Imposto de Selo

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Quarta-feira, 1 de Abril de 2004 I SERIE - Número 13

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE

3.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE de 26 de Junho, criando uma estrutura moderna, de acordo
com os padrões internacionais e que responda de forma cabal
e eficiente aos seus objectivos e missão.
AVISO
A matéria a publicar no «Boletim da República» Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea e) do n.° 1

deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, do artigo 153 da Constituição da República, o Conselho de
uma por cada assunto, donde conste, além dasindicações
Ministros decreta: necessárias para esse efeito, o averba
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no Artigo 1. É criada a Administração Tributária dos Impostos
«Boletim da República». e aprovado o respectivo Estatuto Orgânico, em anexo ao pre-
sente Decreto e que dele faz parte integrante.

Art. 2 - 1. A Administração Tributária dos Impostos é


uma instituição tutelada pelo Ministro que superintende a
SUMÁRIO área das Finanças.
Conselho de Ministros: 2. A Administração Tributária dos Impostos está dotada
de autonomia administrativa.
Decreto n.° 5/2004:
Art. 3. A Administração Tributária dos Impostos tem as
Cria a Administração Tributária dos Impostos e aprova o respec-
seguintes atribuições:
tivo Estatuto Orgânico.
a) A arrecadação de impostos e de outras receitas do
Decreto n.° 6/2004: Estado que por lei estejam a seu cargo;
Aprova o Código do Imposto do Selo e respectiva Tabela, e b) A execução da política fiscal do Estado e a realização
revoga o Regulamento do Imposto do Selo e a respectiva
de uma contínua avaliação da sua repercussão na
Tabela Geral, aprovado pelo Diploma Legislativo n.° 763,
de 11 de Agosto de 1941. ordem financeira, económica e social;

Decreto n.° 7/2004: c) A execução e controlo da aplicação das leis fiscais e

Cria o Conselho Nacional para o Avanço da Mulher, abreviada- violados;


mente designado por CNAM.
d) A prevenção e combate à fraude e evasão fiscais.
Decreto n.° 8/2004:
Art. 4. Para a realização das suas atribuições, compete à
Aprova o Regulamento de Sanidade Animal, e revoga os regu- Administração.Tributária dos Impostos:
lamentos e restantes normas anteriormente publicados.
a) Garantir, no quadro da política fiscal, a arrecadação
das receitas do Estado;

b) Assegurar o lançamento, a liquidação e a cobrança dos


CONSELHO DE MINISTROS
impostos cuja arrecadação esteja a seu cargo;

Decreto n.° 5/2004 c) Executar a política fiscal do Estado;

de 1 de Abril d) Propor e implementar a política fiscal na base das


grandes opções sobre a matéria;

O órgão da administração do Estado que tem por missão e) Efectuar previsões sobre a evolução das receitas cuja
fundamental a execução da política fiscal, a gestão e admi- arrecadação esteja a seu cargo e elaborar estatísticas das receitas d
nistração dos impostos internos e, no geral, de todas as
receitas fiscais, necessita de ser adequado às reformas actual- f ) Propor e dar parecer sobre acordos internacionais em
mente introduzidas no sistema tributário pela Lei n.° 15/2002,
matéria tributária e assegurar a sua execução;
g) Fazer o controlo e acompanhamento da aplicação das Estatuto Orgânico da Administração
leis fiscais visando assegurar a justiça tributária; Tributária dos Impostos
h) Promover e realizar acções de auditoria e fiscalização
tributária com vista a prevenção e combate à fraude CAPÍTULO I

e evasão fiscais; Natureza, atribuições e competência

i) Exercer a acção de justiça tributária, bem como assegurar a representação da1 Fazenda Nacional junto
ARTIGO
dos Tribunais Fiscais, como assistente do Minis- (Natureza)
tério Público;

j) Acompanhar e monitorar a execução dos benefícios tuição tutelada pelo Ministro que superintende a área das
fiscais e proceder à determinação e controlo da res- Finanças.
pectiva despesa fiscal; 2. A Administração Tributária dos Impostos está dotada de
autonomia administrativa e tem o seu âmbito de actuáção em
k) Colaborar na preparação do Orçamento do Estado e
todo o território nacional.
na elaboração da Conta Geral do Estado;
ARTIGO 2
l) Prestar esclarecimentos aos contribuintes acerca da
(Atribuições)
interpretação das leis fiscais e das suas obrigações
e ainda do modo mais cómodo e seguro de as A Administração Tributária dos Impostos tem as seguintes
cumprir; atribuições:

m) Proceder à investigação no domínio da fiscalidade, a) A arrecadação de impostos e de outras receitas do Estado


tendo em vista o aperfeiçoamento da técnica tributária;
b) A execução da política fiscal do Estado e a realização
de uma contínua avaliação da sua repercussão na
n) Informar sobre os aspectos decorrentes da execução ordem financeira, económica e social;
das leis fiscais e realizar estudos de opinião em
c) A execução e controlo da aplicação das leis fiscais e a
matéria fiscal; reintegração ou defesa dos respectivos interesses
o) Manter um registo actualizado dos contribuintes; violados;
d) A prevenção e combate à fraude e evasão fiscais.
p) Executar programas de cooperação com as admi-
nistrações tributáriàs homólogas de outros Estados ARTIGO 3
e participar em reuniões internacionais no domínio
da fiscalidade. (Competências)

Para a realização das suas atribuições, compete à Admi-


Art. 5 - 1. Até à entrada em funcionamento dos Tribunais nistração Tributária dos Impostos:
Fiscais, manter-se-ão em exercício, nos termos previstos na a) Garantir, no quadro da política fiscal, a arrecadação
legislação em vigor, os Tribunais do Contencioso das das receitas do eEstado;
Contribuições Impostos e os Juízos das Execuções Fiscais,
existentes nas Repartições de Finanças. b) Assegurar o lançamento, a liquidação e a cobrança
dos impostos cuja arrecadação esteja a seu cargo;
2. As Repartições de Finanças referidas no número ante- c) Executar a política fiscal do Estado;
rior passam a designar-se por Direcções das Áreas Fiscais, ou d) Propor e implementar a política fiscal na base das
Direcções dos Bairros Fiscais quando localizadas nas cidades grandes opções sobre a matéria, de modo a atingir
de Maputo, Beira e em outras cidades que se julgar necessária os objectivos definidos no Programa do Governo;
esta divisão, com a localização e competências actualmente e) Efectuar previsões sobre a evolução das receitas cuja
atribuídas àquelas Repartições de Finanças. arrecadação esteja a seu cargo;

Art. 6. Compete ao Ministro que superintende a área das j) Propor e dar parecer sobre acordos internacionais em
Finanças aprovar o Regulamento Interno da Administração matéria tributária e assegurar a sua execução;
Tributária dos Impostos e demais regulamentação que se g) Fazer o controlo e acompanhamento da aplicação das
mostre necessária à implementação do Estatuto aprovado por leis fiscais visando assegurar a justiça tributária;
este decreto. h) Promover e realizar acções de auditoria e fiscalização
tributária com vista a prevenção e combate à fraude
Art. 7 - 1. E extinta a Direcção Nacional de Impostos e
e evasão fiscais;
Auditoria (DNIA).
i) Exercer a acção de justiça tributária, bem como asse-
2. Os meios humanos e materiais que se encontrem afectos gurar, a representação da Fazenda Nacional junto
a Direcção Nacional de Impostos e Auditoria transitam para dos Tribunais Fiscais como assistente do Ministério Público;
a Administração Tributária dos Impostos
j ) Participar na análise dos projectos de investimento
Art. 8. São revogadas todas as normas legais em vigor que
privado de grande dimensão, nos termos da legislação
disponham contrariamente ao Estatuto ora aprovado, em vigor, ou cujo impacto seja relevante para a
Aprovado pelo Conselho de Ministros a 1 de Abril de 2004. economia nacional;
k) Acompanhar e monitorar a execução dos benefícios
Publique-se.
fiscais e proceder à determinação e controlo da
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
l)
2. O Centro de Formação e Aperfeiçoamento Tributário a
gestão; que se refere a alínea a) do número 1 deste artigo, será dirigido
m) Colaborar na preparação do Orçamento do Estado e na
elaboração da Conta Geral do Estado; 3. Junto da Direcção-Geral funcionará um Gabinete de
n) Prestar esclarecimentos aos contribuintes acerca da Apoio ao Director, uma Secretaria e um Serviço de Rela-
interpretação das leis fiscais e das suas obrigações e ções Públicas. ainda do modo mais cómodo e seguro de as cump
4. Os órgãos da Direcção-Geral da Administração Tribu-
o) Exercer a acção de informação pública no domínio tária dos Impostos a que se referem os números anteriores
tributário; são órgãos de decisão, controlo, execução e apoio que fun-
cionam junto do Director-Geral, competindo-lhes, em geral,
p) Proceder à investigação no domínio da fiscalidade, tendo
a preparação das decisões relacionadas com a aplicação da
em vista o aperfeiçoamento da técnica tributária;
política e das leis fiscais.
q) Informar sobre os aspectos decorrentes da execução
das leis fiscais; ARTIGO 6

r) Manter um registo actualizado dos contribuintes; (Director-Geral)


s) Executar programas de cooperação com as administra- 1. A Administração Tributária dos Impostos é dirigida por
ções tributárias homólogas de outros Estados e um Director-Geral nomeado pelo Ministro que superintende
participar em reuniões internacionais no domínio a área das Finanças, ao qual compete a direcção superior dos
da fiscalidade; serviços e será coadjuvado, no exercício das suas funções,
t) Propor medidas de carácter normativo, técnico e orga- por três Directores-Gerais Adjuntos que superintendem, res-
nizacional para a melhoria da eficácia do sistema pectivamente, as áreas de Administração Geral, de Inspecção
tributário; e Apoio Técnico e de Operações Técnicas.
u) Realizar campanhas informativas e estudos de opinião 2. Nas suas ausências ou impedimentos o Director-Geral
em matéria fiscal; será substituído por um dos Directores-Gerais Adjuntos, por
ele indicado.
v) Informar e sensibilizar os contribuintes sobre o sentido
social e económico das medidas de política fiscal. 3. Os Directores-Gerais Adjuntos são nomeados pelo Mi-
nistro que superintende a área das Finanças, sob proposta do
C A P Í T U L O II Director-Geral, nos termos previstos na lei geral.
Estrutura Orgânica ARTIGO 7

SECÇÃO I
(Competências do Director-Geral)
Estrutura e D i r e c ç ã o 1. Incumbe em especial ao Director-Geral:

ARTIGO 4
a) Assegurar que a arrecadação das receitas fiscais da
competência da Administração Tributária dos Im-
(Organização)
postos seja realizada de acordo com os programas
A Administração Tributária dos Impostos organiza-se em: estabelecidos;

a) Direcção-Geral, ao nível central; b) Colaborar na elaboração de políticas gerais em ma-


téria tributária;
b) Direcções das Áreas Fiscais e Unidades de Grandes
Contribuintes, ao nível local. c) Promover a correcta execução da política e das leis
fiscais;
ARTIGO 5
d) Propor a criação e alteração das leis e regulamentos
(Estrutura Orgânica da Direcção-Geral)
necessários à eficácia e eficiência do sistematributá
1. A Direcção-Geral da Administração Tributária dos Im- Administração Tributária dos Impostos;
postos, abreviadamente designada " D G I " está estruturada fun-
cionalmente, nas três áreas seguintes: e) Zelar pelos interesses da Fazenda Nacional, observando os direitos e
a) Administração Geral, que compreende:
j ) Representar a Administração Tributária dos Impostos
i) A Direcção de Serviços de Administração
junto das organizações nacionais e internacionais,
e Recursos Humanos;
em matéria fiscal;
ii) O Centro de Formação e Aperfeiçoamento
Tributário. g) Dirigir e controlar os serviços da AdministraçãoTributá
b) Inspecção e Apoio Técnico, que compreende: recursos à mesma afectos, em ordem a promover a
sua eficácia e eficiência e a qualidade das respec-
i) A Direcção de Serviços de Inspecção;
tivas prestações;
ii) A Direcção de Serviços de Estudos, Pla-
neamento e Apoio Técnico; h) Zelar pelo total cumprimento das leis, regulamentos
iii) A Direcção de Serviços de Informática e e demais instruções no âmbito da gestão do Orça-
Estatísticas Fiscais. mento do Estado;
c) Operações Técnicas, que compreende: i) Emitir parecer sobre os assuntos da competência da
i) A Direcção de Serviços de Gestão Tributária, Adminstração Tributária dos Impostos, que devem
Cobrança e Reembolsos; ser presentes à apreciação e decisão superior;

ii) A Direcção de Serviços de Auditoria eFiscalização


j ) Orientar a Tributária;
elaboração de relatórios anuais ou periódicos
vidades da Adminstração Tributária dos Impostos;
iii) A Direcção de Serviços der Justiça Tributária.
k) Dirigir, orientar e controlar a realização de todas as ARTIGO 12

atribuições da Adminstração Tributária dos (Direcção de Serviços


Impostos de Estudos,
e decidir Planeamento
sobre assuntos e Apoio Técnico)
correntes;
Compete especificamente a esta Direcção a realização de
l) Ordenar a realização das despesas inscritas no Orçamento de investigação
trabalhos no domínio
da Adminstração da fiscalidade
Tributária e matérias
dos Impostos;
afins, colaborar na planificação das actividades anuais da
m) Determinar exames à escrita e auditorias aos con- Adminstração Tributária dos Impostos e colaborar no apoio,
tribuintes e decidir sobre as matérias nos respec- esclarecimento de dúvidas e questões decorrentes da aplica-
tivos relatórios de auditoria, quando tal se mostre ção das leis fiscais.
necessário; ARTIGO 13
n) Aceitar garantias bancárias e autorizar o seu cancelamento.
(Direcção de Serviços de Informática e Estatísticas Fiscais)
Compete especificamente a esta Direcção a planificação,
2. Ao Director-Geral incumbe ainda, exercer as competên- execução, controlo e avaliação dos suportes de informação e
cias que os códigos e demais legislação tributária lhe atribuí- tratamento de dados respeitantes à gestão tributária.
rem, bem como as que nele forem expressamente delegadas
ARTIGO 1 4
ou subdelegadas.
(Direcção de Serviços de Gestão Tributária, Cobrança
SECÇÃO II e Reembolsos)
Funções d a s Direcções d e Serviços Compete especificamente a esta Direcção o desempenho
das actividades relacionadas com:
ARTIGO 8
a) A concepção do quadro normativo e dos procedimentos
(Competências das Direcções dos Serviços Centrais)
técnicos dos diferentes impostos e oútras receitas
1. Compete, em geral, às Direcções dos Serviços Centrais: da responsabilidade da Administração Tributária
a)O exercício no âmbito nacional das actividades de dos Impostos;
orientação, coordenação e controlo da Administra- b) A liquidação e controlo da arrecadação de impostos
ção Tributária dos Impostos; e outras reçeitas;
b) A execução das actividades conexas com as atribui- c) O controlo e pagamento de reembolsos;
ções da Adminstração Tributária dos Impostos ou
d) A contabilidade das receitas;
com o seu funcionamento que, por lei ou decisão superior, devam ser asseguradas a nível central;
e) As ligações com a Tesouraria do Estado e asentidad
c) A prática de actos de gestão corrente que, por virtude próprias são cobradas através da Administração
do sistema de tratamento da informação ou por Tributária dos Impostos;
razões de eficácia e eficiência administrativas,
f ) A coordenação das áreas fiscais.
devam ser centralizadas;
ARTIGO 15
d) A preparação das decisões relacionadas com a aplica-
ção da política e das leis fiscais. (Direcção de Serviços de Auditoria e Fiscalização, Tributária)
2. As Direcções de Serviços são dirigidas por Directores Compete especificamente a esta Direcção o desempenho
de Serviços, nomeados pelo Ministro que superintende a área das actividades que têm por objectivo:
das Finanças sob proposta do Director-Geral nos termos pre- a) A prevenção e combate à fraude e evasão fiscais;
vistos na lei.
b) A invèstigação das irregularidades fiscais;
ARTIGO 9 c) Proceder à verificação e submissão à confirmação dos
(Direcção de Serviços de Administração e Recursos Humanos) rendimentos empresariais declarados pelos sujeitos
passivos, singulares e colectivos,
Compete especificamente a esta Direcção a execução das
actividades relativas a gestão orçamental e contabilidade, a ARTIGO 16
gestão da logística, do património e dos recursos humanos. (Direcção de Serviços de Justiça Tributária)
ARTIGO 1 0 Compete especificamente a esta Direcção o desempenho
(Centro de Formação e Aperfeiçoamento Tributário) das actividades relacionadas com:
a) o contencioso administrativo tributário, quer seja sus-
Compete especificamente ao Centro de Formação e Aper-
feiçoamento Tributário, a dinamização do desenvolvimento citado pelos contribuintes, quer consubstancie reacção ao incumprimento
dos recursos humanos da administração tributária, bem como
o desempenho das actividades relacionadas com a promo- b) O controlo sistemático da dívida tributária.
ção, execução e implementação das políticas de formação da SECÇÃO III
Adminstração Tributária dos Impostos. Funções dos Serviços Locais
ARTIGO 11 ARTIGO 17
(Direcção de Serviços de Inspecção) (Competências dos Serviços Locais)
Compete especificamente a esta Direcção apoiar o Director- 1. Compete em geral aos Serviços Locais a execução das
-Geral no controlo da aplicação das leis fiscais e dais decisões operações e actos necessários ao apuramento da situação tribu-
proferidas ao nível do Ministério que superintende a área das tária dos contribuintes, procedendo ao lançamento, liquidação
Finanças sobre a política fiscal e na aplicação dos procedi- e cobrança dos impostos e demais receitas do Estado que se
mentos de auditoria interna. mostrem devidas segundo a lei aplicável.
2. Cabe ainda a estes Serviços, a execução das tarefas ARTIGO 2 0

complementares da administração tributária no âmbito da (Competências do Conselho de Direcção)


área fiscal da sua jurisdição, incumbindo-Ihes também, além
1.Ao Conselho de Direcção são atribuídas competências
das funções próprias da Adminstração Tributária dos Impostos, quaisquer outras que lhes sejam atribuídas por lei.
decisórias e consultivas, nos termos do presente artigo.
2. São competências decisórias do Conselho de Direcção:
3. Ao Director da Área Fiscal, incumbe ainda exercer as
competências que os códigos tributários e demais legislação a) Aprovar o plano e o relatório de actividades;
tributária lhe atribuírem, bem como as que nele forem expres- b) Aprovar a proposta de orçamento da Adminstração
samente delegadas ou subdelegadas. Tributária dos Impostos;
4. As Direcções das Áreas Fiscais são dirigidas por Di- c) Aprovar o balanço da execução do orçamento da
rectores de Áreas Fiscais, sendo coadjuvados, nas Direcções Adminstração Tributária dos Impostos;
das Áreas Piscais de Nível A e Unidades de Grandes Con- d) Aprovar o plano anual de formação profissional;
tribuintes por até dois Directores Adjuntos e, nas Direcções
3. As competências consultivas do Conselho de Direcção
das Áreas Fiscais de Nível B, por um Director Adjunto.
reportam-se as seguintes matérias, a serem submetidas à
ARTIGO 1 8 entidade decisória competente:
(Natureza e criação dos Órgãos Locais) a) Criação, modificação ou extinção de Serviços;
1. As Direcções das Áreas Fiscais, bem como as Unidades b) Gestão do pessoal, nomeadamente quanto aos critérios
de Grandes Contribuintes são órgãos operativos da Adminis- de afectação, mobilidade e fixação de quadros de
tração Tributária dos Impostos responsáveis pela execução pessoal;
das operações e actos necessários ao apuramento da situação
c) Nomeação tributária dos contribuintes
ou renovação da comissãoe de
à percepção
serviço dodos impostos
devidos, cabendo-lhes ainda a execução dos serviços com- pessoal de direcção e chefia tributárias;
plementares da Administração Tributária dos impostos no
d) Identificação de necessidades de informação aos con-
âmbito da área fiscal, sob sua jurisdição, incumbindo-lhes
tribuintes
ainda, além das funções próprias da Ãdministração Tributária dos Impostos, e agentes
quaisquer económicos
outras nas suas
que lhes sejam relações
atribuídas
com a Adminstração Tributária dos Impostos;
por lei.
e) Definição de metodologias e acções que visem melhorar a
racionalização e simplificação dos procedimentos
2. A definição das Áreas Fiscais da Jurisdição das Direcções, bem como a sua classificação numa graduação
decrescente, por níveis A, B, C e D, será feita por diploma 4. Compete ainda ao Conselho de Direcção acompanhar a
ministerial conjunto dos Ministros que superintendem as execução do plano de actividades e do orçamento da Admi-
áreas das Finanças é da Administração Estatal, podendo cada nstração Tributária dos Impostos, bem como pronunciar-se
uma abranger mais do que um Distrito, tendo em conta os sobre quaisquer outros assuntos que lhe sejam submetidos.
seguintes critérios:
ARTIGO 2 1
a) Importância e dimensão da actividade económica da (Outros colectivos)
região;
Nos demais níveis de direcção e chefia funcionarão colec-
b) Densidade populacional, em particular o número de tivos de consulta, integrando os colaboradores directos do
potenciais contribuintes; respectivo dirigente e técnicos por ele convocados.
c) Facilidades de acesso entre os vários distritos abrangidos.
C A P Í T U L O III

