TCC 2017 2 RafaelLucian
TCC 2017 2 RafaelLucian
TCC 2017 2 RafaelLucian
RECIFE
2018
RAFAEL LUCIAN MARTINS DE LIMA
RECIFE
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
RAFAEL LUCIAN
APROVADO POR:
_____________________________________
PROF. ADRIANO DAYVSON MARQUES FERREIRA, MsC.
_____________________________________
PROF. LUCIETE ALVES BEZERRA, DsC.
_____________________________________
PROF. JOSÉ CLAUDINO LIRA JUNIOR, DsC.
_____________________________________
PROF. EDWIN ALTHOR JURGEN NIELING LUNDGREN, DsC.
AGRADECIMENTOS
A minha família por estar sempre me apoiando, em especial a minha noiva que
sempre me acalmou nos momentos mais difíceis.
The pressure field of a vessel is very important, since it shows the places where
there are the highest and lowest pressure values and consequently the places that
have suffered the greatest forces. In general, the pressure is maximum at the bow and
decreases around the hull and increases again near the stern where there is the
propeller and the rudder, but this increase depends on whether the boat has a
propulsive system or rudder. This work has as main objective to obtain the pressure
field of a bidirectional boat without rudder moved by kite so that the structural analysis
can be carried out. This is a model of boat that has neither propeller nor rudder in the
water. As the hull already exists it is possible to understand its operation and the places
where it will suffer the most with the forces. For this study the Ansys simulation program
was selected to obtain the fields and to simulate what the forces will do in the structure.
Performing these analyzes can be seen if the hull has a thickness and consequently a
necessary weight to use safely ensuring that the structure will not fail.
ρ Densidade
Γ Coeficiente de difusão
𝑆Ф Termo fonte
dA Diferencial de área
dV Diferencial de volume
t Tempo
u Componente da velocidade na direção x
v Componente da velocidade na direção y
w Componente da velocidade na direção z
⃗
𝑉 Vetor velocidade
𝛻 Gradiente
𝛻² Operador Laplaciano
p pressão
μ Viscosidade dinâmica
𝞽 Tensão viscosa
k Energia cinética turbulenta
∊ Taxa de dissipação
{σ} Tensor tensões
{𝜀 𝑒𝑙 } Vetor de deformação elástica
{𝜀} Vetor deformação total
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 15
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 16
3.1 Dinâmica dos fluidos computacional ............................................................ 16
3.2 Fluido-Estrutura ............................................................................................ 23
3.3 Ansys ........................................................................................................... 24
3.3.1 Ansys SpaceClaim................................................................................. 25
3.3.2 Ansys CFX ............................................................................................. 25
3.3.3 Ansys Mechanical .................................................................................. 26
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 28
4.1 Equações Governantes ................................................................................ 28
4.1.1 Conservação da Massa ......................................................................... 29
4.1.2 Conservação do Momento ..................................................................... 29
4.2 Modelos de Turbulências ............................................................................. 30
4.2.1 Modelo de turbulência k-épsilon ............................................................ 30
4.2.2 Modelo de Turbulência k-w .................................................................... 31
4.2.3 Modelo de Turbulência SST .................................................................. 31
4.3 Tensor Tensão ................................................................................................. 32
4.4 Métodos Numéricos ......................................................................................... 33
4.4.1 Métodos dos Volumes Finitos ................................................................ 33
4.4.2 Métodos dos Elementos Finitos ............................................................. 34
5 METODOLOGIA ................................................................................................. 36
5.1 Geometria .................................................................................................... 36
5.1.1 Geometria Inicial .................................................................................... 36
5.1.2 Ajuste da Geometria .............................................................................. 37
5.2 Geometria no Ansys ..................................................................................... 38
5.3 Malha ........................................................................................................... 39
5.3.1 Tipo de Elemento................................................................................... 39
5.3.2 Teste de Qualidade da Malha ................................................................ 40
5.4 Condições de Contorno no Ansys CFX ........................................................ 41
5.5 Equações e parâmetros implementados no Ansys Cfx ................................ 42
5.6 Modelo de Turbulência Utilizado .................................................................. 43
5.7 Análise Estrutural ......................................................................................... 43
6 CASOS ESTUDADOS........................................................................................ 49
6.1 Esfera ........................................................................................................... 49
6.2 Rebocador.................................................................................................... 51
7 RESULTADOS ................................................................................................... 54
7.1 Erro na Simulação Usando o Ansys CFX do Barco Bidirecional .................. 54
7.2 Teste de convergência ................................................................................. 54
7.3 Resultados Obtidos para a Esfera ............................................................... 56
7.3.1 Caso com Velocidade de 2,5 m/s .......................................................... 57
7.3.2 Caso com Velocidade de 5 m/s ............................................................. 61
7.4 Resultados Obtidos para o Rebocador ........................................................ 65
7.4.1 Caso com velocidade de 2,5 m/s ........................................................... 66
7.4.2 Caso com Velocidade de 3,5 m/s .......................................................... 70
7.5 Resultados Obtidos para o Barco Bidirecional ............................................. 73
7.5.1 Simulação da Condição 1 ...................................................................... 73
7.5.2 Simulação condição 2 ............................................................................ 78
7.5.3 Simulação condição 3 ............................................................................ 80
7.5.4 Simulação da Condição 4 ...................................................................... 82
8 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 88
13
1 INTRODUÇÃO
mas muito necessários para uma boa análise. Agora computacionalmente o processo
também é complexo, mas conhecendo as condições de contorno e sabendo
representá-las em equações, a simulação poderá ser feita.
