Relatório - Extração Por Solvente Quimicamente Ativo
Relatório - Extração Por Solvente Quimicamente Ativo
Relatório - Extração Por Solvente Quimicamente Ativo
LICENCIATURA EM QUÍMICA
VILA VELHA
2020
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1. INTRODUÇÃO
Segundo Constantino (2011), “Solvente quimicamente ativo” é uma expressão usada
para designar um solvente ou uma mistura de solvente com alguma outra substância que tem
a propriedade de reagir quimicamente com um composto que se quer extrair,
transformando-o em algo solúvel no solvente. É muito usada na separação de componentes de
uma mistura ou na remoção de impurezas de um composto orgânico, este último processo
geralmente denominado lavagem.
Para que a extração ocorra com melhor rendimento, é fundamental que exista uma
grande diferença nos valores dos parâmetros de solubilidade dos líquidos imiscíveis e que o
soluto seja mais solúvel em um solvente que no outro. Em um sistema com dois líquidos
imiscíveis, por exemplo, quando adicionamos uma terceira substância (soluto) solúvel em
ambas as camadas, a substância se distribuirá não uniformemente nas duas camadas. Este
processo é conhecido como partição “K”, sendo a razão entre as concentrações do soluto nos
solventes (VOGEL,1985).
Sabendo que se deve usar um solvente adequado para a extração, a (Tabela 1) indica
as principais características deste solvente:
Tabela 1.Características do solvente ideal para extração.
Fonte: www.cempeqc.iq.unesp.br
Fonte: www.cempeqc.iq.unesp.br
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A separação se dá de forma mais eficiente se como fase extratora for utilizada uma
solução aquosa ácida ou básica que irá reagir seletivamente com o componente de interesse
presente na mistura. Neste caso os componentes se encontram em fase orgânica e a fase
extratora é aquosa. A reação com ácido ou base transforma a substância orgânica em um sal,
que será mais solúvel na fase aquosa, sendo desta maneira extraída. Isto altera o coeficiente
de partição K = So/SH2O, já que as solubilidades são alteradas, favorecendo a extração pela
fase aquosa. Após a extração a fase aquosa é neutralizada, precipitando a substância orgânica
extraída (ENGEL, 2009).
Para o desenvolvimento da técnica de extração pode-se usar um solvente que reage
quimicamente com o composto a ser extraído. São normalmente utilizadas soluções aquosas
diluídas (5%) de Hidróxido de Sódio ou Potássio; solução 5 a 10 % de Carbonato de Sódio;
solução saturada de Bicarbonato de Sódio (cerca de 5%); soluções diluídas de Ácido
Clorídrico ou Sulfúrico e Ácido Sulfúrico concentrado (VOGEL, 1981).
Da mesma forma que usamos soluções de bases para extrair ácidos, podemos usar
soluções de ácidos para extrair bases, soluções de oxidantes para extrair redutores, soluções
de redutores para extrair oxidantes, soluções de agentes complexantes para extrair íons
metálicos, soluções de íons metálicos para extrair agentes complexantes, etc, etc.
(CONSTANTINO, 2011).
Portanto, a extração com solventes quimicamente ativos depende fundamentalmente
das características químicas do solvente utilizado e também da mistura dos solventes.
2. OBJETIVOS
Utilizar a técnica de extração por solvente para separar o Ácido Benzóico do
Naftaleno.
3. MATERIAIS E REAGENTES
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
a. Fase Aquosa.
b. Fase Orgânica.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a. Fase aquosa.
Fonte:Google Imagens.
O solvente utilizado, éter etílico é um dos melhores solventes para a maioria dos
compostos orgânicos. O mesmo é quimicamente estável e possui ponto de ebulição baixo.
Entretanto, o éter é extremamente inflamável e forma peróxidos explosivos após longa
exposição ao ar. Em um funil de separação adicionou-se a mistura formada pelas amostras de
naftaleno, ácido benzóico e éter etílico, e agitou-se. Em seguida, adicionou-se no funil de
separação 10mL de NaHCO3 10%, e seguiu-se com procedimento. Após a mistura acima,
obteve-se a (Reação 1):
Fonte:Acervo pessoal.
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tornando o Ácido Benzóico menos solúvel na fase aquosa e melhorando seu rendimento.
Adicionou-se 10mL de Ácido Clorídrico concentrado na capela. Assim, submetendo-se a
mistura em um banho de gelo, pois ocorreu uma reação exotérmica, verificou-se a formação
de um precipitado branco, produto da reação entre o ácido clorídrico e o benzoato de sódio.
No momento em que houve o contato da solução com o ácido clorídrico, o Benzoato de
Sódio se tornou novamente Ácido Benzóico, ou seja, ocorreu um processo de recuperação,
como observado na (Reação 2).
Fonte:Acervo pessoal.
Logo, houve uma perda de 40,13% do Ácido Benzóico no processo de extração com
solvente quimicamente ativo.
b. Fase orgânica.
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uma solução límpida. Em seguida o sal hidratado pode ser removido por filtração por
gravidade. (ENGEL, 2012).
Deste modo, após a separação das fases e descartada a fase aquosa inferior,
adicionou-se duas espátulas de sulfato de sódio anidro, ele possui um ponto de equilíbrio de
solvatação melhor, secando mais eficientemente a solução, conforme representado na
(Equação 1). Essa eficiência na secagem da solução é denominada Inteireza. Por isso, é o
agente secante mais amplamente utilizado. Sendo brando e eficaz, capaz de remover a água
dos solventes mais comuns (ENGEL, 2012).
Feito isso, transferiu-se a mistura para um béquer e a filtrou com auxílio de um funil
de haste curta e um pedaço pequeno de algodão no seu interior que atuou como papel de
filtro, apenas para o adsorvente não passar. Em seguida, restando apenas a substância neutra e
o solvente, levou-se essa mistura para uma chapa de aquecimento a uma temperatura de
100ºC a fim de evaporar todo o Éter Etílico (PE: 34,6 °C), tendo o cuidado para o Naftaleno
não sublimar. Após todo ( C2H5)2O ter evaporado, pesou-se o béquer seco e resfriado para
determinar o rendimento da recuperação do Naftaleno.
6. CONCLUSÃO
A extração é uma técnica muito versátil para a separação de compostos orgânicos. A
escolha de qual das técnica de extração será utilizada depende da natureza do substrato a ser
extraído. A extração por solventes quimicamente ativos usada baseia na reatividade do ácido
benzóico e do naftaleno.
Os experimentos realizados nessa aula saíram como esperado, os substratos foram
extraídos por meio da alteração de sua composição química o que permitiu o sucesso do
experimento, formando precipitados das substâncias após as reações. Apesar dos rendimentos
estarem acima de 50%, ainda existe presença de reagentes na mistura, mesmo após a filtração
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à vácuo. O rendimento seria maior se essas misturas fossem colocadas em banho de gelo por
um tempo maior.
REFERÊNCIAS
1. ENGEL, Randall G. et al. Química orgânica experimental: técnicas de escala
pequena. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
3. CONSTANTINO, Maurício Gomes; SILVA, Gil Valdo José da; DONATE, Paulo
Marcos. Fundamentos de química experimental.2. ed. São Paulo: EDUSP, 2011.
4. BRUICE, Paula Yurkanis. Química orgânica: volume 1. 4. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006. xxx, 590 p. ISBN 9788576050049 (broch.).
6. Arthur i. Vogel, a.i. Química Orgânica. Análise Orgânica Qualitativa. 3.ed. Rio De
Janeiro: Livro Técnico (1981).