Eixo Integrador Interáreas EF - Orientações Gerais
Eixo Integrador Interáreas EF - Orientações Gerais
Eixo Integrador Interáreas EF - Orientações Gerais
INTERÁREAS
Orientações Gerais
ENSINO FUNDAMENTAL
PRESIDÊNCIA
Paulo Skaf
SUPERINTENDÊNCIA
Alexandre Ribeiro Meyer Pflug
PROJETO 2020
Supervisão de Currículo, Inovação e
Recursos Didáticos
curriculo.educacao@sesisp.org.br
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Emanuel Galdino
Karina Costa
2020
Todos os direitos reservados ao SESI-SP
Av. Paulista, 1.313 – São Paulo – SP - CEP: 01311-923 | Tel.: (11) 3146-7000 | www.sesisp.org.br
2
“A função de planejar o currículo é uma das facetas mais
relevantes dentro do conjunto de práticas relacionadas com sua
elaboração e desenvolvimento, recolhendo aspectos de ordem
técnica e pedagógica mais genuínos, através dos quais adquire
forma e fica preparado para a sua implantação na prática...”
3
4
Fonte: Everton Amaro.
APRESENTAÇÃO
Bom trabalho!
5
2
SUMÁRIO
1
Introdução Geral Pesquisa
8 11
3
Quais são as principais
competências socioemocionais?
13
4
Principais desafios do trabalho
com o Eixo Integrador
14
5
Papel do professor no
desenvolvimento do
Eixo Integrador
16
8
Referências
32
6 9
Produto Final
20
Anexos
33
7
Avaliação
30
7
1. INTRODUÇÃO GERAL
Eixo Integrador
8
Entende-se por área de conhecimen- Isso significa que só é possível apreen-
to um conjunto de componentes cur- der a realidade em sua totalidade a
riculares/saberes classificados em partir de uma abordagem interdiscipli-
grandes grupos (Ciências da Nature- nar do conhecimento, pois dessa for-
za, Linguagens, Matemática e Ciên- ma aproxima-se a experiência escolar
cias Humanas) que apresentam in- de situações e problemas reais. Por
ter-relações entre si. Ou seja, há uma isso é tão importante que a interdis-
proximidade entre as especificidades, ciplinaridade se apresente como um
os objetos de investigação, os méto- eixo básico da organização curricular
dos de pesquisa dos componentes e se concretize na ação em sala de aula
curriculares e a realidade. com base na consolidação de práticas,
posturas e atitudes interdisciplinares
Esse tipo de organização curricular que se predisponham a olhar por dife-
tem a interdisciplinaridade como prin- rentes perspectivas uma mesma ques-
cípio, ou seja, não se restringe a uma tão (Referencial Curricular do Sistema
determinada área, relacionando-se, SESI-SP de Ensino, 2016, p. 39).
também, com os componentes curri-
culares de outras áreas. Cabe salientar que este “apreender a
realidade em sua totalidade” é sempre
relativo, visto que ninguém, em ne-
9
nhum lugar, tem condições de apreen- Outro conceito fundamental é a visão
der o conhecimento total de algo. transdisciplinar do conhecimento, con-
Neste sentido, é mister afirmar que o forme é abordado no Referencial Cur-
ensino por meio da interdisciplinarida- ricular do Sistema SESI-SP de Ensino:
de não nega os conhecimentos espe-
Para além do trabalho intra e inter-
cíficos de cada componente curricular disciplinar, é necessária uma reflexão
e área de conhecimento, mas valoriza sobre uma visão transdisciplinar do
o potencial de interlocução entre di- conhecimento, termo, este, criado
versos campos de saber. por Jean Piaget e que tem sido de-
batido e estudado por pesquisado-
Além da interdisciplinaridade, outros res desde então. Segundo Basarab
Nicolescu, um dos mais atuantes e
dois elementos estruturantes são fun-
respeitados físicos teóricos no ce-
damentais na organização curricular
nário científico contemporâneo, a
do Eixo Integrador: a dialogicidade e a transdisciplinaridade “como o prefi-
contextualização. O primeiro possibili- xo ‘trans’ indica àquilo que está ao
ta uma ação indagadora e argumenta- mesmo tempo entre as disciplinas,
tiva, em um movimento constante de através das diferentes disciplinas e
análise e síntese da realidade. A con- além de qualquer disciplina. Seu ob-
jetivo é a compreensão do mundo
textualização, por sua vez, tem o papel
presente para o qual um dos impera-
de evidenciar o contexto da produção
tivos é a unidade do conhecimento”
de determinado conhecimento, tra- (NICOLESCU, 1999, p. 16).
