1 - Introdução 1
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Parte 1
N anotecnologia
Conceitos
Nanotecnologia pode ser definida como a manipulação da matéria em escala nanométrica, que seria o
espaço ocupado por cerca de 5 a 10 átomos empilhados de maneira que formem uma linha,” por “um
nanômetro seria o equivalente a mais ou menos 10 átomos de hidrogênio alinhados, de modo que os
sistemas resultantes apresentem novos fenômenos que são dependentes do tamanho das
nanoestruturas que o compõem.
O prefixo nano, que descreve uma ordem de grandeza, vem do grego e quer dizer essencialmente um
bilionésimo de alguma coisa. Em se tratando de tamanho o interesse está no comprimento, portanto
neste caso, o nano representa um bilionésimo de metro, o nanômetro. Um bilionésimo de metro é
extremamente pequeno. Considerando uma praia começando em Salvador, na Bahia, e indo até Natal,
no Rio Grande do Norte e comparando-a com um grão de areia nesta praia: as dimensões desse grão
de areia estão para o comprimento desta praia, como o nanômetro está para o metro.
Logo a nanociência e a nanotecnologia são ciência e tecnologia que se desenvolvem ou são feitas
nessa escala de tamanho, ou que têm, ao menos, uma de suas dimensões físicas da ordem de
nanômetros, mas de maneira controlável e reprodutível, envolvendo fenômenos que muitas vezes não
ocorrem em outras escalas de tamanho. Isto significa que não se trata simplesmente de miniaturização
de algo grande para algo muito pequeno, de escala atômica.
Especificamente a nanociência é o estudo dos fenômenos e da manipulação dos materiais na escala
atômica, molecular e supramolecular, onde propriedades são diferentes de quando estão em escala
normal. Nanotecnologia são as técnicas voltadas para aplicação, caracterização, produção de
estruturas, equipamentos e sistemas através do controle da forma e do tamanho em escala
nanométrica.
Escala nanométrica
A base do uso da nanotecnologia é o nanômetro, uma unidade de medida assim como o quilômetro, o
metro e o centímetro.
Por definição, os materiais nanoestruturados apresentam, pelo menos, uma de suas dimensões em
tamanho nanométrico, ou seja, em escala 1/1.000.000.000, ou um bilionésimo do metro (1 nm = 10 -9
Histórico
O cálice de Licurgo
A nanotecnologia é muito mais antiga do que se pensava. Evidências recentes sugerem que os artesãos
romanos criaram o Cálice de Licurgo com ajuda da nanotecnologia há 1600 anos!
O produto mais antigo da nanotecnologia conhecido é o cálice do imperador romano Lycurgus, que
remonta ao século IV D.C. e atualmente se encontra no museu britânico.
O cálice retrata a história do rei Licurgo, que está preso em um emaranhado de videiras como um
castigo pela traição cometida contra Dionísio. O objeto romano é conhecido por ser iluminado pela
frente, com uma cor verde. Mas parece vermelho quando iluminado por trás.
O segredo por trás dessa mágica está na nanotecnologia. Uma análise de pequenos fragmentos
quebrados do vidro do cálice revelou partículas de prata e de ouro tão pequenas que seria preciso mil
delas para alcançar o diâmetro de um grão de sal refinado.
Os pesquisadores especulam que os romanos moíam as partículas de metal até que mil delas
correspondessem ao tamanho de um único grão de areia. Em seguida, essas partículas de ouro e prata
eram misturadas com o vidro. Cada pedaço tinha 50 nanômetros de diâmetro. Isso faz dos antigos
romanos os pioneiros da nanotecnologia.
Vitrais
Outro grande exemplo são os vitrais na idade média. A cor vermelho rubi de alguns se dá devido a
presença de nanopartículas de ouro. Nanopartículas de ouro misturadas ao vidro originavam coloração
vermelho-rubi em vitrais das igrejas medievais, tão ricamente trabalhados pelos artesões. As variações
de cor são produzidas pela diferença de tamanho nas nanopartículas metálicas, que é um exemplo de
uma propriedade importante da nanotecnologia.
Richard Feynman
Em 1959 Richard Feynman profere a famosa palestra "There's Plenty of Room at the Bottom" ("Há
muito espaço lá embaixo") no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) sobre as perspectivas da
miniaturização: a enciclopédia Britânica poderia ser escrita na cabeça de um alfinete. Sem saber
exatamente como se faria isso, o físico estava convencido de que seria possível manipular os átomos
individualmente.
Feynman sugeriu que, em um futuro não muito distante, os engenheiros poderiam pegar átomos e
colocá-los onde bem entendessem, desde que, é claro, não fossem violadas as leis da natureza. Com
isso, materiais com propriedades inteiramente novas, poderiam ser criados. Esta palestra é, hoje,
tomada como o ponto inicial da nanotecnologia.
Norio Taniguchi
Em 1974 N. Taniguchi cria a palavra "nanotecnologia" significando máquinas com tolerância de menos
de um mícron.
Norio Taniguchi
Erick Dexler
A ‘paternidade’ da nanotecnologia em si seria do primeiro doutor na área, o engenheiro norte-
americano Eric Drexler, autor do livro Engines of creation: the coming era of nanotechnology
(Engenhos da criação: o advento da era da nanotecnologia), de 1986, importante na disseminação
dessa nova tecnologia para o grande público, um livro futuristico que popularizou a nanotecnologia.