3. Nas cidades de Maputo, Beira e em outras cidades Das condições especiais para o exercício de funções
onde se mostrar necessário, as Direcções de Áreas Fiscais
ARTIGO 2 2
são designadas Direcções de Bairros Fiscais.
(Condições especiais para o exercício de funções)
4. As Unidades de Grandes Contribuintes serão definidas
por despacho do Ministro que superintende a área das Fi- 1. Tendo em atenção as especiais condições de periculo-
nanças e abrangem alguns contribuintes das áreas fiscais sidade e exposição em que as respectivas tarefas devem ser
referidas nos números anteriores, de acordo com critérios a desenvolvidas, têm direito ao uso e porte de arma, nos termos
indicar no despacho da sua criação. definidos pelo Ministério do Interior, os seguintes funcioná-
rios da Administração Tributária dos Impostos:
SECÇÃO IV

Colectivos de Direcção a) Director-Geral;


b) Directores-Gerais Adjuntos;
ARTIGO 1 9
c) Directores de Serviço;
(Conselho de Direcção) d) Directores e Directores Adjuntos das Áreas Fiscais;
1. O Conselho de Direcção é constituído pelo Director- e) Inspectores Superiores da área Tributária;
-Geral, pelos Directores-Gerais Adjuntos e pelos Directores f) Técnicos afectos aos serviços de Auditoria e Fiscali-
dos Serviços Centrais. zação Tributária e Inspecção Fiscal.
2. O Director-Geral poderá, sempre que achar conveniente, 2. Aos funcionários da Administração Tributária dos Im-
convidar outras pessoas ou entidades para tomarem parte nas postos referidos no número anterior são ainda conferidas as
reuniões do Conselho, cuja presença seja considerada útil seguintes prerrogativas:
para os assuntos objecto de análise. a) Autorização para ingressar ou transitar livremente,
3. O Conselho de Direcção reúne-se uma vez por semana quando em serviço, em quaisquer recintos públicos,
em sessão ordinária e extraordinariamente, sempre que for designadamente nas gares de caminhos de ferro,
necessário, mediante convocatória do Director-Geral. estações, cais, docas, aeródromos e aeroportos;
b) Serem auxiliados pelas autoridades civis e policiais C A P Í T U L O IV
para o exercício da fiscalização a seu cargo, bem Regime de administração financeira e instrumentos
como pelas autoridades militares em casos especiais. de gestão
3. Para assegurar a realização das atribuições da Adminis-
tração Tributária dos Impostos, em matéria de àuditoria e ARTIGO 2 4
fiscalização tributária, os funcionários afectos a estes ser- (Autonomia administrativa)
viços, quando devidamente credenciados, estão autorizados a:
1. O regime geral de administração financeira da Adminis-
a) Ter livre acesso a todas as instalações ou locais onde tração Tributária dos Impostos é o de autonomia administrativa.
existam elementos relacionados com a actividade 2. O Orçamento do Estado assegurará as dotações necessá-
dos contribuintes; rias para fazer face aos custos de funcionamento e investimento
b) Examinar os livros e registos de contabilidade e quais- da Administração Tributária dos Impostos.
quer documentos relacionados com a actividade
ARTIGO 2 5
dos contribuintes, incluindo os programas e suportes magnéticos, bem como verificar todos os ele-
mentos susceptíveis de revelar a sua situação real; (Receitas da Administração Tributária dos Impostos)
1. Para além das dotações do Orçamento do Estado, a
c) Visar, quando conveniente, os livros e demais docu- Administração Tributária dos Impostos dispõe das seguintes
mentos dos contribuintes; receitas:
d) Apreender e/ou fotocopiar os elementos de escritu- a) A participação constituída por uma percentagem das
ração ou quaisquer outros testemunhos, quando tal cobranças efectuadas pela Administração Tribu-
se mostre indispensável para garantir a completa tária dos Impostos a favor de outros organismos
averiguação da conduta do contribuinte ou serviço, do Estado e das Autarquias Locais;
como prova das infracções cometidas;
b) O produto da venda de serviços prestados a terceiros;
e) Proceder à selagem de quaisquer instalações, sempre
c) Uma percentagem dos emolumentos e coimas cobra-
que se mostre necessário e seja previamente autori-
dos nos respectivos serviços e das custas cobradas
zado pelo Director-Geral;
nos processos fiscais;
f ) Promover ao arrombamento de dependências, cofres
d) Uma percentagem das multas resultantes de acções
ou móveis, quando devidamente autorizados pelas
de fiscalização e de outras correcções nos valores
autoridades competentes e na presença das autori-
declarados pelos contribuintes;
dades policiais, sempre que tal se mostre necessário;
e) O produto da venda de impressos e publicações;
g) Examinar os elementos em poder de quaisquer enti-
dades públicas ou privadas para a prossecução dos f) O reembolso dos encargos com a publicidade realizada no âmbito da cob
fins e objectivos do seu trabalho; do Estado;
h) Utilizar as instalações dos contribuintes em condi-
ções que possibilitem o cabal desempenho das suas g) O produto da venda de bens não duradouros;
funções. h) Os donativos;
ARTIGO 2 3
(Funcionários afectos à actividade de por lei.
informações fiscais) 2. As percentagens referidas no número anterior serão
definidas por despacho do Ministro que superintende a área
Os funcionários afectos à actividade de informações fiscais
das Finanças.
exercerão as suas funções de acordo com os seguintes con-
dicionalismos: 3. Os saldos das receitas, previstas no presente artigo, apurados
salvo quando exista decisão em contrário, a constar de des-
a) Só poderão prestar esclarecimentos verbais e telefónicos,pacho
sendo-lhes expressamente
do Ministro vedado responder
que superintende a área das Finanças. a quais
intervir, por qualquer forma, em processosadministrativosou graciosos;
ARTIGO 2 6

(Instrumentos de gestão)
b) Os esclarecimentos referidos na alínea anterior serão
São instrumentos de gestão da Administração Tributária dos
prestados gratuitamente e, sempre que os consulentes
Impostos: o desejem, sob o regime de anonimato;
a) O plano anual de actividades;
c) Os esclarecimentos não vinculam os órgãos do Es-
tado, administrativos ou judiciais, chamados a b) O orçamento e o seu balanço de exeçução;
decidir questões relativas a informações solicita- c) O relatório anual de actividades;
das aos funcionários, quando no exercício da d) O plano de formação profissional.
actividade acima referida;
d) Independentemente da responsabilidade disciplinar, CAPÍTULO V

aos funcionários que agirem dolosamente poderá Disposição final


ser exigida indemnização por perdas e danos pelos
contribuintes de boa fé, que provem ter sido lesados ARTIGOprestadas;
pelas informações 27
(Regime do pessoal)
e) A responsabilidade a que se refere a parte final da O regime jurídico aplicável aos funcionários da Adminis-
alínea anterior só poderá efectivar-se quando o tração Tributária dos Impostos pedido de informação
é o aplicável não tenha sido feito por
aos funcionários
do Estado, sem prejuízo de aplicação das normas previstas
em legislação específica.
Decreto n.° 6/2004 d) A o titular da conta, nos cheques e nos cartões de crédi
de 1 de Abril e) A o comodatário, no comodato;

Tornando-se necessário proceder à revisão e actualização


do Imposto do Selo, previsto na Lei n.° 15/2002, de 26 de f ) As entidades obrigadas à sua apresentação/constitui-
ção, nas garantias;
Junho, Lei de Bases do Sistema Tributário, no uso da com
petência atribuída no n.° 2 do artigo 72 da mesma Lei, o g) A o apostador, nas apostas e aos premiados nos pré-
Conselho de Ministros, decreta: mios no caso dos jogos;
h) A o procurador e ao substabelecido, nas procurações
Artigo 1. É aprovado o Código do Imposto do Selo e respectiva Tabela, anexo ao presente Decreto e que dele faze
e substabelecimentos;
parte integrante.

Art. 2. Compete ao Ministro que superintende a área das operações de crédito;


finanças aprovar os modelos, os procedimentos e demais j ) Aos clientes das instituições de crédito, sociedades ou
medidas que se tornem necessários à execução das obriga- outras instituições financeiras, nas restantes opera-
ções decorrentes do Código ora aprovado. ções financeiras realizadas por ou com intermediacão destas instit
Art. 3. É revogado o Regulamento do Imposto do Selo e k) Ao tomador, nos seguros, e ao mediador, na actividade
a respectiva Tabela Geral, aprovados pelo Diploma Legisla-
de mediação;
tivo n.° 763, de 11 de Agosto de 1941, bem como toda a
legislação que contraria o disposto no Código e respectiva l) A o sacado e ao devedor, nas letras e livranças;
Tabela aprovados por este Decreto. m) A o credor, nos títulos de crédito não referidos ante-

Art. 4. O presente Decreto entra em vigor no dia 1 de riormente; Julho de 2004.


n) A o requerente, ao requisitante, ao primeiro signatário,
Aprovado pelo Conselho de Ministros, a 1 de Abril de 2004 ao beneficiário ou ao destinatário de quaisquer
outros actos, contratos e operações.
Publique-se.
ARTIGO 3
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
Substitutos tributários

Sem prejuízo do disposto no artigo anterior são também


sujeitos passivos do Imposto do Selo, as entidades legalmente
Código do Imposto do Selo incumbidas da sua liquidação e pagamento, conforme estabe-
lece o artigo 14.

CAPÍTULO I ARTIGO 4

Incidência Territorialidade

1. Sem prejuízo do estabelecido no presente Código e na


ARTIGO 1
Tabela que disponha em sentido diferente, o Imposto do Selo
Incidência objectiva recai sobre todos os factos referidos no artigo 1, ocorridos em
1. O Imposto do Selo incide sobre todos os documentos, território nacional.
contratos, livros, papéis e actos designados na Tabela anexa 2. Ficam, ainda, sujeitos a este imposto:
a este Código, dele fazendo parte integrante. a) Os documentos, actos ou contratos emitidos ou cele-
2. Não estão sujeitas a imposto as operações abrangidas brados fora do território nacional, nos mesmos
pela incidência do imposto sobre o valor acrescentado e dele termos em que o seriam se no território nacional
não isentas. fossem emitidos ou celebrados, quando apresenta-
dos em Moçambique para quaisquer efeitos legais;
ARTIGO 2
b) As operações de crédito realizadas e as garantias
Incidência subjectiva prestadas por instituições de crédito, sociedades
1. São sujeitos passivos do Imposto do Selo, as entidades financeiras ou por quaisquer outras entidades,
com interesse económico nas realidades referidas no artigo 1, independentemente da sua natureza, sediadas no
suportando o respectivo encargo. estrangeiro, por filiais ou sucursais no estrangeiro
de instituições de crédito, de sociedades financei-
2. Em caso de interesse económico comum a várias enti- ras, ou quaisquer outras entidades, sediadas no
dades, o encargo do imposto é repartido proporcionalmente território nacional, a quaisquer entidades, indepen-
por todas elas. dentemente da sua natureza, domiciliadas neste
3. Para efeitos do disposto nos números anteriores, consi- território, considerando-se domicílio a sede, filial,
dera-se que o interesse económico pertence: sucursal ou estabelecimento estável;
c) Os juros, as comissões e outras contraprestações co-
a) Aos adquirentes, na aquisição de partes sociais e de direitos de
brados por instituições de créditos dos sociedades
crédito ou sócios e na aquisição de
obrigações; financeiras sediadas no estrangeiro ou por filiais
ou sucursais no estrangeiro de instituições de crédito
b) Aos adquirentes, na aquisição onerosa ou por doação
nacional a quaisquer entidades domiciliadas neste
do direito de propriedade ou de figuras parcelares território, considerando-se
desse direito sobre bensdomicílio
imóveis; a sede, filial,
que intervenham na realização das operações;
c) Ao locador e ao sublocador, no arrendamento e subarrendamento;
C A P Í T U L O II j ) As transmissões de acções de sociedades e de títulos
Isenções representativos do capital de sociedades, bem como
as obrigações, quando realizadas como pressuposto
ARTIGO 5
de admissão na cotação da Bolsa de Valores de
Moçambique;
Isenções subjectivas
k) As garantias das obrigações, quando materialmente
Estão isentas do Imposto do Selo, quando este constitua acessórias de contratos especialmente tributados na
seu encargo nos termos do artigo 2, as seguintes entidades: tabela do Imposto do Selo anexa e sejam constituí-
a) O Estado; das simultaneamente com a obrigação garantida,
ainda que em instrumento ou título diferente;
b) As autarquias locais e as suas associações e federa-
ções de municípios;
sobre o jogo, quando promovidos por entidades
c) As instituições de segurança social legalmente re-
sem fins lucrativos;
conhecidas e bem assim as instituições de previ-
dência social; m) O contrato de locação financeira previsto no respec-
tivo Regulamento aprovado pelo Decreto n.° 45/94,
d) As associações de utilidade pública a que se refere a
de 12 de Outubro, bem como as garantias e demais
Lei n,° 8/91, de 18 de Julho, devidamente reconhecidas;
actos e documentos que fazem parte da operação;
n) As, doações e partilhas previstas nos artigos 3.2 e 3.3
da Tabela, feitas ao cônjuge, descendentes e ascendentes;
e) As associações de mera utilidade pública queprossigampredominantemente fins científicos ou cultura

o) Os processos de inventário orfanalógico; os autos de


ARTIGO 6 pobreza, conselhos de família avulsos e quaisquer
Outras isenções outros actos no interesse dos menores ou interditos;
pública intentados pelo Estado e os termos e actos
1. Ficam também isentos deste Imposto: precisos para o levantamento das indemnizações
devidas aos expropriados, incluindo os precatórios;
a) As apólices referidas na tabela anexa, dos resseguros, tomados a empresas
os processosoperando legalmente
de embargos contraem
as indemnizações
Moçambique; arbitradas por expropriações, quando esses embargos sejam julga
funcionários civis; os processos em que for parte
b) As apólices referidas na tabela anexa, dos seguros dos a Fazenda Nacional, o Ministério Público ou qual-
ramos «Vida» e «Saúde»; quer estabelecimento de beneficência,compreendendo
c) Os escritos de quaisquer contratos que devam ser cele- e aqueles que forem necessários para os instaurar
brados no âmbito das operações a contado ou a e instruir.
prazo realizadas, registadas, liquidadas ou compensadas através da Bolsa de Valores de Moçam-
bique e que tenham por objecto, directa ou indirec-
tamente, valores mobiliários;

d) Os empréstimos, incluindo os respectivos juros, con-


cedidos por instituições de crédito moçambicanas
p) Os precatórios para levantamento dos depósitosprovisoriame
ou por fundos legalmente constituídos, a residentes mentos não adjudicados aos depositantes, os de
que desenvolvam actividades agrícola, silvícola, levantamentos de custas a que se refere o Código
pecuária, pesca, comércio rural e industrial no território nacional;
das Execuções Fiscais, os levantamentos das letras
que caucionem exactores e os depósitos efectuados
e) Os empréstimos, incluindo os respectivos juros, para pelos serviços do Estado quando o seu levantamento
se faça para dar-lhe destino legal que não seja a sua
aquisição, construção, reconstrução ou melhoramento de habitação própria;
entrega a entidades não oficiais.
f ) Os empréstimos com características de suprimentos,
incluindo os respectivos juros, efectuados por 2.sócios
O disposto na alínea
às sociedades
h) do n.° 1em
não que
se aplica
seja quando
estipulado
o um
prazo inicial não inferior a um ano e não sejam do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
reembolsados antes de decorrido esse prazo; (CIRPC), aprovado pelo Decreto n.° 21/2002, de 30 de Junho.

g) A constituição e o aumento do capital social de socie-


ARTIGO 7
dades;
Menção da isenção
h) A constituição e o aumento do capital resultante da
Sempre que tenha lugar qualquer isenção, indicar-se-á no
entrega por uma ou mais sociedades, comerciais documento ou título ada totalidadelegal
disposição do que
respectivo património ou de um
a concede.
ou vários ramos da sua actividade a uma ou mais
sociedades comerciais em vias de constituição ou C A P Í T U L O IH
já existentes; Valor tributável
i) Os títulos de dívida pública e respectivos juros, bem ARTIGO 8

como a sua transmissão, emitidos para financiamento Valor tributável


do défice do Orçamento e da Tesouraria do
Estado, bem como os títulos de Autoridade Monetária; 1. O valor tributável do Imposto do Selo é o que resulta da
Tabela, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
2. Nos contratos de valor indeterminado, a sua determina- CAPÍTULO V
ção é efectuada pelas partes, no documento que o formaliza,
Liquidação e pagamento
baseando-se em critérios e elementos que permitam estimar o
valor económico do acto. ARTIGO 13

3. Quando se fixe como valor do contrato, um preço a vigorar Nascimento da obrigação tributária
em data futura, o imposto será pago de acordo com o preço
Para efeitos das obrigações previstas no presente capítulo,
corrente na data de formalização do acto.
a obrigação tributária considera-se constituída:
4. N o caso de não existir antecedentes ou não ser possível
estimar o valor económico do acto, o imposto será no valor a) Nos actos e contratos, no momento da assinatura pelos
fixo de 5 000 000,00MT. outorgantes;

5. Quando houver lugar a determinação do valor tributável b) Nas apólices de seguro, no momento da cobrança dos
por métodos indirectos serão aplicadas as regras dos impostos prémios;
sobre o rendimento, com as necessárias adaptações.
c) Nos cartões de crédito e de débito e nos cheques editados p
ARTIGO 9
território nacional, no momento da cobrança da
Valor representado em moeda estrangeira comissão de emissão, quer a impressão seja efectuada
outra entidade;
1. Sempre que os elementos necessários à determinação do
valor tributável sejam expressos em moeda diferente da moeda
nacional, as taxas de câmbio a utilizar são as taxas médias de
d) Nos documentos, actos ou contratos emitidos ou cele-
venda, publicadas pelo Banco de Moçambique, na data da
constituição da obrigação tributária. brados fora do território nacional, no momento em
que forem apresentados em Moçambique junto de
2. Não existindo câmbio na data referida no número anterior
quaisquer entidades;
aplicar-se-á o da última cotação anterior publicada a essa data.
e) Nas letras emitidas em território nacional, no momento
ARTIGO 1 0
da assinatura pelo sacador ou de desconto dos mesmos
Valor representado em espécie

