Document 5 D 823 A 6 C 0 A 4 F 7
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Palmas – TO
2018
BRENO FERREIRA MONTEIRO
DIMENSIONAMENTO DE ATERRO SANITÁRIO EM VALAS PARA O
MUNICÍPIO DE MIRANORTE – TO
Palmas – TO
2018
AGRADECIMENTOS
O potencial manejo de aterros sanitários tem contribuído a dar um destino final aos resíduos
sólidos gerados nos municípios de pequenos portes. Neste sentido, o presente trabalho aborda
o dimensionamento de aterro sanitário em valas para o município de Miranorte – TO. O
objetivo da pesquisa foi propor a construção de um aterro sanitário visando o devido
tratamento dos resíduos sólidos urbanos, e assim reduzir os impactos ambientais neste
município. A metodologia baseou-se nas pesquisas bibliográficas e posterior coleta de dados
em artigos científicos, livros, manuais, bem como sites de dados estatísticos oficiais da
internet, tal como o IBGE e de Normas Brasileiras. Procedeu-se o levantamento da população,
resíduos produzidos, densidade, índices pluviométricos. Com uma população de 13.214
habitantes em 2019, projetou-se uma produção de resíduos de 6.209 m³/ano, até que em 2033
com uma população de 14.190 habitantes e uma geração de 6.669 m³/ano de resíduos sólidos.
Cada trincheira teve um volume médio de 1058,4 m³ levando em consideração que será
preenchida totalmente em dois meses, assim serão necessárias 79 valas para atender a
demanda da população dentro de um prazo de 15 anos. Portanto, a construção do aterro visa
gerar à população de Miranorte um sistema de tratamento de resíduos sólidos que contribua
com a redução dos impactos ambientais, bem como implantar um plano de gerenciamento de
resíduos a dar uma destinação final aos sólidos gerados naquele município.
Palavras-chave: aterro sanitário, valas, resíduos sólidos, impactos ambientais, tratamento de
resíduos sólidos.
ABSTRACT
The potential management of landfills has contributed to give the final destination to
solid waste generated in municipalities of small sizes. In this sense, the present work deals
with the dimensioning of sanitary landfill in ditches for the municipality of Miranorte - TO.
The aim of the research was to propose the construction of a landfill aiming at the proper
treatment of solid urban waste, and thus reduce the environmental impacts in this
municipality. The methodology was based on bibliographic research and subsequent data
collection in scientific articles, books, manuals, as well as official statistical data sites of the
internet, such as IBGE and Brazilian Standards. The results obtained in the first year of 2019
with a population of 13,214 inhabitants was 6,209 m³ / year, arriving in 2033 with a
population of 14,190 inhabitants producing 6,669 m³ / year of solid waste. The average
volume of each trench is 1058.4 m³ taking into account that it will be fully completed in 2
months, it will require 79 ditches to meet the demand of the population within a period of 15
years. Therefore, the construction of the landfill aims to generate a solid waste treatment
system for the population of Miranorte that contributes to the reduction of environmental
impacts, as well as to implement a waste management plan to give a final destination to the
solid waste generated in that municipality.
Keywords: sanitary landfill, ditches, solid waste, environmental impacts, solid waste treatment.
