Interbvencao Vineland
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PETURBAÇÃO DO ESPECTRO DE
AUTISMO
A Comunicação
Porto
2008/2009
Escola Superior de Educação Paula Frassinetti
Pós-Graduação em Educação Especial
PETURBAÇÃO DO ESPECTRO DE
AUTISMO
A Comunicação
Porto
2008/2009
―Embora me seja difícil comunicar ou compreender as subtilezas sociais, na realidade,
tenho algumas vantagens em comparação com os que tu chamas de ‗normais‘. Tenho
dificuldade em comunicar, mas não me costumo enganar. (...) Minha vida como autista
pode ser tão feliz e satisfatória como a tua vida ‗normal‘. Nessas vidas, podemos vir a nos
encontrar e a partilhar muitas experiências."Angel Rivière Gómez
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
ENQUADRAMENTO TEÓRICO ................................................................................... 3
I - PROBLEMÁTICA DO ESPECTRO DO AUTISMO ................................................. 4
1. DEFINIÇÃO CONCEPTUAL DO ESPECTRO DE AUTISMO ................................ 4
2. ETIOLOGIA ................................................................................................................. 6
Teorias Psicogénicas .................................................................................................... 6
Teorias Biológicas ........................................................................................................ 8
Teorias Psicológicas ................................................................................................... 10
Teorias Alternativas ................................................................................................... 11
Teorias de Coerência Central ..................................................................................... 13
3. CARACTERISTICAS DO ESPECTRO DE AUTISMO ........................................... 15
4. AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 17
Diagnóstico das Perturbações do Espectro de Autismo ............................................. 17
Diagnóstico Diferencial ............................................................................................. 19
II - COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 22
COMUNICAÇÃO E INTERACÇÃO ............................................................................ 22
ENQUADRAMENTO EMPÍRICO ................................................................................ 28
I - METODOLOGIA E TÉCNICAS UTILIZADAS ..................................................... 29
1. ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 29
2. CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE PEDAGÓGICA ...................................... 31
Caracterização do meio .............................................................................................. 33
Caracterização da instituição...................................................................................... 34
Caracterização da família/criança .............................................................................. 35
3. DETERMINAÇÃO DA PROBLEMÁTICA.............................................................. 36
4. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL ............................... 44
5. PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ........................................................ 51
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 56
ANEXOS ........................................................................................................................ 58
ÍNDICE DE FIGURAS E QUADROS:
Figura 1: Representação do “Modelo do Patamar Comum”…………………………...14
Figura 2: Modelo Ecológico do Desenvolvimento de Bronferbernner………………...32
ÍNDICE DE GRÁFICOS:
Gráfico 1: Perfil Psicoeducacional……………………………………………………..37
Gráfico 2: Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland……………………….38
Gráfico 3: Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths (2ª Avaliação)…………...39
Gráfico 4: Escala de Comportamento Adaptativo Vineland (2ª Avaliação)…………..40
―Não sei bem por onde hei-de começar Doutor; temos corrido tudo, e não temos a certeza
de nada; estamos muito baralhados. Estamos com medo por um lado, e por outro,
queremos saber tudo o que se passa com o nosso filho; mas alguns médicos não nos têm
informado o suficiente; disseram-nos até algumas vezes que, com o tempo, ele melhoraria;
se não falava ainda como os outros, que deixássemos então passar mais algum tempo. O
que é certo é que ele já tinha tido tempo de dizer mais coisas. Tudo começou, acho eu, por
volta dos dois anos, que foi quando notámos que se passava qualquer coisa; parece que
―parou‖, e deixou de ligar tanto às pessoas; falávamos com ele, chamávamos por ele, e
quase não nos ligava; nem ligava ao irmão; o irmão é diferente; corre, ri, brinca, faz as
maluqueiras próprias da idade. O J.(*) não fala como falava antes; chegou a dizer muitas
palavras: Mãe; pai; pápa; xixi, vó, ...e outras; agora só quando está zangado, quando quer
coisas, é que grita, mas não fala; chora! Está o dia todo a rasgar papéis ou a passar as
folhas de livros que não prestam e que lhe damos; pode passar horas assim. O que ele
gosta mais é de música; sabe ligar muito bem o rádio e até o gravador, e é capaz de pôr a
cassette que gosta e só aquela; se lhe tirarmos os livros ou as cassettes, é um problema.
Andamos nisto há já alguns anos e não sabemos o que havemos de fazer ou o que é que é
melhor para o nosso filho; apenas o Dr.(...), referiu que o problema dele era, ou poderia
estar relacionado com autismo; ficámos muitíssimo assustados, como pode calcular; a
partir daí, temos lido tudo o que encontramos, e achamos que o nosso filho deve ter esse
problema; mas estamos muito preocupados e confusos; depois na consulta do Dr.(...),
disseram-nos que podiamos vir à sua consulta...‖.
(Excerto do relato de uma mãe, retirado de registo de 1995, da casuística do autor / Consulta Externa de
Psicologia Clínica - Associação Portuguesa para Protecção aos Deficientes Autistas - Delegação Regional
de Lisboa - Centro Terapêutico da Junqueira).
PEA – A Comunicação
INTRODUÇÃO
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Andreia Oliveira 2
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ENQUADRAMENTO TEÓRICO
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1
Psiquiatra americano, estudou algumas crianças que se encontravam na sua unidade psiquiatra,
estas apresentavam comportamentos diferentes de todas as outras, com quem tinha contactado.