Esse estudo pode ser dividido em 1 way ou 2 way. O 1 way são acoplamentos
unidirecionais, ou seja, informação viaja em apenas uma direção, já que apenas uma
física influência (ESSS, 2008). Ele pode ser usado desde que o carregamento do CFD
não cause deslocamentos e ou deformação muito grandes na análise estrutural (LUIZ
AMARAL, 2016). O 2 way são acoplamentos bidirecionais, onde há uma troca de
informação continuamente entre a análise CFD e a análise estrutural até que o
resultado tenha convergido (ESSS, 2008). Para o caso estudado neste trabalho será
utilizado o 1 way, já que as deformações geradas pelo CFD são pequenas.
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
𝜕
∫ 𝜌Ф𝑑𝑉 + ∮ 𝜌Ф𝑽. 𝑑𝑨 = ∮ 𝛤Ф 𝛻Ф. 𝑑𝑨 + ∫ 𝑆Ф 𝑑𝑉 (1)
𝜕𝑡
𝑉 𝐴 𝐴 𝑉
17
onde:
Uma das grandes vantagens do seu uso é a redução dos custos e tempos para
analisar o objeto desejado, mas, em contrapartida podem existir erros de modelagem
e numéricos. Para escoamentos laminares o estudo é relativamente simples, mas já
para escoamentos turbulentos onde os movimentos são altamente caóticos que, em
geral é o que acontece na realidade é aumentado o nível de complexidade do estudo
e é necessário utilizar modelos de turbulências que existem como o K-epsilon, SST,
K-w.
Com o Ansys Mesh não é necessário informar esses pontos, as malhas são
geradas automaticamente. Sendo necessário a escolha da malha que será gerada e
o tamanho dos elementos. A malha pode ser classificada em:
18
Sabendo que a malha pode ser estruturada e não estruturada, ela também
pode ser uniforme, que são malhas cujos pontos estão uniformemente espaçados ou
não uniforme, que possuem espaçamentos variáveis entre os pontos. As malhas não
estruturas são usadas, em geral para a discretização de domínios com geometrias
complexas de forma mais direta do que seria com uma malha estruturada (FORTUNA,
2000).
No artigo (Ȧ et al., 2014) que trata sobre cálculos de superfície livre em torno
de modelo fixo foi feito um teste para saber se era melhor uma malha estruturada ou
não estruturada e foi percebido que os resultados da malha estruturada se mostraram
mais de acordo com os resultados experimentais, já o artigo (SOCIETY; SCIENCES,
2015) utilizou uma malha não estruturada de alta qualidade para obter os melhores
resultados. A malha híbrida foi utilizada no artigo (PAUL; PAUL, 2015) e foi a que
melhor obteve os resultados esperados. Essa análise usando CFD pode substituir
testes como os de reboques feitos em modelos de navios ou testes feitos em tuneis
de vento, gerando um menor custo para o estudo (JANSSEN; BLOCKEN; WIJHE,
2017).
