Barreto 2018

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Artigo de Revisão

Dimensões gerenciais na formação acadêmica de enfermagem:


uma revisão integrativa

Raissa Mont’Alverne Barreto1,


Mayara Nascimento Vasconcelos2,
Etelvina Sampaio Melo3,
Maria Auxiliadora Ferreira Araújo4,
Roberta Cavalcante Muniz Lira5,
Izabelle Mont’Alvene Napoleão Albuquerque6

RESUMO
Objetivou-se realizar um levantamento da produção científica sobre o processo de formação do enfermeiro para
o desenvolvimento de habilidades gerenciais na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de uma revisão integrativa
nas bases de dados LILACS, BDENF, MEDLINE e PUBMED, resultando em 14 artigos para análise. Evidenciaram-se
lacunas existentes na formação do enfermeiro para habilidades gerenciais. Entretanto, a literatura aponta que,
apesar desses desafios, o enfermeiro continua sendo o profissional de saúde mais capacitado para exercer cargos
de gestão. As produções refletem a necessidade de educação permanente aos profissionais para reorientação das
práticas de trabalho a fim de contemplar suas atividades gerenciais. Assim, enfatiza-se a importância da dimensão
gerencial de forma mais significativa no processo de formação que leve ao alcance de metas e à construção de
uma prática integral, autônoma e resolutiva para o exercício de uma gerência competente frente às suas ações e
responsabilidades.
Descritores: Estratégia Saúde da Família; Educação em Enfermagem; Gestão em Saúde.

1 Enfermeira. Discente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará, nível Mestrado. Sobral, CE, Brasil. E-
mail: raissinha_@hotmail.com.
2 Enfermeira. Discente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará, nível Mestrado. Sobral, CE, Brasil. E-

mail: mayaravasconcelos92@hotmail.com.
3 Enfermeira. Discente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará, nível Mestrado. Sobral, CE, Brasil. E-

mail: etelvinamelo@hotmail.com.
4 Psicóloga. Discente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará, nível Mestrado. Sobral, CE, Brasil. E-

mail: sulypsico@yahoo.com.br.
5 Enfermeira, Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto da Universidade Federal do Ceará. Sobral, CE, Brasil. E-mail:

rcavalcantemunizlira0@gmail.com.
6 Enfermeira, Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral, CE, Brasil. E-mail:

izabellemontalverne@gmail.com.

Artigo recebido: 21/07/2017. Artigo aprovado: 26/06/2018. Artigo publicado: 29/11/2018.

Como citar esse artigo:


Barreto RMA, Vasconcelos MN, Melo ES, Araújo MAF, Lira RCM, Albuquerque IMAN. Dimensões gerenciais na
formação acadêmica de enfermagem: uma revisão integrativa. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2018 [acesso em:
____________];20:v20a27. Disponível em: https://doi.org/10.5216/ree.v20.47945.

Rev. Eletr. Enf. 2018;20:v20a27. doi: 10.5216/ree.v20.47945. 1


Barreto RMA, Vasconcelos MN, Melo ES, Araújo MAF, Lira RCM, Albuquerque IMAN.

INTRODUÇÃO
O Programa de Saúde da Família (PSF) corresponde a uma política pública de saúde que teve início em 1994
sob a iniciativa do Ministério da Saúde (MS). Apesar do termo “programa”, a nomenclatura Estratégia Saúde da
Família (ESF) foi assumida por se configurar como estratégia estruturante de reorientação da Atenção Primária à
Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS)(1).
Assim, os desafios para a qualificação do SUS e os modelos de atenção que dele derivam são muitos e
variados, passando pela formação e capacitação dos profissionais que integram a rede pública de assistência à
saúde(2).
Apesar de alguns avanços, estudiosos revelam que o processo formativo dos profissionais de saúde ainda
está muito distante do cuidado integral e, além disso, o perfil destes trabalhadores demonstra qualificação
insuficiente para as mudanças das práticas(3).
Diante desta fragilidade, a formação de enfermeiros para o campo de trabalho é um importante aspecto a
ser discutido, a qual é entendida aqui como um processo que visa a construção de competências que deve ocorrer
em cenários de desafios complexos, considerando a globalização, o incremento da competitividade profissional e
os problemas de saúde que são exacerbados pelas constantes mudanças no contexto político e econômico do
País(4-5).
Nessa perspectiva, as instituições de ensino têm buscado formas de abranger em seus currículos os
conteúdos e as práticas necessários para a formação dos profissionais que irão atuar no SUS, entretanto, as
mudanças promovidas no ensino não correspondem suficientemente às exigências do mercado de trabalho(6).
Além disso, as demandas do SUS requerem da educação dos profissionais de saúde a adequação de
habilidades relacionadas à gestão e gerência, uma vez que as Diretrizes Curriculares Nacionais, para a graduação
em Enfermagem, orientam a formação de profissionais generalistas, humanistas, críticos e reflexivos, capazes de
avaliar, sistematizar, decidir as condutas mais adequadas baseadas em evidências científicas e estar aptos a serem
empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde(7).
Estudiosos revelam que a APS é marcada por problemas de gestão que se refletem na sua estrutura física,
nos serviços, perfil dos gestores e trabalhadores, no acesso aos recursos e efetividade das políticas. Prestar
serviços com excelência se constitui essencial na qualidade da gestão. Então, a gerência da Unidade Básica de
Saúde (UBS) é um instrumento necessário e importante no cuidado em saúde, uma vez que produz certa
direcionalidade ao processo de trabalho(8), e o enfermeiro assume participação significativa neste cargo, dada sua
atuação no compromisso com a saúde dos indivíduos e da coletividade, e o fato de se relacionarem de maneira
satisfatória com os demais membros da equipe multiprofissional(9).
A literatura científica revela ainda que o enfermeiro, enquanto gerente do cuidado, mobiliza ações nas
relações e interações entre as pessoas como indivíduos complexos e que vivenciam a organicidade do sistema de
cuidado com aptidões gerenciais próprias ou inerentes às atividades profissionais dos enfermeiros, por meio do
planejamento das ações de cuidado, da previsão e provisão de recursos necessários para organização da
assistência de uma UBS(10).
Porém, considerando a premissa do contexto atual do trabalho em saúde, autores reconhecem que o
desenvolvimento de habilidades do enfermeiro que possam sustentar uma prática gerencial qualificada é um