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2
Citado por Pereira (2006), ―Autismo, uma perturbação pervasiva do desenvolvimento‖
3
Citado por Pereira (2006), ―Autismo, uma perturbação pervasiva do desenvolvimento‖
Andreia Oliveira 5
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2. ETIOLOGIA
Teorias Psicogénicas
Primitivamente, Kanner (1943), considerou o autismo como uma perturbação do
desenvolvimento, constitucionalmente determinada, colocando a hipótese de uma
componente genética. Defendia que, ―devemos assumir que estas crianças nascem com
uma incapacidade inata para proceder, de uma forma biologicamente correcta ao
contacto afectivo com os outros, tal como as outras crianças nascem com outro tipo de
incapacidades físicas ou mentais.‖5
Mais tarde esta interpretação veio a mostrar-se correcta, contrariamente às
explicações que Kanner viria a defender mais tarde, baseando-se nas teorias
psicogénicas. O autor sugeriu que as perturbações da criança poderiam ser devidas às
características de frieza emocional, perfeccionismo e rigidez dos pais. Neste sentido, o
autismo seria uma perturbação emocional, atribuindo-se os défices cognitivos e
4
Marques (2000: 53), “Autismo: do conceito ao diagnóstico‖
5
Citado por Marques (2000:54)
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6
Citado por Marques (2000: 55)
Andreia Oliveira 7
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Teorias Biológicas
Investigações recentes, apontam para uma origem neurológica da perturbação.
Estudos realizados evidenciam uma teoria orgânica e defendem a ideia de que o autismo
ocorre associado a uma variedade de distúrbios biológicos (paralisia cerebral; rubéola;
meningite e epilepsia). Assim, o autismo resulta de uma perturbação em determinadas
áreas do sistema nervos central, afectando a linguagem, o desenvolvimento cognitivo e
intelectual, bem como a capacidade de estabelecer relações. Podemos então assegurar a
presença de um carácter multi-causal, ou seja, de perturbações biológicas diversas,
como causadoras do autismo.
Estudos Neurológicos
Nos últimos tempos, têm surgido novos estudos que estão relacionados com a
compreensão da base neurologia do autismo. Ocorreram avanços significativos na
localização e identificação da área cerebral afectada, graças a investigações no campo
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Estudos Neuroquímicos
Os estudos neuroquímicos têm-se se revelado inconclusivos. Todavia a
investigação continua, para encontrar uma outra explicação para a perturbação do
autismo.
Investigações bioquímicas ligadas ao autismo realçam o papel dos
neurotransmissores enquanto mediadores neuroquímicos, relacionado com as
contracções musculares e a actividade nervosa. ―O excesso ou défice de
neurotransmissores, assim como o desequilíbrio entre um par de medidores diferentes,
pode originar alterações de comportamento.‖ (Marques, 2000:66)
Estudos Imunológicos
Gillberg (1989) demonstrou que a sintomatologia autista pode resultar de uma
infecção viral intra-uterina. A rubéola gravídica tem sido considerada um factor
patogénico assim como a infecção pós-natal por herpes são quadros típicos de autismo.
Refere-se ainda a perturbação metabólica, como tendo uma relação com o
autismo.
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Teorias Psicológicas
Hermelin e O’Connor (1970), revelaram que a incapacidade de avaliar a ordem
e de reutilizar a informação é uma das deficiências mais específicas do autismo.
(Marques, 2000)
Ao portador do espectro do autismo não reconhecem dados novos, caso estes
não sejam apresentados tal como da primeira vez, isto é, não possuem uma
“representação mental anterior”, apresentam dificuldades generalizadas na
aprendizagem.
Em meados dos anos 80, surgiu uma nova teoria psicológica explicativa do
autismo, a “Teoria da Mente”, cujo os autores são Uta Frith, Alan Leslie e Simon
Cohen.
Esta teoria procurou identificar os défices sociais no autismo, como a falha no
mecanismo mental de “metacognição”, aquele que coordena o “pensar acerca do
pensamento”.
De acordo com esta teoria, os portadores de autismo apresentam uma falha ou
atraso do desenvolvimento da competência de comungar com o pensamento dos outros
indivíduos, isto é, estão limitadas de certas competências sociais comunicativas e
imaginativas. Todo isto implica uma incapacidade de auto-consciência e alterações a
nível das relações inter-pessoais. Este aspecto leva a que não compreendam um simples
gesto revelador do estado de espírito, (embaraço), mas identificam outros que
significam meros comportamentos (está quieto!, vem cá).
7
Mencionado por Marques (2000)
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Teorias Alternativas
Inúmeras pesquisas realizadas, salientam a possibilidade de outros factores
serem responsáveis pelos défices, para além do que se reporta à mentalização. Logo,
surgem outras teorias.
Modelo de Russel
Russel (1993) propôs uma teoria psicológica alternativa “com base na
incapacidade específica da criança para se desligar dos objectos‖, presentes no seu
campo perceptivo. A criança sente dificuldade em colocar de lado o observável e inovar
alternativa a essa situação.
O comportamento autista resultaria do controlo de um número limitado de
estímulos, contrariamente aos sujeitos ditos normais, levando por isso a que as suas
reacções fossem muito selectivas. O facto das diferentes situações de interacção social
obedecerem a estímulos complexos, variáveis e diferenciados, explica o comportamento
inter-relacional das crianças com autismo pela impossibilidade de controlar mais que
um número limitado de estímulos, desencadeando uma comunicação inter-relacional
especialmente selectiva, apenas em função de estímulos controlados.
A proposta de Bowler
Bowler 8(1992), comprova que no caso do autismo não é a mentalização em si
mesma que impossibilita a estes indivíduos de terem uma vida normal, mas outro
mecanismo que “perturba a aplicação do conhecimento existente”.
Este autor conclui que existe uma falha da capacidade para o uso espontâneo e
funcional de sistemas representacionais de nível mais elevado, aquilo que Bowler
chama de ―uma falha na utilização das competências existentes‖ ou no ―uso
espontâneo do sistema de representações por ordem superior‖.
