1

NDICE
RACIONAL ....................................................................................
INTRODUO .................................................................................
MATERIAL ....................................................................................
.
REFERNCIAS ................................................................................
APLICAO

FORMA
A .....................................................................
1 Cpia ...............................................................................
2 Memria ...........................................................................
CORRECO
QUANTITATIVA ................................................................
Os Pontos .............................................................................
O
Tempo ...............................................................................
CORRECO
QUALITATIVA ..................................................................
Tipos de Reproduo ..............................................................
Evoluo dos Tipos de Reproduo ...........................................
AS
PARTICULARIDADES
PRIMITIVAS .......................................................
EMPREGO
DO
TESTE
EM
PATOLOGIA .......................................................
Crianas
Atrasadas
no
Desenvolvimento
Intelectual ....................
Crianas com um Desenvolvimento Intelectual
Normal ...............
Adultos .................................................................................
OS
18
ELEMENTOS
DA
FIGURA
DE
REYOSTERRIETH ...................................
APLICAO

FORMA
B .....................................................................
CORRECO ..................................................................................
Elementos Presentes ..............................................................
Tamanho
Proporcional
das
4
Superfcies
Principais .....................
Situao
Relativa
das
Quatro
Superfcies
Principais .....................
Posio
dos
Elementos
Secundrios ..........................................
TABELAS ......................................................................................
ANEXOS ......................................................................................
.

2
2
5
5
5
6
7
7
7
9
9
9
11
15
16
16
17
17
21
22
22
22
23
24
24
25
27

RACIONAL
um teste destinado a avaliar a percepo visual e a elaborao
dessa percepo bem como a actividade de memorizao visual.
Existem duas formas de prova: a Forma A (muito complexa e
destinada sobretudo a crianas com mais de 8 anos e a adultos) e a
Forma B (mais simples e que se destina ao exame de crianas entre os 4
e os 7 anos).

INTRODUO
A. Rey imaginou uma figura complexa geomtrica sem inteno
interpretativa, de realizao grfica fcil mas suficientemente complicada
para solicitar um acuide preceptiva analtica e organizadora. Este teste
consiste em copiar e depois reproduzir de memria esta figura.
Consoante o modo como o sujeito copiava assim se podia dar conta
da sua actividade preceptiva. A reproduo efectuada aps o retirar do
modelo, dava-nos indicaes sobre a extenso e fidelidade da sua
memria visual, que se pode deste modo referir a um modo de percepo
definido.
Esta prova destinava-se, principalmente, para exames de doentes
mentais cuja perturbao fosse causada por traumatismo craniano. P.
Osterrieth retomou-a e elaborou-a a fim de ser aplicada sobretudo numa
perspectiva gentica.
Este teste interessante para estudar diferentes aspectos:
-

o desenvolvimento mental, observao dos diferentes tipos de

reproduo e da riqueza de representao grfica nas diferentes
idades;

o atraso nesse desenvolvimento;

as perturbaes na estruturao espacial provocadas por certas

leses cerebrais ou doenas mentais.

Num indivduo suspeito de dficit mnsico no basta constatar

dificuldades em evocar ou reproduzir um modelo para afirmar, sem mais
delongas, que a sua memria est diminuda. Ser ainda preciso ter em
conta em que medida o sujeito percepciona normalmente os dados a fixar
e a conservar. A fixao depende, entre outras coisas, da inteligibilidade
dos dados percepcionados: ora tais dados s so apreendidos na medida
em que se apresentam com uma significao, uma organizao definida e
com relaes determinadas com o nosso saber. Estas significaes,
estruturas e relaes no so inerentes s coisas, somos ns que as
extramos pelo prprio acto da percepo. Percepcionar visualmente no
ser passivo a uma certa experincia sensorial, reactivar (atravs do
contacto com o real) hbitos visuais ou contrair novos hbitos. No
primeiro caso a percepo um reconhecimento, no segundo caso ns
elaboramos o estmulo a partir dos nossos conhecimentos actuais,
analisamo-los e organizamo-los at que uma estrutura definida se
imponha ou se liberte do todo.
Suponhamos que um indivduo incapaz de elaborar o estmulo
apresentado, logo no conservar seno uma imagem vaga e incoerente
e no poder reproduzi-lo. Cometeramos um erro se considerssemos
esta lembrana defeituosa como uma insuficincia mnsica. O sujeito
sabe perfeitamente que esteve em contacto com dados inteligveis e pode
dizer em qu (demasiado complexas, embrulhadas, sem significao,
desconhecidas, demasiado numerosas, sem relaes evidentes entre si,
etc.). Representou e conservou na sua memria um acontecimento,
caracterizado pelo insucesso numa elaborao perceptiva satisfatria.
Inversamente suponhamos que o sujeito organiza os dados numa
estrutura definida onde cada parte tem uma funo no todo, o conjunto
formado pois redutvel s relaes existentes entre os detalhes.
Suponhamos ainda que aps uma tal percepo ele incapaz de evocar
ou de produzir o percepto (aquilo que percepcionado). Neste caso, e
somente neste caso, que ns poderemos incriminar a memria.

