Guidance On Import and Export of Low Value Consignments PT

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 79

COMISSÃO EUROPEIA

DIREÇÃO-GERAL
DA FISCALIDADE E DA UNIÃO ADUANEIRA
Política Aduaneira, Legislação, Pauta Aduaneira
Legislação Aduaneira

Bruxelas,
Taxud/A2/

TAXUD/
Original EN

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE REMESSAS DE


BAIXO VALOR –
PACOTE IVA PARA O COMÉRCIO ELETRÓNICO
«Orientações para os Estados-Membros e os
Operadores Económicos»

Revisão 1
FINAL

Declaração de exoneração de responsabilidade: «Importa salientar que o presente documento


não é juridicamente vinculativo e que tem um caráter explicativo. As normas da legislação
aduaneira prevalecem sobre o estabelecido no presente documento e devem ser sempre
consultadas. Os textos dos instrumentos jurídicos da UE que fazem fé são os publicados no Jornal
Oficial da União Europeia. Poderão existir também instruções nacionais ou notas explicativas
para além do presente documento.»

1
Índice
Abreviaturas ............................................................................................................................................. 5
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 7
1.1. Pacote IVA para o comércio eletrónico .................................................................................. 7
1.1.1. Contexto da adoção ......................................................................................................... 7
1.1.2. Regras de IVA com impactos nas alfândegas ................................................................... 7
1.2. Disposições aduaneiras pertinentes ....................................................................................... 9
1.3. Definições e principais conceitos aduaneiros ....................................................................... 10
1.3.1. Valor intrínseco .............................................................................................................. 10
1.3.2. Remessa única e remessas de baixo valor (RBV) ........................................................... 11
1.3.3. Remessas postais ........................................................................................................... 12
1.3.4. Remessa expresso .......................................................................................................... 12
1.3.5. Trânsito postal ............................................................................................................... 12
1.4. Objetivo e âmbito do documento......................................................................................... 13
2. FORMALIDADES DE IMPORTAÇÃO PARA REMESSAS DE BAIXO VALOR ........................................ 14
2.1. Síntese das diversas opções de DA de introdução em livre prática de RBV ......................... 14
2.2. Declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 (artigo 143.º-A do AD-CAU) ............... 14
2.2.1. «Conjunto de dados super-reduzido (CDSR)» – coluna H7 do anexo B do AD-CAU ...... 14
2.2.2. Quem pode ser o declarante?........................................................................................ 23
2.2.3. Que mercadorias podem ser declaradas na DA com o conjunto de dados H7?............ 25
2.2.4. Que mecanismo de cobrança do IVA deve ser utilizado? .............................................. 31
2.2.5. Que código do regime deve ser indicado?..................................................................... 32
2.2.6. Medidas transitórias ...................................................................................................... 32
2.3. Declaração aduaneira com o conjunto de dados completo – coluna H1 ............................. 33
2.4. Utilização da DA prévia como uma TSD ................................................................................ 33
2.5. Outros (simplificações, apresentação única) ........................................................................ 33
2.5.1. Declaração simplificada (DS) .......................................................................................... 34
2.5.2. Inscrição nos registos do declarante (EIDR) ................................................................... 34
2.5.3. Desalfandegamento centralizado .................................................................................. 35
2.5.4. Apresentação única da declaração aduaneira e declaração sumária de entrada (DSE) 35
2.6. Desalfandegamento de remessas postais ............................................................................ 36

2
2.6.1. Descrição do artigo 144.º do AD-CAU e do conjunto de dados reduzido do anexo B,
coluna H6 ....................................................................................................................................... 37
2.6.2. Transição para os serviços postais – condições e prazo para utilização da declaração
por qualquer outro ato .................................................................................................................. 38
2.6.3. Cenários de desalfandegamento para remessas postais a partir de 1 de julho de 202139
3. MECANISMOS DE COBRANÇA DO IVA ........................................................................................... 42
3.1. REGIME IOSS ......................................................................................................................... 42
3.1.1. Conceito principal e descrição do processo ................................................................... 42
3.1.2. Responsabilidade dos intervenientes ao abrigo do regime IOSS .................................. 45
3.1.3. Número de identificação IVA do IOSS ............................................................................ 45
3.1.4. Limiar de 150 EUR .......................................................................................................... 47
3.1.5. Taxa de câmbio .............................................................................................................. 49
3.1.6. Grupagem de remessas ................................................................................................. 50
3.1.7. Devolução de mercadorias IOSS .................................................................................... 52
3.1.8. Comunicação de informações mensal ........................................................................... 52
3.2. REGIME ESPECIAL .................................................................................................................. 53
3.2.1. Conceito principal e descrição do processo (fluxo de ponta a ponta)........................... 53
3.2.2. Responsabilidade dos intervenientes ao abrigo do regime especial ............................. 56
3.2.3. Processo de pagamento mensal .................................................................................... 56
3.2.4. Devolução de mercadorias, reembolso do IVA .............................................................. 57
3.2.5. Comunicação de informações ao sistema Vigilância ..................................................... 58
3.3. MECANISMO HABITUAL DE COBRANÇA DO IVA ................................................................... 58
3.3.1. Conceito principal .......................................................................................................... 58
3.3.2. Descrição do processo ................................................................................................... 58
4. FORMALIDADES DE EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO PARA REMESSAS DE BAIXO VALOR ........... 60
4.1. Síntese ................................................................................................................................... 60
4.2. REMESSAS POSTAIS ............................................................................................................... 60
4. ............................................................................................................................................................ 60
4.2.1. Âmbito da declaração de exportação por qualquer outro ato ...................................... 60
4.2.2. Processo de exportação de remessas postais................................................................ 61
4.2.3. Reexportação de remessas postais ................................................................................ 62
4.3. REMESSAS EXPRESSO ............................................................................................................ 63
4.3.1. Âmbito da declaração de exportação por qualquer outro ato ...................................... 63
4.3.2. Descrição do processo (artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU) ............................................ 64

3
5. ANULAÇÃO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA .................................................................................... 66
5. ............................................................................................................................................................ 66
5.1. Contexto ................................................................................................................................ 66
5.1. Disposições jurídicas ............................................................................................................. 68
5.2. Processos e formalidades ..................................................................................................... 68
5.3. Requerente da anulação (incluindo a função dos representantes)...................................... 69
5.4. Requisitos em matéria de dados do pedido fundamentado de anulação ............................ 71
Anexo 1 Declarações aduaneiras de introdução em livre prática de remessas de baixo valor a partir
de 1 de julho de 2021 ............................................................................................................................ 72
Anexo 2 Grupagem de RBV importadas para a UE ............................................................................... 74

4
ABREVIATURAS

B2B Business-to-business (transações empresas-empresas)


B2C Business-to-consumer (transações empresas-consumidores)
C2C Consumer-to-consumer (transações consumidores-consumidores)
DA Declaração aduaneira
CDS Sistema de Decisões Aduaneiras
NC Nomenclatura Combinada
COM Comissão Europeia
DRR Regulamento Franquias Aduaneiras [Regulamento (CE) n.º 1186/2009
do Conselho]
TCE Tribunal de Contas Europeu
EIDR Inscrição nos registos do declarante
OE Operadores económicos
ETOE Estação de permuta extraterritorial
UE União Europeia
IMPC Centros de tratamento de correio internacionais
IOSS Balcão único para as importações
VI Valor intrínseco
RBV Remessas de baixo valor
MOSS Minibalcão único
EM Estado(s)-Membro(s)
NIS Sistema nacional de importação
OSS Balcão único
P&R Proibições e restrições
GP Grupo de projeto
AA Autoavaliação
AUPS Autorização única para os procedimentos simplificados
DS Declaração simplificada
RE Regimes especiais
CDSR Conjunto de dados super-reduzido
SURV Sistema Vigilância
RPT Recursos próprios tradicionais
TSD Declaração de depósito temporário
DT Depósito temporário
CAU Código Aduaneiro da União [Regulamento (UE) n.º 952/2013 do
Parlamento Europeu e do Conselho]
AD-CAU Ato Delegado do Código Aduaneiro da União [Regulamento Delegado
(UE) 2015/2446 da Comissão]

5
AE-CAU Ato de Execução do Código Aduaneiro da União [Regulamento de
Execução (UE) 2015/2447 da Comissão]

ADT-CAU Ato Delegado Transitório do Código Aduaneiro da União


[Regulamento Delegado (UE) 2016/341 da Comissão]
UPU União Postal Universal
IVA Imposto sobre o valor acrescentado
Diretiva IVA Diretiva 2006/112/CE do Conselho
Regulamento de Execução IVA Regulamento de Execução (UE) n.º 282/2011 do
Conselho

6
1. INTRODUÇÃO

1.1. Pacote IVA para o comércio eletrónico

1.1.1. Contexto da adoção

O comércio eletrónico está a alterar o contexto comercial internacional, incluindo o


fluxo transfronteiras de mercadorias. Se, por um lado, o comércio eletrónico facilita o
acesso aos mercados mundiais, em especial para as micro, pequenas e médias
empresas (MPME), por outro, as autoridades aduaneiras de todo o mundo enfrentam o
desafio de encontrar um equilíbrio entre o controlo e a facilitação, abrangendo todos
os riscos fiscais e não fiscais pertinentes. A falta de dados eletrónicos antecipados
sobre as remessas postais e a frequente baixa qualidade e precisão dos dados leva a
uma análise ineficaz e ineficiente do risco no que respeita à declaração incorreta da
origem, designação incorreta das mercadorias e subavaliação.

O crescimento exponencial do comércio eletrónico na última década, juntamente com


o limiar de 10/22 EUR da isenção de pagamento do IVA, tem resultado, de acordo
com alguns estudos, numa perda significativa de receitas para os Estados-Membros.
Além disso, os fornecedores de países terceiros tinham uma vantagem concorrencial
em relação às empresas da UE, que não beneficiam dessa isenção de IVA na venda de
mercadorias no mercado único.

Para dar resposta a esta questão, em 5 de dezembro de 2017, o Conselho adotou o


pacote IVA para o comércio eletrónico, que, nomeadamente, abole a isenção de IVA
na importação de mercadorias em remessas de baixo valor cujo valor não exceda
10/22 EUR e simplifica a cobrança e o pagamento do IVA na importação [OSS para
as importações (IOSS) e regime especial] para as vendas à distância de mercadorias
B2C a partir de países terceiros ou territórios terceiros a consumidores na UE. As
regras estão prontas para serem aplicadas a partir de 1 de julho de 2021.

1.1.2. Regras de IVA com impactos nas alfândegas

a. Abolição da isenção de IVA para mercadorias de baixo valor importadas e regimes


especiais para cobrança de IVA na importação

7
Com a abolição do limiar de isenção de 10/22 EUR do IVA na importação, a partir de
1 de julho de 2021, todas as mercadorias importadas na UE estarão sujeitas a IVA,
independentemente do seu valor 1.

Além da supressão da isenção de IVA na importação de mercadorias de baixo valor, a


legislação introduz duas simplificações da cobrança de IVA na importação de
remessas de valor intrínseco igual ou inferior a 150 EUR:
(1) O regime do balcão único para as importações (IOSS), estabelecido no título XII,
capítulo 6, secção 4, da Diretiva IVA, com a redação que lhe foi dada pela
Diretiva (UE) 2017/2455 do Conselho; ou
(2) O regime especial, estabelecido no título XII, capítulo 7, da Diretiva IVA, com a
redação que lhe foi dada pela Diretiva (UE) 2017/2455 do Conselho.

Estas simplificações não podem ser aplicadas às mercadorias sujeitas a imposto


especial de consumo.

Balcão único para as importações (IOSS)

O primeiro regime é um sistema de balcão único para as importações, no qual o


fornecedor pode cumprir as suas obrigações em matéria de IVA (declaração e
pagamento) num Estado-Membro diretamente ou por meio de um intermediário
nomeado para o efeito. O IVA pago pelo consumidor ao fornecedor no momento da
venda é diretamente declarado e pago por meio de uma declaração de IVA do IOSS
mensal apresentada pelo fornecedor ou pelo seu intermediário. Por conseguinte, a
importação de mercadorias para a UE está isenta de IVA. O IOSS é disponibilizado
aos vendedores que efetuam vendas importadas diretas aos consumidores da UE a
partir do seu próprio sítio Web ou aos mercados/plataformas que facilitam esse
fornecimento.

A utilização do IOSS não é obrigatória, mas existem incentivos fiscais e aduaneiros


que deverão encorajar as empresas a utilizá-lo.
Regime especial

Está previsto um outro regime sobretudo para os operadores económicos que


apresentam as mercadorias às autoridades aduaneiras e declaram as mercadorias de
baixo valor em nome dos consumidores, como os operadores postais, os
transportadores expresso e os agentes aduaneiros, se não for utilizado o IOSS. Ao
abrigo deste regime, designado regime especial, o IVA só se torna devido na
importação no Estado-Membro de destino se tiver sido efetivamente cobrado ao
importador (ou seja, o destinatário das mercadorias), a fim de evitar procedimentos de

1
A isenção de IVA na importação para remessas C2C que constituem presentes de valor igual ou inferior a
45 EUR, estabelecida na Diretiva 2006/79/EC do Conselho, continua a ser aplicável. Estas remessas revestem-
se de caráter ocasional e contêm exclusivamente mercadorias reservadas ao uso pessoal ou familiar dos
destinatários, sendo remetidas sem qualquer tipo de compensação ou pagamento.

8
reembolso onerosos. Estes operadores pagam os montantes de IVA cobrados a cada
destinatário de todas as importações de um determinado mês. Este pagamento global
tem de ser efetuado até ao prazo aplicável para o pagamento de direitos de importação
nos termos do CAU às autoridades tributárias/aduaneiras competentes.

b. Lista mensal do valor total das importações por número de identificação IVA do
IOSS

Os Estados-Membros têm de compilar uma lista mensal discriminada por cada


número de identificação IVA do IOSS do valor total de importações efetuadas no
respetivo território para as quais tenha sido apresentado um número de identificação
IVA do IOSS válido na data da importação. Para o efeito, utilizar-se-á o sistema
Vigilância da Comissão. Por conseguinte, as autoridades aduaneiras têm de enviar
regularmente ao sistema Vigilância todos os dados pertinentes das declarações
aduaneiras para elaborar os relatórios mensais exigidos pela legislação em matéria de
IVA. As administrações fiscais dos Estados-Membros terão acesso aos relatórios
IOSS mensais diretamente a partir do sistema Vigilância.

As autoridades utilizarão estas informações para efeitos de controlo, confrontando o


valor neles indicado com o valor declarado na declaração de IVA apresentada pelo
titular do número de identificação IVA do IOSS.

1.2. Disposições aduaneiras pertinentes

A supressão do limiar de 10/22 EUR da isenção de IVA na importação estabelecida


no pacote IVA para o comércio eletrónico é, efetivamente, a alteração com o maior
impacto em termos de formalidades aduaneiras, tanto para as administrações como
para os operadores. Em consequência desta disposição, a partir de 1 de julho de 2021,
todas as mercadorias com caráter comercial importadas para a UE,
independentemente do seu valor, estão sujeitas a IVA.

Na execução do pacote IVA para o comércio eletrónico foi necessário proceder à


alteração da legislação aduaneira. A fim de assegurar a cobrança do IVA em todas as
mercadorias importadas a partir de um país terceiro para a UE, é necessário entregar
uma declaração aduaneira de introdução em livre prática, inclusivamente em remessas
de valor intrínseco igual ou inferior a 150 EUR. Além disso, tendo em vista
estabelecer condições equitativas de concorrência entre os operadores económicos
com atividades comerciais comparáveis, o enquadramento do CAU foi alterado para
conceder os mesmos direitos e impor as mesmas obrigações a todas as pessoas (ou
seja, o artigo 143.º-A do AD-CAU e a coluna H7 do anexo B).

As possibilidades de declaração de RBV para introdução em livre prática a partir da


data de entrada em vigor das regras em matéria de IVA para o comércio eletrónico
são enunciadas no capítulo 2, secção 2.1.

9
Quanto à obrigação de apresentar mensalmente uma lista do valor total das
importações por número de identificação IVA do IOSS, procedeu-se à alteração do
AE-CAU para criar a base jurídica para a obtenção e o intercâmbio das informações
em matéria de IVA pertinentes no sistema Vigilância (artigo 55.º e anexos 21-01, 21-
02 e 21-03 2 do AE-CAU).

Com outras alterações do AD-CAU e do AE-CAU pretendia-se racionalizar as


formalidades aduaneiras conexas e ajustar determinadas disposições às novas regras
em matéria de IVA, abrangendo, nomeadamente:

1) A estância aduaneira competente para efeitos de introdução em livre prática de


RBV se não for utilizado o IOSS – artigo 221.º, n.º 4, do AE-CAU;
2) Medidas transitórias para a aplicação da declaração aduaneira de RBV enquanto
se conclui a atualização dos sistemas informáticos nacionais antes de 1 de julho de
2021 – artigo 143.º-A, n.º 3, do AD-CAU;
3) Medidas transitórias para os operadores postais quando os dados eletrónicos
antecipados não estão disponíveis – artigo 138.º, alínea f), e artigo 141.º, n.º 3, do
AD-CAU e se não for utilizado nem o regime IOSS nem o regime especial.

1.3. Definições e principais conceitos aduaneiros

1.3.1. Valor intrínseco

As novas regras em matéria de IVA para o comércio eletrónico criaram regimes


especiais para o cálculo do IVA na importação de mercadorias em remessas de valor
igual ou inferior a 150 EUR. O conceito aplicado segue o limiar das franquias
aduaneiras para remessas de valor insignificante ao abrigo do Regulamento Franquias
Aduaneiras [Regulamento (CE) n.º 1186/2009 – «DRR»]. Além disso, a partir de
julho de 2021, os Estados-Membros terão de integrar um mecanismo de validação no
sistema de tratamento das declarações (sistemas nacionais de importação) para
verificar se a declaração aduaneira de introdução em livre prática de determinadas
remessas de baixo valor (o conjunto de dados H7 no anexo B do AD-CAU) está a ser
aplicada legitimamente.

Tendo em conta o que precede, a legislação aduaneira introduziu uma definição


juridicamente vinculativa deste termo que salvaguarda uma execução harmonizada na
UE e assenta na abordagem que tem sido utilizada para o limiar das franquias
aduaneiras. Esta definição aplica-se à execução do limiar de 150 EUR tanto para fins
aduaneiros como para fins de IVA, independentemente do regime de IVA utilizado.
Segundo o artigo 1.º, ponto 48, do AD-CAU, por «valor intrínseco» entende-se:

2
No momento da finalização do documento de orientação do GP, a alteração do AE-CAU relativa ao
aditamento do anexo 21-03 ainda não tinha sido adotada.

10
«a) Para as mercadorias com caráter comercial: o preço das próprias mercadorias
quando são vendidas para exportação com destino ao território aduaneiro da União,
com exclusão dos custos de transporte e de seguro, salvo se estiverem incluídos no
preço e não indicados separadamente na fatura, e quaisquer outras imposições e
encargos determináveis pelas autoridades aduaneiras a partir de quaisquer
documentos relevantes;
b) Para as mercadorias desprovidas de caráter comercial: o preço que teria sido
pago pelas próprias mercadorias se tivessem sido vendidas para exportação com
destino ao território aduaneiro da União».
São incluídos exemplos do cálculo do valor intrínseco no capítulo 2, secção 2.2.1, no
E.D. 14 14 000 000.

Quaisquer outros custos conexos, para além dos custos de transporte e de seguro, que
não reflitam o valor das próprias mercadorias também devem ser excluídos do valor
intrínseco quando estão indicados separadamente e com clareza na fatura (por
exemplo, os custos com ferramentas, as taxas de licenciamento, o imposto de
exportação, etc.).

A expressão «outras imposições e encargos» refere-se a qualquer imposição ou


encargo cobrado com base no valor das mercadorias ou que acresça a qualquer
imposição ou encargo aplicável a essas mercadorias.

Quanto às mercadorias desprovidas de caráter comercial, a sua definição deve ser


entendida no mesmo sentido da das mercadorias com caráter comercial, ou seja, o
valor das próprias mercadorias, com exclusão de quaisquer outros custos, imposições
ou encargos mencionados no artigo 1.º, ponto 48), alínea a), do AD-CAU.

1.3.2. Remessa única e remessas de baixo valor (RBV)

De acordo com o artigo 23.º, n.º 1, do DRR, onde se define a expressão «remessas de
valor insignificante», as remessas de baixo valor contêm mercadorias cujo valor
intrínseco na importação não exceda 150 EUR.
Quanto ao termo «remessa», as mercadorias enviadas simultaneamente pelo mesmo
expedidor para o mesmo destinatário e abrangidas pelo mesmo contrato de transporte
(por exemplo, carta de porte aéreo de transitário, código de barras S10) devem ser
consideradas uma «remessa» única.
Consequentemente, as mercadorias expedidas pelo mesmo expedidor para o mesmo
destinatário que tenham sido encomendadas e enviadas separadamente, mesmo que
cheguem no mesmo dia, mas em encomendas separadas, ao operador postal ou
transportador expresso de destino devem ser consideradas remessas distintas. No
mesmo sentido, as mercadorias abrangidas pela mesma encomenda efetuada pela
mesma pessoa, mas expedidas separadamente, devem ser consideradas remessas
distintas.

11
No entanto, a aplicação desta definição não prejudica as disposições que regem o
controlo aduaneiro (artigo 46.º do CAU). As autoridades aduaneiras podem realizar
qualquer controlo que considerem necessário para assegurar o cumprimento das
regras aduaneiras e, em última análise, proteger os recursos próprios financeiros
tradicionais (RPT) da União.
São dados exemplos no capítulo 4 das Notas explicativas, pontos 22 a 27.