8
Desenvolveu um estudo com 15 crianças com autismo de nível de funcionamento intelectual
elevado com diagnóstico de síndrome de Asperger, confirmou que este desempenhavam com sucesso as
tarefas de mentalização de primeira e segunda ordem.
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A função executiva
Em 1986 surgiu uma nova abordagem denominada de função executiva definida
como um conjunto de operações cognitivas desenvolvidas no córtex pré-frontal, que
contêm a planificação, a flexibilidade e a memória activa, aquando de uma resposta.
No autismo, perturbações deste nível vão conduzir a que o défice de
mentalização do outro como parte de um todo, traduzindo uma incapacidade global no
processamento de informação. Esta hipótese parte da existência de certas competências
de mentalização bem como ―de uma dificuldade de processamento adequado de um
conjunto de estímulos‖(Duncan; 1986)
Modelo de Hobson
Partindo da ideia de Kanner, que descreve o autismo com base na ausência de
contacto afectivo, surge uma outra conceptualização admitindo como factor etiológico
um défice primário na capacidade de relacionamento interpessoal, particularmente na
relação afectiva.
Hobson reconhece o défice de mentalização, mas afirma que existe um outro
mais abrangente, ao nível de um sistema complexo e mais profundo, que impossibilita a
criança de estabelecer uma intersubjectividade com aqueles que a rodeiam.
O autor admite que existe um défice inato, responsável pela incapacidade da
criança com autismo se envolver com os outros. Por esta razão as crianças não possuem
experiências sociais necessárias para o desenvolvimento das estruturas cognitivas
essenciais à compreensão social.
Assim, segundo Hobson, a incapacidade de compreensão e de reposta às
expressões afectivas do outro levam os portadores do espectro de autismo a não serem
sensíveis às necessárias experiências sociais, no primeiro ano de vida, “de forma a
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3. CARACTERISTICAS DO ESPECTRO DE
AUTISMO
9
Citando Rapin (1994) e Fejerman (1994)
10
Citado por Pereira (2006), ―Autismo, uma perturbação pervasiva do desenvolvimento‖
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4. AVALIAÇÃO
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B. Atraso ou funcionamento anormal, antes dos três anos, em pelo menos uma das
seguintes áreas: interacção social, linguagem de comunicação social e jogos simbólicos
ou imaginativos.
C. O distúrbio não se enquadrar na Síndrome de Rett ou no Distúrbio Desintegrativo da
Criança.”(citado por Pereira; 2005: 39)
Já o Sistema clínico formal da Organização Mundial de Saúde (OMS) –
Classificação Internacional das Doenças (ICD-10), (1993), traça critérios de
diagnóstico:
Anomalias qualitativas na interacção social recíproca, manifestas em pelo menos dois dos
quatro sintomas seguintes:
1. Incapacidade de usar adequadamente o olhar, a expressão facial, gestual e os
movimentos corporais nas interacções sociais
2. Incapacidade de estabelecer relações com os pares que impliquem uma partilha mutua
de interesses, de actividades e emoções
3. Procura raramente os outros em busca de conforto e afecto e caso de ansiedade,
desconforto, ou sofrimento
4. Inexistência de procura espontânea para partilha de alegrias, interesses ou de sucesso
com os outros.
5. Ausência de reciprocidade social e emocional, que se manifesta por respostas
perturbadas ou anormais às emoções dos outros; ou ausência de modulação do
comportamento em função do contexto social
Problemas qualitativos de comunicação, manifestada em pelo menos um dos sintomas
seguintes:
1. Atraso ou ausência total do desenvolvimento da linguagem falada, não acompanhada
por uma tentativa de compensação por outras formas de comunicação alternativa, como a
gestual ou a mímica
2. Ausência do jogo espontâneo de ―faz de conta‖ ou do jogo social imitativo
3. Incapacidade de iniciar ou manter uma conversa
4. Utilização estereotipada e repetitiva da linguagem, utilização idiossincrática das
palavras e das frases
Comportamento, interesses e actividades restritas, repetitivas e estereotipadas,
manifestação de pelo menos um dos quatro sintomas seguintes
1. Ocupação obsessiva por um ou vários centros de interesse estereotipados e limitados
2. Adesão aparentemente compulsiva de hábitos e rituais específicos e não funcionais
3. Actividades motoras estereotipadas e repetitivas
4.Preocupação persistente e não funcional com partes de objectos, elementos ou peças de
um jogo (citado por Pereira, 2005:40)
Apesar deste sistema de diagnóstico não ser tão utilizado, comparativamente ao
DSM-IV-TR (já que este último é mais abrangente e oferece uma maior cobertura de
amostra), as diferenças entre estes dois manuais são pouco significativas, o que reflecte
claramente os esforços desenvolvidos para a procura de um diagnóstico consensual,
dentro deste domínio. Neste sistema, o autismo apresenta-se-nos com a designação de
“autismo infantil”.
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Diagnóstico Diferencial
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II - COMUNICAÇÃO
―Comunicação não é só transmissão de mensagem, mas relacionamentos entre
interlocutores mediatizados pelas tecnologias de inteligência, da informação e da
comunicação, num contexto dinâmico que provoca a cada momento redes de conexões
transformando a mensagem e construindo novas mensagens‖ (LEVY, 1994)
COMUNICAÇÃO E INTERACÇÃO
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Citado por Sim-sim (1989)
12
Americam Speech-Language- Hearning-Association (1983) citado por Sim-sim (1989)
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13
PEDRO, João Gomes "A comunicação infantil", Cadernos de Educação de Infância, n.º2,
Abril – Junho, 1987
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pretende. Podem escutar uma palavra e não serem capazes de compreender o seu
significado assim como fazer com que os outros não compreendam o que eles
intencionam, tornando assim fraca a sua capacidade comunicativa. Isto é, só existem
dificuldades de comunicação quando a comunicação é prejudicada pela incapacidade
que as crianças têm de falar ou de se expressar.