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desafio, principalmente pela formação que, na maioria das instituições, ainda tem o foco voltado para o
desenvolvimento de ações técnico-assistencialistas(3,11).
Assim, o descompasso entre o processo de formação e a prática do enfermeiro resulta em tensões,
desmotivação e conflitos(10). A escolha por conteúdos no gerenciamento em Enfermagem relaciona-se às funções
diferenciadas que os enfermeiros vêm desenvolvendo no cenário da saúde no País, de forma a assumir
progressivamente cargos de gestão(12), justificando, assim, o fato de os estudos desta pesquisa não se limitarem
apenas à gestão da UBS, ou gestão do cuidado, ou gestão de processos de trabalho, mas de englobarem pesquisas
e discussões sobre gestão no sentido mais amplo no âmbito da APS.
Nessa perspectiva, pesquisadores desta temática apontam para a necessidade de reflexões e discussões
constantes sobre as diferentes formas de gestão(5,13) que o enfermeiro vem desempenhando na APS, considerando
que esta é a porta de entrada do SUS, onde uma administração de qualidade dos processos de trabalho, do
cuidado e da gerência da UBS pode definir mudanças no modo de fazer saúde(14).
Além disso, considera-se relevante o reconhecimento e caracterização da formação do enfermeiro para
habilidades de gestão na APS, partindo do pressuposto que a contribuição pretendida, a partir desse estudo, segue
no sentido de sustentar discussões que busquem fornecer subsídios para remodelação dos modelos de formação
que vá ao encontro das necessidades de reordenação no modelo de gestão e atenção.
Dessa forma, delineou-se a seguinte questão norteadora: Quais as evidências na literatura científica que
direcionam a formação do enfermeiro para habilidades gerenciais no âmbito da Estratégia Saúde da Família?
Em meio a toda esta efervescência dos processos formativos e de atenção à saúde, este estudo buscou
realizar um levantamento da produção científica sobre o processo de formação do enfermeiro para o
desenvolvimento de habilidades gerenciais na Atenção Primária à Saúde.

METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa, a qual permite incluir estudos com diferentes abordagens
metodológicas, agrupando resultados obtidos de um conjunto de pesquisas primárias com temáticas idênticas ou
similares(15).
A busca foi realizada por meio da Biblioteca Virtual de Saúde (BIREME), no período de maio e junho de
2017, que incluíram as seguintes bases de dados: Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE),
Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF)
e Serviço de Busca da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América (PUBMED).
Para prover a seleção dos artigos utilizou-se a terminologia padronizada dos Descritores em Ciência da
Saúde (DECS). Sendo assim, os descritores utilizados para a pesquisa nas bases de dados MEDLINE, LILACS e BDENF
foram: “Estratégia Saúde da Família”, “Educação em Enfermagem” e “Gestão em saúde”, enquanto que na
PUBMED utilizaram-se “Family health strategy”, “nurse education” e “health management”. Salienta-se o alto
grau de semelhança dos descritores da PUBMED com aqueles utilizados nas bases de dados anteriormente citadas.
O percurso metodológico foi operacionalizado por meio das seguintes etapas: elaboração da pergunta
norteadora; estabelecimento de descritores; identificação e seleção dos artigos pelos critérios de
inclusão/exclusão; caracterização dos estudos; análise e discussão a respeito do processo de formação do

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enfermeiro para o desenvolvimento de habilidades gerenciais na APS e síntese do conhecimento dos artigos
analisados(15). Este processo foi ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Fluxograma com as etapas do percurso metodológico. Sobral, CE, Brasil, 2017.

