Zoneamento Do Refúgio de Vida Silvestre de Una
Zoneamento Do Refúgio de Vida Silvestre de Una
Zoneamento Do Refúgio de Vida Silvestre de Una
ILHÉUS - BAHIA
2016
TATIANA ALVES FONA E FRANCO
ILHÉUS - BAHIA
2016
Dedico a árdua e necessária tarefa de estreitar a
Aos meus pais que, dentre tantas coisas, me ensinaram a amar a natureza.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
2. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Proteger Espécies
Ameaçadas. .............................................................................................................. 19
4. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Assegurar Usos
Sustentáveis ............................................................................................................. 21
5. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Conter Expansão
Urbana.... ................................................................................................................. 22
LISTA DE TABELAS
I. INTRODUÇÃO GERAL
intocadas, fato que tem acarretado na ampliação dos seus objetivos de gestão
categorias de UC, dividida em dois grupos: (I) de Proteção Integral com objetivo
parcela dos recursos naturais pela comunidade local. Apesar das diretrizes do
divergentes.
Silvestre (RVS) permite ser constituído de áreas particulares, desde que os usos da
zoneamento do RVS de Una, baseado nos usos da terra e nos habitats críticos de
conciliar usos da terra por moradores locais a proteção das espécies ameaçadas de
² Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, rodovia BA001 km 13, caixa postal n°
008, 45690-000 Una, Bahia, Brasil.
Resumo
Conciliar conservação e atividades humanas, especialmente em hotspot de
biodiversidade, é o desafio atual para gestores de Unidades de Conservação (UC).
O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Una necessita compatibilizar uso da terra e
proteção da natureza. Para tanto, foi utilizada a Análise de Decisão Multicritério
(ADMC) em ambiente SIG como subsídio ao zoneamento da UC, no intuito de
conciliar múltiplos objetivos de gestão. Na ADMC foram identificados quatros
objetivos e definidos critérios advindos do mapa de usos do solo e cobertura
florestal e do mapa de habitats críticos das espécies Leontopithecus chrysomelas
(mico-leão-da-cara-dourada) e Sapajus xanthosternos (macaco-prego-do-peito-
amarelo), ambas ameaçadas de extinção. A combinação linear ponderada dos
critérios originou quatro mapas de aptidão. A análise multiobjetivo combinou os
mapas de aptidão, estabelecendo as seguintes zonas: Proteção, Conservação, Uso
Extensivo e Contenção Urbana. As zonas de Proteção e de Conservação abrangem
77% do RVS e os principais remanescentes de Mata Atlântica da UC. As zonas de
Uso Extensivo e de Contenção Urbana abrangem 23% da UC e, principalmente,
áreas de agricultura e pasto. A ADMC contribui para o zoneamento com maior
clareza dos impasses de gestão do RVS de Una, e com a elaboração de uma
estrutura de zoneamento que pode ser validada ou aperfeiçoada pelos gestores. A
análise crítica dos resultados da ADMC permitiu a recomendação de manejos a
cada zona, no intuito de conciliar usos da terra e proteção da natureza.
6
1. Introdução
pobreza (Dudley, ed. 2008; Redford & Fearn, eds. 2007). O zoneamento é um
objetivos (Hjortsø, Stræde, & Helles, 2006; Lei n°9985, 2000) e reduz conflitos de
usos de recursos naturais (Del Carmen Sabatini, Verdiell, Rodríguez Iglesias, &
critérios expressos pela sociedade, por meio de sua participação (Souza, 2000).
de UC (Geneletti & van Duren, 2008; Hjortsø et al., 2006; Lopes & Reuss-Strenzel,
2016; Zhang et al., 2013). Essa análise possibilita conciliar vários objetivos em um
& Bishop, 1998; Nijkamp & Rietveld, 1976), é utilizada no manejo florestal (Diaz-
Balteiro & Romero, 2008; Nordström, Eriksson, & Öhman, 2010), em planos de
7
Cordero, & Sarkar, 2006; Zucca, Sharifi, & Fabbri, 2008) e na gestão de conflitos
(Bojórquez-Tapia et al., 2004; Sharifi, van den Toorn, Rico, & Emmanuel, 2002).