Estas dificuldades comunicativas nos indivíduos com espectro de autismo não
são isoladas, fazem-se acompanhar de certos comportamentos, tais como agressividade,
birras, choros e auto-agressividade, que se alternam com risos, gritos, etc., os quais
podem ser considerados como uma comunicação que a criança consegue fazer, apesar
de não ser socialmente convencional. Uma das características destas crianças é a
dificuldade em socializar, originando assim a dificuldade em comunicar, logo é
importante proporcionar a estas crianças ambientes de interacção, pois à medida que
esta interage a linguagem é adquirida e melhorada. A respeito disto, Lamônica (1992: 5)
diz o seguinte:
― [...] se a criança normal adquire sua linguagem através do intercâmbio verbal no
contexto social, a criança autista também precisaria do mesmo. No entanto, por causa de
sua desvantagem nas habilidades sociais, é necessário proporcionar períodos de
interacção nos quais devam ser envidados esforços especiais para favorecer a
reciprocidade da criança autista, facilitando, assim, a comunicação social.‖
A caracterização de alguns dos distúrbios da linguagem na criança com espectro
de autismo, desde que nasce, como todas as outras crianças, ela precisa estar o tempo
todo a ser estimulada, tanto nas relações pessoais, como no contacto com os objectos
que lhe são oferecidos. É imprescindível o papel do adulto, principalmente do educador,
para criar situações que possibilitem o desenvolvimento das capacidades da criança com
autismo e propiciem, cada vez mais, sua autonomia, à medida que se intensificam suas
relações interpessoais e, por consequência e por meio desta, ganhos quanto à sua
comunicação, no que resultará melhor qualidade de vida.
Para o efeito temos que começar por uma avaliação pormenorizada da criança, ao
nível da interacção social; da comunicação e dos padrões de comportamento, interesses
e actividades. Sendo este de principal importância a intervenção o mais precocemente
possível, uma vez que permite ter uma ideia de como os factores ambientais afectam o
comportamento da criança.
― A complexidade das características da criança com autismo coloca um grande desafio à
planificação das actividades, tornando-se fundamental uma avaliação individualizada e
compreensiva das necessidades, dificuldades e competências específicas de cada criança,
com vista a uma melhor planificação de actividades e aprendizagens.‖ (Marques, 2000)
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propícios. Se esses momentos não forem aproveitados, mais tarde a criança pode vir a
manifestar maiores dificuldades de aprendizagem.
Estudos recentes acentuam o facto de que o potencial de cada criança só é
completamente manifesto se houver a identificação precoce e uma intervenção
programada e individualizada.
A intervenção precoce deve resultar no desenvolvimento de melhores atitudes
parentais relativamente a eles mesmos e ao seu filho com deficiência. Deve
proporcionar mais informação e melhores competências para lidar com a sua criança, e
incentivar a libertação de algum tempo para o descanso e lazer.
Um outro motivo que justifica a importância da intervenção precoce diz respeito
aos ganhos sociais alcançados. O incremento do desenvolvimento da criança envolve a
diminuição das situações dependentes de instituições sociais, o aumento da capacidade
da família para lidar com a presença de um filho com deficiência, e o possível aumento
das suas capacidades para vir a ter um emprego.
A intervenção individualizada e dirigida às necessidades específicas da criança
também surge associada a bons resultados, o que não significa necessariamente um
trabalho de um para um. As actividades de grupo podem ser estruturadas de forma a ir
ao encontro das necessidades educativas de cada criança.
Uma outra forma de intervir, é de forma medicamentosa, de modo a controlar a
agitação, tensão e hiperactividade, comportamentos específicos desta perturbação.
Contudo, este uso tem que ser controlado pois pode causar efeitos adversos sobre a
aprendizagem.
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ENQUADRAMENTO EMPÍRICO
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1. ESTUDO DE CASO
O estudo de caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação
especialmente adequada de forma a compreender, explorar ou descrever acontecimentos
e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos factores.
Yin (1994) afirma que:
“Esta abordagem se adapta à investigação em educação, quando o investigador é
confrontado com situações complexas, de tal forma que dificulta a identificação das
variáveis consideradas importantes, quando o investigador procura respostas para o
―como?‖ e o ―porquê?‖, quando o investigador procura encontrar interacções entre
factores relevantes próprios dessa entidade, quando o objectivo é descrever ou analisar o
fenómeno, a que se acede directamente, de uma forma profunda e global, e quando o
investigador pretende apreender a dinâmica do fenómeno, do programa ou do processo.
Assim, Yin (1994:13) define “estudo de caso” com base nas características do
fenómeno em estudo e com base num conjunto de características associadas ao processo
de recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos.
Coutinho (2003), refere que quase tudo pode ser um ―caso‖: um indivíduo, um
personagem, um pequeno grupo, uma organização, uma comunidade ou mesmo uma
nação. Da mesma forma, Ponte (2006:2) considera que:
―É uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se debruça
deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo
menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e
característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno
de interesse.‖
A criança alvo deste estudo a qual designei por F tem cinco anos e é portadora
da Perturbação do Espectro de Autismo.
Para que neste estudo de caso se consigam recolher informações fidedignas,
temos que se recorrer a diferentes técnicas, são elas as técnicas documentais e não
documentais.
―Os instrumentos metodológicos não podem ser escolhidos independentemente das
referências teóricas da investigação. Com efeito, o método de recolha de dados deve ser
adaptado ao tipo de dados a investigar.‖ As entrevistas são um método muito restrito e,
por outro lado, não homogéneo a utilizar.‖ Luc Albarello (1997)
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de forma a descobrir quais as estratégias que poderei trabalhar na sala de aula com a
criança em estudo. Enquanto que nas técnicas não documentais, fizemos uma recolha de
informações através da realização de entrevistas (à mãe e à terapeuta) de forma a
recolher dados das pessoas que fazem parte das vivências da criança, de modo a
perceber como interagem com ela nos diferentes contextos.
