A Importância Da Leitura Crítica No Ensino Superior
A Importância Da Leitura Crítica No Ensino Superior
A Importância Da Leitura Crítica No Ensino Superior
ABSTRACT - The purpose of this study is to contribute to broadening the understanding of the
phenomenon of reading, as well as to show the need to develop it in the critical molds in higher
education, since it is necessary for everyone to know where to direct all the acts and Desires of life, in
what ways they should walk, and in what way each should take its place. We consider it vitally important
to present the misunderstandings resulting from a reading practice rooted in techniques that are already
outdated, and which, instead of bringing the reader closer to the text, turn him / her out of a boring and
uninteresting reading that alienates rather than liberates.
1 – INTRODUÇÃO
Telmo de Maia Pimentel – É graduado em Letras UFMT (1998), especialista em Fundamentos Teóricos
e Metodológicos da Prática Docente – UNIVAR (2001), Mestre em Letras, Literatura e Crítica Literária
pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC/GO 2010), especialista em docência no ensino
superior – UNIVAR (2017), Professor efetivo da rede pública estadual de educação de MT, bem como,
professor das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia – UNIVAR. telmo@univar.edu.br.
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O ensino crítico da leitura deve mostrar que os livros nada mais são do que
a expressão de pensamentos sujeitos a erros, passíveis de serem aprofundados
e questionados. (1988:22)
Diante dessa colocação, percebemos que nem tudo o que os autores escrevem tem
que estar necessariamente correto, ou ainda não possa estar sujeito a críticas e
correções. No entanto, para atingirmos o nível da crítica, precisamos não só
compreender as ideias veiculadas pelo autor, mas também posicionar-nos diante delas.
Nesse sentido, a leitura crítica sempre nos levará a produção ou construção de um novo
texto, o texto do próprio leitor.
Conforme podemos observar, a leitura crítica possui um caráter revolucionário, pois
nos permite alargar a compreensão do mundo. Essa leitura só é alcançada quando,
segundo Alves:
Refletindo o que foi dito por Libâneo, percebemos que somente por meio de um
ensino fundamentado na crítica, poderemos formar indivíduos mais solidários,
participativos, justos, capazes de interferir de maneira decisiva nos vários fatos que a
realidade lhes apresentar. Sabemos que essa formação nem sempre corresponde aos
interesses do Estado e/ou dos grupos dominantes, contudo precisamos criar condições
de aprendizagem que sejam também úteis para “driblar o sistema”, caso contrário,
estaremos como destaca Alves:
2 _ LEITURA E CONSCIENTIZAÇÃO
Embora seja papel do ensino universitário proporcionar uma visão mais crítica
em relação ao mundo, diversos estudos têm evidenciado que estudantes universitários
não apresentam o nível de leitura esperado para essa etapa de escolarização (Carelli,
1996:35). Desse modo, torna-se relevante a realização de estudos e pesquisas que
busquem alternativas para o diagnóstico e o desenvolvimento dessas habilidades.
É importante salientar que a baixa relação entre a compreensão de leitura e o
desempenho acadêmico nas várias disciplinas curriculares poderia estar relacionada ao
tipo de concepção de leitura que o professor regente da disciplina tem e/ou desenvolveu
ao longo de sua formação superior.
A visão contemporânea da aquisição de leitura/escrita tem incorporado as
descobertas recentes sobre a aquisição do conhecimento. Assim, a evolução conceitual
sobre o assunto conduziu a uma visão integradora da leitura e da escrita como processos
inter-relacionados, que não podem mais ser trabalhados separadamente, mas vistos
como resultantes da ação do pensamento integrado que é simultaneamente dinâmico e
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Essa leitura libertadora capaz de mudar o contexto social dos leitores tem-se
restringido apenas a uma pequena parcela da sociedade. Assim, com já dito
anteriormente, podemos afirmar que nessa sociedade formada por indivíduos com
interesses antagônicos, a leitura se apresenta como uma questão de privilégios e não de
direito de toda população; com isso somos levados a crer que a classe dominante, por
meio de diferentes manobras políticas, tem dificultado às pessoas a aquisição de uma
leitura voltada à conscientização e à libertação.