Na prtica do exame psicolgico e psiquitrico, frequente que se

assimile um dficit ou falta de memria a uma insuficiente elaborao
dos estmulos apresentados para a fixao. Pede-se geralmente ao sujeito
que examine desenhos ou que siga a leitura duma srie de palavras
supondo implicitamente que tais estmulos percepcionados so to claros
e definidos como o so para ns. Se, depois disso, a evocao ou a
reproduo do material apresentado se situa abaixo duma certa norma,
evoca-se certamente uma fraqueza da memria quando seria mais justo
incriminar a elaborao perceptiva dos dados.
A

elaborao

perceptiva

pode

ser

insuficiente,

falta

de

conhecimentos ou de mtodo adequado, quer porque o indivduo no as

adquiriu, quer porque foi incapaz de as formar ao longo do seu
desenvolvimento. Distinguimos assim os sujeitos frustas por insuficiente
instruo ou treino dos sujeitos que sofrem doena congnita ou precoce
no desenvolvimento intelectual. Se, pelo contrrio, estamos certos que o
sujeito desenvolveu no passado uma actividade normal (no plano
profissional, cultural e social) aduzimos que a sua insuficiente elaborao
perceptiva representa possivelmente uma represso. Casos haver em
contrapartida, em que a elaborao perceptiva normal e s a
reproduo de memria acusa dficit.
Vemos pois sem mais delongas os servios que pode prestar a
prova que

apresentamos.

Devemos

no entanto

especificar

que

percepo que aqui estudamos uma percepo visual, directriz de um

processo de cpia e polarizada por esta actividade. A percepo visual
poderia apresentar outras caractersticas se ns a examinssemos
centrada sobre outros fins e associada a outras actividades. Esta reserva
convida pois prudncia que devemos ter na interpretao de certos
resultados de aspecto patolgico.

MATERIAL
-

Carto modelo da Forma A

Carto modelo da Forma B

2 folhas de papel A5 brancas

5 ou 6 lpis de cor

1 cronmetro

1 folha para registar apontamentos sobre o comportamento da pessoa

REFERNCIAS
A. Rey - Exame psicolgico nos casos de encefalopatia traumtica.
Arquivos de Psicologia: Vol. XXVIII, n. 112.
S. Morris - A estruturao perceptiva e insuficincia mental.
Revista Sauvegarle de lenfance: n. 9 e 10, Nov-Dez 59.
P. Osterrieth - O teste de cpia duma figura complexa. Arquivos
de Psicologia: Vol. XXX, n. 119-120.

APLICAO FORMA A
A aplicao individual e faz-se em 2 etapas. Essas etapas cpia e
memria so separadas por um intervalo de trs minutos. A cpia d-nos
indicaes sobre a apreenso e representao grfica dos dados visuais e
supe: uma viso correcta e normal controle visuo-motor, um certo nvel
de estruturao da actividade perceptiva e capacidade de ateno
suficiente. O nmero de pontos conseguidos na cpia exprime bem o
coeficiente de aplicao, controle ou ateno suficientes.
A segunda parte da prova faz apelo memria imediata (sem
esforo de memorizao voluntria), exige uma capacidade mnsica

visual suficiente e sem perturbaes. H um elemento mnsico puro que

entra em jogo (para alm do xito na cpia e seus factores, j referidos).
1 Cpia
-

Dar ao examinando 1 folha branca e 1 lpis de cor, nunca utilizar

canetas s lpis.

