A Importância de Ser Filho de Deus

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A Importância de Ser Filho de Deus

byAldenir Araújo•novembro 22, 2009


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Texto: I João 3.1

Introdução:  Uma das mais significativas doutrinas bíblicas é a da paternidade


divina. Ela está esboçada suavemente no Antigo Testamento e desenvolvida
exaustivamente no Novo Testamento. Sempre que a estudarmos de vemos
compará-la com a doutrina da filiação espiritual. Isto equivale a dizer que Deus é
pai de todos, mas nem todos são filhos de Deus. Deus somente tem um filho
legitimo – Jesus Cristo.

Nós somos convidados a ser seus filhos por adoção. Este estudo aborda esta
importante questão:

Como ser filho de Deus?

I. Os 3 Passos Para Alguém se Tornar Filho de Deus.

Posto que cada um ser humano nasce neste mundo como CRIATURA de Deus,
convém investigar nas escrituras as possibilidades e as condições para alguém se
tornar filho ou filha de Deus. Ei-las:

1. Crer no nome de Jesus, João 1:12 – Para ser filho de Deus é absolutamente
necessário crer em Jesus. Jesus é o filho unigênito de Deus, e os que alcançam o
privilégio de também virem a ser filhos de Deus, o são por adoção, unicamente a
filiação de Jesus pode garantir a nossa.

2. Receber a adoção oferecida por Jesus, Gálatas 4. 4-5  – A adoção é um


instrumento legal que nos transfere para a real família de Deus. A partir de então,
todos os direitos nos são outorgados mediante tão maravilhosa adoção. Isto ocorre
no instante em que o Espírito Santo nos permite espontaneamente chamar a Deus
de pai.
3. Deixar a vida de pecados, II Coríntios 6.17-18 - O pecado é uma herança
universal que assola toda a raça humana e faz parte de nosso inalienável
patrimônio pessoal, até que o sangue se impõe sobre ele e nos assegura perdão,
justificação e redenção, I Pedro 1.15-17

II. Os 3 Privilégios do Filho de Deus

Se a filiação natural concede direitos e outorga privilégios, dentro dos conceitos


meramente humanos, como não há de ser a soma de privilégios que se alcança
quando se obtém a adoção de filho de Deus?
 
1. Ser herdeiro de Deus, Gálatas 4.7  – Nossa condição anterior de servo é
substituída pela altamente honrosa de filho. Tudo quando pertence a Deus passa a
pertencer também ao crente. As infinitas riquezas espirituais se incorporam a vida
pessoal do cristão que recebe a Cristo como Salvador. Em um ato de fé e uma
confissão de sinceridade, a pobreza do mundo se transforma em abundante riqueza
de Deus.

2. Ter o testemunho do Espírito Santo  – Cremos na doutrina da trindade e


cremos na constituição triúna do homem: espírito, alma e corpo. Torna-se um alto
privilegio do crente ter o testemunho do Espírito de Deus em seu próprio espírito.
O Espírito Santo é o Espírito de adoção. Posto que ele atua no céu e na terra, ele
recebe o testemunho do pai e o transmite aos nossos corações.

3. Ser guiado pelo Espírito Santo, Romanos 8.14  – A vida sem Deus é de
absoluta desorientação e total solidão. No momento em que nos tornamos seus
filhos passamos a ser dirigidos, guiados, ajudados e confortados por seu Espírito
Santo. Não pode haver maior privilégio que este.

III. As 3 Responsabilidades do Filho de Deus


É sumamente sabido que a cada privilegio corresponde um dever. A cada direito
corresponde uma responsabilidade. Quais são as principais responsabilidades de
um filho de Deus?

1. Imitar a Deus, Efésios 5:1 – Deus é o supremo padrão de todos os cristãos, o


modelo externo de todos os seus filhos, os quais são por ele exortados a se
espelharem em suas palavras e atos, para que sejam todos felizes aqui na terra.
Como seus filhos, é nosso dever imitá-lo em tudo quanto nos seja possível,
principalmente seguir os passos de seu bendito filho Jesus, em seu ministério
terreno

2. Viver em pureza, I João 3. 2 – I Pedro 1. 14 – Tendo em vista a absoluta


certeza de que irão morar no céu, o luar mais santo de todo o universo, já aqui na
terra devem os filhos de Deus procurar viver em estado de santidade e pureza. Isto
significa que devemos todos andar em santidade, falar palavras santas vestir-nos
santamente, proceder santamente, etc.