A equivalência em unidade monetária nacional dos valores f ) Nas letras emitidas no estrangeiro, no momento em
em espécie faz-se de acordo com as regras seguintes e pela ordem que forem aceites, endossadas ou apresentadas a
indicada: pagamento em território nacional;

a) Pelo preço tabelado oficialmente; g) Nas letras e livranças em branco, no momento em que
b) Pela cotação oficial de compra; possam ser preenchidas nos termos da respectiva
convenção de preenchimento;
d) Pelo valor do mercado em condições de concorrência.
h) Nas operações de crédito, no momento em que forem
ARTIGO 11
realizadas; se o crédito for utilizado sob a forma de
Correcção do valor tributável conta corrente, descoberto bancário ou qualquer
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 8, a Repartição de outro meio em que o prazo não seja determinado
Finanças da área do domicílio do sujeito passivo pode alterar nem determinável, no último dia de cada mês;
o valor tributável declarado sempre que, nos contratos de i) Nas operações realizadas por ou com intermediação
valor indeterminado ou na determinação da equivalência em de instituições de crédito, sociedades financeiras
unidades monetárias nacionais de valores representados em ou outras entidades a elas legalmente equipara-
espécie, não tiverem sido seguidas as regras, respectivamente, das, no momento da cobrança dos juros, prémios,
dos artigos 8 e 10. comissões e outras contraprestações,considerando-s
dos clientes;
2. O procedimento referido no número anterior não prejudica a aplicação das sanções correspondentes à u
de critérios não adequados ou elementos falsos na deter-
minação do valor tributável.
j ) Nos testamentos públicos, no momento em que forem
CAPÍTULO IV
efectuados, e nos testamentos cerrados ou inter-
nacionais, no momento da aprovação e abertura,
Taxas
k) Nos livros, antes da sua utilização, salvo se forem
ARTIGO 1 2 utilizadas folhas avulsas escrituradas por sistema
Taxas informático ou semelhante para utilização ulterior
sob a forma de livro, caso em que o imposto se considera
1. As taxas do imposto são as constantes da Tabela anexa,
ano económico ou da cessação da actividade,
em vigor no momento em que nasce a obrigação tributária.
2. Para os casos previstos no n ° 2 do artigo 6 é devido
imposto à taxa dos actos constantes do artigo 1 da Tabela,
l) Nos empréstimos efectuados pelos sócios às sociedades
a aplicar sobre o valor do capital ou aumento do mesmo
um ano e sejam reembolsados antes desse prazo,
3 Não haverá acumulação de taxas do imposto num mesmo no momento do reembolso,
acto ou documento.
4 Quando mais de uma taxa estiver prescrita, somente é m) Nos restantes casos, na data da emissão dos documen-
devida a maior. tos, títulos e papéis ou da ocorrência dos factos;
n) Em caso de actos, contratos, documentos, títulos, ceiras em regime de livre prestação de serviços
livros, papéis e outros factos previstos na Tabela que não sejam intermediadas por instituiçõès de
anexa ao presente Código em que não intervenham crédito ou sociedades financeiras domiciliadas em
a qualquer título pessoas colectivas ou pessoas Moçambique;
singulares no exercício de actividade de comércio, j) Representantes que, para o efeito, são obrigatoriamente
indústria ou prestação de serviços, quando forem< nomeados em Moçambique por quaisquer entidades
apresentados perante qualquer entidade pública. que, no território moçambicano, realizem quaisquer
outras operações abrangidas pela incidência do
ARTIGO 1 4 presente Codigo em regime de livre prestação de
Liquidação e pagamento serviços.
2. Tratando-se de imposto devido por operações de crédito
1. A liquidação e o pagamento do imposto competem às
seguintes entidades: ou garantias prestadas por um conjunto de instituições de cré-
dito ou de sociedades financeiras, a liquidação do imposto pode
a) Notários, conservadores dos registos civil, comercial,
ser efectuada globalmente por qualquer daquelas entidades,
predial e outras entidades públicas, incluindo os
estabelecimentos e organismos do Estado,relativamentesem prejuízo da responsabilidade, nos termos
aos actos, contratos gerais, factos
e outros de cadaem
que sejam intervenientes, com excepção dos celebradosuma delas em caso
perante de incumprimento.
notários relativos a crédito e ga-
rantias concedidos por instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas
ARTIGO 15
legalmente equiparadas e por quaisquer outras
instituições financeiras, e quando, nos termos da Responsabilidade
alíneatributária
n) do artigo anterior, os contratos ou doc
efeito legal; 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 14, são solidaria-
mente responsáveis com o sujeito passivo pelo pagamento do
imposto as pessoas que, por qualquer outra forma, intervíerem
nos actos, contratos e operações, ou receberem ou utilizarem os
livros, papéis e outros documentos, desde que tenham colabo-
rado dolosamente na falta de liquidação ou arrecadação do
b) Entidades concedentes do crédito e da garantia ou
imposto, ou, na data daquela intervenção, recepção ou utili-
credoras dos juros, prémios, comissões e outras
contraprestações; zação, não tenham dolosamente exigido a menção a que alude
o n.° 2 do artigo 17.
c) Instituições de crédito, sociedades financeiras ou
outras entidades a elas legalmente equiparadas, 2. Tratando-se das operações referidas nas alíneas i) e j)
residentes que tenham descontado títulos de crédito, intermediado
do operações
artigo anterior, de crédito,
a entidade a quem osgarantias
serviços são prestados
peticionadas ou juros, comissões e outras contra- é sempre responsável solidariamente com as entidades emi-
prestações devidos por residentes em território tentes das apólices e com as instituições de crédito, sociedades
nacional a instituições de crédito ou sociedades financeiras e demais entidades nelas referidas.
financeiras domiciliadas fora deste território;
3. O disposto no n.° 1 aplica-se aos funcionários públicos
que tenham sido condenados disciplinarmente pela não liqui-
d) Entidades mutuárias, beneficiárias da garantia ou de-
dação ou falta de entrega dolosas da prestação tributária, ou
vedoras dos juros, comissões e outras contrapres-
pelo não cumprimento da exigência prevista na parte final do
tações no caso das operações referidas na alínea
anterior que não tenham sido intermediadas por mesmo número.
instituições de crédito, sociedades financeiras ou ARTIGO 1 6
outras entidades a elas legalmente equiparadas, e Forma de pagamento
cujo credor não exerça a actividade, em regime
de livre prestação de serviços, no território mo- O Imposto do Selo é sempre pago por meio de guia.
çambicano;
ARTIGO 1 7
e) Empresas seguradoras relativamente à soma do pré-
Prazo, local de pagamento, caducidade e juros compensatórios
mio do seguro, custo da apólice e quaisquer outras
importâncias cobradas em conjunto ou em docu- 1. O Imposto do Selo é pago pelas entidades a quem
mento separado, bem como às comissões pagas incumba essa obrigação nas Repartições de Finanças ou qual-
a mediadores líquidas de imposto; quer outra entidade autorizada nos termos da lei até ao dia 20
f)Entidades emitentes de letras e outros títulos de cré- do mês seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha
dito, entidades editantes de cheques, cartões de constituído.
crédito e de débito e livranças ou, no caso de títulos
emitidos no estrangeiro, a primeira entidade que 2. Nos documentos, títulos e livros sujeitos a imposto são
intervenha na negociação ou pagamento; mencionados o valor do imposto e a data da liquidação.

g) Locador e sublocador, nos arrendamentos e subar- 3. Sempre que o imposto deva ser liquidado pelos serviços
rendamentos; da administração tributária e o quantitativo da liquidação não
h) Outras entidades que intervenham nos actos e con- seja inferior a 100 000MT, o sujeito passivo será notificado
tratos ou emitam ou utilizem os documentos, livros, para efectuar o seu pagamento no prazo de quinze dias, na Repar-
títulos ou papéis; tição de Finanças da área a que pertença o serviço liquidador.
i) Representantes que, para o efeito, são obrigatoria- 4. O imposto devido pelas, operações aduaneiras é liqui-
mente nomeados em Moçambique pelas institui- dado pelos serviços da Direcção Geral das Alfândegas e pago
ções de crédito ou sociedades financeiras que, no junto destes serviços, conjuntamente com outras imposições
território moçambicano, realizam operações finan- aduaneiras, sendo devidas.
5. Sempre que, por facto imputável ao sujeito passivo, for 5. Os documentos de suporte aos registos referidos neste
retardada a liquidação ou o pagamento de parte ou da totali- artigo e os documentos comprovativos do pagamento do Im-
dade do imposto devido, acrescerão ao montante do imposto posto do Selo serão conservados em boa ordem durante o
juros compensatórios, de harmonia com o artigo 76 do Código prazo de dez anos.
do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.
SECÇÃO II
6. Os juros referidos no número anterior serão contados dia
Outras obrigações acessórias de entidades
a dia, a partir do dia imediato ao termo do prazo para a entrega públicas e privadas
do imposto ou, tratando-se de retardamento da liquidação, a
partir do dia em que o mesmo se iniciou, até à data em que ARTIGO 2 0
for regularizada ou suprida a falta. Declaração anual das entidades públicas
7. Só poderá ser liquidado o Imposto do Selo até ao fim do Os serviços, estabelecimentos e organismos do Estado e das
quinto ano seguinte ao da ocorrência do facto gerador do im- autarquias locais, incluindo os dotados de autonomia admi-
posto, devendo a correspondente liquidação ser notificada, nistrativa ou financeira e ainda que personalizados, as asso-
dentro do mesmo prazo, ao contribuinte. ciações e federações de municípios, bem como outras pessoas
CAPÍTULO VI
colectivas de direito público, as pessoas colectivas de utili-
dade pública e as empresas públicas remetem às Repartições
Obrigações acessórias e fiscalização de Finanças da respectiva área a declaração a que se refere o
SECÇÃO I
artigo 18.
Obrigações declarativas e contabilísticas ARTIGO 2 1

ARTIGO 1 8 Elaboração de questionários


Declaração anual Os serviços da Administração Tributária poderão enviar às
1. Os sujeitos passivos do imposto ou os seus representan- pessoas singulares ou colectivas e serviços públicos questio-
tes legais são obrigados a apresentar anualmente declaração nários quanto a dados e factos de carácter específico relevantes
discriminativa do imposto do selo liquidado. para o controlo do Imposto do Selo que devem ser devolvidos,
2. A declaração a que se refere o número anterior é de depois de preenchidos e assinados, no prazo que lhes for
modelo oficial e constitui um anexo à declaração anual de assinalado, o qual nao poderá ser inferior a dez dias úteis.
informação contabilística e fiscal prevista no artigo 106 do Có-
ARTIGO 2 2
digo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
(CIRPC) e no artigo 98 do Código do Imposto sobre o Rendi- Cautela fiscal
mento das Pessoas Singulares (CIRPS), devendo ser apresen- Quando, em processo judicial, se mostre não terem sido
tada nos prazos aí previstos.
cumpridas quaisquer obrigações previstas no presente Código
3. Sempre que aos serviços da Administração Tributária se directa ou indirectamente relacionadas com a causa, deve o
suscitem dúvidas sobre quaisquer elementos constantes das oficial judicial, no prazo de dez dias, comunicar a infracção
declarações, notificarão os contribuintes para prestarem por à Repartição de Finanças da área da ocorrência do facto tri-
escrito, no prazo que lhes for fixado, nunca inferior a dez dias, butário, para efeitos da aplicação do presente Código.
os esclarecimentos necessários.
ARTIGO 2 3
ARTIGO 1 9
Títulos de crédito emitidos no estrangeiro
Obrigações contabilísticas
Os títulos de crédito emitidos no estrangeiro não podem ser
1. As entidades obrigadas a possuir contabilidade organi-
zada nos termos dos Códigos do IRPS e do IRPC devem sacados, aceites, endossados, pagos ou por qualquer modo
organizá-la de modo a possibilitar o conhecimento claro e ine- negociados em território nacional sem que se mostre cobrado
quívoco dos elementos necessários à verificação do Imposto o respectivo imposto.
do Selo liquidado, bem como a permitir o seu controlo. ARTIGO 2 4

2. Para cumprimento do disposto no n.° 1, são objecto de Legalização dos livros


registo as operações e os actos realizados, sujeitos a Imposto
Não podem ser legalizados os livros sujeitos a Imposto do
do Selo.
Selo enquanto não for liquidado o respectivo imposto, nem
3. O registo das operações e actos a que se refere o número efectuada a menção a que obriga o n.° 2 do artigo 17.
anterior é efectuado de forma a evidenciar:
ARTIGO 2 5
a) O valor das operações e dos actos realizados sujeitos
a imposto, segundo o artigo aplicável da Tabela; Contratos de arrendamento
b) O valor das operações e dos actos realizados isentos
1. As entidades referidas no artigo 2, bem como os locadore
de imposto;
exerçam actividades de comércio, indústria ou prestação de
c) O valor do imposto liquidado, segundo o artigo aplicável serviços, são obrigadas a comunicar à Repartição de Finanças
da Tabela;
da área da situação do prédio, os contratos de arrendamento,
d) O valor do imposto compensado. subarrendamento e respectivas promessas, bem como as suas
4. As pessoas que nos termos dos Códigos do IRPC e do alterações.
IRPS não estejam obrigadas a possuir contabilidade organi-
zada, bem como os serviços públicos, quando obrigados à 2. A comunicação referida no número anterior é efectuada
liquidação e entrega do Imposto do Selo nos cofres do Estado, até ao fim do mês seguinte ao do início do arrendamento,
devem possuir registos adequados ao cumprimento das alíneas subarrendamento, das alterações ou, no caso de promessa, da
do número anterior. disponibilização do bem locado.
3. No caso de o contrato de arrendamento ou subarrenda- C A P Í T U L O VIII

mento apresentar a forma escrita, a comunicação referida no Garantias dos contribuintes


número 1 é acompanhada de um exemplar do contrato.
ARTIGO 2 9
ARTIGO 2 6
Garantias dos contribuintes
Processo individuai
Às garantias dos contribuintes aplica-se a Lei n.° 15/2002,
1. Na Repartição de Finanças competente organizar-se-á em de 26 de Junho, Lei de Bases do Sistema Tributário e demais
relação a cada sujeito passivo um processo, com carácter sigi- legislação aplicável.
loso, em que se incorporem as declarações e outros elementos ARTIGO 3 0
que se relacionem com o mesmo. Restituição do imposto
2. Os sujeitos passivos, pessoalmente ou através de repre- 1. Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores, os sujei-
sentante devidamente credenciado, poderão examinar na tos passivos podem solicitar reembolso do imposto indevida-
respectiva Repartição de Finanças o seu processo individual. mente pago no prazo de cinco anos contados a partir da data
do pagamento.
C A P Í T U L O VII
2. Para efeitos do disposto no número anterior, os interes-
Disposições diversas sados apresentam, juntamente com o pedido, os documentos
comprovativos da liquidação e pagamento do imposto.
ARTIGO 2 7

Cheques
ARTIGO 3 1
Compensação do imposto
1. A impressão dos cheques é feita pelas instituições de
1. Se depois de efectuada a liquidação do imposto pelas
crédito para uso das entidades emitentes que nelas tenham
entidades referidas nas alíneas a) a e) do n.° 1 do artigo 14
disponibilidades.
for anulada a operação ou reduzido o seu valor tributável em
2. Os cheques são numerados por séries e, dentro destas, consequência de erro ou invalidade, as entidades poderão
por números. efectuar a compensação do imposto liquidado e pago até à
3. Em cada instituição de crédito haverá um registo dos concorrência das liquidações e entregas seguintes relativas
cheques impressos contendo número de série, número de ao mesmo número ou ponto da Tabela.
cheques de cada série, total de cheques de cada impressã
da recepção de cheques impressos, imposto do selo devido e 2. No caso de erros materiais ou de cálculo do imposto liqui-
data e local do pagamento. dado e pago a correcção, pelas entidades referidas no número
anterior, poderá ser efectuada por compensação nas entregas
seguintes.
ARTIGO 2 8
3. A compensação do imposto referida nos números ante-
letras e livranças
riores deve ser efectuada no prazo de um ano, contado a partir
1. As letras emitidas obedecerão aos requisitos previstos na da data que o imposto se torna devido.
lei uniforme rélativa a letras e livranças. 4. A compensação do imposto só poderá ser efectuada se
2. O modelo das letras e livranças e suas características são devidamente evidenciada na contabilidade, nos termos da
estabelecidos em Diploma Ministerial do ministro que supe- alínea d) do n.° 3 do artigol9.
rintende a área das Finanças.
C A P Í T U L O IX
3. As letras editadas pelas empresas públicas e sociedades
Disposições finais
regularmente constituídas serão impressas nas tipografias
autorizadas para o efeito por despacho do ministro que supe- ARTIGO 3 2

rintende a área das finanças. Assinatura de documentos


4. As letras referidas no número anterior contêm numeração 1. As declarações, relações e comunicações são assinadas
sequencial impressa tipograficamente com uma ou mais séries, pelas entidades obrigadas à sua apresentação ou pelos seus
convenientemente referenciadas. representantes ou por gestor de negócios, devidamente iden-
tificados.
5. A aquisição das letras é efectuada mediante requisição
de modelo oficial que contém a identificação fiscal da enti- 2. São recusadas as declarações, relações e comunicações
dade adquirente, bem como da tipografia, ficando esta sujeita que não se mostrem devidamente preenchidas e assinadas,
relativamente ao registo e comunicação às mesmas obriga- sem prejuízo das sanções estabelecidas pana a falta da sua
apresentação.
ções aplicáveis à impressão das facturas com as adaptações
necessárias. ARTIGO 3 3

6. As entidades que emitam letras e editem livranças Envio pelo correio


devem possuir registo onde conste o número sequencial, a data 1. As declaraçoés previstas neste Código, assim como
de emissão e o valor da letra ou livrança, bem como o valor quaisquer outros elementos declarativos ou informativos que
e a data de liquidação do imposto. devam ser enviados à Administração Tributária, podem ser
remetidas pelo correio.
7. As letras oficialmente editadas são requisitadas nos ser-
2. No caso previsto nos números anteriores, a remessa
viços locais da Administração Tributária ou noutros estabele-
deve ser efectuada de modo que a recepção ocorra dentro do
cimentos que aquela autorize.
prazo fixado, considerando-se cumprido o prazo desde que
8. As livranças são exclusivamente editadas pelas institui- se prove que a remessa se fez com uma antecedência mínima de
ções de crédito e sociedades financeiras.
Tabela do Imposto do Selo
N.
s dos
INCIDENCIA DE IMPOSTO
ARTIGOS
o

1. Acções de sociedades anónimas e em comandita por acções e quaisquer títulos representativos do 0,4%
capital de sociedades de qualquer natureza, bem como as obrigações, quando transmitidas por simples
entrega ou endosso, incluindo aquelas em que o Estado tenha participação - sobre o seu valor

2. Alvará de empreiteiro de obras:

2.1 Obras até ao valor de 200 000 000MT. 500 000MT

2.2 Obras de valor superior a 200 000 000MT. 800 000MT

3. Aquisição do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito sobre imóveis, bem como a
resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso, dos respectivos contratos:

3.1 Compra e venda, permuta e cessão onerosa de bens imóveis - sobre o valor 0,2%

3.2 Doações entre vivos de bens imóveis - sobre o valor 0,4%

3.3 Partilhas ou divisões de bens imóveis - sobre o valor 0,2%

3.4 Outras aquisições onerosas de bens imóveis - sobre o valor 0,2%

4 Arrendamento e subarrendamento de bens imóveis:

4.1 Arrendamento e subarrendamento de bens imóveis - sobre o maior valor de renda estipulada no 2%
contrato, correspondente a um mês

4.2 Arrendamento e subarrendamento de bens imóveis por períodos inferiores a um mês, sem 2%
possibilidade de renovação ou prorrogação - sobre o maior valor de renda ou do aumento estipulados
para o período da sua duração

4.3 Alterações que envolvam aumento de renda operado pela revisão de cláusulas contratuais - sobre o 2%
maior aumento convencional correspondente a um mes

4.4 Promessa de arrendamento ou de subarrendamento cuando seguida da disponibilização do bem locado 2%


ao locatário ou ao sublocatário - sobre o maior valor de renda correspondente a um mês

5. Autos e termos efectuados perante tribunais e serviços, estabelecimentos ou organismos do Estado e 250 000MT
autarquias locais, ainda que personalizados, incluíndo os institutos públicos, que compreenderem
arrendamento ou licitação de bens imóveis, caução ao pagamento do imposto sobre as sucessões e
doações, cessão, conferência de interessados em que se concorde na adjudicação de bens comuns,
confissão de dívida, fiança, hipoteca, penhor, responsabilidade por perdas e danos e transacções - por
cada um

6. Cartões de crédito ou de débito, emitidos por instituições de crédito sediadas ou domiciliadas em


território nacional:

6.1 Havendo lugar ao pagamento de qualquer importância por cadá cartão emitido, renovado ou 4%
substituído - sobre o valor pago, não podendo ser inferior a 10 000MT

6.2 Não havendo lugar ao pagamento de qualquer importância - por cada cartão 10 000MT

7. Cheques de qualquer natureza, editados por instituições de credito sediadas ou domiciliadas em 500MT
território nacional - por cada um

8. Comodato - sobre o seu valor, quando exceda 5 000 000MT 2%

9. Depósito civil, qualquer que seja a sua forma - sobre o respectivo valor. 0,2%
10. Escritos de contratos, apostilas, acordos ou convenções, não especialmente previstos nesta Tabela, 200 000MT
incluindo os efectuados perante entidades públicas - por cada um

11. Exploração, pesquisa e prospecção de recursos geológicos integrados no domínio público do Estado - 5 000 000MT
por cada contrato administrativo

12. Garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma, considerando-se sempre como
nova operação a prorrogação do prazo do contrato:

12.1 Aval, caução, fiança, garantia bancaria autónoma e seguro caução - sobre o respectivo valor, em
função do prazo;

12,1.1 Constituídas por prazo inferior a um ano - por cada mês ou fracção 0,02%

12.1.2 Constituídas por prazo igual ou superior a um ano 0,2%

12.1.3 Constituídas sem prazo ou por prazo igual ou superior a cinco anos 0,3%

12.2 Hipoteca e penhor - sobre o respectivo valor 0,3%

12.3 Outras garantias das obrigações 0,3%

13. Jogo;

13.1 Apostas de jogos não sujeitos ao regime do imposto especial sobre o jogo, designadamente as
representadas por bilhetes, boletins, cartões, matrizes, rifas ou tômbolas, ainda que utilizando
processos electrónicos - sobre o respectivo valor:

13.1.1 Apostas mútuas 5%

13.1.2 Outras apostas 5%

13.2 Cartões/bilhetes de acesso às salas de jogo de fortuna ou azar, ou documentos equivalentes, nos termos
da Lei n.° 8/94, de 14 de Dezembro e respectiva regulamentação, ainda que não seja devido o
respectivo preço, este seja dispensado, pelas empresas concessionárias ou não tenha sido solicitada a
sua aprovação -por cada um:

13.2.1 Cartões de entrada em casinos sob licença especial (casinos clubes):

13.2.1.1 C1, Válidos por um dia, sobre o valor, não podendo ser inferior a 50 000MT 50%

13.2.1.2 C2, Válidos por oito dias, sobre o valor, não podendo ser inferior a 150 000MT 50%

13.2.1.3 C3, Válidos por um mês, sobre o valor, não podendo ser inferior a 300 000MT 50%

13.2.1.4 C4, Válidos por três meses, sobre o valor, não podendo ser inferior a 400 000MT 50%

13.2.1.5 C5, Válidos durante o ano em curso, sobre o valor, não podendo ser inferior a 500 000MT 50%

13.2.2 Bilhetes de entrada em casinos sob licença em regime de exclusividade (casinos públicos):

13.2.2.1 B1, Válidos por um dia, sobre o valor, não podendo ser inferior a 20 000MT 50%

13.2.2.2 B2, Válidos por oito dias, sobre o valor, não podendo ser inferior a 60 000MT 50%

13.2.2.3 B3, Válidos por um mês, sobre o valor, não podendo ser inferior a 120 000MT 50%

13.2.2.4 B4, Válidos por três meses, sobre o valor, não podendo ser inferior a 160 000MT 50%
N sdo
o
Incidencia dos
Artigo Imposto Taxas

13.2.2.5 B5, Validos durante o ano em curso, sobre o valor, não podendo ser inferior a 200 000MT 50%

13.3 Prémios de jogos de diversão social:

13.3.1 Prémios de lotaria - sobre o valor 5%

13.3.2 Prémios em qualquer das demais modalidades dos jogos de diversão social - sobre o valor 5%

14. Licenças:

14.1 Para funcionamento de estabelecimentos de restauração e bebidas:

14.1.1 Clubes nocturnos e outros estabelecimentos com espaço reservado para dança, designadamente, bares 2 500 000MT
e discotecas

14.1.2 Outros estabelecimentos 1 200 000MT

14.2 Para instalação de máquinas automáticas de venda de bens ou serviços em locais de acesso público - 1 200 000MT
por cada máquina

14.3 Licença para caçar - sobre o valor da taxa 10%

14.4 Licença para corte de produtos florestais para fins comerciais ou industriais - sobre o valor da taxa 10%

14.5. Licenças de pesca - sobre o valor da taxa 5%

14.6. Outras licenças não designadas especialmente nesta Tabela, concedidas pelo Estado e autarquias locais
ou qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados,
compreendidos os institutos públicos, por cada uma:

14.6.1 Quando seja devida qualquer taxa ou emolumento pela sua emissão sobre o respectivo valor 5%

14.6.2 Quando não seja devida qualquer taxa ou emolumento 100 000MT

15. Livros dos comerciantes, obrigatórios nos termos do Código Comercial e de outra legislação de 5 000MT
natureza comercial - por cada folha

16. Marcas e patentes - sobre o valor resultante das taxas devidas por todos os registos e diplomas. 10%

17. Notariado e actos notariais:

17.1 Escrituras, testamentos e demais instrumentos exarados nos livros de notas dos notários, incluindo os 250 000MT
privativos - por cada instrumento

17.2 Habilitação de herdeiros e de legatários - por cada herança aberta 100 000MT

17.3 Instrumentos de abertura e aprovação de testamentos, cerrados e internacionais - por cada um 250 000MT

17.4 Procurações e outros instrumentos relativos à atribuição de poderes de representação voluntária,


incluindo os mandatos e substabelecimentos:

17.4.1 Procurações e outros instrumentos que atribuam podei es de representação voluntária - por cada um:

17.4.1.1 Com poderes para gerência comercial 300 000MT

17.4.1.2 Com quaisquer outros poderes 100 000MT

17.4.2 Substabelecimentos - por cada um 50 000MT


17.5 Registo de documentos apresentados aos notários para ficarem arquivados - por cada registo. 20 000MT

17.6 Outros instrumentos notariais avulsos, com excepção do reconhecimento de assinaturas, não 100 000MT
especialmente previstos nesta Tabela - por cada um.

18. Operações aduaneiras:

18.1 Alvarás de nomeação e cédula de despachantes aduaneiros:

18.1.1, Por conta própria, como um profissional independente 2 500 000MT

18.1.2 Como um sócio, administrador ou gestor de uma sociedade de despachantes aduaneiros 1 800 000 M T

18.1.3 Como assalariado de uma empresa ou outra entidade 1 200 000 M T

18.1.4 Como transitário 1 200 000 M T

18.2 Alvará de saída:

18,2.1 De navios de pequena cabotagem:

18.2.1.1 À vela (iates) 150 000MT

18.2.1.2 De propulsão mecânica 450 000 M T

18.2.2 De navios de grande cabotagem 1 200 000MT

18.2.3 De navios de longo curso 2 400 000MT

18.3 Bilhete de cobrança do imposto de tonelagem 360 000MT

18.4 Despacho aduaneiro efectuado sobre:

18.4.1 Documento Único (DU), nos diversos regimes aduaneiros 50, 000MT

18.4.2 Documento Único Abreviado ( D U A ) 50 000MT

18.4.3 Documento Único Simplificado 50 000MT

18.4.4 Declaração de mercadorias em trânsito 50 000MT

18.5 Guia de acompanhamento de mercadorias em trânsito interior 600 000MT

18.6 Guia de acompanhamento de mercadorias nos portos, ancoradouros e zonas fiscais na fronteira 360 000MT
terrestre

18.7 Guias de embarque ou de acompanhamento de mercadorias despachadas em exportação, reexportação, 360 000MT
transferência, baldeação ou cabotagem por saída

18.8 Guias não especificadas 360 000MT

18.9 Licenças para carregar e descarregar mercadorias fora das horas regulamentares 600 000MT

18.10 Licença para qualquer navio carregar ou descarregar fora das horas regulamentares 600 000MT
18.11 Licença para qualquer navio carregar ou descarregar fora do respectivo quadro:

18.11.1 Navios de cabotagem 200 0 0 0 M T

18.11.2 Navios de longo curso 2 400 0 0 0 M T

18.12 Licença para venda de géneros a bordo de navios 600 0 0 0 M T

18.13 Licenças não especificadas 600 0 0 0 M T

18.14 Termos de fiança ou carta de crédito bancário (incluem-se neste artigo os termos de responsabilidade 0,5%
registados pelos capitães dos navios ou seus representantes legais, como garantia da falta de volumes à
descarga)

18.15 Termo de responsabilidade

19. Operações financeiras:

19.1 Utilização de crédito, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores, em virtude da concessão de
crédito a qualquer título, incluindo aberturas de credito, adiantamentos, cartas de credito, confissões de
dívida, empréstimos bancários, mútuos, factoring, operações de tesouraria quando envolvam
financiamento, suprimentos e quaisquer outras operações de utilização de crédito, com exclusão das
prorrogação do prazo do contrato - sobre o valor e conforme o prazo:

19.1.1 Crédito de prazo inferior a um ano - por cada mês ou fracção

19.1.2 Crédito de prazo igual ou superior a um ano

19.1.3 Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos.

19.1.4 Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o
prazo de utilização não seja determinado ou determinável, sobre a média mensal obtida através da
soma dos saldos em dívida apurados diariamente, duraste o mês, divididos por 30

19.2 Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades financeiras ou
outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras instituições financeiras - sobre o
valor cobrado:

19.2.1 Juros por, designadamente, desconto de letras e titulos de dívida pública, por empréstimos, por contas
de crédito e por créditos em liquidação

19.2.2 Prémios e juros por letras tomadas, de letras a receber por conta alheia, de saques emitidos sobre
praças nacionais ou de quaisquer transferências

19.2.3 Comissões por garantias prestadas

19.2.4 Outras comissões e contraprestações por serviços financeiros

20. Precatórios ou mandados para levantamento e entrega de dinheiro ou valores existentes - sobre a
importância a levantar ou a entregar

21. Processos forenses, judiciais fiscais e aduaneiros - por cada folha

22.
Registos e averbamentos em conservatórias de bens móveis sujeitos a registo - por cada um

23.
Reporte - sobre o valor do contrato
24. Seguros:

24.1 Apólices de Seguros - sobre a soma do prémio do seguro, do custo da apólice e de quaisquer outras
ou em documento separado:

24.1.1 Seguro dos ramos «Vida», «Acidentes» e «Saúde» 1%

24.1.2 Seguro do ramo «Automóvel - Responsabilidade Civil e demais seguros de natureza obrigatória, por 2%
lei

24.1.3 Seguro do ramo «Transporte» 2%

24.1.4 Seguro dos ramos «Marítimo», «Ferroviário» e «Aéreo» 2%

24.1.5 Seguro do ramo «Caução» 3%

24.1.6 Seguro do ramo «Crédito» 3%

Seguro de quaisquer outros ramos 5%


24.1.7

24.2 Comissões cobradas pela actividade de mediação - sobre o respectivo valor liquido do imposto do selo
2%

25. Títulos de crédito e transferências de fundos:

25.1 Letras - sobre o respectivo valor, com o mínimo de 50 000MT 0,2%

25.2 Livranças - sobre o respectivo valor, com o mínimo de 50 000MT 0,2%

25.3 Ordens e escritos de qualquer natureza, com exclusão dos cheques, nos quais se determine pagamento
ou entrega de dinheiro com cláusula à ordem ou à disposição, ainda que sob a forma de
0,1%

25.4 Extractos de facturas e facturas conferidas - sobre o respectivo valor, com o mínimo de 30 0 0 0 M T . 0,3%

26. Títulos ou alvarás de concessão de uso è aproveitamento da terra e suas apostilas - sobre o valor da 10%
taxa

27. Títulos de dívida pública emitidos por governos estrangeiros, com exclusão dos títulos de dívida 1%
pública emitidos por Estados membros da União Africana, quando existentes ou postos à venda no
território nacional - sobre o valor nominal
Decreto n.° 7/2004 ARTIGO 3

de 1 de Abril (Atribuições)

Havendo a necessidade de institucionalizar mecanismos de São atribuições do Conselho Nacional para o Avanço da
concertação e coordenação intersectorial que impulsionem a Mulher:
implementação de pòlíticas e programas aprovados pelo Go- 1. A formulação de propostas aos órgãos competentes sobre:
verno para as áreas da mulher e género, garantindo a partici- a) A promoção de acções que visem garantir a igualdade
pação equitativa nos processos de desenvolvimento do país; de oportunidades de acesso da mulher e da rapariga
aos cuidados de saúde, à educação, à formação pro-
No uso das competências que lhe são atribuídas pela alí-
fissional, ao trabalho e demais benefícios sociais e
nea e) do n.° 1 do artigo 153 da Constituição da República, o
económicos;
Conselho de Ministros decreta:
b) A promoção da igualdade entre a mulher e o homem
ARTIGO 1 no acesso aos órgãos do poder e na tomada de deci-
sões a todos os níveis, com base nas políticas do
(Quadro institucional)
Governo;
1. É criado o Conselho Nacional para o Avanço da Mulher, c) A promoção, respeito e protecção dos direitos da mu-
abreviadamente designado por C N A M , órgão de consulta atra- lher e da rapariga.
vés do qual o Ministério da Mulher e Coordenação da Acção 2. A participação nos esforços em curso tendentes a pre-
Social faz a coordenação intersectorial, com o objectivo prin- venir e combater as doenças de transmissão sexual, H I V / S I D A
cipal de impulsionar e acompanhar a implementação de polí- e demais problemas ligados à saúde sexual e reprodutiva.
ticas e programas aprovados pelo Governo para as áreas da 3. A troca de experiências e informações com organizações
mulher e género, contribuindo para a eliminação de todas as públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, que actuam
formas de discriminação contra a mulher. em prol da mulher e género, da rapariga e da criança.
2. O Conselho Nacional para o Avanço da Mulher tem um ARTIGO 4
Secretariado Executivo responsável pela gestão técnica e dina-
(Competências)
mização das actividades acometidas ao C N A M .
Compete ao Conselho Nacional para o Avanço da Mulher:
3. Em cada província o C N A M tem um Secretariado Executivo a) Apreciar,
e um Conselho Técnico, cuja
numa perspectiva deorganização
género, as epolíticas
funcionamento
serão regulados por diploma específico. macro-económicas e as estratégias de desenvol-
vimento do país e, sobre elas, formular propostas
ARTIGO 2 que visem dar resposta aos esforços e às necessi-
dades das mulheres no acesso aos recursos, ao
(Composição do CNAM)
emprego, aos mercados, ao comércio e aos meca-
1. O Conselho Nacional para o Avanço da Mulher é presi- nismos de poupança e de crédito;
dido pela Ministra da Mulher e Coordenação da Acção Social b) Apreciar a legislação e as práticas administrativas
e na sua composição integra: que discriminam a mulher ou afectam os seus di-
reitos ou interesses, apresentando propostas com
a) Ministra do Plano e Finanças - Vice-Presidente;
vista a inverter a situação;
b) Ministro da Saúde;
c) Participar na realização de acções que assegurem a
c) Ministro da Educação; promoção, o respeito e a protecção dos direitos da
mulher;
d) Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural;
d) Propor medidas tendentes a assegurar a igualdade de
e) Ministro da Administração Estatal; oportunidades de acesso à educação entre rapazes
f ) Ministro da Cultura; e raparigas, bem como para a eliminação do insucesso esco

g) Ministro da Juventude e Desportos;


e) Formular propostas de medidas integradas de preven-
h) Ministro do Trabalho; ção e eliminação da violência doméstica em geral e
i) Secretário Executivo do Conselho Nacional para o contra a mulher e a criança em particular, com base
na análise das suas causas e consequências;
Avanço da Mulher;
f ) Incentivar a tomada de medidas de assistência à mulher
j) Três representantes das organizações ou associações
e à criança vítimas de violência;
não-governamentais nacionais que actuam em prol
g) Promover a tomada de medidas ou a realização de
da mulher e do género;
acções tendentes a prevenir e combater a prosti-
k) Dois representantes das confissões religiosas; tuição, o tráfico e outras formas de exploração de
mulheres, raparigas e crianças;
l) U m representante dos Sindicatos;
h) Promover acções e formular propostas que visem a
m) Um representante do sector privado.
tomada de medidas para assegurar o igual acesso
2. Os membros do Conselho Nacional referidos nas alí- e participação activa da mulher nos órgãos de
neas j) a m) serão designados petas entidades de proveniência, poder e na tomada de decisões;
devendo a escolha recair sobre personalidades com condições
de representar condignamente o seu órgão ou entidade, asse- a implementação das políticas e estratégias do Go-
gurando o cumprimento das decisões e recomendações do verno sobre a mulher e género e formular as reco-
Conselho. mendações pertinentes;
j) Fomentar a operacionalização e a implementação da f ) Apoiar tecnicamente os membros do C N A M no exer-
Plataforma de Acção de Beijing e de políticas do cício das suas funções;
Governo no âmbito da mulher e género, agindo g) Convocar, por instrução da Presidente, as sessões do
como impulsionador do seu cumprimento nos C N A M e assegurar todo o apoio técnico e logístico
diversos sectores de actividades social e econó- ao funcionamento das mesmas;
mica do país.
h) Elaborar os relatórios do C N A M em colaboração com
k) Formular propostas sobre políticas e programas em
os membros do Conselho Técnico, bem como as
prol da mulher em áreas ainda não definidas,
agendas de trabalho e as sínteses das sessões;
visando o alcance da igualdade em todos os
domínios; i) Mobilizar recursos materiais e financeiros para a im-
plementação dos programas do C N A M ;
l) Aprovar os planos e programas de actividades do
CNAM. j) Gerir os recursos financeiros e materiais afectos ao
CNAM;
ARTIGO 5

(Funcionamento do CNAM) k) Realizar a gestão e administração dos recursoshuman

1. O Conselho Nacional para o Avanço da Mulher reúne-se, l) Cumprir outras tarefas que lhe forem atribuídas pela
em sessões ordinárias, de três em três meses, e extraordina- Presidente.
riamente, quando for necessário, sendo convocadas e dirigidas
ARTIGO 9
pela Presidente.
2. Podem participar nas actividades do Conselho Nacional (Conselho Técnico)
para o Avanço da Mulher representantes de órgãos do apa- 1. Junto do Secretariado Executivo funciona um Conselho
relho de Estado, instituições ou entidades de direito público Técnico composto por técnicos de todos os Ministérios e de
ou privado, consoante a natureza do trabalho a realizar e instituições públicas, designados pelos respectivos dirigentes.
quando especialmente convidados para o efeito,
2. Os membros do Conselho Técnico a que se refere o pre-
3. Compete à respeçtiva Presidente aprovar, ouvido o sente artigo são designados pelos dirigentes dos órgãos ou
C N A M , o Regulamento Interno do Conselho Nacional para instituições de proveniência.
o Avanço da Mulher, bem como as normas de funcionamento
do Secretariado Executivo. 3. O Conselho Técnico é dirigido pelo Secretário Executivo.

ARTIGO 1 0
ARTIGO 6

(Órgãos do CNAM) (Encargos com o funcionamento do CNAM)

São órgãos do C N A M o Secretariado Executivo e o Con- Os encargos com o funcionamento do C N A M serão supor-
selho Técnico. tados por uma dotação específica do orçamento atribuído ao
Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social.
ARTIGO 7

(Secretariado Executivo) ARTIGO IL

(Senhasdepresença)
1. O Secretariado Executivo é o órgão de gestão técnica e
de dinamização das actividades acometidas ao Conselho Na- Pela sua participação efectiva nas sessões e demais reu-
cional para o Avanço da Mulher. niões, os membros do C N A M referidos nas alíneas i) a m)
2. O Secretariado Executivo integra, além do Secretário do artigo 2 e do seu Conselho Técnico terão direito à senha
Executivo que o dirige, um corpo de quadros técnicos e fun- de presença de valor a determinar por despacho conjunto das
cionários dos serviços de apoio, em número e perfil a deter- Ministras da Mulher e Coordenação da Acção Social e do
minar em diploma específico. Plano e Finanças.
3. O Secretariado Executivo é designado, em comissão de Aprovado pelo Conselho de Ministros, a 1 de Abril de 2004.
serviço, pela Presidente do C N A M . Publique-se.
ARTIGO 8 A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
(Competências do Secretariado Executivo)
Ao Secretariado Executivo compete:
a) Coordenar as actividades do Conselho Técnico, sob
orientação da Presidente;
Decreto n.° 8/2004
b) Assegurar o apoio técnico e administrativo das acti-
de 1 de Abril
vidades do CNAM;
c) Preparar propostas de planos, programas ou projectos O desenvolvimento que se vem registando no sub-sector
do CNAM, com base na Plataforma de Acção de pecuário exige a reformulação das normas actualmente em
Beijing e das políticas do Governo no âmbito da vigor, de forma a compatibilizá-las com as necessidades de
mulher e género, bem como nas contribuições dos vigilância epidemiológica e controlo de doenças dos animais
sectores intervenientes, e submetê-los à apreciação em Moçambique e tornar mais precisos e rigorosos os proce-
da Presidente do CNAM; dimentos a adoptar.
d) Elaborar documentos contendo propostas ou reco- Nestes termos, e ao abrigo da competência atribuída pela
mendações a serem submetidos aos órgãos ou alínea e) do n.° 1 do artigo 153 da Constituição da República,
entidades competentes;
o Conselho de Ministros decreta:
e) Recolher e sistematizar toda a informação relativa ao
Artigo 1. É aprovado o Regulamento de Sanidade Animal,
controlo das actividades dos membros do CNAM
e apresentá-la à Presidente; anexo ao presente Decreto e que dele faz parte integrante.
Art. 2. Compete ao Ministro da Agricultura e Desenvolvi- 12. Assistência veterinária - actividade remunerada de
mento Rural aprovar as normas complementares que se prestação de serviços de saúde e produção animal.
mostrem necessárias à implementação do presente Decreto. 13. A u t o r i d a d e a d m i n i s t r a t i v a - todo o órgão ou agente
Art. 3. São revogados os regulamentos e restantes normas do Estado e dos demais entes públicos, aos quais,
anteriormente publicados sobre a matéria. para o desempenho de atribuições de natureza admi-
Aprovado pelo Conselho de Ministros, a 1 de Abril de 2004. nistrativa, sob a forma de actos jurídicos, a ordem
jurídica confere poderes públicos.
Publique-se.
14. A u t o r i d a d e s a n i t á r i a - agente dos Serviços de Saúde
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
no exercício de funções de inspecção e fiscalização
sanitária.
15. A u t o r i d a d e veterinária - Ministério da Agricultura
e Desenvolvimento Rural, através da Direcção Nacio-
nal de Pecuária.
Regulamento de Sanidade Animal
16. A v i á r i o - estabelecimento destinado a criação, repro-
CAPÍTULO 1 dução e selecção de aves e produção de ovos.