20
Para uma boa concepção de uma prancha de kitesurf é necessário ter um bom
método de cálculo para saber se o modelo irá aguentar as cargas que sofrerá. Para
isso a sua geometria tem que está com o mínimo de simplificações possíveis e o seu
volume de controle tem que está com as suas condições de operações. Para análise
foram utilizados dois modelos, inicialmente o primeiro modelo foi utilizado com apenas
elementos, pensando como se fosse um navio esses elementos seriam como as vigas
do navio, isso foi feito para que pudesse ser investigado a influência da deformação
de cisalhamento e os efeitos locais. O segundo modelo foi considerando as faces
formadas por vários materiais diferentes tornando o modelo um sólido em três
dimensões (3D) com isso foi possível ver as cargas que a prancha sofreria (STEFANI;
SIEBERT, 2010). Esses elementos 2D e 3D mencionados no parágrafo podem ser
vistos na Figura 4.
21
mostre o que acontece com a resistência quando isso ocorre. Por isso que
pesquisadores vêm desenvolvendo métodos para saber o quão prejudicial são essas
bio-incrustações.
O uso de CFD é bastante amplo e até barcos não tradicionais podem ser
analisados para que ele tenha o melhor desempenho na sua função. Esses tipos de
embarcações podem ser chamadas Chudan Vallams, que são os barcos de serpentes
ícones da Kerala que é um dos 28 estados situados na Índia. Os barcos Chudan
Vallams são barcos de corridas, onde as corridas são parecidas como as que
acontecem em outros lugares do mundo como Canadá e Austrália. Esses barcos,
tipos serpentes são construídos seguindo as normas de Sthapathya Veda, um antigo
tratado para a construção de barcos de madeira. As dimensões desses barcos são:
comprimento varia de 30,48 metros até 42,06 metros, altura da popa 6,1 metros e a
parte frontal é afiada e longa, assemelhando a uma cobra. Na sua construção leva-se
pranchas de madeiras de 83 metros de comprimentos e de 0,1524 metros de larguras
cada. Isso pode ser visto em Subbaiah et al. (2015) onde eles estudaram esse barco
para ver a melhor forma que o casco deve ter, levando em conta a sua velocidade,
resistência, manobras e o padrão de ondas que irá sofrer.
3.2 Fluido-Estrutura
Essa análise fluido-estrutura ainda passa por algumas limitações, por exemplo,
a modelagem dessas cargas com perfeições. Como nas cargas existem variações, ou
seja, elas não têm os mesmos valores em toda superfície é necessário ter uma função
que as consigam representar. É muito importante ter uma boa modelagem numérica.
Essa modelagem tem que ser feita, pois, as classificadoras forneciam padrões de
construções que eram formulações baseadas em navios que conseguiram resistir bem
às cargas sofridas durante a sua vida de operação (KAR; SARANGDHAR; CHOPRA,
1970). Com o avanço da tecnologia o estudo de análise fluido-estrutura ficou mais
preciso com o uso do CFD e pode ser usado pelas classificadoras.
3.3 Ansys
As vantagens de utilizar uma ferramenta CAE como o ansys são (ESSS, 2014):
O Ansys CFX é uma ferramenta que utiliza o conceito do CFD. Através dele é
possível criar o fluxo em volta da embarcação com as condições desejadas. Nele o
corpo fica parado e o fluxo que tem movimento. Todo o conceito utilizado no CFD
como criação do volume de controle, condições de contorno é aplicado no Ansys CFX
(ANSYS, 2013a). A Fluido dinâmica computacional usa técnicas numéricas,
matemáticas e computacionais para simular processos físicos ou físico-químicos que
apresentam escoamento. Os resultados obtidos no CFX podem ser diversos como o
campo de pressões ou de velocidades, as linhas de corrente, que demonstram a
direção do fluxo. Como o Ansys CFX pode ser utilizado para análise fluido estrutura,
26
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑝 𝜕 2𝑢 𝜕 2𝑢 𝜕 2𝑢
𝜌( +𝑢 +𝑣 + 𝑤 ) = 𝜌𝑔𝑥 − + 𝜇 ( 2 + 2 + 2) (2)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑝 𝜕 2𝑣 𝜕 2𝑣 𝜕 2𝑣
𝜌( +𝑢 +𝑣 + 𝑤 ) = 𝜌𝑔𝑦 − + 𝜇 ( 2 + 2 + 2) (3)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑝 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤 𝜕 2𝑤
𝜌( +𝑢 +𝑣 +𝑤 ) = 𝜌𝑔𝑧 − +𝜇( 2 + + ) (4)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2
⃗
𝜕𝑉
𝜌 ⃗
= 𝜌𝑔 − 𝛻𝑝 + 𝜇𝛻²𝑉 (5)
𝐷𝑡
Essa equação garante que toda fluxo de massa que entra no sistema, deve
sair do sistema (FORTUNA, 2000).