Coloca-se o modelo diante do sujeito dizendo: Tem aqui este desenho

e vai tentar copi-lo. No preciso fazer uma cpia rigorosa, mas deve
tomar ateno s propores e deve tentar no esquecer nada. No
preciso apressar-se. Comece com este lpis.

Assim que dada a explicao comea-se a marcar o tempo no

cronmetro.

Observa-se se fica muito tempo hesitante antes de comear, anota-se

esse tempo na folha de observao.

Assim que o sujeito desenha um primeiro conjunto ou estrutura,

retirasse-lhe o lpis dando-lhe outro de outra cor em troca, para
continuar o desenho.

Toma-se nota da ordem pela qual os lpis foram dados (ou adopta-se
sempre a mesma), 5 ou 6 cores normalmente bastam.

Durante a prova, o sujeito pode modificar a posio da sua folha mas

no a do modelo.

Quando o sujeito acabar a prova paramos o cronmetro. Marca-se o

tempo na folha e escreve-se cpia.

Guarda-se o papel e comea-se uma conversa com a pessoa, durante

3 minutos, sobre qualquer assunto, excepto sobre o teste.

2 Memria

Passados os 3 minutos, d-se a outra folha branca ao examinando e

pedimo-lhe que: Reproduza de memria o desenho que acabou de
copiar.

Comea-se a marcar o tempo. D-se igualmente vrios lpis de cor,

para facilitar a comparao dos dois desenhos.

Quando acabar, anota-se o tempo que levou a fazer o desenho, e

escreve-se memria na folha.
Se o sujeito trabalhou de um modo primitivo ou pouco racional

podemos, depois de ter terminado a prova da memria, perguntar-lhe se

no haveria uma maneira melhor de fazer o desenho. Por exemplo: Por
onde acha que deveria ter comeado o desenho para que cada detalhe
ficasse colocado correctamente?
Muitos sujeitos descobrem imediatamente o valor do rectngulo
grande e das diagonais enquanto outros substituem o mtodo original por
outro equivalente. Quando o sujeito tem de repente a viso dum mtodo
mais racional, a atitude primeira deve ser considerada como um sinal de
deixa andar, de indiferena, de preguia mental, de desadaptao
momentnea ou de precipitao. Quando o sujeito preserva o seu modo
defeituoso de cpia sobretudo a organizao intelectual da percepo
que preciso incriminar.

CORRECO QUANTITATIVA
Os Pontos
Decompe-se a figura em 18 elementos. Cada elemento correcto e bem
colocado vale 2 pontos, correcto e mal colocado vale 1 ponto, deformado
ou incompleto mas reconhecvel e bem colocado vale 1 ponto, deformado

ou incompleto mas reconhecvel e mal colocado vale ponto e

irreconhecvel ou ausente vale 0 pontos.
Quadro 1 - Aferio do Total de Pontos na Cpia
Percentil

P10
P25
P50
P75
P90
P100

4
1
2
8
10
15
19

5
3
11
19
21
26
31

6
12
19
23
25
26
27

7
14
17
22
27
31
31

8
19
27
30
32
33
35

9
26
28
30
34
34
36

10
25
27
30
32
34
36

11
28
30
33
35
36
36

12
29
30
32
34
35
36

13
24
29
30
34
35
36

14
25
30
31
34
35
35

15
27
31
32
34
35
36

Adultos
29
31
32
34
35
36

15
15
20
22
25
26
28

Adultos
15
18
22
27
29
35

Quadro 2 - Aferio do Total de Pontos na Memria

Percentil

P10
P25
P50
P75
P90
P100

4
0
1
2
5
9
14

5
2
4
10
14
18
23

6
6
7
13
17
21
22

7
2
9
14
18
22
28

8
7
16
18
23
27
29

9
14
16
19
22
26
29

10
12
16
20
22
24
26

11
15
17
20
23
23
27

12
14
15
18
24
28
32

13
13
17
19
23
24
33

14
17
19
23
26
28
32

Estas aferies conduzem a vrias concluses:

1)

A partir dos 8-9 anos, o teste deixa de ser um bom teste de

desenvolvimento, pois as mdias (P50) diferem pouco de uma idade
outra, a partir de 8-9 anos na cpia e de 10-11 anos na memria. Mas
continua a ser um bom teste de nvel dentro de cada idade.

2)

A perda de pontos na memria em relao com a cpia menos

forte entre os 4 e os 7 anos, e os 14 e 15 anos.