1.3.3. Remessas postais

Tal como consta do artigo 1.º, ponto 24, do AD-CAU, a remessa postal contém
mercadorias que preenchem as seguintes condições:

- mercadorias diferentes de envios de correspondência 3,


- contidas numa encomenda ou embalagem postal, e
- transportadas por um operador postal ou sob a sua responsabilidade, em
conformidade com as disposições da Convenção da União Postal Universal.

Por uma questão de exaustividade, o artigo 1.º, ponto 25, do AD-CAU define
«operador postal» como «um operador estabelecido num Estado-Membro e designado
por este para prestar serviços internacionais regidos pela Convenção Postal
Universal».

1.3.4. Remessa expresso

Em 2020, uma alteração do AD-CAU introduziu uma definição de «mercadorias em


remessas expresso» no artigo 1.º, ponto 46, do referido ato: «“Remessa expresso”, um
volume individual transportado por um transportador expresso ou sob a sua
responsabilidade».

Além disso, de acordo com o artigo 1.º, ponto 47, do AD-CAU, por «transportador
expresso» entende-se um operador que presta serviços integrados de recolha,
transporte, desalfandegamento e entrega de remessas, acelerados e num prazo
específico, bem como o rastreio constante da localização dos volumes e o seu controlo
durante toda a duração do serviço.

1.3.5. Trânsito postal

A noção de trânsito postal é definida na parte I, secção 4.2.6., «Envios postais», do


Manual do Trânsito:
https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/transit_manual_pt.pdf.

3
O presente documento de orientação não aborda as formalidades aduaneiras relacionadas com os envios de
correspondência. Em vez disso, pode obter uma explicação pormenorizada na parte E, ponto 3, do Documento
de orientação para a entrada e importação no âmbito do CAU.

12
i. Trânsito de malas fechadas
Considera-se que a remessa de correio é feita em trânsito de malas fechadas quando
os contentores são enviados a um operador de trânsito designado para reencaminhar
para o operador de destino designado ao mesmo tempo, mas em recipientes separados,
que os contentores do operador de trânsito designado. De modo geral, os operadores
de origem e de trânsito designados consultam-se mutuamente quanto às disposições
relativas ao trânsito de malas fechadas.

ii. Trânsito a descoberto


O trânsito a descoberto é utilizado quando os volumes não justificam a expedição de
malas fechadas. Os volumes (encomendas, cartas agregadas) para um país de destino
são colocados nos recipientes (geralmente sacos) e expedidos para um operador (de
trânsito) terceiro designado.

Em seguida, o operador de trânsito designado coloca o correio em trânsito a


descoberto nos seus próprios recipientes juntamente com o correio de origem local.
Não se deve recorrer à remessa em trânsito a descoberto para países de destino cujo
peso do correio seja superior a três quilogramas por carga postal ou por dia (se forem
efetuadas diversas expedições por dia) nem no caso dos sacos especiais 4.

Tal como no trânsito de malas fechadas, os operadores de origem e de trânsito


consultam-se mutuamente quanto às disposições relativas ao trânsito a descoberto.

1.4. Objetivo e âmbito do documento

Uma vez que a que a legislação aduaneira tem alterado significativamente as


formalidades aduaneiras para a importação e exportação de remessas de baixo valor, é
essencial que todas as partes envolvidas (como as autoridades aduaneiras e
administrações fiscais, as interfaces eletrónicas, os comerciantes de venda direta em
lojas virtuais, os operadores postais e transportadores expresso, os agentes aduaneiros,
os prestadores de serviços de logística e os importadores) apliquem as regras
pertinentes correta e uniformemente na UE.

O presente documento de orientação visa completar as Notas explicativa em matéria


de IVA, em especial o respetivo capítulo 4 relativo ao regime de importação, com
clarificações e exemplos das formalidades aduaneiras aplicáveis às vendas à distância
de remessas de baixo valor B2C importadas a partir de países terceiros ou territórios
terceiros.

4
Um saco especial (M-bag) é um saco de material impresso enviado a um único destinatário no estrangeiro
para um único endereço. Deve ser considerado uma remessa postal (e não um recipiente). Desde 2019, os
sacos especiais estão sujeitos ao envio de dados eletrónicos antecipados.

13
O grupo de projeto Alfândega 2020 sobre as formalidades aduaneiras de importação e
exportação relacionadas com remessas de baixo valor, que reúne representantes de
todas as partes interessadas mencionadas acima, foi incumbido de criar orientações
claras sobre este tema. O teor do presente documento reflete o resultado dos seus
trabalhos que foi aprovado pelo Grupo de Peritos Aduaneiros – Secção Legislação
Aduaneira Geral (CEG-GEN).

2. FORMALIDADES DE IMPORTAÇÃO PARA REMESSAS DE BAIXO VALOR

2.1. Síntese das diversas opções de DA de introdução em livre prática de RBV

Em termos gerais, a escolha da declaração aduaneira continua a ser feita pela pessoa
que apresenta a declaração e depende dos requisitos jurídicos e/ou da disponibilidade
dos elementos de dados exigidos para cada uma das seguintes soluções.

Para uma síntese das diversas declarações aduaneiras possíveis para o efeito, consulte o
anexo 1.

2.2. Declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 (artigo 143.º-A do AD-


CAU)

Estando previsto no artigo 143.º-A do AD-CAU, o denominado conjunto de dados


super-reduzido contém um conjunto de requisitos em matéria de dados que visa
facilitar a execução dos aspetos aduaneiros do pacote IVA para o comércio eletrónico.

2.2.1. «Conjunto de dados super-reduzido (CDSR)» – coluna H7 do anexo B do


AD-CAU

2.2.1.1.Âmbito e função

O conteúdo pormenorizado (conjunto de dados) desta declaração aduaneira específica é


definido no anexo B do AD-CAU na coluna H7 5.

Resumo:
A declarações aduaneiras que contenham o conjunto de dados H7 podem ser utilizadas:
- por qualquer pessoa 6,

5
Para efeitos do presente documento, as referências ao H7 abrangem os elementos de dados previstos no
anexo B revisto que ainda não foi adotado no momento da elaboração do projeto de documento de orientação.
6
No entanto, no contexto do regime especial, a declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 só pode ser
utilizada pela pessoa que apresenta as mercadorias à alfândega.

14
- para as mercadorias enviadas em remessas B2C, B2B ou C2C com um valor
intrínseco máximo de 150 EUR que beneficiam de franquia aduaneira nos termos do
artigo 23.º, n.º 1, do DRR ou em remessas C2C com um valor intrínseco máximo de
45 EUR que beneficiam de franquia aduaneira nos termos do artigo 25.º, n.º 1, do
DRR, e
- para o regime IOSS, o regime especial ou o mecanismo habitual de cobrança da IVA
na importação.

Exceções/mercadorias excluídas: mercadorias sujeitas a proibições e restrições (para obter


mais informações, ver secção 2.2.3).

Os Estados-Membros podem permitir a utilização da declaração aduaneira com o conjunto de


dados H7 no contexto de trocas comerciais com territórios fiscais especiais, em conformidade
com o artigo 134.º, n.º 1, do AD-CAU.

Se as condições de utilização da respetiva DA de introdução em livre prática das mercadorias


não forem preenchidas, cabe à pessoa que apresenta a declaração escolher a declaração
aduaneira com o conjunto de dados adequado para o desalfandegamento para importação de
RBV (o conjunto de dados H7, I1, H1 ou, se for caso disso, H6).

2.2.1.2.Orientações relativas a determinados elementos de dados no contexto da


declaração aduaneira H7

(a) E.D. 11 10 000 000 Códigos de regimes adicionais

A nota deste E.D. especifica que é necessário indicar os códigos da União ou o código de
regime adicional previsto pelo Estado-Membro em causa.

Os códigos da União pertinentes a utilizar no âmbito deste elemento de dados são:


(a) C07 – Remessas de valor insignificante;
(b) C08 – Remessas enviadas de particular a particular;
(c) F48 – Importação ao abrigo do regime especial de vendas à distância de bens
importados de países terceiros e territórios previsto no título XII, capítulo 6, secção 4,
da Diretiva 2006/112/CE (casos IOSS); e
(d) F49 – Importação ao abrigo do regime especial para a declaração e o pagamento do
IVA na importação previsto no título XII, capítulo 7, da Diretiva 2006/112/CE (casos
do regime especial).

Uma vez que o código «C08» diz respeito às remessas C2C, não pode ser utilizado
juntamente com os códigos com inicial «F» acima mencionados (F48 e F49). Se o número de
identificação IVA do IOSS for indicado no E.D. 13 16 000 000, só podem ser utilizados os
códigos de regimes adicionais C07 e F48.

Exemplos:

15
a) Uma remessa no âmbito do IOSS e com valor intrínseco de 130 EUR:
Códigos a indicar em 11 10 000 000: C07 e F48;
b) Uma remessa sem recorrer ao IOSS, mas a declarar no âmbito do regime especial:
Códigos a indicar em 11 10 000 000: C07 e F49;
c) Uma remessa de um particular para outro com um valor de 30 EUR:
Código a indicar em 11 10 000 000: C08;
d) Uma remessa de um particular para outro com um valor intrínseco de 130 EUR:
Código a indicar em 11 10 000 000: C07;
e) Uma remessa com um valor intrínseco de 130 EUR ao abrigo do regime habitual de
IVA na importação (não IOSS) incluindo remessas B2B: Código a indicar em
11 10 000 000: C07;
f) Uma remessa de um particular para outro, contendo duas adições, com um valor total
de 50 EUR (adição 1: 20 EUR, adição 2: 30 EUR):
g) Código a indicar em 11 10 000 000: adição 1, 20 EUR: C07; adição 2, 30 EUR: C07.

(b) E.D. 12 01 000 000 Documento precedente

O E.D. 12 01 000 000 visa estabelecer uma ligação entre as diversas formalidades aduaneiras
e possibilitar a rastreabilidade das mercadorias para fins aduaneiros. Permite às alfândegas
verificar se as mercadorias cumprem as formalidades de entrada e importação. Este elemento
exige a indicação da referência de um documento precedente, por exemplo, declaração de
depósito temporário ou declaração sumária de entrada (DSE) no caso de uma declaração
aduaneira de introdução em livre prática. A nota [72] 7 do anexo B do AD permite a dispensa
desta referência, caso o sistema de tratamento das declarações dos Estados-Membros
permitam estabelecer essa ligação com base noutras informações (por exemplo, o número do
documento de transporte) disponíveis na declaração aduaneira.

Neste caso, pode-se dispensar o número do documento precedente, sendo, em vez dele,
utilizado o número do documento de transporte, tal como indicado no E.D. 12 05 000 000,
para a identificação de formalidades precedentes sobretudo no caso dos Estados-Membros
que dispõem de um sistema informático de entrada e importação integrado e nas situações em
que a DSE é entregue no Estado-Membro de importação.

(c) E.D. 12 03 000 000 Documentos de apoio

Este elemento de dados contém o número de referência ou identificação de qualquer


documento da União, internacional ou nacional (como a fatura), certificados e licenças
relativas às mercadorias abrangidas pela declaração.
7
Os Estados-Membros podem dispensar o declarante desta obrigação na medida e nos casos em que os seus
sistemas lhes permitam deduzir esta informação automaticamente e sem ambiguidade dos outros dados da
declaração.

16
(d) E.D. 12 05 000 000 Documento de transporte

Este elemento de dados inclui o tipo e a referência do documento de transporte. Para as


remessas de baixo valor, a referência ao documento de transportes apresentada neste
elemento de dados pode, em determinadas circunstâncias, conduzir à dispensa da referência
ao documento precedente (ver nota [72] relacionada com o E.D. 12 01 000 000 no anexo B
do AD).

Geralmente, os transportadores expresso indicam o número da carta de porte aéreo como o


documento de transporte. Trata-se de um identificador único para uma determinada remessa e
pode ser utilizado para efetuar pesquisas em qualquer sistema (nacional e transeuropeu) para
acompanhar o historial da remessa.

Os operadores postais utilizam o código de barras S10 para efeitos do E.D. 12 01 000 000.
Este número permite a rastreabilidade de uma remessa postal específica.

(e) E.D. 12 08 000 000 Número de referência NRUR

Este elemento de dados diz respeito ao número de referência comercial único atribuído pelo
vendedor à transação/encomenda em causa. A referência pode assumir a forma de códigos da
OMA (ISO 15459) ou equivalentes.
Dá acesso a dados de interesse comercial subjacentes de interesse para as autoridades
aduaneiras que podem facilitar e agilizar eventuais atividades de controlo. Por conseguinte,
recomenda-se que este elemento de dados seja indicado sempre que possível. Este E.D. é
facultativo para a pessoa que entrega a declaração aduaneira. A nota deste E.D. especifica
que esta entrada pode ser utilizada para indicar o identificador da operação se as mercadorias
forem declaradas para introdução em livre prática ao abrigo do regime especial de vendas à
distância de bens importados de países terceiros e territórios terceiros previsto no título XII,
capítulo 6, secção 4, da Diretiva 2006/112/CE. No entanto, uma vez que é facultativa, esta
informação pode ser indicada independentemente do mecanismo de cobrança de IVA na
importação utilizado.

É importante salientar que este identificador da transação não é o mesmo que o número do
documento de transporte (por exemplo, o número da carta de porte aéreo para remessas
expresso ou o código de barras S10 para remessas postais), que é um número atribuído à
remessa pelo operador de transporte.

O identificador da transação também não é o mesmo que o número de identificação IVA do


IOSS, mas refere-se sim à transação (por exemplo, número de encomenda) e é habitualmente
atribuído para fins comerciais pelo vendedor, cabendo-lhe a ele determinar a sua estrutura,
que deve, porém, respeitar o formato exigido (an…35). Por conseguinte, pode ser utilizado
qualquer conjunto de números independentemente do Estado-Membro de consumo e/ou do
Estado-Membro de importação.

17
Em caso de encomendas agrupadas, o identificador da transação, se for indicado, refere-se às
encomendas individuais em relação à adição em causa.

(f) E.D. 13 01 000 000 Exportador

A nota deste E.D. exige a indicação do nome completo e do endereço do expedidor das
mercadorias, conforme estipulado no contrato de transporte pela parte que solicita o
transporte.

Exemplos:
• Uma remessa com diversas mercadorias de um vendedor que também encomenda o
transporte: é necessário introduzir o nome e endereço dessa pessoa (ou seja, do
vendedor) neste E.D. ao «nível do cabeçalho» da declaração (nível de Remessa de
Mercadorias).
• Uma remessa com diversas mercadorias de diversos vendedores vendidas na mesma
plataforma. O transporte é organizado pela plataforma: é necessário introduzir o nome
e endereço da plataforma que encomenda o transporte neste E.D. ao «nível do
cabeçalho» da declaração (nível de Remessa de Mercadorias).
• Diversas mercadorias de diversos vendedores vendidas na mesma plataforma cujo
transporte é organizado individualmente por cada vendedor: as mercadorias chegarão
como remessas individuais e estarão sujeitas a declarações aduaneiras individuais. É
necessário introduzir neste E.D. o nome e endereço da pessoa em causa (ou seja, o
respetivo vendedor), que encomenda o transporte, para cada remessa sempre ao «nível
do cabeçalho» da declaração aduaneira (nível de Remessa de Mercadorias).

(g) E.D. 13 04 000 000 Importador

A nota deste E.D. exige a indicação do nome e do endereço da parte a quem as mercadorias
se destinam a ser entregues (ou seja, o destinatário final, empresa ou particular).

(h) E.D. 13 04 017 000 N.º de identificação do importador

A nota deste E.D. exige a indicação do número de identificação da parte a quem as


mercadorias se destinam a ser entregues.
Indicar o número EORI da pessoa em causa conforme referido no artigo 1.º, ponto 18, do
AD-CAU. Quando o importador não tiver um número EORI, a administração aduaneira pode
atribuir-lhe um número ad hoc para a declaração em causa.

18
Se o importador não estiver registado no EORI, por não se tratar de um operador económico
ou por não se encontrar estabelecido na União, inserir o número previsto na legislação do
Estado-Membro em causa.
A nota deve ser lida em conjugação com a nota 8 no anexo B do AD: a disponibilizar apenas
quando disponível.
Exemplos:
• A declaração aduaneira H7 deverá ser entregue no Estado-Membro «A» e o
importador (ou seja, o destinatário) é um particular. A legislação nacional desse
Estado-Membro não obriga os particulares a registarem-se para obter um número
EORI. Neste caso, o E.D. 13 04 017 000 é deixado em branco ou preenchido de
acordo com a legislação nacional desse Estado-Membro, desde que a pessoa que
entrega a declaração disponha das informações no momento da apresentação.
• A declaração aduaneira H7 deverá ser entregue no Estado-Membro «B» e o
importador (ou seja, o destinatário) é um particular. A legislação nacional desse
Estado-Membro obriga os particulares a registarem-se para obter um número EORI.
Neste caso, o número EORI do particular em causa é indicado no E.D. 13 04 017 000,
desde que a pessoa que entrega a declaração disponha do número EORI no momento
da apresentação.

A situação descrita acima é válida independentemente do mecanismo de cobrança de IVA


utilizado na cobrança de IVA na importação (IOSS, regime especial ou mecanismo habitual
de cobrança de IVA).

No entanto, os Estados-Membros que exigem a utilização de um identificador para os


particulares em conformidade com o artigo 6.º, n.º 1, alínea b), do AD, podem continuar a
exigi-lo. Os Estados-Membros onde esse registo não é exigido não devem introduzir novas
obrigações tendo em vista a execução do conjunto de dados H7 no respetivo sistema nacional
de importação.

(i) E.D. 13 05 000 000 Declarante

A secção 2.2.2 explica pormenorizadamente este elemento de dados.

(j) E.D. 13 16 000 000 N.º de identificação das referências fiscais adicionais

A nota deste E.D. exige a indicação do número de identificação IVA especial do IOSS
atribuído para utilização do IOSS quando as mercadorias são declaradas para introdução em
livre prática ao abrigo do regime especial de vendas à distância de bens importados de países
terceiros e territórios terceiros previsto no título XII, capítulo 6, secção 4, da Diretiva
2006/112/CE.

19
A nota deve ser lida em conjugação com a nota 55 no anexo B do AD: esta informação só é
indicada se as mercadorias forem importadas ao abrigo do regime especial (no caso do
IOSS).

O número de identificação IVA do IOSS deve ser disponibilizado às autoridades aduaneiras o


mais tardar na declaração aduaneira de introdução em livre prática. Em caso de remessas
postais este número pode ser incluído na mensagem ITMATT para facilitar o tratamento dos
dados.

É neste elemento de dados que o número de identificação IVA do IOSS será declarado
juntamente com o código da função FR5 referente ao vendedor (IOSS).

Só pode ser declarado um número de identificação IVA do IOSS por remessa, devendo ser
indicado ao nível da Remessa de Mercadorias, ou seja, aplica-se a toda a declaração. Por
conseguinte, a declaração aduaneira não pode conter simultaneamente mercadorias IOSS e
mercadorias não IOSS.

(k) E.D. 14 03 040 000 Base tributável

Este E.D. não é obrigatório para a DA com o conjunto de dados H7, o que significa que não
deve ser declarado/indicado pela pessoa que entrega a declaração aduaneira.
No entanto, o sistema nacional de importação (NIS) tem de transmitir esta informação ao
sistema Vigilância. Por conseguinte, o NIS de cada Estado-Membro tem de:
• calcular o E.D. 14 03 040 000 Base tributável com base nos E.D. 14 14 000 000 e
14 15 000 000; e, se for caso disso,
• converter a moeda de faturação para a moeda nacional (E.D. 14 14 000 000 + E.D.
14 15 000 000/adição) x 14 09 000 000.

(l) E.D. 14 14 000 000 Valor intrínseco

A nota deste E.D. exige a indicação do valor intrínseco das mercadorias por adição na moeda
de faturação.
O E.D. 14 14 000 000 é obrigatório para a pessoa que entrega a declaração aduaneira.
O E.D. 14 14 000 000 só é utilizado no contexto da declaração aduaneira H7. No caso de uma
declaração aduaneira com o conjunto completo (H1) ou de uma declaração simplificada (I1),
é necessário indicar o valor intrínseco das mercadorias no E.D. 14 08 000 000
Preço/montante da adição. No caso de uma declaração aduaneira com o conjunto de dados
reduzido para mercadorias em remessas postais (H6), tem de ser utilizado o E.D.
14 12 000 000 Valor postal para efeitos do valor intrínseco das mercadorias.

20
No caso do IOSS, recomenda-se que o montante do IVA seja sempre indicado separadamente
na fatura para permitir a identificação do valor intrínseco e o cálculo da base tributável no
contexto da comunicação de informações ao sistema Vigilância.
Exemplo 1: valor intrínseco de 140 EUR (sem IVA e sem indicação de qualquer
outro custo)

N.º da Denominação do produto Preço IVA Preço total


adição
1 Casaco de inverno 140 € 28 € 168 €

Exemplo 2: valor intrínseco de 140 EUR (sem IVA e custos de transporte indicados
separadamente)

N.º da Denominação do produto Preço IVA Preço total


adição
1 Casaco de inverno 140 € 28 € 168 €
2 Despesas de transporte 15 € 3€ 18 €

Exemplo 3: valor intrínseco de 140 EUR (sem IVA e custos de transporte indicados
separadamente)

N.º da Denominação do produto Preço IVA Preço total


adição
1 Casaco de inverno 120 € 24 € 144 €
2 T-shirt 20 € 4€ 24 €
3 Despesas de transporte 15 € 3€ 18 €

Exemplo 4: valor intrínseco de 160 EUR (sem IVA e sem identificação de qualquer
outro custo separadamente na fatura)

N.º da Denominação do produto Preço IVA Preço total


adição
1 Casaco de inverno 160 € 32 € 192 €

Uma vez que o valor intrínseco no exemplo 4 é superior a 150 EUR, não é possível
apresentar uma declaração com o conjunto de dados H7 para declarar estas
mercadorias. Em vez disso, tem de ser apresentada uma declaração aduaneira
normalizada (H1 ou H6 exclusivamente para os operadores postais) ou uma
declaração aduaneira simplificada (I1).