𝜕𝜌
+ 𝛻(𝜌𝑉) = 0 (6)
𝜕𝑡
onde:
• ρ é a densidade do fluido;
• V é a velocidade.
onde:
𝜕(𝜌𝑘) 𝜕(𝜌𝑘𝑢𝑖 ) 𝜕 𝜇𝑡 𝜕𝑘
+ = [ ] + 2𝜇𝑡 𝐸𝑖𝑗 𝐸𝑖𝑗 − 𝜌 ∊ (10)
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑗 𝜎𝑘 𝜕𝑥𝑗
𝜕(𝜌 ∊) 𝜕(𝜌 ∊ 𝑢𝑖 ) 𝜕 𝜇𝑡 𝜕 ∊ ∊ ∊2
+ = [ ] + 𝐶1∊ 2𝜇𝑡 𝐸𝑖𝑗 𝐸𝑖𝑗 − 𝐶2∊ 𝜌 (11)
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑗 𝜎∊ 𝜕𝑥𝑗 𝑘 𝑘
onde:
Esse modelo foi originado ao mesmo tempo que k-épsilon e suas raízes podem
ser atribuídas a Kolmogorov, Prandtl, Saffman e Wilcox em colobaroção com outros
cientistas. A letra k representa a energia cinética turbulenta e w a taxa de dissipação
específica. Uma das diferenças desse modelo para o k-épsilon é que ele não exige
funções explicitas de amortecimento de parede (BARDINA; HUANG; COAKLEY,
1997).
onde:
Esses elementos formados pela divisão da geometria são ligados uns aos
outros por pontos, que são conhecidos por nós ou pontos nodais. O conjunto de todos
esses elementos ligados é conhecido como malha. Os resultados gerados pela
análise de elementos finitos através das equações governantes do problema é um
resultado aproximado e será mais preciso quando a malha possuir um formato, uma
quantidade de nós e elementos ideais para o problema (GIUSEPPE MIRLISENNA,
2016).
5 METODOLOGIA
5.1 Geometria
Fonte:(LUNDGREN, 2015).
37
• Comprimento: 4 m;
• Boca: 2 m;
• Calado para o peso leve: 0,246 m.
Fonte:(LUNDGREN, 2015).
Por questão de simplificação o casco foi considerado sem a sua parte curva de
cima, já que ela apenas aumentaria o tempo computacional e não influenciaria muito
no resultado, pois a densidade do ar é muito menor do que a água. Também foi
considerado a condição de simetria para a redução do tempo computacional. O
resultado dessas modificações pode ser visto na Figura 8.
38
5.3 Malha
No Ansys Mesh foi criada a malha. Pelo formato da geometria a malha que
melhor se adequa é a tetraédrica com um refinamento fino e ativada a função de
proximidade e curvatura para que ela adeque-se melhor ao corpo para assim se ter
uma solução mais precisa. O tipo de solução utilizada foi o FLUENT, já que ele melhor
descreve a camada limite quando o inflation está ativado. A função inflation foi ativada,
pois, existe a separação entre os dois fluidos, água e ar. Como existe a interação entre
dois fluidos, a malha do plano de flutuação foi mais refinada. A Figura 10 é uma
ampliação com corte na malha mostrando aonde se encontra o barco que está
circulado de vermelho.
40
Ѳ𝑚𝑎𝑥 − Ѳ𝑒 Ѳ𝑒 − Ѳ𝑚𝑖𝑛
max [ , ] (13)
180 − Ѳ𝑒 Ѳ𝑒
onde:
Através de (BO; ZUO-CHAO; MING, 2012; KIM et al., 2017; PAUL; PAUL, 2015;
SOCIETY; SCIENCES, 2015; WU et al., 2013) foi possível modelar as condições de
contorno que devem existir no volume de controle da embarcação. A Figura 11
representa as condições aplicadas abaixo:
Step é uma função que seu valor é 0 ou 1. Caso a conta realizada dentro dos
parênteses do step de VFar seja negativa o valor do step será zero, se por positiva o
step será 1.
