Rigidez Traumatica Cotovelo
Rigidez Traumatica Cotovelo
Rigidez Traumatica Cotovelo
ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO
RESUMO ABSTRACT
Rigidez do cotovelo é uma complicação comum, após trauma Stiff elbow is a common problem after articular trauma, caus-
articular causando comprometimento da função do membro su- ing functional impairment of the upper limb. The gravity of
perior. A gravidade da disfunção depende da natureza do trauma the dysfunction depends on the nature of the initial trauma
inicial e da terapêutica empregada. A avaliação clínica e atra- and the treatment employed. Rigorous clinical evaluation and
vés de exames complementares adequados são fundamentais no complementary exams are essential to creating a therapeutic
planejamento terapêutico. Diversas modalidades cirúrgicas são plan. Several surgical techniques are available and a recom-
disponíveis atualmente e a indicação deve ser individualizada de mendation must be made according to patient characteristics,
acordo com o perfil do paciente, do grau de limitação articular e degree of joint dysfunction and the surgeon’s skill. Articular
habilidade do cirurgião. Incongruência e degeneração articular incongruence and degeneration have negative effects on the
influenciam negativamente o prognóstico, porém, a presença de prognosis, and isolated heterotrophic ossification seems to be
ossificação heterotópica isolada relaciona-se a um prognóstico related to a positive prognosis after surgical treatment.
cirúrgico favorável.
Quadro clínico
A perda de amplitude de movimentos depende da
natureza da lesão e seu tratamento. A perda da extensão
é mais comum, porém, perda de flexão não é incomum,
assim como, da rotação do antebraço(1). A combinação
da perda da extensão associada à perda da supinação do
antebraço, representa limitação grave para determinadas
atividades da vida diária(2).
Figura 1 – Paciente utilizando imobilizador articulado com dispo-
Em pacientes que apresentam luxações simples do sitivo para ganho passivo de amplitude de movimento (flexão)
cotovelo, a perda de movimento é puramente intrínseca,
relacionada à contratura capsuloligamentar e ao dano
muscular. Pacientes com fratura-luxação apresentam li-
CLASSIFICAÇÃO
mitação dos movimentos do cotovelo, seja pela natureza Morrey(1) classificou a rigidez articular em dois gru-
da lesão ou pela reabilitação pós-operatória. Em alguns pos principais, baseando-se na etiologia e localização
casos, a instabilidade articular, incongruência articular anatômica da contratura. Essa poderá ser extrínseca,
ou subluxação, principalmente úmero-ulnar, pode estar quando se limita às partes moles ou a processos extra-
associada à limitação do arco de movimento(1,7). articulares. As intrínsecas referem-se a processos articu-
A dor não costuma ser um sintoma presente, exceto lares, como consolidações viciosas e doenças articulares
na presença de degeneração articular ou nos movimen- degenerativas. Frequentemente, contraturas intrínsecas
tos extremados. Por outro lado, dor em repouso pode apresentam um componente extrínseco associado, sendo
sugerir infecção, principalmente em indivíduos já sub- consideradas contraturas mistas(2).
metidos a cirurgias prévias(1). Nesses casos, a dosagem Kay(8) descreveu outra classificação para a rigidez
da proteína C reativa e velocidade de hemossedimenta- do cotovelo, baseada nos componentes envolvidos no
ção estará indicada. processo. No tipo I existirá somente uma contratura
Um dos parâmetros clínicos mais importantes para isolada de partes moles. No II, contratura de partes
indicação de tratamento cirúrgico é a presença de sinto- moles associada à ossificação heterotópica. No tipo
matologia relacionada ao nervo ulnar. Sinais de neuropa- III, contratura de partes moles associada à fratura ar-
tia indicam necessidade de neurólise e transposição an- ticular consolidada, sem desvio. No IV, a contratura de
terior. Por vezes, a sintomatologia neuropática pode ser partes moles estará associada à consolidação viciosa
subclínica, devendo o examinador procurar identificar de fratura articular e o tipo V refere-se à presença de
esses pacientes por meio de testes provocativos(1-3). barra óssea transarticular.