3)

A correlao entre os pontos-cpia e os pontos-memria bastante

fraca. Verifica-se que nos adultos, metade das pessoas que fazem uma
boa cpia fazem tambm uma boa memria (56%), e a percentagem
restante piora na memria. Os que fazem uma m cpia, fazem
geralmente progressos na memria, 33% permanecem estacionrios.
Nas crianas, verifica-se que os que fazem uma boa cpia fazem uma
boa memria, com uma frequncia maior do que nos adultos. Dos que
fazem uma m cpia, a maioria permanece estacionria na memria, e
menos de metade faz progressos.

A correlao entre os pontos nas duas provas maior nas crianas

(r = 0.65) do que nos adultos (r = 0.45).
O Tempo
Quadro 3 - Aferio do Tempo na Cpia
Percentil

P10
P25
P50
P75
P100

4
15
10
8
7
4

5
12
10
8
7
3

6
15
11
9
7
6

7
18
11
9
7
5

8
11
10
7
6
5

9
18
7
6
5
4

10
10
9
8
4
3

11
6
5
4
3
2

12
8
5
4
4
3

13
5
5
4
3
2

14
5
5
4
4
1

15
6
4
4
3
2

Adultos
6
5
4
3
2

14
4
3
3
2
2

15
5
3
3
2
2

Adultos
6
5
4
3
1

Nota: arredondar ao minuto superior

Quadro 4 - Aferio do Tempo na Memria

Percentil

P10
P25
P50
P75
P100

4
15
6
6
5
3

5
10
9
6
4
2

6
10
8
5
5
3

7
5
5
4
4
2

8
8
5
5
4
2

9
7
5
4
3
2

10
10
7
5
4
3

11
6
3
2
2
2

12
10
4
3
3
1

13
5
4
3
3
2

Nota: arredondar ao minuto superior

CORRECO QUALITATIVA
Tipos de Reproduo
O emprego do lpis de cor permite anotar o processo que a pessoa
adoptou

para

reproduzir

desenho

ordem

como

procedeu.

Distinguem-se 7 tipos de reproduo:

Tipo I - Construo sobre a Estrutura
O sujeito desenha primeiro o grande rectngulo central, as diagonais e
medianas e depois coloca os outros elementos nesta estrutura.

10

Tipo I-II
Comea pela cruz e em seguida faz o rectngulo e as diagonais e
medianas e depois coloca os outros elementos nesta estrutura.
Tipo II - Detalhes englobados na Estrutura
Comea por um detalhe pegado ao rectngulo grande (por ex.: cruz
superior esquerda), depois desenha o rectngulo englobando os outros
detalhes (quadro inferior ou losango), depois acaba a construo do
rectngulo, traando as diagonais e medianas, e por fim coloca os outros
elementos.
Tipo III - Contorno Geral
Reproduz o contorno exterior da figura sem diferenciar o rectngulo
central. Depois coloca os detalhes dentro, terminando pelo grande
rectngulo, o que dificulta o ajuste das linhas.
Tipo IV - Justaposio de Detalhes
O sujeito justape os detalhes, uns ao lado dos outros procedendo como
num puzzle. Isto causa problemas de propores e de ajuste dos bocados
uns com os outros, mas o desenho pode ficar correcto. (Aqui o lpis de
cor muito til.)
Tipo V - Detalhes em Fundo Confuso
O grafismo pouco estruturado ou nada, o modelo irreconhecvel mas
so nitidamente reconhecidos certos detalhes.

11

Tipo VI - Reduo a um Esquema Familiar

A figura reduzida a um esquema familiar (barco, casa, homem) que faz
lembrar vagamente o modelo.
Tipo VII - Garatujas
O sujeito fornece uns simples gatafunhos onde no se pode reconhecer
nenhum dos elementos do modelo, nem a forma global.