Para calcular os novos calados foi utilizado a função fixar suporte presente no
Ansys Structural, onde foram selecionados 4 pontos de apoio, dois na proa e dois na
popa. A Figura 12 mostra os pontos selecionados e como o modelo é simétrico os
mesmos pontos foram selecionados na popa e proa. Depois de fixar os suportes foi
colocado a gravidade no casco e a pressão hidrostática. Como o material do casco é
feito de fibra de vidro e mdf e as suas características podem ser vistas na tabela 2 e
foram retiradas (CAI, 2006).
44
Fonte: (CAI,2006).
Para todas as simulações uma força de 600 Kg-f que é a força máxima para a
ruptura das linhas do kite é uma condição que foi simulada, mesmo sabendo que a
força máxima que o kite fará no barco será de 150 Kg-f e raramente exerce uma
maior(LUNDGREN, 2015). Essa força de 150 Kg-f também foi usada na simulação
para a condição menos extrema. Para realizar a simulação algumas restrições na
geometria eram necessárias. Essas restrições foram as seguintes:
proa:
• Deslocamento em y livre;
• Deslocamento em x e z = 0.
popa:
• Deslocamento em x livre;
• Deslocamento em y e z = 0.
6 CASOS ESTUDADOS
6.1 Esfera
A esfera é uma geometria simétrica com curvas suaves. Para o estudo de caso
foi utilizada uma esfera com um raio de 1 m. Foram feitas simulações para velocidades
começando de 1 m/s até 5 m/s variando 0,5 em 0,5 m/s. No Capítulo 7 serão apenas
mostradas duas velocidade, já que as simulações delas foram feitas com uma malha
de qualidade ótima. Foi considerado que o calado da esfera seria de 1 m.
• Largura 5 m;
• Altura 8 m;
• Comprimento 10 m.
50
Como pode ser visto a Figura 19 mostra o volume de controle com a malha
criada. A malha envolve todo o volume. Como foi usado a condição simetria apenas
se ver metade da esfera.
6.2 Rebocador
Para uma análise com uma geometria mais real foi escolhido um rebocador em
escala reduzida. Esse rebocador é o barco Lampião usado na competição do Duna.
Foram realizadas 20 simulações, mas serão apenas mostradas três, pois depois de
realizar o teste de convergência, as simulações tiveram uma demanda computacional
maior. O campo de pressões obtidos no rebocador será mais parecido com do barco
bidirecional. As dimensões do rebocador são as seguintes:
• Boca 0,3 m;
• Comprimento 1 m;
• Calado 0,08 m.
• Largura 2,5 m;
• Altura 4 m;
• Comprimento 5 m.
52
7 RESULTADOS
Esse teste foi realizado para análise do rebocador em escala reduzida em CFD
e a esfera. Para a análise estrutural do barco bidirecional não foi necessário realizar
esse estudo, pois a malha criada nele é excelente como pode ser visto na Tabela 4.
Na Tabela 3 é mostrado a quantidade de nós, elementos, a pressão e a qualidade da
malha para cada análise realizada na esfera. A Tabela 4 mostra os mesmos elementos
mostrados na esfera e a Tabela 5 mostra o número de nós, elementos e qualidade da
malha usada na análise estrutural. Para saber a qualidade da malha foi utilizado o
método Skewness, já explicado no Capítulo 5.
Esfera
Pressão
Caso Nós Elementos Qualidade da malha (Pa)
1 79003 251760 0,26635 8,327E+03
2 326695 1073183 0,24059 7,999E+03
3 513316 1720889 0,23506 8,144E+03
4 805471 2763259 0,23037 8,053E+03
5 1143225 4009783 0,22579 8,078E+03
6 1777989 6388401 0,22262 7,980E+03
Como pode ser visto na Tabela 2 o caso 6 e o caso 2 possuem valores muito
próximos de pressão, mesmo o 6 sendo o mais refinado. Apesar do caso 6 ter um
maior refinamento o tempo computacional gasto foi muito maior comprado com o caso
2, por isso será usado o caso dois que é o que tem o valor mais próximo e um tempo
computacional menor quando comprado com esse caso.
