Eixo Integrador Interáreas EF - Orientações Gerais

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EIXO INTEGRADOR

INTERÁREAS
Orientações Gerais

ENSINO FUNDAMENTAL
PRESIDÊNCIA
Paulo Skaf

SUPERINTENDÊNCIA
Alexandre Ribeiro Meyer Pflug

GERÊNCIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO


Roberto Xavier Augusto Filho

GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA


Ivy Daniele Gavazzi Sandim

PROJETO 2020
Supervisão de Currículo, Inovação e
Recursos Didáticos
curriculo.educacao@sesisp.org.br

GERÊNCIA EXECUTIVA DE OPERAÇÕES


Roberta Salles Mendes

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Bruno Viana
Érica Barbosa
Kamila Uchino
Sandro Monteiro

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Emanuel Galdino
Karina Costa

2020
Todos os direitos reservados ao SESI-SP
Av. Paulista, 1.313 – São Paulo – SP - CEP: 01311-923 | Tel.: (11) 3146-7000 | www.sesisp.org.br
2
“A função de planejar o currículo é uma das facetas mais
relevantes dentro do conjunto de práticas relacionadas com sua
elaboração e desenvolvimento, recolhendo aspectos de ordem
técnica e pedagógica mais genuínos, através dos quais adquire
forma e fica preparado para a sua implantação na prática...”

(Sacristán, 2000, p. 281)

3
4
Fonte: Everton Amaro.
APRESENTAÇÃO

Este guia é direcionado a você, pro-


fessor do Eixo Integrador, com o ob-
jetivo de subsidiá-lo com informações
e orientações fundamentais para que
sua ação docente atenda ao princípio
da interdisciplinaridade e ao desenvol-
vimento de competências, como prota-
gonismo, autonomia, responsabilidade
e criatividade.

O material está organizado em três


volumes: Eixo Integrador Interáreas –
Orientações Gerais; Eixo Integrador In-
teráreas – Sugestão de Temas – Parte I
e Eixo Integrador Interáreas – Sugestão
de Temas – Parte II.

Este volume destina-se às orientações


gerais, que aborda os aspectos consti-
tutivos que originaram essa proposta
inovadora e apresenta a organização
geral do Eixo Integrador Interáreas.

Foi incorporada, também, a avaliação


formativa e seus procedimentos, tanto
do ponto de vista do professor como
do estudante, bem como referências
para consultas e ampliação de estudos.

A leitura desse documento é importan-


te e deverá nortear o trabalho com o
Eixo Integrador Interáreas, nos anos do
ensino fundamental.

Bom trabalho!

5
2
SUMÁRIO

1
Introdução Geral Pesquisa
8 11

3
Quais são as principais
competências socioemocionais?
13

4
Principais desafios do trabalho
com o Eixo Integrador
14
5
Papel do professor no
desenvolvimento do
Eixo Integrador
16
8
Referências
32

6 9
Produto Final
20

Anexos
33

7
Avaliação
30

7
1. INTRODUÇÃO GERAL
Eixo Integrador

A educação pode impulsionar o ser Assim, o projeto educacional do Sis-


humano em direção aos seus desejos tema SESI-SP de Ensino baliza sua
e aspirações. Ela faz o sujeito se in- ação pedagógica em fundamentos e
terrogar sobre como ele é e o ajuda a pressupostos curriculares descritos
construir ideias sobre o mundo, a na- em seu Referencial Curricular. Esse
tureza, a sociedade a que ele perten- currículo tem como base uma con-
ce, sobre como são constituídas as re- cepção de educação que engloba o
lações sociais, bem como o seu papel ensino, a aprendizagem e a pesquisa
nas transformações sociais, culturais e em uma abordagem sociointeracio-
econômicas etc. nista, que considera o diálogo como
fator preponderante no processo de
No movimento de tornar a educação ensino e aprendizagem.
um instrumento emancipatório, a es-
cola é lugar privilegiado, por reunir As experiências e os saberes dos estu-
pessoas de diferentes origens, histó- dantes também são valorizados, tanto
rias, culturas etc., em contato umas no ponto de partida para novos conhe-
com as outras, num espaço e tempo cimentos, quanto na sistematização
previamente definidos, em torno de dos acumulados. Vale a pena ressaltar
um projeto educacional. que essas experiências e saberes dos
estudantes não estão restritos a uma
Por sua vez, o projeto educacional pre- única área do conhecimento, mas se
cisa revelar a direção que determinada referem e se agregam a diversos es-
instituição de ensino optou por seguir tudos do patrimônio cultural, social,
para a concretização de seus princí- científico, ambiental e artístico, para a
pios e das finalidades da educação. formação integral dos estudantes.

Por isso, no Referencial Curricular do


Sistema SESI-SP de Ensino, a organi-
zação curricular foi pensada em áreas
de conhecimento:

8
Entende-se por área de conhecimen- Isso significa que só é possível apreen-
to um conjunto de componentes cur- der a realidade em sua totalidade a
riculares/saberes classificados em partir de uma abordagem interdiscipli-
grandes grupos (Ciências da Nature- nar do conhecimento, pois dessa for-
za, Linguagens, Matemática e Ciên- ma aproxima-se a experiência escolar
cias Humanas) que apresentam in- de situações e problemas reais. Por
ter-relações entre si. Ou seja, há uma isso é tão importante que a interdis-
proximidade entre as especificidades, ciplinaridade se apresente como um
os objetos de investigação, os méto- eixo básico da organização curricular
dos de pesquisa dos componentes e se concretize na ação em sala de aula
curriculares e a realidade. com base na consolidação de práticas,
posturas e atitudes interdisciplinares
Esse tipo de organização curricular que se predisponham a olhar por dife-
tem a interdisciplinaridade como prin- rentes perspectivas uma mesma ques-
cípio, ou seja, não se restringe a uma tão (Referencial Curricular do Sistema
determinada área, relacionando-se, SESI-SP de Ensino, 2016, p. 39).
também, com os componentes curri-
culares de outras áreas. Cabe salientar que este “apreender a
realidade em sua totalidade” é sempre
relativo, visto que ninguém, em ne-