LISTA DE FIGURAS
Figura 11 – Vista aérea da área onde ficará localizado o aterro sanitário do município de
Miranorte – TO ........................................................................................................................32
Figura 15 - Gráfico dos volumes de RSU gerados durantes os anos da vida útil.....................42
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................................. 2
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 2
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 3
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 3
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 4
2.1.1 Aspectos físicos e Geografia de Miranorte - TO ............................................................... 4
2.1.2 Lixão de Miranorte - TO ................................................................................................... 4
2.2 DEFINIÇÕES ....................................................................................................................... 5
2.2.1 Vantagens da criação do aterro sanitário no município..................................................... 5
2.2.2 Coleta seletiva ................................................................................................................... 6
2.2.3 Resíduos sólidos ................................................................................................................ 6
2.2.4 Classes dos resíduos .......................................................................................................... 6
2.2.5 Sumeiro ou chorume.......................................................................................................... 7
2.2.6 Lixiviação .......................................................................................................................... 8
2.2.7 Gás bioquímico (GBQ), gás de aterro ou biogás ............................................................... 8
2.2.8 Lixão .................................................................................................................................. 8
2.2.9 Aterro sanitário de resíduos urbanos ................................................................................. 8
2.2.10 Aterro controlado............................................................................................................. 9
2.2.11 Do Aterro Sanitário em Valas ......................................................................................... 9
2.2.12 Incineração .................................................................................................................... 10
2.2.13 Do Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos ........................................ 10
2.2.14 Lei Nº 12305/2010......................................................................................................... 10
2.3 PLANEJAMENTO ............................................................................................................. 11
2.3.1 Análise de projeto ............................................................................................................ 11
2.3.2 Escolha da área ................................................................................................................ 11
2.3.3 Licenciamento Ambiental ............................................................................................... 11
2.3.4 Obtenção do local ............................................................................................................ 12
2.4 COMPOSIÇÕES DO PROJETO ....................................................................................... 13
2.4.1 Memorial Descritivo ........................................................................................................ 13
2.4.2 Elementos do Projeto ....................................................................................................... 14
2.4.3 Memorial Técnico ........................................................................................................... 21
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 22
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ........................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
3.2 OBJETOS DE ESTUDO .................................................................................................... 22
3.3 DETERMINAÇÃO DA VIDA ÚTIL DO ATERRO ........................................................ 22
3.4 DIMENSIONAMENTO DA VALA E O CRESCIMENTO POPULACIONAL ............. 22
3.4.1 Produção diária de R.S.U. e produção de resíduos per capita ......................................... 22
3.4.2 Levantamentos de volume diário e anual de ocupação para todos os anos do projeto.... 23
3.5 VOLUMES E DIMENSÕES DAS VALAS ...................................................................... 23
3.5.1 Volume médio diário e mensal de ocupação de resíduos ................................................ 23
3.5.2 Volume da trincheira e o comprimento médio da trincheira ........................................... 24
3.5.3 Volume de ocupação dos resíduos por trincheira e o volume da escavação das valas ... 24
3.6 DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE CÉLULAS (VALAS) PARA OS ANOS DE
VIDA ÚTIL DO PROJETO ..................................................................................................... 25
3.7 DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO .................................... 25
3.8 DIMENSIONAMENTO DA IMPERMEABILIZAÇÃO DA BASE E LATERAIS DAS
VALAS ..................................................................................................................................... 26
3.8.1 Dimensionamento do solo ............................................................................................... 26
3.8.2 Dimensionamento da manta ............................................................................................ 26
3.9 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM DAS ÁGUAS PLUVIAIS ... 27
3.10 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE
LIXIVIADOS ........................................................................................................................... 28
3.11 DIMENSIONAMENTOS DO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE
GASES ..................................................................................................................................... 29
3.12 ISOLAMENTO DO ATERRO ........................................................................................ 30
3.13 COBERTURAS FINAIS .................................................................................................. 30
3.14 PROJETO EXECUTIVO ................................................................................................. 30
3.15 LEVANTAMENTO DE DADOS DA ÁREA SELECIONADA PARA
IMPLANTAÇÃO DO ATERRO ............................................................................................. 31
4 RESULTADO ...................................................................................................................... 32
4.1 Determinações do tipo de solo da região pelo mapa geológico ......................................... 32
4.2 DIMENSIONAMENTO DAS VALAS ............................................................................. 34
4.2.1 Previsão de crescimento populacional do município ...................................................... 34
4.2.2 Levantamentos de volume diário e anual de ocupação para todos os anos do projeto ... 35
4.3 VOLUMES E DIMENSÕES DAS VALAS ...................................................................... 41
4.3.1 Volume médio diário de ocupação (Vmd) e Volume médio mensal de resíduos (Vmm)
.................................................................................................................................................. 41
4.3.2 Volume da trincheira (Vt) e Comprimento médio da trincheira (L) ............................... 42
4.3.3 Volume de ocupação dos resíduos por vala (Vo) ............................................................ 43
4.3.4 Volume de escavação das Trincheiras (Ve) .................................................................... 43
4.4 DETERMINAÇÃO DA QUANTIDADE DE VALAS PARA OS 15 ANOS DE VIDA
ÚTIL DO PROJETO ................................................................................................................ 45
4.5 DIMENSIONAMENTO DA IMPERMEABILIZAÇÃO DA BASE E LATERAIS DAS
VALAS ..................................................................................................................................... 45
4.5.1 Dimensionamento do solo ............................................................................................... 45
4.5.2 Dimensionamento da manta ............................................................................................ 45
4.6 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM DAS ÁGUAS PLUVIAIS ... 46
4.6.1 Intensidade da chuva crítica (i)........................................................................................ 47
4.6.2 Área da bacia Contribuinte (A) ....................................................................................... 48
4.6.3 Coeficiente de escoamento superficial (C) ...................................................................... 48
4.6.4 Vazão drenada ................................................................................................................. 49
4.6.5 Dimensionamento do canal de drenagem de águas pluviais ........................................... 49
4.7 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE
LIXIVIADOS ........................................................................................................................... 49
4.7.1 Vazão ............................................................................................................................... 49
4.8 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE
GASES ..................................................................................................................................... 50
4.9 COBERTURA FINAL ....................................................................................................... 50
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 51
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 52
1
1 INTRODUÇÃO
E fundamental pontuar, primeiramente, que o grande crescimento populacional
acompanhando de criações de novas tecnologias vem provocando sérios problemas ao
planeta, o consumo populacional geram uma grande quantidade de resíduos sólidos urbanos
como baterias, plásticos, vidros, papeis, decomposição da matéria orgânica que causam sérios
problemas ao meio ambiente quando são locados diretamente ao solo.