zendo à tona os aspectos reais da vida
pessoal, cultural, econômica e social. Assim, os três conceitos, a interdisci-
plinaridade, a intradisciplinaridade e a
Nesse sentido, é importante também transdisciplinaridade fundamentam o
uma relação intradisciplinar do conhe- trabalho com o Eixo Integrador e devem
cimento, visando relacionar as respec- ser incorporados ao processo de acor-
tivas ramificações de um mesmo com- do com as exigências de cada temática
ponente curricular, para que os alunos e processo de pesquisa abordados.
percebam a integração e conexão en-
tre os diferentes assuntos e objetos de
estudos desse componente.
OBJETIVO EIXO
INTEGRADOR
10
2. PESQUISA
No processo de autonomia e protago- o ensino, a aprendizagem e a pesquisa
nismo estudantil, a pesquisa é funda- a partir de uma abordagem sócio-in-
mental. Ao planejá-la adequadamen- teracionista, que considera o conheci-
te a pesquisa ajuda as crianças e os mento como processo de construção
jovens a realizarem associações para fundado no diálogo permanente entre
além da sala de aula. professores e estudantes. (Referen-
ciais Curriculares do Sistema SESI-SP
Envolver o estudante no processo de de Ensino, p.28)
aprendizagem de forma que valorize
seu protagonismo e promova a sua au- Diante desse cenário, em 2016 inicia-
tonomia é fundamental para o desen- mos uma nova proposta de trabalho
volvimento das habilidades de pesquisa articulada ao Referencial e ao Material
no ambiente escolar e na vida, e se di- Didático do Sistema SESI-SP de Ensi-
ferencia da simples coleta de informa- no – o Eixo Integrador.
ções. Para tanto é necessário entender
e distinguir autonomia e protagonismo. O Eixo Integrador é uma estratégia
de interdisciplinaridade, onde os es-
A autonomia é a capacidade de um tudantes têm a oportunidade de co-
indivíduo de tomar uma decisão es- nhecer, integrar e aplicar conteúdos
pontânea elegendo suas escolhas e experiências numa perspectiva de
pessoais; revela sua capacidade de or- diálogo e interação para a solução de
ganizar, por exemplo, os seus estudos, desafios.
sem total dependência do professor.
Não se trata, portanto, de anular as
O protagonismo é uma prática educa- características intrínsecas de cada
tiva onde o estudante é o ator central e componente curricular historicamente
participa de todas as fases do proces- construídas, mas de mobilizar e articu-
so de ensino e aprendizagem, desde a lar esses conhecimentos na busca da
elaboração, execução e avaliação, com compreensão e da resolução de um
o objetivo de estimular a participação problema, considerando os conheci-
social do jovem na comunidade e na mentos do mundo na sua complexi-
construção do próprio conhecimento. dade e, buscando a apropriação dos
conhecimentos em vista à construção
O Sistema SESI-SP de Ensino funda- do pensamento complexo, como su-
menta sua proposta curricular em uma gerido por Morin (2006).
concepção de educação que engloba
11
O trabalho com a interdisciplinaridade Além disso, pela complexidade do ser
no Eixo Integrador não pressupõe o humano e com o objetivo de prepa-
professor ter domínio de todos os com- rar os estudantes para os desafios da
ponentes e áreas de conhecimento. Seu contemporaneidade, no trabalho com
papel é de mediador e não o de deten- o Eixo Integrador é possível desenvol-
tor de todos os saberes. Mas, por vezes, ver estratégias de aprendizagem que
pode ser necessário que o professor incluam as competências socioemo-
realize pesquisas ou busque apoio de cionais, uma vez que é possível apren-
outros professores para melhor direcio- dê-las e praticá-las.
nar os trabalhos dos estudantes.