3. Resplandecer como um astro, Filipenses 2.15 – Mateus 5.16 – Na escura


noite em que está mergulhado o mundo, é um privilégio resplandecer como um
astro. O crente, por ser filho de Deus, deve ser um luzeiro, um permanente farol a
refletir e projetar a eterna glória de Deus, o pai das luzes, a quem seja a glória para
todo o sempre.

IV. As 3 Principais Armas do Filho de Deus

Durante sua peregrinação por este mundo, rumo a Canaã Celestial, o filho de Deus
é um soldado que está em permanente combate contra forças espirituais temíveis,
terríveis e opressoras. Seus principais inimigos são: Satanás, o mundo e a carne.
Para vencer a tão terríveis inimigos, Deus nos oferece as seguintes armas.

1. A palavra de Deus – A bíblia sagrada é a espada do Espírito, Efésios 6.17 e


Jesus deixou-nos o magistral exemplo de como vencer a Satanás utilizando essa
arma. Ele repetiu seguidas vezes para Satanás: “ESTÁ ESCRITO”, Mateus 4. 1-10.
Nossos argumentos não têm o menor valor diante de Satanás. Mas a palavra de
Deus nunca falha. Deus vela por ela para fazê-la cumprir. Jeremias 1. 12
2. A Fé em Jesus Cristo – O apostolo João nos assegura que: “esta e a vitória que
vence o mundo, a nossa fé”, I João 5.4. A fé nos separa do contexto espiritual do
mundo perdido, que vive afogado em dúvidas, em incredulidade e temores. Quem
tem fé e a usa correta e sabiamente conhece o segredo de não perder a guerra.

3. O poder do Espírito Santo – O grande conflito do espírito contra a carne


jamais resultará vitorioso se deixarmos de contar com a plenitude do Espírito
Santo. Permita o Senhor nosso Deus que cada um de nós sinta um desejo
irreprimível de ser cada dia mais cheio do Espírito Santo e assim possa ser
considerado um herói na casa de Deus. Deus faça de nós filhos realmente
vencedores, absolutamente vitoriosos, I Coríntios 15.57.

Conclusão: Valorizemos cada vez mais o fato de sermos filhos de Deus através do


Senhor Jesus Cristo!

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“Tu és o meu Filho amado! Em


ti encontro o meu agrado” (Lc
3,22)
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2º domingo do advento - Ano C - A esperança que chega do deserto e das periferias


 

 

 

11 Janeiro 2013
 
Uma coisa é certa: os autores do Novo Testamento não conhecem a Jesus de
Nazaré. As únicas fontes que eles têm são as orais e fortemente influenciadas
pelo pensamento teológico cristão. É preciso prestar atenção para historiar e
materializar os eventos narrados. O objetivo dos autores bíblicos é de
testemunhar a sua fé no Cristo Ressuscitado.

A reflexão é de Raymond Gravel (+1952-2014), padre da arquidiocese de


Quebec, Canadá, publicada no sítio Réflexions de Raymond Gravel,
comentando as leituras do Domingo do Batismo do Senhor. A tradução é
de Susana Rocca.

Referências bíblicas:
1a leitura: Is 40,1-11
2a leitura: Tt 2,11-14: 3,4-7
Evangelho: Lc 3,15-16.21-22
Eis o texto.
Neste trecho sobre o batismo de Jesus, Lucas é o único que utiliza a fórmula
seguinte: “Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado" (Lc 3,22).
De onde vem essa fórmula? Ela vem do Salmo 2,7; era uma fórmula que se
utilizava no momento de consagrar um rei em Israel. O que quer dizer que
para Lucas, no batismo, Jesus devia ser rei. Ele foi gerado por Deus e
adotado como seu Filho amado. Mas não foi em Natal que Jesus nasceu
de Deus? Como pode ser que aqui, no seu batismo, no início da sua vida
pública, entorno dos trinta anos de idade, Lucas pareceria querer dizer que
foi lá que Jesus foi gerado por Deus?

É evidente que o texto de Lucas é teológico, sendo escrito depois da Páscoa e


dentro da fé cristã. Com certeza, Jesus foi batizado por João Batista que
pregava um batismo de conversão. Mas o batismo de João é diferente daquele
de Jesus: “Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do
que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das
sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com
fogo” (Lc 3,16). Com João Batista é o anúncio de um mundo novo,
com Jesus é a realização desse mundo novo: A pomba faz referência à
primeira criação do mundo quando o Espírito pairava sobre as águas (Gn 1,2)
e à segunda criação do mundo, após o dilúvio, quando a pomba voltou à arca
com um ramo de oliveira no bico (Gn 8,11). E o céu que se abre nos diz que nós
entramos nesse mundo novo, pois depois de séculos o céu se fechou
e Deus não falou mais aos homens como o fazia nos tempos dos profetas.