Evoluo dos Tipos de Reproduo

1 - Evoluo dos Diferentes Tipos de Reproduo na Cpia
a)

O Tipo VII tpico da criana antes dos 4 anos.

b)

O Tipo VI aparece pelos 4-5 anos. raro e desaparece aos 6 anos.

c)

O Tipo V dominante aos 4 anos (50% dos casos), diminui depois

rapidamente e desaparece aos 8 anos.

d)

O Tipo IV o tipo dominante entre os 5 e os 10 anos. A sua

frequncia cresce dos 4 aos 7 anos, culmina aos 8 anos (70% dos
casos) e diminui at idade adulta (onde mnimo).

e)

O Tipo III no dominante em nenhuma idade e sempre um tipo

acessrio. A frequncia mais elevada aos 10 anos (35%), raramente
se encontra no adulto (s em adultos com dificuldades de estruturao
espacial).

f)

O Tipo II um tipo secundrio que no dominante em nenhuma

idade. Aparece aos 6 anos, atinge a mais alta frequncia aos 12 anos
(43%) e diminui depois.

g)

O Tipo I caracterstico do adulto onde o nico tipo dominante

(56,6%), mas pode aparecer pelos 4 anos e aumenta de frequncia,
em seguida, de idade para idade.

h)

O Tipo I-II, presente em todas as idades, vai crescendo lentamente

de frequncia at aos 10 anos, rivaliza com o tipo IV entre os 11 e os

12

12 anos, torna-se dominante aos 13 e atinge o mximo (33,2%) nos

adultos.
2 - Estdios de Desenvolvimento na Cpia
A

partir

essenciais

na

desta

evoluo,

evoluo

da

Osterrieth,

reproduo,

dominantes (os que tm frequncia

determinou

caracterizados

estdios

pelos

tipos

mais elevada) e secundrios

(frequncia imediatamente inferior).

Estdio I (4 anos)
Tipo Dominante: Tipo V
Tipo Secundrio: Tipo IV
A percepo sincrtica: condensao e homogeneizao dos
elementos, predominncia da assimilao deformante (esquemas
familiares), detalhes absorvidos ou modificados no todo, ou no
percebidos, ou modificando o todo.
Estdio II (dos 5 aos 11/ 12 anos)
Tipo Dominante: Tipo IV
Tipo Secundrio: Tipo III dos 5 aos 7 anos
Tipo I-II dos 7 aos 11/12 anos
A justaposio dos detalhes prolonga o sincretismo (cf. Piaget Le
jugement et le raisonnement chez lenfant). No h anlise mas
justaposio,

enumerao

sem

sntese.

percepo

fica

egocntrica. A partir dos 7 anos o pensamento acomoda-se ao real,

a percepo mais fiel (objectivao analtica) mas ainda no
chegou sntese hierrquica.

13

Estdio III (dos 11/ 12 anos idade adulta)

Tipo Dominante: Tipo I-II
Tipo Secundrio: Tipo IV
A actividade perceptiva

atinge

o nvel

superior, opera uma

reestruturao operatria do real sabendo isolar um elemento

fundamental (o rectngulo) que uma boa forma porque
simples, regular e geomtrica, a partir da qual os outros elementos
se organizam. H anlise imediata seguida de reestruturao
sinttica. Coincide com o aparecimento do raciocnio hipotticodedutivo e da reversibilidade das operaes.
3 - Evoluo dos Tipos de Reproduo na Memria
Aqui a evoluo menos ntida do que na prova da cpia:
a)

O Tipo VII s aparece aos 4 anos e com fraca frequncia.

b)

O Tipo VI est presente dos 4 aos 6 anos e diminui depois.

c)

O Tipo V dominante aos 4 anos, atinge o mximo aos 5 anos

(31,5%), torna-se secundrio entre os 5 e os 8 anos e desaparece
depois.

d)

O Tipo IV cresce dos 5 aos 8 anos, atinge o mximo dos 8 aos 10

(40%) e depois diminui at idade adulta.

e)

O Tipo III, dominante dos 4 aos 6 anos, atinge o mximo aos 6

anos (42,8%) e decresce irregularmente em seguida.

f)

Tipo

II

aparece

aos

anos,

mantm-se

com

fortes

irregularidades at idade adulta, atinge o mximo aos 12 anos mas

nunca dominante.
g)

O Tipo I encontra-se em todas as idades, a frequncia cresce

regularmente. dominante a partir dos 12 anos e atinge o mximo no
adulto (87,7%).