Revisão integrativa

Elaboração da
Análise dos artigos
pergunta norteadora

Caracterização dos Estabelecimento dos


estudos descritores

Estabelecimento dos
critérios de
inclusão/exclusão

Realizou-se o cruzamento dos três descritores selecionados nas bases MEDLINE, LILACS e BDENF sendo
adotado como combinação “Estratégia Saúde da Família” AND “Educação em Enfermagem” AND “Gestão em
saúde”, obtendo-se uma amostra de 319 artigos. Já em relação à busca na PUBMED, o cruzamento dos descritores
“family health strategy, nurse education e health management” gerou um total de 31 artigos. Vale ressaltar que
em toda a busca se usou o operador booleano AND entre os descritores nas bases consultadas.
Os critérios de inclusão definidos para a seleção das produções científicas foram: artigos disponíveis na
íntegra em formato eletrônico que retratassem a temática estudada nos últimos 10 anos (2007 a 2017) no idioma
português e inglês. Como critérios de exclusão foram considerados: documentos técnicos, resumos de congressos,
anais, editoriais, revisões da literatura, dissertações e teses de doutorado. Assim, após a utilização dos filtros,
resultaram 350 artigos.
Dessa forma, foram pré-selecionados um total de 24 artigos por meio da leitura dos títulos e resumos, os
quais foram, posteriormente, submetidos à leitura na íntegra a fim de verificar a adequação aos critérios de
inclusão. O resultado desse processo foi ilustrado na Figura 2.
A análise dos achados foi realizada a partir da leitura minuciosa das produções com o intuito de constatar
a aderência ao objetivo da presente pesquisa, obtendo-se 14 artigos para análise. Assim, para facilitar a análise
do conteúdo das produções foi utilizado um instrumento de coleta de dados (Quadro 1) criado pelos autores com
o objetivo de construir um banco de dados de fácil acesso.
Para avaliação crítica dos estudos, identificou-se a classificação do tipo de evidências das pesquisas,
classificados como: Nível I. Evidências oriundas de revisão sistemática ou meta-análise de todos relevantes ensaios
clínicos randomizados controlados ou provenientes de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de
ensaios clínicos randomizados controlados; Nível II. Evidências derivadas de pelo menos um ensaio clínico

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randomizado controlado bem delineado; Nível III. Evidências obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem
randomização; Nível IV. Evidências provenientes de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; Nível
V. Evidências originárias de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; Nível VI. Evidências derivadas
de um único estudo descritivo ou qualitativo; Nível VII. Evidências oriundas de opinião de autoridades e/ou
relatório de comitês de especialistas(16).

Figura 2: Distribuição dos artigos selecionados nas bases de dados para análise após
leitura na íntegra. Sobral, CE, Brasil, 2017.

Base de dados

LILACS MEDLINE BDENF PUBMED

Encontrados Encontrados Encontrados


Encotrados 45
242 32 31

Pré-
Pré- Pré- Pré-
selecionados
selecionados 2 selecionados 7 selecionados 4
11

Excluídos 4 Excluídos 2 Excluídos 2 Excluídos 2

Incluídos 7 Incluídos 0 Incluídos 5 Incluídos 2

Em seguida, a análise e síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma descritiva, o que
permitiu examinar e classificar os dados. Destacou-se a apresentação dos resultados e sua análise discursiva que
objetivaram reunir o conhecimento motivado sobre o tema referido nesta revisão integrativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Quadro 1 apresenta os 14 artigos elencados contemplando suas características segundo título, nível de
evidência, autores, ano, periódico, objetivo, delineamento metodológico, amostra e resultados.

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Quadro 1: Caracterização das produções científicas selecionadas para o estudo, quanto ao título, nível de evidência, autores, ano, periódico, objetivo, delineamento metodológico, amostra e
resultados. Sobral, CE, Brasil, 2017.
TÍTULO / NÍVEL DE EVIDÊNCIA / AUTORES / DELINEAMENTO METODOLÓGICO
OBJETIVO RESULTADOS
PERIÓDICO / ANO / AMOSTRA
Na dimensão gerencial o enfermeiro exerce funções
Processo de trabalho e competências Identificar as dimensões do processo de
Pesquisa descritiva que utilizou a administrativas e mobiliza competências gerais e específicas
gerenciais do enfermeiro da Estratégia saúde trabalho do enfermeiro em uma unidade da
técnica de observação não para a realização das suas atividades. A Educação
da família / VI / De Paula M, Maris PA,
(17) ESF e correlacionar as competências
participante durante 160 horas de Permanente em Saúde (EPS) aparece como competência
Elizabeth B, Eduardo EA, Macagi STS / Revista necessárias para o desenvolvimento de
trabalho de quatro enfermeiros gerencial que articula os saberes com os profissionais que
RENE / (2013) atividades gerenciais
compõem a equipe e os usuários do sistema
Coordenação de unidades de saúde da Os resultados demonstraram desafios e qualidades que
Estudo descritivo com abordagem
família por enfermeiros: desafios e Analisar a coordenação das Unidades de compõem o trabalho dos enfermeiros coordenadores.
qualitativa realizado com oito
potencialidades(18) / VI / Melo RC, Machado Saúde da Família (USF) realizada por Como uma das dificuldades a formação acadêmica foi
enfermeiros da rede de atenção
ME / Revista Gaúcha de Enfermagem / enfermeiros apontada como insuficiente para dar conta da coordenação
básica de Porto Alegre/RS
(2013) de uma USF
Relato de experiência a partir de O exercício do PES permitiu aos estudantes desenvolver
O planejamento estratégico situacional no
Analisar a aplicação do planejamento reflexões sobre a implementação competências de comunicação, liderança, tomada de
ensino da gestão em saúde da família(19) / VII
estratégico situacional (PES) como ferramenta das etapas do planejamento decisões e administração e gerenciamento, além de
/ Kleba ME, Krauser IM, Vendruscolo C /
de gestão na saúde coletiva estratégico situacional nas promover maior aproximação entre atores do ensino e do
Texto e contexto Enfermagem / (2011)
unidades selecionadas serviço
A função gerencial do enfermeiro na Pesquisa qualitativa com O enfermeiro assume o papel de gerente, coordenando o
Compreender e analisar os limites e as
Estratégia Saúde da Família: limites e participação dos profissionais de trabalho das Unidades de Saúde da Família e dos membros
possibilidades do processo de trabalho
possibilidades(20) / VI / Jonas LT, Rodrigues duas equipes de Saúde da Família da equipe, olhando não só para o trabalho da Enfermagem
gerencial do enfermeiro na equipe do
HC, Resck ZMR / Revista de Atenção Primária do município de Alfenas-MG, e dos Agentes Comunitários de Saúde, mas ampliando este
Programa Saúde da Família
à Saúde / (2011) totalizando 15 sujeitos olhar para toda equipe multiprofissional.
Estudo qualitativo. Participaram
Educação permanente em saúde:
Analisar a participação dos enfermeiros das oito enfermeiros, sendo dois deles Os resultados apontam para uma grande associação por
construções de enfermeiros da Estratégia
Unidades de Saúde da Família de Itajuípe, atuantes em programas parte dos profissionais de saúde da EPS com os processos
Saúde da Família(21) / VI / Santos AR,
Bahia, nas ações de Educação Permanente em específicos na Unidade Básica de de educação voltados para as necessidades da população e
Coutinho ML / Revista Baiana de Saúde
Saúde desenvolvidas no município. Saúde e os demais são não para o universo do processo de trabalho em saúde
Pública / (2014)
responsáveis pelas USF
Refletir sobre os movimentos de mudança na A formação acadêmica do enfermeiro sofreu modificações
Sistema Único de Saúde e da Família na
graduação em Enfermagem, enfatizando a ao longo dos anos com a nova realidade sócio-sanitária do
formação acadêmica do enfermeiro(22) / VII /
preparação profissional para atender a atual Estudo Reflexivo País. Porém, há a necessidade de mudanças efetivas nos
Costa RKS, Miranda FAN / Revista Brasileira
conformação do setor saúde, a partir da currículos como forma de intervir na reorganização do
de Enfermagem / (2009)
consolidação do SUS/ESF. modelo assistencial