Rev Bras Ortop. 2010;45(4):347-54
RIGIDEZ PÓS-TRAUMÁTICA DO COTOVELO
349
TRATAMENTO
A escolha da técnica a ser empregada depende da
etiologia da rigidez articular e da experiência do cirur-
gião. Diversas modalidades de tratamento foram des-
critas na literatura especializada, porém com resultados
inconsistentes.
Tratamento incruento
As modalidades não-operatórias, no manejo da ri-
gidez pós-traumática do cotovelo, consistem no uso de
imobilizadores articulados e fisioterapia. O tratamento
conservador até o quarto mês não é de exceção, especi-
Figura 2 – Imagem em corte sagital de tomografia computa-
dorizada do cotovelo demonstrando presença de corpos livres ficamente em quadros de rigidez não associadas a defor-
intra-articulares com degeneração articular ulnoumeral midades articulares e ossificação heterotópica. Apesar
de alguns autores apresentarem ganhos de extensão de
Eletroneuromiografia é necessária quando existir até 30º, com esse tipo de tratamento, esses resultados
não foram reproduzidos pela maioria, sendo indicação
suspeita clínica de neuropatia do nervo ulnar(3).
de exceção. Manipulação sob anestesia em contraturas
Por outro lado, imagem de ressonância magnética é
crônicas, além de não apresentar bons resultados, pre-
exame de exceção na propedêutica desta patologia(9).
dispõe a formação de hematoma, dor, rigidez adicional
e ossificação heterotópica(10,11).
Indicações cirúrgicas
O arco funcional do cotovelo é definido como uma Tratamento cruento
amplitude de movimento de flexo-extensão de 30º a O tratamento cirúrgico do cotovelo rígido estável
130º e pronossupinação de 50º a –50º(10). Por outro pode ser realizado por via cruenta ou por técnica vídeo-
lado, perda de 50% da mobilidade do cotovelo repre- artroscópica. A opção por via cruenta é preferencial em
senta perda funcional de 80% da função da extremi- casos em que exista uma retração acentuada de partes
dade. Da mesma forma, contraturas em flexão maiores moles, onde a cirurgia artroscópica é tecnicamente di-
de 45º determinam disfunção grave na capacidade de fícil, e quando há indicação de ressecção de ossifica-
posicionar a mão no espaço. ção heterotópica, reconstrução articular ou artroplastia
Rev Bras Ortop. 2010;45(4):347-54
350
por interposição. Na presença de deformidade articular é que ele não atua na limitação da flexão, e requer a
pós-traumática, a realização de osteotomias corretivas, identificação e proteção das estruturas neurovasculares.
associada à artrólise estará indicada. Artroplastia total Apesar disso, essa via de acesso permite exposição di-
do cotovelo é uma opção em indivíduos idosos, com reta da cápsula anterior e identificação de ossificações
baixa demanda, com limitação funcional e degeneração heterotópicas nessa topografia(1,17).
articular(1).
A literatura ortopédica atual registra resultados fun- Acesso medial
cionais semelhantes, nos grupos submetidos à libera- O acesso medial tem sua principal indicação, em pa-
ção cruenta ou artroscópica, mas não existem trabalhos
cientes com sinais de acometimento do nervo ulnar. Essa
comparativos entre as técnicas, provavelmente pela di-
via de acesso, além de permitir o tratamento das altera-
ficuldade em identificar grupos homogêneos que pos-
ções neurológicas do ulnar, também possibilita a abor-
sibilitem esse tipo de avaliação(12-14).