Nota-se a importância de se realizar um estudo com métodos de descartes ou
reciclagem desses resíduos para minimizar os impactos ambientais. Atualmente, a busca é
diminuir a produção de resíduos sólidos, a reciclagem de matérias que possam ser
reprocessados e reutilizados e por fim o melhor sistema que temos para destinação desses
resíduos sólidos urbanos são os aterros sanitários que utilizam ferramentas da engenharia para
a locação final dos resíduos sólidos.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais – (ABRELPE) que apresentou um “Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil”
referente ao ano 2016, demonstrou que aproximadamente 3,4 mil municípios brasileiros ainda
continuam a descartar os seus resíduos em lixões ou em aterros controlados que são sistemas
que contribuem para a poluição do meio ambiente.
A Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, determina a extinção dos lixões a
céu aberto e aterros controlados, sobretudo os quais são considerados inapropriados, devido
poluírem o solo, ar e a agua, tais medidas formam os princípios da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS).
Segundo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2002), o impacto
ambiental é definido como qualquer alteração física, química e biológica do meio ambiente
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades
sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a
qualidade dos recursos ambientais.
Aterro sanitário é uma técnica de que utiliza a engenheira para locação de resíduos
sólidos urbanos – (RSU) em um determinado local, de forma a não prejudicar o solo, a saúde
e reduzindo os impactos ambientais, esse trabalho consiste na criação de células para
direcionar os resíduos coletados e reduzir o volume do material, cobrindo-o com camadas de
terra quando atingir um determinado volume ou no termino do dia (ABNT, 1992).
2
1.2 Justificativa
O lixão é o atual sistema de destinação de resíduos sólidos urbanos no município de
Miranorte do Tocantins, além de trazer aspectos negativos como a proliferação de vetores de
doenças como moscas, ratos, mosquitos que provocam doenças a população temos também a
poluição dos recursos naturais. No lixão são produzidos substancias e gases que provocam
sérios danos ao entrar em contato direto com o meio ambiente como o chorume e o gás
metano.
Segundo a Associação Brasileira De Normas Técnicas (ABNT, 1992) deverão ser
utilizados sistemas de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem danificar os solos,
a saúde da população, a segurança e a degradação do meio ambiente. A Lei Federal
12.305/2010, artigo 4º proíbe-se a destinação final de resíduos sólidos ou rejeitos em locais a
céu aberto, tendo como responsabilidade do gerador e do poder publico destinar em um local
correto.
O aterro sanitário atende todas as diretrizes como normas e leis, visando o bem estar, à
saúde da população e o principal redutor de impactos ambientais causados pela destinação
incorreta dos resíduos. O aterro sanitário constitui-se em atender por determinado tempo o
município armazenando todos os resíduos sólidos produzidos pelo pela população, realizando
o tratamento do chorume produzido pela decomposição da matéria orgânica, o tratamento da
lixiviação que ocorre quando a agua da chuva percorre através dos resíduos em
decomposição, o tratamento do gás metano que é o principal causador do efeito estufa e a
3
1.3 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.2 Definições
emprego e renda para a população e evita que pessoas possam utilizar como meios de
sobrevivência os lixões (RAFAEL, et al, 2010).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, 2010) demonstra que todo resíduo
solido é objetos nos estados sólido ou semissólido, gases proveniente de recipiente e líquidos
com características físico ou química que são de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição e que solicite tratamento antes de seu destino
final. Lodos advindo dos sistemas de tratamento de água, equipamentos e instalação de gestão
de poluição, líquidos que não pode ser lançado na rede pública de esgotos ou rios, ou
necessitem de soluções técnica (ABNT, 2004; ZANTA,2003).