9
nhum lugar, tem condições de apreen- Outro conceito fundamental é a visão
der o conhecimento total de algo. transdisciplinar do conhecimento, con-
Neste sentido, é mister afirmar que o forme é abordado no Referencial Cur-
ensino por meio da interdisciplinarida- ricular do Sistema SESI-SP de Ensino:
de não nega os conhecimentos espe-
Para além do trabalho intra e inter-
cíficos de cada componente curricular disciplinar, é necessária uma reflexão
e área de conhecimento, mas valoriza sobre uma visão transdisciplinar do
o potencial de interlocução entre di- conhecimento, termo, este, criado
versos campos de saber. por Jean Piaget e que tem sido de-
batido e estudado por pesquisado-
Além da interdisciplinaridade, outros res desde então. Segundo Basarab
Nicolescu, um dos mais atuantes e
dois elementos estruturantes são fun-
respeitados físicos teóricos no ce-
damentais na organização curricular
nário científico contemporâneo, a
do Eixo Integrador: a dialogicidade e a transdisciplinaridade “como o prefi-
contextualização. O primeiro possibili- xo ‘trans’ indica àquilo que está ao
ta uma ação indagadora e argumenta- mesmo tempo entre as disciplinas,
tiva, em um movimento constante de através das diferentes disciplinas e
análise e síntese da realidade. A con- além de qualquer disciplina. Seu ob-
jetivo é a compreensão do mundo
textualização, por sua vez, tem o papel
presente para o qual um dos impera-
de evidenciar o contexto da produção
tivos é a unidade do conhecimento”
de determinado conhecimento, tra- (NICOLESCU, 1999, p. 16).
zendo à tona os aspectos reais da vida
pessoal, cultural, econômica e social. Assim, os três conceitos, a interdisci-
plinaridade, a intradisciplinaridade e a
Nesse sentido, é importante também transdisciplinaridade fundamentam o
uma relação intradisciplinar do conhe- trabalho com o Eixo Integrador e devem
cimento, visando relacionar as respec- ser incorporados ao processo de acor-
tivas ramificações de um mesmo com- do com as exigências de cada temática
ponente curricular, para que os alunos e processo de pesquisa abordados.
percebam a integração e conexão en-
tre os diferentes assuntos e objetos de
estudos desse componente.
OBJETIVO EIXO
INTEGRADOR

Conhecer, integrar e aplicar


conteúdos e experiências
numa perspectiva de
diálogo e interação para a
solução de desafios.

10
2. PESQUISA
No processo de autonomia e protago- o ensino, a aprendizagem e a pesquisa
nismo estudantil, a pesquisa é funda- a partir de uma abordagem sócio-in-
mental. Ao planejá-la adequadamen- teracionista, que considera o conheci-
te a pesquisa ajuda as crianças e os mento como processo de construção
jovens a realizarem associações para fundado no diálogo permanente entre
além da sala de aula. professores e estudantes. (Referen-
ciais Curriculares do Sistema SESI-SP
Envolver o estudante no processo de de Ensino, p.28)
aprendizagem de forma que valorize
seu protagonismo e promova a sua au- Diante desse cenário, em 2016 inicia-
tonomia é fundamental para o desen- mos uma nova proposta de trabalho
volvimento das habilidades de pesquisa articulada ao Referencial e ao Material
no ambiente escolar e na vida, e se di- Didático do Sistema SESI-SP de Ensi-
ferencia da simples coleta de informa- no – o Eixo Integrador.
ções. Para tanto é necessário entender
e distinguir autonomia e protagonismo. O Eixo Integrador é uma estratégia
de interdisciplinaridade, onde os es-
A autonomia é a capacidade de um tudantes têm a oportunidade de co-
indivíduo de tomar uma decisão es- nhecer, integrar e aplicar conteúdos
pontânea elegendo suas escolhas e experiências numa perspectiva de
pessoais; revela sua capacidade de or- diálogo e interação para a solução de
ganizar, por exemplo, os seus estudos, desafios.
sem total dependência do professor.
Não se trata, portanto, de anular as
O protagonismo é uma prática educa- características intrínsecas de cada
tiva onde o estudante é o ator central e componente curricular historicamente
participa de todas as fases do proces- construídas, mas de mobilizar e articu-
so de ensino e aprendizagem, desde a lar esses conhecimentos na busca da
elaboração, execução e avaliação, com compreensão e da resolução de um
o objetivo de estimular a participação problema, considerando os conheci-
social do jovem na comunidade e na mentos do mundo na sua complexi-
construção do próprio conhecimento. dade e, buscando a apropriação dos
conhecimentos em vista à construção
O Sistema SESI-SP de Ensino funda- do pensamento complexo, como su-
menta sua proposta curricular em uma gerido por Morin (2006).
concepção de educação que engloba

11
O trabalho com a interdisciplinaridade Além disso, pela complexidade do ser
no Eixo Integrador não pressupõe o humano e com o objetivo de prepa-
professor ter domínio de todos os com- rar os estudantes para os desafios da
ponentes e áreas de conhecimento. Seu contemporaneidade, no trabalho com
papel é de mediador e não o de deten- o Eixo Integrador é possível desenvol-
tor de todos os saberes. Mas, por vezes, ver estratégias de aprendizagem que
pode ser necessário que o professor incluam as competências socioemo-
realize pesquisas ou busque apoio de cionais, uma vez que é possível apren-
outros professores para melhor direcio- dê-las e praticá-las.
nar os trabalhos dos estudantes.
Dessa forma, as atividades sugeridas
Assim, nos ensinos fundamental e mé- nesse material também potencializam
dio, o Eixo Integrador é proposto com o trabalho com essas competências,
o objetivo de ampliar a capacidade na medida em que propiciam o desen-
dos estudantes a olhar para a com- volvimento de aspectos importantes
plexidade do mundo, a articular os da formação do sujeito. São eles: aber-
conhecimentos dos diversos compo- tura a novas experiências, estabeleci-
nentes no entendimento do mundo e mento de relações com o outro, toma-
na resolução de problemas. da de decisões de forma responsável,
criatividade, empatia e autonomia.

COMO SÃO COMPREENDIDAS AS COMPETÊNCIAS E


HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NO SESI-SP?

(...) o Sistema SESI-SP de Ensino reconhece, em sua


concepção pedagógica, a construção das competências
e habilidades socioemocionais, em consonância com
os desafios da contemporaneidade, que, ao trazer um
currículo por competência, propõe a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores
para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do
pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

(Referencial Curricular do Sistema SESI-SP de Ensino , 2020, p. 58).

12
3. QUAIS SÃO AS
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS?
As competências gerais propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
voltam-se para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como ar-
gumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, respon-
sabilidade e cidadania.