14

4 - Estdios de Desenvolvimento na Memria

Estdio I (4 anos)
Tipo Dominante: Tipo III e V
Tipo Secundrio: Tipo VI e VII
Estdio II (5 a 6 anos)
Tipo Dominante: Tipo III
Tipo Secundrio: Tipo IV e V
Estdio III (7 a 10 anos)
Tipo Dominante: Tipo IV
Tipo Secundrio: Tipo III e I-II
Estdio IV (10 anos a Adulto)
Tipo Dominante: Tipo I-II
Tipo Secundrio: Tipo IV
Comparando estes resultados com os da cpia, constata-se que no
conjunto: a memria apresenta um progresso em relao cpia, em
particular a partir dos 7-8 anos, mas nas idades abaixo h regresso para
os tipos inferiores de reproduo; o Tipo I-II mais frequente e
dominante mais cedo; o Tipo IV menos frequente, enquanto que o Tipo
III mais frequente e dominante dos 4 aos 6 anos.
Constatou-se tambm que a maioria das pessoas continua fiel ao
mesmo tipo de reproduo (de 40 a 75% das pessoas); que dos 4 aos 7
anos e aos 12 h tendncia para a regresso (tipo de reproduo inferior
para a memria); que dos 9 aos 15 anos h progresso (tipo de
reproduo superior para a memria).

15

AS PARTICULARIDADES PRIMITIVAS
H certas particularidades tpicas dos 4 aos 8 anos que so
deformaes da figura mais ou menos importantes, e que so normais
nessas idades, mas que so sintoma de anomalia ou atraso em indivduos
de maior idade. So elas:
Deformao por interpretao
O sujeito reproduz certos detalhes mas completa-os consoante a sua
interpretao. Por exemplo: acrescenta bola um corpo com pernas e
braos, ou reproduo vertical da figura como se fosse uma casa, etc...
Deformao por ausncia de estruturao
Acumulao catica de formas vagas por vezes encerradas dentro de uma
linha fechada servindo de contorno. Alguns detalhes fora da figura e
isoladas dela.
Deformao por reproduo
Repetio estereotipada do mesmo elemento que por vezes constitui todo
o desenho.
Deformao por falta de ateno
Uma linha tomada por outra, h inverso na posio dos elementos,
rotao no compensada da folha, um mesmo elemento servindo dois
detalhes diferentes.
Deformao por simplificao
O desenho reduz-se a uma figura simples (um quadrado ou uma
circunferncia ou tringulo). Alguns elementos so s evocados e
reproduzidos de maneira incompleta.

16

Deformao por falta de habilidade grfica

Por necessidade de correco de traos mal comeados o que leva
distoro da figura toda que pode ficar ou achatada ou muito alongada.
Deformao por tendncia para a simetria
Elementos repetidos ou deslocados com vista a obter uma figura
simtrica.

EMPREGO

DO

TESTE

EM

PATOLOGIA

Crianas Atrasadas no Desenvolvimento Intelectual

Os resultados no teste so nitidamente inferiores tanto na cpia
como na memria. No ultrapassam, em geral, o percentil 25. Levam
muito tempo a reproduzir o desenho.
O tipo dominante muito inferior ao correspondente idade real.
Os dbeis de 7-8 anos de idade real tm muitas particularidades
primitivas.

Na

passagem

para

memria

aparecem:

reprodues

lacunares ou parciais; desenho muito incompleto, sobreposio de

elementos, deformaes e estereotipias. E mais raramente: reproduo
mais ou menos idntica cpia, ligeiro progresso de estruturao,
fazendo lembrar o progresso, muito mais acentuado, nos casos normais.
preciso distinguir:
1 - As produes dos deficientes mentais simples cujos resultados
so fracos, mas tm um conjunto coerente.
2 - As produes que testemunham uma verdadeira perturbao
da estruturao perceptiva. O conjunto grfico confuso e desorganizado.
Desenhos incoerentes e inacabados. Testemunham alm de um atraso
mental, perturbaes na estruturao espacial ou leses orgnicas.

17

Nota: a presena de um tipo de cpia inferior idade real pode resultar

doutros factores para alm de um atraso intelectual, inaptido especfica,
desenvolvimento no harmnico (atraso perceptivo apenas), reaco
prova, atitude geral particular, particularidade sensorial, inadaptao, etc.
Crianas com um Desenvolvimento Intelectual Normal
Quando os resultados a este teste so muito inferiores aos dos
outros

testes

de

inteligncia

pode

ser

sinal

de

dificuldades

na

estruturao da percepo (ver nota acima).

