Relátorio 2 - Viscosidade Intrínseca

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E COMPUTAÇÃO

ENGENHARIA QUÍMICA

Experiência 02: Viscosidade Intrínseca

Físico-Química Experimental
Resumo
Este trabalho visa construir um equipamento e realizar um experimento
simples, em laboratório, com a finalidade de determinar e estudar o
comportamento da viscosidade de soluções de polímeros de diferentes
concentrações. Com a utilização dos métodos de viscosidade de soluções
diluídas, consegue-se determinar a viscosidade intrínseca e a partir desta
calcular massa molar do polímero.

Introdução
A viscosidade é a medida da resistência interna ou fricção interna de
uma substância ao fluxo quando submetida a uma tensão. Como essa
propriedade tem a ver com as forças intermoleculares em uma substância, se
algum outro tipo de molécula estiver misturada, esta vai de alguma forma
interferir na viscosidade total. Essa interferência na viscosidade depende de
cada soluto e é conhecida pelo nome de viscosidade intrínseca [η].
No caso de macromoléculas especialmente, a viscosidade das soluções
depende bastante da concentração já que elas são muito grandes e interferem
fortemente na soma final das forças intermoleculares. Por causa disso,
soluções diluídas de polímeros podem ser estudadas através de medidas de
viscosidade, pois dão informações sobre a dimensão ou forma das cadeias em
solução, a sua massa molecular e as interações polímero-solvente.
Além disso, a viscosidade intrínseca pode ser convertida em massa
molar viscosimétrica ou mesmo numérica média por meio de equações
adequadas.
As soluções diluídas de polímeros caracterizam-se por uma viscosidade
mais elevada que a do solvente e a de uma solução com igual concentração
mássica de moléculas pequenas, isso porque a variação da viscosidade esta
ligada à diferença de tamanho das moléculas em solução. O estudo da
viscosidade de polímeros tem grande importância prática. Isso porque,
polímeros são utilizados como aditivo para óleos de motores e um bom óleo
deve ter baixa viscosidade em temperaturas baixas, mas não deve ser muito
fluido (fino) em temperaturas mais elevadas. Como o óleo puro se torna menos
viscoso à medida que a temperatura aumenta, a solução para o problema é
adicionar moléculas de polímeros cuja viscosidade reduzida aumente com a
temperatura.

Procedimento
Materiais e reagentes:
- 5 balões volumétricos 50 mL por grupo
- Viscosímetro
-Suporte universal
- Garras
- Solução estoque de poli(acrilamida) 6,0x10-4 g/mL
- Béquers
- Cronômetro
- HNO3 concentrado
- Pêra
- Pipeta graduada de 25 mL

Procedimento experimental:

A solução de poli(acrilamida) 6,0x10-4 g/mL já estava preparada. Coube


ao grupo efetuar as 5 diluições (a escolha das concentrações ficou a critério do
grupo). As diluições feitas foram para as seguintes concentrações:

C1= 0,6 x 10-4 g/mL


C2= 1,2 x 10-4 g/mL
C3= 2,4 x 10-4 g/mL
C4= 3,6 x 10-4 g/mL
C5= 4,8 x 10-4 g/mL

O volume necessário de solução estoque para cada uma das diluições


foi calculado da seguinte forma (exemplo da primeira diluição, C1):

Cestoque X V1 = C1 X Vfinal (1)

Sendo: Cestoque = 6,0x10-4 g/mL de pali(acrlilamida);


V1 = volume da solução estoque necessário para se obter a C1;
C1 = a concentração desejada;
Vfinal = 50 mL, o volume do balão.