Fonte: Movimento Pela Base e Center for Curriculum Redesign.


Disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf>.
Acesso em: 15 de jan. de 2019.
Para versão maior, conferir anexo 1 - página 78

13
POR QUE TRABALHAR AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
SOCIOEMOCIONAIS NA ESCOLA?

Muitos autores têm discorrido sobre a necessidade de envolver e favorecer


a construção de um ambiente escolar que proporcione momentos para
que os estudantes expressem emoções, sentimentos e ações de respeito
mútuo, reciprocidade, cooperação etc., ou seja, trabalhar e desenvolver
as competências socioemocionais têm um impacto positivo nas
aprendizagens e diretamente na vida dos estudantes.

É preciso garantir que as competências socioemocionais e as


competências cognitivas sejam trabalhadas de forma integrada,
transformando o currículo das escolas. Portanto, há que se investigar,
refletir e propor ações frente a questões de autoconhecimento,
autocontrole, empatia, colaboração, responsabilidade, cidadania,
capacidade de trabalhar em equipe etc., com a mesma seriedade que os
conteúdos acadêmicos são tratados. Essas recomendações constam na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017, e são
defendidas pela comunidade internacional.

4. PRINCIPAIS DESAFIOS
DO TRABALHO COM O
EIXO INTEGRADOR
• Acrescentar conhecimentos à • Elaborar uma metodologia que
vida e à formação dos estudantes possibilite o desenvolvimento de
para além daqueles já previstos um trabalho interdisciplinar para
nos componentes curriculares, de que a compartimentação dos sabe-
modo a ampliar o repertório cultu- res seja gradativamente superada;
ral e a participação ativa na socie-
dade, observando a relação entre • Incentivar a autonomia da equipe
o que se aprende e o que se vive; escolar de maneira que sejam con-
templados tanto os objetivos da
rede quanto aqueles específicos
do contexto de cada comunidade;

14
• Preparar os estudantes e pro- estudante se torne, além de protago-
fessores para serem parte de um nista do seu aprendizado, alguém que
grupo e que sejam capazes de li- interfere, de fato, nas mudanças neces-
dar com adversidades e conflitos, sárias à sua comunidade com a utiliza-
conseguindo explorar as riquezas ção dos conhecimentos apreendidos.
das experiências coletivas e lidar
com frustrações. A estratégia metodológica, por meio
dessa proposta, é o trabalho em equi-
O processo de ensino e aprendizagem pe em um ambiente altamente coope-
não se altera com a proposta de traba- rativo, garantindo espaço intelectual
lho com o Eixo Integrador, tampouco significativo em que o aprender e fa-
desconsidera os procedimentos meto- zer juntos tenha mais valor agregado
dológicos e a avaliação formativa. Ao do que teria caso se aprendesse ou
contrário, amplia o processo de ensino fizesse sozinho.
e aprendizagem, fazendo com que o

15
5. PAPEL DO PROFESSOR NO
DESENVOLVIMENTO DO EIXO
INTEGRADOR
O papel do professor do Eixo Integra- • Pesquisa, seleção e organização
dor é o de mediador de aprendiza- do que é relevante sobre determi-
gens ativas, nas quais os estudantes nado tema, considerando a reali-
não são meros recebedores de infor- dade e as possibilidades de am-
mações, mas engajam-se de maneira pliação pelos estudantes, a partir
ativa no processo de aquisição do co- do que eles trouxerem, levando-os
nhecimento. Para que a aprendizagem a continuarem as investigações e
ativa aconteça, espera-se que os pro- não ficarem na superficialidade em
fessores tenham ações fundamentais, relação aos dados que levantarem;
desde o início:
• Definição, em conjunto com os
• Escolha do tema a ser pesquisado, estudantes, de um cronograma de
a partir da escuta atenta dos inte- trabalho, incluindo prazos, entre-
resses dos estudantes e do olhar gas e critérios de avaliação para
para os problemas enfrentados pela cada atividade proposta;
comunidade em que a escola está
• Articulação dos diferentes compo-
inserida. Para esse processo de es-
nentes curriculares e áreas de conhe-
colha do tema, podem ser propos-
cimento no trabalho com os temas;
tas várias atividades mobilizado-
ras, como apresentação de vídeos, • Utilização de ferramentas tecno-
palestras com outros professores lógicas disponíveis para a gestão
ou profissionais da área, debates, dos projetos e o desenvolvimento
discussões sobre a relevância dos das atividades;
temas na comunidade local, pesqui-
• Criação de grupos heterogêneos,
sas sobre todos os temas propostos,
dando tempo e oportunidades,
rodas de conversa, entre outros. O
dentro das atividades propos-
estudante deve, democraticamen-
tas, para que todos os estudantes
te, se apropriar de todo o processo,
possam desenvolver a liderança, a
tornando-o assim significativo para
responsabilidade na tomada de de-
ele. Para isso, não se pressupõe um
cisão, a construção de confiança, a
momento específico de apenas
comunicação e as habilidades de
uma aula, mas o tempo que se fizer
gestão de conflito, além do rodízio
necessário para o entendimento e
de deveres, individuais e coletivos;
argumentações com teses bem fun-
damentadas dos alunos;

16
• Durante o processo, podem ser • Utilização de estratégias e abor-
propostas rodas de conversa para dagens diversificadas, sem a obri-
a avaliação de atitudes e reflexão gatoriedade de serem únicas a to-
sobre os sentimentos e sensações dos os estudantes;
percebidos no processo e ajustes
• Discussão e definição coletiva de
necessários para um melhor tra-
períodos, prazos e tipos de avaliação
balho em grupo. Também podem
(incluindo autoavaliação) com defi-
ser debatidos temas da atualidade
nição de critérios claros e precisos;
significativos para os jovens que
ampliem sua visão dos problemas • Fornecimento de feedback indivi-
sociais e leitura de mundo; dual e coletivo, sistematicamente,
para que os estudantes aprendam
• Podem ser promovidos eventos
a trabalhar juntos, de forma produ-
que busquem deslocar os estudan-
tiva, para atingir um objetivo co-
tes e sensibilizá-los para o cuidado
mum. O feedback os auxilia a iden-
com o outro e a valorização das
tificar como estão os trabalhos de
diferenças, prevenindo o bullying e
cada um dentro do grupo, assim to-
fornecendo espaço para a expres-
dos podem realizar ajustes durante
são de sentimentos e trocas entre
o processo. O professor pode fazer
estudantes e professores. Como
perguntas como: de que forma vo-
exemplos, podem ser criados um
cês lidaram com a frustração dian-
Museu da Empatia na escola; um
te das dificuldades encontradas
restaurante com cardápio de as-
no processo? Tiveram conflitos?
suntos para serem conversados;
Como vocês resolveram? Quiseram
oficinas que trabalhem o conheci-
desistir no meio do percurso? O
mento de si e do outro, com roda
que mais os motivou a seguir com
de conversas sobre felicidade,
a pesquisa? Realizaram alguma
amor, empatia e outros; oficinas
descoberta sobre si mesmos nes-
de desenho de observação do ou-
te processo? Vocês conseguiram
tro e autorretrato, como forma de
trabalhar de forma cooperativa ou
autoconhecimento; exibição de fil-
alguns ficaram sobrecarregados ou
mes que tratem de aspectos como
não participaram?
solidariedade, conflitos, resiliência,
cooperação etc.;