Resíduo classe I: São aqueles que apresentam periculosidade, ou seja, uma das
características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade. São as substancias que apresentam riscos ao homem e a natureza (ABNT,
2004; ZANTA, 2003).
Resíduo classe II: São aqueles que não se enquadram na classe I ou III. Estes resíduos
podem ter as seguintes propriedades: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade
em água (ANBT, 2004; ZANTA, 2003).
Resíduo classe III: São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem
riscos à saúde e ao meio ambiente. Além disso, quando amostrados de forma representativa,
segundo a norma NBR 10007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água
destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a
norma NBR 10006, não têm nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8, constante do Anexo
H da NBR 10004, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor (ABNT, 2004;
ZANTA, 2003).
2.2.6 Lixiviação
Deslocamento ou arraste, por meio líquido, de certas substâncias contidas nos resíduos
sólidos urbanos (ABNT, 1992).
2.2.8 Lixão
Segundo ABNT (2010) define-se aterro de pequeno porte o aterro sanitário para
disposição no solo de RSU, até vinte toneladas por dia ou menos, quando definido por
legislação local, em que, considerados os condicionantes físicos locais, a concepção do
sistema possa ser simplificada, adequando os sistemas de proteção ambiental sem prejuízo da
minimização dos impactos ao meio ambiente e à saúde publica. Nesse sentido, a Norma NBR
15.849: resíduos sólidos urbanos – Aterros Sanitários de Pequeno Portes – ASPP, especifica
os requisitos mínimos para localização, implantação, projeto, operação e encerramento de
ASPP. Tendo em vista a importância desta, é fundamental a sua aplicabilidade, porque
segundo os critérios estabelecidos, os ASPP podem ser adotados para disposição de até 20
toneladas por dia, conforme dito, o qual esta prevista, também, na Resolução CONAMA nº
404/08 (IWAI, 2012).
Tomando por base os dados do IBGE (2010) e se levarmos em consideração os dados
da edição do estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016, realizados pela
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE),
que apresenta no Tocantins uma coleta per capita de 0,515 (kg/hab./dia), apenas municípios
como Araguaína, Araguatins, Colinas, Gurupi, Palmas, Paraiso do Tocantins e Porto
Nacional, no total de 7 municípios, não se enquadrariam nesta modalidade de aterro por
ultrapassa o limite estipulado para este tipo de aterro que será de no máximo 20 toneladas/dia.
10
2.2.12 Incineração
E composto de um sistema que utiliza a queima dos matérias no intuito reduzir as suas
dimensões, utilizando principalmente em locais onde não são possíveis a criação de aterros
sanitários devido os espaço territorial ser pequeno. No Brasil esse sistema só utilizado para
queima de resíduos hospitalar e industrial (CABRAL, 2009).
2.3 PLANEJAMENTO
Toda obra para atuar legalmente necessita de uma licença dos órgãos competentes,
essa licença é um documento no qual consta o tipo de atividade que será realizada. O
licenciamento ambiental consiste em um sistema de efetivação sob a jurisdição dos órgãos
ambientais, sendo eles Federais, Estaduais e Municipais para autorizar através de licença de
12
Deverão ser apresentados o estudo preliminar e o tipo de aterro que será construído, o
memorial descritivo é extremamente importante, pois nele contém informações importantes
como: informação cadastral, o tipo de resíduo que será locado no aterro sanitário,
características da localidade onde será destinado o aterro sanitário, elaboração e justificação
do projeto, características e especificação dos componentes do projeto, execução do aterro
sanitário, uso futuro do local do aterro sanitário (NBR 8419 – 1992).
Nas informações cadastrais devem conter os seguintes dados (NBR 8419 – 1992):
O estudo da climatologia da região onde será locado o aterro sanitário deve ser
apurado, deve-se verificar o valor médio da temperatura, comportamento da chuva,
precipitação pluviométrica, evapotranspiração, direções e intensidades dos ventos. Os dados
relacionados à chuva são importante, esta diretamente relacionada ao dimensionamento do
sistema de drenagem e tratamento (SILVA, 2016).
A agua proveniente da chuva não pode ter contato com o aterro sanitário, ao entrar em
contato com o material orgânico em decomposição será necessário realizar o tratamento antes
de ser lançado no meio ambiente. As águas precipitadas deverão ser capitadas e conduzidas
pelas caneletas construídas nas laterais do aterro sanitário e ser lançada nos recurso hídrico
conforme apresenta a Figura 4 a seguir (PICANÇO, 2013).