Objecto, definições, objectivos e âmbito 17. B e n e f i c i a ç ã o - processo que consiste em preparar,


desinfectar ou expurgar produtos e subprodutos de ori-
ARTIGO 1 gem animal, despojos, forragens, instalações, equipa-
mentos e transportes, com a finalidade de os valorizar
Objecto
para determinados fins ou ainda torná-los inócuos.
O presente Regulamento estabelece normas para a vigilância
18. C a r n e - tecido muscular das espécies animais comes-
epidemiológica e controlo de doenças dos animais em Mo-
tíveis, com vasos, nervos, tendões e aponevroses, gor-
çambique.
duras e ossos adjacentes; genericamente a expressão
ARTIGO 2 "carne" abrange também miudezas .
Definições 19. C a r c a ç a - corpo da rês despojado da pele (ruminan-
tes e equinos) ou pêlo (suínos) e de todos os órgãos
Para efeitos do disposto no presente diploma, entende-se
internos (com excepção dos rins) e depois de despro-
por:
vido da cabeça e extremidades locomotoras (excepto
1. A g e n t e d e d o e n ç a - prião, vírus, bactéria, fungo, parasita, nos suínos).
outro organismo ou substância susceptível de causar
doença. 20. C a s o - animal afectado por doença infecciosa, parasi-
tária ou de origem tóxica.
2. A n i m a i - mamífero, ave, abelha, réptil ou anfíbio,
incluindo a sua carcaça. 21. C a s o i m p o r t a d o - caso introduzido no território na-
cional, proveniente de outro país.
3. A n i m a l e m r i s c o - qualquer animal biologicamente
em risco de contrair a doença. 22. C e r t i f i c a d o v e t e r i n á r i o - documento emitido pela
Autoridade Veterinária para efeitos de certificação do
4. A n i m a i d e c a p o e i r a - ave ou mamífero de pequeno
estado sanitário dos animais ou da salubridade dos
porte, destinado à alimentação humana ou fins re-
produtos e subprodutos animais, seus despojos, pro-
creativos.
dutos biológicos e forragens, garantindo que estes não
5. Animal de laboratório - animal especificamente re- constituem veículo de qualquer agente susceptível de
produzido, criado e mantido para fins de diagnóstico e
infectar outros animais ou homens, especificando os
investigação laboratorial.
testes de diagnóstico a que foram submetidos, assim
6. A n i m a l e x p e r i m e n t a i - anima! de qualquer espécie como as vacinações realizadas (no caso de animais
criado em condições normais de produção e utilizado vivos).
para fins experimentais.
23. Certificado veterinário internacional - documento
7. A n i m a l d e c o n s u m o - animal doméstico da espécie
emitido por Veterinário Oficial do país exportador,
bovina, arietina, caprina, suína, equina e bufalina
para efeitos de certificação do estado sanitário dos
assim como leporídeo, ave e animal selvagem.
animais ou da salubridade dos produtos e subprodutos
8. A n i m a l p o s i t i v o - animal que é positivo a um teste animais, seus despojos, produtos biológicos, e forra-
de diagnóstico aprovado pela Autoridade Veterinária, gens, garantindo que não constituem veículo de qual-
para efeitos de apuramento do seu estado de saúde. quer agente susceptível de infectar outros animais ou
9. A n i m a l s e l v a g e m - mamífero, ave e réptil pertencen- homens, especificando os testes de diagnóstico a que
tes a espécies não domesticadas, que vivendo em regime
foram submetidos, assim de liberdade,
como cativeiro
as vacinações reali-ou domiciliado, se
tinam a fins científicos, económicos ou recreativos. zadas (no caso de animais vivos).
24. C l a s s e a n i m a l - grupo de animais que possuem as
10. A n i m a l s u s p e i t o - todo o animal que apresente sinais mesmas características de idade e sexo.
de doença "in vivo" ou "post-mortem" ou que tenha
25. C o n c e n t r a ç ã o de a n i m a i s - ajuntamento de animais,
resultado positivo a um teste de diagnóstico aprovado
de uma ou mais espécies, de um ou mais proprietários,
pela Autoridade Veterinária, ou que tenha entrado em
em local expressamente designado pela Autoridade
contacto com um animal infectado.
Veterinária.
11. A r r o l a m e n t o - contagem geral das espéciespecuárias, realizada
26. C o n t e n t o r - dispositivo para pela Autoridade
transporte Veterinária num deter-
de animais,
minado período definido por aquela. seus produtos, subprodutos, despojos e forragens.
27. Controlo veterinário - qualquer controlo físico ou 45. Laboratório de referência - Laboratório reconhecido
formalidade administrativa relativos aos animais ou pelo Estado, com competência exclusiva para realizar
produtos de origem animal e que visa, directa ou indi- o controlo de qualidade e outros testes de diagnóstico,
rectamente, assegurar a protecção da saúde pública exigidos para certificação, importação e exportação
ou animal. de animais, seus produtos, subprodutos e produtos
28. Curral - qualquer estabelecimento, construção ou, no biológicos.
caso de uma criação ao ar livre, qualquer local onde 46. Lista "A" - lista de doenças de carácter transmis-
os animais sejam mantidos, criados ou manipulados. sível, definida pela O.I.E., que têm um potencial de
29. Desinfecção - procedimento aplicado, depois da lim- nais, com sérias consequências sócio-económicas ou
peza física, destinado a destruir os agentes patogéni- em saúde pública, que são de maior importância no
cos responsáveis pelas doenças dos animais, incluindo comércio internacional de animais e produtos de
zoonoses. Isto aplica-se, a instalações, veículos e dife- origem animal, que consta do Anexo 1 ao presente
rentes objectos que possam ter sido directa ou indi- Regulamento.
rectamente contaminados.
30. Desinsectização - acção destinada a eliminar artró- 47. Lista "B" - lista de doenças de carácter transmis-
podes que podem causar doenças ou são potenciais sível, definida pela O.I.E., que são consideradas de
vectores de doenças, incluindo zoonoses. importância sócio-económica e/ou em saúde pública
no país, e que têm significância no trânsito de animais
31. D e s p o j o s - a s partes do corpo do animal utilizáveis em qualquer
e produtos de origem fim
animal, queindustrial
consta donãoAnexo
alimentar
1 (pele, cerdas,
unhas, cornos e penas, defesas e faneras). ao presente Regulamento.
32. Doença - disfunção ou perturbação dá função normal 48. Lista de doenças de declaração obrigatória - lista de
de qualquer órgão ou do corpo de qualquer animal, doenças de declaração obrigatória em Moçambique,
causado por qualquer protozoário, bactéria, vírus, que inclui as doenças das listas A e B da O.I.E. e da
fungo, prião, riquetsia, parasita, outro organismo. Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) e outras doenças quê constam do Anexo 1
33. Doença epidémica - doença cuja expansão não é previsível e que ocorre num determinado momento e
ao presente Regulamento.
espaço, excedendo a frequência normal esperada (mais
49. Licença de trânsito - autorização escrita em impresso
de duas vezes o desvio padrão acima da média).
próprio, emitida pela Autoridade Veterinária, para des-
34. Destruição - abate e destruição por enterramento ou locação de animais, seus produtos, subprodutos, des-
incineração de um animal ou carcaça de um animal, pojos, forragens, produtos biológicos e patológicos de
produto, subproduto, despojo, forragem, material bio- um local para outro, dentro do país.
lógico ou patológico, por razões de ordem sanitária. 50. L i c e n ç a de i m p o r t a ç ã o - autorização escrita em
impresso próprio, emitida pela Autoridade Veterinária,
35. E m b a l a g e m - invólucro destinado a conservar, preservar deparaconspurcação
a importação e detornar mais seus
animais, manejáveis
produtos, sub-
produtos, subprodutos e despojos animais, bem como produtos, despojos, forragens, produtos biológicos e
forragens e produtos biológicos. patológicos originários de outro país.
36. Embrião - óvulo de animal fecundado e viável. 51. Locais de abate - locais autorizados pela Autori-
dade Veterinária, onde se procede ao abate de animais
37. Exploração pecuária - actividade desenvolvida num
destinados aoao
consumo público .
estabelecimento, construção ou, no caso de uma criação ar livre, qualquer local onde os animais são
mantidos, criados ou manipulados. 52. Matadouro - instalações dotadas de equipamento
adequado, onde se procede ao abate, preparação, con-
servação e distribuição da carne de animais para
38. Feira - local destinado a exposição e/ou comercia-
lização de animais sob controlo da Autoridade Veterinária. consumo público ou processamento industrial.
53. Material patológico - amostras de material obtidas de
39. Foco de doença epidémica - área onde foi declarada animais vivos ou mortos, que contêm ou se suspeita
uma doença epidémica da lista A ou B da "Office conterem agentes infecciosos ou parasitários.
International des Epizooties" (O.I.E) ou da lista de doenças de declaração obrigatória em Moçambique,
54. O . I . E. - "Office International des Epizooties",Organizaç
ou ocorrência de uma dessas doenças, envolvendo
e com a sua sede em Paris, França.
um ou mais animais.
55. Parque de quarentena - instalação ou local onde é
40. Forragens - produtos destinados à alimentação dos realizada a quarentena.
animais, qualquer que seja a sua natureza, 56. População animal e m risco - conjunto de animais
41. Gado - animais domésticos das espécies bovina, com as mesmas características físicas e biologica-
bufalina, arietina, caprina, suína, equina, asinina e mente susceptíveis de contrair infecção por um ou
seus híbridos. mais agentes infecciosos ou parasitários.
42. Incidência - número de novos casos de uma doença, 57. Porta de entrada ou saída - fronteira terrestre, portos
registados numa dada população em risco, durante um ou aeroportos por onde é permitida a entrada ou saída
intervalo de tempo determinado e numa área geográ- de animais, seus produtos, subprodutos, despojos,
fica definida. troféus, forragens e produtos biológicos.
43. Infecção - presença do agente infeccioso no animal 58. Prevalência - número de casos de doença ou infecção,
com ou sem alteração visível do seu estado de saúde. detectados por exame clínico, ou testes de laboratório
44. Inspector - Médico Veterinário ou técnico designado aprovados, numa determinada população animal, num
para realizar inspecção Veterinária. dado momento e numa área geográfica definida.
59. P r o d u t o s a n i m a i s - substâncias obtidas directamente 75. Z o n a i n f e c t a d a - área claramente definida pela
dos animais com vista à sua utilização, tanto para fins Autoridade Veterinária onde a doença infecciosa ou
alimentares, como industriais. parasitária foi diagnosticada. A extensão desta zona
60. Produtos biológicos - reactivos biológicos, soros, va- será estabelecida tendo em consideração o meio am-
cinas e material genético de origem microbiana, utiliza- biente, os factores ecológicos, os factores geográ-
dos na investigação, diagnóstico, tratamento e prevenção ficos, a epidemiologia da doença e o tipo de maneio
praticado. Esta área deverá ter pelo menos 10 K m de
de doenças.
raio, no caso de uma zona de produção intensiva ou
6 1 . P r o v a s d e c o n t r a s t e - ensaios para verificação da 50 K m no caso de uma zona de produção extensiva.
conformidade do medicamento, ou produto biológico Nos seus limites existirá controlo veterinário oficial
com as especificações aprovadas, respeitantes uni- para o trânsito de animais seus produtos e transportes.
camente ao lote de fabrico sobre o qual incidiram as O período de tempo durante o qual a zona infectada é
provas. mantida dependerá da epidemiologia da doença e das
62. P r o p r i e t á r i o d o c u r r a l - pessoa singular ou colectiva medidas de controlo aplicadas.
em nome de quem é emitida a caderneta do registo do 76. Z o n a s u s p e i t a - área territorial claramente definida
curral. pela Autoridade Veterinária, onde existe suspeita de
63. P r o p r i e t á r i o d o g a d o - pessoa singular ou colectiva, ocorrência de doença.
pública ou privada devidamente registada, titular de 77. Z o n a d e v i g i l â n c i a - área territorial claramente defi-
gado e responsável pela sua exploração. nida pela Autoridade Veterinária, que separa a zona
64. Q u a r e n t e n a - isolamento de animais em parque de livre da zona infectada.
quarentena, no local de origem ou de destino, sob 78. Z o n a livre - área territorial claramente definida pela
controlo da Autoridade Veterinária, onde um grupo Autoridade Veterinária, e que não está afectada pela
de animais é mantido em isolamento, sem contacto doença.
directo ou indirecto com outros animais, com o objec- 79. Z o n a t a m p ã o - área estabelecida, dentro ou ao longo
tivo de serem observados, e se necessário, testados e da fronteira de uma zona infectada, onde são manti-
tratados. das medidas de controlo específicas, de acordo com
65. R e g i m e d e q u a r e n t e n a - medidas a que são subme- a epidemiologia da doença.
tidos os animais em caso de doença, ou conjunto de 80. Z o o n o s e - doença infecciosa ou parasitária transmis-
medidas relativas à entrada, permanência e saída dos sível dos animais para o homem ou vice-versa.
animais nos parques de quarentena.
ARTIGO 3
66. S a c r i f í c i o s a n i t á r i o - abate de animais autorizado
Objectivos
pela Autoridade Veterinária, por razões económicas
e/ou sanitárias, com aproveitamento parcial ou total São objectivos do presente Regulamento :
dos seus produtos e subprodutos, depois de terem ou a) Proteger a saúde pública;
não sido submetidos a beneficiamento.
b) Proteger o mercado nacional e de exportação de ani-
67. S e q u e s t r o s a n i t á r i o - acção compulsiva, que implica mais, produtos de origem animal e outros que
o cumprimento por parte do proprietário ou respon- possam ser afectados directa ou indirectamente por
sável pelo efectivo em causa, de medidas de carácter doenças dos animais;
sanitário em consequência da confirmação da doença.
c) Servir de base para levar a cabo a vigilância epide-
68. S e l o - Peça de material durável usado para selar trans- miológica, controlo e erradicação de doenças de
portes ou contentores, aplicado por decisão da Auto- grande importância económica e/ou para a saúde
ridade Veterinária. pública;
6 9 . S u b p r o d u t o s a n i m a i s - os produtos derivados das d) Servir de base para a compensação por perdas cau-
carnes e despojos que, com ou sem breve preparação, sadas por doença dos animais.
são utilizados na alimentação ou outros fins.
ARTIGO 4
70. T r a n s f e r ê n c i a s - mudanças de local a que se sujeitam
Autoridade Veterinária
os animais, seus produtos, subprodutos, despojos e
forragens. Para efeitos do presente Regulamento a Autoridade Veteri-
71. T r o f é u - parte durável dos animais selvagens, nomea- nária é o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural,
damente a cabeça, caveira, cornos, dentes, peles, cou- através da Direcção Nacional de Pecuária.
ros, pêlos, cerdas, unhas, garras, cascos e ainda cascas ARTIGO 5
de ovos, ninhos e penas, desde que não tenham per-
Atribuições
dido o aspecto original, por via de qualquer processo
de manufactura. A Autoridade Veterinária garante a aplicação das normas
72. Vedação - barreira física implantada num terreno, des- do presente Regulamento.
tinada a impedir a livre entrada ou saída de animais. ARTIGO 6
73. Veterinário oficial - o Veterinário do Estado ou outro Entidades executoras
Veterinário indigitado para tal pela Direcção Nacional
de Pecuária. 1. A execução do presente Regulamento compete:
74. Vigilância epidemiológica - acção que implica a ma- a) À Direcção Nacional de Pecuária;
nutenção de um efectivo sob observação sanitária, em b) As entidades do Ministério da Agricultura e Desen-
consequência de ocorrência ou suspeita de ocorrência volvimento Rural a q u e m f o r e m delegadas com-
de uma infecção ou doença infecciosa ou parasitária. petências.
2. As entidades a nível local a quem forem delegadas com- e) Quantidade;
petências actuam em nome da Autoridade Veterinária. f ) Porta de entrada ou saída;
3. O Director Nacional de Pecuária pode revogar ou suspen- g) Transporte a utilizar;
der a eficácia de uma decisão tomada ou instrução transmitida
h) Destino;
pela entidade a nível local a quem foi delegada competência
nos termos do presente Regulamento.

ARTIGO 7
3. O pedido de licença deve ser apresentado antes da con-
firmação da encomenda, de modo a que os compromissos
Competências da Autoridade Veterinária assumidos possam ser cancelados, caso a licença não seja
1. Compete à Autoridade Veterinária: concedida.
a) Delegar competências a entidades do Ministério da 4. A indicação das portas de entrada e saída é especificada
Agricultura e Desenvolvimento Rural a nível local; na licença.
b) Garantir a salubridade dos produtos de origem animal 5. A licença emitida pela Autoridade Veterinária indicará
e coordenar o funcionamento da inspecção hígio- o período de validade da mesma, o qual não deverá exceder
-sanitária e controlo veterinário na produção e pro- um período máximo de 60 dias.
cessamento dos produtos de origem animal;
6. Os animais, produtos, subprodutos e forragens encontra-
c) Elaborar os programas e adoptar normas com vista a dos em contravenção ao estabelecido no presente artigo podem
levar a cabo a vigilância, controlo e erradicação ser reexportados, submetidos a quarentena ou abatidos, sem
das doenças infecto-contagiosas e parasitárias dos que haja lugar a indemnização, conforme determinação da
animais;
Autoridade Veterinária.
d) Definir, coordenar e avaliar a aplicação das normas
ARTIGO 10
inerentes aos programas de vigilância, controlo e
erradicação das doenças infecto-contagiosas e para- Circulação de animais doentes, suspeitos
sitárias dos animais; ou infectados
e) Manter e desenvolver o sistema de informação epide- É proibida a circulação de animais doentes, suspeitos, infec-
miológica; tados ou que revelem sequelas recentes de doenças constantes
f) Tornar públicas as determinações relativas às doen- da lista de doenças de declaração obrigatória, bem como a
ças da lista de doenças de declaração obrigatória. presença de ectoparasitas.
g) Promover a divulgação do presente Regulamento.
ARTIGO 11
ARTIGO 8 Trânsito de produtos vegetais
Responsabilidades dos Governos Provinciais e Distritais
O trânsito de produtos vegetais está sujeito a autorização
1. Os Governos Provinciais e Distritais devem prestar à da Autoridade Veterinária, caso constitua perigo para a disse-
Autoridade Veterinária toda a colaboração e apoio necessários minação de doença epidémica.
para o cumprimento do presente Regulamento.
ARTIGO 12
2. Os Governos Provinciais e Distritais devem comunicar
à Autoridade Veterinária qualquer alteração do estado de saúde Trânsito de veículos e equipamentos
dos animais da respectiva área de jurisdição, O trânsito de veículos, contentores ou qualquer outro equi-
pamento, está sujeito a autorização da Autoridade Veterinária
C A P Í T U L O II
quando haja perigo de disseminação de doenças dos animais.
Importação, circulação e trânsito de animais, seus
ARTIGO 13
produtos, subprodutos, despojos, forragens, pro-
dutos vegetais, veículos e contentores para o Transporte de animais e produtos
transporte de animais ou produtos de origem animal
1. O transporte de animais e seus produtos só pode ser
SECÇÃO I
efectuado em veículos ou contentores licenciados pela Auto-
Generalidades
ridade Veterinária, desde que se cumpra com o disposto no
ARTIGO 9
artigo 14 do presente Regulamento.
Licenciamento e certificação 2. Os veículos e contentores em trânsito com produtos de
origem animal, subprodutos, despojos e forragens podem ser
1. Não é permitida a entrada ou saída do País, de animais,
abertos sempre que a Autoridade Veterinária assim o entenda.
seus produtos, subprodutos, despojos, forragens e produtos
biológicos, sem que os mesmos se façam acompanhar da ARTIGO 14
respectiva licença e do certificado veterinário emitido pela
Condições para o transporte de animais
Autoridade Veterinária.
2. A emissão da licença a que se refere o número 1 do pre- 1. O transporte de animais só pode ser feito em veículos e
sente artigo será feita a requerimento do interessado, elaborado contentores que sejam construídos de modo a que as fezes, a
em formulário apropriado, e dirigido à Direcção Nacional de cama ou a forragem não possam verter ou cair para fora do
Pecuária. Nele deve constar: veículo ou contentor.
a) Nome e morada do requerente; 2. Os transportadores devem assegurar que os animais trans-
b) Espécie, idade, sexo e raça do animal; portados, não entrem em contacto com outros em momento
c) País de origem, proprietário ou fabricante; algum da viagem, desde a saída da exploração ou do centro de
d) Tipo de produtos; concentração de animais até à chegada ao respectivo destino.
3. O transportador deve manter um registo contendo as SECÇÃO II

informações que se seguem, em relação a cada veículo desti- Trânsito interno


nado ao transporte de animais, e que deve ser conservado por ARTIGO 19
um período de três anos:
Movimento de animais e seus produtos
a) Local e data de carregamento e nome da exploração
1.Não é permitido o trânsito de animais vivos, para abate
ou centro de concentração onde os animais foram
ou destinados a outra exploração ou concentração, seus pro-
carregados; dutos, subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos,
b) Local e data de entrega, nome e endereço do ou dos sem que se façam acompanhar da respectiva licença de trân-
destinatários; sito emitida pela Autoridade Veterinária.