• Criação de atividades/tarefas
complexas, envolventes, desafia-
doras, estimulantes, em diferentes
níveis de aprofundamento, para
gerar “interdependência positiva”;

17
A AÇÃO DO PROFESSOR DO EIXO
INTEGRADOR INTERÁREAS

PLANEJE A AVALIAÇÃO
Defina os critérios avaliativos com os estudantes.

Utilize roteiros para observar e avaliar o desempenho


e a participação dos estudantes/grupos.

MAPEIE O TRABALHO
FORMULE MAIS DESAFIOS
Organize as tarefas e atividades.
Elabore questões provocativas
Decida com os estudantes como
que conduzam a respostas
apresentar os produtos no
mais elaboradas.
percurso e ao final do trabalho.
Crie questões orientadoras
Reúna recursos que viabilizem a
que possam manter o interesse
execução do trabalho.
dos estudantes ao longo do
trabalho com o eixo e instigue- Construa com os estudantes o
os a ir além das respostas do cronograma das atividades.
senso comum.

GERENCIE O PROCESSO
Acompanhe a evolução do grupo
LEIA O GUIA E TOME
CONTATO COM O EIXO Observe a participação de cada

Conheça o trabalho proposto estudante no grupo.


para o eixo escolhido. Adapte suas estratégias de
Estabeleça as adaptações formação de grupo, sempre que
de acordo com as necessário.
necessidades locais.
Organize os momentos para a
Planeje formas de motivar os socialização dos resultados das
estudantes para o trabalho.
investigações.

Realize as paradas para a


correções de rumo.

18
Nesse contexto de aprendizagem ati- • Trabalhar cooperativamente,
va, os estudantes são protagonistas, apoiando colegas que possuam ou-
exercendo autonomia na organização tros ritmos de aprendizagem, valo-
e no desenvolvimento do trabalho com rizando e reconhecendo as diversas
o Eixo Integrador, a partir de uma série habilidades em prol da construção
de atividades complexas que incluem: coletiva.

• Problematizar a realidade a partir • Participar dos diferentes momen-


do tema apresentado, com ideias tos de avaliação de atividades dos
significativas centrais; demais grupos ou colegas, a partir
dos critérios definidos em parceria
• Planejar o desenvolvimento do
com o professor;
tema, cooperativamente, com cro-
nograma de tarefas individuais e • Ousar produzir novos conhecimen-
coletivas; tos ou conhecimentos complexos.

• Participar das decisões, coopera-


É importante ressaltar que essas ati-
tivamente, sobre prazos das ativi-
vidades listadas não pressupõem um
dades, das avaliações e da entrega
trabalho linear. Elas podem acontecer
de produções;
alternadamente e podem se repetir ao
• Propor soluções reais para o(s) pro- longo do processo. Há de se entender
blema(s) apresentado(s), a partir de que o processo de pesquisa, problema-
brainstorming e outras estratégias; tização, análise, registros, tomadas de
decisão, tudo o que se fizer necessário
• Pesquisar e coletar informações ao desenvolvimento do tema deve ser
sobre o tema, utilizando estratégias feito colaborativa e democraticamente.
de aperfeiçoamento de leitura tais
como resumir, esclarecer ambigui- O trabalho com o Eixo Integrador é
dades e consultar outras fontes, na- uma proposta ampla, que permite ao
cionais ou internacionais; professor reconhecer e valorizar as ha-
bilidades e os conhecimentos de cada
• Sintetizar os dados coletados com
estudante nas suas diferentes condi-
rigor acadêmico;
ções, além de auxiliar na prevenção do
• Utilizar diferentes ferramentas tec- bullying, uma vez que os alunos serão
nológicas no desenvolvimento dos incentivados a exporem os seus pon-
temas, selecionando informações tos de vista num espaço de convívio
que sejam reais e significativas; sem julgamentos.

• Aplicar ou ampliar conhecimentos


No caso dos estudantes com deficiên-
aprendidos nas aulas dos diferentes
cias, transtornos ou altas habilidades,
componentes curriculares;
é mais uma oportunidade de refletir

19
sobre qual deve ser a organização da Do mesmo modo, é importante obser-
classe, de forma a oportunizar a apren- var como esses estudantes reagem e
dizagem e participação nas atividades que papéis são assumidos nas diferen-
propostas de maneira bem mais diver- tes tarefas e interações proporcionadas
sificada e significativa. pelos desafios de cada Eixo Integrador.

6. PRODUTO FINAL
Faz parte da dinâmica de trabalho ria que a turma encontrou. Você pode
com o Eixo Integrador a elaboração retomar todas as fases desenvolvidas
de um produto que sistematize e re- nas etapas e a representação dos estu-
presente a síntese das reflexões e do dantes frente à temática, fazendo uma
conhecimento construído ao longo do roda de conversa e refletindo com eles
processo de investigação. sobre o processo vivenciado.