21
(m) E.D. 14 15 000 000 Custos de transporte e de seguro para o destino

A nota deste E.D. exige a indicação dos custos de transporte e de seguro até ao destino final
na moeda de faturação.

O E.D. 14 15 000 000 é obrigatório para a pessoa que entrega a declaração aduaneira. No
entanto, de acordo com o anexo B, título I, capítulo 1, nota introdutória n.º 3, do AD-CAU,
estes dados são compilados apenas quando as circunstâncias o justificam. Além disso, a nota
introdutória n.º 6 também pode ser relevante neste contexto. Nela especifica-se que os dados
fornecidos pelo declarante têm como base as informações por si conhecidas no momento da
entrega da declaração à alfândega. No entanto, esta disposição é aplicável sem prejuízo do
artigo 15.º do CAU.

Exemplos:
• Preço das mercadorias, incluindo os custos de transporte e de seguro, indicado na
fatura: 120 EUR. Na fatura, os custos de transporte e de seguro no valor de 20 EUR
são indicados separadamente – o valor intrínseco a indicar no elemento de dados
14 14 000 000 é de 100 EUR, os custos de transporte e de seguro para o destino final
a indicar no elemento de dados 14 15 000 000 são de 20 EUR.
• Preço total das mercadorias, tal como consta da fatura: 120 EUR. Os documentos de
apoio não mencionam custos de transporte ou de seguro – o valor intrínseco a indicar
no elemento de dados 14 14 000 000 é de: 120 EUR. O E.D. 14 15 000 000 é deixado
em branco ou preenchido com o valor «0», consoante o sistema de importação do
Estado-Membro.

(n) E.D. 18 02 000 000 Unidades suplementares

A nota deste E.D. exige que se indique, se for caso disso, para a adição correspondente, a
quantidade expressa na unidade prevista na legislação da União, tal como publicada na
TARIC.

A nota deve ser lida em conjugação com a nota 56 no anexo B do AD: esta informação só é
exigida se a declaração disser respeito a mercadorias referidas no artigo 27.º do Regulamento
(CE) n.º 1186/2009 e/ou no artigo 2.º da Diretiva 2006/79/CE do Conselho.

Tal significa que este elemento de dados só é exigido no caso de remessas C2C (de
particulares a particulares) caso a natureza das mercadorias seja abrangida por restrições em
matéria de quantidade (produtos do tabaco, álcool e bebidas alcoólicas, perfumes e águas de
colónia).

Exemplo
É enviada uma caixa de charutos a título de presente.

22
Quantidade: a caixa contém 10 charutos
Unidade suplementar: 0,01

(o) E.D. 18 09 056 000 Código da subposição do Sistema Harmonizado

A nota deste E.D. exige a introdução do código de seis dígitos da nomenclatura do Sistema
Harmonizado (SH) das mercadorias declaradas.

2.2.2. Quem pode ser o declarante?

A entrega da declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 pode ser feita por qualquer
pessoa que satisfaça as condições constantes do artigo 170.º do CAU. O declarante pode ser o
importador (ou seja o destinatário, que é habitualmente, mas não necessariamente, o
comprador) em nome próprio e por sua própria conta ou um representante (ou seja, o
operador postal, o transportador expresso, o agente aduaneiro ou semelhante) ao abrigo das
condições gerais do CAU. Dependendo do tipo de representação, o representante pode atuar
em nome e por conta da pessoa representada (representação direta) ou em nome próprio e por
conta da pessoa representada (representação indireta).
Para proceder ao desalfandegamento para introdução em livre prática, as autoridades
aduaneiras podem exigir que o representante faça prova da sua habilitação pela pessoa
representada. Considera-se que os representantes que não consigam produzir essa prova ou
que não declarem que atuam na qualidade de representantes atuam em nome próprio e por
sua própria conta, devendo estes responsabilizar-se totalmente pela declaração aduaneira em
causa.
Para acelerar o processo de desalfandegamento, esta habilitação pode ser solicitada junto do
comprador no momento da compra, por exemplo, ao selecionar as opções de entrega.
Recomenda-se ainda que a habilitação abranja todas as formalidades relacionadas com o
desalfandegamento das mercadorias, incluindo a eventual alteração ou anulação da
declaração aduaneira.
Exemplos:
1) Um importador na Estónia encomenda um par de sapatos de desporto a um vendedor numa
plataforma em linha. A remessa satisfaz todas as condições do artigo 143.º-A do AD-CAU
(mercadorias abrangidas pelo artigo 23.º, n.º 1, do DRR e não sujeitas a P&R). As
mercadorias são transportadas por via postal/expresso e quando chegam à Estónia o
importador decide entregar a declaração aduaneira no seu próprio nome. Para o efeito, tem o
direito de utilizar a DA com o conjunto de dados H7.

Excerto da DA:

E.D. 13 04 000 000 Importador Pessoa (singular ou coletiva)

23
E.D. 13 05 000 000 Declarante Importador
E.D. 13 06 000 000 Representante -

2) Num outro cenário, o importador nomeia os serviços postais/expresso/outro agente aduaneiro


para entregar a declaração aduaneira no seu nome e por sua conta => representação direta dos
serviços postais/expresso, pelo que pode decidir utilizar para o efeito a DA com o conjunto de
dados H7.

Excerto da DA:

E.D. 13 04 000 000 Importador Pessoa (singular ou coletiva)


E.D. 13 05 000 000 Declarante Importador
E.D. 13 06 000 000 Representante Serviços
postais/expresso/outro
agente aduaneiro
E.D. 13 06 030 000 Estatuto de representante Código «2» (representação
direta na aceção do artigo
18.º, n.º 1, do Código)

3) Num terceiro cenário, o importador designa os serviços postais/expresso/outro agente


aduaneiro como representante indireto, que, por conseguinte, desalfandegará as mercadorias
no seu próprio nome, mas por conta do importador.

Excerto da DA:

E.D. 13 04 000 000 Importador Pessoa (singular ou coletiva)


E.D. 13 05 000 000 Declarante Serviços
postais/expresso/outro
agente aduaneiro
E.D. 13 06 000 000 Representante Serviços
postais/expresso/outro
agente aduaneiro
E.D. 13 06 030 000 Estatuto de representante Código «3» (representação
indireta na aceção do artigo
18.º, n.º 1, do Código)

4) Num quarto cenário, os agentes postais/expresso/aduaneiros não declaram que atuam na


qualidade de representantes, considerando-se, por conseguinte, que atuam em nome próprio e
por conta própria, assumindo todas as responsabilidades inerentes ao estatuto de declarante.

Excerto da DA:

24
E.D. 13 04 000 000 Importador Pessoa (singular ou coletiva)
E.D. 13 05 000 000 Declarante Serviços
postais/expresso/outro
agente aduaneiro
E.D. 13 06 000 000 Representante -

Para entregar a declaração, a pessoa que a entrega tem de conhecer todos os dados
necessários para a introdução em livre prática das mercadorias. A declaração só será aceite se
contiver todos os dados. Ao entregar uma declaração em nome de outra pessoa, os
representantes aduaneiros (nomeadamente operadores postais ou transportadores expresso ou
semelhantes) têm de estar habilitados para o efeito (artigo 19.º do CAU).
No que respeita aos operadores económicos que ajam regularmente na qualidade de
representantes aduaneiros, as autoridades aduaneiras podem dispensar a apresentação da
provas da sua habilitação em todos os casos, em conformidade com o artigo 19.º, n.º 3, do
CAU. No entanto, ainda que não exista a obrigação de apresentar a prova, o representante
deve continuar a estar habilitado a agir como tal por conta da pessoa em causa (ou seja, a
pessoa habilitada a conferir poderes a outra pessoa para agir por sua conta, como, por
exemplo, o importador). Por outras palavras, a pessoa em causa deve ter aceitado
explicitamente ser representada ou deve presumir-se que aceitou a habilitação após ter tido a
oportunidade de exprimir o seu ponto de vista sobre a sua intenção de declarar ela própria as
mercadorias ou de designar outro representante aduaneiro. Na falta de prova dessa
habilitação, considera-se que o representante age em seu próprio nome e por sua própria
conta e deve ser plenamente responsável pela declaração aduaneira em causa.

2.2.3. Que mercadorias podem ser declaradas na DA com o conjunto de dados


H7?

Tal como previsto no artigo 143.º-A do AD-CAU, pode ser apresentada uma DA com o
conjunto de dados H7 para mercadorias que satisfaçam as seguintes condições:
1) Mercadorias numa remessa que beneficie de uma franquia de direitos de importação em
conformidade com o artigo 23.º, n.º 1, ou com o artigo 25.º, n.º 1, do DRR; e
2) As mercadorias nessa remessa não estão sujeitas a proibições e restrições.

1) Mercadorias numa remessa que beneficie de uma franquia de direitos de importação em


conformidade com o artigo 23.º, n.º 1, ou com o artigo 25.º, n.º 1, do DRR
O artigo faz referência ao Regulamento Franquias Aduaneiras e, mais especificamente, ao
respetivo artigo 23.º, n.º 1, e artigo 25.º, n.º 1, que são comummente designados por

25
«limiar de 150 EUR para mercadorias de valor insignificante» e «limiar de 45 EUR para
presentes sem caráter comercial» (C2C).
O artigo 23.º, n.º 1, estabelece as seguintes condições para as mercadorias:
- têm um valor insignificante (cujo valor intrínseco global não exceda 150 EUR por
remessa),
- são enviadas diretamente de um país terceiro a um destinatário que se encontre na
UE,
- estão excluídas determinadas mercadorias: produtos alcoólicos, perfumes e águas
de colónia e tabaco ou produtos do tabaco. Por conseguinte, estas mercadorias não
podem ser abrangidas por uma declaração aduaneira com o conjunto de dados H7,
a menos que se aplique o artigo 25.º, n.º 1, do DRR (que abrange remessas
enviadas de particular a particular). O artigo 26.º limita o âmbito da franquia
aduaneira a um valor igual ou inferior a 45 EUR para essas remessas e, para
mercadorias específicas, a determinados limiares quantitativos nele descritos.
Importa referir que, nos termos do artigo 23.º, n.º 1, a franquia se aplica por remessa e
que, se a remessa for composta por diversas adições, esta não pode ser fracionada a fim
de solicitar a aplicação da franquia aduaneira para uma ou mais adições cujo valor seja
igual ou inferior a 150 EUR.
Quando centenas de encomendas destinadas a consumidores individuais e rotuladas com
os respetivos nomes são consolidadas num contentor, podem ser desalfandegadas
mediante a apresentação de centenas de declarações aduaneiras com o conjunto de dados
H7 e entregues no destino final após a autorização de saída. Recorda-se que no caso de
mercadorias não IOSS, estas mercadorias têm de ser declaradas para introdução em livre
prática no Estado-Membro de destino final das mercadorias. Ver os casos de utilização
relevantes no anexo 2.

Valor intrínseco máximo de 150 EUR por remessa


Para determinar se as mercadorias podem beneficiar da franquia aduaneira prevista no
artigo 23.º, n.º 1, do DRR, há que ter em conta a definição de «valor intrínseco»
(artigo 1.º, ponto 48, do AD-CAU). As alfândegas podem encontrar este valor no E.D.
14 14 000 000 da declaração aduaneira para determinar o direito de apresentar a DA com
o conjunto de dados H7. O valor intrínseco é explicado em pormenor no capítulo 1.
Se as alfândegas determinarem que o valor intrínseco das mercadorias é superior a
150 EUR, o tratamento de seguimento depende do momento em que essa determinação é
feita. O quadro abaixo sintetiza os cenários possíveis:

Momento da Medida de Quem deve Base jurídica


determinação do seguimento tomar a
valor correto das exigida medida
mercadorias

26
Antes da aceitação DA H7 rejeitada Alfândega Artigo 172.º do CAU
da DA com o Entrega de nova Declarante
conjunto de dados DA não H7
H7
Após a aceitação da DA alterada 8 Declarante Artigo 191.º e artigo
DA, mas antes da 173.º, n.º 1, do CAU
autorização de
saída das
mercadorias, se o
valor intrínseco das
mercadorias for ≤
150 €
Após a aceitação da A alfândega pode Alfândega Artigos 27.º, 174.º,
DA, mas antes da recusar-se a 188.º, 191.º e 198.º do
autorização de autorizar a saída CAU
saída das das mercadorias Artigos 8.º a 10.º do
mercadorias, se o ou sugerir que o AD-CAU
valor intrínseco das declarante solicite Artigos 8.º e 9.º do
mercadorias for a anulação da AE-CAU
> 150 € declaração
aduaneira com o
conjunto de dados
H7 e apresente
uma nova DA com
o conjunto de
dados H1 ou uma
declaração
simplificada. Em
alternativa, a
alfândega anula a
decisão de
aceitação da
declaração
aduaneira e
solicita a
apresentação de
uma declaração

8
Só é possível proceder à alteração se as condições previstas no artigo 173.º, n.º 2, do CAU estiverem
preenchidas (a alfândega não informou o declarante da verificação das mercadorias, a alfândega não
determinou que os dados estão incorretos e ainda não foi autorizada a saída das mercadorias). Nos demais
casos, aplica-se o processo descrito abaixo para os casos em que se tenha identificado um valor incorreto após
a aceitação da DA, mas antes da autorização de saída das mercadorias, sendo o valor intrínseco das
mercadorias > 150 EUR.

27
aduaneira com o
conjunto de dados
completo ou uma
declaração
simplificada que
inclua o valor
aduaneiro
corrente. O
declarante tem o
direito de ser
ouvido.
Após autorização AD alterada, se o Declarante Artigo 173.º, n.º 3, do
de saída das valor continuar a CAU
mercadorias, ser inferior a 150 €
determinado pelo
declarante
No decurso de Decisão aduaneira Alfândega Artigo 29.º do CAU
controlos após a formal tomada Artigos 8.º a 10.º do
autorização de com base nos AD-CAU
saída resultados do Artigos 8.º e 9.º do
controlo após a AE-CAU
autorização de
saída e direitos de
importação a
pagar. No caso do
IOSS, é
igualmente
necessário
informar o Estado-
Membro de
identificação
(cooperação
administrativa).

O artigo 25.º, n.º 1, do DRR abrange as seguintes mercadorias:


- contidas em remessas com um valor de até 45 EUR,
- expedidas de um país terceiro por um particular para outro particular que se
encontre no território aduaneiro da UE,
- mercadorias que não sejam objeto de importação com caráter comercial
[mercadorias de caráter ocasional, exclusivamente reservadas ao uso pessoal do
destinatário (ou seja, o importador) ou da sua família, não traduzindo a sua
natureza ou quantidade qualquer preocupação de ordem comercial, e que sejam

28
enviadas, sem qualquer espécie de pagamento, pelo expedidor ao destinatário (ou
seja, o importador) 9],
- são aplicáveis limites quantitativos aos produtos do tabaco, álcool e bebidas
alcoólicas, perfumes e águas de colónia em conformidade com o artigo 27.º do
DRR.

Importa ter em conta que, para as mercadorias desprovidas de caráter comercial, é


possível solicitar a aplicação de franquia ao nível da adição, o que significa que, se o
valor global de várias mercadorias, por remessa, exceder o montante de 45 EUR, é
concedida até ao limite desse montante para aquelas mercadorias que, importadas
separadamente, poderiam ter beneficiado da referida franquia. Mas o valor de uma
mercadoria não pode ser fracionado (artigo 26.º, n.º 2, do DRR). No entanto, a isenção de
IVA deve ser tida em conta para a totalidade da remessa e não em relação às mercadorias
dessa remessa de modo individual 10.

N.B.: As mercadorias que beneficiam de franquia aduaneira com base noutros


artigos do DRR (como as amostras comerciais) e as mercadorias de retorno não
podem ser declaradas por meio de uma DA com o CDSR, tendo de ser objeto de
uma declaração simplificada ou uma declaração normalizada com o conjunto de
dados completo.

Se o valor dos presentes (que não sejam produtos alcoólicos, perfumes e águas de colónia
nem tabaco ou produtos do tabaco) exceder o limiar de 45 EUR, mas estes satisfaçam as
condições de franquia aduaneira previstas no artigo 23.º do DRR, a declaração aduaneira
deve ser rejeitada pela alfândega e alterada pelo declarante, substituindo o código de
regime adicional C08 pelo C07.

Desde que o valor das mercadorias não seja superior a 150 EUR, não será pago qualquer
direito de importação, mas as mercadorias estarão sujeitas ao pagamento do IVA. É
possível apresentar uma declaração aduaneira com o conjunto de dados H7, se estiverem
reunidas outras condições.

Exemplos:
a) Uma remessa de um particular para outro com um valor de 30 EUR: sem
direitos de importação, sem pagamento do IVA, código de regime adicional
C08;

9
A expressão «importações sem caráter comercial» está definida no artigo 25.º, n.º 2, do DRR.
10
De acordo com o artigo 1.º, n.º 2, alínea c), da Diretiva 2006/79/CE, entende-se por «pequenas remessas
sem caráter comercial», as remessas que, simultaneamente: c) Sejam constituídas por mercadorias cujo valor
global não exceda 45 EUR.

29
b) Uma remessa de um particular para outro com um valor de 50 EUR: sem
direitos de importação, pagamento do IVA, código de regime adicional C07;

c) Uma remessa de um particular para outro com um valor de 100 EUR,


compreendendo:
Adição 1: no valor de 20 EUR: sem direitos de importação, pagamento do
IVA, código de regime adicional C07
Adição 2: no valor de 30 EUR: sem direitos de importação, pagamento do
IVA, código de regime adicional C07
Adição 3: no valor de 50 EUR: sem direitos de importação, pagamento do
IVA, código de regime adicional C07

Uma vez que o valor global da remessa é superior a 45 EUR, não se pode aplicar
a isenção de IVA.

d) Uma remessa de um particular para outro, numa transação comercial (como


a venda de mercadorias numa interface eletrónica C2C) com um valor
inferior a 150 EUR: sem direitos de importação, pagamento do IVA, código
de regime adicional C07.

Há que ter em conta que, nos cenários b), c) e d) acima, o código de regime
adicional C07 não pode ser combinado com os códigos F48 ou F49, uma vez que
tanto o regime do IOSS como o regime especial só se aplicam no caso de vendas à
distância de mercadorias (B2C).

2) As mercadorias nessa remessa não estão sujeitas a proibições e restrições


Dado que o artigo 143.º-A do AD-CAU estabelece que as mercadorias que
estejam sujeitas a proibições e/ou restrições não podem ser introduzidas em livre
prática por meio da DA com o conjunto de dados H7, não se pode incluir na
declaração quaisquer mercadorias que não cumpram este requisito. Essas
mercadorias, exceto as que estejam sujeitas à proibição de introdução em livre
prática, continuarão a ser declaradas por meio de uma declaração aduaneira
normalizada com todas as informações pertinentes. Ao entregar a declaração
aduaneira com o conjunto de dados H7, o declarante declara que as mercadorias
não estão sujeitas a proibições e restrições.
Para o aferir, as autoridades aduaneiras basear-se-ão nas informações prestadas na
declaração aduaneira e, mais especificamente, no código de seis dígitos do
Sistema Harmonizado (SH), mas também na descrição das mercadorias e do nome
e endereço do exportador. Além disso, a partir de 2021, a entrega da declaração
sumária de entrada (DSE) proporcionará mais um nível que dará à alfândega mais
informações para a análise de risco para fins de proteção e segurança. Todos estes
dados têm de ser utilizados para desencadear os controlos aduaneiros pertinentes,
que podem ser suplementados por controlos aleatórios.

30
Os operadores expresso têm integrado nos seus próprios sistemas um processo de
triagem que implica a identificação de proibições e restrições pertinentes para as
autoridades aduaneiras. O próprio processo adota uma abordagem estratificada
com diversas etapas. Em primeiro lugar, a avaliação automatizada consiste na
aplicação de filtros com base em palavras-chave nas designações das mercadorias
juntamente com parâmetros suplementares como o peso e os perfis dos clientes,
tanto do expedidor como do destinatário (ou seja, o importador). O sistema
impede estas remessas de serem desalfandegadas por meio de um regime
simplificado, assinalando-as numa fila de espera. Em segundo lugar, é necessária
a intervenção humana para efetuar outros controlos e encetar os trabalhos
preparatórios antes de sujeitar as mercadorias a um regime aduaneiro.

É importante salientar que a disposição do artigo 143.º-A do AD-CAU: «desde


que as mercadorias incluídas nessa remessa não estejam sujeitas a proibições e
restrições» não pode ser interpretada no sentido de impedir a apresentação de uma
DA com o CDSR para todas as mercadorias com um código de seis dígitos do SH
que possam estar associadas a uma medida de P&R da TARIC.