c) Espécie e número dos animais transportados; 2. Não carece de autorização a movimentação de:

d) Indicação detalhada da documentação de acom- a) Carne fresca, com excepção da de suíno, até ao limite
máximo de quinze quilogramas por interessado
panhamento;
ou família;
e) Data e local de desinfecção do veículo; b) Carcaças de animais de capoeira em número nunca
f ) Rota seguida pelo veículo desde a origem até ao superior a vinte por interessado ou família;
destino.
c) Animais de capoeira vivos em número nunca superior
4. Os transportadores comprometer-se-ão por escrito a, a vinte por interessado ou família.
nomeadamente:
3. Tudo o que for encontrado em contravenção ao disposto
a) Adoptar as medidas impostas pelo presente Regulamento; no número 1 do presente artigo é apreendido e reverte a favor
do Estado, nos termos legais e regulamentares.
b) Confiar o transporte de animais a pessoas com apti- 4. O estabelecido no número 2 do presente artigo pode ser
dão e competência profissionais e conhecimentos temporariamente suspenso pela Autoridade Veterinária em
necessários. caso de ocorrência de foco de doença transmissível ou quando
constituir perigo para a saúde pública, mediante Aviso a
5. Os transportadores devem igualmente dispor de condi-
publicar nos órgãos de informação escrita e radiodifundida,
ções de limpeza e desinfecção apropriados, aprovados pela em pelo menos duas datas consecutivas.
Autoridade Veterinária, incluindo instalações de armazenagem
da cama e do estrume, ou comprovar que essas operações são 5. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da pro-
víncia de origem dos animais a emissão da licença de trânsito
efectuadas por terceiros devidamente aprovados pela Autori-
interno para outra província, quando se trate de animais para
dade Veterinária.
abate, após consulta e coordenação prévias com os Serviços
ARTIGO 15 Provinciais de Pecuária da província de destino dos animais.
Beneficiações de transportes e contentores 6. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da pro-
víncia de destino dos animais, em coordenação com os Ser-
1. Os meios utilizados para o transporte e acondicionamento viços Provinciais de Pecuária da província de origem dos
de animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens mesmos, estabelecer os requisitos sanitários que deverão ser
poderão ser sujeitos a beneficiações, durante o trânsito, sempre cumpridos, quando se trate de animais destinados a criação.
que a Autoridade Veterinária o considere necessário.
7. Compete à Autoridade Veterinária estabelecer os requi-
2. Compete à Autoridade Veterinária determinar as benefi- sitos sanitários mínimos a que deve obedecer a transferência
ciações necessárias. de animais de uma província para outra, quando se trate de
animais destinados a criação e/ou comercialização.
ARTIGO 1 6

Formalidades específicas ARTIGO 2 0

Licença de trânsito
1. A entrada, saída e trânsito de animais, seus produtos, sub-
produtos, despojos, forragens e produtos biológicos, será feita 1. O pedido de emissão da licença de trânsito deve conter
em veículos ou contentores selados.
a) Nome e morada do requerente;
2. A aplicação e remoção de selos dos veículos ou conten-
b) Espécie, idade, sexo e raça do animal;
tores só poderá ser feita pela Autoridade Veterinária.
c) Loca! de origem (Província, Distrito, Localidade e
ARTIGO 17
número do curral);
Encargos d) Tipo de produtos;

Os encargos resultantes das imposições sanitárias refe- e) Quantidade;


rentes à entrada, saída e trânsito de animais, seus produtos, f) Transporte a utilizar;
subprodutos, despojos e forragens ou as beneficiações deter- g) Destino;
minadas pela Autoridade Veterinária, são suportados pelo h) Identificação do veículo.
transportador. 2. A licença, de trânsito a que se refere o número i do pre-
sente artigo será emitida em modelo apropriado aprovado pela
ARTIGO 18
Autoridade Veterinária.
Controlo fronteiriço
SECÇÃO III

Nos postos de fronteira terrestre e nas estações terminais Entrada no território - importação
de aerogares e caminhos de ferro devem ser criadas condi- ARTIGO 2 1
ções pela Autoridade Veterinária para a rápida beneficiação Requisitos para importação
de animais em trânsito, respectivos produtos, subprodutos,
despojos e forragens. 1. Não é permitida a entrada no país, de qualquer animal.
seus produtos, subprodutos, despojos, forragens e/ou produtos ARTIGO 2 5

biológicos, que não venham acompanhados da licença de Providências em caso de suspeita de doença das
importação emitida pela Autoridade Veterinária. listas A e B da O.I.E.
2. O certificado veterinário internacional emitido pela Au- Se, à chegada de um veículo a uma porta de entrada, houver
toridade Veterinária do país exportador deve ser preenchido um ou vários animais suspeitos de serem portadores de al-
de acordo com os requisitos exigidos na licença de impor- guma das doenças descritas nas Listas A ou B da O. I. E„ a
tação. Autoridade Veterinária pode impedir a sua entrada, ou aplicar
3. A Autoridade Aduaneira não pode proceder ao despacho uma das seguintes medidas a expensas do proprietário:
da entrada de animais, seus produtos, subprodutos, despojos, a) Sacrifício sanitário com esterilização ou destruição
forragens e produtos biológicos, sem que lhes seja presente a da carne em estabelecimento apropriado, sem di-
documentação prevista nos números 1 e 2 do presente artigo
reito a indemnização;
e sem que tenham sido inspeccionados e aprovados pela
b) Quarentena dos animais nas imediações da porta de
Autoridade Veterinária.
entrada;
4. Tudo o que for encontrado em contravenção ao disposto
c) Descarga e destruição das camas, ração e de todo o
nos números 1 e 2 do presente artigo, é apreendido e perdido a
material potencialmente contaminado;
favor do Estado.
d) Limpeza e desinfecção do veículo, equipamento e
5. Mesmo que tenham sido cumpridos todos os requisitos
material utilizado durante as operações.
previstos nos números 1 e 2 do presente artigo, é proibida a
importação de animais, produtos, subprodutos, despojos e ARTIGO 2 6
forragens caso o importador acredite que os mesmos se encontram infectados por agente de doença transmissível da
Beneficiação de produtos, subprodutos,
Lista A e B, da O.I.E., nova doença ou doença desconhecida. despojos e forragens
1. Quaisquer produtos, subprodutos, despojos de animais
ARTIGO 2 2 e forragens importados podem ser submetidos a beneficiação
Proibição de Importação de animais e produtos a expensas do importador, caso a Autoridade Veterinária o
de origem animal considere necessário.
2. As operações de beneficiação referidas no número ante-
1. É proibida a importação de animais, seus produtos, sub-
rior poderão ser realizadas no próprio local de armazenagem,
produtos, despojos e forragens de zonas onde se saiba exis-
se o mesmo reunir condições para o efeito.
tirem doenças constantes das Lista A e B da O.I.E. até seis
meses após a declaração do último foco. ARTIGO 2 7

2. A importação de animais domésticos e selvagens, seus Quarentena


produtos, subprodutos, despojos e forragens é igualmente
É obrigatória a quarentena de todos os animais importados
interdita, quando o trânsito se fizer por zonas onde ocorram
nos locais e moldes determinados pela Autoridade Veterinária.
doenças das listas A e B da O.I.E..
3. A contravenção ao disposto nos números 1 e 2 do pre- ARTIGO 2 8

sente artigo implica a destruição dos produtos, subprodutos, Desinsectização de aeronaves


despojos e de forragens, nos termos legais e regulamentares,
As aeronaves provenientes de regiões onde existam doén-
sem que haja lugar a indemnização.
ças transmissíveis por insectos deverão ser submetidas a
ARTIGO 2 3 desinsectização, logo após a sua chegada ao País e antes que
se tenha verificado a saída de passageiros ou carga, excepto se
Mortes ocorridas durante o transporte esta operação tiver sido efectuada antes da partida ou durante
o vôo.
1. Qualquer animal encontrado morto à chegada será obrigatoriamente enviado ao Laboratório de Referência para
exame, ou destruído após serem colhidas as amostras neces- ARTIGO 2 9
sárias pela Autoridade Veterinária. Importação de animais, seus produtos, subprodutos, biológicos,
material patológico ou outro organismo portador de agente
2. Os interessados devem comunicar à Autoridade Veteri- patológico
nária as mortes ocorridas em viagem ou qualquer outra anor-
1. A importação de produtos biológicos, agentes patogé-
malidade que se registe nos animais importados.
nicos e material patológico, animal, produto ou subproduto de
ARTIGO 2 4 origem animal ou outro organismo portador de agente pato-
génico carece de autorização especial, de acordo com as
inspecção veterinária
normas especificadas na respectiva licença de importação.
1. É obrigatória a inspecção e controlo hígio-sanitário à 2. Compete às Autoridades Veterinária e Aduaneira o estrito
entrada do território nacional, de animais, seus produtos, controlo do prescrito no número 1 do presente artigo.
subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos e pato-
3. Os pedidos de licença de importação dos produtos men-
lógicos.
cionados no número 1 do presente artigo deverão indicar além
2. A inspecção e o controlo hígio-sanitário são efectuados dos requisitos constantes do n.° 2 do artigo 9 do presente
pelo Inspector destacado para o efeito. Regulamento o seguinte:
3. O sequestro de produtos, subprodutos, despojos de ori- a) Tipo de produto e seu acondicionamento;
gem animal è de forragens pode ser realizado caso não
b) Indicação da quantidade e de marcas especiais;
tenham sido cumpridos os requisitos constantes da licença
de importação. c) Data de expedição.
4. Só é permitida a entrada de produtos biológicos e pato- 5. Nos casos referidos no número 3 do presente artigo, o
lógicos considerados infectantes quando estes forem acondi- transporte do local de origem para o de embarque é feito em
cionados de modo a evitar qualquer possibilidade de conta- veículos especialmente preparados e nas condições estabele-
minação exterior. Estes produtos têm que ser embalados de cidas pela Autoridade Veterinária.
acordo com os procedimentos estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde para o transporte seguro de substâncias ARTIGO 3 4

infecciosas e amostras para diagnóstico, e, cumprir com as Interdição à exportação


instruções de acondicionamento da Organização Internacional
de Aviação Civil (ICAO) e da Associação Internacional de A interdição de saída de animais, seus produtos, subpro-
Transporte Aéreo (IATA). dutos, despojos e forragens, é feita pela Autoridade Veterinária,
mediante Aviso a publicar no Boletim da República e em pelo
5. Os produtos biológicos e patológicos mencionados no
menos um órgão de informação escrita de maior divulgação,
número 1 do presente artigo deverão ser levados por pessoal
em dois dias consecutivos. Este Aviso especificará:
qualificado logo após a sua chegada, para o local de destino,
sem que de alguma forma sejam expostos ao ambiente. a) A espécie animal, produtos, subprodutos, despojos e
forragens;
ARTIGO 3 0
b) A zona ou zonas de exportação interditas.
Importação temporária
ARTIGO 3 5
A permanência temporária no País de animais destinados
a circos e feiras fica sujeita às condições previstas nos ar- Certificação
tigos 9 e 21 do presente Regulamento. Os pedidos de certificados veterinários para exportação de
ARTIGO 3 1
animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens,
acompanhados das imposições sanitárias do País importador,
Embalagens
são apresentados à Autoridade Veterinária, com antecedência
As embalagens a que se refere o n.° 4 do artigo 29 do pre- mínima de quinze dias em relação à data prevista para o
sente Regulamento devem ser rotuladas com indicação ex- embarque.
pressa da respectiva origem, tipo e quantidade do produto,
ARTIGO 3 6
data de fabrico, data de expedição e período de validade.
Transporte e acondicionamento
ARTIGO 3 2
Todos os meios de transporte e de acondicionamento a
Restrições à importação
utilizar na exportação de animais, seus produtos, subprodutos,
Compete à Autoridade Veterinária, propor ao Governo a despojos e forragens devem reunir as condições especificadas
adopção de restrições à importação de produtos de origem pela Autoridade Veterinária.
vegetal, suspeitos de serem agentes causadores de doenças
ARTIGO 3 7
em animais.
Exportação de produtos biológicos e patológicos
SECÇÃO IV
A exportação de produtos biológicos e patológicos obedece
Saída do território - exportação
a regras internacionais de acondicionamento e identificação, e
ARTIGO 3 3 aos requisitos sanitáriós referidos pela Autoridade Veterinária
Exportação de animais, seus produtos, subprodutos, despojos do País importador.
e forragens
CAPÍTULO III
1. Não é permitida a saída do País de animais, seus pro-
dutos, subprodutos, despojos, produtos biológicos, forragens,
Providências aplicáveis à defesa sanitária
sem prévia autorização da Autoridade Veterinária, a qual deve SECÇÃO I
emitir o rèspectivo certificado veterinário, de acordo com a Registo de animais
licença de importação emitida pela Autoridade Veterinária do
país importador. ARTIGO 3 8

2. O certificado veterinário emitido para fins de exportação Identificação e registo


deverá:
1. É obrigatória a identificação e registo individual de bo-
a) Identificar os animais ou seus produtos, subprodutos vinos existentes no País, agrupados em explorações pecuárias
e forragens tal como se apresentam; ou currais.
b) Indicar a data, lugar de inspecção e nome do inspector; 2. É também obrigatório o registo de animais de qualquer
c) Indicar cada um dos testes e seus resultados, caso espécie doméstica ou selvagem quando agrupados em instala-
aqueles tenham sido solicitados e/ou realizados; ções ou se destinem à exploração para fins comerciais; cien-
d) Confirmar que as imposições sanitárias definidas tíficos, turísticos ou de beneficência.
pela Autoridade Veterinária do país importador 3. O regime de identificação e registo de animais deverá
foram cumpridas. incluir pelo menos um dos seguintes elementos:
3. A saída de animais, seus produtos, subprodutos, despojos a) Marcas de identificação dos animais, de acordo com
e forragens, provenientes de regiões consideradas infectadas
a regulamentação em vigor;
ou suspeitas, pode ser autorizada desde que submetidos às
medidas de ordem sanitária, ou de beneficiação, indicadas pela b) Base de dados informatizada;
Autoridade Veterinária do país importador. c) Cadernetas de registo para os animais;
4. As medidas sanitárias referidas no número 3 do presente d) Registos individuais mantidos em cada exploração,
artigo devem ser praticadas nos respectivos locais de produção. curral ou aviário.
ARTIGO 3 9 SECÇÃO II

Registo de explorações Registo d e alterações

1. O curral, exploração de animais ou aviário considera-se ARTIGO 4 4


registado quando a caderneta de registo, devidamente preen- Livro de registos
chida e autenticada pela Autoridade Veterinária, for entregue
ao seu proprietário. A caderneta de registo é individual e 1. Os efectivos de gado e outros animais existentes na
intransmissível. zona, devem ser registados pela Autoridade Veterinária, a
nível distrital e em livro próprio.
2. Se num curral existirem animais de mais de um proprie-
tário, cada um deles deverá possuir a caderneta de registo 2. O registo das alterações deve mencionar as causas,
do seu gado. agrupadas em:
3. A caderneta deve ser apresentada sempre que for solici- a) Nascimentos;
tada pela Autoridade Veterinária. b) Passagem de classe;

ARTIGO 4 0 c) Mortes;

Caderneta de registo d) Abates;


e) Transferências;
1. A caderneta deve ter o número de folhas correspondentes
a cada espécie animal existente e estas são assinaladas pelas f ) Outras.
abreviações Bov, Bu, Equ, Sui, Cap, Ovi, Avi, Fau, correspondente
3. As comunicações
a bovinos,
relativas
bufalinos,
às alterações
equinos,
são
suínos,
feitas caprinos,
pelo ovinos,
aves e fauna bravia. proprietário do gado à Autoridade Veterinária.
4. As alterações por compra e venda só poderão ser feitas
2. Da caderneta constam os seguintes elementos de iden- mediante a apresentação de documento escrito assinado pelo
tificação: comprador e pelo vendedor.
a) Nome da província, distrito e localidade; ARTIGO 4 5
b) Identificação do proprietário e código de identificação Alterações de efectivos
da exploração;
1. As alterações registadas nos efectivos do mês anterior,
c) Data de nascimento, sexo e raça dos animais;
devem ser comunicadas à Autoridade Veterinária pelos pro-
d) Outras informações: mortes, nascimentos, transferên- prietários, até ao dia quinze do mês seguinte.
cias, tratamentos e vacinações realizadas;
2. A Autoridade Veterinária pode, por conveniência de
é) No caso de animais que são transferidos para outra serviço, fixar os dias para o registo das alterações nas suas
exploração, o nome e o endereço do novo proprietário
áreas, sem prejuízo do prazo estabelecido no número 1 do
e/ou o nome e localização da exploração de destino
presente artigo.
dos animais.
ARTIGO 4 6
ARTIGO 4 1
Registo de outros animais
Designação do proprietário de gado
Por determinação da Autoridade Veterinária, o estipulado
Para os efeitos previstos no presente Regulamento, o pro- nesta secção pode tornar-se extensivo a outros animais arro-
prietário do curral que abrigue gado ou animais de vários lados.
proprietários deve, na sua ausência, designar um deles para
o representar perante a Autoridade Veterinária. SECÇÃO III

C o n c e n t r a ç ã o d e animais
ARTIGO 4 2

Confinamento do gado
ARTIGO 4 7

Requisitos
1. O gado deve ser recolhido em currais, a menos que as
áreas de pastagem sejam vedadas. 1. A concentração de animais em locais permanentes ou
2. Todos os outros animais mantidos em cativeiro devem temporários só é permitida mediante prévia autorização da
estar confinados em instalações apropriadas. Autoridade Veterinária.

