O Prazer Das Fardas

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TEXTO 1

O prazer das fardas

Sei que é quase impossível imaginá-lo, mas houve de facto


uma altura na História do Mundo em que o uniforme foi um
fenómeno socialmente mal visto. Aí há uns trinta anos lutou-
se pela liberdade do traje e tudo foi largando as fardas,
batas, hábitos e costumes que se consideravam
humilhantes e ofensivos à consciência da unicidade do
utilizador. A começar pelo que, já em declínio, se chamava
pessoal doméstico, as escolas, restaurantes, autocarros e o
exército propriamente dito borbulhava então de uma gente
garrida e à sua vontade que tratava imaginativa o tema do
uniforme, avivando com flores em locais desconcertantes,
lenços à pirata e todo o género de toques pessoais uma vida
em sociedade até aí pequenita e sempre igual.
Mas a liberdade tem muitos perigos e muitas ameaças e
o mundo voltou, diríamos que por instinto, à uniformização
protectora do uniforme. Do McDonald’s aos Correios de
Portugal, passando por estudantes e donas de boutiques,
hoje tudo veste farda, naquela noção mágica de que farda é
competência e assumindo sempre que uma pessoa com
farda é mais do que uma pessoa.

182 palavras
Exercícios de treino
Texto 2 (135 palavras)
Entende-se por música medieval aquela praticada, aproximadamente, entre o século VII
e o primeiro terço do século XV. […]
A história da música medieval no território português está ainda, em larga medida, por
fazer. […] Não se conheciam documentos musicais com peças polifónicas medievais
seguramente originadas em Portugal até à recente descoberta, por Manuel P. Ferreira,
de um hino cisterciense a duas vozes escrito no século XVIII, embora haja várias
referências, no século XIV, à polifonia culta praticada na corte. No que respeita à música
sobre textos em língua vernácula, sabemos que as Cantigas de Santa Maria eram
conhecidas nos círculos trovadorescos, havendo indícios de alguma participação
portuguesa na sua composição; dispomos ainda, total ou parcialmente, da música de
seis cantigas de amigo de Martin Codax e de sete cantigas de amor de D. Dinis.

Texto 3 (219 palavras)


Redige uma síntese, entre 45 a 50 palavras, do texto apresentado

O autor anónimo da arte de trovar apensa ao Cancioneiro da Biblioteca Nacional


estabelece entre cantiga de amor e cantiga de amigo uma distinção extremamente
simples e prática: é cantiga de amor, se fala “ele”; é cantiga de amigo, se fala “ela”.
Isto é, na cantiga de amor o “eu” que se exprime é masculino: o poeta, que tal como se
apresenta frequentemente, fala da amada ou do amor que lhe dedica. É um homem que
produz a mensagem lírica.
Na cantiga de amigo o “eu” que se exprime é feminino: uma rapariga que nunca se
apresenta como poetisa (e só algumas vezes canta cantigas alheias) fala do seu amigo
(na linguagem dos trovadores esta palavra significa namorado) e do amor que lhe inspira
ou sente por ele. É uma mulher - donzela – que produz a mensagem lírica. […]
Quanto à técnica de versificação, a cantiga de amor galego-portuguesa fica sem dúvida
muito atrás da riqueza e exuberância das formas provençais, às vezes rebuscadamente
intrincadas.
A forma mais culta, influenciada pela lição dos trovadores, é a da composição chamada
cantiga de mestria: trata-se de um poema formado por várias estrofes, em geral três ou
mais, sem refrão, e rematada por uma finda, isto é, um verso ou vários versos isolados,
em que se corrobora o sentido de toda a composição.

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