Dessa forma, as atividades sugeridas
Assim, nos ensinos fundamental e mé- nesse material também potencializam
dio, o Eixo Integrador é proposto com o trabalho com essas competências,
o objetivo de ampliar a capacidade na medida em que propiciam o desen-
dos estudantes a olhar para a com- volvimento de aspectos importantes
plexidade do mundo, a articular os da formação do sujeito. São eles: aber-
conhecimentos dos diversos compo- tura a novas experiências, estabeleci-
nentes no entendimento do mundo e mento de relações com o outro, toma-
na resolução de problemas. da de decisões de forma responsável,
criatividade, empatia e autonomia.
12
3. QUAIS SÃO AS
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS?
As competências gerais propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
voltam-se para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como ar-
gumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, respon-
sabilidade e cidadania.
13
POR QUE TRABALHAR AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
SOCIOEMOCIONAIS NA ESCOLA?
4. PRINCIPAIS DESAFIOS
DO TRABALHO COM O
EIXO INTEGRADOR
• Acrescentar conhecimentos à • Elaborar uma metodologia que
vida e à formação dos estudantes possibilite o desenvolvimento de
para além daqueles já previstos um trabalho interdisciplinar para
nos componentes curriculares, de que a compartimentação dos sabe-
modo a ampliar o repertório cultu- res seja gradativamente superada;
ral e a participação ativa na socie-
dade, observando a relação entre • Incentivar a autonomia da equipe
o que se aprende e o que se vive; escolar de maneira que sejam con-
templados tanto os objetivos da
rede quanto aqueles específicos
do contexto de cada comunidade;
14
• Preparar os estudantes e pro- estudante se torne, além de protago-
fessores para serem parte de um nista do seu aprendizado, alguém que
grupo e que sejam capazes de li- interfere, de fato, nas mudanças neces-
dar com adversidades e conflitos, sárias à sua comunidade com a utiliza-
conseguindo explorar as riquezas ção dos conhecimentos apreendidos.
das experiências coletivas e lidar
com frustrações. A estratégia metodológica, por meio
dessa proposta, é o trabalho em equi-
O processo de ensino e aprendizagem pe em um ambiente altamente coope-
não se altera com a proposta de traba- rativo, garantindo espaço intelectual
lho com o Eixo Integrador, tampouco significativo em que o aprender e fa-
desconsidera os procedimentos meto- zer juntos tenha mais valor agregado
dológicos e a avaliação formativa. Ao do que teria caso se aprendesse ou
contrário, amplia o processo de ensino fizesse sozinho.
e aprendizagem, fazendo com que o
15
5. PAPEL DO PROFESSOR NO
DESENVOLVIMENTO DO EIXO
INTEGRADOR
O papel do professor do Eixo Integra- • Pesquisa, seleção e organização
dor é o de mediador de aprendiza- do que é relevante sobre determi-
gens ativas, nas quais os estudantes nado tema, considerando a reali-
não são meros recebedores de infor- dade e as possibilidades de am-
mações, mas engajam-se de maneira pliação pelos estudantes, a partir
ativa no processo de aquisição do co- do que eles trouxerem, levando-os
nhecimento. Para que a aprendizagem a continuarem as investigações e
ativa aconteça, espera-se que os pro- não ficarem na superficialidade em
fessores tenham ações fundamentais, relação aos dados que levantarem;
desde o início:
• Definição, em conjunto com os
• Escolha do tema a ser pesquisado, estudantes, de um cronograma de
a partir da escuta atenta dos inte- trabalho, incluindo prazos, entre-
resses dos estudantes e do olhar gas e critérios de avaliação para
para os problemas enfrentados pela cada atividade proposta;
comunidade em que a escola está
• Articulação dos diferentes compo-
inserida. Para esse processo de es-
nentes curriculares e áreas de conhe-
colha do tema, podem ser propos-
cimento no trabalho com os temas;
tas várias atividades mobilizado-
ras, como apresentação de vídeos, • Utilização de ferramentas tecno-
palestras com outros professores lógicas disponíveis para a gestão
ou profissionais da área, debates, dos projetos e o desenvolvimento
discussões sobre a relevância dos das atividades;
temas na comunidade local, pesqui-
• Criação de grupos heterogêneos,
sas sobre todos os temas propostos,
dando tempo e oportunidades,
rodas de conversa, entre outros. O