Mendes & Oliveira, 2008). O RVS de Una, criado no entorno da Reserva Biológica
(Rebio) de Una, funciona como uma zona tampão da Rebio que abriga
localizadas numa região de alta riqueza de espécies (Amorim et al., 2005), com
Amorim, & Paixão, 2007; Thomas, Carvalho, Amorim, Garrison, & Arbeláez,
1998).
que os usos da terra sejam compatíveis aos objetivos da UC, caso contrário, os
Atlântica que cobrem 63% da UC. A agricultura é a principal fonte de renda local,
rodovias estaduais.
subsidiar o zoneamento do RVS de Una, baseado nos usos da terra e nos habitats de
2. Materiais e Métodos
al., 2004), municípios de Una e Ilhéus, sul da Bahia. Essa região abriga um dos
al., 2008). O RVS de Una foi criado para proteger e conectar fragmentos florestais
forma, o refúgio com 23.404 ha funciona como uma zona tampão da Rebio. A
9
paisagem de ambas as UCs constituiu uma matriz florestal permeada por diversos
2.2. Materiais
Santa Cruz.
Tardio et al. (2011) e 12 por Raghunathan (pers. comm). Os pontos de Tardio et al.
referente a 4 grupos. Nesses registros foi aplicado o filtro espacial conforme Boria
forma aleatória. Esta distância foi baseada no home range da espécie (Dietz, Sousa
12 meses.
2.3. Método
segundo Eastman, Jin, Kyem, & Toledano (1995) as etapas seguintes da ADMC
foram: (1) definir critérios e respectivos pesos para cada objetivo, (2) gerar mapas
do qual foi elencado. Os mesmos foram atribuídos diretamente por uma regra pré-
estabelecida ou com o uso da Análise Hierárquica (AH) proposta por Saaty (2008).
atribuídos valores numa escala contínua de 1/9 a 9, nos critérios que se cruzam na
das espécies, ou seja, as áreas com maior probabilidade para sua sobrevivência e
(Phillips, Anderson, & Schapire, 2006) com interface no software Idrisi Selva
padrão do Maxent descrita por Phillips e Dudik (2008). Variáveis ambientais com
permanente (APP), instituídas pelo Código Florestal (Lei n°12.651, 2012), foram
da vegetação instituído pelo Código Florestal e Lei da Mata Atlântica, quanto maior
Atrativos turísticos (AT): praias, lagoas e barras de rios são atrativos turísticos
caracterizada por um grande bloco de floresta madura de 17.350 ha. Usos da terra e
14
públicas.
agricultura pode ser um uso da terra compatível aos objetivos do RVS, desde que
conforme Tabela 4.
distância do bloco de floresta, visto que são áreas com maior potencial para o
15
e SAF.
Proximidade das áreas urbanas: áreas urbanas são vetores de crescimento urbano
fiscalização da UC.
Os critérios com maiores pesos foram: proximidade das áreas urbanas e das
através da Combinação Linear Ponderada (CLP). A CLP multiplica cada pixel dos
naturais em RVS em relação a outros usos da terra (Lei n° 9985, 2000). O tamanho
da área requerida foi estabelecido conforme a “regra dos 75” da IUCN (Dudley,
APP
(inclui o mangue e a restinga) 0.45 Código Florestal
Mata inicial
0.05 Lei da Mata Atlântica
Campo de restinga
Legenda: TC: taxa de consistência das comparações. Nota: Código Florestal: Lei 12.651/12; Lei da
Mata Atlântica: Lei 11.428/06.
3. Resultados
Tabela 2. As áreas com maior aptidão (255 em pink) são as APP, cobertas ou não
por vegetação, mata avançada (195 em laranja), seguido da mata média (136 em
corpos d´agua.
