Eziquio Barros - Mirante Da Balaiada - Folder

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Morro do Alecrim

Localização: Avenida General Sampaio, S/N, Morro do


Alecrim. Caxias, Maranhão.

Pós Graduação Lato Sensu – Preservação


e Restauro do patrimônio histórico
edificado – Online

Preservação e Proteção do Patrimônio Cultural

Profa. Dra. Márcia Tereza Campos Marques


Canhão remanescente do quartel, assentado na
Aluno: Eziquio Barros Neto praça ao lado das ruínas.

Fonte:

COUTINHO, Milson. Caxias das Aldeias Altas: subsídios para sua história. 2ª Ed. São Luís : Prefeitura
de Caxias, 2005.

LEITE FILHO, Deusdédit Carneiro. Pesquisa arqueológica nas ruinas do Morro do Alecrim, Caxias –
Maranhão. Relatório Final. Processo IPHAN, nº 01494 000261/97-00. São Luís, 1999.

Acervo Digital IPHAN.

Ruínas
Arquivo pessoal Eziquio Barros Neto

Caxias, Maranhão – 2021


Da esquerda para a direita: Major Fidié; Duque de Caxias; Planta Baixa do projeto do Quartel
Militar. Registros das ruinas na década de 1950 – IPHAN. Abaixo: Entorno das ruinas, 1980 e
na década de 1990, com parte do piso soterrada. Painel em xilografura da artista Tita Rêgo,
sobre a Balaiada.

Local de Memória Reformas e


O Morro do Alecrim, ponto mais elevado da área central da cidade de Caxias, é um importante
local de memória para a história nacional pois foi palco de dois momentos importantes da abandono
história do Brasil: a independência e a Balaiada. Por ser a segunda cidade mais importante da
Provincia do Maranhão, no séc. XIX, a então Vila de Caxias foi ocupada pelo Major Fidié, militar Devida a péssimas condições, o quartel passou
português que se pretendia manter a região como Colônia da Coroa Portuguesa. Assim, foi por uma reforma em 1873, recebendo
erguido um quartel para abrigar as tropas, onde criou-se um foco de resistência. No dia 01 de melhoramentos internos. Com as dificuldades
agosto de 1823, exercito brasileiro tomou a área e prendeu o português, declarando a adesão da encontradas nas década seguintes devido a
cidade ao Império do Brasil. O poeta Antônio Gonçalves Dias, em homenagem aos heróis locomoção e abastecimento de água, o quartel
revolucionários, dedicou um poema ao Capitão João da Costa Alecrim, onde o morro recebeu seu deixou de receber melhoramentos até que no
nome. Anos depois, a cidade foi palco novamente de outra revolta, a Balaiada (1838-41), onde inicio do século XX, o corpo militar mudou-se
com a vinda de Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, a cidade foi novamente para a área central deixando o local
libertada. abandonado.

Quartel Militar Com isso, ocorreu o arruinamento do local. Na década de


1970, com a expansão da cidade, em seu entorno foi
construído um conjunto habitacional, praça e quadra de
Presenciando a potencialidade do local pela vista privilegiada da região, Duque de Caxias
esporte, levando uma ocupação para esta parte da cidade.
ordenou a construção de um quartel militar para abrigar as tropas da policia e Exército,
Parte das ruinas foram cercadas com madeira e dois canhoes
onde foi erguido em 1840, uma edificação térrea em estilo português medindo 27m de
assentados na nova praça. Com a criação do Centro Histórico,
comprimento por 17m de largura e com acomodação para 100 praças. O quartel continha:
pelo Decreto nº 11.681/1990, o local foi inserido neste
alpendre, 8 salas de frente e fundo, dependências para serviços, pátio interno, calabouço e
tombamento. Em 2018, seu entorno foi definido como Zona de
era coberto de telhas cerâmicas e piso em assoalho. Esse foi o 2º quartel construído no
Proteção Histórica 1, pela Prefeitura Municipal, definido
Maranhão, sendo o 1º o de Campo de Ourique, São Luís, demolido na década de 1930.
parâmetros de uso do solo de seu entorno.
Intervenção
Na década de 1990, com a proposta de recuperar o espaço urbano que estava abandonado e
valorizar o patrimônio histórico local, resolveu-se reconstruir o antigo quartel militar e
revitalizar seu entorno. A proposta era usar o espaço reconstruído como Centro de
Documentação e Museu Arqueológico. Assim, em 1998, a Secretaria Municipal de Cultura, com
colaboração do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão e
com recursos financeiros do Ministério Público Federal, iniciaram uma prospecção arqueológica
da área, estando a frente o arqueólogo Deusdédit Carneiro Leite Filho. Foi descoberto o piso
original em ladrilho de barro que estava soterrado, além de peças de artilharia, louças, objetos
de uso pessoal, moedas entre outros objetos de uso militar.
Ao tempo que eram coletados
estudos e descobertas as
peças, com as pedras locais
começaram a serem erguidas
as estruturas do quartel, Ao lado, resultado da prospecção realizada em 1998. Abaixo, Memorial da Balaiada e acervo encontrado na escavação. E o
segundo planta original entorno das ruínas, recendo nome de Mirante da Balaiada.
encontrada nos arquivos do
Ministério do Exército, no Rio
de Janeiro. Porém, por
questões politicas ocorridas um
ano depois, onde mudou-se o
Prefeito e toda sua equipe
técnica, não houve interesse
ou possibilidade da nova
administração seguir com o
projeto, sendo então
encerrado. Com isso, apenas
parte do quartel foi
reconstruída. Anos depois, com
nova administração do
Executivo Municipal, ao lado
das ruinas foi construído e
inaugurado em 2004, o
Memorial da Balaiada, que
guarda os objetos encontrados,
além de documentos e peças
históricas. Em 2018 o entorno
é totalmente revitalizado
recebendo nova urbanização, e
batizado como Mirante da
Balaiada.

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