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Quadro 1: Caracterização das produções científicas selecionadas para o estudo, quanto ao título, nível de evidência, autores, ano, periódico, objetivo, delineamento metodológico, amostra e
resultados. Sobral, CE, Brasil, 2017.
TÍTULO / NÍVEL DE EVIDÊNCIA / AUTORES / DELINEAMENTO METODOLÓGICO
OBJETIVO RESULTADOS
PERIÓDICO / ANO / AMOSTRA
O enfermeiro na ESF desenvolve atividades relacionadas aos
A prática gerencial do enfermeiro no PSF na
campos de assistência, gerência, assim como formação. É
perspectiva da sua ação pedagógica Contribuir com a reflexão acerca do fazer
em uma perspectiva multidimensional que deve ser
educativa: uma breve reflexão(23) / VI / Bôas gerencial do enfermeiro no PSF, articulando a Estudo qualitativo reflexivo.
entendida as atribuições, ações do profissional de
LMFMV, Araújo MBS, Timóteo RPS / Ciência ação pedagógica/educacional.
Enfermagem, sendo necessário uma visão mais ampla, que
e Saúde Coletiva / (2008)
seja capaz de atender aos novos arranjos e desafios no SUS.
Gestão do trabalho em unidades básicas de Estudo descritivo-exploratório, de Os enfermeiros apresentaram várias atividades na UBS além
saúde(8) / VI / Celedônio RM, Fé MCM, Analisar a gestão do processo de trabalho dos abordagem qualitativa realizado do gerenciamento, tendo sobrecarga de trabalho, o que
Mendes AHL, Mendes AHL, Chaves TLF / gerentes das Unidades Básicas de Saúde em oito Centros de Saúde da pode gerar tanto insatisfação por parte dos profissionais
Revista de Enfermagem da UFPE / (2017) Família, com oito enfermeiros como prejudicar o serviço assistencial.
Exercício da liderança do enfermeiro na
Conhecer o exercício da liderança do
Estratégia Saúde da Família(24) / VI / Lima FS, Estudo qualitativo, descritivo e Evidenciou-se que o enfermeiro, enquanto líder é visto
enfermeiro na ESF, bem como as dificuldades
Amestosy SC, Jacondino MB, Trindade LM, exploratório realizado com 12 como um exemplo a ser seguido, responsável por contribuir
e estratégias adotadas pelos enfermeiros para
Silva CN, Fuculo Junior PRB / Revista de enfermeiros da ESF de Pelotas, RS com a motivação da equipe.
liderar.
Pesquisa: Cuidado é fundamental / (2016)
O uso de indicadores como ferramenta de Verificar o uso dos indicadores de saúde no Pesquisa descritiva com Os indicadores são concebidos como uma possibilidade
gestão na estratégia saúde da família / VI /
(25) cotidiano do trabalho de enfermeiros abordagem qualitativa realizada para o planejamento e avaliação das ações em saúde na
Paes LG, Bellato TMS, Machado BP, Lima SBS gerentes da ESF, em um município de Santa com treze enfermeiros gerentesda ESF, embora tenha se evidenciado certo distanciamento
/ Revista de Enfermagem da UFSM / (2015) Catarina, Brasil. ESF entre a teoria e prática.
Os resultados da pesquisa apontaram predomínio no estilo
Relacionar as atividades desenvolvidas pelos
Estilos de liderança dos enfermeiros que de liderança “Determinar”, de forma que os enfermeiros
enfermeiros que atuam em Unidades Básicas
atuam na estratégia de saúde da família / (26) Pesquisa quantitativa e utilizam mais frequentemente uma liderança diretiva, em
de Saúde em um município do Sul do Brasil
VII / Costa SEM, Peres AM, Bernardino E, exploratória com nove unidades que se destaca uma supervisão mais atenta sobre os
com os principais estilos de liderança
Sade PMC / Revista Ciência, Cuidado e Saúde com 17 enfermeiros liderados, com nível de maturidade de baixo a moderado,
situacional propostos pelo modelo de Hersey
/ (2015) que requer destes o desenvolvimento das atividades a
e Blanchard.
partir de orientações específicas dadas pelo líder.
Enfermeiros coordenadores de equipe do Os resultados mostraram que maioria deles é mulher
programa saúde da família: perfil Caracterizar o perfil profissional dos Estudo descritivo de abordagem (97,9%); que raramente realizam territorialização e
profissional(27) / VI / Rocha BS, Munari DB, enfermeiros do PSF que atuam na quantitativa realizado com 94 mapeamento em suas áreas de abrangência e que os
Bezerra ALQ, Melo LKA / Revista de coordenação da equipe. enfermeiros do PSF profissionais sob sua supervisão raramente realizam
Enfermagem da UERJ / (2009) atividades de educação em saúde por iniciativa própria.