dentro das atividades propos-
estudante deve, democraticamen-
tas, para que todos os estudantes
te, se apropriar de todo o processo,
possam desenvolver a liderança, a
tornando-o assim significativo para
responsabilidade na tomada de de-
ele. Para isso, não se pressupõe um
cisão, a construção de confiança, a
momento específico de apenas
comunicação e as habilidades de
uma aula, mas o tempo que se fizer
gestão de conflito, além do rodízio
necessário para o entendimento e
de deveres, individuais e coletivos;
argumentações com teses bem fun-
damentadas dos alunos;
16
• Durante o processo, podem ser • Utilização de estratégias e abor-
propostas rodas de conversa para dagens diversificadas, sem a obri-
a avaliação de atitudes e reflexão gatoriedade de serem únicas a to-
sobre os sentimentos e sensações dos os estudantes;
percebidos no processo e ajustes
• Discussão e definição coletiva de
necessários para um melhor tra-
períodos, prazos e tipos de avaliação
balho em grupo. Também podem
(incluindo autoavaliação) com defi-
ser debatidos temas da atualidade
nição de critérios claros e precisos;
significativos para os jovens que
ampliem sua visão dos problemas • Fornecimento de feedback indivi-
sociais e leitura de mundo; dual e coletivo, sistematicamente,
para que os estudantes aprendam
• Podem ser promovidos eventos
a trabalhar juntos, de forma produ-
que busquem deslocar os estudan-
tiva, para atingir um objetivo co-
tes e sensibilizá-los para o cuidado
mum. O feedback os auxilia a iden-
com o outro e a valorização das
tificar como estão os trabalhos de
diferenças, prevenindo o bullying e
cada um dentro do grupo, assim to-
fornecendo espaço para a expres-
dos podem realizar ajustes durante
são de sentimentos e trocas entre
o processo. O professor pode fazer
estudantes e professores. Como
perguntas como: de que forma vo-
exemplos, podem ser criados um
cês lidaram com a frustração dian-
Museu da Empatia na escola; um
te das dificuldades encontradas
restaurante com cardápio de as-
no processo? Tiveram conflitos?
suntos para serem conversados;
Como vocês resolveram? Quiseram
oficinas que trabalhem o conheci-
desistir no meio do percurso? O
mento de si e do outro, com roda
que mais os motivou a seguir com
de conversas sobre felicidade,
a pesquisa? Realizaram alguma
amor, empatia e outros; oficinas
descoberta sobre si mesmos nes-
de desenho de observação do ou-
te processo? Vocês conseguiram
tro e autorretrato, como forma de
trabalhar de forma cooperativa ou
autoconhecimento; exibição de fil-
alguns ficaram sobrecarregados ou
mes que tratem de aspectos como
não participaram?
solidariedade, conflitos, resiliência,
cooperação etc.;
• Criação de atividades/tarefas
complexas, envolventes, desafia-
doras, estimulantes, em diferentes
níveis de aprofundamento, para
gerar “interdependência positiva”;
17
A AÇÃO DO PROFESSOR DO EIXO
INTEGRADOR INTERÁREAS
PLANEJE A AVALIAÇÃO
Defina os critérios avaliativos com os estudantes.
MAPEIE O TRABALHO
FORMULE MAIS DESAFIOS
Organize as tarefas e atividades.
Elabore questões provocativas
Decida com os estudantes como
que conduzam a respostas
apresentar os produtos no
mais elaboradas.
percurso e ao final do trabalho.
Crie questões orientadoras
Reúna recursos que viabilizem a
que possam manter o interesse
execução do trabalho.
dos estudantes ao longo do
trabalho com o eixo e instigue- Construa com os estudantes o
os a ir além das respostas do cronograma das atividades.
senso comum.
GERENCIE O PROCESSO
Acompanhe a evolução do grupo
LEIA O GUIA E TOME
CONTATO COM O EIXO Observe a participação de cada
18
Nesse contexto de aprendizagem ati- • Trabalhar cooperativamente,
va, os estudantes são protagonistas, apoiando colegas que possuam ou-
exercendo autonomia na organização tros ritmos de aprendizagem, valo-
e no desenvolvimento do trabalho com rizando e reconhecendo as diversas
o Eixo Integrador, a partir de uma série habilidades em prol da construção
de atividades complexas que incluem: coletiva.
19
sobre qual deve ser a organização da Do mesmo modo, é importante obser-
classe, de forma a oportunizar a apren- var como esses estudantes reagem e
dizagem e participação nas atividades que papéis são assumidos nas diferen-
propostas de maneira bem mais diver- tes tarefas e interações proporcionadas
sificada e significativa. pelos desafios de cada Eixo Integrador.