Assim, é importante que o processo Para essa escolha, é fundamental que


culmine com um produto final, que os estudantes sejam motivados a con-
auxiliará na divulgação das pesquisas siderar os conhecimentos adquiridos
realizadas para a comunidade. O pro- ao longo da vida e a sua realidade
duto final deve ser fruto desse intenso local como base para as suas produ-
processo e assim revelará as pesqui- ções. É possível divulgar tais produtos
sas realizadas e a conclusão provisó- nos meios de comunicação da cidade,

20
visando que o conhecimento viven- sugestões. Isso é positivo, já que a cul-
ciado ultrapasse os muros da escola minância dependerá do processo que
e possam também impactar a comu- foi realizado:
nidade e até a sociedade. Inclusive, é
possível apresentá-lo em diferentes • Ações e Campanhas na escola – é
espaços da cidade, como teatros, ruas, possível realizar uma série de ações e
parques, entre outros, além da escola. campanhas para conscientização as-
sociadas a muitas temáticas aborda-
Neste guia, são apresentadas várias das durante o processo de pesquisa
sugestões de produto final, que po- do Eixo Integrador;
dem ser adaptados conforme as es-
pecificidades do trabalho de pesquisa • Documentários - é uma produção
desenvolvido pelos grupos. Portanto, audiovisual, não-ficcional, que se ca-
um mesmo tema pode ser abordado racteriza principalmente pelo compro-
de diversas maneiras em cada uma misso da exploração da realidade. Isso
das turmas, resultando em produtos não significa que represente a realida-
diferentes. de “tal como ela é”. O documentário,
assim como o cinema de ficção, é uma
As características do trabalho em representação parcial e subjetiva da
cada turma também impactam no mo- realidade. Muitos temas podem ter
mento de definição do produto final, como culminância, a produção de um
não sendo possível fixar em um crono- documentário;
grama único o período mais indicado
para essa ação. No entanto, indepen- • Painel interativo – há muitas formas
dentemente do período do ano letivo de criar um painel interativo. Ele pode
em que ocorra, é importante que essa ser digital, por meio do uso da lousa
definição resulte da compreensão dos digital, ou pode ser artesanal, com
estudantes sobre o tema e de sua rela- abas de papel para o público abrir, por
ção com os problemas norteadores da exemplo, dentre outras propostas de
pesquisa. Por isso, a participação de interação com o público;
todos os estudantes na escolha e na
distribuição de funções e tarefas du- • Desfiles - a criação de um evento de
rante o processo de elaboração desse desfile, seja de moda ou de Cosplay é
produto é fundamental. uma boa oportunidade para o trabalho
com alguns temas. Podem ser criados
Seguem sugestões que podem ampliar convites, planejada uma abertura e um
o repertório do professor e inspirá-lo encerramento, dentre outras ações;
para ampliar o seu leque de possibili-
dades. É possível que a turma com a • Mostra de vídeos – a Mostra de Ví-
mediação do professor opte por um deos pode ser uma boa oportunidade
produto final que não está na lista de para o contato com a comunidade e

21
sua participação. Junto com a exibi- • Oficinas – a oficina é uma metodolo-
ção de vídeos é possível realizar deba- gia de trabalho que promove a forma-
tes, rodas de conversa, palestras etc.; ção coletiva. Ela prevê momentos de
interação e troca de saberes a partir
• Encenações teatrais - o teatro pos- da horizontalidade na construção do
sibilita que se discuta sobre qualquer saber inacabado, onde se aprende fa-
temática e é uma boa forma de encon- zendo junto com os outros;
tro com o público, pois é mediado pela
arte. Podem ser criadas peças teatrais • Apresentação circense / Circo iti-
ou esquetes (cenas curtas) em varia- nerante – apresentações que utilizem
dos gêneros, como comédia, tragédia, práticas e recursos circenses, utilizan-
drama etc.; do o palco ou apresentações circenses
que percorram um trajeto, na escola
• Evento de fanfics - exposição de ou outro espaço;
HQs e mangás produzidos pelos estu-
dantes com personagens da vida real • Projeto de lei - os estudantes podem
e fictícias e oficinas de elaboração de elaborar projetos de lei relacionados a
quadrinhos; várias temáticas e, se possível, enviar à
Câmara Mirim;
• RPG Show – evento que mostre uma
partida de RPG live action, ou seja, • Varal de cordéis e xilogravuras – ex-
com a caracterização dos persona- posição em varais de produções de
gens e sua interpretação. Pode ser uti- cordel e xilogravuras;
lizado para o trabalho com a temática
do herói ou outros temas que tenham • Apresentação de músicas e/ou dan-
personagens como foco de estudo; ças – a criação de músicas e paródias
e/ou a criação de coreografias podem
• Exposições - é possível organizar ser utilizadas para a exposição das
exposições de fotografias, vestimen- pesquisas realizadas;
tas, bonecos que representem perso-
nagens (reais ou fictícios), protótipos, • Degustação de comidas típicas –
livros ou qualquer objeto que tenha evento de degustação de comidas tí-
relevância junto ao tema estudado; picas produzidas pelos estudantes;

• Festivais - série de eventos de índo- • Feira / Mostra Cultural - eventos em


le artística, cultural ou desportiva, que que alunos e professores socializam
decorre ao longo de um determinado experiências de conhecimentos e de
período de tempo, geralmente de for- múltiplas aprendizagens em todas as
ma periódica, podendo ou não ter ca- áreas da cultura;
ráter competitivo;

22
• Mesa-redonda – debate ou confe- das novelas na sociedade, podem ser
rência em que todos os participantes produzidos diversos tipos de novela;
dialogam de forma horizontal. Podem
ser convidados pessoas da comunida- • Produção de livro – criação de livros
de ou especialistas para a discussão. para mostrar o processo da pesquisa
ou seu resultado. Pode ser também
• Jogos indígenas – eventos em que um livro com produções autorais dos
se praticam (de forma competitiva ou alunos ou adaptações de obras literá-
não) diversos jogos indígenas; rias para a atualidade;

• Elaboração de cartilhas – para os • Semana do Oscar - simular o prêmio


temas que requerem algum tipo de da Academia a partir dos filmes pro-
conscientização ou disseminação de duzidos pelos alunos e ter as mesmas
informações, podem ser elaboradas e categorias, como melhor ator, melhor
entregues cartilhas para a comunidade; fotografia etc.;