3. Os animais selvagens não mantidos em cativeiro, mas 2. Os animais concentrados nos termos do número 1 do pre-
utilizados para fins comerciais pertencerão, para efeitos do sente artigo ficam sujeitos às medidas sanitárias que a Auto-
presente Regulamento, ao titular da concessão onde forem ridade Veterinária entenda necessárias.
encontrados no momento da inspecção. 3. Os encargos resultantes da aplicação das medidas sanitá-
rias referidas no número 2 do presente artigo são da exclusiva
ARTIGO 4 3
responsabilidade do proprietário dos animais.
Animais fora do confinamento
SECÇÃO IV
1. Em terrenos não vedados, é proibida a permanência de Aplicação obrigatória d e acaricidas e tripanocidas
gado que não esteja sob vigilância.
ARTIGO 4 8

2. O gado encontrado em violação do disposto no número Uso de acaricidas e tripanocidas


anterior é considerado abandonado e é recolhido pe
ridade Veterinária ou, na ausência desta, pela Autoridade
1. Cabe à Autoridade Veterinária determinar o uso obriga-
Administrativa que o fará chegar à Autoridade Veterinária da
tório de acaricidas e tripanocidas para os bovinos, bem como
respectiva área de jurisdição.
aprovar os sistemas e drogas a serem utilizados.
3. O gado abandonado e não reclamado no prazo de trinta 2. A obrigatoriedade pode tornar-se extensiva a outros animais,
dias é declarado perdido a favor do Estado.
ARTIGO 4 9 2. As vedações, portões ou grelhas podem, se as circunstân-
Regime de aplicação cias assim o exigirem; ser construídas ou colocadas ao longo
de estradas e caminhos públicos ou particulares, atravessá-los,
1. O regime de aplicação é fixado de acordo com as neces-
cruzar ou sobrepor-se a vedações privadas.
sidades de defesa sanitária impostas pelas condições espe-
cíficas na área. 3. Quando as vedações referidas no número 2 do presente
artigo cruzem ou se sobreponham às das propriedades priva-
2. A utilização de drogas e sua alternância ficam dependen-
das, os proprietários podem ser transitoriamente compelidos a
tes da indicação pela Autoridade Veterinária.
mantê-las e m perfeito estado de conservação e eficiência,
3. A Autoridade Veterinária, reserva-se o direito de inspec-
sempre que a Autoridade Veterinária não o puder fazer.
cionar as drogas usadas.
ARTIGO 5 0 ARTIGO 5 7

Novas drogas acaricidas e tripanocidas Encargos com as vedações


A utilização de novas drogas acaricidas e tripanocidas está 1. A construção, manutenção e reparação das vedações,
condicionada ao registo prévio pela Autoridade Veterinária. portões ou g relhas, a que se refere o artigo 56 do presente
Regulamento, são custeadas por verbas do Estado expressa-
ARTIGO 5 1
mente designadas para tal.
Sistemas de desparasitação
2. Os titulares do direito do uso e aproveitamento dos ter-
Só é permitida a construção de tanques carracicidas ou sis- renos, que venham a beneficiar com a medida sanitária im-
temas de desparasitação, desde que não constituam perigo para posta, devem comparticipar nas despesas efectuadas.
o ambiente ou para a saúde pública e após a aprovação do
3. As vedações que delimitam ou atravessam proprieda-
respectivo projecto pela Autoridade Veterinária.
des privadas passam a pertencer ao comparticipante, quando
ARTIGO 5 2 deixarem de existir as causas que motivaram a sua construção.
Sistemas públicos de desparasitação
ARTIGO 5 8
A área de influência dos sistemas públicos de desparasi- Destruição, retirada ou remoção de vedações,
tação é determinada pela Autoridade Veterinária. portões ou grelhas
ARTIGO 5 3 É proibido destruir, retirar ou remover qualquer vedação,
Sistemas privados de desparasitação portão ou grelha, bem como impedir a sua construção, quando
edificadas ao abrigo do artigo 5 6 do presente Regulamento.
1. É obrigatório o registo dos sistemas privados de despa-
rasitação, nos Serviços Provinciais de Pecuária, no prazo de ARTIGO 5 9
noventa dias, contados a partir do primeiro dia em que os mes-
Obrigatoriedade da implantação de vedações
mos se tornem operacionais.
2. É igualmente obrigatória a comunicação, por escrito, da 1. O proprietário da unidade de produção, que confine com
mudança de propriedade, suspensão ou encerramento do sis- estradas classificadas e vias férreas, é obrigado a implantar
tema de desparasitação, no prazo de trinta dias após a verifica- vedações ao longo das mesmas.
ção do facto. 2. A violação do disposto no número 1 do presente artigo
3. Os sistemas privados de desparasitação estão sujeitos a será punida nos tèrmos do artigo 107 do presente Regulamento.
vistoria e a inspecção permanentes por parte da Autoridade
SECÇÃO VI
Veterinária.
Quarentena
4. A t é ao dia quinze de cada mês, os proprietários dos siste-
mas privados de desparasitação, devem comunicar à Autoridade ARTIGO 6 0
Veterinária o número de animais banhados e o tipo de drogas Regime de quarentena
utilizadas no mês anterior.
1. A Autoridade Veterinária pode impor o regime de qua-
ARTIGO 5 4
rentena em determinada área quando verifique:
Caso de emergência
a) Existirem razões e/ou evidências para suspeitar que os
Os sistemas privados de desparasitação podem ser utili- animais estejam infectados por qualquer agente d e
zados publicamente, em caso de emergência comprovada, sob
direcção e fiscalização da Autoridade Veterinária.
b) A presença de animais afectados por doenças da lista
ARTIGO 5 5 de doenças de declaração obrigatória ;
Drenagem dos sistemas de desparasitação c) A existência de animais, seus produtos, subprodutos,
despojos ou de forragens, que tenham permanecido
O despejo do líquido dos sistemas de desparasitação é,
ou transitado em áreas infectadas ou suspeitas, ou
obrigatoriamente, feito para drenos ou fossas vedadas, por
tenham tido contacto com animais e objectos delas
forma a impossibilitar o seu escoamento para linhas ou colec-
provenientes;
ções de água.
SECÇÃO V
d) Existir perigo de disseminação da infecção ou doença
Vedações para áreas ou populações contíguas.
2. Sempre que a Autoridade Veterinária o determinar, a saída
ARTIGO 5 6
de animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens
Construção de vedações, portões ou grelhas fica sujeita a quarentena ou beneficiação prévia.
1. A Autoridade Veterinária, pode determinar a construção 3. A quarentena é tornada pública, a nível local e nacional,
de vedações, portões ou grelhas, com vista a impedir o trân- mediante Aviso através de órgãos de informação escrita e
sito de animais que possam constituir reservatório de doenças radiodifundida com maior divulgação, e m pelo menos duas
constantes da lista de doenças de declaração obrigatória. datas consecutivas, devendo especificar o seu regime.
4. O regime de quarentena torna-se efectivo no dia a seguir ARTIGO 6 7

à segunda publicação ou radiodifusão nos órgãos de infor- Fim da quarentena


mação escrita e radiodifundida de maior divulgação a nível O regime de quarentena aplicado nos termos do n.° 1 do
local e nacional. artigo 60 do presente Regulamento permanecerá efectivo até
5. Os animais, seus produtos, subprodutos, despojos e à sua revogação pela Autoridade Veterinária, devendo esta ser
forragens, apreendidos nos termos do n.° 4 do artigo 21 do publicada nos órgãos de informação escrita e radiodifundida
presente Regulamento podem ser submetidos ao regime de de maior divulgação a nível local e nacional.
quarentena.
SECÇÃO VII
6. Em circunstâncias excepcionais, o regime de quarentena Locais de abate, matança e inspecção de animais e carnes
pode ser imposto, não obstante a apresentação do Certificado
ARTIGO 6 8
Veterinário Internacional referido no n.° 2 do artigo 21 do pre-
Construção e funcionamento
sente Regulamento.
1. A construção e funcionamento de matadouros e locais
ARTIGO 6 1
de abate, bem como o transporte de carnes, estão sujeitos a
Recintos de quarentena
licenciamento técnico pela Autoridade Veterinária.
1. Os recintos de quarentena são permanentes ou temporários.
2. A licença para funcionamento poderá ser retirada caso o
2. Os recintos permanentes devem situar-se em locais de matadouro não cumpra os requisitos sanitários exigidos pela
fácil acesso, junto aos portos, aeroportos e fronteiras terrestres. Autoridade Veterinária.
3. Os recintos temporários são abertos de acordo com o ARTIGO 6 9
imperativo do seu estabelecimento e a natureza da doença Fiscalização das actividades exercidas nos matadouros
suspeita. e outros locais de abate
ARTIGO 6 2 Compete à Autoridade Veterinária a fiscalização das acti-
Direcção, manutenção e funcionamento dos recintos vidades exercidas nos matadouros e noutros locais de abate.
de quarentena
ARTIGO 7 0
1. A direcção, manutenção e funcionamento dos recintos Inspecção de carnes
de quarentena é da responsabilidade da Autoridade Veterinária.
1. É proibido o abate de animais assim como a venda de
2. Compete à Autoridade Veterinária a observação, diagnós-
carne para consumo público, sem prévia inspecção sanitária
tico e tratamento dos animais submetidos ao regime de qua-
efectuada no local de abate.
rentena, e a determinação das formas de conservar ou beneficiar
os produtos armazenados. 2. O referido abate faz-se após um repouso de seis a vinte
e quatro horas, de acordo com a espécie animal, em recinto
ARTIGO 6 3
próprio, anexo ao matadouro ou local de abate.
Acesso aos recintos de quarentena
3. A inspecção sanitária é extensiva à carne de animais sel-
1. É interdita a entrada de pessoas e veículos nos recintos de vagens e é feita nos matadouros ou locais de venda, conforme
quarentena, sem prévia autorização da Autoridade Veterinária. o que for determinado pela Autoridade Veterinária.
2. O regime de quarentena pode implicar restrições totais ou
4. A inspecção de carnes é efectuada pela Autoridade
parciais, com ou sem condições, no movimento de animais,
Veterinária, ou por um inspector por ela designado.
veículos, pessoas ou quaisquer materiais ou artigos susceptí-
veis dé disseminar a infecção ou doença. ARTIGO 7 1
Marcação de carnes
ARTIGO 6 4
Indemnizações É da exclusiva responsabilidade do inspector marcar as,
carnes aprovadas para consumo, com o carimbo privativo da
Os proprietários dos animais, produtos, subprodutos, des- Autoridade Vèterinária.
pojos ou forragens, mantidos em regime de quarentena ou em
sequestro, têm direito a uma indemnização do Estado quando ARTIGO 7 2

estes sejam abatidos ou destruídos por razões de ordem sani- Trânsito de carne
tária, desde que não tenham infringido o preceituado no presente
Regulamento. A carne de animais abatidos para consumo, não pode circular
trânsito na qual conste a quantidade e a confirmação da ins-
ARTIGO 6 5
pecção sanitária. A licença deve ser passada pelo inspector do
Encargos com animais, produtos, subprodutos, despojos
matadouro,
e forragens em quarentena ou sequestro
Correm por conta do proprietário os encargos com a profi- ARTÍGO 7 3
laxia, tratamento e alimentação dos animais, assim como com
Carne e vísceras impróprias para o consumo
a conservação ou beneficiação dos produtos, subprodutos,
despojos e forragens submetidos a regime de quarentena ou É proibido;
sequestro. a) Aproveitar para alimentação humana ou animal, carne
ARTIGO 6 6 e vísceras de animais mortos por doença ou impró-
Dispensa da quarentena ou sequestro prias para consumo;

A Autoridade Veterinária pode dispensar a quarentena ou b) A importação, processamento, comercialização de


sequestro, quando o proprietário requeira o abate dos animais carnes e vísceras de animais que possuem resíduos
ou a beneficiação dos produtos, subprodutos, despojos ou de hormonas ou antibióticos ou qualquer outra subs-
forragens. tância que possa constituir perigo para saúde pública.
SECÇÃO VIII mórbida que, pela sua contagiosidade e mortalidade, os leve
Beneficiações
a suspeitar que se trata de doença de declaração obrigatória
têm por obrigação:
ARTIGO 7 4
a) Comunicar a ocorrência à Autoridade Veterinária mais
Beneficiação de instalações, recintos, transportes, materiais
próxima;
e despojos
b) Promover o imediato sequestro dos animais afectados;
Compete à Autoridade Veterinária determinar as beneficia-
c) Suspender o movimento de animais e o aproveitamento
ções a introduzir, designadamente no que diz respeito a:
dos seus produtos, subprodutos e despojos;
a) Instalações, transportes, recintos e materiais nele existentes queatenham
d) Impedir servido
abertura para sequestro
de cadáveres de pro-o seu
e promover
dutos de origem animal, subprodutos e forragens; enterramento ou incineração, se até vinte e quatro
horas depois não for determinado o contrário;
b) Estrumes sólidos ou líquidos;
e) Desinfectar os currais, alfaias, instrumentos e todo o
c) Veículos e outro material empregue no transporte de material de maneio e transporte, que tenha estado
animais doentes ou mortos por doença; em contacto com aqueles animais.

d) Indivíduos e roupas que tenham contactado com animais doentes ou mortosARTIGO


por doença;
78

Resultados dos exames laboratoriais


e) Peles e troféus de animais mortos ou mandados abater
Os responsáveis dos laboratórios são obrigados a comu-
por doença.
nicar, imediatamente, à Autoridade Veterinária e aos Serviços
C A P Í T U L O IV Provinciais de Pecuária da região de proveniência das amos-
tras, os resultados dos exames laboratoriais quando estes indi-
M e d i d a s aplicáveis às doenças de declaração quem a presença de doença de declaração obrigatória.
obrigatória
ARTIGO 7 9
SECÇÃO I Exame dos animais e colheita de amostras em animais
Comunicações
suspeitos de doença

Não pode ser recusada à Autoridade Veterinária o exame


ARTIGO 7 5
dos animais e a colheita de amostras e elementos informa-
Doenças de declaração obrigatória tivos, relativos à doença que motivou a comunicação referida
no artigo 76 do presente Regulamento.
1. As doenças de declaração obrigatória, constantes do
anexo 1 do presente Regulamento, são de declaração imediata SECÇÃO II

e obrigatória, constituindo dever de qualquer cidadão parti- Z o n a s suspeitas e Zonas infectadas

cipar à Autoridade Veterinária ou Administrativa da área de ARTIGO 8 0


jurisdição mais próxima, o aparecimento de qualquer anor- Zona suspeita
malidade no estado de saúde dos animais.
1. A suspeita de doença numa dada região, pode levar a
2. São especialmente obrigados a fazer a comunicação os
Autoridade Veterinária a declarar o local de "Zona suspeita".
proprietários dos animais, o médico veterinário ou técnico de
pecuária que suspeite da existência de animais com doença 2. A "Zona suspeita" deixará de existir logo que se compro
constante da lista de doenças de declaração obrigatória. a considerar-se "Zona infectada" ou uma "Zona livre", respec-
3. As comunicações são feitas verbalmente ou por escrito, tivamente. A declaração de "Zona suspeita" terá carácter
mencionando o maior número possível de elementos que transitório e não deverá exceder quarenta e cinco dias.
permitam a identificação da doença.
ARTIGO 8 1
4. A lista de doenças de declaração obrigatória será actua-
Declaração de zona infectada
lizada de acordo com a situação epidemiológica nacional e
internacional. O diagnóstico de doença da Lista A obriga a Autoridade
5. A actualização da lista de doenças de declaração obri- Veterinária a fazer a declaração de "Zona infectada", e de
gatória é da responsabilidade da Autoridade Veterinária e será "Zona de vigilância". A declaração de "Zona infectada" é
feita por Aviso a publicar no Boletim da República. feita mediante Aviso a publicar no Boletim da República e
nos órgãos de informação escrita e radiodifundida com maior
ARTIGO 7 6
divulgação a nível local e nacional.
Comunicação
ARTIGO 8 2
É obrigatória a participação à Autoridade Veterinária da
Circulação em zonas suspeitas e infectadas
ocorrência de doenças que possam afectar o estado sanitário
dos animais ou a saúde pública, cabendo à Autoridade Veteri- 1. É proibida a deslocação de, para e através de "Zonas
nária a sua comunicação ao País, aos Serviços Oficiais dos suspeitas" e "Zonas infectadas".
países limítrofes, à Comunidade de Desenvolvimento da 2. A Autoridade Veterinária pode levantar a proibição ou
África Austral ( S A D C ) , ao Boreau Africano para Recursos atenuar as medidas impostas quando se trate de:
Animais ( I B A R ) e à O.I.E. a) Animais destinados ao abate;
ARTIGO 7 7 b) Animais, produtos, subprodutos, despojos e forragens,
Medidas a observar depois de sujeitos às necessárias beneficiações;
Os proprietários, encarregados de explorações ou respon- c) Animais de laboratório transportados por pessoas
sáveis por animais que observarem qualquer manifestação credenciadas pela Autoridade Veterinária.
3. Nas "Zonas suspeitas" ou "Zonas infectadas" a Autori- h) Marcação dos animais suspeitos ou doentes;
dade Veterinária deve assinalar, sempre que necessário, os
itinerários interditos ao trânsito de animais, e os locais de j) Sacrifício sanitário de animais suspeitos ou doentes;
incineração e enterramento dos animais mortos por uma
k) Proibição da abertura de cadáveres de animais;
doença da Lista A.
D Incineração ou enterramento;
ARTIGO 8 3
m) Proibição da exumação de cadáveres;
Restrições
n) Beneficiação de valas, escoadouros, drenos, estru-
Nas "Zonas suspeitas" e nas "Zonas infectadas" é proi- meiras, currais, alfaias, bebedouros e tudo o mais
bido, salvo determinação contrária expressa pela Autoridade
o) Estabelecimento de medidas relativas ao abate de
Veterinária:
animais selvagens.
a) Abater animais para o consumo público ou particular;
b) Proceder à abertura de cadáveres ou esfola de animais
atingidos por doença; ARTIGO 8 6

c) Aproveitar despojos, produtos e subprodutos de origemSequestroanimal.


de animais suspeitos, doentes ou mortos
1. O sequestro de animais suspeitos, doentes ou mortos
ARTIGO 8 4 por doenças de declaração obrigatória, referido no artigo 77
Provas de diagnóstico e medidas profilácticas do presente Regulamento, compete aos proprietários ou encar-
regados das explorações pecuárias, que devem fazer uso de
1. Nas "Zonas suspeitas" e nas "Zonas infectadas" é obri- todos os meios a fim de evitar a expansão da doença
gatório submeter os animais doentes, suspeitos ou em risco grassante.
de serem atingidos por doença de declaração obrigatória a
2. O sequestro determinado no número 1 do presente artigo
provas de diagnóstico e a medidas profilácticas e terapêuticas determinadas pela Autoridade Veterinária.
é acompanhado da proibição de abertura de cadáveres, salvo
determinação contrária expressa pela Autoridade Veterinária.
2. Na "Zona de vigilância" é obrigatório submeter os ani-
mais à inspecção e, se necessário, às medidas terapêuticas e ARTIGO 8 7

profilácticas determinadas pela Autoridade Veterinária. Remoção de animais em sequestro


3. As operações referidas no número 2 do presente artigo, É proibida a remoção de qualquer animal em sequestro, sem
são suportadas pelo Estado, cabendo a sua execução à Auto- licença emitida pela Autoridade Veterinária.
ridade Veterinária.
ARTIGO 8 8
4. Para os efeitos do número 1 do presente artigo, pode ser
Medidas excepcionais
solicitada a colaboração de médicos veterinários em activi-
dade privada, sempre que tal se mostrar necessário. A Autoridade Veterinária pode ordenar, mesmo sem decla-
5. Os donos ou encarregados das explorações pecuárias são ração prévia de "Zona suspeita" ou de "Zona infectada", a
obrigados a prestar todo o auxílio que lhes for solicitado para execução das medidas referidas no artigo 84 do presente
maior eficácia dos trabalhos a realizar. Regulamento.

6. Em caso de obstrução dos trabalhos, estes serão compul- ARTIGO 8 9


sivamente realizados, correndo as despesas inerentes por Fiscalização e controlo
conta dos proprietários dos animais.
A Autoridade Veterinária pode mandar marcar os animais
SECÇÃO III que considere conveniente identificar, para efeitos de fiscali-
Controlo e erradicação d e doença d e declaração obrigatória zação e controlo, sem que o proprietário dos mesmos tenha
direito a opor-se.
ARTIGO 8 5
Procedimentos ARTIGO 9 0
Medidas sanitárias de emergência
O controlo e a erradicação de doenças de declaração obri-
gatória pode obrigar, independentemente de quaisquer outras Como medida sanitária de emergência, a Autoridade Vete-
medidas determinadas pela Autoridade Veterinária, a adopção rinária pode propor ao Governo a retirada de animais de zonas
das seguintes: bem definidas.
a) Proibição ou restrição de deslocações de tudo quanto ARTIGO 9 1
possa constituir veículo de transmissão das referidas Sacrifício sanitário
doenças, salvaguardadas as excepções previstas no
presente Regulamento; 1. Compete à Autoridade Veterinária ordenar o sacrifício
sanitário dos animais doentes, suspeitos ou em risco de con-
b) Sequestro de animais suspeitos ou doentes;
trair doenças constantes da lista de doenças de declaração
c) Proibição de abate de animais para consumo; obrigatória.
d) Proibição de aproveitamento do leite de fêmeas doen- 2. O sacrifício sanitário é considerado, mediante proposta
tes ou suspeitas de doença de declaração obrigatória; fundamentada dos Serviços Provinciais de Pecuária, e é efec
e) Suspensão de banhos carracicidas em sistemas públi- tuado na sua presença. O destino a dar aos animais sacrifi-
cos ou privados; cados é determinado pela Autoridade Veterinária.
f ) Proibição de concentração de animais, limitada ou 3. Sempre que nos termos regulamentares o sacrifício sani-
não, às espécies susceptíveis às doenças grassantes; tário implique indemnização, os animais devem ser avaliados
g) Realização dé provas de diagnóstico e indicação das por uma comissão constituída pela Autoridade Veterinária à
medidas profilácticas e terapêuticas em animais qual preside, pela Autoridade Administrativa da respectiva
suspeitos, em risco ou doentes; zona e pelo interessado ou seu representante.
ARTIGO 9 2 CAPÍTULO VI
Instrução para a deslocação de animais para sacrifício sanitário
Controlo dos produtos de origem animal
1. O sacrifício sanitário ordenado nos termos do n.° 1 do
ARTIGO 9 8
artigo 9 1 do presente Regulamento, concede prioridade na
matança desses animais, a realizar e m locais de abate esta- Qualidade dos produtos
belecidos para o efeito, devendo a deslocação dos animais
1. O controlo dos produtos de origem animal visa garantir
obedecer a instruções expressas da Autoridade Veterinária.
que os mesmos tenham as características e qualidade ade-
2. Os animais deslocados são acompanhados de licença quadas ao f i m mencionado no certificado veterinário.
visada pela Autoridade Veterinária, ná qual deve ser mencio-
2. O controlo dos produtos referidos no número 1 do pre-
nada a sua proveniência, os motivos que determinam o abate
sente artigo, é realizado pela Autoridade Veterinária, que
e a prioridade na matança.
poderá recorrer a laboratórios de referência para a tomada
3. A carne dos animais abatidos nos termos do número 1 do de decisão.
presente artigo, pode ser distribuída para consumo, desde que
ARTIGO 9 9
aprovada e m inspecção e, se necessário, beneficiada.
Utilização de medicamentos, produtos biológicos,
ARTIGO 9 3
hormonas e drogas
Destino de animais mortos
1. A importação, registo, preparação e venda de medica-
1. E proibido manter insepultos por mais de vinte e quatro mentos, produtos biológicos e químicos, destinados a animais,
horas ou lançar e m quaisquer cursos ou colecções de água, ficam sujeitos a licenciamento pela Autoridade Veterinária.
animais mortos por acidente ou doença, seja ela qual for.
2. A utilização de soros, vacinas, alergenos e drogas des-
2. A incineração e o enterramento dos animais compete
tinados a animais, fica sujeita a autorização, fiscalização e
aos seus proprietários.
controlo da Autoridade Veterinária, podendo a sua adminis-
ARTIGO 9 4 tração ser condicionada por normas estabelecidas pela Auto-
Exumação de cadáveres ridade Veterinária.