6. PRODUTO FINAL
Faz parte da dinâmica de trabalho ria que a turma encontrou. Você pode
com o Eixo Integrador a elaboração retomar todas as fases desenvolvidas
de um produto que sistematize e re- nas etapas e a representação dos estu-
presente a síntese das reflexões e do dantes frente à temática, fazendo uma
conhecimento construído ao longo do roda de conversa e refletindo com eles
processo de investigação. sobre o processo vivenciado.
20
visando que o conhecimento viven- sugestões. Isso é positivo, já que a cul-
ciado ultrapasse os muros da escola minância dependerá do processo que
e possam também impactar a comu- foi realizado:
nidade e até a sociedade. Inclusive, é
possível apresentá-lo em diferentes • Ações e Campanhas na escola – é
espaços da cidade, como teatros, ruas, possível realizar uma série de ações e
parques, entre outros, além da escola. campanhas para conscientização as-
sociadas a muitas temáticas aborda-
Neste guia, são apresentadas várias das durante o processo de pesquisa
sugestões de produto final, que po- do Eixo Integrador;
dem ser adaptados conforme as es-
pecificidades do trabalho de pesquisa • Documentários - é uma produção
desenvolvido pelos grupos. Portanto, audiovisual, não-ficcional, que se ca-
um mesmo tema pode ser abordado racteriza principalmente pelo compro-
de diversas maneiras em cada uma misso da exploração da realidade. Isso
das turmas, resultando em produtos não significa que represente a realida-
diferentes. de “tal como ela é”. O documentário,
assim como o cinema de ficção, é uma
As características do trabalho em representação parcial e subjetiva da
cada turma também impactam no mo- realidade. Muitos temas podem ter
mento de definição do produto final, como culminância, a produção de um
não sendo possível fixar em um crono- documentário;
grama único o período mais indicado
para essa ação. No entanto, indepen- • Painel interativo – há muitas formas
dentemente do período do ano letivo de criar um painel interativo. Ele pode
em que ocorra, é importante que essa ser digital, por meio do uso da lousa
definição resulte da compreensão dos digital, ou pode ser artesanal, com
estudantes sobre o tema e de sua rela- abas de papel para o público abrir, por
ção com os problemas norteadores da exemplo, dentre outras propostas de
pesquisa. Por isso, a participação de interação com o público;
todos os estudantes na escolha e na
distribuição de funções e tarefas du- • Desfiles - a criação de um evento de
rante o processo de elaboração desse desfile, seja de moda ou de Cosplay é
produto é fundamental. uma boa oportunidade para o trabalho
com alguns temas. Podem ser criados
Seguem sugestões que podem ampliar convites, planejada uma abertura e um
o repertório do professor e inspirá-lo encerramento, dentre outras ações;
para ampliar o seu leque de possibili-
dades. É possível que a turma com a • Mostra de vídeos – a Mostra de Ví-
mediação do professor opte por um deos pode ser uma boa oportunidade
produto final que não está na lista de para o contato com a comunidade e
21
sua participação. Junto com a exibi- • Oficinas – a oficina é uma metodolo-
ção de vídeos é possível realizar deba- gia de trabalho que promove a forma-
tes, rodas de conversa, palestras etc.; ção coletiva. Ela prevê momentos de
interação e troca de saberes a partir
• Encenações teatrais - o teatro pos- da horizontalidade na construção do
sibilita que se discuta sobre qualquer saber inacabado, onde se aprende fa-
temática e é uma boa forma de encon- zendo junto com os outros;
tro com o público, pois é mediado pela
arte. Podem ser criadas peças teatrais • Apresentação circense / Circo iti-
ou esquetes (cenas curtas) em varia- nerante – apresentações que utilizem
dos gêneros, como comédia, tragédia, práticas e recursos circenses, utilizan-
drama etc.; do o palco ou apresentações circenses
que percorram um trajeto, na escola
• Evento de fanfics - exposição de ou outro espaço;
HQs e mangás produzidos pelos estu-
dantes com personagens da vida real • Projeto de lei - os estudantes podem
e fictícias e oficinas de elaboração de elaborar projetos de lei relacionados a
quadrinhos; várias temáticas e, se possível, enviar à
Câmara Mirim;
• RPG Show – evento que mostre uma