Recomenda-se que a alfândega efetue controlos em matéria de P&R em


conformidade com as seguintes modalidades:
- se todas as mercadorias identificadas pelo código de oito dígitos da Nomenclatura
Combinada (NC) abaixo do código de seis dígitos do SH declarado estão sujeitas
a uma medida de P&R, o código do SH é bloqueado e a DA H7 é rejeitada, e
- se só alguns dos códigos de oito dígitos da NC abaixo do código de seis dígitos do
SH declarado estão associadas a uma medida de P&R, a DA H7 é assinalada,
devendo as autoridades aduaneiras competentes efetuar controlos suplementares.
Sugere-se a integração deste modo de funcionamento no sistema nacional de
importação do Estado-Membro por meio de uma solução automatizada desenvolvida
para a execução da DA com o conjunto de dados H7, a fim de assegurar um controlo
automático das medidas de P&R e uma rápida autorização de saída das mercadorias.

2.2.4. Que mecanismo de cobrança do IVA deve ser utilizado?

A declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 pode ser apresentada no âmbito


dos seguintes mecanismos de cobrança do IVA:
- o regime de importação/balcão único para as importações ou IOSS (ver secção
3.1),
- o regime especial para a declaração e o pagamento do IVA na importação (ver
secção 3.2), e
- o mecanismo habitual de cobrança do IVA (ver secção 3.3).

31
2.2.5. Que código do regime deve ser indicado?

A declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 tem de ser apresentada com o


código de regime «40 00» como previsto no anexo B do AE-CAU:

«H7 Declaração aduaneira de introdução em livre prática, 4 000»


no que respeita a uma remessa que beneficia de uma
franquia de direitos de importação em conformidade
com o artigo 23.º, n.º 1, ou com o artigo 25.º, n.º 1, do
Regulamento (CE) n.º 1186/2009

As remessas não devem ser elegíveis para efeitos de franquia de direitos de


importação se, antes de serem introduzidas em livre prática, tiverem sido sujeitas a
outro regime aduaneiro. Por conseguinte, não é permitido qualquer tipo de depósito
(em entreposto aduaneiro ou zona franca), exceto o depósito temporário, uma vez que
tal seria contrário ao requisito relativo ao envio direto, previsto no artigo 23.º, n.º 1,
do DRR.
Tal significa que as mercadorias que tenham sido inicialmente sujeitas ao regime de
entreposto não podem ser declaradas por meio de uma DA com o conjunto de dados
H7. No entanto, as mercadorias em DT ou sujeitas ao regime de trânsito
imediatamente após a sua chegada ao território aduaneiro da União ou antes dessa
chegada podem ser declaradas por meio de tal DA. Em ambos os casos o código de
regime será «40 00».

2.2.6. Medidas transitórias

Medidas transitórias para os Estados-Membros

O artigo 143.º-A, n.º 3, do AD-CAU dispõe o seguinte:

«Até às datas da atualização dos sistemas nacionais de importação a que se refere o


anexo da Decisão de Execução (UE) 2019/2151, os Estados-Membros podem
determinar que a declaração referida no n.º 1 do presente artigo fique sujeita aos
requisitos em matéria de dados estabelecidos no anexo 9 do Regulamento Delegado
(UE) 2016/341.»

Para o efeito, podem ser utilizados os seguintes conjuntos de dados:


- o conjunto de dados da declaração simplificada, em conformidade com o
anexo 9, apêndice A, quadro 7, ou
- a declaração aduaneira normalizada de introdução em livre prática, em
conformidade com o anexo 9, apêndice C1, coluna H.

32
2.3. Declaração aduaneira com o conjunto de dados completo – coluna H1

Contendo três vezes mais elementos de dados do que a DA com o conjunto de


dados H7, a declaração aduaneira normalizada continua a ser uma opção para
declarar a importação de remessas de baixo valor para a UE. Além disso, em
determinadas situações (por exemplo, mercadorias sujeitas a imposto especial de
consumo, mercadorias sujeitas a P&R, etc.), a declaração aduaneira H1 continua a
ser o único conjunto de dados adequado para introdução em livre prática das
mercadorias.

No entanto, atendendo aos volumes, é importante sublinhar que, sempre que


possível, é preferível a apresentação de declarações com conjuntos de dados
reduzidos, tendo em conta as restrições em termos de capacidade dos sistemas
informáticos tanto dos transportadores expresso e operadores postais como das
autoridades aduaneiras nacionais.

2.4. Utilização da DA prévia como uma TSD

Quando se procede à importação de remessas de baixo valor para UE, qualquer


formalidade adicional pode aumentar as despesas do serviço e atrasos na entrega das
encomendas. Por conseguinte, recomenda-se a fusão de determinadas formalidades de
entrada para estas mercadorias específicas.

O artigo 192.º do AE-CAU prevê a possibilidade de considerar uma declaração aduaneira


prévia como uma declaração de depósito temporário. Esta disposição é válida para todos
os conjuntos de dados, não se limitando à declaração aduaneira com o conjunto de dados
H7. Pode aplicar-se, principalmente, nos casos em que a declaração aduaneira é entregue
pela pessoa que também é responsável pela apresentação das mercadorias. No caso de
uma declaração prévia, a alfândega poderá efetuar a análise do risco antes da chegada e,
por conseguinte, identificar as remessas de elevado risco e autorizar rapidamente a saída
de mercadorias de baixo risco imediatamente após a sua apresentação.

2.5. Outros (simplificações, apresentação única)

A utilização da declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 é facultativa e é feita


por decisão da pessoa que a entrega. Se a ela não recorrer, essa pessoa pode,
alternativamente, utilizar a declaração aduaneira normalizada com o conjunto de dados
completo ou a declaração aduaneira simplificada. No entanto, esta última obriga à
indicação de muitos mais elementos de dados do que a declaração aduaneira para
determinadas remessas de baixo valor, ou seja, a DA com o conjunto de dados H7.

33
As remessas postais continuam a ter a possibilidade de utilizar a declaração aduaneira
com o conjunto de dados H6.

São aplicáveis todos os requisitos relativos à validação do número de identificação IVA


do IOSS, que asseguram a cobrança do IVA e a comunicação de informações ao sistema
Vigilância.

2.5.1. Declaração simplificada (DS)

Desde que estejam preenchidas as condições previstas no enquadramento do CAU


para a utilização desta simplificação, pode-se proceder ao desalfandegamento de RBV
por meio de uma DS.

No caso do IOSS, é necessário indicar o número de identificação IVA do IOSS no


elemento de dados 13 16 000 000 no conjunto de dados da DA utilizado. Até à data
limite de atualização dos sistemas nacionais de importação (o mais tardar até ao final
de 2022), os requisitos em matéria de dados das DS são os constantes do anexo 9,
apêndice A, do ADT. Neste caso, o número de identificação IVA do IOSS tem de ser
indicado na casa 44 da DA. Por conseguinte, seria possível utilizar a DS durante o
período de transição.

Recorda-se os Estados-Membros que utilizam a declaração simplificada da


possibilidade prevista no artigo 167.º, n.º 1, alínea a), do CAU de não exigir a entrega
de uma declaração complementar para declarações de RBV (em conformidade com o
artigo 167.º, n.º 3, do CAU).

É importante ter em conta que o conjunto de dados da DS está adaptado às


necessidades das transações comerciais tradicionais e contém muitos mais elementos
de dados do que a DA com o conjunto de dados H7. Por conseguinte, a sua utilização
poderia sobrecarregar tanto o declarante como as autoridades aduaneiras
(nomeadamente no que respeita à obrigação de transmitir dados ao SURV).

2.5.2. Inscrição nos registos do declarante (EIDR)

A EIDR é uma simplificação aduaneira que exige uma autorização que pode ser
concedida mediante critérios e condições específicas definidas na legislação aduaneira
(artigo 182.º do CAU). Pode-se utilizar os dois tipos de EIDR (ou seja, com
apresentação das mercadorias ou com dispensa de apresentação) para declarar RBV
para introdução em livre prática ao abrigo do regime especial e do mecanismo
habitual de cobrança de IVA na importação.

Contudo, esta simplificação não se adequa ao regime do IOSS, uma vez que os
requisitos de validação do número de identificação IVA do IOSS e comunicação de
informações mensalmente não podem ser cumpridos tanto no contexto da EIDR com

34
apresentação das mercadorias como no da EIDR com dispensa de apresentação. Além
disso, é necessário ter em conta que, no caso da EIDR, não é possível dispensar a
entrega de uma declaração complementar, independentemente do mecanismo de
cobrança do IVA utilizado.

2.5.3. Desalfandegamento centralizado

É importante ter em conta que a utilização do desalfandegamento centralizado exige o


cumprimento de diversas condições conforme previsto no artigo 179.º do CAU (por
exemplo, é obrigatória uma autorização quando as estâncias aduaneiras envolvidas se
encontram em dois Estados-Membros diferentes) e as DA têm de ser entregues na
estância aduaneira onde o titular da autorização esteja estabelecido. Considera-se que
esta simplificação constitui um conceito diferente do desalfandegamento da RBV por
meio do regime do IOSS, que segue regras diferentes: não é necessária uma
autorização e há a possibilidade de entregar a DA de introdução em livre prática em
qualquer ponto da UE, mas a DA tem de ser entregue na mesma estância aduaneira
onde as mercadorias são apresentadas à alfândega.

Caso as RBV sejam introduzidas em livre prática ao abrigo do regime especial ou do


mecanismo habitual de cobrança de IVA, é aplicável o artigo 221.º, n.º 4, do AE-
CAU, devendo a DA ser entregue numa «estância aduaneira situada no Estado-
Membro em que termina a expedição ou o transporte das mercadorias», ou seja, no
Estado-Membro de destino final das mercadorias. Por conseguinte, o
desalfandegamento centralizado é incompatível com estes dois cenários.

Quanto ao cenário do IOSS, o desalfandegamento centralizado de RBV continua a


não ser abrangido pelo âmbito da fase 2 do projeto de Desalfandegamento
Centralizado na Importação (CCI). Está ainda por analisar o interesse de um eventual
projeto deste tipo no futuro.

2.5.4. Apresentação única da declaração aduaneira e declaração sumária de


entrada (DSE)

No cerne desta possibilidade permanece o princípio de que os dados comunicados à


Interface Partilhada para os Operadores do Sistema de Controlo das Importações 2
(ICS2) podem ter duas finalidades distintas: as obrigações para efeitos da DSE e as da
declaração aduaneira.

No contexto da introdução em livre prática de remessas de baixo valor, a pessoa que


entrega a declaração apresenta os dados uma única vez tão cedo quanto possível e, em
seguida, as autoridades aduaneiras utilizam-nos para as diversas finalidades
necessárias. Tal implica a apresentação da DA com o conjunto de dados H7
juntamente com os elementos da declaração sumária de entrada (DSE) por meio da
Interface Partilhada para os Operadores da ICS2 (ponto de entrada único).

35
No entanto, não se prevê esta possibilidade antes da implantação da versão 2 do ICS2
(programada para 1 de março de 2023) – sendo mesmo esta improvável, uma vez que
esta funcionalidade não foi preparada pormenorizadamente e, por conseguinte, nesta
fase, não se prevê que seja abrangida na versão 2.

2.6. Desalfandegamento de remessas postais

Todas as remessas postais importadas na UE, independentemente do seu valor, podem ser
declaradas para introdução em livre prática por meio da DA normalizada com o conjunto de
dados completo (conjunto de dados H1) ou, se estiverem preenchidas as condições constantes
do artigo 166.º do CAU, da declaração simplificada (conjunto de dados I1).

Além disso, o quadro abaixo indica as possíveis formalidades simplificadas para o


desalfandegamento destas mercadorias, consoante o seu valor:

DA H7 eletrónica A partir de 1/7/2021 - Mercadorias que


beneficiam de franquias
aduaneiras (artigos 23.º e
25.º do DRR)
- ∅ P&R
- Apenas regime aduaneiro
40 00
Declaração aduaneira de Até à atualização do sistema - Os Estados-Membros têm
acordo com o ADT – nacional de importação (o mais o direito de utilizar esta
anexo 9 tardar até 31/12/2022) alternativa se o H7 ainda
não estiver disponível
Mercadorias Qualquer outro ato Até ao final da janela de - O Estado-Membro concede
≤ 150 € mediante apresentação implementação do ICS2 (o o prazo da janela de
(CN22/23) mais tardar até 1 de outubro de implementação e permite o
2021) recurso a este ato
- Mercadorias que
beneficiam de franquias
aduaneiras (artigos 23.º e
25.º do DRR)
- ∅ P&R
- ∅ IOSS ou regime especial
utilizado para o IVA
- Aceitação dos dados pela
alfândega
Mercadorias DA H6 eletrónica A partir de 1 de maio de 2016 - ∅ P&R
numa - ∅ CPC 42/63

36
remessa Qualquer outro ato Até à atualização do sistema - Indisponível para
postal mediante apresentação nacional de importação (o mais mercadorias em remessas
≤ 1 000 € (CN22/23) tardar até 31/12/2022) postais abrangidas pelo
artigo 143.º-A do AD
(mercadorias ≤ 150 €)
- Se o Estado-Membro tiver
concedido esta
possibilidade
DA H1 eletrónica A partir de 1 de maio de 2016
Mercadorias
Declaração aduaneira de Até à atualização do sistema
>
acordo com o ADT – nacional de importação (o mais
1 000€
anexo 9 tardar até 31/12/2022)

2.6.1. Descrição do artigo 144.º do AD-CAU e do conjunto de dados reduzido


do anexo B, coluna H6

O conjunto de dados reduzido previsto no artigo 144.º do AD-CAU pode ser utilizado para
declarar para efeitos de introdução em livre prática mercadorias numa remessa postal com um
valor igual ou inferior a 1 000 EUR. Esta possibilidade foi introduzida pelo CAU e tem
estado disponível desde 1 de maio de 2016. Manteve-se a possibilidade para não
comprometer os progressos em curso nalguns Estados-Membros que já puseram em prática
ou fizeram planos relativos a esta facilitação.

Descrição

Tal como descrito no capítulo anterior, a supressão do limiar mínimo de IVA introduzirá o
requisito de apresentação de uma declaração aduaneira para todas as mercadorias,
inclusivamente as de valor inferior a 22 EUR, que são atualmente declaradas por qualquer
outro ato por parte dos operadores postais. O artigo 144.º do AD-CAU prevê a possibilidade
de declaração aduaneira normalizada com um conjunto de dados reduzido (H6), se estiverem
preenchidas todas as condições seguintes:
• limitada às mercadorias em remessas postais declaradas por operadores postais;
• as mercadorias não estão sujeitas a proibições e restrições; e
• as mercadorias têm um valor máximo de 1 000 EUR.
A utilização desta declaração aduaneira de introdução em livre prática não é obrigatória, mas
concede-se aos operadores postais a possibilidade de a utilizar ou não.

É importante ter em conta que, logo que a declaração H6 seja apresentada no sistema
nacional de importação, todas as mercadorias em remessas postais até um valor de
1 000 EUR e que não estejam sujeitas a P&R podem ser declaradas por meio deste conjunto
de dados. Estão incluídas as mercadorias abrangidas pelo artigo 143.º-A do AD-CAU.

37
Período de transição:

Está previsto um período de transição para a implantação da declaração aduaneira com o


conjunto de dados reduzido (coluna H6) até às datas de atualização dos sistemas nacionais de
importação e o mais tardar até 31 de dezembro de 2022 no que respeita a mercadorias em
remessas postais que não as abrangidas pelo artigo 143.º-A do AD-CAU. Durante este
período, as mercadorias em remessas postais com valores entre 150,01 EUR e 1 000 EUR
podem ser declaradas para introdução em livre prática por qualquer outro ato. Significa tal
que se considera entregue e aceite a declaração aduaneira de introdução em livre prática pelo
ato de apresentação das mercadorias à alfândega, desde que sejam acompanhadas de uma
declaração CN22 ou uma declaração CN23.

A decisão de permitir a utilização da declaração por qualquer outro ato durante o período de
transição cabe ao Estado-Membro.

2.6.2. Transição para os serviços postais – condições e prazo para utilização


da declaração por qualquer outro ato

Descrição

Até ao final da janela de implementação da versão 1 do ICS2, as mercadorias em remessas


postais podem ser declaradas por qualquer outro ato, mediante determinadas condições. Tal
abrange o período que medeia entre a entrada em vigor do pacote IVA para o comércio
eletrónico e 1 de outubro de 2021.
As condições são as seguintes:
• as autoridades aduaneiras tenham aceitado a utilização deste ato e os dados fornecidos
pelo operador postal,
• o IVA não seja declarado ao abrigo do regime especial estabelecido no título XII,
capítulo 6, secção 4, da Diretiva 2006/112/CE para as vendas à distância de bens
importados de países terceiros ou de territórios terceiros (ou seja, o IOSS), nem ao
abrigo do regime especial de declaração e de pagamento do IVA sobre a importação
estabelecido no título XII, capítulo 7, da referida diretiva,
• as mercadorias beneficiem da franquia de direitos de importação em conformidade
com o artigo 23.º, n.º 1, ou com o artigo 25.º, n.º 1, do Regulamento (CE)
n.º 1186/2009,
• a remessa seja acompanhada de uma declaração CN22 ou de uma declaração CN23.

Exemplo:

38
Uma encomenda contendo um presente que beneficia de franquia aduaneira em
conformidade com o artigo 25.º, n.º 1, do DRR é declarada para introdução em livre prática
pela sua apresentação à alfândega, por meio da declaração CN23.

Quanto ao processo de devolução de encomendas não entregues, pode-se continuar a aplicar


o artigo 220.º, n.º 2, do AE durante o período de transição, se tal for aceite pelas autoridades
aduaneiras do Estado-Membro em causa (no máximo até 1 de outubro de 2021). Caso as
remessas não possam ser entregues ao destinatário (ou seja, o importador), considera-se que a
declaração de introdução em livre prática resultante do ato de apresentação à alfândega não
foi entregue e que as mercadorias se encontram em depósito temporário até serem
inutilizadas, reexportadas ou cedidas de outra forma em conformidade com o artigo 198.º do
CAU.

2.6.3. Cenários de desalfandegamento para remessas postais a partir de 1 de


julho de 2021

2.6.3.1.Regime IOSS

O processo de desalfandegamento por meio do IOSS assenta nos seguintes princípios:

- o IVA é pago pelos (presumíveis) fornecedores ou pelos respetivos intermediários à


administração fiscal nacional do Estado-Membro de identificação,
- as remessas postais podem ser declaradas por meio do regime IOSS num Estado-
Membro diferente do Estado-Membro de destino,
- nestes casos é essencial que o operador postal/as autoridades aduaneiras no Estado-
Membro de destino consigam reconhecer facilmente o estatuto na União das remessas
declaradas e introduzidas em livre prática por meio do regime IOSS,
- o processo postal normal envolve geralmente as guias de entrega postais (CN 37, CN
38, CN 41) e os rótulos dos recipientes (CN 34, CN 35, CN 36) do país de expedição
para o país de destino, que é geralmente o país onde é entregue a declaração aduaneira
de introdução em livre prática. Geralmente, o processo de desalfandegamento para
introdução em livre prática não envolve o correio em trânsito – é muito improvável
um cenário em que mercadorias UE (declaradas ao abrigo do regime do IOSS) se
encontram no mesmo recipiente que remessas não UE. Além disso, há que ter em
conta que a mensagem ITMATT só é enviada para os serviços postais no país de
destino, o que significa que, a menos que os serviços postais de origem, de trânsito e
de destino celebrem um acordo, o país de trânsito (no caso do trânsito) não receberá a
mensagem ITMATT para poder desalfandegar as mercadorias.

39
Exemplo 1:
Mercadorias expedidas pela USPS com destino à Alemanha, transportadas por via aérea
até ao Luxemburgo e por via rodoviária até ao destino final na Alemanha, onde a
declaração aduaneira de introdução em livre prática é entregue.

Cada remessa contendo mercadorias tem de apresentar uma declaração aduaneira CN22
ou CN23. As mercadorias são transportadas ao abrigo da Convenção da UPU e a USPS
entrega uma guia de entrega postal para fins de transporte à transportadora aérea que
transporta estas remessas postais até ao Luxemburgo. Para o trajeto de transporte entre o
Luxemburgo e a Alemanha, pode ser utilizada uma guia de entrega postal (com etiquetas
amarelas) ou um documento CMR (com o procedimento T1).

Caso 1: a Luxembourg Post não intervém no processo de trânsito (trânsito de malas


fechadas)

- a Deutsche Post tem de ter instalações (com um código IMPC) no Luxemburgo para
que possa afixar as etiquetas amarelas. Neste caso, as remessas são transportadas ao
abrigo do regime de trânsito postal, devendo apresentar uma etiqueta amarela.
Geralmente, os veículos pesados utilizados para transportar remessas de um ponto de
trânsito para um destino final contêm diversos tipos de mercadorias (UE e não UE).
Os diversos tipos de mercadorias têm de ser separados em recipientes distintos. No
Luxemburgo, a Deutsche Post modifica a guia de entrega postal para transportar estas
remessas do Luxemburgo para a Alemanha, incluindo neste documento as
informações de todos os recipientes transportados no veículo.
- Se as remessas forem confiadas a um operador não postal no Luxemburgo, este terá
de estabelecer um procedimento de trânsito T1 ao abrigo do novo sistema de trânsito
informatizado (NSTI). Além disso, este operador tem de modificar um documento
CMR para transportar estas remessas entre o Luxemburgo e a Alemanha. À chegada à
Alemanha destas remessas, a Deutsche Post tem de enviar uma mensagem a este
operador para concluir o procedimento T1.