dagem de toda a cápsula anterior e o recesso posterior
A maioria das séries, não recomenda a realização
da articulação. Essa exposição é limitada e ineficiente,
de artrólise nas crianças e adolescentes, seja aberta ou
quando a doença acomete a articulação umerorradial
artroscópica, em virtude da qualidade dos resultados
e as estruturas laterais. Os reparos anatômicos desse
obtidos nesse grupo de pacientes(15). Porém, séries mais
acesso são o epicôndilo medial, o nervo ulnar e o septo
recentes afirmam que em pacientes sem incongruência
ou degeneração articular os resultados são semelhantes intermuscular medial do braço. A chave para uma boa
aos da população adulta(16). exposição é a separação do pronador redondo da massa
Dessa forma, independente da técnica, para que o tra- flexora e sua elevação permitindo a visualização ampla
tamento cirúrgico seja eficiente é necessário identificar da cápsula anterior. Para abordar a face posterior da
corretamente a causa da rigidez, o que possibilitará um articulação realiza-se liberação do nervo ulnar, o des-
planejamento cirúrgico específico e sequencial. colamento da porção medial do tríceps, permitindo-se
a identificação dos osteófitos(1,2).
Procedimento cruento
Acesso lateral limitado: o procedimento colunar
Os cuidados no trato das partes moles periarticulares
devem ser a principal preocupação quando utilizamos O procedimento colunar descrito por Mansat e
a técnica cruenta, principalmente em pacientes subme- Morrey(18) permite a abordagem anterior e posterior da
tidos previamente à cirurgia, em virtude do risco de articulação. A região anterior da articulação é identifi-
complicações pós-operatórias. cada no intervalo entre as fibras distais do braquiorra-
O percentual de complicações nas liberações cruentas dial e do extensor radial longo do carpo. Dessa forma
é de aproximadamente 10 a 30%, dependendo da nature- é possível ressecar os 2/3 laterais da cápsula anterior
za das alterações existentes e do tratamento empregado. e incisar o seu 1/3 medial. Quando a cabeça radial es-
As complicações descritas, em ordem de frequência, tiver envolvida e existir indicação de sua ressecção, o
incluem: complicações de pele, infecção, neuropatia do acesso lateral estará indicado. Osteófitos do processo
nervo ulnar, ossificação heterotópica e dor(1,2,12). coronoide e da região anterior da extremidade distal
A seguir serão discutidas as diversas opções de aces- do úmero podem ser, então, ressecados. A seguir, por
sos cirúrgicos utilizados para o tratamento da rigidez meio da elevação da porção lateral do tríceps expõe-se
pós-traumática do cotovelo. a cápsula posterior, osteófitos posteriores, tecido fibroso
que preenche a fossa olecraneana e osso heterotópico
Acesso anterior permitindo a ressecção adequada.
Urbaniak et al(17) popularizaram o acesso anterior ao A complicação mais comum dessa abordagem é
cotovelo, principalmente para o tratamento da perda de parestesia no território do nervo ulnar, seja por aces-
extensão do cotovelo. Propõem, apenas, uma capsulo- so agressivo às estruturas mediais, pela colocação de
tomia anterior transversa, em pacientes com contratura afastadores nessa topografia ou ainda, pelo ganho de
em flexão isolada. Outros autores realizam, por esse movimento pós-operatório, principalmente de flexão,
acesso, uma capsulectomia anterior associada a teno- que expõe o nervo à tensão aumentada, tornando uma
tomia do braquial. A grande limitação desse acesso neuropatia subclínica em sintomática(18,19).
Artroplastia de interposição
A artroplastia de interposição, associada à artrólise
Figura 3 – Imagem de artroscopia do cotovelo visualizando o
recesso posterolateral da articulação permitindo acesso à ca- deve ser considerada em pacientes jovens, que apresen-
beça do rádio tam contratura mista com sinais radiográficos de de-
generação das superfícies articulares de mais de 50%,
ou que necessitem de remodelagem das superfícies
Procedimento artroscópico
articulares por consolidação viciosa. Fáscia lata é o
A cirurgia, por técnica vídeoartroscópica, para o tra- tecido mais comumente utilizado nesse procedimento,
tamento do cotovelo rígido pós-traumático tem tornado- e deve ser suturado, cuidadosamente, ao redor de toda
se uma prática corrente, com resultados consistentes na a superfície articular, comprometida por meio de sutura
literatura ortopédica. Porém, é um procedimento tecni- transóssea. A abordagem ao compartimento lateral do
camente complexo para o cirurgião. Deve ser indicado, cotovelo, com liberação do complexo ligamentar late-
preferencialmente, nas contraturas menos graves, com ral é possível com a exposição ampla da articulação,
perda menor que 15º de extensão, e quando existirem realizando-se um fulcro de abertura lateral sobre o liga-
corpos livres intra-articulares(13,14,21,22). mento colateral medial, que deverá estar íntegro. A res-
O que torna o procedimento complexo é a proxi- secção da cabeça do rádio associada deve ser evitada,
midade das estruturas neurovasculares, com os tecidos pois aumenta o risco de instabilidade pós-operatória.