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Quadro 1: Caracterização das produções científicas selecionadas para o estudo, quanto ao título, nível de evidência, autores, ano, periódico, objetivo, delineamento metodológico, amostra e
resultados. Sobral, CE, Brasil, 2017.
TÍTULO / NÍVEL DE EVIDÊNCIA / AUTORES / DELINEAMENTO METODOLÓGICO
OBJETIVO RESULTADOS
PERIÓDICO / ANO / AMOSTRA
Evaluation of an interactive web-based Evidenciou-se uma deficiência do ensino no curso de
nursing course with streaming videos for Relatar uma experiência de estudantes de Enfermagem, incluindo a incapacidade dos alunos para
medication administration skills(28) / VI / enfermagem com novas estratégias de ensino Pesquisa qualitativa, estudo misto compreenderem os procedimentos como um todo e
Sowana AK, Idhailba JA / Rev. Families, em Enfermagem. currículo fragmentado, impedindo uma aprendizagem
Systems & Health / (2014) baseada em problemas.
The participant’s perspective: learning from
an aggression management training course Na prática os enfermeiros são continuamente desafiados a
Explorar e descrever, do ponto de vista da
for nurses. Insights from a qualitative lidarem com o impacto emocional, sendo importante
enfermeira o aprendizado obtido com o Estudo qualitativo descritivo
interview study(29) / IV / Birgit HRN, fortalecer a capacidade de gerir situações, promovendo
atendimento ao gerenciamento de agressões.
Breimaier HERN, Halfens RJG, Jos MGA, Hahn habilidades de enfrentamento e resiliência.
S / Scand J CaringSci / (2016)

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Embora nem todos os artigos levantados e estudados possam ser considerados efetivamente acerca da
formação do enfermeiro para habilidades gerenciais no âmbito da ESF, os resultados evidenciaram também
importantes e diferentes aspectos entre si nos modos das práticas de gestão deste profissional nos serviços de
saúde.
A partir desta evidência, julgou-se necessário, para este estudo, apresentar uma categoria sobre o processo
de trabalho do enfermeiro gestor antes de reunir as produções que enfatizam, de forma mais direta, a formação
do enfermeiro para o desenvolvimento de habilidades gerenciais.
Assim, para discutir o tema de forma mais fundamentada, identificamos três categorias temáticas, a saber:
“Processo de trabalho do enfermeiro gestor: ferramenta potente para operar nas práticas de saúde”, “Educação
Permanente em Saúde como estratégia de qualificação da prática gerencial do enfermeiro” e “Atividades
gerenciais em Enfermagem: reflexos dos processos formativos”, as quais serão abordadas e discutidas a seguir.

Processo de trabalho do enfermeiro gestor: ferramenta potente para operar nas práticas de saúde
Como dito, esta categoria apresenta-se como extra pelo fato de julgarmos pertinente abordar os desafios
e potencialidades do trabalho do enfermeiro gestor, para dar maior sustentação às discussões fomentadas na
terceira categoria referente aos processos formativos e por estes aspectos terem se destacado de forma
significativa nas produções analisadas.
No Brasil, as atividades da dimensão gerencial possuem destaque no processo de trabalho do enfermeiro
e visam garantir a qualidade da assistência de Enfermagem, assim como o bom funcionamento das Unidades de
Saúde da Família(17).
Pesquisadores apontam a atividade gerencial como uma prática dinâmica, complexa e que requer
habilidades com capacidade de análise crítica e de tomada de decisão, além da capacidade de diálogo, visando
estabelecer vínculos tanto entre os membros da equipe, quanto entre os agentes do cuidado e os usuários dos
serviços(30).
Nesse contexto, a atuação do enfermeiro como gestor está se tornando uma atividade muito frequente,
sendo esta regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem, o qual estabelece atribuições de chefia,
planejamento, organização, coordenação e avaliação dos serviços de Enfermagem como um dos principais
instrumentos para o exercício gerencial do enfermeiro(8).
Dessa forma, entre tais práticas de gestão, autores descrevem o planejamento como essencial para o
desenvolvimento de uma ação, as quais serão realizadas por enfermeiros na rotina dos serviços de saúde com
ênfase na ideia de que estes profissionais possam realizar simultaneamente atividades de cuidado e
gerenciamento(31).
Assim, pesquisadores revelam que o enfermeiro é reconhecido como o profissional que mais detém
informações sobre o funcionamento dos serviços, sendo constantemente requisitado para esclarecer e resolver
situações no decorrer da assistência(32). Então, como uma de suas prerrogativas profissionais, o gerenciamento da
equipe e dos serviços de Enfermagem têm aproximado o enfermeiro do papel de gerenciar unidades de saúde.
Corroborando com tais assertivas, um estudo recente mostra a unanimidade de enfermeiros exercendo
cargos de gerente e coordenador nos oito Centros de Saúde da Família analisados pela pesquisa, constituindo-se