Segundo Antoine Léon, a ―entrevista é uma situação de interacção
essencialmente verbal entre duas pessoas (ou mais) em contacto com um objectivo
previamente determinado‖.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE
PEDAGÓGICA
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Caracterização do meio
A caracterização do meio torna-se importante para compreendermos que um
Jardim-de-infância não pode estar isolado da sua realidade. O meio pode permitir
inúmeros factores de desenvolvimento, nomeadamente, desenvolver a capacidade de
inserção da criança, permitindo um conhecimento das suas atitudes, valores ou crenças.
O meio engloba, não só os locais físicos da localização geográfica do Jardim-de-
infância, mas também a sua família. O meio/a comunidade é tudo o que está perto da
criança e que pode permitir o seu desenvolvimento.
Segundo os dados recolhidos (anexo 1) o jardim-de-infância e a habitação da
família do F situam-se no concelho de Braga, com cerca de 164.192 habitantes.
Dado ser uma cidade capital de distrito não foi fácil, obter alguns dados
necessários para este levantamento.
No então, sabemos que o Jardim localiza-se no centro da cidade, onde
predominam o comércio e serviços.
Ao nível de instituições de apoio à população, existem várias, as que facultam
apoio aos Sem Abrigo, Política Social de Habitação, Violência Doméstica, Cidadãos
Idosos, Cidadãos com Deficiência, Protecção ao Emprego e Toxicodependências e
Protecção de crianças e jovens.
Em relação ás actividades culturais, existe uma grande variedade, grupos de
teatro, associações desportivas, associações de deficientes, biblioteca, ludoteca e quinta
pedagógica.
Esta é uma cidade com bastantes infra-estruturas rodoviárias, transportes
públicos e rede ferroviária.
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Caracterização da instituição
O termo Jardim de infância foi criado pelo alemão Friedrich Froebel, tendo desta
forma, segundo Rizzo (1988; p. 26), surgido ―(...) a concepção de educar crianças, de
idade inferior a sete anos, em ambientes especialmente criados para tal.‖ Assim os
Jardins de Infância surgiram com o objectivo de estimular o desenvolvimento das
crianças, a comprova-lo temos o princípio geral da Lei-Quadro da Educação Pré-
Escolar que menciona: “(...) a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação
básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção
educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a
formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena
inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.‖
A entrada no jardim-de-infância é muito importante para o desenvolvimento da
criança de forma a desenvolver as suas capacidades físicas, a socialização e modos de
relacionamento interpessoal, as suas capacidades cognitivas, a afectividade e a noção de
estética. É um período muito fértil onde a criança precisa de ser conduzida de uma
forma adequada, para não comprometer sua formação.
Depois do levantamento de dados (anexo 2), o jardim-de-infância do F localiza-
se no centro da cidade numa zona habitacional e comercial.
É uma instituição particular e cooperativa e possui, três edifícios; um para o pré-
escolar, um para o 1º ciclo e um para os 2º,3º ciclos, todos eles são constituídos por dois
pisos, sendo o acesso por escadas. Possui diversas salas, e tem cerca de 620 alunos
sendo a maioria da zona circundante e 60 professores todos eles licenciados. Tem ainda
ao serviço uma psicóloga e uma terapeuta da fala.
A instituição possui diversos espaços verdes no seu interior, dois parques
infantis, um para o pré-escolar e outro para o primeiro ciclo, um pavilhão
gimnodesportivo, um campo de futebol e ainda uma mini horta ao dispor dos alunos.
A instituição está rodeada por muros e grades, tornando-se uma área calma,
segura e familiar para todos os que dela usufruem.
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Caracterização da família/criança
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3. DETERMINAÇÃO DA PROBLEMÁTICA
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De acordo com o mesmo relatório médico a análise dos resultados obtidos nas
diferentes áreas avaliadas permite observar que o nível de comportamento adaptativo
composto está abaixo da média (-2 DP) para a sua faixa etária (idade funcional de 2
anos e 5 meses.
Aos 4 anos e 11 meses o F. foi novamente avaliado (anexo 5), desta vez de
acordo com a Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths e com a Escala de
Comportamento Adapatativo Vineland.
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responsabilizaria por ele.‖ Porém tudo mudou no ano lectivo seguinte quando o F
ingressou numa turma adequada à sua idade. A mãe faz referência à mudança de atitude
da nova educadora: “A nova educadora (e que ainda se mantém), adoptou uma postura
totalmente diferente da anterior. O F. passou a ser integrado em todas as actividades
programadas para a classe, inclusive festas, saídas do colégio para visitas de estudo ou
para a praia‖. Esta postura proporcionou à mãe tranquilidade e segurança: “Tenho-me
sentido muito apoiada por ela e segura do trabalho que desenvolve com o F‖. Já a
terapeuta cita que nunca encontrou obstáculos, muito pelo contrário, a primeira
educadora que recebeu o F, apercebeu-se desde cedo de alguns comportamentos
desajustados e solicitou desde logo ajuda: “a mãe numa determinada fase sentiu que a
escola poderia estar a colocar alguns entraves à permanência em determinados
contextos, nomeadamente no refeitório e no dormitório, porque não sabiam até que
ponto esta situação tinha viabilidade.‖ Mas diz que: ―é importante referir que tem de
haver um equilíbrio entre a integração de uma criança com PEA, e o impacto que esta
integração tem no grupo‖, pois, como já foi mencionado, o F foi inicialmente integrado
numa turma de criança de 5 anos, o que dificultou em muito a sua evolução.