Nas crianas normais de inteligncia, mas com dificuldades de
adaptao h resultados e tipos de produo mdios ou bons na cpia
mas na memria aparecem: coisas estranhas, detalhes a mais, os
espaos

vazios

particularidades

preenchidos

de

primitivas.

Isto

traos,

etc.

so

sinais

no

aparecem

provveis

de

as
um

funcionamento psquico particular.

Adultos
Nos Afsicos, verifica-se pobreza de detalhes na cpia e ainda mais
na memria. Chegam a ser incapazes de reproduzir o desenho de
memria por terem perdido o sentido do geomtrico que lhes permita
encarar o conjunto da figura e centr-la.
Os esquizofrnicos catatnicos levam um tempo excessivamente
longo na execuo. Pem muito zelo em executar bem o trao, mas
fazem-no com muita rigidez de movimentos e maneirismo. Na cpia
aparecem numerosos detalhes estranhos que so acrescentados ao
desenho original ou preenchimento dos espaos vazios que so sintomas
patolgicos. Por vezes h regresso a esquemas familiares como nas
crianas. Por vezes tambm h deslocao de elementos para obter uma
simetria.

18

Nos adultos que tiveram traumatismos cranianos o resultado varia

consoante o traumatismo. Levam um tempo longo a executar o desenho,
sobretudo o de memria. Resultados prximos dos normais na cpia mas
nitidamente inferiores na memria, sendo por vezes mesmo incapazes de
o reproduzir. No aparecem no entanto elementos bizarros.
Na regresso mental senil os resultados so muito pobres na cpia.
Amnsia de evocao.

19

Cpia

Memria

Dbil(rapariga de 9 anos): Deficincia mental ligeira. Pontos: 18 e 14 Tipo III. Cpia e Memria
desenhadas verticalmente: particularidades primitivas.

Dbil (rapariga de 12 anos): Atraso homogneo. Pontos 18 e 11 Tipo IV. Cpia e Memria
desenhados verticalmente. Particularidades primitivas.

Dbil (rapariga de 9 anos): Atraso homogneo. Pontos 9,5 e 3,5 Tipo V e III.

20

Cpia

Memria

Esquizofrnico (mulher adulta): Cpia: 45 28 pontos Tipo IV / Memria: 15 20 pontos Tipo IV,
Inverses, superfcies riscadas.

Traumatismo Craniano (homem de 31 anos): Cpia excelente mas Memria muito fraca.

Afsico (mulher adulta): Hemiplagia com afasia transitria. Cpia: 9 e Memria: 5

21

OS 18 ELEMENTOS

DA

FIGURA

DE

REY-OSTERRIETH

22

APLICAO - FORMA B
A Forma B uma figura muito mais simples e mais adaptada s
possibilidades das crianas. O passar do teste tambm mais simples,
assim como as cotaes.
A cotao da cpia tem em conta certas relaes fundamentais e
avalia tambm, em grande medida o esquema mental no qual se efectua
a construo (globalizao, realismo intelectual, falta de anlise das
relaes existentes, etc.).
Ao compararmos a Forma A com a Forma B percebemos que eles
no se podem confundir. Com a Forma B os progressos tornam-se
insignificantes a partir dos 7 anos. Portanto s avaliamos este teste dos 4
aos 8 anos.
A Forma B pode tambm ser aplicada com utilidade a adultos nos
quais se suspeite de uma forte deteriorao mental.
Apresentamos a Forma B criana pedimo-lhe que a copie com um
lpis para uma folha branca. Quando a criana acaba anotamos o tempo e
retiramo-lhe a cpia e o modelo. Aps uma pausa de 3 minutos, pedimolhe que refaa o desenho de memria, numa folha nova.

CORRECO
A pontuao mxima deste teste de 31 pontos. Corrige-se
separadamente a cpia e a reproduo de memria, utilizando os
seguintes critrios:
Elementos Presentes
1

ponto

por cada elemento

presente

(circunferncia,

quadrado,

tringulo, rectngulo, dois pontos dentro da circunferncia, cruz dentro

do tringulo, arco dentro do rectngulo, linhas perpendiculares dentro

23

do semicrculo

(2 ou mais), diagonal no quadrado, ponto dentro do

quadrado e o sinal =).