A narrativa do batismo de Jesus, no evangelho de Lucas, esclarece dois


pontos importantes: Jesus foi batizado por João, como todo o povo com o
qual ele é e quer ser solidário. Mas uma grande novidade é, ao mesmo tempo,
manifestada. O céu se abre; na Bíblia isso significa que Deus se comunica com
a terra. O Espírito, sob forma de pomba, nos fala da entronização
de Jesus como rei e como Messias de Deus. Ao mesmo tempo, esse relato
de Lucas nos diz algo sobre nós cristãos: O batismo de Jesus é também o
nosso: no nosso batismo, somos submergidos na morte de Cristo para
ressuscitar com ele. E como ele, nós somos filhos e filhas de Deus, gerados
por Deus. O batismo de Jesus é feito de água, de conversão, mas também de
fogo (isso faz referência ao Pentecostes quando o Espírito Santo nos deu e
nos confirmou como filhos e filhas de Deus).

O exegeta francês Jean Debruynne escreve: “‘Tu és meu Filho: eu hoje te


gerei....’ Estranha via do alto que abre o céu e desce como um Pentecostes,
pois é uma pomba que vê os olhares do coração. Jesus deve estar com uns
trinta anos. Então, por que o Pai do céu lhe fala de ser gerado hoje?”.

O evento material-histórico da morte de Jesus de Nazaré, no dia 6 ou 7 de


abril do ano 30, em Jerusalém, é a base dos escritos do Novo Testamento. Os
autores não nos contam a história do Nazareno que eles não conheciam, mas
a história do Cristo da Igreja primitiva na sua diversidade: as comunidades
cristãs de Paulo, de Marcos, de Mateus, de Lucas, de João e dos autores
do Novo Testamento. Seus relatos são Palavra de Deus, pois eles têm por
finalidade testemunhar a fé na Ressurreição de Cristo, nos contextos dados,
em momentos e em lugares precisos da história. É por isso que não se fala da
historicidade dos eventos, mas sim da historialidade (historialité) (expressão
do exegeta francês Pierre Grelot), para falar da releitura dos eventos e
simplesmente da reconstituição dos eventos à luz da fé dos que escrevem.

Uma coisa é certa: os autores do Novo Testamento não conhecem a Jesus de


Nazaré. As únicas fontes que eles têm são as orais e fortemente influenciadas
pelo pensamento teológico cristão. Não é por nada que o relato mais velho,
próximo da morte do Nazareno, é bem pouco preciso sobre o evento
propriamente dito. São Paulo, que escreve primeiro nos anos 50, não fala
nada do nascimento de Jesus, nem da sua infância e tampouco da sua mãe.
Ele não se interessa mais senão na ressurreição e após a ressurreição, de
maneira que, para ele, Jesus se constituiu Cristo e Senhor no momento da
sua morte-ressurreição: “O Evangelho de Deus, que por Deus foi prometido
através dos seus profetas nas Santas Escrituras, se refere ao Filho de
Deus que, como homem, foi descendente de Davi, e, segundo o Espírito
Santo, foi constituído Filho de Deus com poder, através da ressurreição
dos mortos: Jesus Cristo nosso Senhor” (Rom 1,2-4).

Para São Marcos, o primeiro evangelista, pelos anos 70, ele também


reconhece, como São Paulo, que a ressurreição é o momento-chave do seu
evangelho, mas, ao mesmo tempo, ele vai chegar até o batismo
de Jesus no Jordão, para dizer que o Espírito Santo está agindo, como no
momento da ressurreição. Então, para São Marcos, Jesus se fez Filho de
Deus, Cristo e Senhor, no momento do seu batismo, feito por João
Batista no Jordão: “Logo que Jesus saiu da água, viu o céu se rasgando, e o
Espírito, como pomba, desceu sobre ele. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu
Filho amado; em ti encontro o meu agrado’” (Mc 1,10-11).

São Lucas e São Mateus, que escreveram entorno de 85-90, remontam a


intervenção do Espírito Santo ao momento da conceição de Jesus (Mt 1,2;
Lc 1-2), enquanto São João, pela sua parte, que escreve pelos 95-105, fala
de Jesus, o Verbo de Deus, que ele preexistiu antes da criação do mundo
desta forma: “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para
Deus“ (Jo 1,1). E mais ainda, porque São João fala que nós, os cristãos, fomos
criados da mesma forma que o Verbo: “Ela, porém, deu o poder de se
tornarem filhos de Deus a todos aqueles que a receberam, isto é, àqueles
que acreditam no seu nome. Estes não nasceram do sangue, nem do impulso
da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus“ (Jo 1,12-13).