4A 4B 4C 4D
Figura 4 – Incidências radiográficas em anteroposterior (A) e perfil (B) de um paciente com anquilose articular submetido à artro-
plastia total semiconstrita do cotovelo (C) e (D)
O emprego do fixador externo articulado, por quatro a seis Na literatura ortopédica há pouca informação a respeito
semanas é recomendado, propiciando distração articular, desse procedimento. Mansat e Morrey(24) relatam 76% de
estabilidade e permitindo a mobilização precoce(20). resultados satisfatórios, porém, com 50% de complicações,
sendo dois casos de infecção profunda. Além disso, segundo
Artroplastia total de cotovelo Mansat e Morrey(24) e Blaine et al(25), a artroplastia total do
Estará indicada em pacientes idosos, com mais de cotovelo, em pacientes que previamente foram submetidos a
65 anos, que apresentam restrição funcional grave do artroplastia de interposição, apresenta resultado e incidência
cotovelo, associada à degeneração das superfícies ar- de complicações comparadas às das séries de revisão de
ticulares. artroplastia total de cotovelo (Figura 5, A, B e C).
5A 5B 5C
Figura 5 – Imagens radiográficas evidenciando diferentes tipos de ossificações heterotópicas de acordo com a classificação de
Hasting. (A) Tipo I com ossificação heterotópica isolada em partes moles, (B) tipo IIA a presença de barra óssea incompleta e (C)
tipo IIB anquilose articular
Figura 6 – Pós-operatório de artrólise aberta extensa mobilizando precocemente o cotovelo em regime ambulatorial utilizando um
fixador externo articulado (A) e (B)
REFERÊNCIAS
1. Morrey BF. The posttraumatic stiff elbow. Clin Orthop Relat Res. 2005; traumatic elbow contractures in adolescent patients. J Shoulder Elbow Surg.
(431):26-35. 2006;15(6):709-15.
2. Jupiter JB, O’Driscoll SW, Cohen MS. The assessment and management of the 17. Urbaniak JR, Hansen PE, Beissinger SF, Aitken MS. Correction of post-trau-
stiff elbow. Instr Course Lect. 2003;52:93-111. matic flexion contracture of the elbow by anterior capsulotomy. J Bone Joint
3. King GJ, Faber KJ. Posttraumatic elbow stiffness. Orthop Clin North Am. Surg Am. 1985;67(8):1160-4.
2000;31(1):129-43. 18. Mansat P, Morrey BF. The column procedure: a limited lateral approach for ex-
4. Cohen MS, Schimmel DR, Masuda K, Hastings H 2nd, Muehleman C. Structural trinsic contracture of the elbow. J Bone Joint Surg Am. 1998;80(11):1603-15.
and biochemical evaluation of the elbow capsule after trauma. J Shoulder Elbow 19. Cohen MS, Hastings H 2nd. Post-traumatic contracture of the elbow. Operative
Surg. 2007;16(4):484-90 release using a lateral collateral ligament sparing approach. J Bone Joint Surg
5. Akai M, Shirasaki Y, Tateishi T. Viscoelastic properties of stiff joints: a new Br. 1998;80(5):805-12.
approach in analyzing joint contracture. Biomed Mater Eng. 1993;3(2):67-73. 20. Morrey BF. Post-traumatic contracture of the elbow. Operative treatment,including
6. Younai S, Venters G, Vu S, Nichter L, Nimni ME, Tuan TL. Role of growth factors distraction arthroplasty. J Bone Joint Surg Am. 1990;72(4):601-18.
in scar contraction: an in vitro analysis. Ann Plast Surg. 1996;36(5):495-501. 21. Savoie FH 3rd, Field LD. Arthroscopic management of the stiff elbow. In: Mor-
7. Broberg MA, Morrey BF. Results of treatment of fracture-dislocations of the rey BF, editor. The elbow and its disorders. 4th ed. Philadelphia: Saunders;
elbow. Clin Orthop Relat Res. 1987;(216):109-19. 2008. p. 596-608.