Em relação à socialização do F, ambas referem a boa relação com os adultos. A
mãe menciona ainda que: ―o F. é uma criança muito simpática e com um sorriso
conquistador. (…) Responde facilmente durante uma primeira abordagem‖. Quanto à
relação com os pares, a terapeuta não conseguiu responder, pois só lhe é possível ―(…)
avaliar a interacção de um para um”. Já a mãe refere que, ―fala e interage muito bem
com os amigos‖.
De momento as dificuldades do F e as suas áreas fracas são relatadas pelas duas
entrevistadas como sendo: ―(…) a comunicação oral, nomeadamente em contar por
exemplo, episódios/situações do seu dia-a-dia‖; ―na linguagem verificamos que ainda
revela muita dificuldade nas sequências espácio-temporais, no seu relato, ou seja
revela dificuldade na descrição de acontecimentos de forma encadeada e lógica, (…) A
compreensão verbal oral, ainda encontra-se comprometida, nem sempre conseguindo
responder ao que lhe é questionado‖ e ainda, segundo a terapeuta a
atenção/concentração.
Em relação ao tipo de actividade realizadas com a criança, a terapeuta refere que
realiza actividades lúdicas apelativas, mas com “o nível de exigência que é esperado
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para a sua faixa etária‖, enquanto a mãe realiza todas as actividades que são propostas
pela terapeuta e pela educadora: ―(...) tenho a preocupação de fazer um
acompanhamento próximo do percurso escolar do F.. Falo com a Terapeuta da Fala e
com a Educadora com alguma periodicidade de modo a partilhar a evolução do F..
Procuro saber quais as áreas/actividades em que o F. revela mais dificuldades e ainda
a forma como posso trabalhá-las em casa de modo a contribuir e estimular o
desenvolvimento do meu filho.‖
Ao longo da entrevista fez-se notar que existe um excepcional trabalho de
equipa entre as três entidades responsáveis pela evolução da criança (família,
educadora, terapeuta); como referem as respostas da mãe da criança às perguntas 12 e
13: ―Há uma relação próxima entre a família, a Educadora e a Terapeuta da Fala e
sinto uma grande necessidade de lhe dar continuidade uma vez que os resultados são
bem evidentes.‖ A terapeuta menciona: “é fundamental existir ligação/cooperação
entre os elementos que estão presentes nos diferentes contextos frequentados pela
criança (contexto escolar/familiar/terapêutico…). Eu costumo dizer que para podermos
potencializar a intervenção é fundamental a passagem de competências a todos os
elementos que rodeiam a criança, ou seja habilitar os outros de modo a que possamos
favorecer um desenvolvimento o mais harmonioso possível.‖
Actualmente, o F brinca, interage e fala com os outros como qualquer outra
criança, utilizando como meio preferencial de comunicação a oralidade. Em relação ao
comportamento, a terapeuta refere que ainda “faz algumas birras, e não tem bem
interiorizado algumas condutas e convenções sociais, nomeadamente forma mais
―agressiva‖, como responde quando confrontado com alguma confabulação.‖
Esta entrevista é finalizada com a pergunta, “neste momento com avalia a
evolução da criança?”. As entrevistadas são unânimes em dizer que a criança teve uma
evolução excepcional e a terapeuta finaliza dizendo: ―Excelente evolução. Óptimo
prognóstico.‖
Podemos concluir então que toda esta evolução se deve ao óptimo trabalho de
equipa e à rápida intervenção precoce.
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AGRUPAMENTO/ESCOLA AGRUPAMENTO/ESCOLA
Aprovação Homologação
____________, _____/___ /_____ ___________, _____/___ /_____
___________________________ ___________________________
(ASSINATURA DO PRESIDENTE DO
(ASSINATURA DO CONSELHO EXECUTIVO)
CONSELHO PEDAGÓGICO)
1)Identificação (art. 9º )
Nome: Data de Ano
nascimento: Escolaridade:
04/04/2004 Pré-Escolar
Encarregado de educação: Telef:
Morada:
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Organização
Reforço das
estratégias ao nível Espaço
a) Apoio de:
pedagógico Actividades
personalizado Estímulo e reforço das competências e
(art.º17.º) aptidões
Antecipação e reforço de conteúdos
Reforço e desenvolvimento de competências
específicas
1 - Adequações nas áreas curriculares comuns
2 - Introdução de Leitura e escrita em
b)Adequações áreas curriculares braille
curriculares específicas: Orientação e
mobilidade
individuais Treino da visão
(art.º18.º)
Actividade motora
adaptada
Outras. Especifique:
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Comunicação
Transição para a vida
pós-escolar
f) Tecnologias Especifique Computador pessoal
de apoio
(art.º 22º)
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Continua a ter como base o programa estabelecido para esta criança, sempre que
necessário avaliam-se os objectivos traçados na elaboração deste programa.
Haverá avaliações informais e formais (reuniões de enquadramento) do processo e
dos resultados em conjunto com todos os intervenientes (pais, educadora,
Avaliação
terapeuta.
(alunos) Sendo este PEI parte integrante do projecto Curricular de grupo será avaliado a
quando das avaliações semestrais. A avaliação será contínua e informativa.
A criança será avaliada de acordo com os critérios estabelecidos, tendo em conta o
que foi definido nas medidas especiais de avaliação (ponto 5 deste Programa
Educativo Individual).