16
2.4.2.5.1 Geossintéticos
A necessidade de buscas por novas tecnologias que atendam aos aspectos legais e das
características geológicas e localização constitui uma ferramenta para a redução dos riscos a
saúde e ao meio ambiente. Dentre alguns materiais utilizados está o Poliester – PER,
Poliamida – PA, Polietileno – PE, Polietileno de baixa densidade (PEBD) – LDPE –
,Polietileno de baixa densidade linear (PEBDL), LLDPE – Polietileno de alta densidade
(PEAD), HDPE, Polipropileno PP, Poliestireno PS, Cloreto de Polivinilo PVC, Copolímero
de etileno com betume ECB, Polietileno clorado CPE.
2.4.2.7 Acessos
Deverá ser descrito a forma de como será realizado a cobertura operacional e final,
para evitar a produção de vetores, reduzir o lixiviado, reduzir os odores e gases. As camadas
deverão ser dispostas de acordo com a necessidade, a camada diária e feita ao final do
trabalho diário, a cobertura intermediaria é feite em locais onde a superfície ficará inativa por
um determinado tempo, aguardando ate a conclusão do patamar para iniciar a seguinte, a
cobertura final irar proteger as valas das aguas pluviais, reduzir o volume do lixiviado e o
escoamento dos gazes para a atmosfera e para o crescimento da vegetação feito por um solo
21
argilo-arenoso esse material apresenta menor retração por secagem com relação aos solos de
argila (CASTILHO JUNIOR, 2013) conforme apresenta a figura 9.
3 METODOLOGIA
A NBR 15849/2010 de aterro sanitário de pequeno porte determina uma vida útil de
no mínimo 15 anos, esse tempo mínimo será adotado para o dimensionamento do município
de Miranorte – TO.
A produção diária de RUS e per capita, foi calculada a partir da equação 1 a seguir.
(kg), equação 1
Em que:
(kg/habitante*dia), equação 2
23
Em que:
( ) (m³/dia), equação 3
Em que:
(m³/ano), equação 4
(m³), equação 5
(m³/mês), equação 6
(m³), equação 7
( ) (m²), equação 8
(m), equação 9
Em que:
p = Profundidade (m)
3.5.3 Volume de ocupação dos resíduos por trincheira e o volume da escavação das valas
25
( ) ( √ ) (m³), equação 10
Em que:
h = Altura da trincheira
Ve = * (S B + ( 1 S B * S b ) + S b) , equação 11
3.6 Determinação do número de células (valas) para os anos de vida útil do projeto
, equação 12
A largura da base maior (B), que fica na superfície do terreno foi adotada conforme a
NBR 15849, não podendo superar os 8 m.
(m²), equação 13
Volume de solo necessário para uma célula = Volume de escavação das valas –
Volume de ocupação dos resíduos por trincheira, equação 14
Volume de solo necessário para o aterro = Volume de solo necessário para uma célula
* quantidade em valas a serem escavadas, equação 15
Em que:
Área lateral maior (são duas) = diagonal * ((Base + Topo) / 2), equação 17
Área lateral menor (são duas) = diagonal * ((Base + Topo) / 2), equação 18
Área da manta por vala = (2 * Área lateral maior) + (2 * Área lateral menor) + Área da
base + Ancoragem, equação 21
Área da manta para o aterro = Área da manta por vala * Quantidade em valas a serem
escavadas, equação 22
O sistema de drenagem das águas pluviais foi realizado através do acumulo das águas
nas valas aumentar o volume de chorume gerado, com isso podendo gerar uma sobrecarrega
no seu sistema de tratamento e prejudicar o preenchimento adequado das valas para
dimensionar a vazão do sistema.
Q = C * i * A, equação 23
Em que:
i= , equação 24
Em que:
* S* * , equação 25
Em que:
Q = x P x A x K (L/s), equação 26
Em que:
Q = Vazão (L/s)
K = 0,35 (geralmente adotado para aterro com compactação entre 0,4 e 0,7 t/m³)
t = 31.536.000 (seg/ano)
( ) ( ) , equação 27
Em que:
29
O talude estará na proporção de 1:2 e terá sua profundidade de 1,50m e poderá ser
aproximadamente 0,50 a l,00m para compor o bordo livre da lagoa. O fundo e as laterais serão
impermeabilizados mediante o uso de geomantas conforme a apresenta 10.
