUSÃO
Nos resultados obtidos após o período da aula de educação física na escola, verificou-se que
as aulas no ensino infantil contribuíram para um desenvolvimento satisfatório, no tempo que condiz
com cada faixa etária, onde consequentemente irá reduzir os níveis de dificuldades de aprendizado
nas habilidades especializadas.
São poucos os estudos no cenário científico brasileiro que relacionam as aulas de educação
física no ensino infantil como fator importante para o desenvolvimento motor infantil.
Desse modo, mostra-se necessário que sejam desenvolvidos mais estudos sobre esse tema
para que se estabeleçam mais parâmetros sobre a contribuição da iniciação das aulas de educação
física na educação inicial para o desenvolvimento motor infantil. Espera-se também que o presente
estudo contribua com os profissionais de Licenciatura em Educação Física, mostrando que a aula de
educação física na educação infantil é importante para o desenvolvimento motor, contribuindo para
que as habilidades motoras especializadas sejam desenvolvidas com sucesso, desde que os mesmo
sejam respeitados o nível de desenvolvimento, a faixa etária, os interesses e as necessidades de cada
criança.
70 REFERÊNCIAS
Braga, R.K., Krebs, R.J., Valentini, N.C., & Tkac, C.M. (2009). A influência de um programa de
intervenção motora no desempenho das habilidades locomotoras de crianças com idade entre 6
e 7 anos. Revista da Educação Física/UEM, 20(2), 171-181
Cotrim, J.R., Lemos, A.G., Néri Jr., J.E., & Barela, J.A. (2011). Desenvolvimento de habilidades
motoras fundamentais em crianças com diferentes contextos escolares. Revista de Educação
Física/UEM, 22(4), 523-533.
FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos fatores
psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1999.
FERREIRA, Vanja. Educação Física: Educação, Jogos e Desporto. São Paulo: Sprint, 2003.
GRAMINHA SSV & MARTINS MA de O. Condições adversas na vida de crianças com atraso
no desenvolvimento. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 259-267 abr./jun. 1997.
Lemos, A.G., Avigo, E.L., & Barela, J.A. (2012). Physical Education in kindergarten promotes
fundamental motor skill development. Advances in Physical Education, 2(1), 17-21
71 Pang, A.W.-Y., & Fong, D. T.-P. (2009). Fundamental motor skill proficiency of Hong Kong
children aged 6-9 years. Research in Sports Medicine, 17, 125-144
PILETTI, NELSON; Psicologia da educação, Ed. ática, 13 ed. São Paulo: 1995.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989.
SOARES, A. S.; ALMEIDA, M. C. R. Nível maturacional dos padrões motores básicos do chutar e
impulsão vertical em crianças de 7/8 anos. Momentum – Revista Digital de Educação Física.
Ipatinga: Unileste/MG, V. 1, N. 1, ago/dez 2006.
____, G.; MANOEL, E.; KOKUBUN, E. PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar: Fundamentos
de uma abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: 2011.