E proibido exumar cadáveres de animais ou pô-los a des- 3. É proibido o uso de hormonas e de promotores de cres-
coberto, salvo por determinação da Autoridade Veterinária ou cimento na alimentação animal.
por mandado judicial. 4. A utilização de hormonas para fins terapêuticos, fica
ARTIGO 9 5 sujeita a autorização, fiscalização e controlo da Autoridade
Beneficiações Veterinária, podendo a sua administração ser autorizada com
base e m normas estabelecidas pela mesma.
1. Compete aos proprietários das explorações pecuárias
atingidas realizar as beneficiações prescritas na alínea n) do CAPÍTULO VII
artigo 85 do presente Regulamento, que são efectuadas, obri-
Indemnizações
gatoriamente, e m conformidade c o m as indicações da A u t o -
ridade Veterinária. ARTIGO 100
2. Sempre que julgar conveniente, o Estado assumirá a Procedimentos
responsabilidade decorrente das beneficiações referidas no
número 1 do presente artigo. 1. O proprietário de gado e animais de capoeira mandados
abater nos termos do n.° 1 do artigo 9 1 do presente Regula-
CAPÍTULO V
mento, tem direito a ser indemnizado pelo Estado, exceptuando
Animais selvagens os casos previstos no artigo 103 do presente Regulamento.

ARTIGO 9 6 2. É igualmente devida indemnização quando o dano ou

Medidas sanitárias morte do animal é provocado pelo emprego inadequado de


agentes terapêuticos ou profilácticos, impostos pela Auto-
A Autoridade Veterinária pode propor ao Governo o abate ridade Veterinária.
organizado ou a restrição de movimento de animais selvagens,
3. A s indemnizações referidas nos números anteriores do
mesmo que se encontrem e m parques, reservas, coutadas ou
presente artigo têm lugar mediante apresentação de certifi-
propriedades privados, desde que tal seja necessário para:
cado comprovativo, passado pela Autoridade Veterinária.
a ) Proceder à investigação de doenças com vista a pro-
mover medidas sanitárias convenientes; 4. A indemnização a atribuir pelos animais mandados
b) Garantir a protecção da população humana e animal de própria.
doenças e m relação às quais os animais selvagens
possam actuar como portadores ou reservatórios; ARTIGO 1 0 1

c) Ordenàr a criação de faixas de território despovoadas Instrução do processo


de animais selvagens, para fins de controlo ou
O processo de indemnização é instruído pelos Serviços
erradicação de doenças;
Provinciais de Pecuária, e remetido à Autoridade Veterinária
d) Impedir o contacto entre animais selvagens e domés-
para decisão.
ticos através da edificação de vedações.
ARTIGO 102
ARTIGO 9 7

Ocorrências indemnização por sacrifício sanitário

É dever de qualquer cidadão ou entidade participar à Auto- A Autoridade Veterinária, pode propor ao Governo a indemnização,
ridade Veterinária ou Administrativa da área de jurisdição mais
ou por destruição dos produtos, subprodutos, despojos e forragens,
próxima qualquer alteração do estado de saúde verificada e m
animais selvagens ou a presença de animais selvagens mortos.
ARTIGO 1 0 3 Tabela 1. Multas aplicáveis a transgressões ao Regulamento
Sacrifício sanitário sem indemnização de Sanidade Animal

Não é devida indemnização por animais mandados abater, Artigo No. Valor da Multa (MT)
quando:
10 - 2 000 000,00/animal
a) Mantidos em condições inadequadas de higiene e
maneio; 11 - 10 000,00/Kg
b) Se trate de animais apreendidos e declarados perdidos 12 -
a favor do Estado;
13 1 5 000 000,00
c) Se revelar a existência de doenças de declaração
obrigatória, durante a inspecção ou quarentena de 14 - 1 600 000,00/animal
animais importados;
16 - 10 000 000,00/selo
d) Tenham sido violadas as determinações do presente
Regulamento; 19 I 1 000 000,00/animal e 10 000,00/Kg

e) Se trate de casos previstos em instruções especiais, 21 5 Boletim1 600


1 eem
publicadas da 000,00/animal
República. e 20 000,00/Kg
22 1 e2 2 000 000,00/animal e 20 000,00/Kg
C A P Í T U L O VIII
23 - 2 000 000,00
Auto de notícia
29 - 20 000 000,00
ARTIGO 1 0 4
33 1 1 600 000,00/animal e 20 000,00/Kg
Procedimentos
38 1 40 000,00/animal
1. Sempre que se verifique qualquer infracção ao presente
Regulamento, a Autoridade Veterinária levantará ou mandará 38 2 10 000 000,00/exploração
levantar o respectivo Auto de Notícia, o qual, mencionará os
43 1 40 000,00/animal/dia
factos que constituem a infracção, o dia, a hora, o local e as
circunstâncias em que foi cometida, o que puder averiguar 45 1 1 200 000,00
acerca do nome, estado civil, profissão, naturalidade e resi-
47 1 10 000 000,00
dência do infractor, o nome, qualidade e local de trabalho da
autoridade, agente da autoridade ou funcionário público que 48 - 600 000,00
a presenciou e os nomes, estado civil, profissão e residência 50 - 5 000 000,00
ou outros sinais que possam identificar, de pelo menos, duas
testemunhas, se as houver. 51 - 20 000 000,00
2. O auto de notícia deve ser assinado pela autoridade, 53 - 5 000 000,00
agente da autoridade ou funcionário público que o levantou
55 - 20 000 000,00
ou mandou levantar, pelas testemunhas, se as houver, e pelo
infractor, se o quiser assinar. 58 - 10 000 000,00
3. Poderá levantar-se um único auto de notícia por dife- 59 1 5 000 000,00
rentes infracções cometidas na mesma ocasião e relacio-
60 1 e2 1 200 000,00
nadas umas com as outras, mesmo que sejam diversos os
seus infractores. 68 1 20 000 000,00
ARTIGO 1 0 5
70 - 40 000,00/Kg
Valor dos autos de notícia
72 - 20 000,00/Kg
Salvo prova em, contrário, os autos de notícia levantados
nos termos do artigo 104 do presente Regulamento, fazem 73 - 20 000 000,00
fé em juízo. 75 1 e2 20 000 000,00
ARTIGO 1 0 6
77 - 20 000 000,00
Prazo
78 10 000 000,00
Os autos de notícia levantados nos termos do artigo 104
do presente Regulamento serão remetidos ao tribunal com- 82 1 5 000 000,00
petente no prazo de dez dias. Porém, se disserem respeito à 83 - 20 000 000,00
contravenção a que corresponda somente pena de multa,
aguardarão um período de quinze dias na secretaria ou 84 - 10 000 000,00
repartição pública onde possa efectuar-se o pagamento volun- 87 - 10 000 000,00
tário da mesma. Findo este prazo, quando se não tenha
93 - 20 000 000,00
efectuado o pagamento, os autos de notícia são remetidos ao
tribunal competente, dentro de cinco dias. 94 - 10 000 000,00

C A P Í T U L O IX 99 - 20 000 000,00
111 - 20 000 000,00
Penalidades
ARTIGO 1 0 7 113 - 20 000 000,00
Multas 115 - 2 000 000,00/troféu
1. As transgressões ao presente Regulamento são punidas 121 - 10 000 000,00
com multa, de acordo com a seguinte tabela:
2. Os valores estabelecidos no número anterior são actua- ARTIGO 112
lizados por Despacho conjunto dos Ministros da Agricultura
Destino de animais, produtos, subprodutos, despojos e forragens
e Desenvolvimento Rural e do Plano e Finanças. apreendidos e declarados perdidos a favor do Estado
3. Em caso de reincidência, nos termos do artigo 36 do
1. Os animais, seus produtos, subprodutos, despojos, e forra-
Código Penal, é elevado ao dobro o valor da multa aplicável.
gens apreendidos e declarados perdidos a favor do Estado, nos
4. Havendo acumulação de infracções somam-se as penas termos do presente Regulamento, são entregues à Autoridade
de multa. Veterinária, que lhes deve dar, de acordo com as regras sanitá-
ARTIGO 1 0 8 rias e os interesses do Estado, um dos seguintes destinos:

Pagamentodasmultas a) Abate ou envio dos animais para estabelecimentos


de fomento pecuário;
O prazo para o pagamento voluntário das multas é de
b) Venda ou distribuição a instituições sociais, dos pro-
quinze dias, contados a partir da data de notificação.
dutos e subprodutos em condições de serem utili-
ARTIGO 1 0 9 zados na alimentação humana;
Destino do valor das multas c) Venda ou distribuição por estabelecimentos de fo-
mento pecuário das forragens em condições de
1. Sem prejuízo do disposto na legislação vigente aplicável,
serem utilizadas na alimentação animal;
o valor das multas aplicadas por transgressão às disposições
do presente Regulamento, revertem em cinquenta por cento a d) Venda dos despojos que estejam em condições de
favor do Orçamento do Estado, e os restantes cinquenta por serem aproveitados;
cento a favor da entidade fiscalizadora. e) Entrega ao Instituto Nacional de Investigação Vete-
2. O montante destinado à entidade fiscalizadora será dis- rinária dos produtos biológicos.
tribuído nas seguintes porções: 2. Os produtos animais, subprodutos, despojos, forragens
- 20% para a autoridade, agente da autoridade, funcio- e produtos biológicos que não possam ser aproveitados,
nário ou membro da comunidade que presenciou e devem ser destruídos.
denunciou a infracção 3. As receitas provenientes das vendas referidas no nú-
- 30% a favor do Fundo de Fomento Agrário. mero 1 do presente artigo revertem a favor do Estado.

ARTIGO 1 1 3
CAPÍTULO X
Utilização de restos de comida na alimentação animal
Disposições gerais
A utilização de restos de alimentação humana ou animal e
ARTIGO 1 1 0 produtos de origem animal na alimentação animal carece de
Validade da assistência veterinária por privados autorização especial da Autoridade Veterinária, que determi-
nará os procedimentos necessários a sua beneficiação.
A ninguém é permitido exercer profissão inerente à actividade
veterinária, no sector privado, sem que esteja devidamente ARTIGO 1 1 4

registado pela Autoridade Veterinária. Utilização de estrumes provenientes de zonas suspeitas


e/ou zonas infectadas
ARTIGO 111

Casos que carecem da autorização escrita da Autoridade Os estrumes originários de "Zonas suspeitas" ou de "Zonas
Veterinária infectadas" só podem ser utilizados na adubação de terrenos
1. Não é permitido, sem a autorização escrita da Autoridade depois de curtidos por um período não inferior a cento e
Veterinária: vinte dias.

a) Realizar pesquisa, experiência ou investigação com ARTIGO 1 1 5


vacinas, toxinas, anti-toxinas, antigénios e outros
Troféus
produtos biológicos que sejam total ou parcialmente
de origem animal; Os troféus não podem entrar nem sair do País sem que se
b) Usar uma vacina, soro, toxina, anti-toxina, antigénio, façam acompanhar do respectivo certificado sanitário.
referido na alínea a) do número 1 do presente artigo, ARTIGO 1 1 6
para a manufactura ou avaliação de um produto ou
Contratação de médicos veterinários privados
medicamento usado ou com a intenção de ser usado
para o teste, diagnóstico, prevenção, tratamento ou Para o desempenho de funções decorrentes da aplicação
cura de qualquer doença animal, ou ectoparasita, ou do presente Regulamento, podem ser contratados médicos
para a manutenção ou melhoramento da saúde, veterinários privados.
crescimento, produção oú capacidade de trabalho ARTIGO 1 1 7
de qualquer animal;
Taxas devidas por bens e serviços fornecidos pelo Estado
c) Infectar ou contaminar qualquer animal ou objecto
com qualquer agente de doença ou parasita, com o 1. Nos casos em que o Estado forneça bens e serviços de
propósito de realizar pesquisa, experiência, inves- assistência veterinária, é devido pelo beneficiário o seu
tigação para a manufactura ou avaliação de um pagamento.
produto ou medicamento. 2. Serão estabelecidos, por Diploma Ministerial conjunto
dos Ministros da Agricultura e Desenvolvimento Rural e do
2. O disposto no número 1 do presente artigo não se aplica
Plano e Finanças, os valores devidos pelos bens e serviços
às substâncias aprovadas pela Autoridade Veterinária.
fornecidos, bem como as formas de pagamento e seu destino.
ARTIGO 1 1 8 ARTIGO 1 2 0

Acesso a currais e terrenos


Missões especiais
É punível nos termos da lei a recusa, à Autoridade Veteri-
Sempre que as circunstâncias o aconselhem, o estudo, pro-
nária, de acesso a:
filaxia e erradicação das, doenças de declaração obrigatória
ou outras, podem ser especialmente cometidos a missões que, a) Currais e terrenos;
em colaboração com outras instituições, actuarão conforme b) Instalações de processamento de produtos de origem
plano e instruções elaborados pela Autoridade Veterinária. animal;
c) Laboratórios de processamento de produtos bioló-
ARTIGO 1 1 9
gicos de origem animal,
Condições excepcionais ARTIGO 1 2 1

Em condições excepcionais, nomeadamente em caso de Medidas profilácticas e terapêuticas


surto de qualquer doença animal, a Autoridade Veterinária O proprietário de animais domésticos e selvagens de criação
poderá determinar outras medidas de condicionamento e de e estimação, assim como de animais selvagens em cativeiro,
controlo adequadas para impedir a disseminação da doença, é obrigado a garantir o cumprimento das medidas profilác-
que deverão ser divulgadas aos criadores da área afectada, ticas e terapêuticas de carácter obrigatório definidas pela
através dos meios habituais de informação. Autoridade Veterinária.
ANEXO
1. Lista d a s Doenças de Declaração Obrigatória na SADC e na
República de Moçambique.

CÓDIGO (OIE) DOENÇA


A010 Febre aftosa
A040 Peste bovina
A050 Peste dos pequenos ruminantes
A060 Pleuròpneumonia contagiosa bovina
A070 Dermatose nodular
A080 Febre do Vale do Rift
A090 Língua azul
A110 Peste equina africana
A120 Peste suína africana
A160 Doença de Newcastle
B051 Carbúnculo hemático
B053 Equinococose /hidatidose
B055 Riquetsiose
B058 Raiva
B059 Paratuberculose
B101 Anaplasmose bovina
B102 Babesiose bovina
B103 Brucelose bovina
B104 Vibriose bovina
B105 Tuberculose bovina
B106 Cisticercose bovina
B107 Dermatofilose
B108 Leucose bovina enzoótica
B111 Theileriose
B112 Tricomonose bovina
B113 Tripanosomose (transmitida por tsé-tsé)
B114 Febre catarral maligna
B152 Brucelose ovina e caprina
B202 Daurina
B302 Laringotraqueite infecciosa das aves
B304 Hepatite vírica dos patos
B305 Enterite vírica dos patos
B306 Pasteurelose aviária
B309 Doença de gumboro (Bursite infecciosa)
B312 Clamidiose aviária
B614 Carbúnculo sintomático
- Ectima contagioso (caprinos)
- Mal rubro (suínos)
2. Lista A d e D o e n ç a s da O I E

A010 Febre aftosa


A020 Estomatite vesicular
A030 Doença vesicular dos suínos
A040 Peste bovina

A050 Peste dos pequenos ruminantes


A060 Pleuropneumonia contagiosa bovina
A070 Dermatose nodular
A080 Febre do Vale do Rift
A090 Língua azul
A100 Varíola dos ovinos e caprinos
A110 Peste equina africana

A120 Peste suína africana


A130 Peste suína clássica
A150 Influenza aviária altamente patogénica
A160 Doença de Newcastle
3. Lista B de Doenças da OIE

Múltiplas Especies
B051 Carbúnculo hemático
B052 Doença de Aujeszky
B053 Equinococose /hidatidose
B055 Riquetsiose
B056 Leptospirose
B057 Febre Q
B058 Raiva
B059 Paratuberculose
B060 Miases (Cochliomyia hominivorax)
B061 Miases (Chrysomya bezziana)
B062 Triquinelose
Bovinos
B101 Anaplasmose bovina
B102 Babesiose bovina
B103 Brucelose bovina
B104 Vibriose bovina
B105 Tuberculose bovina
B106 Cisticercose bovina
B107 Dermatofilose
B108 Leucose bovina enzoótica
B109 Sépticémia hemorrágica
B110 Rinotraquinite infecciosa bovina/vulvovaginite
postular infecciosa.
B111 Theileriose
B112 Tricomonose
B113 Tripanosomose (transmitida por tsé-tsé)
B114 Febre catarral maligna
B115 Encefalopatia espongiforme bovina
Ovinos e Caprinos
B151 Epididimite ovina (Brucella ovis)
B152 Brucelose caprina e ovina (excluindo B. ovis)
B153 Artrite encefalite caprina
B154 Agalaxia contagiosa
B155 Pleuropneumonia contagiosa caprina
B156 Clamidiose ovina (Aborto enzoótico das ovelhas)
B157 Adenomatose pulmonar ovina
B158 Doença de Nairobi
B159 Salmonelose (S. abortus ovis)
B160 Scrapie
B161 Maedi-visna
Equinos
B201 Metrite contagiosa equina
B202 Daurina
B203 Linfangile epizoóticâ
B204 Encefalomielite equina
B205 Anemia infecciosa equina (Oriental e Ocidental)
B206 lnfluenza equina
B207 Piroplasmose equina
B208 Rinopneumonite equina
B209 Mormo
B210 Varíola equina
B211 Arterite virai equina
B212 Encefalite japonesa
B213 Sarna equina
B215 Surra (Trypanosoma evansi)
B216 Encefalomielite equina venezuelana
Suínos
B251 Renite atrófica dos suínos
B252 Cisticercose suína
B253 Brucelose suína
B254 Gastroenterite suína transmissível
B256 Encefalomielite por enterovírus
B257 Sindrome reprodutivo e respiratório dos
suínos
Aves
B301 Bronquite infecciosa aviária
B302 Laringotraqueite infecciosa aviária
B303 Tuberculose aviária
B304 Hepatite vírica dos patos
B305 Enterite vírica dos patos
B306 Pasteurelose aviária
B307 Varíola aviária
B308 Salmonelose
B309 Doença de gumboro (Bursite infecciosa)
B310 Doença de Marek
B311 Micoplasmose aviária (M. Gallisepticum)
B312 Clamidiose aviária
B313 Salmonelose aviária
Leporídeos
B351 Mixomatose
B352 Tularémia
B353 Doença hemorrágica do coelho
Peixes
B401 Septicémia virai hemorrágica
B404 Virémia primaveril da carpa
B405 Necrose hematopoiética infecciosa
B413 Necrose hemotopoiética epizoótica
B415 Doença virai deOncorhynchusmasou
Moluscos
B431 Bonamiose (Bonamia ostrae, B.sp.)
B432 Haplosporidiose (Haplosporidium costale,
H. nelsoni)
B433. Perkinsose (Perkinsus marinus, P. olsení)
B434 Marteiliose (Marteilia refringens, M.
sydneyi)
B436 Micrositose (Mikrocytos mackini, M.
roughleyi
Crustáceos
B445 Sindrome de taura
B446 Doença das manchas brancas
B447 Doença da cabeça amarela
Abelhas
B451 Acariose das abelhas
B452 Infecção por bacillus pavee
B453 Infecção por Bacterius melissococcus
pluton
B454 Nosemosis das abelhas
B455 Varroose
Outras
B501 Leishemaniose

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