partida de RPG live action, ou seja, • Varal de cordéis e xilogravuras – ex-
com a caracterização dos persona- posição em varais de produções de
gens e sua interpretação. Pode ser uti- cordel e xilogravuras;
lizado para o trabalho com a temática
do herói ou outros temas que tenham • Apresentação de músicas e/ou dan-
personagens como foco de estudo; ças – a criação de músicas e paródias
e/ou a criação de coreografias podem
• Exposições - é possível organizar ser utilizadas para a exposição das
exposições de fotografias, vestimen- pesquisas realizadas;
tas, bonecos que representem perso-
nagens (reais ou fictícios), protótipos, • Degustação de comidas típicas –
livros ou qualquer objeto que tenha evento de degustação de comidas tí-
relevância junto ao tema estudado; picas produzidas pelos estudantes;
22
• Mesa-redonda – debate ou confe- das novelas na sociedade, podem ser
rência em que todos os participantes produzidos diversos tipos de novela;
dialogam de forma horizontal. Podem
ser convidados pessoas da comunida- • Produção de livro – criação de livros
de ou especialistas para a discussão. para mostrar o processo da pesquisa
ou seu resultado. Pode ser também
• Jogos indígenas – eventos em que um livro com produções autorais dos
se praticam (de forma competitiva ou alunos ou adaptações de obras literá-
não) diversos jogos indígenas; rias para a atualidade;
23
• Debates - os debates podem ser um
bom instrumento para a discussão de
ideias sobre qualquer temática. Po-
dem ser discutidas políticas públicas,
temas polêmicos, dentre outros;
24
• Projetos de consultoria - podem ser • Mapa cultural digital - para elabora-
produzidos diversos projetos para o ção do mapa é possível utilizar a fer-
auxílio em questões da comunidade. ramenta do “Google maps”, afinal, o
Por exemplo, sobre educação finan- manuseio, o compartilhamento de in-
ceira para o suporte em empreendi- formações e a inserção de fotografias
mentos diversos; é de fácil uso. Além disso, a utilização
favorece de uma maneira mesmo que
• Jogos - a criação e uso de jogos já simplista o desenvolvimento de um ra-
existentes na sociedade que envolvam ciocínio cartográfico;
os assuntos desenvolvidos;
• Fotolivro - livro de registros impres-
• Teatro fórum - apresentações do sos a partir de imagens, mas diferente
teatro fórum onde os espectadores de um álbum de fotografias. Além das
também participem da dramatização imagens é possível inserir textos, tags,
e todos sejam questionados na busca figuras etc.;
por soluções para o conflito estabe-
lecido em cena, abordando o assunto • Eventos abertos à comunidade - com
investigado; diversas atividades na programação:
exposições de fotografias, sessões de
• Divulgação informativa - confecção vídeos, feira de produtos, debates,
de panfletos informativos visando à palestras, performances teatrais, apre-
conscientização da comunidade local. sentações musicais, jogos etc.;
Podem ser distribuídos no comércio,
em eventos e transportes públicos; • Organização de abaixo-assinados -
visando encaminhar ao poder público
• Elaboração de podcasts - criação de um projeto de lei de iniciativa popular
podcasts, que é uma forma de publi- na comunidade;
cação de ficheiros multimídia, e o pú-
blico acompanhar pela internet; • Concurso de crônicas criminais - re-
latos ficcionais em forma de crônicas
• Montagem de rádio escolar - desen- que envolvam enigmas, mistérios e re-
volvendo roteiro, programação, sele- velação de crimes, envolvendo algum
cionando temas e músicas etc.; dos desafios apresentados no tema, e
escolher o melhor entre eles. Editar os
selecionados em formato de livro ou
e-book pode ser uma ideia interessante;
25
e são levadas à cena de um crime, onde • Feira ilusionista - em que se apre-
há um mural para que elas escrevam as sentem truques de mágica, com suas
possíveis soluções. Ao final pode ser respectivas explicações científicas.
exibido um vídeo como se houvesse Pode-se também apresentar para a
sido gravado por câmera de segurança, comunidade;
produzido pelos alunos (como os que
aparecem atualmente na mídia), que • Exposição de ambientes cenográfi-
revelaria a solução do crime; cos - criação de ambientes que reve-
lem a temática discutida e promova
• Oficinas de ciências forenses - ofi- formas de interação com o público.