• Criação de blogs, sites, vlogs e • Produção de curta, longa-metragem,


aplicativos - elaboração de páginas animação e cinebiografia - muitos pro-
virtuais que discutam a temática com dutos audiovisuais podem ser utilizados
a participação ativa dos estudantes. como sistematização e comunicação
Essa(s) página(s) pode(m) conter da- das pesquisas. Podem ser produzidos
dos, análises e resultados da pesquisa filmes de curta ou longa metragem,
realizada de forma conjunta; animações (podem ser usados objetos,
massinha etc.) ou cinebiografia;
• Espetáculo teatral criado a partir
de jogos - a partir de jogos teatrais e • Café filosófico - debate entre alunos
jogos que trabalhem a música, pode e professores sobre alguma temática
ser criado um espetáculo teatral que contudente em que podem ser con-
seja apresentado e vivenciado na hora, vidados especialistas ou membros da
na forma de jogo, sem decorar textos comunidade para a roda de conversa;
previamente, abrindo espaço para a
improvisação e o espírito lúdico; • Criação de performances - as per-
formances podem ser um importante
• Livros que apresentam coletâneas – instrumento para sensibilizar as pes-
livros que reúnam coleções ou trechos soas para o debate de alguns temas e
selecionados de várias obras; provocá-las para a discussão. A partir
de um roteiro prévio, os atores podem
• Produção de fotonovela/ radionovela criar falas e ações no momento de
/ telenovela original ou remake de te- apresentação da performance, man-
lenovela – para debater algum tema ou tendo vivo o jogo, do “aqui e agora”
mesmo discutir a questão da presença da representação;

23
• Debates - os debates podem ser um
bom instrumento para a discussão de
ideias sobre qualquer temática. Po-
dem ser discutidas políticas públicas,
temas polêmicos, dentre outros;

• Jornada - podem ser realizadas jor-


nadas ou feiras temáticas abertas à
comunidade para o aprofundamento
de algum tema, podendo ter convida-
dos, como especialistas ou membros
da comunidade;

• Congresso - podem ser realizados


congressos para promoção de debates
a partir de qualquer tema, contando ou
não com a presença de convidados;

• Encontro das nações - feira que mos-


tra características de diversos países,
como costumes, culinária e hábitos,
mostrando as diferenças e semelhan-
ças culturais entre diversas nações;

• Túnel do tempo – o túnel do tempo


pode ser criado a partir de imagens,
datas importantes e principais eventos
relacionados ao tema investigado, in-
seridos em ordem cronológica;

• Propostas de planejamento finan-


ceiro/ produção de planilhas - pro-
duzir planilhas que possam atender às
demandas da comunidade (famílias,
comércios e empresas), e também
para o planejamento financeiro, de
modo a organizar e facilitar o controle
dos gastos individuais ou familiares;

24
• Projetos de consultoria - podem ser • Mapa cultural digital - para elabora-
produzidos diversos projetos para o ção do mapa é possível utilizar a fer-
auxílio em questões da comunidade. ramenta do “Google maps”, afinal, o
Por exemplo, sobre educação finan- manuseio, o compartilhamento de in-
ceira para o suporte em empreendi- formações e a inserção de fotografias
mentos diversos; é de fácil uso. Além disso, a utilização
favorece de uma maneira mesmo que
• Jogos - a criação e uso de jogos já simplista o desenvolvimento de um ra-
existentes na sociedade que envolvam ciocínio cartográfico;
os assuntos desenvolvidos;
• Fotolivro - livro de registros impres-
• Teatro fórum - apresentações do sos a partir de imagens, mas diferente
teatro fórum onde os espectadores de um álbum de fotografias. Além das
também participem da dramatização imagens é possível inserir textos, tags,
e todos sejam questionados na busca figuras etc.;
por soluções para o conflito estabe-
lecido em cena, abordando o assunto • Eventos abertos à comunidade - com
investigado; diversas atividades na programação:
exposições de fotografias, sessões de
• Divulgação informativa - confecção vídeos, feira de produtos, debates,
de panfletos informativos visando à palestras, performances teatrais, apre-
conscientização da comunidade local. sentações musicais, jogos etc.;
Podem ser distribuídos no comércio,
em eventos e transportes públicos; • Organização de abaixo-assinados -
visando encaminhar ao poder público
• Elaboração de podcasts - criação de um projeto de lei de iniciativa popular
podcasts, que é uma forma de publi- na comunidade;
cação de ficheiros multimídia, e o pú-
blico acompanhar pela internet; • Concurso de crônicas criminais - re-
latos ficcionais em forma de crônicas
• Montagem de rádio escolar - desen- que envolvam enigmas, mistérios e re-
volvendo roteiro, programação, sele- velação de crimes, envolvendo algum
cionando temas e músicas etc.; dos desafios apresentados no tema, e
escolher o melhor entre eles. Editar os
selecionados em formato de livro ou
e-book pode ser uma ideia interessante;

• Sala interativa - montar uma sala na


qual as pessoas (com entrada em gru-
pos controlados) passam, por exemplo,
por um labirinto interagindo com pistas

25
e são levadas à cena de um crime, onde • Feira ilusionista - em que se apre-
há um mural para que elas escrevam as sentem truques de mágica, com suas
possíveis soluções. Ao final pode ser respectivas explicações científicas.
exibido um vídeo como se houvesse Pode-se também apresentar para a
sido gravado por câmera de segurança, comunidade;
produzido pelos alunos (como os que
aparecem atualmente na mídia), que • Exposição de ambientes cenográfi-
revelaria a solução do crime; cos - criação de ambientes que reve-
lem a temática discutida e promova
• Oficinas de ciências forenses - ofi- formas de interação com o público.
cinas interativas com a comunidade Exemplo: Sala com espelhos, Casa Ma-
escolar para disseminar os conheci- luca (Playcenter; Catavento; outros);
mentos construídos acerca das técni-
cas forenses, de forma a despertar a • Exposição interativa - exposição
curiosidade dos participantes; que vise à interação com os partici-
pantes. Por exemplo, é possível expor
• Produção de obras audiovisuais - as invenções que mudaram a forma
além de filmes, é possível criar vídeos de realizar as tarefas básicas para os
cujo enfoque seja a música, como um participantes, que poderão tocar nos
videoclip ou videoarte. É possível a materiais e ouvir um pouco sobre a
criação de vídeos que possam ser apre- história de cada uma delas e sua im-
sentados no Festival de Arte Digital; portância para a sociedade;

26
• Mostra das invenções ou inovações
- os estudantes produzem durante
o ano, podendo ser apresentados os
croquis dos projetos ou protótipos
acompanhados dos conceitos científi-
cos utilizados;

• Guia de inovações e inventores(as)


brasileiros(as) - com suas histórias de
sucesso e a importância deles para a
sociedade;

• Banners - os banners são muito uti-


lizados em feiras de ciências e podem
ser um produto que sistematize as in-
vestigações desenvolvidas com o Eixo
Integrador.

• Encontro entre autores - podem ser


realizados eventos de encontros entre
alunos autores e autores da sociedade
para discutir o tema pesquisado.