Destarte, precisamos criar no bojo das diferentes instituições sociais, como a
universidade, a faculdade, a escola, a família, a igreja, as indústrias, etc. Condições de
leitura capazes de permitir o acesso do povo aos bens culturais, históricos, científicos e
literários. Só assim, deixaremos de “engolir” ao longo de nossa trajetória de vida,
determinados modos de perceber, de ser e de agir repletos de comprometimentos com a
visão dominante de mundo.
Inserida nessa visão a leitura efetuada de maneira crítica e reflexiva nos possibilita
organizar melhor nossa linguagem e, em consequência, nosso pensamento. Portanto, a
tomada de consciência nos conduz ao pensar certo, ao agir certo, por outro lado, pode
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representar um risco quando não estamos preparados para aceitar o novo e rejeitar o
velho. Explicando melhor o que foi dito, ressalta Freire:
todos participam das decisões que envolvem a sociedade em geral, vivemos, sim, numa
pseudodemocracia resguardada somente aos interesses daqueles que detêm o poder.
Para alterar significativamente essa situação precisamos recorrer à universidade, a
escola, únicas entidades capazes de assegurar a integração da massa no plano político de
um país. Assim, colocar as instituições de ensino superior e a escola e a prática da
leitura no miolo do funcionamento de uma sociedade é almejar a mais ampla
participação popular nos rumos dessa sociedade. Logo, como destaca Zilberman, “é a
mudança do individuo em leitor que, do ângulo individual, oferece o requisito primeiro
para a atuação política numa sociedade democrática”. (1991:21).
Essas são as razões que nos conduzem a reafirmar a importância da leitura no
âmbito social, bem como a necessidade de torná-la socializada. A concretização desse
projeto depende de uma política educacional que garanta a proliferação da leitura em
todos os segmentos sociais. Entretanto, antes de tornar a leitura acessível a todos, é
necessário tornar a universidade e a escola popularizada; isso significa, como salienta
Zilberman, uma escola:
4 – A PRÁTICA DE LEITURA
Para Carvalho et. al. (2006, p. 20), uma leitura eficiente na sociedade do
conhecimento prevê que: “o ser humano precisa realizar leituras diversificadas e de
qualidade para sobreviver na era da globalização. O mais importante é saber selecionar
as leituras evitando a sobrecarga informacional” o que resultará num melhor
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6– CONSIDEREAÇÕES FINAIS
Nossa vivência educacional tem nos levado a presenciar que, na grande maioria das
vezes, a leitura, quando realizada em sala de aula, ou fora dela, é a leitura imposta que o
aluno ou acadêmico tem que realizar para elaborar uma prova ou um trabalho, com a
finalidade de tirar uma nota “X”. Essa é a pseudoleitura, uma leitura mecanizada, pois
após algum tempo de sua execução, o estudante já esqueceu quase toda a carga
semântica do que foi lido. Em função disso, é preciso compreender as causas que
conduzem esses alunos a pensarem e agirem dessa forma. Tal impasse talvez seja uma
das causas que tem impossibilitado tais alunos de chegarem às Universidades e
Faculdades com competências lingüísticas suficientes e bom poder de criticidade para
concluírem seus cursos superiores com esmero, pois dos que chegam, poucos se
revelam capazes de terminar os cursos almejados.
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Quem não lê é cego, só vê o que os olhos vêem. Quem lê, ao contrário, tem
muitos milhares de olhos: todos os olhos daqueles que escreveram. (ALVES,
1999, p.62)
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BOSO, Augiza Carla et al. Aspectos cognitivos da leitura: conhecimento prévio e teoria
dos esquemas. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 15,
n. 2, p. 24-39, jul./dez. 2010.
BRANDÃO, Carlos R.(Org) et AL. O educador vida e morte. 8. ed, Rio de Janeiro,
Edições Graal, 1982
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987
_____________A importância do Ato de Ler. 32. ed, São Paulo, Cortez, 1996
_____________Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3.
ed. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
SILVA, Ezequiel Teodoro da. O Ato de Ler. Fundamentos Psicológicos para uma
nova Pedagogia da Leitura. São Paulo, Cortez, 1981. (Coleção educação
contemporânea)
_____________Elementos da Pedagogia da Leitura. 2. ed, São Paulo, Martins Fontes,
1988
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6. ed, Porto Alegre, Artes Medicas Sul, 1998
TEBEROSKY, A. & Cardoso, B. (1993). Reflexões sobre o ensino da leitura e da
escrita (5ªed.). Petrópolis, RJ: Vozes
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