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Assinatura:____________________________________________________
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OBJECTIVOS ESTRATÉGIA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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BIBLIOGRAFIA
ASSUNÇÃO, F., & PIMENTEL, A., Autismo Infantil, Revista Brasileira de Psiquiatria,
2000
DUNLAP, Pierce & Kay, Autism and Autism Spectrum Disorder (ASD), 1999,
consultado em 8/12/2008, em www.eric.ed.gov
GHAZAL, M. (1993) Come a sopa e... cala-te! – Uma abordagem dos conflitos Pais –
Filhos. Temas Pedagógicos. Lisboa: Editorial Estampa
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SITES DA INTERNET:
http://www.scribd.com/doc/11169212/modelo-bioecologico-do-desenvolvimento-de-
urie-bronfenbrenner
http://ericschopler.blogspot.com/2005/11/publications.html
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ANEXOS
ANEXO 1
CARACTERIZAÇÃO DO MEIO
1. Localização:
1.1. Distrito: BRAGA
1.2. Concelho: BRAGA
1.3. Freguesia: S. VICTOR
1.4. Localidade: BRAGA
1.5. Meio:
Urbano X
Central X
Periférica
Semi-urbano
Piscatório
Rural
2. Limites Geográficos:
2.1. Concelhos Limítrofes: Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de
Basto, Esposende, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do
Minho, Vila Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela
2.2. Freguesias Limítrofes: S. Victor; S. Lazaro; Gualtar; Lamaçães; Nogueiró; S. Tecla
3. Características Populacionais:
3.1. Número total de agregados familiares: 164192 habitantes
3.2. Número de habitantes com habitação:
Própria --------
Arrendada --------
Moradia Unifamiliar --------
Moradia Plurifamiliar --------
Conjunto Habitacional Camarário --------
Apartamento --------
Ilhas --------
Barracas ---------
3.3. Habilitações Académicas
Ensino Superior ----------------------
Secundário ----------------------
3º Ciclo ----------------------
2º Ciclo ----------------------
1º Ciclo ----------------------
Analfabetismo ----------------------
7. Actividades Culturais:
7.1. Grupos Recreativos: Três grupos de teatro (Timbra; Teatro Infantil os Braguinhas e
Teatro
7.2. Associações Desportivas: Desportivo da Rodovia com actividades desportivas
múltiplas. Sporting Club dos Leões das Enguardas; Grupo Desportivo 7 Fontes; Àguias
Futebol Club; Grupo Desportivos dos Peões; Grupo Desportivo Santa Tecla; Manabola
Lusitano de Braga, todos estes desempenham o futebol; Hoquei Clube de Braga com
actividade desportiva de hoquei; Braga Bola ao Gesto com actividade desportiva de
basquetebol e Clube de Ténis de Braga com a actividade desportiva de Ténis.
7.3. Associações de Deficientes: APPACDM
7.4. Bibliotecas / Ludotecas / Mediatecas / Recursos Educativos Biblioteca municipal de
braga; Ludoteca; Quinta Padagógica
8. Principais Carências:
8.1. Infraestruturas
Rede Viária X
Transportes X
Acesso aos Serviços Públicos X
8.2. Económicas:
Número de famílias beneficiárias de RSI --
Número de inscritos no Centro de Emprego --
9. Problemas Sociais:
Desemprego X
Toxicodependência X
Alcoolismo X
Sem-abrigo X
ANEXO 2
2. Localização
Freguesia S. VICTOR
Concelho BRAGA
Distrito BRAGA
2.1 Meio envolvente
Rural
Urbano central X
Urbano periférico
Semi-urbano
Piscatório
3.Situação administrativa:
Escola Pública
Escola Agrupada
Designação do Agrupamento __________________________________________________
Escola Não Agrupada
Escola Prioritária (TEIP)
Escola Privada X
Dependência
Estatal
Outras: _______________ Especifique: _________________________
4.Início de funcionamento:
4.1. Ano: 13 de Dezembro de 1950
5.Tipologia:
Edifício único: Sim Não X
N.º de Edifícios: 3 Edifícios
Especifique-os: Um edifício para o pré-escolar, um edifício para o 1º ciclo e um edifício parav o
2º e 3º ciclos
N.º de pisos por edifício Dois pisos
7.Sistema de videovigilância:
Sim Não: X
Especifique a localização: ______________________________
9.Espaço exterior:
Acesso ao estabelecimento de ensino: Adequado X
Inadequada
Especifique: _______________________
Campo para desportos: Sim X Não
Adequado X
Inadequado Especifique: _______________________
Parque de estacionamento: Sim Não X
Suficiente Insuficiente
Cobertura para todos os edifícios :Sim Não X
Jardim: Sim X Não
Horta: Sim X Não
Canteiros: Sim X Não
Sombras: Suficientes X Insuficientes
Bancos: Sim X Suficientes X Não
Bebedouros: Sim X Suficientes X Não
Caixotes de lixo : Sim X Suficientes X Não
10.Pessoal Docente
N.º 64
Idade:
Professores entre 20 – 30 anos Nº 12
Professores entre 31 – 40 anos Nº 22
Professores entre 41 – 50 anos Nº 20
Professores entre 51 – 60 anos Nº 9
Professores entre 61 – 70 anos Nº 1
Por Departamento
n.º _______
Por Disciplina
n.º _______
CARACTERIZAÇÃO DO ALUNO
01.IDADE: 5 anos
05 NACIONALIDADE: Portuguesa
11 HABITAÇÃO:
Própria Arrendada Outra Qual?___________________________
12 TIPOLOGIA HABITACIONAL:
Vivenda/ Moradia ...........
Apartamento .................... De que tipo: T1 T2 T3 T4
Outro ............................... Qual?__________
Tem quarto próprio? Sim Não
Há uns meses passou a ser partilhado com a irmã, sendo esta uma situação temporária
14 SITUAÇÃO EDUCACIONAL:
Domicílio Ama Estab. de Ensino
19 SITUAÇÃO CLÍNICA
19.1 Acompanhamento:
Médico Psicológico Terapias
19.2 Toma medicamentos: Sim Não
Quais:_____________________________________________________________________
19.3 Terapias:
Nome dos médicos: CONFIDENCIAL
Local: ____________________________________
Periodicidade: ______________________________
Nome dos terapeutas: CONFIDENCIAL
Local: Colégio
Periodicidade: 1x/semana
Observações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
ANEXO 4
ANEXO 5
ANEXO 6
GUIÃO DE ENTREVISTA
Nº PERGUNTAS
1 Como e quando tomou conhecimento do que é a Perturbação do Espectro
de Autismo (PEA)?