• Produção de tutorial em vídeo - po-


dem ser produzidos tutoriais em vídeo
evidenciando o passo-a-passo para a
construção de algo, mostrando tam-
bém os aspectos científicos;

• Elaboração de palestras - a serem


proferidas em equipamentos da comu-
nidade (escolas, igrejas, teatros etc.);

• Elaboração de um guia impresso –


o guia deve ter linguagem acessível, e
ser distribuído na comunidade ou no
município;

27
• Montagem de sistemas - é possível • Produção de um periódico (revista,
montar sistemas, como para a produ- jornal etc.) - as descobertas e estudos
ção de alimentos orgânicos na escola, a partir do tema podem ser divulgadas
dimensionado de acordo com suas ne- em periódicos distribuídos na escola e
cessidades, com vistas a suprir a cozi- comunidade;
nha com produtos orgânicos e ser um
ambiente de aprendizagem para dife- • Produção de mapa(s) ou maque-
rentes etapas de ensino; te(s) - disposição das zonas da cidade
destinadas à indústria, ao comércio e
• Criação de protótipos - elaborar às residências, e apresentação desse
protótipos que mostrem a pesquisa produto à comunidade em um espaço
realizada e uma possível solução para a ser definido;
um problema identificado;
• Elaboração de projeto de solução
• Proposta de intervenção urbana - de algum problema local relaciona-
podem ser realizadas propostas de in- do à temática - a partir do problema
tervenção urbana no município ou no identificado, elaborar um projeto para
entorno da escola; a solução deste problema e promover
uma forma de divulgação para a co-
• Proposta de desenvolvimento de munidade, explorando os potenciais
um equipamento ou prótese - podem benefícios da aplicação dessa solu-
ser criados objetos, equipamentos ou ção à população local. Esse produto
próteses com uso do FAB LAB; não precisa ser efetivamente aplicado,
considerando a pouca maturidade dos
• Organização de um campeonato estudantes nesta faixa etária. Contu-
esportivo - pode ser organizado um do, nada impede que sejam tomadas
campeonato com as modalidades cria- ações nesse sentido. Uma ação sim-
das na escola (contemplando as tec- ples e bastante integradora é a cria-
nologias e conhecimentos científicos ção de uma “estante de projetos de
necessários, os equipamentos e as es- estudo do meio” na biblioteca escolar,
tratégias de treinamento e competição, que acumulará, em pouco tempo, uma
assim como suas regras), mobilizando rica coleção dos “estudantes autores”
toda a comunidade escolar e local; sobre reais estudos do meio e/ou pro-
jetos de intervenção local;
• Produção de guias turísticos e car-
tões postais - podem ser produzidos
guias e cartões postais que represen-
tem a temática estudada;

28
Referencial Curricular:
Trabalho por áreas de ensino, aprendizagem e
conhecimento: profes- pesquisa/ abordagem
sores e estudantes, sociointeracionista.
investigadores da reali- Interdisciplinaridade:
dade em ambiente diálogos entre os
altamente cooperativo. componentes.

Olhar por diferentes


perspectivas uma mesma
Temas escolhidos: questão: aproximação das
profunda ligação com o experiências escolares de
cotidiano, com o mundo situação e problemas reais.
do trabalho e sistema
produtivo brasileiro.
TRABALHO
COM O EIXO
INTEGRADOR
Procedimento e atitudes em
INTERÁREAS transformação: movimentos e
inovações sociais por meio do
Objetivos múltiplos: estudo do cotidiano e investi-
desenvolvimento de gação da realidade
autonomia, interdependência
positiva, espírito criativo e
atitude colaborativa.

Professor mediador de
aprendizagens ativas.
Estudantes protagonistas:
planejamento e organi-
zação compartilhado e
negociado.

29
7. AVALIAÇÃO
As avaliações, bem como seus crité- Considerando a centralidade do cará-
rios e instrumentos, devem ser cons- ter formativo da avaliação na concep-
truídas colaborativamente entre os es- ção de educação do SESI-SP, todos os
tudantes e o professor. As anotações aspectos cognitivos, procedimentais e
de aula, os registros, diários de bordo atitudinais – do desenvolvimento do
e relatórios também podem ajudar no projeto de investigação dos temas –
processo. devem ser observados. Por isso, não
somente os produtos parciais e finais
O processo avaliativo do Eixo Inte- serão avaliados, mas a participação dos
grador segue os mesmos princípios estudantes nas decisões do projeto e
e procedimentos dos demais compo- nas atividades em grupo e individuais.
nentes curriculares, ou seja, é proces-
sual. Nessa medida, no trabalho com o Cabe ao professor o acompanhamen-
Eixo, dependendo da intencionalidade to do desenvolvimento dos estudantes
do professor, a avaliação pode cumprir ao longo das etapas, por meio da ob-
função diagnóstica, somativa/ classifi- servação de aspectos atitudinais que
catória e/ou formativa. colaboram para que os objetivos do
grupo sejam atingi- dos e da análise
Portanto, conforme prevê o Regimen- da produção individual e dos grupos.
to Comum da rede escolar SESI-SP,
o percurso de aprendizagem dos es- Dada a importância do protagonismo e
tudantes em cada etapa letiva deve- do trabalho coletivo no Eixo Integrador,
rá ser registrado no Diário de Classe a participação dos estudantes nas deci-
Eletrônico e traduzido por uma nota. sões referentes ao processo de avalia-
A diferença em relação aos demais ção é fundamental. Assim, ao incluí-los,
componentes curriculares é que, inde- o professor contribui para o desenvolvi-
pendentemente da média final, o Eixo mento da autonomia do grupo.
Integrador não é objeto de retenção.
Ainda na busca da construção da au-
A nota de cada etapa será composta tonomia dos estudantes, devem ser
pela avaliação realizada pelo profes- previstos e incluídos no cronograma
sor e pelos estudantes, com base em momentos de avaliação e de autoava-
critérios, que, adequados aos objeti- liação em que professor e estudantes,
vos do Eixo, orientarão a escolha de em conjunto, identifiquem o que pre-
estratégias e instrumentos de avalia- cisa ser mantido ou modificado e para
ção em cada fase de desenvolvimento que estabeleçam novos caminhos para
do trabalho. o desenvolvimento do trabalho.