56
Rebocador
Pressão
Caso Nós Elementos Qualidade da malha (Pa)
1 146440 494958 0,26699 1,166E+03
2 409818 1381143 0,24671 1,106E+03
3 600414 2046359 0,23945 1,090E+03
4 813257 2804436 0,236 1,113E+03
5 1038473 3618517 0,23469 1,086E+03
Barco
Nós Elementos Qualidade da malha
130396 130818 0,125
Como pode ser visto na Tabela 5 a malha criada é quase equilátera, como
consequência é uma malhar ótima para a simulação, por isso não foi feito nenhum
refinamento na malha.
Como foram feitas muitas análises variando apenas a velocidade para melhor
estudar o comportamento do campo de pressões serão apenas mostrados dois casos
com velocidades diferentes que serão de 2,5 m/s e 5 m/s e que tiveram a malha
refinada. Esses casos já mostram a influência da velocidade na pressão. Como
resultado da simulação pode-se obter os seguintes parâmetros abaixo:
57
• Campo de pressões;
• Campo de velocidades;
• Linhas de corrente.
Figura 26 - Campo de pressão para o caso de velocidade 2,5 m/s mostrando todo o
volume.
Figura 27 - Campo de velocidade para o caso de velocidade 2,5 m/s mostrando todo
o volume.
• Campo de pressões;
• Campo de velocidades;
• Linhas de corrente;
• Trem de ondas.
Em comparação com o caso a 2,5 m/s é possível notar que a pressão está mais
concentrada na proa como pode ser visto na Figura 40. A medida que a velocidade
aumenta a influência da pressão hidrostática diminui e a hidrodinâmica aumenta, por
isso a área de concentração da pressão máxima diminui.
Como não foi possível importar o campo de pressões do Ansys CFX, foi
considerado a pressão hidrostática em todos os casos no Ansys Structural. A condição
2 e 3 serão apenas mostrados a deformação total e a tensão máxima no casco e local
para a força de 600 Kg-f, já que o importante é garantir a condição 4 que é a extrema.
Os calados calculados e usados nas simulações como explicado no Capítulo 5 são:
Mesmo que a condição 1 não possua passageiro, foi realizada a simulação para
ver as áreas de maiores deformações e tensões que podem existir no casco.
Figura 45 - Deformação total para condição 1 de 150 Kg-f parte de baixo do casco.
A força de 150 Kg-f foi considera toda na horizontal assim só tendo apenas a
componente x. Isso foi considerado pois é um caso extremo dessa força. Na Figura
47 pode-se ver a deformação que essa força causa no seu local de aplicação.
Na Figura 51 é visto que a tensão máxima é 1,4425 Mpa e que é muito menor
do que a do material. A Figura 52 mostra que a deformação máxima continua
insignificante, garantindo a resistência do material.
A deformação máxima nesta condição foi de1 mm como pode ser visto na
Figura 57. A tensão máxima como visto na Figura 58 é menor que a admissível
garantindo assim que o material não irá falhar.
Através das Figuras 59 e 60 pode-se ver que o casco irá suportar as forças
geradas no momento da sua utilização, pois a deformação é muito pequena e a tensão
está dentro dos limites.
A distribuição das tensões pode ser vista na Figura 62. A tensão máxima não
passa da suportada do material. Assim ele resistirá as tensões.
Figura 66 - Deformação total para condição 4 de 600 Kg-f parte de baixo do casco.
O casco possui uma tensão máxima de 3,274.10^6 e pode ser visto na Figura
67. Essa tensão é 10 vezes menor do que a tensão máxima para romper o material.
8 CONCLUSÃO
Como a análise em CFD usando o Ansys CFX era para a obtenção do campo
de pressões, mas por causa dos erros que aconteceram, decidiu-se importar o barco
para o Ansys Structural e colocar a pressão hidrostática, em vez das pressões geradas
no CFX. Com essa opção foi realizado a simulação e percebeu-se que o casco irá
suportar as forças causadas tanto pela água como pelo vento e que as deformações
máximas que poderão ocorrer são insignificantes. A espessura suposta que foi de 11,5
mm suportará as forças.
REFERÊNCIAS
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Fixed “ DTMB 5415 ” Model. p. 109–113, 2014.
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CAI, Z. Selected properties of MDF and flakeboard overlaid with fiberglass mats.
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DEMIREL, Y. K.; TURAN, O.; INCECIK, A. Predicting the effect of biofouling on ship
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