2 Que comportamentos considerados desadequados a criança manifestava
antes do diagnóstico?
3 Como foi o período de adaptação à criança?
7 Como comunica a criança, ou seja, de que forma ela interage, brinca, fala?
CATEGORIAS SUBCATEGORIAS
A - Percurso Profissional - Conhecimento de PEA
- Barreiras do meio/instituição/educadora
- Estratégias de trabalho/Actividades realizadas
- Trabalho em Equipa
B - A Criança F. - Adaptação à escola e às terapias
- Áreas de Dificuldade
- Comportamento
- Comunicação
- Situação actual
C - Relacionamento da criança - Relação da criança com os adultos
com os outros - Relação da criança com os seus pares
Quadro 2 – Categoria A (Percurso Profissional)
Estratégias
de
Conhecimento Barreiras do Trabalho em
trabalho/
de PEA meio/instituição/educadora Equipa
Actividades
realizadas
“Sendo eu uma “Parece-me que nem todos os Todas as que “Há uma relação
pessoa ligada ao profissionais estão preparados para me são próxima entre a
ensino, que lido receber um menino que tem alguns propostas pela família, a
diariamente com desvios comportamentais Terapeuta da Educadora e a
crianças, esta relativamente aos outros e por isso Fala e/ou pela Terapeuta da Fala
situação nunca me surgiram os grandes obstáculos. A Educadora. e sinto uma
foi completamente educadora que o recebeu revelou- Tenho a grande
desconhecida.” se bastante ansiosa e com preocupação necessidade de
dificuldades em lidar com a de fazer um lhe dar
situação.” acompanhame continuidade uma
“Desde o início, a educadora nto próximo vez que os
entendeu não dever o miúdo ficar do percurso resultados são
no colégio sem a presença dos escolar do F.. bem evidentes.”
pais, não o deixava ir à cantina, Falo com a “Completamente.
tinha de vir a casa almoçar e, como Terapeuta da Faço tudo o que
Entrevista à Mãe
tal, deixou de ter tempo para poder Fala e com a estiver ao meu
dormir no fim do almoço.” Educadora alcance para
“A educadora nunca quis que ele com alguma contribuir para o
participasse em nenhuma periodicidade pleno
actividade organizada para todos e de modo a desenvolvimento
não lhe deu sequer a opção de partilhar a das capacidades
poder ir para a praia no período evolução do dos meus filhos.”
previsto para o efeito, uma vez que F.. Procuro
assumiu sempre que não se saber quais as
responsabilizaria por ele.” áreas/actividad
“A nova educadora (e que ainda se es em que o F.
mantém), adoptou uma postura revela mais
totalmente diferente da anterior. . dificuldades e
O F. passou a ser integrado em ainda a forma
todas as actividades programadas como posso
para a classe, inclusive festas, trabalhá-las
saídas do colégio para visitas de em casa de
estudo ou para a praia, etc.” modo a
“Tenho-me sentido muito apoiada contribuir e
por ela e segura do trabalho que estimular o
desenvolve com o F. e que, como desenvolvimen
já disse, revela resultados muito to do meu
bons.” filho.
“Durante o curso “Pelo contrário. A educadora (não “As “É fundamental
de terapia da fala é a actual), apercebeu-se actividades existir
(92/95)” imediatamente de alguns devem ser ligação/cooperaçã
comportamentos suspeitos e lúdicas, o entre os
preocupantes, e solicitou-me que apelativas, mas elementos que
observasse a criança e falasse com também com o estão presentes
a mãe.” nível de nos diferentes
“O desconhecido assusta, se exigência que contextos
pensarmos que a escola/educadora, é esperado frequentados pela
Entrevista à Terapeuta da Fala
apenas que
é muito
sensível e
emotivo.
Mas
comunica,
fala, tem
uma
dicção
óptima, faz
auto-
correcção,
corrige a
irmã mais
nova e
ainda a
goza
imitando a
fala “à
bebé”.
“Até
agora…
muito boa.
Para o
futuro…
exponencia
l!”
“No início da “Considero que “O F. foi observado, “… F. utiliza Relativame
intervenção foi actualmente as pela primeira vez como meio nte a
fundamental a áreas fracas do F. com 2 A e 11 meses, preferencial de comportam
estabilização são a Linguagem não apresentava comunicação a entos
do ea oralidade, não oralidade. desadequa
comportament Atenção/Concentr estabelecia qualquer Interage dos, o F.
o, assim como ação. Assim na tipo de interacção adequadamente em
promover um linguagem comunicativa, em contexto determinad
modo de verificamos que considerada adequada terapêutico, mas as
comunicação, ainda revela muita sob o ponto de vista que apenas me situações
associando dificuldade nas social. Não permite avaliar a ainda faz
Entrevista à Terapeuta da Fala
13. Transmite aos outros elementos que trabalham com a criança, o tipo
de estratégia/método, de modo facilitar a articulação do trabalho e a rápida
evolução da criança?
Evidentemente. Penso que já respondi um pouco a esta questão na pergunta
anterior.
14. Neste momento como avalia a evolução da criança?
Excelente evolução. Óptimo prognóstico.
Entrevista para a Mãe
13. Transmite aos outros elementos que trabalham com a criança, o tipo
de estratégia/método, de modo facilitar a articulação do trabalho e a rápida
evolução da criança?
Como já disse, há uma relação próxima entre a família, a Educadora e a
Terapeuta da Fala e sinto uma grande necessidade de lhe dar continuidade uma vez que
os resultados são bem evidentes.