6,0x10-4 x V1 = 0,6X10-4 x 50 V1= 5 mL

Assim, o volume de solução estoque necessário para cada uma das


diluições foi:

V1 = 5 mL
V2 = 10 mL
V3 = 20 mL
V4 = 30 mL
V5 = 40 mL

Em seguida o viscosímetro foi fixado no suporte universal com o auxílio


das garras. Depois colocou-se em torno de 20 mL de água destilada e medi-se
o tempo de escoamento. Para o líquido passar pelo capilar, usou-se uma pêra
para sugá-lo. Começando da solução menos para a mais concentrada, o
mesmo procedimento de medir o tempo de escoamento foi feito com as cinco
soluções. Sempre utilizando o mesmo volume de líquido no viscosímetro para
cada concentração, o procedimento foi feito duas vezes.
A partir dos tempos encontrados, pode-se calcular viscosidade relativa
da seguinte forma:
ηrel = kρt (2)
ηo koρoto

Onde o índece (o) indica os valores do solvente (água destilada).


Para uma solução diluída, podemos assumir que a densidade da solução seja da
mesma ordem de grandeza da densidade do solvente e a viscosidade relativa é
simplesmente a razão entre os tempos de escoamento da solução e do solvente puro,
veja:

ηrel = _tsoluto_ (3)


tsolvente
Sabendo-se também que ηsp (viscosidade específica) é dada por:
ηsp = η -1 (4) ,

e que ηred (viscosidade reduzida) é dada por:

ηred = ηsp / C (5),

a partir dos valores de viscosidade reduzida encontrados pode-se plotar um


gráfico de viscosidade reduzida por concentração de soluto e através da
extrapolação para ηred em concentração zero, encontra-se a viscosidade
intrínseca [η], que é uma medida do volume hidrodinâmico das macromoléculas
em solução. A massa molar M de um polímero pode ser determinada pela
equação de Mark-Houwink:

[η ] = KM a (6)

onde K e a são constantes e encontram-se já tabuladas para praticamente


todos os polímeros em vários solventes. No caso da poli(acrilamida) em água a
30ºC elas são: K = 6,31x10-3 mL/g e a = 0,80.

Resultados e Discussão

O tempo de escoamento e a média desses encontram-se na tabela


abaixo:

Concentração (g/mL) Tempo 1 (s) Tempo 2 (s) Tempo médio (s)

Água deslitada 248 251 249,5

1) 0,6x10-4 248 253 250,5


2) 1,2x10-4 260 258 259
3) 2,4x10-4 267 270 268,5
4) 3,6x10-4 284 290 287
5) 4,8x10-4 307 316 311,5

A partir desses valores pode-se calcular a viscosidade reduzida como descrito


no procedimento experimental, veja um exemplo de cálculo para C 1:
ηrel = 250,5 = 1,004008016
249,5

ηsp = ηrel – 1 = 1,004008016 – 1 = 0,004008016

ηred 1 = ηsp / C1 = 0,004008016 = 66,80 mL/g


0,6X10-4

Da mesma forma, calcula-se ηred, das demais diluições, os resultados


estão na tabela abaixo:
Concentração (g/mL) Viscosidade reduzida, ηred ( mL/g)
1) 0,6x10-4 66,80
2) 1,2x10-4 317,30 (317,3012692)
3) 2,4x10-4 317,30 (317,3012692)
4) 3,6x10-4 417,50
5) 4,8x10-4 517,70

Com esses dados pode-se plotar o gráfico da viscosidade relativa em função


da concentração de soluto:
y = 885915x + 104,07
600
R2 = 0,8242
500 517,7

400 417,5
Série1
Viscosidade reduzida 317,3 317,3
300 Linear (Série1)
(mL/g)
Linear (Série1)
200

100
66,8
0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006
Concentração (g/mL)

Como se pode observar, no canto direito superior do gráfico se


encontra a equação da reta gerada por esse gráfico, y = 885915x + 104,07.
Assim [η] será igual a 104,07, coeficiente linear.
A partir do valor da viscosidade intrínseca [η], pode-se calcular o valor da
massa molar da poli(acrilamida) utilizando a fórmula 6 e os valores de K =
6,31x10-3 mL/g e a = 0,80:

[η] = KM a M= [η ] 1/a M = 104,07 1/0,80

K 6,31x10-3
M = 186904,71 g/mol.

Como pode-se observar, a massa molar encontrada apresenta um


valor muito alto, o que condiz com o esperado, pois a poli(acrilamida) é uma
macromolécula, um polímero. Também, como já era esperado, o gráfico mostra
que a medida que a concentração de soluto no meio aumenta, a viscosidade se
eleva.