ponto quando o elemento apenas reconhecvel com dificuldade.
ponto se a cruz desenhada como uma superfcie (no com traos
simples).
ponto se os dois pontos so traados sob a forma de crculos.
A diferena entre o quadrado e o rectngulo deve ser ntida para
que cada figura constitua um elemento.
Consideram-se reconhecveis: as superfcies com um contorno mais
ou menos circular para o circulo e com um contorno poligonal para as
outras figuras, mas desde que a sua posio relativa permita relacionar
cada uma delas com o elemento correspondente do modelo. Por exemplo:
uma srie de figuras vagamente poligonais, alinhadas ou desalinhadas,
no

permitem

nenhuma

identificao;

pelo

contrrio,

se

esto

distribudas segundo as relaes de contiguidade existentes entre o

rectngulo, o quadrado e o tringulo, as superfcies permitem identificar
trs figuras reconhecveis. Por outro lado, um rectngulo, um quadrado e
um tringulo, desenhados claramente, contam cada um como um
elemento ainda que estejam distribudos desordenadamente sobre a
folha.
Pontuao Mxima: 11 pontos
Tamanho Proporcional das 4 Superfcies Principais
1 ponto para a igualdade entre a circunferncia e o tringulo.
1 ponto para a igualdade entre a circunferncia, o quadrado e o
tringulo.
1 ponto para a igualdade entre as alturas do quadrado e do rectngulo.
1 ponto para a igualdade entre as quatro formas geomtricas.

24

Trata-se de uma igualdade aproximada de 4mm, mais ou menos.

Conta-se ponto se falta o tringulo ou a circunferncia, mas h
proporcionalidade entre os

outros dois elementos.

Pontuao Mxima: 4 pontos

Situao Relativa das Quatro Superfcies Principais
2 pontos para a sobreposio entre o tringulo e a circunferncia ou
dos seus equivalentes reconhecveis.
2 pontos para a sobreposio entre o tringulo e o rectngulo ou dos
seus equivalentes reconhecveis.
2 pontos para a sobreposio entre a circunferncia e o rectngulo ou
dos seus equivalentes reconhecveis.
2 pontos para a sobreposio entre o quadrado e o rectngulo ou dos
seus equivalentes reconhecveis.
1 ponto se h simples justaposio ou se a sobreposio exagerada
para cada grupo.
Pontuao Mxima: 8 pontos
Posio dos Elementos Secundrios
1 ponto se os dois pontos da circunferncia esto colocados lado a lado
bem direita. ponto se esto sobrepostos ou muito afastados em
vez de estarem um ao lado do outro.
1 ponto se a cruz estiver colocada esquerda do tringulo.
1 ponto se o semicrculo estiver colocado no centro da base do
rectngulo. ponto se no est no centro, mas dentro do rectngulo.
1 ponto se o nmero de linhas verticais do semicrculo exacto, ou
seja 4.
1 ponto se o sinal de igual est colocado dentro do quadrado pequeno
formado pela interseco do rectngulo com o quadrado. ponto se o
sinal corta os lados do quadrado pequeno.

25

1 ponto se a diagonal est correctamente colocada.

1 ponto se o ponto do quadrado est colocado no ngulo inferior
direito.
1 ponto se o ponto do quadrado claramente mais grosso do que os
dois pontos do crculo.
Pontuao Mxima: 8 pontos

TABELAS
Quadro 4 - Aferio da Soma de Pontos na Cpia
Percentil

P10
P20
P25
P30
P40
P50
P60
P70
P75
P80
P90
P99

5
9
12
14
15
16
18
20
21
22
-24
26

6
16
18
19
-20
21
-22
-23
26
30

7
19
20
21
-22
-23
24
25
-26
27

8
19
21
22
23
24
-25
-26
-27
30

Quadro 6 - Aferio do Tempo na Cpia

Percentil

P10
P25
P50
P75
P99

5
4
2
2
2
1

6
-2
2
2
1

7
2
2
2
1
1

8
8
6
4
1
1

26
Quadro 7 - Aferio da Soma de Pontos na Memria
Percentil

P10
P20
P25
P30
P40
P50
P60
P70
P75
P80
P90
P99

5
3
7
8
9
11
14
15
17
-18
19
22

6
5
9
11
12
15
16
17
18
-19
21
26

7
8
10
11
13
15
17
18
20
-21
22
23

8
13
16
17
-19
20
21
22
23
24
25
27

27

ANEXOS

28

FIGURA COMPLEXA
DE

REY-OSTERRIETH