Caso 2: a Luxembourg Post intervém no processo de trânsito (trânsito a descoberto)

- as remessas são transportadas ao abrigo do regime de trânsito postal, devendo as


mercadorias UE e não UE ser separadas em recipientes distintos. A Luxembourg Post
afixa etiquetas amarelas nos recipientes que contêm mercadorias não UE e estão em
trânsito. Posteriormente, modifica uma guia de entrega postal para transportar estas
remessas entre o Luxemburgo e a Alemanha, incluindo neste documento as
informações de todos os recipientes transportados no veículo.

Para o transporte até à Alemanha ao abrigo do regime de trânsito postal, a etiqueta


amarela tem de estar afixada no recipiente (ver a descrição no Manual do Trânsito)

40
quando apresentado à entrada da UE por um operador postal da UE. A etiqueta amarela
constitui um elemento de prova para as autoridades aduaneiras nos Estados-Membros de
trânsito e de destino de que se trata de mercadorias não UE (não foram introduzidas em
livre prática).

Exemplo 2:
Mercadorias expedidas pela USPS com destinatário na Alemanha, mas destinadas ao
Luxemburgo para desalfandegamento: transporte por via aérea até ao Luxemburgo,
desalfandegamento no Luxemburgo ao abrigo do regime do IOSS e transporte por via
rodoviária até ao destino na Alemanha.

- o processo de desalfandegamento pode ser realizado pelo operador postal no primeiro


ponto de entrada na UE, entregando uma DA com o conjunto de dados H7 (se
aplicável),
- pelo operador postal no país de trânsito, abrangendo o operador postal nacional do
país ou um representante de qualquer operador postal da UE com um código IMPC.
Em todos os casos, os operadores que não tenham um código IMPC não estão
autorizados a proceder ao desalfandegamento de remessas no país de trânsito com
documentação UPU,
- sempre que se recorra ao trânsito, a guia de entrega postal e os dados ITMATT serão
enviados dos EUA para o Luxemburgo e o transporte postal dos EUA termina no
Luxemburgo, sendo criado um novo transporte postal para o transporte rodoviário
para a Alemanha,
- se as mercadorias tiverem sido introduzidas em livre prática num Estado-Membro
diferente do do destino final, tal permitirá a sua fácil identificação pelas autoridades
aduaneiras no Estado-Membro de destino,
- após esta etapa, as remessas postais devem ser consideradas expedições intra-UE e
transportadas até aos serviços postais de destino na UE sem qualquer outro
procedimento aduaneiro adicional (sem afixar etiquetas amarelas).

O processo de desalfandegamento de mercadorias no primeiro ponto de entrada pelo operador


postal só é possível se for abrangido por um acordo entre o operador de trânsito e os serviços
postais de destino por razões operacionais (ver artigo 20.º, n.º 3, da Convenção da UPU).

Sempre que o desalfandegamento para introdução em livre prática não seja efetuado no país
de destino da remessa, mas sim noutro Estado-Membros, é essencial que o estatuto de
mercadorias UE seja facilmente reconhecível no país de destino. Em especial nos casos em
que o selo postal ou a etiqueta original de um país terceiro continua afixada na remessa e não
é possível distinguir a partir da sua aparência entre mercadorias UE e não UE [ou seja,
quando enviadas por um operador postal estabelecido na UE a partir de uma estação de

41
permuta extraterritorial (ETOE) num país terceiro com recurso a selos postais do operador
estabelecido na UE].

2.6.3.2.Regime especial

O operador de trânsito deve seguir o procedimento seguinte:


- afixar etiquetas amarelas em cada volume no caso do trânsito a descoberto ou nos
recipientes no caso do trânsito de malas fechadas,
- transmitir as mensagens de EDI relevantes para os serviços postais de destino.

2.6.3.3.Mecanismo habitual de cobrança do IVA

O processo aplicável no âmbito do mecanismo habitual é idêntico ao descrito na


secção 2.6.3.2 relativa ao regime especial.

3. MECANISMOS DE COBRANÇA DO IVA

3.1. REGIME IOSS

3.1.1. Conceito principal e descrição do processo

Conceito principal

A partir de 1 de julho de 2021, todas as mercadorias de baixo valor importadas para a UE


estarão sujeitas a IVA. Foi criado um regime especial para a venda à distância de mercadorias
importadas a partir de países terceiros ou territórios terceiros para a UE para efeitos de
declaração e pagamento do IVA nas vendas à distância de mercadorias importadas, o
denominado Balcão Único para as Importações (IOSS).
A explicação que se segue proporciona um resumo conciso do IOSS e pretende abranger os
conceitos básicos e o funcionamento do sistema. Para uma explicação completa do regime,
ver a secção 4.2 das Notas explicativas em matéria de IVA, que incluem, nomeadamente,
questões como as transações abrangidas, quem pode recorrer ao regime e o seu modo de
funcionamento.
A utilização deste regime especial (IOSS) não é obrigatória para os vendedores. No contexto
do presente documento de orientação, o termo «vendedor» pode referir-se aos fornecedores,
fornecedores subjacentes e presumíveis fornecedores (interface eletrónica), consoante o
contexto. Além disso, poderá ser exigido a estes vendedores que designem um intermediário
para recorrer ao IOSS.
Para utilizar o IOSS, os sujeitos passivos ou os respetivos intermediários têm de efetuar o
registo no IOSS, obtendo um número de identificação IVA do IOSS. Para mais informações

42
sobre quem pode recorrer ao IOSS, ver as secções 4.2.4 e 4.2.5 das Notas explicativas em
matéria de IVA. Para mais informações sobre o processo de registo, consultar o guia do OSS.
Os vendedores que optem por utilizar o IOSS são obrigados a declarar todas as suas vendas à
distância aos consumidores em toda a UE de mercadorias de baixo valor importadas
utilizando este número de identificação IVA do IOSS. A administração fiscal do Estado-
Membro de identificação procederá ao controlo para assegurar que o vendedor cobrou o IVA
ao abrigo do IOSS para todas as vendas de mercadorias de baixo valor aos consumidores na
UE.
O âmbito do regime especial IOSS limita-se às vendas à distância de mercadorias em
remessas com um valor intrínseco igual ou inferior a 150 EUR na data da entrega, que sejam
importadas a partir de países terceiros ou territórios terceiros para a UE. As mercadorias
sujeitas a impostos especiais de consumo estão excluídas do IOSS (geralmente produtos do
tabaco ou álcool de acordo com o artigo 2.º, n.º 3, da Diretiva IVA).
Para uma descrição mais pormenorizada do âmbito do IOSS, ver secção 4.2.3 das Notas
explicativas em matéria de IVA. Além disso, para uma síntese do âmbito do IOSS e do
regime especial e a declaração aduaneira H7, ver anexo 1.

Descrição do processo

O IOSS funciona, essencialmente, do seguinte modo:

- o vendedor efetua um registo para efeitos do IVA num Estado-Membro, aplica e cobra
o IVA nas vendas à distância de mercadorias expedidas/transportadas para os
consumidores na UE e declara e paga esse IVA ao Estado-Membro de identificação,
que, posteriormente, distribui-lo-á pelos Estados-Membros de destino das mercadorias.

- as mercadorias ficam isentas do IVA na importação na UE. As autoridades aduaneiras


do Estado-Membro de importação compilam mensalmente uma lista do valor das
importações por número de identificação IVA do IOSS e partilham-na com a
administração fiscal do Estado-Membro de identificação.

O seguinte diagrama resume o processo do IOSS 11:

11
Importa salientar que este é um cenário simplificado, existindo diversas alternativas. (Por exemplo, caso o
pagamento também possa ser efetuado na entrega).

43
IOSS

1. Registo no 2. Encomendar 3. Pagamento aceite 4. Expedição para 5. Dec. aduaneira de


IOSS mercadorias incl. IVA a UE importação, com
isenção de IVA

6. Verificação 7. Entrega no 8. Dec. mensal de 9. Carregamento 10. Partilha de dados


aduaneira: destino IVA do IOSS & periódico de das importações com
- n.º de IVA IOSS pagamento do dados aduaneiros administrações fiscais
- mercadorias IVA à das importações dos EM para
- valor administração para o SURV verificação do IVA
- etc. fiscal

Importação de mercadorias a partir de países terceiros ou territórios terceiros

Para as vendas à distância de mercadorias importadas a partir de países terceiros ou territórios


terceiros ao abrigo do IOSS, o facto gerador do imposto ocorre e o IVA torna-se exigível na
data da entrega (quando o pagamento é aceite).
A fim de evitar a dupla tributação, a importação de mercadorias declaradas com um número
de identificação IVA do IOSS válido está isenta de IVA. A declaração aduaneira (H1, H6, H7
ou I1) com um número de identificação IVA do IOSS válido e o código de regime adicional
«F48» deve ser considerada um «pedido» de isenção de IVA na importação. A alfândega
efetuará controlos para verificar se estão preenchidas as condições de isenção de IVA na
importação e, se for caso disso, as condições de utilização da declaração aduaneira específica.
Caso uma dessas condições não esteja preenchida, a declaração aduaneira tem de ser
recusada 12 (por exemplo, caso seja indicado um número de identificação IVA do IOSS
inválido) ou tem de ser alterada pelo declarante (por exemplo, em caso de subavaliação, mas
cujo valor intrínseco não seja superior a 150 EUR).

Exemplo da utilização do artigo 143.º-A do AD-CAU:

12
O artigo 172.º do CAU determina que só podem ser aceites as DA que respeitem as condições estabelecidas
no capítulo 2 do CAU. Estes requisitos dizem respeito às informações necessárias para a aplicação das
disposições relacionadas com o regime aduaneiro para o qual as mercadorias foram declaradas.

44
Introdução em livre prática no Estado-Membro A de uma encomenda IOSS contendo duas T-
Shirts encomendadas em linha com um valor unitário de 30 EUR com destino final ao
Estado-Membro B. Foi indicado um número de identificação IVA do IOSS válido no E.D.
13 16 000 000 e os códigos de regimes adicionais C07 e F48 no E.D. 11 10 000 000. As
mercadorias não estão sujeitas a proibições e restrições.

3.1.2. Responsabilidade dos intervenientes ao abrigo do regime IOSS

As regras em matéria de IVA para o comércio eletrónico estabelecem a responsabilidade do


sujeito passivo que utiliza o IOSS (ou, se for caso disso, o seu intermediário) 13 na cobrança e
no pagamento do IVA nas vendas à distância de mercadorias importadas e a respetiva
obrigação de apresentar a declaração de IVA do IOSS. O intermediário no contexto do IOSS
constitui um conceito diferente do do declarante e do seu representante que intervém na
introdução em livre prática das mercadorias na UE.
Quanto à responsabilidade em matéria aduaneira, esta recai sobre o declarante da declaração
aduaneira e depende do tipo de representação. Em caso de representação direta, a
responsabilidade do representante é limitada em conformidade com o artigo 18.º do CAU,
uma vez que o declarante é a pessoa representada.
No caso da representação indireta, o representante torna-se o declarante e é solidariamente
responsável juntamente com a pessoa representada.
O importador também pode desalfandegar a mercadoria diretamente, ou seja, sem recorrer a
um representante aduaneiro, sendo o próprio o declarante.

3.1.3. Número de identificação IVA do IOSS

1. É possível associar a remessa a um identificador único, uma carta de porte aéreo, um


número de remessa único ou um número de transação único gerado pela interface
eletrónica?

Na declaração aduaneira, é possível incluir informação relativa a um identificador único


gerado pelo vendedor subjacente/pela interface eletrónica (elemento de dados
12 08 000 000 «Número de referência/NRUR» – facultativo para os OE), que, neste
contexto, pode assumir a forma de um número de encomenda ou número único de
remessa. Esta informação pode ser utilizada em atividades pós-auditoria. Além disso, a
remessa é sempre identificada por meio da referência do documento de transporte. Se a
interface eletrónica dispuser da referência do documento de transporte, é fácil estabelecer
uma ligação entre o fornecimento (a transação comercial) e a importação das
mercadorias.

13
Artigos 369.º-L a 369.º-X da Diretiva IVA.

45
2. Pode a interface eletrónica estar envolvida no fluxo de dados enviado à alfândega, ou
seja, enviar os dados eletrónicos relativos às remessas diretamente para o
transportador ou a alfândega?

Se for a própria interface eletrónica a entregar a declaração aduaneira, o número de


identificação IVA do IOSS pode ser facultado diretamente à alfândega da UE na
declaração aduaneira. Contudo, não é possível transmitir o número de identificação IVA
do IOSS por meio das interfaces eletrónicas à alfândega da UE sem entregar a declaração
aduaneira. Todavia, a Comissão Europeia está a envidar esforços para, a médio prazo,
introduzir a troca direta de informações entre as interfaces eletrónicas/os fornecedores e
as autoridades aduaneiras.

3. O que acontece quando não é indicado um número de identificação IVA do IOSS na


declaração aduaneira ou o número não é válido?

As autoridades aduaneiras verificam eletronicamente a presença/validade do número de


identificação IVA do IOSS constante da declaração aduaneira no registo dos números de
identificação IVA do IOSS. A base de dados conterá todos os números de identificação
IVA do IOSS atribuídos por todos os Estados-Membros, bem como a data de início e
termo de validade desses números.

Os declarantes só conseguem verificar a presença do número de identificação IVA do


IOSS. A validade do número não pode ser verificada, uma vez que os declarantes não têm
acesso à base de dados dos números de identificação IVA do IOSS. Só as autoridades
aduaneiras dos Estados-Membros têm acesso a essa base de dados por meio dos
respetivos sistemas nacionais de importação.

Para mais informações sobre o declarantes, ver secção 2.2.2. O vendedor ou a interface
eletrónica terá de comunicar este número ao importador (ou seja, ao destinatário) ou ao
seu representante aduaneiro.

Quando o número de identificação IVA do IOSS indicado numa declaração aduaneira não
for válido ou não constar da declaração, não será possível utilizar o regime de importação
e a isenção de IVA não pode ser concedida. Consequentemente, as autoridades aduaneiras
cobrarão o IVA aquando da importação.

A responsabilidade de facultar o número de identificação IVA do IOSS recai sobre o


vendedor/a interface eletrónica. As declarações com números de identificação IVA do
IOSS não válidos serão rejeitadas, sendo necessário entregar uma nova declaração
aduaneira para utilizar o regime especial ou o mecanismo habitual de cobrança do IVA e
declarar as mercadorias na estância aduaneira competente.

Não obstante, caso a incorreção no número de identificação IVA do IOSS resulte de um


erro ortográfico, o declarante pode, ainda assim, solicitar a isenção de IVA ao abrigo do

46
IOSS numa nova declaração aduaneira, se dispuser do número de identificação IVA do
IOSS (erro na transmissão inicial).

4. Os declarantes aduaneiros podem beneficiar da responsabilidade limitada prevista


no artigo 5.º-C do Regulamento de Execução IVA?

As disposições constantes do artigo 5.º-C do Regulamento de Execução IVA só são


aplicáveis às interfaces eletrónicas a que se refere o artigo 14.º-A da Diretiva IVA, e não
se destinam a abranger as obrigações aduaneiras.

Para proporcionar uma disposição de salvaguarda semelhante na legislação aduaneira


seria necessário alterar o CAU.

3.1.4. Limiar de 150 EUR

5. O que acontece se as autoridades aduaneiras considerarem que as mercadorias para


as quais foi utilizado o IOSS estão subvalorizadas e que o valor intrínseco correto é
superior a 150 EUR? Em nome de quem se deve apresentar a declaração de
importação?

Em determinadas situações, o valor intrínseco pode ser superior ao limiar de 150 EUR,
não obstante a boa-fé da pessoa em causa, o que poderá resultar, por exemplo, de
oscilações da taxa de câmbio (ver ponto 3.1.5), da agregação de remessas (ver
ponto 3.1.6), etc.

Para as situações em que, mediante a apresentação das mercadorias à alfândega, as


autoridades aduaneiras tiverem uma suspeita fundamentada de que o valor intrínseco é
superior a 150 EUR (tal como a indicação do preço errado ou a subavaliação deliberada
por parte do fornecedor), cabe às autoridades aduaneiras do Estado-Membro de
importação proceder à cobrança do IVA na importação e dos direitos de importação no
desalfandegamento das mercadorias, mesmo que as mercadorias tenham sido declaradas
ao abrigo do IOSS (por exemplo, o consumidor já pagou o IVA ao fornecedor ou à
interface eletrónica). Será esse o caso, em particular, nas situações em que os processos
de verificação nos termos do artigo 140.º do AE-CAU não conduzam à confirmação do
valor transacional declarado.

Nesta situação, se o Estado-Membro onde as mercadorias IOSS foram declaradas para


introdução em livre prática for diferente do Estado-Membro para onde as mercadorias são
transportadas/expedidas, as mercadorias serão desalfandegadas em conformidade com as
regras aplicáveis às remessas com valor superior a 150 EUR.

O declarante ou o seu representante apresentará uma nova declaração de importação


utilizando o conjunto de dados H1 ou, se for caso disso, H6 ou I1. Se o importador aceitar
a entrega das mercadorias, deve pagar o IVA na importação e, possivelmente, direitos

47
aduaneiros às autoridades aduaneiras. Além disso, o declarante solicita a anulação da
declaração aduaneira precedente (ver mais informações no capítulo 5).

No entanto, o importador pode recusar as mercadorias, aplicando-se, neste caso, as


habituais práticas e formalidade aduaneiras.

Em ambos os casos, o importador pode contactar o fornecedor ou a interface eletrónica


para recuperar o IVA (e possivelmente o valor das mercadorias em caso de recusa) pago
incorretamente na data de entrega. Para o efeito, o consumidor pode utilizar a prova do
pagamento à alfândega ou a decisão aduaneira relativa às mercadorias inutilizadas ou
abandonadas. O meio de prova variará consoante o importador (ou seja, o destinatário)
tenha tomado a cargo as mercadorias ou não. Se for esse o caso e o importador tiver
pagado o montante recalculado do IVA e, se for caso disso, dos direitos aduaneiros,
utilizará a decisão aduaneira relativa à autorização de saída das mercadorias e o
pagamento do IVA como prova para o reembolso do fornecedor ou da interface
eletrónica. Se o importador recusar a entrega das mercadorias, estas são devolvidas e, em
princípio, o fornecedor não lhe exigirá elementos de prova adicionais além do
comprovativo de exportação.

Se for cobrado IVA na importação das mercadorias, este fornecimento de mercadorias


não deve ser incluído na declaração de IVA do IOSS. Com base na prova do pagamento
do consumidor à alfândega, o fornecedor, a interface eletrónica ou o intermediário pode
corrigir os seus registos e a sua declaração de IVA do IOSS.

Para mais informações sobre as formalidades aduaneiras aplicáveis, ver secção 2.2.3 do
presente documento.

6. Como proceder para verificar se as mercadorias estão subavaliadas?

Cabe às autoridades aduaneiras dos Estados-Membros de importação verificar o valor das


mercadorias importadas, por meio dos critérios de avaliação de riscos, nomeadamente se
a existência de dúvidas razoáveis devido aos preços anormalmente inferiores ditar o início
de procedimentos de verificação nos termos do artigo 140.º do AE-CAU. Os funcionários
aduaneiros têm em conta diversos fatores na sua avaliação de riscos, sendo o valor das
mercadorias apenas um desses fatores.

7. O que acontece se as mercadorias forem subavaliadas, mas o valor intrínseco


corrigido não for superior a 150 EUR?

Do ponto de vista da alfândega, as condições para a utilização da declaração de


importação com o conjunto de dados H7 continuam a estar preenchidas. No entanto, é
necessário alterar a declaração aduaneira no que respeita ao valor intrínseco em
conformidade com o procedimento descrito na secção 2.2.3.

48
Nestas circunstâncias, a importação de mercadorias de baixo valor deve continuar a
beneficiar da isenção de IVA na importação, desde que seja indicado um número de
identificação IVA do IOSS válido na declaração aduaneira e as condições de utilização do
IOSS estejam preenchidas. As mercadorias serão autorizadas a sair sem que haja lugar ao
pagamento adicional do IVA à alfândega (o montante do IVA correto tem de ser
declarado na declaração de IVA do IOSS e tem de ser pago pelo fornecedor ou pela
interface eletrónica, diretamente ou por meio de um intermediário designado para o
efeito). O IVA adicional será recuperado por meio da cooperação administrativa entre as
autoridades aduaneiras e a administração fiscal.

O declarante na alfândega não deve ser considerado responsável pelo IVA adicional nesta
situação, a menos que as circunstâncias específicas, por exemplo, a participação num
esquema fraudulento, e a legislação nacional aplicável justifiquem tal responsabilidade do
declarante.

8. Se for utilizado o IOSS, quem está sujeito ao pagamento de qualquer IVA adicional
(bem como coimas e juros) caso seja identificada uma subavaliação após a
autorização de saída das mercadorias?

A administração fiscal realizará uma auditoria pós-autorização de saída, verificando os


registos e a declaração de IVA do vendedor. Nestas circunstâncias, a única pessoa sujeita
a qualquer IVA adicional (bem como coimas e juros) a pagar após a autorização de saída
de mercadorias por meio do IOSS é o fornecedor, o presumível fornecedor ou o
intermediário. O declarante também pode eventualmente estar sujeito, se participar
ativamente num esquema fraudulento.

9. O que acontece se o valor das mercadorias no momento da sua apresentação à


alfândega for diferente do indicado nos documentos que acompanham as
mercadorias (por exemplo, no momento da compra, as mercadorias beneficiaram de
uma promoção/um período de desconto)?