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como um agente articulador das ações desenvolvidas pela equipe e organizador do cuidado(8). Outro estudo revela
que das 108 UBS estudadas no estado do Paraná, 107 eram gerenciadas por enfermeiros(9).
Autores relacionam este aspecto com o fato de que os mesmos tenham uma grande apropriação dos
saberes e práticas nos campos da Saúde Pública e da Saúde Coletiva, em especial da APS. Outra questão
determinante a ser considerada é o longo tempo de atuação dos enfermeiros em um mesmo território,
proporcionando um amplo conhecimento deste e o estabelecimento de vínculo com a comunidade. Além disso,
um terceiro aspecto provavelmente se justifique pelo baixo valor pago pelo cargo de gerente, sendo o mercado
de trabalho em Enfermagem cerceado por uma política de baixos salários e isso, talvez, gere a maior adesão de
enfermeiros ao cargo em relação a outras profissões da saúde(15).
A legislação que regulamenta a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)(33) não apresenta, como
competência do enfermeiro, o gerenciamento da unidade, mas atribui a ele a participação dos processos
gerenciais para o funcionamento desta, enquanto que os participantes de um estudo sobre a função gerencial do
enfermeiro atribuem a este profissional o exercício de funções de gerente do serviço.
Mesmo com a revisão e mudanças nas diretrizes da nova PNAB, as atribuições do enfermeiro na APS
permanecem, como o ato de planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de
Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde e Agente Comunitário de Endemias em conjunto com os outros
membros da equipe, mas não destinam os enfermeiros como os responsáveis gerenciais da unidade(34).
Portanto, é necessário aproveitar essa condição para se posicionar e conquistar maior espaço no mercado
de trabalho, além de caminhar em busca do reconhecimento e valorização profissional, principalmente no nível
da APS, em que os espaços de atuação têm-se consolidado para o enfermeiro e crescido progressivamente(20).
Diante disso, o grande desafio dos enfermeiros gestores é a necessidade de rever sua prática diante de
novos paradigmas, sendo indispensável repensar os processos de trabalho, bem como adotar metodologias,
instrumentos e conhecimentos diferentes dos atualmente instituídos(23).
Para isso, um estudo sugere que a gestão desses processos deve ser compartilhada, uma cogestão,
propiciando a construção dos projetos de forma participativa, a fim de não sobrecarregar o trabalho do
enfermeiro. Nessa perspectiva, este estudo reflete sobre estes aspectos que perpassam o trabalho deste
profissional na ESF, pois a partir da compreensão de suas reais atribuições e potencializando a participação dos
membros da equipe, o enfermeiro poderá minimizar sua sobrecarga de trabalho e destinar esforços para
fortalecer a atenção à saúde(24).
Esta afirmação corrobora com um estudo de revisão sobre as práticas de Enfermagem no contexto da APS,
o qual mostra que os enfermeiros desenvolvem ações de cuidado e gerenciamento, muitas vezes
simultaneamente, para que sejam vistos como indivíduos polivalentes na equipe. No entanto, os autores sugerem
que as ações de gestão devem ser conjuntamente realizadas por toda a equipe de saúde para que os enfermeiros
não realizem atividades que são uma responsabilidade de outros profissionais(31).
Nessa perspectiva, ao coordenar a equipe da ESF, o enfermeiro tem a atribuição de incentivar o trabalho
coletivo para efetivar o trabalho em equipe, atingir a produtividade máxima e um nível de qualidade de serviço
em saúde. Porém, nem sempre é considerado habilidade e formação acadêmica adequada para exercer essa
função(27).

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Dessa forma, pesquisadores revelam que a falta de formação específica pode ser considerada uma
dificuldade para o gerenciamento, principalmente no que concerne ao conhecimento com relação ao processo
decisório e que o desenvolvimento gerencial, definido a partir de um modelo assistencial centrado no cuidado,
contribui na redefinição do papel gerencial, necessitando, porém, da adoção de uma abordagem dialética durante
a análise das organizações(30).
Diante desse desafio, um estudo menciona a Educação Permanente em Saúde (EPS) como uma estratégia
inovadora de promover a qualificação dos profissionais de saúde de forma a suprir as deficiências e lacunas
existentes na formação no que concerne aos processos gerenciais dos enfermeiros(21). Assim, o papel do
enfermeiro gestor deve ser promovido e fortalecido não apenas na formação de forma exclusiva, mas como
processo de educação permanente no cotidiano, a partir das demandas da vida profissional.