Vemos claramente que tudo é teologia; é preciso prestar atenção para historiar
e materializar os eventos narrados. O objetivo dos autores bíblicos é de
testemunhar a sua fé no Cristo Ressuscitado.

Para terminar, gostaria de citar um velho comentário de um professor


universitário, Maurice Boutin, publicado na revista Communauté
chrétienne, n. 122, 1982: “O texto bíblico é perigoso mais do que subversivo;
sobretudo se ele se identifica totalmente com a Palavra de Deus... Pode ser
que os cristãos façam da Palavra de Deus exatamente o que os adversários
de Jesus fizeram dele: identificar a tal ponto a Bíblia com a Palavra de Deus,
que Jesus toma a figura de um intruso a ser eliminado, ou que seria supérfluo
se perguntar ainda quando e como a Palavra de Deus acontece, porque ela
estaria presa na gaiola dourada do texto bíblico? Identificar a Bíblia com a
Palavra de Deus é tentar possuir Deus e tirar proveito da Palavra
de Deus para os seus próprios interesses. Mas um Deus possuído não é mais
que um ídolo, e uma Palavra de Deus que se torna disponível a todas as
causas, mais ou menos nobres, é apenas um palavreado. O texto reporta a
outra coisa, fora dele mesmo; não algo que chamaríamos Deus, mas um novo
texto a ser escrito, isto é sua culpa...”. Eu acrescentaria: É o que nós devemos
fazer nas nossas homilias para que a Palavra de Deus chegue a todos hoje...
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AMADO E AGRADÁVEL – LUCIANO


SUBIRÁ
DISCIPULADOFAMÍLIATESTEMUNHOS E BIOGRAFIASVIDA CRISTÃ

 06/02/2019
Há uma diferença entre ser amado por Deus e ter uma maneira de viver a vida cristã que seja
agradável a ele. O primeiro determina o nosso valor e tem a ver tanto com o que Deus é como
com o que nós somos. O segundo tem a ver
com o nosso comportamento e nada a ver com Deus ou com o que nós somos.

A DIFERENÇA ENTRE SER AMADO E SER AGRADÁVEL

Deixe-me ilustrar isso com um episódio que vivi anos atrás, quando meu filho Israel tinha apenas
11 anos de idade. O menino chegou do colégio com indícios de nervosismo e, pela época da
nossa conversa (era o fim do primeiro bimestre escolar), deduzi que o medo estampado no rosto
dele apontava para o fato de que ele teria de entregar o boletim, que, por sua vez, teria alguma
provável nota baixa. Fiquei com dó do aparente desespero do Israel e, tentando facilitar a notícia
que ele teria de transmitir, adiantei o assunto:

– Em qual matéria você ficou com nota vermelha?


Ele foi logo se justificando:
– Foi em matemática, pai. É que quando eu voltei da nossa viagem houve uma prova surpresa
antes que eu conseguisse repor a matéria perdida.

Permita-me definir o contexto do ocorrido. Era a primeira vez que isso acontecia com ele. A
Kelly, minha esposa, além de muito boa mãe, é pedagoga e trabalhou anos como orientadora
pedagógica; por conta disso, meu filhos tinham que “andar na linha” na questão das notas
escolares. Além disso, eu estava me sentindo um pouco culpado porque eu tinha levado o meu
filho comigo numa viagem (logo nos primeiros dias do retorno às aulas), a matéria perdida que
ocasionou a dificuldade do Israel manter a média era justamente a daqueles dias da viagem.
Portanto, por se tratar de um “réu primário” e eu ter minha parcela de culpa, tentei aliviar o peso
que o menino
sentia na entrega do boletim escolar. E dei continuidade à nossa conversa dizendo o seguinte:

– Filho, você está preocupado demais com o que eu possa pensar de você. Acho que você só está
tão nervoso porque deve estar confundindo seu valor com a sua performance. Elas são duas
coisas bem distintas
Então emendei:
– Guarde isso para sempre no seu coração: Nada do que você fizer de bom fará com que eu ame
você mais do que eu já amo. E nada do que você fizer de errado fará com que eu o ame menos.
Quanto eu te amo não tem nada a ver com o que você faz; tem a ver com quem você é. Você é
meu filho, e isso basta!

De repente, uma carinha meio malandra foi surgindo em meio à expressão de alívio que se
formou no rosto do menino… Quase dava para ouvir o que ele estava pensando: “Então liberou
geral? Você me amará igualmente
não importa o que eu faça?”