O valor intrínseco na importação é o preço líquido pago pelo consumidor na data de


entrega (ou seja, quando o pagamento efetuado pelo consumidor foi aceite), como consta
do documento que acompanha as mercadorias (ou seja, a fatura comercial). Em caso de
dúvida, as autoridades aduaneiras podem solicitar ao consumidor (ou seja, o destinatário)
uma prova do pagamento antes de introduzir as mercadorias em livre prática.

3.1.5. Taxa de câmbio

Se o fornecedor ou a interface eletrónica optar pelo regime de importação, todas as


vendas à distância de mercadorias importadas de valor igual ou inferior a 150 EUR têm
de ser declaradas ao abrigo do regime do IOSS. No entanto, o IOSS, bem como todos os
seus benefícios, não se aplica à venda de mercadorias de valor superior a 150 EUR. Para

49
determinar se o IOSS se aplica a uma venda específica, o fornecedor ou a interface
eletrónica tem de utilizar a taxa de câmbio determinada nos termos do artigo 91.º, n.º 2,
da Diretiva IVA (para a taxa de câmbio diária do Banco Central Europeu) aplicável no
dia em que o pagamento é aceite, independentemente do momento em que as mercadorias
sejam efetivamente importadas para a UE.
Na data da importação, verifica-se novamente o limiar de 150 EUR para fins aduaneiros,
desta feita utilizando a taxa de câmbio aplicável na determinação do valor aduaneiro, ou
seja, a taxa de câmbio válida na data da importação. Esta última é estabelecida no mês
precedente e aplica-se a todas as importações efetuadas no mês corrente.
Para evitar situações em que um preço inferior a 150 EUR na data de entrega seja
superior ao limiar de 150 EUR na data da importação, recomenda-se que a interface
eletrónica ou o vendedor do IOSS indique na fatura que acompanha a remessa o preço em
euros determinado quando o pagamento das mercadorias foi aceite. Este valor será aceite
pelas autoridades aduaneiras na importação das mercadorias para a UE, evitando assim
uma eventual dupla tributação do IVA na importação.
Caso o Estado-Membro de importação utilize uma moeda diferente do euro, recomenda-
se que o Estado-Membro aceite o montante declarado em euros na fatura, como referido
acima, tanto para efeitos aduaneiros como para efeitos de tributação. No entanto, se o
preço em euros não for indicado na fatura, a alfândega tem de utilizar a taxa de câmbio
válida na data de importação.

Exemplo:
Vendas à distância de mercadorias ao abrigo do regime do IOSS com destino final na
Alemanha, que entram na UE por via da Polónia onde são declaradas para introdução
em livre prática. A fatura que acompanha a remessa é expressa em euros, tendo a
alfândega polaca recebido instruções para aceitar o valor em euros.

Se o montante da fatura é expresso numa moeda estrangeira/não pertencente à UE e, na


importação, a conversão se aproxima dos 150 EUR, recomenda-se que as autoridades
aduaneiras adotem uma estratégia adequada no que toca à monitorização do valor
intrínseco de 150 EUR. Ver capítulo 4, pergunta 21, nas Notas explicativas em matéria
de IVA.

3.1.6. Grupagem de remessas

Existem dois cenários possíveis para a agregação de encomendas no contexto do IOSS:


(i) encomendas múltiplas efetuadas pelo mesmo consumidor reunidas numa única
remessa, e

50
(ii) encomendas múltiplas efetuadas por diversos consumidores reunidas numa
remessa consolidada.

Se o vendedor enviar as encomendas a que se refere a subalínea i) numa única remessa, a


remessa inteira será objeto de uma única declaração aduaneira. Neste caso, o expedidor
das mercadorias deve estar ciente de que a alfândega cobrará direitos aduaneiros e o IVA
na importação sobre o valor total da remessa se este for superior a 150 EUR. Neste caso,
o fornecedor ou a interface eletrónica terá de reembolsar o IVA pago ao abrigo do IOSS
ao consumidor com base na prova do pagamento do IVA e, potencialmente, dos direitos
aduaneiros pagos às autoridades aduaneiras. O fornecedor ou a interface eletrónica
poderá corrigir a sua declaração de IVA no IOSS (se já tiver sido entregue), por forma a
refletir o facto de o IVA já não ser devido ao abrigo do regime do IOSS. O fornecedor ou
a interface eletrónica também deve conservar nos seus registos esta prova de pagamento
do IVA pelo consumidor.
Para as importações de baixo valor facilitadas por meio da sua plataforma, geralmente, as
interfaces eletrónicas não têm forma de observar as práticas de grupagem nem têm como
o verificar se estas estiverem totalmente sob o controlo do vendedor subjacente.
Neste caso, a interface eletrónica é, por conseguinte, obrigada a formular certos
pressupostos razoáveis, por exemplo, quando o mesmo consumidor encomenda várias
mercadorias ao mesmo tempo e ao mesmo fornecedor, a interface eletrónica deve
presumir que as mercadorias constituirão uma remessa única. Quando o mesmo
consumidor efetua várias encomendas distintas no mesmo dia, a interface eletrónica deve
igualmente presumir que as mercadorias pertencentes a diferentes encomendas
constituirão remessas distintas.
No cenário a que se refere a subalínea ii), o processo C-7/08 do Tribunal de Justiça da
União Europeia determina que as remessas conjuntas de mercadorias, cujo valor
intrínseco global exceda o limite 150 EUR, mas que, consideradas separadamente, têm
um valor insignificante, podem ser introduzidas em livre prática com franquia de direitos
de importação, na condição de que cada encomenda desse conjunto seja dirigida
individualmente a um destinatário que se encontra na UE.
Tal significa que, se uma remessa for elegível para efeitos de IOSS a nível da encomenda
e for expedida numa embalagem rotulada individualmente para o destinatário, mas
agrupada numa encomenda maior com outras embalagens endereçadas a diversos
destinatários, tendo sido indicado um número de identificação IOSS válido na declaração
aduaneira, a isenção de IVA na importação prevaleceria.
Uma vez que as informações sobre os importadores têm de ser fornecidas a nível do
cabeçalho da declaração, esta solução implicaria a apresentação de tantas declarações
aduaneiras quanto o número de importadores (destinatários individuais).
No entanto, as autoridades aduaneiras podem realizar verificações para avaliar se uma
encomenda ou uma remessa foi artificialmente fracionada para beneficiar da franquia dos
direitos aduaneiros, caso em que os direitos aduaneiros também serão cobrados.

51
3.1.7. Devolução de mercadorias IOSS

As formalidades aduaneiras aplicáveis na devolução de mercadorias são descritas nos


capítulos 4 – «Formalidades de exportação e reexportação para remessas de baixo valor»
e 5 – «Anulação da declaração aduaneira».
Caso o volume seja entregue ao importador, que, posteriormente, decide devolvê-lo ao
vendedor, o processo dependerá das instruções que o vendedor transmitir ao consumidor
para organizar a devolução.
O vendedor reembolsará o IVA ao consumidor (ou seja, o importador) como parte do
reembolso do valor das mercadorias, o que implicará uma correção nos registos e na
declaração periódica do IVA no IOSS do sujeito passivo que utiliza o IOSS ou do seu
intermediário, sendo necessário manter nos registos o comprovativo da devolução.
Existem situações em que as mercadorias importadas apresentam defeitos, mas o
vendedor permite que o importador as conserve, em vez de solicitar a sua devolução e
expedir outras.
Do ponto de vista da alfândega, haverá duas DA de introdução em livre prática uma vez
que abrangem diferentes mercadorias que serão introduzidas no mercado único. O
procedimento em matéria de IVA deve seguir a situação presente para a substituição de
mercadorias.

3.1.8. Comunicação de informações mensal

Conceito principal
Para controlar a correta utilização do número de identificação IVA do IOSS e prevenir a
importação ilegal de mercadorias ao abrigo da isenção de IVA do IOSS, a Diretiva IVA
estabeleceu uma medida específica de controlo. Esta exige que os Estados-Membros
elaborem um relatório mensal do valor total das mercadorias IOSS importadas para o
Estado-Membro durante um determinado mês, indicando o valor total das importações
por número de identificação IVA do IOSS. Este relatório tem de ser partilhado com a
administração fiscal do Estado-Membro de identificação pertinente, que pode utilizar os
relatórios para comparar os montantes nele indicados com o conteúdo da declaração de
IVA do IOSS, constituindo um instrumento adicional de supervisão. Os declarantes
aduaneiros não têm qualquer obrigação relativa aos relatórios mensais.
O sistema Vigilância da UE controla a importação e exportação de mercadorias
específicas para e a partir do mercado único da União em termos de volume e/ou valor e
será utilizado para cumprir a obrigação dos Estados-Membros de elaborar mensalmente
as listas ao abrigo do IOSS.

52
O funcionamento do sistema Vigilância é da responsabilidade da DG Fiscalidade e União
Aduaneira. As fontes de dados primários do sistema Vigilância são as declarações
aduaneiras de importação e exportação geridas pelos sistemas nacionais de tratamento de
declarações aduaneiras.

Como funciona?

Periodicamente, os Estados-Membros transmitem ao sistema Vigilância os elementos de


dados relevantes da declaração aduaneira de introdução em livre prática. O sistema
Vigilância consolida estas informações e transforma-as em informações que podem ser
utilizadas para efeitos de elaboração de relatórios e análise.
No caso do IOSS, os Estados-Membros têm de armazenar e disponibilizar aos outros
Estados-Membros o valor total das mercadorias isentas de IVA ao abrigo do IOSS que
tenham sido introduzidas em livre prática nesse Estado-Membro durante um determinado
mês. Os valores têm de ser discriminados por número de identificação IVA do IOSS,
permitindo às autoridades tributárias competentes dos Estados-Membros efetuarem um
controlo cruzado da base tributável para efeitos do IVA resultante dos elementos de
dados da declaração aduaneira em relação aos valores constantes das declarações de IVA
do IOSS.

3.2. REGIME ESPECIAL

3.2.1. Conceito principal e descrição do processo (fluxo de ponta a ponta)

Conceito principal

O âmbito de aplicação do regime especial limita-se à importação de mercadorias em


remessas com um valor intrínseco igual ou inferior a 150 EUR cuja expedição ou
transporte termine no Estado-Membro de importação. Encontram-se excluídas do regime
especial as mercadorias sujeitas a impostos especiais de consumo. Para mais informações
sobre o âmbito de aplicação, ver capítulo 4, secção 4.3.3 das Notas explicativas em
matéria de IVA.
O regime especial tem por objetivo a simplificação da cobrança de IVA na importação de
remessas de baixo valor importadas para a UE quando não se recorre ao IOSS. Todavia,
a utilização do regime especial é facultativa para quem declara as mercadorias em nome
do destinatário (ou seja, o importador).
Importa ter em conta que o IVA é considerado um direito de importação na aceção do
artigo 5.º, ponto 20, do CAU. As formalidades aduaneiras estabelecidas no CAU são
aplicáveis à importação de remessas de baixo valor. No entanto, a responsabilidade
em matéria de IVA na importação é definida no artigo 369.º-Z da Diretiva IVA,
sendo o imposto calculado e cobrado em conformidade com as regras estabelecidas
no artigo 369.º-Z-B, n.os 1 e 2. Estas regras determinam que o destinatário das

53
mercadorias é o responsável pelo pagamento do IVA na importação. Esta
disposição deve ser transposta neste sentido na legislação dos Estados-Membros em
matéria de IVA.

Descrição do processo
O seguinte diagrama resume o processo do regime especial:

Regime especial

1. Encomendar 2. Pagamento das 3. Expedição para 4. Dec. aduaneira de importação:


mercadorias mercadorias a UE - no EM de destino
excl. IVA - diferimento do pagamento do IVA
- EM pode aplicar taxa de IVA normal

5. Verificação
aduaneira: 6. Entrega 7. Carregamento 8. Declaração mensal e
- mercadorias no destino periódico de pagamento (diferido) do
- valor dados aduaneiros IVA à autoridade competente
- etc. das importações
para o SURV

O regime especial só pode ser utilizado se o Estado-Membro de destino das mercadorias


for o mesmo que o Estado-Membro de importação, ou seja, o destino final das
mercadorias e o importador encontram-se no mesmo Estado-Membro onde as
mercadorias foram introduzidas em livre prática. Tal é necessário pois o IVA torna-se
devido no Estado-Membro de importação, o qual não pode cobrar o IVA aplicável noutro
Estado-Membro.
Do mesmo modo, a estância aduaneira competente para declarar a introdução em livre
prática de RBV por meio do regime especial é a que se encontra no Estado-Membro de
destino final (artigo 221.º, n.º 4, do AE-CAU).
Em conformidade com o artigo 201.º da Diretiva IVA, o IVA na importação pode ser
devido pela pessoa ou pessoas designadas ou reconhecidas como devedoras pelo Estado-
Membro de importação. Na prática, geralmente, o destinatário (ou seja, o importador) é
responsável pelo pagamento do IVA na importação.

54
O IVA só se torna devido se tiver sido efetivamente cobrado ao destinatário (ou seja, o
importador), a fim de evitar processos de reembolso onerosos caso as mercadorias não
pudessem ser entregues ou fossem recusadas pelo destinatário (ou seja, o importador). Os
utilizadores do regime especial (habitualmente, operadores postais, transportadores
expresso, agentes aduaneiros e operadores económicos semelhantes, desde que tenham
apresentado as mercadorias à alfândega) têm de manter esses registos. Os registos devem
permitir a identificação do IVA total cobrado durante o mês em causa e devem incluir
comprovativos dos casos em que não tenha sido possível cobrar o IVA devido à não
entrega das mercadorias.
Há que ter em conta que o recurso ao regime especial não implica uma autorização
aduaneira específica. No entanto, os Estados-Membros podem exigir que a pessoa que
recorre ao regime especial cumpra as condições aplicáveis para a concessão de uma
autorização de diferimento do pagamento nos termos do artigo 110.º do CAU.
A utilização para efeitos do regime especial das autorizações de diferimento do
pagamento concedidas para fins de direitos aduaneiros só é possível se as condições de
diferimento do pagamento forem as mesmas, ou seja, o pagamento vence no dia 16 do
mês seguinte, em relação ao montante total dos direitos devidos durante um determinado
mês, em conformidade com o artigo 108.º, n.º 1, segundo parágrafo, do CAU.
Ao abrigo do regime especial, os Estados-Membros podem permitir a utilização
sistemática da taxa normal do IVA para facilitar o processo de declaração dos
utilizadores do regime especial e dos intervenientes que atuam na qualidade de
representantes aduaneiros em nome dos importadores (ou seja, os destinatários). Devido
ao elevado número de remessas de baixo valor, estes operadores podem enfrentar
dificuldades na correta aplicação das taxas reduzidas do IVA.

Exemplo de utilização da declaração aduaneira com o conjunto de dados H7


Um consumidor no Estado-Membro A encomendou um livro em linha a um vendedor
num país terceiro que é transportado por via postal para a UE. O vendedor não está
registado para efeitos do IOSS, por conseguinte, o IVA sobre a importação tem de ser
pago na importação. O livro tem um valor intrínseco de 60 EUR, pelo que se pode
utilizar a declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 para o desalfandegamento
da encomenda no Estado-Membro A. O operador postal no Estado-Membro A declara
as mercadorias por meio do regime especial indicando o consumidor na UE na
qualidade de importador e indicando os códigos C07 e F49 no espaço do código de
regime adicional (E.D. 11 10 000 000). A alfândega introduz as mercadorias em livre
prática ao abrigo do diferimento do pagamento do IVA 14. Os serviços postais calculam o
IVA com a taxa normal do IVA no Estado-Membro A e cobram o IVA ao consumidor
para entregar o livro. O operador postal pagará o montante correspondente de IVA às
autoridades aduaneiras/administração fiscal até ao dia 16 do mês seguinte.

14
Previsto no artigo 369.º-Z-B da Diretiva IVA.

55
3.2.2. Responsabilidade dos intervenientes ao abrigo do regime especial

3.2.2.1.Responsabilidade geral

Em geral, a declaração aduaneira tem de ser entregue por um representante direito ou


indireto.
No que respeita à responsabilidade pelo pagamento do IVA, incumbem às partes
interessadas as seguintes responsabilidades:
 O consumidor [habitualmente o destinatário (importador) da encomenda] é
responsável pelo pagamento do IVA; e
 O utilizador do regime especial (habitualmente a pessoa que apresenta as
mercadorias à alfândega em nome do consumidor) é responsável pela cobrança do
IVA ao importador e pelo pagamento do IVA cobrado às autoridades
aduaneiras/administração fiscal. O pagamento às autoridades aduaneiras ou à
administração fiscal deve ser efetuado mensalmente.

3.2.2.2.Subvalorização

Se as autoridades aduaneiras considerarem que as mercadorias para as quais tenha sido


utilizado o regime especial estão subavaliadas e o valor intrínseco correto é superior a
150 EUR, e caso se confirme esta suspeita, tornar-se-ão devidos os direitos aduaneiros
calculados a partir do montante correto e aplicar-se-ão as respetivas disposições do CAU.
A suspeita de subavaliação pode ser confirmada em diversas alturas no decurso do
processo.

Caso as mercadorias tenham sido declaradas para introdução em livre prática por meio
de uma declaração aduaneira com o conjunto de dados H7 e a subavaliação seja detetada
antes da aceitação da declaração aduaneira, a declaração será rejeitada, tendo o
declarante de apresentar uma nova declaração aduaneira de introdução em livre prática
recorrendo ao conjunto de dados H1 ou, se for caso disso, H6 ou I1.

Caso a subavaliação tenha sido identificada durante a verificação da declaração


aduaneira ou no decurso de um controlo após a autorização de saída, aplicam-se os
procedimentos descritos na secção 2.2.3.

3.2.3. Processo de pagamento mensal

O utilizador do regime especial (habitualmente o representante aduaneiro que atua em


nome do importador/destinatário) é responsável pela cobrança do IVA ao consumidor e

56
pela transferência às autoridades aduaneiras dos montantes de IVA cobrados. Este
pagamento tem de ser realizado até ao dia 16 do mês seguinte à cobrança do IVA.
De acordo com o artigo 369.º-Z-B da Diretiva IVA, o IVA cobrado ao abrigo do regime
especial tem de ser comunicado por via eletrónica numa declaração mensal. A declaração
deve indicar o montante total do IVA cobrado durante o mês civil em causa. Importa ter
em conta que esta declaração não constitui uma declaração aduaneira na aceção do
artigo 5.º, ponto 12, do CAU.
No entanto, os Estados-Membros podem exigir que a pessoa que recorre ao regime
especial cumpra as condições aplicáveis para a concessão de uma autorização de
diferimento do pagamento nos termos do artigo 110.º do CAU. Diversos Estados-
Membros já concedem esta possibilidade, ou seja, não cobrar o IVA no momento da
importação para cada remessa. É necessário confirmar se o prazo termina no décimo
sexto dia do mês seguinte para utilizar a mesma autorização.
Os utilizadores do regime especial têm de conservar um registo do desalfandegamento
quando tenha sido cobrado IVA ao abrigo do regime especial durante um período
determinado pelo Estado-Membro de importação. Esse registo deve ser suficientemente
pormenorizado para permitir que a administração fiscal e/ou as autoridades aduaneiras
do Estado-Membro de importação verifiquem se o IVA foi declarado e cobrado
corretamente. Para mais informações, ver capítulo 4, secção 4.3.6 das Notas explicativas
em matéria de IVA.
Se não for possível proceder à entrega das mercadorias durante o mês em que foram
introduzidas em livre prática, significa que não foi possível cobrar efetivamente o IVA
nesse mês, em conformidade com o artigo 369.º-Z-B, n.º 1, da Diretiva IVA. Estes
montantes de IVA têm de ser comunicados no mês seguinte quando se proceder
efetivamente à entrega e o utilizador do regime especial cobrar o IVA ao importador.

Exemplo:
Em 31 de agosto de 2021, o operador postal búlgaro, representante aduaneiro indireto
do consumidor, declara para introdução em livre prática mercadorias na Bulgária. O
consumidor paga ao operador postal búlgaro o montante do IVA correspondente à taxa
normal do IVA em 2 de setembro de 2021. O operador postal búlgaro é obrigado a
pagar este IVA até 16 de outubro de 2021 juntamente com quaisquer outros montantes
do IVA cobrados ao abrigo do regime especial durante o mês de setembro de 2021.

3.2.4. Devolução de mercadorias, reembolso do IVA

As formalidades aduaneiras aplicáveis na devolução de mercadorias são descritas nos


capítulos 4 – «Formalidades de exportação e reexportação para remessas de baixo valor»
e 5 – «Anulação da declaração aduaneira».

57
Se não for possível entregar ao destinatário (ou seja, o importador) as mercadorias, não
será devido IVA ao abrigo do regime especial. Nesse caso, a declaração aduaneira de
introdução em livre prática será anulada e as mercadorias serão enviadas ao expedidor
inicial. Na declaração de IVA mensal, a pessoa que utiliza o regime especial tem de
referir a declaração aduaneira de introdução em livre prática anulada e a exportação
(devolução) das mercadorias.
Para as formalidades aduaneiras aplicáveis às mercadorias que foram efetivamente
entregues ao destinatário (ou seja, o importador), que, posteriormente, procede à sua
devolução ao vendedor, ver o processo pormenorizado no último parágrafo do
capítulo 5.1.

3.2.5. Comunicação de informações ao sistema Vigilância

Os dados relativos às declarações aduaneiras de introdução em livre prática por meio do


regime especial serão transmitidos ao sistema Vigilância. No entanto, não serão
elaborados relatórios mensais sobre as respetivas importações.