Conclusão

As soluções diluídas de polímeros possuem uma viscosidade mais


elevada que a do solvente, isto se deve à grande diferença de tamanho entre
as moléculas de polímero e as de solvente. A viscosidade aumenta à medida
que aumenta as dimensões das moléculas poliméricas em solução.
Quanto maior for a concentração da solução de polímero, maior será a
viscosidade. E quanto mais viscosa a solução, mais difícil é dela fluir.

Questionário

1)

Concentração Tempo1 Tempo2 Tempo Desvio Viscosidade Viscosidade Viscosidade


g/mL (s) (s) médio médio relativa específica reduzida
(s) (mL/g)
0,6x10-4 248 253 250,5 2,5 1,004 0,004 66,80
1,2x10-4 260 258 259 1,0 1,038 0,038 317,30
2,4x10-4 267 270 268,5 1,5 1,076 0,076 317,30
3,6x10-4 284 290 287 3,0 1,150 0,150 417,50
4,8x10-4 307 316 311,5 4,5 1,248 0,248 517,70

2) e 3) Estão respondidas no decorrer do relatório.

4 – Cálculo das constantes:


ηred = [η] + KH[η]2.C

Equação da reta obtida no gráfico de viscosidade reduzida por concentração da


solução:
Y = A + BX ,
onde Y = ηred , A = [η] , B = KH[η]2 e X = C

Logo:
KH = _B_
[η]2

Uma vez que agora já se sabe o valor de KH,e partindo do pressuposto


que a massa molecular do polímero é conhecida, basta substituí-lo na fórmula
[] = K.Ma para se encontrar o a.

5- Durante os experimentos, a temperatura deve permanecer constante.


Um fato que deve ser observado é relacionado às impurezas presentes durante
o experimento. Muitas vezes elas podem estar incrustadas nas paredes do
capilar e com isso alterar os dados através do fluxo irregular do fluido.
A utilização do viscosímetro de Ostwald requer uma mesma quantidade
de solução durante todo o experimento para garantir a mesma pressão
hidrostática em todos os experimentos; caso contrário ela irá variar de um
experimento para outro introduzindo erros de medida.

6- Tempo de escoamento do solvente = 58 s


 =  t_
 t0

Para a solução de 1,8 g/100mL :

 = 246 s = 4,241379


 58 s

sp =  - 1 = 4,241379 – 1 = 3,241379



red = sp = 3,241379 = 180,0766 mL/g
C 0,018g/mL

Os cálculos para as outras concentrações foram feitos da mesma


forma e são apresentados na tabela a seguir.

Concentração
1,8 1,2 0,85 0,49 0,16 0,09
(g/100mL)

Tempo (s) 246 158 118 87 66 62

Viscosidade
4,24 2,72 2,03 1,50 1,14 1,07
relativa
Viscosidade
3,24 1,72 1,03 0,50 0,14 0,07
específica
Viscosidade
180 144 122 102 86 77
reduzida (mL/g)

Gráfico para obtenção do []:

[] = 6,3x10-3 mL/g M 0 ,78


73,534 = 6,3x10-3 M 0 ,78
M = 163791,7 g/mol
Referências Bibliográficas
http://150.162.31.1/~minatti/aulas/qmc5409/extra/qmc5409_viscosimetria_polim
eros.html. Acessado em 05/09/2010
http://150.162.31.1/~minatti/aulas/qmc5409/aula_arlindo_20061_qmc5409_visc
osidade_intrinseca.pdf Acessado em 08/09/2010.
http://150.162.31.1/~minatti/aulas/qmc5409/exp_8_viscosidade_intrinsica.pdf.
Acessado em 08/09/2010.
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Intrinsic_viscosity. Acessado em
05/09/2010.
http://150.162.31.1/~minatti/aulas/qmc5409/aula_arlindo_20061_qmc5409_visc
osidade_intrinseca.pdf. Acessado em 06/09/2010.

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