Educação Permanente em Saúde como estratégia de qualificação da prática gerencial do enfermeiro


Esta categoria surgiu diante da evidência constatada, nos estudos selecionados, da necessidade imediata
de investimentos na qualificação das equipes e dos gestores, onde os estudos apontam a EPS como eixo
estratégico para o fortalecimento dos mecanismos de gestão e controle social orientado pelo compromisso com
a saúde dos usuários(17,21,23-25).
Nesse contexto, pesquisadores enfatizam que a EPS se apresenta como uma proposta de ação estratégica
capaz de contribuir para a transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de saúde e para a
organização dos serviços, empreendendo um trabalho articulado entre o sistema de saúde, em suas várias esferas
de gestão, e as instituições formadoras(35).
Nessa perspectiva, estudiosos mostram que a debilidade dos currículos da graduação no que concerne à
atuação na APS tem motivado os profissionais enfermeiros a buscarem especialização múltipla e isto tem
fomentado um dilema de identidade, levando os diversos profissionais a uma indefinição de papéis, influenciados
pela formação de especialista, além do trabalho fragmentado e precarizado(32).
Diante desta fragilidade, alguns autores defendem o uso de novas estratégias de ensino que venham
potencializar a aprendizagem do estudante de Enfermagem, sendo atribuído uma ênfase à mudança do papel dos
alunos para se tornarem mais independentes, de forma a ressaltar o ensino inovador como estratégia
fundamental para a transformação da educação(28).
Uma pesquisa aponta que os enfermeiros, em seus espaços de trabalho, sentem a necessidade de uma
educação permanente por, muitas vezes, encontrarem dificuldades e limitações nas atividades cotidianas e por
necessitarem de atualizações periódicas para uma prática efetiva, com maior resolubilidade e compartilhamento
entre os coletivos de trabalho. Assim, pode-se afirmar também que a EPS é a proposta mais apropriada para
trabalhar a construção do novo modo de operar o sistema de saúde brasileiro, uma vez que permite articular
gestão, atenção e formação para o enfrentamento dos problemas de cada equipe de saúde(21).
Dessa forma, autores afirmam que a EPS favorece a Enfermagem pelas características de seus instrumentos
básicos, visto que sua prática necessita de domínios e competências, os quais se baseiam na comunicação, na
observação, na aplicação de princípios científicos, na destreza manual, no planejamento, na avaliação, no trabalho
em equipe e na utilização de recursos da comunidade(36-37).

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Dada a importância da EPS para a reorientação do modelo de atenção à saúde e da ESF para a consolidação
do SUS, é mister o conhecimento acerca das maneiras que os enfermeiros têm usado essa ferramenta para a
melhoria de seu processo de trabalho nas unidades, bem como para a reorientação do modelo de atenção e
gestão(21).
Então, a partir da leitura das produções científicas selecionadas para esta revisão, fica evidente a
necessidade e importância da EPS como ferramenta que possibilita melhorias no processo de trabalho, de forma
a oferecer uma dimensão substancial para caracterizar tal relevância, mas vale aqui ressaltar o cuidado que os
profissionais e gestores devem ter em associar a EPS com atividades de caráter meramente atualizador,
desconsiderando, uma das prerrogativas da EPS, que é a problematização da realidade vivenciada pelas equipes
de saúde.
A partir do exposto nesta categoria, é imprescindível que na atualidade, gestores e gerentes estejam
inseridos num arrojado processo de EPS para que possam administrar, com competência, todos os processos que
compreendam a gestão do cuidado em saúde com a finalidade de garantir uma prática mais integral, autônoma e
resolutiva para o exercício de uma gerência efetiva frente às suas ações e responsabilidades(37).

Atividades gerenciais em Enfermagem: reflexos dos processos formativos


Foi possível inferir, de acordo com a literatura consultada que, para realizar um bom gerenciamento, o
enfermeiro tem de aproximar-se da essência de seu trabalho, o cuidado, e compreender seu processo como um
conjunto de ações voltadas para o atendimento das necessidades de saúde dos usuários que engloba todas as
atividades assistenciais e gerenciais. Assim, entendeu-se que o enfermeiro precisa ter, em sua formação, os
enfoques articulados, para que não ocorra cisão das atividades assistenciais e gerenciais na prática profissional(20).
Porém, como foi visto nas categorias anteriores, a educação dos profissionais de saúde tem sido criticada
por não estar voltada às necessidades de saúde da sociedade. A maioria dos profissionais tem uma formação
densa no campo biomédico e clínico, mas pequena formação em Ciências Sociais e Humanas, o que reduz suas
habilidades em manejar questões políticas, sociais, culturais e econômicas, exigidas pela gerência(22).
Autores corroboram quando revelam que as teorias administrativas, historicamente mais conhecidas e
cujos conhecimentos estão presentes no cotidiano da Enfermagem são utilizadas de forma pouco crítica e
reflexiva, determinando, frequentemente, ações reducionistas. Entre as principais características desses modelos
destacam-se a fragmentação do trabalho com separação entre concepção e execução, o controle gerencial do
processo de produção associado à rígida hierarquia, a racionalização da estrutura administrativa, a impessoalidade
nas relações interpessoais e a ênfase em sistemas de procedimentos e rotinas(10).
Nesse contexto, são escassas as oportunidades de aprender como direcionar os poderes sociais,
econômicos e políticos que interferem no setor saúde. Além disso, os centros formadores parecem estar distantes
dos espaços de tomada de decisões acerca da provisão dos serviços e das políticas de saúde(30).
Estudos realizados no Brasil discutem essa questão e evidenciam a limitação dos enfermeiros
coordenadores da ESF no que diz respeito à formação específica para assumir atividades gerenciais, além de
desafios deste profissional por se tratar de um papel ainda em construção. Diante disso, a formação em