20
Fig. 3. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para ao objetivo (ii)
Conservar a Vegetação.
faixa litorânea, abrangendo a praia Ilha do Desejo localizada na foz do rio Acuípe, a
Mabaço (Figura 4). A porção oeste da UC apresenta altas aptidões nas áreas de
maiores valores de aptidão (150 a 255) são nos arredores da Vila de Lençóis e Vila
Brasil, que abrangem áreas urbanas, manguezal, mata avançada, média e inicial. As
de mata avançada e média (81%). Além disso, possui áreas de pasto e agricultura
porção oeste da UC e grande parte da faixa costeira. Essa zona abriga 100% das
UC. Essa zona possui 83% da sua área constituída de uso antrópico. A cabruca
cobertura florestal dessa zona é formada, principalmente, por áreas de mata incial,
Acuípe, Lençóis e cidade de Una. Essa zona é formada principalmente por áreas
urbanas, mata inicial, campo de restinga e pastos. Além disso, abriga áreas menores
4. Discussão
aprimoramento dos critérios e pesos inerentes aos objetivos. Visto que, a Análise
grupos de decisão relativa ao uso da terra (Stewart, 1992; Zhang et al., 2013).
as zonas abrigam 81% dos usos antrópicos do RVS. Tais áreas possuem cabruca
(32%), pastos (33%), agricultura (16%) e área urbana (1%) que devem ser
área requerida (Tabela 6). Juntas, essas zonas possuem maior extensão (77%) do
que a cobertura florestal do RVS de Una (63%). Portanto, além das áreas de
subsídios à gestão do RVS de Una (Flesher, 2015; Gouveia, 2009, Holst et al.,
2006, Oliveira, Hankerson, Dietz, & Raboy, 2010, Oliveira, Neves, Raboy, &
Dietz, 2011, Nascimento et al., 2007, Raboy, Christman, & Dietz, 2004, Rylands,
Kierulf, & Pinto, 2008). É sabido que áreas sob distúrbio antropogênico, como
sua estrutura genética populacional (Estrada, Raboy, & Oliveira, 2012; Ewers &
Didham, 2006; Gibbs, 2001; Pinto & Rylands, 1997). Por outro lado, alguns
Hankerson, Dietz, & Raboy, 2010; Raboy, Christman, & Dietz, 2004).
Central (ICMBio, 2010). Para tanto, deve ser manejada de forma a reforçar as
e outras estruturas usadas pela fauna devem ser conservados. A poda de copas deve
2014).
27
outras zonas, onde são permitidas atividades humanas. Dudley (2008) recomenda a
criação de uma zona “hard” quando sua área é claramente delimitada e reconhecida
altos custos aos cofres públicos e, em alguns casos, o aumento da pressão sobre os
esquema conceitual de Noos & Harris (1986), que propõe uma rede que interliga
usos múltiplos da terra às áreas de alto valor ecológico. Nesse estudo de caso, a
5. Conclusão
zoneamento que pode ser validada e/ou aperfeiçoada pelos planejadores e (4)
conservação.
6. Recomendações
para a zona costeira, onde ocorrem os atrativos turísticos mais procurados da UC.
paisagem rural. A adesão dessas medidas pode ser potencializada com programas
7. Referências
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36
V. OBJETIVOS E NORMAS DAS ZONAS PROPOSTAS PARA O ZONEAMENTO DO RVS DE UNA, UNA, BAHIA.
Área: 9.361,6 ha Grau de proteção:
ZONA de PROTEÇÃO
% Área: 40 Alto
Definição Representam áreas de habitats potenciais das espécies Leonthopitecus chrysomelas e Sapajus xanthosternos e
áreas circunvizinhas com alta aptidão para a proteção dessas espécies.
Objetivo Proteger as populações de L. chrysomelas (mico-leão-da-cara-dourada) e S. xanthosternos (macaco-prego-do-
peito-amarelo).
Objetivos específicos Conservar e recuperar qualidade de habitats;
Promover a conectividade do dossel;
Serem áreas prioritárias para a implantação de projetos de pesquisas, monitoramento e controle ambiental;
Atuar complementando a Reserva Biológica de Una.