cinas interativas com a comunidade Exemplo: Sala com espelhos, Casa Ma-
escolar para disseminar os conheci- luca (Playcenter; Catavento; outros);
mentos construídos acerca das técni-
cas forenses, de forma a despertar a • Exposição interativa - exposição
curiosidade dos participantes; que vise à interação com os partici-
pantes. Por exemplo, é possível expor
• Produção de obras audiovisuais - as invenções que mudaram a forma
além de filmes, é possível criar vídeos de realizar as tarefas básicas para os
cujo enfoque seja a música, como um participantes, que poderão tocar nos
videoclip ou videoarte. É possível a materiais e ouvir um pouco sobre a
criação de vídeos que possam ser apre- história de cada uma delas e sua im-
sentados no Festival de Arte Digital; portância para a sociedade;
26
• Mostra das invenções ou inovações
- os estudantes produzem durante
o ano, podendo ser apresentados os
croquis dos projetos ou protótipos
acompanhados dos conceitos científi-
cos utilizados;
27
• Montagem de sistemas - é possível • Produção de um periódico (revista,
montar sistemas, como para a produ- jornal etc.) - as descobertas e estudos
ção de alimentos orgânicos na escola, a partir do tema podem ser divulgadas
dimensionado de acordo com suas ne- em periódicos distribuídos na escola e
cessidades, com vistas a suprir a cozi- comunidade;
nha com produtos orgânicos e ser um
ambiente de aprendizagem para dife- • Produção de mapa(s) ou maque-
rentes etapas de ensino; te(s) - disposição das zonas da cidade
destinadas à indústria, ao comércio e
• Criação de protótipos - elaborar às residências, e apresentação desse
protótipos que mostrem a pesquisa produto à comunidade em um espaço
realizada e uma possível solução para a ser definido;
um problema identificado;
• Elaboração de projeto de solução
• Proposta de intervenção urbana - de algum problema local relaciona-
podem ser realizadas propostas de in- do à temática - a partir do problema
tervenção urbana no município ou no identificado, elaborar um projeto para
entorno da escola; a solução deste problema e promover
uma forma de divulgação para a co-
• Proposta de desenvolvimento de munidade, explorando os potenciais
um equipamento ou prótese - podem benefícios da aplicação dessa solu-
ser criados objetos, equipamentos ou ção à população local. Esse produto
próteses com uso do FAB LAB; não precisa ser efetivamente aplicado,
considerando a pouca maturidade dos
• Organização de um campeonato estudantes nesta faixa etária. Contu-
esportivo - pode ser organizado um do, nada impede que sejam tomadas
campeonato com as modalidades cria- ações nesse sentido. Uma ação sim-
das na escola (contemplando as tec- ples e bastante integradora é a cria-
nologias e conhecimentos científicos ção de uma “estante de projetos de
necessários, os equipamentos e as es- estudo do meio” na biblioteca escolar,
tratégias de treinamento e competição, que acumulará, em pouco tempo, uma
assim como suas regras), mobilizando rica coleção dos “estudantes autores”
toda a comunidade escolar e local; sobre reais estudos do meio e/ou pro-
jetos de intervenção local;
• Produção de guias turísticos e car-
tões postais - podem ser produzidos
guias e cartões postais que represen-
tem a temática estudada;
28
Referencial Curricular:
Trabalho por áreas de ensino, aprendizagem e
conhecimento: profes- pesquisa/ abordagem
sores e estudantes, sociointeracionista.
investigadores da reali- Interdisciplinaridade:
dade em ambiente diálogos entre os
altamente cooperativo. componentes.
Professor mediador de
aprendizagens ativas.
Estudantes protagonistas:
planejamento e organi-
zação compartilhado e
negociado.