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Enfermagem deve buscar sua reordenação, promovendo a formação de profissionais que dialoguem com as
rápidas transformações da sociedade contemporânea(18).
Mesmo com limitações referentes à formação no campo da gestão, a equipe de saúde compreende o
enfermeiro como um elemento significativo na rede de relações e interações, sendo visualizado como mediador
e como uma liderança. Ainda, os enfermeiros da ESF desempenham uma atuação importante junto à equipe de
saúde, disponibilizando suporte clínico no planejamento do cuidado e gerencial da unidade de saúde ao contribuir
para o estabelecimento de boas relações, direcionar as atividades da equipe e conduzir o fluxo de informações(24).
Neste sentido, autores também corroboram quando revelam que os profissionais de Enfermagem são
perpetuamente desafiados a lidarem com o impacto emocional, sendo importante fortalecer a capacidade de
gerir diversas situações, promovendo habilidades de enfrentamento e resiliência(29).
Estudiosos reiteram que tal fato se dá pelo diferencial que o enfermeiro tem em relação às demais
profissões de saúde: que é o conhecimento de administração em sua formação de aproximadamente 25% dos
conteúdos ministrados durante o curso(20).
Assim, as competências específicas da dimensão gerencial do trabalho do enfermeiro se constroem durante
a formação, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais exigem, e são desenvolvidas nas experiências
cotidianas(30). Com efeito, a formação e a prática profissional do enfermeiro devem transitar entre as dimensões
do processo de trabalho, para construir caminhos no desenvolvimento de competências, com maior interação
ensino e serviço(5,16).
Nessa perspectiva, estudos apontam para a necessidade de as instituições de ensino definirem um Projeto
Político-Pedagógico (PPP), no qual estejam envolvidos universidades, serviço, comunidade, o que vem sendo
fortalecido pela política interministerial que visa a mudança na formação em saúde, em todos os níveis. Esta deve
ter como premissa a formação de profissionais com perfil necessário para o atendimento às demandas e às
necessidades de saúde da população(23).
Com este propósito, autores relatam uma experiência de planejamento estratégico situacional, a qual
estabeleceu, em seu PPP, a gestão como um dos eixos condutores do curso ao lado da promoção da saúde e do
cuidado holístico. Neste sentido, conteúdos de gestão são trabalhados ao longo do curso como temas transversais
das práticas de cuidado, de forma a promover no estudante o reconhecimento do planejamento como
componente essencial do cuidado em saúde, bem como de seu papel na liderança como membro da equipe
multiprofissional. O PPP do curso salienta a relevância do domínio dos instrumentos da gestão para consolidar a
autonomia da profissão, capaz de dialogar com outros trabalhadores e interferir nos rumos da saúde nas várias
instâncias(19).
A literatura é vasta ao sinalizar a necessidade de contínua atualização dos processos de gerência
empregados no ensino e formação em Enfermagem. A forma de organização do trabalho em saúde deve superar
a lógica da produção sistemática e pouco reflexiva, ou seja, a superação do modelo Taylorista de produção e
incluir, de forma criativa, a triangulação das teorias na coprodução do trabalho em saúde(18,30).
Diante dessa premissa, um estudo sugere o investimento em pesquisas que indiquem as limitações e
dificuldades pelas quais passa o enfermeiro coordenador de equipes na ESF, principalmente considerando as
diferenças regionais, além da aplicação de estratégias de ensino inovadoras que possam desenvolver o enfermeiro

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gerente e melhorar sua atuação no que tange às habilidades de administração. Esse conhecimento pode agregar
um conjunto de diretrizes para guiar o processo de formação dos enfermeiros para que sejam, de fato, agentes
de mudança e consolidação da política nacional de saúde(23).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, é possível afirmar que há evidências científicas que enfatizam a importância da
dimensão gerencial dentro do processo de formação do enfermeiro. Contudo, verifica-se que os profissionais têm
uma formação densa no campo biomédico, mas ainda incipiente em Ciências Sociais, Relações Humanas,
Burocráticas e Comportamentais, abrindo lacunas para o exercício de uma gerência efetiva.
Mesmo com tais debilidades na formação, o estudo permitiu inferir que o enfermeiro é considerado o
profissional mais direcionado para exercer cargos gerenciais e, a partir disso, os mesmos emanam a necessidade
de busca de aperfeiçoamento no campo da gestão.
Logo, essa procura por capacitações, especializações e estudos para desenvolvimento de competências
como gerente é verificado quando os enfermeiros já ocupam cargo de gestão por meio, muitas vezes, da EPS, o
que deveria ser uma continuidade e complementaridade da formação do profissional, e não um processo
formador de enfermeiros gestores.
Dessa forma, se faz relevante pensar que a lógica da formação em Enfermagem deve estar pautada na
produção do trabalho gerencial de forma crítica-reflexiva integrando e relacionando as teorias de ensino em saúde
com o fazer profissional nos campos de prática, de forma transversal, ao longo de toda a graduação em
Enfermagem. Além disso, percebe-se a importância de introduzir e estimular o uso de estratégias de ensino que
potencialize o papel do estudante para uma prática mais independente, de forma a promover a aquisição de
empoderamento gerencial em busca de um fazer mais eficaz, resolutivo e eficiente.
Assim, o produto deste processo formativo resultará em um profissional com habilidades de gestão capaz
de suprir as atuais demandas de saúde da população de acordo com as rápidas transformações epidemiológicas
e demográficas que vivenciamos neste País.
Por fim, diante de uma literatura vasta acerca das competências gerenciais e formação neste contexto,
torna-se fundamental a progressão contínua de pesquisas nesta área para fornecer apoio aos centros formadores
no reconhecimento e identificação dos desafios e fatores limitantes, a fim de que estes sejam enfrentados e
superados para incorporação de novas estratégias de formação que potencialize o enfermeiro gestor, a partir da
articulação indissociável entre gerenciamento e assistência na APS.

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