30
Mas somente o olhar para si não é su-
ficiente. Para favorecer um espaço co-
letivo de aprendizagem, é importante
promover momentos de feedback, pos-
sibilitando oportunidades em que haja
troca de comentários entre professores
e estudantes e desses com seus pares
sobre a participação nas atividades in-
dividuais e coletivas e sobre a qualida-
de do trabalho desenvolvido.

AVALIAÇÃO:
Processo e Produto
Etapas Letivas

Não é objeto
de retenção
Atribuir
nota(s) como
nos demais
componentes

Promover
autoavaliação
Realizar estudantes e
feedback professor
individual
e coletivo

31
8. REFERÊNCIAS
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada
para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2015. 156p.

BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia


para professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed,
2008. p.200.

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Tradução do francês


Eliane Lisboa. Porto Alegre: Sulina, 2006. 120 p.

SESI-SP. Referencial Curricular do Sistema SESI-SP de Ensino: Ensino


Fundamental, 1.ed., São Paulo: SESI-SP Editora, 2015.

32
9. ANEXOS

A seguir inserimos um rol de sugestões de anexos com modelos de formulários


sugeridos para os trabalhos com os Eixo Integrador:

• Movimento do Trabalho com o Eixo;

• Cronogramas para desenvolvimento dos trabalhos;

• Estratégias de formação de grupos para Eixo Integrador;

• Pauta de observação de grupos.

Movimento do trabalho com o Eixo

Com a imagem abaixo, procura-se demostrar uma possibilidade de desenvolvi-


mento de ações próprias do trabalho com o Eixo Integrador. Trata-se de um rol de
sugestões que se complementam. Nesse sentido não há uma ordem obrigatória a
ser seguida e, por se tratar de um movimento circular, as etapas se articulam em
diversos momentos deste movimento propiciado pelo Eixo Integrador.

33
utos Apre
e prod sen
taç
s
ado ão
d e
de di
sc
e
lis Analisar processos e us
ná dados levantados para o
desenvolvimento dos
s
A

ão
produtos Apresentar o título do Eixo
Integrador aos estudantes.

Realizar Roda de Conversa


partindo do conhecimento
o

dos estudantes sobre a


alh

temática a ser estudada.

Sel
trab

Auxiliar no processo de

eçã
organização dos grupos.
e

Investir para que os


Divisão d

o de r
estudantes exercitem o
diálogo, a gestão de
conflitos e distribuição
CRONOGRAMA
Selecionar charges,
das tarefas

ecursos
imagens, filmes,
documentários e

(Check list) reportagens que


abordem a temática.

Lançar questionamentos
DE AÇÕES
aos estudantes que desa-
fiem a curiosidade sobre
aspectos relacionados ao
tema. As problematizações
s

Rep
nta

são importantes para o


avanço e continuidade Pesquisar instituições,
u

do trabalho projetos, Ongs, empresas... e


rg

r
que promovam ações ligadas
tor
pe

à temática do eixo.

?
ia
s

ro

Apresentar dados e fatos


de

Pesquisar os possíveis
relativos à temática
s

avanços tecnológicos e
n

e
a

r científicos que se
st
G ud
relacionam com a temática an
proposta no Eixo. te
s
Pesq ões
uisas / Investigaç

34
Cronograma de Atividades
Turma:

Professor:

Eixo:

Ações jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

1. Apresentação do tema e levantamentos dos conhecimentos prévios


dos estudantes sobre o assunto.

2. Definição do problema.

3. Organização dos grupos, definição e distribuição das tarefas.

4. Pesquisa bibliográfica.

5. Pesquisa de campo.

6. Apresentação e análise dos dados levantados.

7. Definição dos instrumentos e critérios da avaliação.

8. Feedbacks individuais e coletivos

9. (Re)planejamento para a próxima etapa.


Formulário do professor e do estudante

10. Definição do produto final.

11. Aprofundamentos das pesquisas: palestras, debates, entrevistas.

12. Execução de tarefas para o produto final.

13. Apresentação das produções parciais.

14. Avaliação, feedback e autoavaliação.


Cronograma para desenvolvimento do trabalho – Sugestão 1

15. (Re)planejamento para a próxima etapa.

16. Orientação aos grupos quanto ao produto final.

17. Apresentações das produções finalizadas.

18. Validação das produções.

19. Ajustes e revisões do produto final.

20. Divulgação do produto final.

21. Avaliação final, feedback e autoavaliação.

35
Formulário do professor e do estudante
Cronograma para desenvolvimento do trabalho – Sugestão 2

Este modelo de cronograma faz parte


dos modelos existentes no Excel e pode
ser encontrado da seguinte maneira: ao
abrir o Excel, no campo “Procurar mo-
delos online”, digitar linha do tempo
com etapas.

36
Estratégias de formação de grupos para o Eixo Integrador

As decisões relativas à formação de O local das atividades também influen-


grupos envolvem o seu tamanho, quem cia o tamanho dos grupos. Em muitos
faz parte dele, os papéis atribuídos a trabalhos, cada atividade pode ter um
seus membros e as tarefas distribuídas. local diferente. Por exemplo:

As atividades utilizadas para a elabora- POSSÍVEIS LOCAIS DE TRABALHO


ção dos produtos prestam-se a diferen-
LOCAL ÚTIL PARA
tes esquemas de formação de grupos.
Orientação, coordenação, feedbacks
Algumas delas podem ser realizadas Sala de aula
coletivos e etc.
pelos alunos individualmente. Outras
Casa Geração de ideias.
podem se prestar ao trabalho em du-
Pesquisa, leitura, revisão de trabalho,
plas, em pequenos grupos ou para a Biblioteca
apontamentos, uso da tecnologia.
classe como um todo. As decisões re- Laboratório Uso da tecnologia, revisão de
lativas à formação de grupos devem de informática trabalho, pesquisa e etc.

refletir a natureza e as metas de apren- Coleta de dados, observação, entre-


Comunidade
vistas, cooperação, práticas e etc.
dizagem pretendidas. Por exemplo:
Modelagem, obtenção de orientação
Comunidade
e feedbacks individuais.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O Com parceiro Cooperação, compartilhamento de
TAMANHO DO GRUPO eletrônico informações, obtenção de retorno.

TAMANHO POSSÍVEIS
DO GRUPO APLICAÇÕES

Individual

Duplas

Pequenos
grupos

Grupos de
tamanho
intermediário

Classe inteira

37
Formulário do professor e do estudante

Adaptado de BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino
fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 200 p.

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