30 Dispensar* Dispensar*
Fração orgânica dos resíduos (%)
>30 Dispensar* Considerar*
Para o escoamento dos gases serão utilizados drenos verticais com diâmetros que
variam de 50 cm a 100 cm, sendo preenchidos com brita 3, 4 ou 5.
Foi apresentado como procederá o isolamento do aterro sanitário através de barreiras físicas
que limite o acesso de pessoas não autorizadas e animais, dispondo também de cerca viva
arbustiva no perímetro (ABNT, 2010).
Figura 11 - Vista aérea da área onde ficará localizado o Aterro Sanitário do município de Miranorte - TO
4 RESULTADO
Fonte: IBGE(2007).
33
QUANT.
PORCETANGEM DE
ANOS DE PESSOAS QUE POPULAÇÃO TOTAL
CRESCIMENTO
NASCEM
2010 0,51 - 12623
2011 0,51 64 12687
2012 0,51 65 12752
2013 0,51 65 12817
2014 0,51 65 12882
2015 0,51 66 12948
2016 0,51 66 13014
2017 0,51 66 13081
2018 0,51 67 13147
2019 0,51 67 13214
2020 0,51 67 13282
2021 0,51 68 13349
2022 0,51 68 13418
2023 0,51 68 13486
2024 0,51 69 13555
2025 0,51 69 13624
2026 0,51 69 13693
2027 0,51 70 13763
2028 0,51 70 13833
2029 0,51 71 13904
2030 0,51 71 13975
2031 0,51 71 14046
2032 0,51 72 14118
2033 0,51 72 14190
Figura 15 - Gráfico dos volumes de RSU gerados durantes os anos da vida útil
41
6000
5800
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033
ANOS
4.3.1 Volume médio diário de ocupação (Vmd) e Volume médio mensal de resíduos
(Vmm)
Somatória anual de resíduos= 6209 + 6242 + 6274 + 6306 + 6337 + 6370 + 6403 +
6435 + 6468 + 6501 + 6534 + 6570 + 6600 + 6636 + 6669 = 96554 m³
Vmm: 529,20 m³
O cálculo do volume da trincheira foi feito considerando que cada trincheira será
completamente preenchida em 2 meses conforme a figura 16.
Profundidade da vala
Profundidade = 3,00 m
Conforme ABNT(2010) o espaçamento entre as bordas das células foi de 2,5 m para o
espaçamento, que deve ser de no mínimo 1 m.
Diagonal = √ = 4,24 m
Área lateral maior= 4,24 * ((74 + 68)/2) = 301,04 m²
Área lateral menor= 4,24 * ((8 + 2)/2) = 21,20 m²
Área da base = 68 * 2 = 136 m²
Ancoragem= (74 + 74 +8+8) * 1,5 = 246 m²
Área da manta por célula= (2 * 301,04) + (2 * 21,20) + 24 + 78 = 271,60 m²
Área da manta para o aterro com 79 células = 79 * 271,60 = 21.456,4 m²
Sabendo que a área selecionada para o aterro é plana e a vegetação que predomina é o
pasto, o coeficiente de escoamento superficial será 0,28.
4.7.1 Vazão
Dados:
K = 0,35 (Este valor será utilizado em razão da densidade do RSU compactado de o aterro ser
de 0,5 t/m³ o que segundo Castilhos Junior (2003), normalmente utiliza-se a densidade entre
400 e 500 kg/m³).
Área do aterro (A):
Área de uma vala = 8,00 * 74,00 = 592,00 m²
Área de 87 valas = 74 * 592 = 43.808 m²
Precipitação anual (P) = 1934 mm (Segundo o site Climate-data(201, online)).
Tempo (t) = 31.536.000 segundos no ano
Vazão= (1/31.536.000) * 1934 * 43808 * 0,35 = 0,94 L/s
50
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Lei
Federal nº l2.305, de 02 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Brasília- DF, 2010.
BRASIL, Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Lei
Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 - Política Nacional Do Meio Ambiente. Brasília-
DF, 1981.
OBLADEN, N.L.; OBLADEN, N.T.R.; BARROS, K.R. Guia para Elaboração de Projetos
de Aterros Sanitarios para Residuos Solidos Urbanos. Vol. 2, p.35-36, CREA-PR, Parana
– PR, 2009
PNRS. Politica Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: Acesso em: 01 de abril de
2018.
SILVA, D. L., Aterros Sanitários Para Resíduos Sólidos Urbanos No Rio Grande Do Sul,
Universidade Regional do noroeste do estado do rio grande do sul, IJUÍ, RS, 2010.