3.3. MECANISMO HABITUAL DE COBRANÇA DO IVA

3.3.1. Conceito principal

Se não forem utilizadas simplificações (IOSS ou regime especial) para a cobrança do


IVA sobre as importações, são aplicáveis as regras habituais, sendo o IVA na importação
cobrado em conformidade com as regras aduaneiras aplicáveis e nos termos dos
artigos 201.º, 274.º e 275.º da Diretiva IVA.

3.3.2. Descrição do processo

Ao utilizar o mecanismo habitual de cobrança de IVA na importação, as mercadorias que


beneficiam de franquia de direitos aduaneiros ao abrigo do artigo 23.º, n.º 1, ou
artigo 25.º, n.º 1, do DRR só podem ser declaradas para introdução em livre prática no
Estado-Membro em que termina a expedição ou o transporte das mercadorias, de acordo
com o artigo 221.º, n.º 4, do AE-CAU. Tal significa que o Estado-Membro de
importação tem de ser o Estado-Membro de destino (consumo), sendo tal necessário
devido ao facto de o IVA tornar-se devido no Estado-Membro de importação e de esse
Estado-Membro não poder cobrar o IVA utilizando a taxa de IVA aplicável noutro
Estado-Membro. A pessoa que entrega a declaração tem a possibilidade de escolher entre
a DA com os conjuntos de dados H7, I1 ou H1 (estando o conjunto de dados H6
reservado aos operadores postais).
De acordo com o artigo 201.º da Diretiva IVA, na importação, o IVA pode ser devido
pela pessoa ou pessoas designadas ou reconhecidas como devedores pelo Estado-
Membro de importação. Na prática, em geral, são solidariamente responsáveis pelo

58
pagamento do IVA sobre as importações o importador (ou seja, o destinatário) e, em caso
de representação indireta, o declarante da declaração aduaneira.
Se, até 1 de outubro de 2021, forem introduzidas em livre prática mercadorias numa
remessa postal por qualquer outro ato em conformidade com o artigo 141.º, n.º 3, do AD,
o declarante só tem de pagar o IVA à estância aduaneira de importação se a declaração
aduaneira tiver sido aceite e as mercadorias nessa remessa postal tiverem sido
introduzidas em livre prática e entregues ao destinatário. Caso contrário, se não for
possível entregar as mercadorias ao destinatário, considera-se que a declaração aduaneira
de introdução em livre prática não foi entregue e que as mercadorias permanecem em
depósito temporário até serem reexportadas, inutilizadas ou cedidas de outra forma nos
termos do artigo 198.º do CAU.
O seguinte diagrama resume mais pormenorizadamente as partes que compõem o
processo habitual:

Mecanismo habitual de cobrança do IVA

1. 2. Pagamento das 3. Expedição para 4. Dec. aduaneira de importação:


Encomendar mercadorias a UE - no EM de destino
mercadorias excl. IVA -pagamento do IVA no desalfandegamento,
se não for concedido diferimento do
pagamento
- taxa de IVA aplicável (taxa normal ou
reduzida)

5. Verificação 7. Carregamento
aduaneira: 6. Entrega periódico de 8. Pagamento (diferido) do
- mercadorias no destino dados aduaneiros IVA à autoridade
- valor das importações competente
- etc. para o SURV

59
4. FORMALIDADES DE EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO PARA REMESSAS
DE BAIXO VALOR

4.1. Síntese

Tipo de remessa Valor das Formalidades aduaneiras aplicáveis Formalidades aplicáveis ao


mercadorias À exportação de À devolução de reembolso do IVA
mercadorias da União mercadorias importadas
≤ 150 € Declaração por qualquer Declaração por qualquer Anulação da DA de importação e
(IOSS e não IOSS) outro ato, artigo 141.º, outro ato com determinados extinção da obrigação de IVA.
n.º 4-A, do AD-CAU, dados que têm de ser aceites
determinados dados têm de e disponibilizados à
IOSS Não IOSS
ser aceites e alfândega 15
disponibilizados à alfândega (Em conformidade com o
Reembolso do Reembolso do
Remessas postais e artigo 141.º, n.º 4-A, e, se for
IVA diretamente IVA ou dispensa
expresso caso disso, o artigo 142.º,
por parte do do pagamento
alínea b), do AD-CAU)
vendedor por parte da
alfândega ou
administração
fiscal
> 150 € Declaração por qualquer Declaração de exportação
> 1 000 € outro ato, artigo 141.º, eletrónica (em conformidade Anulação da DA de importação e
n.º 4-A, do AD-CAU, com o artigo 142.º, alínea b), extinção da obrigação de IVA
determinados dados têm de do AD-CAU, não é possível
ser aceites e proceder à declaração por
disponibilizados à alfândega qualquer outro ato)

4.2. REMESSAS POSTAIS

4.2.1. Âmbito da declaração de exportação por qualquer outro ato

a) Base jurídica

De acordo com o artigo 140.º, n.º 1, alínea d), artigo 141.º, n.º 4, e artigo 142.º do AD-CAU,
as mercadorias em remessas postais com valor igual ou inferior a 1 000 EUR e que não sejam
passíveis de direitos de exportação são consideradas declaradas para exportação pela sua
saída do território aduaneiro da União, desde que:
• não sejam objeto de um pedido de reembolso de direitos ou outras imposições, salvo
se esse pedido estiver relacionado com a anulação da declaração aduaneira de
introdução em livre prática de mercadorias que beneficiem de uma franquia de
direitos de importação em conformidade com o artigo 23.º, n.º 1, ou com o artigo 25.º,
n.º 1, do Regulamento (CE) n.º 1186/2009,

15
Situação excecional temporária (até 1 de outubro de 2021) para a devolução de remessas postais não
entregues declaradas para introdução em livre prática em conformidade com o artigo 141.º, n.º 3, do AD-CAU.
Considera-se que esta DA não foi entregue, com base no artigo 220.º, n.º 2, do AE-CAU.

60
• não estão sujeitas a proibições e restrições, e

• não estejam sujeitas a qualquer outra formalidade especial prevista na legislação da


União que as autoridades aduaneiras estejam obrigadas a aplicar (como no que
respeita às mercadorias sujeitas a imposto especial de consumo abrangidas pela
Diretiva 2020/262/UE ou mercadorias não UE que tenham sido colocadas sob o
regime de entreposto aduaneiro, de aperfeiçoamento passivo, de importação
temporária, numa zona franca ou em depósito temporário e sejam reexportadas).

A primeira condição abrange os casos em que o reembolso do IVA é solicitado (por exemplo,
devolução das mercadorias) com base na anulação da declaração aduaneira de introdução em
livre prática solicitada pelo respetivo declarante em conformidade com o artigo 148.º, n.º 3,
do AD-CAU. Estas mercadorias podem, ainda assim, ser exportadas pela sua saída do
território aduaneiro da União, desde que não tenham um valor superior a 150 EUR. O
operador postal devolverá as mercadorias utilizando um código de barras S10, em
conformidade com as respetivas regras da UPU. Se for criado um novo código de barras S10
para a devolução, este tem de fazer referência no sistema postal ao código de barras S10 que
corresponde à encomenda que não pôde ser entregue. É necessário que os dados que
comprovam que as mercadorias que foram introduzidas em livre prática são as mesmas
mercadorias que foram entregues constem do sistema informático do operador postal, na
eventualidade de uma auditoria, e sejam disponibilizados à alfândega mediante pedido.
No entanto, o artigo 142.º, alínea b), do AD-CAU deixa subentendido que as mercadorias em
remessas postais acima deste limiar de valor para as quais seja apresentado um pedido de
reembolso dos direitos ou outras imposições não podem ser exportadas pela sua saída do
território aduaneiro da UE. Por conseguinte, é necessário entregar uma declaração de
exportação eletrónica.

b) Determinação dos limiares de valor

O valor das remessas postais é indicado no formulário CN22/CN23. Este valor corresponde
ao valor estatístico a indicar no E.D. 99 06 000 000 da declaração de exportação.

4.2.2. Processo de exportação de remessas postais

a) Determinação das estâncias aduaneiras de exportação e de saída


As disposições do artigo 329.º, n.º 7, do AD-CAU também podem ser aplicáveis nos casos
em que um operador postal transporta mercadorias para fora do território aduaneiro da União
no âmbito de um contrato de transporte único. Nesta situação e mediante pedido do
declarante, a estância aduaneira de saída é a estância aduaneira responsável pelo local em que
as mercadorias são tomadas a cargo, ao abrigo do contrato de transporte único.

61
Em casos excecionais, é possível recorrer ao artigo 221.º, n.º 2, segundo parágrafo, do AE-
CAU.
O documento de transporte no fluxo postal corresponde ao formulário de documentação
CN37 (de superfície)/CN38 (via aérea)/CN41 (de superfície transportado por via aérea), que
é objeto de intercâmbio entre o operador postal e o transportador. Este formulário descreve
todos os recipientes incluídos na remessa. Em seguida, no que respeita à guia de remessa
(PREDES), é possível fazer uma associação ao nível da adição.

b) Formalidades aduaneiras consideradas como tendo sido efetuadas por meio do ato
referido no artigo 141.º, n.º 4, do AD-CAU
Nos termos do artigo 218.º do AE-CAU, a saída de mercadorias em remessas postais é
considerada o ato de declaração da exportação e inclui as seguintes formalidades:
a) A apresentação das mercadorias à alfândega, em conformidade com o artigo 267.º do
CAU;
b) A aceitação da declaração aduaneira pelas autoridades aduaneiras em conformidade
com o artigo 172.º do CAU;
c) A autorização de saída das mercadorias pelas autoridades aduaneiras em
conformidade com o artigo 194.º do CAU.

c) Dispensa da entrega da declaração prévia de saída por motivos de segurança/proteção


Em conformidade com o artigo 245.º, n.º 1, alínea d), do AD-CAU, não é exigida a
apresentação de uma declaração prévia de saída para as mercadorias que circulem ao abrigo
das regras da Convenção da UPU.

d) Intercâmbio de mensagens eletrónicas entre os serviços postais


A partir de 2021, a Convenção da UPU exigirá que todas as mercadorias transportadas no
fluxo postal sejam declaradas por meio de mensagens eletrónicas ITMATT logo que o
volume seja considerado uma mercadoria e seja necessário apresentar declarações aduaneiras.
Estas obrigações aplicar-se-ão a todos os tipos de remessas postais.

4.2.3. Reexportação de remessas postais

Em conformidade com o artigo 270.º do CAU, a reexportação aplica-se a mercadorias não


UE que tenham sido colocadas sob o regime de entreposto aduaneiro, de aperfeiçoamento
passivo, de importação temporária, numa zona franca ou em depósito temporário. Quanto à
devolução, uma vez que a maioria das RBV são introduzidas em livre prática, têm um
estatuto da União e, por conseguinte, não podem ser reexportadas. A única exceção aplica-se

62
às remessas postais de baixo valor abrangidas pelo artigo 220.º do AE-CAU, durante o
período de transição para as remessas postais, pelo menos até ao final da janela de
implementação da versão 1 do ICS2, ou seja, até 1 de outubro de 2021.

4.3. REMESSAS EXPRESSO

4.3.1. Âmbito da declaração de exportação por qualquer outro ato

a) Base jurídica
As mercadorias numa remessa expresso cujo valor não seja superior a 1 000 EUR e que não
estejam sujeitas a direitos de exportação podem ser declaradas para exportação por qualquer
outro ato (artigo 140.º, n.º 1, alínea d), e artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU). Pode-se utilizar
a declaração por qualquer outro ato para as mercadorias em remessas expresso
independentemente do modo de transporte.
Estas mercadorias são consideradas como declaradas para exportação pela sua apresentação
nos termos do artigo 267.º do CAU na estância aduaneira de saída, desde que os dados
constantes do documento de transporte e/ou da fatura sejam disponibilizados às autoridades
aduaneiras e aceites pelas mesmas (artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU). Para efeitos dessa
apresentação, se as autoridades aduaneiras o permitirem, o transportador expresso pode
disponibilizar os dados à alfândega nos seus registos, em vez de os apresentar por meio de
notificação.
É possível proceder à declaração por qualquer outro ato das mercadorias numa remessa
expresso nas mesmas condições aplicáveis às mercadorias em remessas postais, tal como
previsto no artigo 142.º do AD-CAU:
• as mercadorias não sejam objeto de um pedido de reembolso de direitos ou outras
imposições, salvo se esse pedido estiver relacionado com a anulação da declaração
aduaneira de introdução em livre prática de mercadorias que beneficiem de uma
franquia de direitos de importação em conformidade com o artigo 23.º, n.º 1, ou com
o artigo 25.º, n.º 1, do Regulamento (CE) n.º 1186/2009;
• não estão sujeitas a proibições e restrições; e
• não estejam sujeitas a qualquer outra formalidade especial prevista na legislação da
União que as autoridades aduaneiras estejam obrigadas a aplicar (como no que
respeita às mercadorias sujeitas a imposto especial de consumo abrangidas pela
Diretiva 2020/262/UE ou mercadorias não UE que tenham sido colocadas sob o
regime de entreposto aduaneiro, de aperfeiçoamento passivo, de importação
temporária, numa zona franca ou em depósito temporário e sejam reexportadas).
Com base no contrato de transporte único, as autoridades aduaneiras podem investigar se
a remessa saiu efetivamente do território da UE, o que pode ser verificado num controlo
por auditoria, se necessário.

63
Em consonância com a primeira condição, as mercadorias em remessas expresso
devolvidas com valor igual ou inferior a 150 EUR podem ser exportadas por meio de uma
declaração por qualquer outro ato (apresentação à alfândega). Todas as outras remessas
expresso (valor superior a 150 EUR) que sejam objeto de um pedido de reembolso de
direitos têm de ser declaradas para exportação por meio de uma DA eletrónica.
Quando o destinatário se recusar a aceitar a remessa, os transportadores expresso
devolvem-na ao expedidor com um novo número de carta de porte aéreo de transitário
(HAWB), fazendo referência ao anterior número HAWB. Este processo proporciona às
autoridades aduaneiras o controlo necessário para apurar se estas remessas saíram
fisicamente do território aduaneiro da UE para que possam, na sequência de um pedido
do declarante da declaração aduaneira de importação, anular essa declaração em
conformidade com o artigo 148.º, n.º 3, do AD-CAU e, se for caso disso, proceder ao
reembolso do IVA. Este controlo por auditoria pode ser efetuado nos sistemas de
acompanhamento e localização dos transportadores expresso.

4.3.2. Descrição do processo (artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU)

a) Determinação das estâncias aduaneiras de exportação e de saída responsáveis


As regras gerais de determinação da estância de saída também são aplicáveis a este caso. Em
conformidade com o artigo 329.º, n.º 7, do AE-CAU e devido ao facto de que, em princípio,
não é necessário cumprir quaisquer formalidades na estância aduaneira no ponto de saída, a
apresentação pode realizar-se na estância aduaneira responsável pelo local em que as
mercadorias são tomadas a cargo ao abrigo de um contrato de transporte único, desde que as
mercadorias se destinem a sair do território aduaneiro da União por via aérea. Esta estância
aduaneira é a estância aduaneira de saída e também pode estar localizada no interior.
Se as mercadorias em remessas expresso se destinarem a sair do território aduaneiro da UE
por via rodoviária, não é possível utilizar o contrato de transporte único. Neste caso, existem
duas possibilidades:
1. As mercadorias podem ser declaradas em conformidade com o artigo 141.º, n.º 4-A,
do AD-CAU, apresentando-as na estância aduaneira de saída. Contudo, os dados desta
notificação de apresentação de saída para as remessas expresso não são definidos a nível da
UE, pelo que se pode tornar oneroso para os transportadores expresso respeitar os
requisitos/sistemas/práticas de todas as diversas estâncias aduaneiras na fronteira da União,
em particular para as que são (ou serão) altamente automatizadas com base num número de
referência principal (MRN).
2. As mercadorias podem ser declaradas para exportação por qualquer outro ato (ato de
apresentação; artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU) em estâncias aduaneiras interiores, podendo
a mesma estância aduaneira confirmar a saída das mercadorias se, sempre que possível, estas
forem imediatamente colocadas sob regime de trânsito preferencialmente no âmbito do NSTI.
Neste caso, a estância de partida da operação de trânsito seria considerada a estância de saída
para o regime de exportação em conformidade com o artigo 329º, n.º 5 ou 6, do AE-CAU e, à

64
chegada no ponto de passagem na fronteira, as mercadorias seriam abrangidas por uma
declaração de trânsito, facilitando, assim, a sua saída do território aduaneiro da União. Neste
caso, dispensa-se a apresentação de uma declaração prévia de saída em conformidade com o
artigo 245.º, n.º 1, alínea g), do AD-CAU.
N.B.: As abordagens descritas no artigo 329.º, n.os 5, 6 e 7, do AE-CAU que asseguram a
confirmação da saída das mercadorias numa estância aduaneira interior podem ser aplicáveis
independentemente do valor das mercadorias, mas, para as mercadorias de valor superior a
1 000 EUR, é necessário entregar uma declaração formal de exportação enquanto declaração
prévia de saída contendo as informações necessárias para a análise dos riscos por motivos de
proteção e segurança.
A estância aduaneira competente para sujeitar as mercadorias ao regime de exportação é
determinada em conformidade com o artigo 221.º, n.º 2, primeiro e segundo parágrafos, do
AE-CAU, podendo ser uma das estâncias seguintes:
1) A estância aduaneira responsável pelo local onde o exportador se encontra
estabelecido;
2) A estância aduaneira responsável pelo local onde as mercadorias são embaladas ou
carregadas para exportação;
3) Uma outra estância aduaneira do Estado-Membro em causa, que seja competente, por
razões administrativas, para a exportação;
4) A estância aduaneira responsável pelo local de saída.

b) Formalidades aduaneiras consideradas como tendo sido efetuadas por meio do ato
referido no artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU
A apresentação é considerada o ato de declaração aduaneira e inclui as seguintes
formalidades em conformidade com o artigo 218.º do AE-CAU:
a) A apresentação das mercadorias à alfândega, em conformidade com o artigo 267.º do
CAU;
b) A aceitação da declaração aduaneira pelas autoridades aduaneiras em conformidade
com o artigo 172.º do CAU;
c) A autorização de saída das mercadorias pelas autoridades aduaneiras em
conformidade com o artigo 194.º do CAU.

c) Dispensa da entrega da declaração prévia de saída por motivos de segurança/proteção

As remessas para exportação com valor igual ou inferior a 1 000 EUR e que não estejam
sujeitas a direitos de importação e, desde que declaradas para exportação por qualquer outro

65
ato, estão dispensadas da apresentação de uma declaração prévia de saída, como previsto no
artigo 245.º, n.º 1, alínea g), do AD-CAU.

d) Que dados é necessário disponibilizar?


Em conformidade com o artigo 141.º, n.º 4-A, do AD-CAU, os dados constantes do
documento de transporte e/ou da fatura devem ser disponibilizados às autoridades aduaneiras
e aceites pelas mesmas.
O enquadramento do CAU não fixa um conjunto de dados comum para a apresentação de
mercadorias em caso de exportação de mercadorias em remessas expresso por qualquer outro
ato. Os requisitos em matéria de dados são fixados pelas autoridades aduaneiras nacionais.
Estes requisitos podem incluir, principalmente, os dados constantes do documento de
transporte [HAWB: expedidor (exportador) nome e endereço; destinatário (ou seja, o
importador), nome e endereço; descrição das mercadorias, valor, número de embalagens e
peso]. No caso da devolução de remessas, também deve ser indicada a referência da
declaração de importação e/ou da HAWB de importação.

e) Quando devem ser disponibilizados os dados à alfândega?

Para permitir a fiscalização aduaneira, as mercadorias devem ser apresentadas (ou seja, os
dados devem ser disponibilizados à alfândega) antes da saída das mercadorias do território
aduaneiro da UE.

f) Situações específicas

→ exportações indiretas:
Em caso de exportações indiretas por meio de um aeroporto noutro Estado-Membro, as
autoridades aduaneiras no ponto de saída físico para fora da UE podem solicitar ao
transportador expresso a apresentação de uma cópia do contrato de transporte único em
conformidade com o artigo 333.º, n.º 6, alínea b), do AE-CAU.

5. ANULAÇÃO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA

5.1. Contexto

A devolução de mercadorias é um elemento típico do comércio eletrónico. As mercadorias


podem ser devolvidas sem serem entregues quer porque não foi possível encontrar o
destinatário quer porque este simplesmente recusou-se a tomá-las a seu cargo. Além dos
casos em que o IVA é liquidado ao abrigo do IOSS na data da compra, o número destas

66
recusas por parte dos destinatários pode aumentar após a entrada em vigor das novas regras
em matéria de IVA para o comércio eletrónico quando os consumidores forem confrontados
com a obrigação de pagamento adicional (IVA e eventuais despesas de serviço) na entrega
das mercadorias.

Até ao final da janela de implementação da versão 1 do ICS2, no caso de mercadorias numa


remessa postal que tenham sido declaradas para introdução em livre prática por qualquer
outro ato em conformidade com o artigo 141.º, n.º 3, do AD-CAU (ou seja, que não se
enquadrem nos regimes IOSS ou especial de IVA), não é necessário anular formalmente a
declaração aduaneira de introdução em livre prática (é aplicável o artigo 220.º, n.º 2, do AE-
CAU, como explicado na secção 5.3 abaixo).