Era quase como se ele estivesse me perguntando: “E não há motivo algum para que eu me
preocupe com a minha performance nos estudos?”
Foi quando decidi entrar logo em ação e disparei:

– Ser amado não tem nada a ver com sua performance, apenas com o que você é. Mas, se você
quer me agradar, ai é outra conversa!

Graças a Deus, meu filho entendeu essa verdade. Isso, por um lado, tirou dele o peso da missão
inútil de tentar ser merecedor do meu amor paterno; por outro lado, o conscientizou da
responsabilidade de se dedicar mais para me agradar.

Alguns anos depois do ocorrido, li o livro Extraordinário – o que você está destinado a viver, de
John Bevere, e encontrei uma história semelhante sobre como ele explicou aos seus filhos a
diferença entre ser amado e ser agradável. E, depois de estabelecer o mesmo paralelo que apliquei
anteriormente ele afirmou: “Sei que isso pode ser uma espécie de choque para você, mas o
mesmo acontece em nosso relacionamento com Deus. Não podemos fazer nada para fazer com
que Deus nos ame mais do que ele já nos ama; também não podemos fazer nada que faça com
que ele nos ame menos. Mas quanto prazer ele sente por nossa causa? Isso é outra história”. E
acrescentou: “No últimos anos, ouvimos falar muito sobre o amor incondicional de Deus – uma
discussão muito útil e necessária. Entretanto, muitas pessoas concluíram em seu subconsciente
que, uma vez que Deus as ama, ele também está satisfeito com elas. Isso simplesmente não é
verdade.”

Percebo dois tipos de comportamento errado na igreja e sei que eles nascem de um entendimento
errado. Mas não há como tratar do efeito sem tratar da causa.

Há muitos cristãos se esforçando por “merecer” o amor do Pai celestial (mesmo colocando esse
merecer entre aspas, ele ainda soa muito ridículo). Mas o amor divino não tem nada a ver com
performance! Jesus, ao contar a
parábola do filho pródigo, não disse que o pai estava desmotivado para amar ou perdoar o seu
filho quando este regressou para casa. Não! O amor daquele pai não tinha absolutamente nada a
ver com a performance do seu filhos.
Muitos estão vivendo nesse extremo. Acreditam que deveriam “merecer” esse amor e nunca
conseguem viver à altura do que idealizaram.

Mas há um outro tipo (ou grupo) de cristãos, que sabe que a performance não determina valor ou
aceitação, a ponto de não se importar com isso. O problema é que essas pessoas não entendem
que, para agradar a Deus, diferente de ser amado por ele, temos de dar o melhor de nós.

Toda e qualquer pessoa tem o mesmo valor aos olhos de Deus. Todos são amados por Deus. Mas
a pergunta a ser feita é: estamos todos agradando a Deus?

O princípio de agradá-lo é bíblico!

“Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós
recebestes, quanto à maneira porque deveis viver e AGRADAR A DEUS, e efetivamente
estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais (1Ts 4.1 – grifo do autor)
Há uma maneira de viver e agradar a Deus. Isso deve ser praticado e devemos progredir nisso. É
simples assim! Observe os versículos a seguir:

Portanto, os que estão na carne não podem AGRADAR A DEUS (Rm 8.8)
De fato, sem fé é impossível AGRADAR A DEUS, porquanto é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11.6)
Uma pessoa que está na carne é amada por Deus? Claro que sim.
E ela está agradando a Deus?
Claro que não!
Uma pessoa que não consegue andar em fé é amada por Deus?
Sim.
E ela está agradando a Deus?
Não!

Nenhum de nós pode se esquecer disso. Tanto o ser amado por Deus como o ser agradável a Deus
estão relacionados com valor. Porém, um determina o nosso valor para Deus enquanto o outro
determina o valor de Deus para nós. Muito mais do que apenas ser extraordinariamente amado
por Deus – o que determina o nosso alto valor para ele -, nós também devemos procurar, em tudo,
agradar a Deus – o que determina o alto valor dEle para nós.

A falta dessa compreensão básica tem impedido muitos de avançar a uma dimensão maior de
intimidade com o Senhor. Alguns sabem que, como filhos, são tão amados pelo Pai celeste
quanto os outros. O que, infelizmente, ignoram é que poderiam agradar mais ao Pai e desfrutar
muito mais dEle do que já chegaram a experimentar.

Essa lei da reciprocidade define a intensidade do nosso relacionamento com Deus. Mas também
define o nível de conquistas e experiências que podemos ter com Ele.

Quero demonstrar que ir mais fundo é nossa responsabilidade. Não se trata de algo que depende
somente de Deus. Pelo contrário, depende de nós usarmos ou não os princípios que ele instituiu e
revelou.

Texto extraído do livro “Até que Nada Mais


Importe”

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