Erick Dexler
Furelenos
Em 1985 Robert F. Curl, Jr., Harold W. Kroto and Richard E. Smalley descobrem os fulerenos (C60)
conhecidos como "buckyballs", que medem um nanômetro de diâmetro e recebem o Prêmio Nobel de
Química em 1996. A estrutura de átomos de carbono semelhante a uma bola de futebol da ordem de
nanômetros que foi chamada de fulereno, homenagem a um arquiteto, Richard Buckminster Fuller,
cujas obras em estilo geométrico tinham semelhança com essas estruturas esféricas também chamadas
buckyballs.
Fulereno Carbono 60 ou fulereno ou buckyball é molécula esférica com 1nm de diâmetro com 60
átomos arranjandos em 20 hexagonos e 12 pentágonos, como uma bola de futebol.
Como explicado anteriormente, 1 nm equivale a um bilionésimo de metro, o que abre espaço para
muitas possibilidades, mas também traz grandes desafios para se conseguir trabalhar em uma escala
tão minúscula. A maior prova dessa dificuldade está no fato de que apenas laboratórios e indústrias
que têm equipamentos de alta precisão conseguem lidar com essa tecnologia.
Instrumentos específicos também tiveram de ser desenvolvidos antes que fosse possível "ver" um
átomo. Um dos mais famosos desses instrumentos, o microscópio de tunelamento, somente foi
inventado na década de 1980. Seus inventores, Heinrich Rohrer e Gerd Binnig, dos laboratórios da
IBM em Zürich, Suíça, ganharam o prêmio Nobel por seus trabalhos.
Os microscópios mais tradicionais são os óticos, que funcionam com a luz visível em conjunto com
lentes que permite observar estruturas micrométricas de até 200 nm. Os microscópios que nos
permitem estudar o nanomundo são bem diferentes. Os microscópios eletrônicos utilizam feixes
de elétrons no lugar da luz dos microscópios óticos e os de varredura de sonda têm uma espécie de
agulha que é conduzida muito perto da superfície analisada e permite, entre outras coisas, conhecer o
seu relevo. Essa informação é fornecida como uma imagem tridimensional do material em
Microscópio de tunelamento
Em 1981 G. Binnig e H. Rohrer criam o microscópio de tunelamento “Scanning Tunneling Microscope"
(STM), que pode mostrar a imagem de átomos individuais, e recebem o Prêmio Nobel de Física em
1986.
Os microscópios de tunelamento possuem uma ponta de metal, uma agulha muito fina, e medem a
quantidade de corrente elétrica que passa entre a agulha e a superfície. Esta medida é utilizada para
reproduzir a superfície. Ela cria uma projeção ampliada do relevo atômico por meio da emissão de
um contínuo fluxo de elétrons. A corrente elétrica também é aplicada à manipulação de átomos na
superfície dos materiais, colocando-os em uma nova disposição, alterando as características originais
dos materiais.
Nanotubos de carbono
Em 1991 Sumio Iijima da NEC em Tsukuba, Japão, descobre os nanotubos de carbono. Estes são
estruturas nanométricas tubulares formadas de carbono por uma ou múltiplas folhas de grafeno (folha
de carbono). Suas propriedades dependem do número de camadas concêntricas, maneira que é
construído (enrolado), e por último seu diâmetro. Entre suas propriedades mais importantes estão
altíssima resistência mecânica por serem um dos materiais mais “duros” conhecidos (similar a
diamantes), capacidade de suportar peso; alta flexibilidade, são bons condutores de corrente elétrica;
podem atuar com característica metálica, semicondutora ou até supercondutora e apresenta altíssima
condutividade térmica na direção do eixo do tubo. Os nanotubos vem revolucionando a nanotecnologia
por exibirem resistência mecânica extremamente alta e aplicações singulares, como por
exemplo, serem utilizados como nanopinças no posicionamento de átomos e moléculas.
O uso de nanopartículas em tintas pode trazer enormes benefícios com por exemplo
tintas mais brilhantes, mas leves, com menos solventes, ecologicamente mais seguras e, muito
mais resistentes a arranhões.
2000- MCT
Nos Estados Unidos, desde 1996, representantes de várias agências discutiam estratégias para a
nanotecnologia. O primeiro desenho de um plano norte-americano ficou pronto em 1999. A proposta
passou por um processo de avaliação e, então, no orçamento para 2001 da administração Clinton, a
nanotecnologia foi colocada como uma iniciativa federal, a National Nanotechnology Initiative (NNI).
Foi mais ou menos nessa época que o Brasil começou a dar destaque à nanotecnologia. No final do ano
2000, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) convocou uma reunião com pesquisadores
que já atuavam ou tinham interesse na área. O primeiro edital específico sobre o tema foi lançado em
2001 e resultou na formação de quatro Redes Cooperativas de Pesquisa: Materiais Nanoestruturados,
sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Nanotecnologia Molecular e de
Interfaces, sediada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Nanobiotecnologia, sediada na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Nanodispositivos Semicondutores e Materiais
Nanoestrutrados, também sediada na UFPE.
Suspensões de pontos quânticos de CdSe de diferentes diâmetros. Do menor (esquerda) ao maior diâmetro.
Os pontos quânticos coloidais possuem aplicações nas mais diversas áreas, com destaque para
a área das ciências da vida. A principal aplicação nessa área é a de marcadores
fluorescentes, substituindo, com vantagens, os marcadores fluorescentes “convencionais”.
Grafeno
2008- INCTs
Em 27 de novembro de 2008 o presidente do CNPq e ministro de ciência e tecnologia anunciaram a
criação dos 101 INCTs, que receberiam a verba de 600 milhões de reais, o maior valor disponível para
uma chamada pública para apoio à pesquisa no país. Os 101 INCTs foram selecionados a partir de