Adequações Usos Permitidos Restrições
Substituição gradativa da agricultura
Pesquisa científica; Construção de residências e estruturas
convencional e das pastagens por SAFs* de
somente em áreas abertas (sem
estrutura e composição baseado em árvores do
vegetação arbórea ou arbustiva)
estrato arbustivo ou dominante.
Visitação pública com fins mediante a autorização direta do órgão
educativos. gestor da UC;
O sombreamento das cabrucas deve priorizar
espécies arbóreas nativas utilizadas pelos L.
Proibido uso de fogo;
Chrysomelas e S. xanthosternos.
Definição Representam os remanescentes florestais no entorno da zona de Proteção, as áreas protegidas pela lei da Mata
Atlântica, além de áreas circunvizinhas antropizadas localizadas na faixa costeira e porção oeste do RVS.
Reservas legais instituídas na UC, exceto na Pesquisa científica; Proibido uso de fogo, agrotóxicos e
zona de Proteção, serão automaticamente fertilizantes sintéticos.
incluídas nessa zona.
Substituição gradativa das pastagens por Visitação educativa, turismo rural e Criação de animais para corte
sistemas silvipastoris ou silviagrícolas. ecológico de baixo impacto. comercial, exceto em sistemas
silvipastoris ou agrossilvipastoris;
Substituição gradativa da agricultura Construção de infraestrutura na faixa Construção de residências
tradicional por SAF* de estrutura e costeira da UC destinada ao turismo condicionada a áreas abertas ou de
composição baseado em árvores do estrato ecológico e rural. mata inicial mediante autorização do
arbustivo ou dominante. órgão gestor do RVS;
* SAF: sistema de uso da terra nos quais espécies perenes lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras e bambus) são intencionalmente utilizadas e manejadas em associação com
cultivo agrícolas e/ou animais consorciada a pelo menos uma espécie florestal (BRASILIA, 2008).
39
Definição Representam as áreas antropizadas onde podem ser desenvolvidas atividades privadas e usos da terra
amigáveis a conservação, considerando as potencialidades locais.
Objetivo Propiciar a adequação dos usos da terra por manejos e práticas agrícolas compatíveis à conservação da
biodiversidade.
Objetivos específicos Promover a visitação pública;
Propiciar a implantação da agricultura ecológica;
Tornar a UC uma ferramenta de sensibilização para a conservação da natureza.
Fomento ao manejo integrado da Pesquisa científica e educação ambiental. Proibido uso de agrotóxicos e
propriedade rural. fertilizantes sintéticos;
Regularização das APP com ênfase Visitação pública de base comunitária para Construção de residências condicionada
na zona costeira. fins recreativos, cultural e ecológico; autorização do órgão gestor do RVS.
Substituição gradativa da Construção infraestrutura destinada às Proibida atividades que alterem e
agricultura tradicional por SAF, atividades de lazer e recepção de descaracterizem a paisagem rural;
com destaque a produção de cacau visitantes;
e piaçaba.
Incentivo a adesão ao Programa Sinalização para a proteção do patrimônio Proibido carro de som, construção de
de Aquisição de Alimentos do RVS, à interpretação ambiental e à barracas ou qualquer infraestrutura,
(PAA), certificação orgânica e segurança e orientação do visitante; mesmo que provisória, em áreas de
Selo de Origem do Mercado praias, barragens de rios, restingas e
Mata Atlântica. manguezais;
40
Definição Corresponde às áreas muito suscetíveis a ocupação desordenada nas proximidades de Vila Brasil, Acuípe,
Lençóis e das rodovias estaduais BA 001, BA 668 e BA 676.
Objetivo Conter a expansão urbana desordenada.
Objetivos específicos Estabelecer procedimentos de controle à instalação de residências e ao parcelamento do solo;
Delimitar áreas para a expansão de vilas e núcleos urbanos;
Mitigar impactos oriundos de obras e serviços.
V. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Urban Planning, v. 85, n. 2, p. 97-110, 2008.
VI. APÊNDICE
Registro de presença
Aptidão
(bytes)
0
0
64
64
128
128
191
191
255 255
Aptidão
(bytes)
255
Aptidão
(bytes)
255