No entanto, espera-se que a grande maioria das recusas não se enquadre nesta categoria e
exija a anulação formal da declaração aduaneira eletrónica em conformidade com o
artigo 148.º, n.º 3, do AD-CAU. Por conseguinte, a fim de atenuar o impacto para as
administrações fiscais e os operadores económicos que apresentam as declarações aduaneiras
em nome dos consumidores, a anulação implica um processo razoavelmente simples que não
impõe um volume de trabalho impraticável para as administrações fiscais e não perturba
significativamente o funcionamento quotidiano das empresas.

A anulação da declaração aduaneira de introdução em livre prática será particularmente


relevante no contexto do regime especial e do mecanismo habitual de cobrança de IVA. Ao
abrigo do regime especial, os operadores postais, os transportadores expresso e os agentes
aduaneiros (ou seja, as pessoas que utilizam este regime desde que tenham apresentado as
mercadorias à alfândega) só são responsáveis pelo pagamento às autoridades aduaneiras ou à
administração fiscal do IVA na importação que tiverem efetivamente cobrado ao destinatário
(ou seja, o importador).

As mercadorias cuja entrega não tenha sido possível, ou que tenham sido recusadas pelo
destinatário (ou seja, o importador), terão de ser devolvidas ao abrigo de um novo contrato de
transporte (novo código de barras S10 para remessas postais e novo número da HAWB para
remessas postais) que inclua uma referência ao documento de transporte utilizado para a
importação (código de barras S10 para remessas postais e número da HAWB para remessas
expresso) e a declaração aduaneira de introdução em livre prática terá de ser anulada para
extinguir a obrigação de pagamento do IVA.

Caso o destinatário (ou seja, o importador) tenha aceitado a entrega da remessa inicial e
decida, posteriormente, devolvê-la, o processo dependerá do modo como o consumidor
decida organizar a devolução e do procedimento aplicável no Estado-Membro relevante no
que respeita ao pedido de reembolso do IVA. O pedido de reembolso do IVA baseia-se na
anulação da DA de introdução em livre prática em conformidade com o artigo 148.º, n.º 3, do
CAU.

67
5.1. Disposições jurídicas

A anulação da declaração aduaneira é um ato jurídico praticado pelas autoridades aduaneiras


competentes, desencadeado por um pedido fundamentado do declarante e com base numa
decisão aduaneira tomada em conformidade com o artigo 22.º do CAU.

As declarações aduaneiras que tenham sido aceites só podem ser anuladas em casos
específicos previstos no artigo 174.º do CAU.

Existem dois tipos de casos em que se pode anular uma declaração aduaneira que tenha sido
aceite:

- caso as autoridades aduaneiras estejam convencidas de que as mercadorias


serão sujeitas a outro regime aduaneiro, ou
- caso as autoridades aduaneiras estejam convencidas de que, devido a
circunstâncias especiais, já não se justifica a sujeição das mercadorias a
este regime aduaneiro.

Em ambos os casos, se as autoridades aduaneiras tiverem informado o declarante da intenção


de procederem à verificação das mercadorias, a anulação da declaração aduaneira realizar-se-
á após essa verificação.

Em determinados casos, o pedido de anulação da declaração aduaneira pode ser apresentado


após a autorização de saída das mercadorias. Tal pode ser o caso, por exemplo, das
mercadorias do comércio eletrónico, com base no artigo 148.º, n.º 3, do AD-CAU. Neste
caso, o pedido de anulação da declaração aduaneira de introdução em livre prática deve ser
apresentado no prazo de 90 dias a partir da data da respetiva aceitação.

5.2. Processos e formalidades

O processo de anulação da declaração aduaneira depende do tipo de declaração aduaneira.

a) Declaração por qualquer outro ato

Se as mercadorias numa remessa postal forem declaradas para introdução em livre prática por
qualquer outro ato, é aplicável o artigo 220.º, n.º 2, do AE-CAU, não sendo necessário
apresentar um pedido formal de anulação da declaração aduaneira. Neste caso, considera-se
que a declaração aduaneira não foi entregue e que as mercadorias permanecem em depósito
temporário até serem inutilizadas, reexportadas ou cedidas de outra forma nos termos do
artigo 198.º do CAU.

b) Declaração aduaneira

No caso de uma declaração aduaneira eletrónica formal de introdução em livre prática, há que
apresentar um pedido formal de anulação à autoridade aduaneira competente se não for
possível proceder à entrega das mercadorias. A anulação é obrigatória para extinguir o IVA

68
na importação devido. Neste caso, as mercadorias serão devolvidas ao abrigo de um novo
contrato de transporte, incluindo uma referência ao código de barras S10 (para remessas
postais) e ao número da HAWB (para remessas expresso) utilizado na importação das
mercadorias. O novo número do documento de transporte tem de ser indicado no pedido
fundamentado apresentado à alfândega para comprovar a exportação das mercadorias.

Uma vez que as mercadorias de baixo valor em remessas postais e expresso podem ser
devolvidas ao abrigo de uma declaração de exportação por qualquer outro ato, ou seja, sem
apresentação de uma declaração formal de exportação, as autoridades aduaneiras podem
solicitar aos operadores a apresentação de comprovativos adicionais da saída das mercadorias
do território aduaneiro da UE. À luz dos comprovativos apresentados, as autoridades
aduaneiras tomam uma decisão sobre a anulação da declaração aduaneira de introdução em
livre prática.

Após a anulação dessa declaração, consoante as regras de execução nacionais, o IVA pode
ser tratado do seguinte modo:

→ pode ser recuperado pelo consumidor junto do fornecedor ou da interface


eletrónica, no caso do IOSS, ou
→ não será devido pela pessoa que recorre ao regime especial se não for possível
proceder à entrega das mercadorias ao destinatário, ou
→ pode ser reembolsado ao declarante no âmbito do mecanismo habitual de
cobrança do IVA, ou
→ independentemente do mecanismo de cobrança do IVA utilizado na importação,
se o importador devolver as mercadorias na sequência da sua receção e a
declaração aduaneira de introdução em livre prática for anulada em conformidade
com o artigo 148.º, n.º 3, do AD-CAU.

5.3. Requerente da anulação (incluindo a função dos representantes)

Nos termos do artigo 174.º do CAU, a anulação da declaração aduaneira só pode ser
requerida pelo declarante.

No contexto da importação de RBV, podem surgir as seguintes situações no que respeita ao


declarante:

a) A declaração é entregue pelo destinatário (ou seja, o importador) na UE (em


seu nome e por sua própria conta);
b) A declaração é entregue por um representante direto (por exemplo, o operador
postal, o transportador expresso ou o agente aduaneiro) em nome e por conta
do destinatário (ou seja, o importador) na UE;
c) A declaração é entregue por um representante indireto (por exemplo, o
operador postal, o transportador expresso ou o agente aduaneiro) em nome
próprio, mas por conta do destinatário (ou seja, o importador) na UE;

69
d) Se os operadores postais/transportadores expresso/agentes aduaneiros não
declararem que atuam na qualidade de representantes, considera-se que atuam
em nome e por conta própria, assumindo todas as responsabilidades inerentes
ao estatuto de declarante, nomeadamente, tornando-se devedores do IVA.

Nas situações a que se referem as alíneas a) e b), o declarante é, geralmente, um particular, ou


seja, um consumidor na UE. No caso da alínea c), o representante indireto torna-se o
declarante.

Se não for possível proceder à entrega das mercadorias ou estas tiverem sido recusadas pelo
destinatário (ou seja, o consumidor na UE), há que anular a declaração aduaneira de
introdução em livre prática para eliminar a obrigação de pagamento do IVA. O declarante
tem de apresentar o pedido na sequência da devolução das mercadorias ao abrigo de um novo
contrato de transporte que contenha uma referência ao contrato de transporte utilizada para a
importação das mercadorias e à declaração aduaneira de importação constante do registo do
operador (para o endereço do remetente inicial).

Os requerentes da anulação da declaração aduaneira de introdução em livre prática nas


situações descritas nas alíneas a) a d) serão, respetivamente, os seguintes:

a) Se não for possível proceder à entrega das mercadorias, tendo o transportador


a expectativa de que o consumidor entregue a declaração aduaneira de
introdução em livre prática, mas este recusa-se a tomar a cargo as mercadorias,
não é entregue nenhuma declaração aduaneira de introdução em livre prática,
as mercadorias permanecem em depósito temporário nas instalações do
transportador e são reexportadas enquanto mercadorias não UE. Neste caso
(um tanto hipotético), não há declaração aduaneira para anular.

b) Se as mercadorias forem recusadas ou não tenha sido possível entregá-las ao


destinatário e a declaração aduaneira de introdução em livre prática tiver sido
entregue pelo operador postal, transportador expresso, etc., enquanto
representante direto. O destinatário (ou seja, o consumidor na UE),
provavelmente, não quererá envolver-se no pedido de anulação da declaração
aduaneira de introdução em livre prática. Por conseguinte, se os termos da
habilitação permitirem a representação em todo o ciclo da declaração
aduaneira (desde a elaboração e apresentação até à receção da decisão sobre a
anulação), o representante (direto ou indireto) pode, em nome do declarante
(ou seja, o importador), solicitar a anulação da declaração aduaneira de
importação.

c) Neste caso, o representante indireto torna-se o declarante e, por conseguinte,


pode solicitar a anulação da declaração aduaneira de introdução em livre
prática no seu próprio nome se não for possível proceder à entrega das
mercadorias ao destinatário ou este as recusar.

70
d) Caso os operadores postais/transportadores expresso/agentes aduaneiros não
declarem que atuam na qualidade de representantes, considerando-se, por
conseguinte, que atuam em nome e por conta própria, os próprios podem
solicitar a anulação enquanto declarantes da declaração aduaneira de
introdução em livre prática no seu próprio nome.

5.4. Requisitos em matéria de dados do pedido fundamentado de anulação

O pedido de anulação da declaração aduaneira de introdução em livre prática tem de


comprovar que o ato solicitado se justifica (pedido fundamentado).

Por outro lado, devido ao volume muito elevado aguardado, é necessário pôr em prática um
mecanismo que mantenha a burocracia num nível razoável e praticável para ambas as partes
(alfândega e empresas).

O CAU não prevê uma habilitação destinada a especificar por meio de regulamentação de
execução as regras processuais da anulação da declaração aduaneira. Contudo, o grupo de
projeto Alfândega 2020 sobre as formalidades aduaneiras de importação e exportação
relacionadas com remessas de baixo valor (PG-LVC) identificou algumas boas práticas que
podem facilitar a anulação em grande escala de declarações aduaneiras de introdução em
livre prática de RBV. Há que ter em conta, porém, que a implantação das formalidades e dos
procedimentos relacionados com a anulação é decidida a nível nacional.

Tal implica a consolidação de diversos pedidos num único envio em formato eletrónico,
contendo os dados seguintes:

- MRN da declaração aduaneira de introdução em livre prática,


- motivo da apresentação do pedido (por exemplo, não foi possível proceder à
entrega das mercadorias por o endereço ser desconhecido ou as mercadorias
foram recusadas pelo destinatário),
- prova da saída das mercadorias.
A decisão tomada pelas autoridades aduaneiras tem de incluir uma referência a cada pedido
apresentado, mas pode assumir a forma de uma única decisão.

71
ANEXO 1
DECLARAÇÕES ADUANEIRAS DE INTRODUÇÃO EM LIVRE PRÁTICA DE REMESSAS DE BAIXO VALOR A PARTIR DE 1 DE JULHO DE 2021

Declaração Conjunto de Declarante Base jurídica Transações Mecanismo de Transição Âmbito


dados no cobrança do IVA
anexo B
Declaração H7 Qualquer pessoa, Artigo C2C, B2C, B2B IOSS 16 Até 31 de dezembro - Mercadorias que
aduaneira de exceto no regime 143.º-A do AD- Regime especial17 de 2022 beneficiam de franquia de
introdução em especial de IVA CAU Regime habitual de Conjuntos de dados direitos aduaneiros nos
livre prática de cobrança da DS e da DA termos do artigo 23.º,
determinadas completa previstos n.º 1, e do artigo 25.º,
remessas de no anexo 9 do ADT n.º 1, do DRR
baixo valor - Mercadorias que não
estejam sujeitas a
proibições e restrições
- Código do regime
aduaneiro «40 00»
Declaração I1 Qualquer Artigo C2C, B2C, B2B IOSS17 Até 31 de dezembro Todas as mercadorias
simplificada de pessoa/titular de 166.º do CAU Regime especial17 de 2022, o conjunto
importação (DS) autorização DS Regime habitual de de dados previsto no
cobrança anexo 9,
apêndice A,
quadro 7, do ADT
DA de H1 Qualquer pessoa Artigo C2C, B2C, B2B IOSS17 Até 31 de dezembro Todas as mercadorias
introdução em 162.º do CAU Regime especial17 de 2022, o conjunto
livre prática – Regime habitual de de dados previsto no
conjunto de cobrança anexo 9,
dados completo apêndice C1, coluna
H, do ADT
Declaração H6 Operador postal Artigo C2C, B2C, B2B IOSS17 Por qualquer outro - Mercadorias cujo valor
aduaneira no 144.º do AD-CAU Regime especial17 ato até 31 de não exceda 1 000 €
tráfego postal Regime habitual de dezembro de 2022 - Mercadorias que não
para introdução cobrança para as mercadorias estejam sujeitas a
em livre prática de valor entre proibições e restrições

16
Apenas aplicável a transações B2C.

72
150,01 € e 1 000 € - Não é permitida a
utilização dos regimes
aduaneiros 42/63

73
ANEXO 2
GRUPAGEM DE RBV IMPORTADAS PARA A UE

Caso de utilização 1
Diversas encomendas para consumidores diferentes.
Todas as encomendas elegíveis para efeitos do IOSS
Pontos de partida:

• Um fornecedor ou uma interface eletrónica que efetuou o registo no IOSS vende


produtos a mil consumidores diferentes na UE. O valor médio das encomendas é de
25 EUR.
• O fornecedor ou a interface eletrónica identifica cada encomenda por meio de um
identificador de transação único (por exemplo, com um número de identificação em
conformidade com a norma ISO 15459-6).
• Seleciona, embala e expede cada encomenda em unidades de transporte individuais.
Identifica cada unidade de transporte por meio de um número de referência único (por
exemplo, com um número de identificação em conformidade com a norma
ISO 15459-1). Às mil encomendas corresponde um número total de unidades de
transporte de 1 000.
• Quando e à medida que as encomendas e as unidades de transporte correspondentes
são expedidas, o fornecedor ou a interface eletrónica comunica as informações
relevantes de cada venda ao transportador responsável pelo transporte das
encomendas para a UE, nas quais se incluiriam, igualmente, os números de
identificação da encomenda e das (várias) unidades de transporte associadas, assim
como o número de identificação IVA do IOSS aplicável.
• O transportador que atravessa a fronteira da UE com estas 1 000 unidades de
transporte individuais consolida-as num único contentor intermodal.
• O valor de venda total das mercadorias no contentor é de 25 000 EUR
(1 000 * 25 EUR).
• O transportador realizará o procedimento de declaração aduaneira associado a estas
importações para a UE.
• O transportador procederá à desconsolidação do conteúdo do contentor ao entrar na
UE no intuito de transportar cada RBV para os consumidores/países de destino
pretendidos.
Visualização
Fronteira UE
Plataforma em
Transportador de «importação» 1 000 clientes
linha

74
Processo de declaração:
1. O transportador declarará cada encomenda (e unidades de transporte associadas)
em declarações aduaneiras individuais às autoridades aduaneiras no Estado-Membro
em que as mercadorias tenham entrado na UE por meio do conjunto de dados H7,
onde se incluirá o número de identificação IVA do IOSS válido do fornecedor ou da
interface eletrónica, bem como os números de identificação da encomenda e da
unidade de transporte. O número de identificação da encomenda deve ser incluído no
E.D. 12 08 000 000; o número de identificação da unidade de transporte deve ser
incluído no E.D. 12 05 000 000;
o número de identificação IOSS deve ser incluído no E.D. 13 16 000 000.
2. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros verificarão separadamente as
declarações individuais (por encomenda).
3. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros podem decidir fiscalizar algumas
das encomendas/unidades de transporte.
4. Todas as encomendas serão desalfandegadas para introdução em livre prática e
entrega.

75
Caso de utilização 2
Diversas encomendas para consumidores diferentes.
Encomendas de diversos fornecedores/interfaces eletrónicas
consolidadas.
Valor de cada encomenda inferior ao limiar de 150 EUR
IOSS aplicável para algumas encomendas, mas não para outras
Pontos de partida:

• Existem dois fornecedores ou duas interfaces eletrónicas distintas.


• O fornecedor 1 utiliza o regime do IOSS; o fornecedor 2 não.
• O fornecedor 1 efetua vendas a 600 consumidores e o fornecedor 2 a 400
consumidores na UE.
• O valor médio das encomendas é de 25 EUR.
• Ambos os fornecedores identificam cada encomenda por meio de um identificador
único (por exemplo, com um número de identificação em conformidade com a norma
ISO 15459-6).
• Selecionam, embalam e expedem cada encomenda em unidades de transporte
individuais.
Identificam cada unidade por meio de um identificador único (por exemplo, com um
número de identificação em conformidade com a norma ISO 15459-1).
• Quando e à medida que as encomendas e as unidades de transporte correspondentes
são expedidas, os fornecedores comunicam as informações relevantes de cada venda
ao transportador responsável pelo transporte das encomendas para a UE, nas quais se
incluiriam, igualmente, o número de identificação da encomenda e o(s) número(s) de
identificação das (várias) unidades de transporte associadas, assim como o número de
identificação IVA do IOSS (se for caso disso).
• Às mil encomendas corresponde um número total de unidades de transporte de 1 000.
• Ambas as plataformas utilizam o mesmo transportador para efetuar o transporte
principal para a Europa.
• O transportador que atravessa a fronteira da UE com estas mil unidades individuais
consolida-as num único contentor de transporte.
• O valor de venda total das mercadorias no contentor é de 25 000 EUR (1 000 *
25 EUR).
• O transportador realizará o procedimento de declaração aduaneira associado a estas
importações para a UE.

76
• O transportador procederá à desconsolidação do conteúdo do contentor ao entrar na
UE no intuito de transportar cada RBV para os consumidores/países de destino
pretendidos.

77
Visualização
Fronteira UE
Fornecedor em Clientes do
linha 1 Fornecedor 1
Transportador de «importação»

Fornecedor em Clientes do
linha 2 Fornecedor 2

Processo de declaração:
O processo de declaração que o transportador terá de seguir é diferente para os dois
fornecedores ou as duas interfaces eletrónicas.
1. Para o fornecedor 1 (segue-se o regime do IOSS em conformidade com o caso de
utilização acima)
a. O transportador declarará cada uma das 600 encomendas (e unidades de transporte
associadas) em declarações aduaneiras individuais às autoridades aduaneiras no
Estado-Membro em que as mercadorias tenham entrado na UE.
b. Incluirá o número de identificação IVA do IOSS válido do fornecedor 1, bem
como os números de identificação da encomenda e da unidade de transporte. O
número de identificação da encomenda deve ser incluído no E.D. 12 08 000 000; o
número de identificação da unidade de transporte deve ser incluído no E.D.
12 05 000 000; o número de identificação IOSS deve ser incluído no E.D.
13 16 000 000. Cada declaração deve cumprir todos os outros requisitos da DA
com o conjunto de dados H7.
c. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros verificarão separadamente as
declarações individuais (por encomenda).
d. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros podem decidir fiscalizar
algumas das encomendas/unidades de transporte.

2. Para o fornecedor 2 (não IOSS), pode ser utilizado o procedimento do regime


especial
a. O transportador declarará cada encomenda (e unidades de transporte
associadas) em declarações aduaneiras individuais às autoridades aduaneiras
por meio do conjunto de dados H7,
b. Incluirá o número da encomenda (se houver algum) e os números de
identificação da unidade de transporte.
O número de identificação da encomenda deve ser incluído no E.D.
12 08 000 000;
o número de identificação da unidade de transporte deve ser incluído no E.D.
12 05 000 000.
78
c. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros verificarão separadamente as
declarações individuais (por encomenda).
d. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros podem decidir fiscalizar
algumas das encomendas/unidades de transporte.
e. Para as expedições de RBV a entregar no Estado-Membro de entrada, o
desalfandegamento pode ser feito junto das autoridades aduaneiras do Estado-
Membro de entrada.
Para as expedições de RBV a entregar noutro Estado-Membro, é obrigatório
utilizar o regime de trânsito, uma vez que estas expedições, em última análise,
só podem ser desalfandegadas no país de destino.
f. A RBV será transportada para o país de destino ao abrigo do regime de
trânsito externo.
g. A RBV será desalfandegada no país de destino de acordo com o procedimento
aplicável nesse país.
h. O IVA devido será pago no país de destino.
3. Todas as encomendas e unidades de transporte que a alfândega tenha indicado que
pretende inspecionar serão detidas nas instalações do transportador até à conclusão da
inspeção.
4. O transportador pode proceder à entrega de encomendas e unidades de transporte após
a conclusão da inspeção e o desalfandegamento das encomendas.

Por motivos logísticos, o fracionamento das unidades de transporte em mercadorias IOSS e


não IOSS pode ser feito antecipadamente no país de exportação. Em alternativa, pode
igualmente dar-se o caso de todas as mercadorias (IOSS e não IOSS) que não tenham como
destino o Estado-Membro de primeira entrada serem colocadas sob o regime de trânsito
externo e declaradas para introdução em livre prática numa estância aduaneira no Estado-
Membro do respetivo destino final.

79

Você também pode gostar