29
7. AVALIAÇÃO
As avaliações, bem como seus crité- Considerando a centralidade do cará-
rios e instrumentos, devem ser cons- ter formativo da avaliação na concep-
truídas colaborativamente entre os es- ção de educação do SESI-SP, todos os
tudantes e o professor. As anotações aspectos cognitivos, procedimentais e
de aula, os registros, diários de bordo atitudinais – do desenvolvimento do
e relatórios também podem ajudar no projeto de investigação dos temas –
processo. devem ser observados. Por isso, não
somente os produtos parciais e finais
O processo avaliativo do Eixo Inte- serão avaliados, mas a participação dos
grador segue os mesmos princípios estudantes nas decisões do projeto e
e procedimentos dos demais compo- nas atividades em grupo e individuais.
nentes curriculares, ou seja, é proces-
sual. Nessa medida, no trabalho com o Cabe ao professor o acompanhamen-
Eixo, dependendo da intencionalidade to do desenvolvimento dos estudantes
do professor, a avaliação pode cumprir ao longo das etapas, por meio da ob-
função diagnóstica, somativa/ classifi- servação de aspectos atitudinais que
catória e/ou formativa. colaboram para que os objetivos do
grupo sejam atingi- dos e da análise
Portanto, conforme prevê o Regimen- da produção individual e dos grupos.
to Comum da rede escolar SESI-SP,
o percurso de aprendizagem dos es- Dada a importância do protagonismo e
tudantes em cada etapa letiva deve- do trabalho coletivo no Eixo Integrador,
rá ser registrado no Diário de Classe a participação dos estudantes nas deci-
Eletrônico e traduzido por uma nota. sões referentes ao processo de avalia-
A diferença em relação aos demais ção é fundamental. Assim, ao incluí-los,
componentes curriculares é que, inde- o professor contribui para o desenvolvi-
pendentemente da média final, o Eixo mento da autonomia do grupo.
Integrador não é objeto de retenção.
Ainda na busca da construção da au-
A nota de cada etapa será composta tonomia dos estudantes, devem ser
pela avaliação realizada pelo profes- previstos e incluídos no cronograma
sor e pelos estudantes, com base em momentos de avaliação e de autoava-
critérios, que, adequados aos objeti- liação em que professor e estudantes,
vos do Eixo, orientarão a escolha de em conjunto, identifiquem o que pre-
estratégias e instrumentos de avalia- cisa ser mantido ou modificado e para
ção em cada fase de desenvolvimento que estabeleçam novos caminhos para
do trabalho. o desenvolvimento do trabalho.
30
Mas somente o olhar para si não é su-
ficiente. Para favorecer um espaço co-
letivo de aprendizagem, é importante
promover momentos de feedback, pos-
sibilitando oportunidades em que haja
troca de comentários entre professores
e estudantes e desses com seus pares
sobre a participação nas atividades in-
dividuais e coletivas e sobre a qualida-
de do trabalho desenvolvido.
AVALIAÇÃO:
Processo e Produto
Etapas Letivas
Não é objeto
de retenção
Atribuir
nota(s) como
nos demais
componentes
Promover
autoavaliação
Realizar estudantes e
feedback professor
individual
e coletivo
31
8. REFERÊNCIAS
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada
para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2015. 156p.
32
9. ANEXOS
33
utos Apre
e prod sen
taç
s
ado ão
d e
de di
sc
e
lis Analisar processos e us
ná dados levantados para o
desenvolvimento dos
s
A
ão
produtos Apresentar o título do Eixo
Integrador aos estudantes.
Sel
trab
Auxiliar no processo de
eçã
organização dos grupos.
e
o de r
estudantes exercitem o
diálogo, a gestão de
conflitos e distribuição
CRONOGRAMA
Selecionar charges,
das tarefas
ecursos
imagens, filmes,
documentários e
Lançar questionamentos
DE AÇÕES
aos estudantes que desa-
fiem a curiosidade sobre
aspectos relacionados ao
tema. As problematizações
s
Rep
nta
r
que promovam ações ligadas
tor
pe
à temática do eixo.
?
ia
s
ro
Pesquisar os possíveis
relativos à temática
s
avanços tecnológicos e
n
e
a
r científicos que se
st
G ud
relacionam com a temática an
proposta no Eixo. te
s
Pesq ões
uisas / Investigaç
34
Cronograma de Atividades
Turma:
Professor:
Eixo:
Ações jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2. Definição do problema.
4. Pesquisa bibliográfica.
5. Pesquisa de campo.
35
Formulário do professor e do estudante
Cronograma para desenvolvimento do trabalho – Sugestão 2
36
Estratégias de formação de grupos para o Eixo Integrador
TAMANHO POSSÍVEIS
DO GRUPO APLICAÇÕES
Individual
Duplas
Pequenos
grupos
Grupos de
tamanho
intermediário
Classe inteira
37
Formulário do professor e do estudante
Adaptado de BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino
fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 200 p.
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40