8. Kay NR. Arthrolysis of the posttraumatic stiff elbow. In: Stanley D, Kay NR, 22. Steinmann SP, King GJ, Savoie FH 3rd; American Academy of Orthopaedic
editors. Surgery of the elbow: practical and scientific aspects. London: Edward Surgeons. Arthroscopic treatment of the arthritic elbow. J Bone Joint Surg
Arnold; 1998. p. 228-34. Am.2005;87(9):2114-21.
9. Libicher M, Freyschmidt J. [Radiological diagnosis in contracted elbow joint. 23. Kelly EW, Morrey BF, O’Driscoll SW. Complications of elbow arthroscopy. J
Value of CT and MRI]. Orthopade. 2001;30(9):593-601. Bone Joint Surg Am. 2001;83(1):25-34.
10. Bonutti PM, Windau JE, Ables BA, Miller BG. Static progressive stretch to rees- 24. Mansat P, Morrey BF. Semiconstrained total elbow arthroplasty for ankylosed
tablish elbow range of motion. Clin Orthop Relat Res. 1994;(303):128-34. and stiff elbows. J Bone Joint Surg Am. 2000;82(9):1260-8.
11. Duke JB, Tessler RH, Dell PC. Manipulation of the stiff elbow with patient under 25. Blaine TA, Adams R, Morrey BF. Total elbow arthroplasty after interposition
anesthesia. J Hand Surg Am. 1991;16(1):19-24. arthroplasty for elbow arthritis. J Bone Joint Surg Am. 2005;87(2):286-92.
12. Marti RK, Kerkhoffs GM, Maas M, Blankevoort L. Progressive surgical release 26. Thompson HC 3rd, Garcia A. Myositis ossificans: aftermath of elbow injuries.
of a posttraumatic stiff elbow. Technique and outcome after 2-18 years in 46 Clin Orthop Relat Res. 1967;50:129-34.
patients. Acta Orthop Scand. 2002;73(2):144-50. 27. Hastings H 2nd, Graham TJ. The classification and treatment of heterotopic
13. Ball CM, Meunier M, Galatz LM, Calfee R, Yamaguchi K. Arthroscopic treatment of ossification about the elbow and forearm. Hand Clin. 1994;10(3):417-37.
post-traumatic elbow contracture. J Shoulder Elbow Surg. 2002;11(6):624-9. 28. Ring D, Jupiter JB. Operative release of ankylosis of the elbow due to het-
14. Cohen AP, Redden JF, Stanley D. Treatment of osteoarthritis of the el- erotopic ossification. Surgical technique. J Bone Joint Surg Am. 2004;86
bow: a comparison of open and arthroscopic debridement. Arthroscopy. (Suppl 1):2-10.
2000;16(7):701-6. 29. Lindenhovius AL, Linzel DS, Doornberg JN, Ring DC, Jupiter JB. Comparison
15. Stans AA, Maritz NG, O’Driscoll SW, Morrey BF. Operative treatment of elbow of elbow contracture release in elbows with and without heterotopic ossification
contracture in patients twenty-one years of age or younger. J Bone Joint Surg restricting motion. J Shoulder Elbow Surg. 2007;16(5):621-5.
Am.2002;84(3):382-7. 30. Bain GI, Mehta JA, Heptinstall RJ. The dynamic elbow suspension splint. J
16. Darlis NA, Kaufmann RW, Sotereanos DG. Open surgical treatment of post- Shoulder Elbow Surg. 1998;7(4):419-21.