Zoneamento Do Refúgio de Vida Silvestre de Una

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC

Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente


Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

ZONEAMENTO DO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA


- UMA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO DE USO E PROTEÇÃO
NO SUL DA BAHIA, BRASIL

TATIANA ALVES FONA E FRANCO

ILHÉUS - BAHIA
2016
TATIANA ALVES FONA E FRANCO

ZONEAMENTO DO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA - UMA


PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO DE USO E PROTEÇÃO NO SUL DA
BAHIA, BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


graduação de Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente - PRODEMA da Universidade
Estadual de Santa Cruz (UESC) como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Linha: Análise, planejamento e gestão ambiental.

Orientador: Dr. Gil Marcelo Reuss-Strenzel

ILHÉUS - BAHIA
2016
Dedico a árdua e necessária tarefa de estreitar a

distância entre produção científica e política pública .


AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade por me


conceder a oportunidade de realizar este trabalho.

À equipe do Refúgio de Vida Silvestre e Reserva Biológica de Una pela


labuta diária de estradas de terra, trilhas, marmitas, escritório e reuniões na tentativa
de conservar a natureza.

Agradeço imensamente ao Gil Marcelo por me iniciar no “ambiente SIG”,


ao acolhimento na Base Ambiental da UESC, a orientação, ao incentivo, a
confiança e a ousadia em inovar.

À Isaura Francini pelo carinho, zelo, apoio no dia a dia e, principalmente,


pelo amor lindo e incondicional à nossa querida Naiara Francini.

À Vanessa Paim, Kaique Brito e Tássio Moreira pela amizade, conversas e


risos.

Ao Elfany Lopes pelas preciosas dicas.

À Priscila Gouveia pelas informações dos macacos-prego-do-peito-amarelo.

À Nima Raghunathan pelas orientações e conversas construtivas.

Às meninas do yoga, especialmente, a Luciana Castilho pela ajuda e


incentivo.

Às Pontaleiras, especialmente a Patrícia Sousa e Bianca Souza pela amizade


de todas as horas.

À minha família de irmãos e sobrinhos que, mesmo a distância, se fazem


presente compartilhando nossas vidas.

Aos meus pais que, dentre tantas coisas, me ensinaram a amar a natureza.
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... 1


LISTA DE TABELAS .............................................................................................. 2
I. INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................... 3
II. MANUSCRITO A SER SUBMETIDO AO PERIÓDICO JOURNAL FOR
NATURE CONSERVATION ...................................................................................... 5
Zoneamento do Refúgio de Vida Silvestre de Una - uma proposta de conciliação de
uso e proteção no Sul da Bahia, Brasil......................................................................5
1. Introdução .............................................................................................................. 6
2. Material e Métodos ................................................................................................ 8
2.1. Área de estudo ............................................................................................. 8
2.2. Materiais ...................................................................................................... 9
2.3. Método....................................................................................................... 10
3. Resultados............................................................................................................ 18
3.1 Mapas de aptidão ........................................................................................ 18
3.2 Zonas de manejo ......................................................................................... 22
4. Discussão ............................................................................................................. 24
4.1 Soluções alternativas .................................................................................. 26
4.2. Desenho do zoneamento ............................................................................ 27
5. Conclusão ............................................................................................................ 27
6. Recomendações de Manejo ................................................................................. 28
7. Referências .......................................................................................................... 29
III. CONCLUSÃO GERAL .................................................................................... 36
V. OBJETIVOS E NORMAS DAS ZONAS PROPOSTAS PARA O
ZONEAMENTO DO RVS DE UNA, UNA, BAHIA ............................................ 37
VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 41
VII. APÊNDICE ...................................................................................................... 43
1

LISTA DE FIGURAS

1. Localização do Refúgio de Vida Silvestre de Una, Bahia, Brasil. ........................ 9

2. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Proteger Espécies
Ameaçadas. .............................................................................................................. 19

3. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Conservar a


Vegetação. ............................................................................................................... 20

4. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Assegurar Usos
Sustentáveis ............................................................................................................. 21

5. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo Conter Expansão
Urbana.... ................................................................................................................. 22

6. Mapa multiobjetivo classificado em zonas de manejo ........................................ 24


2

LISTA DE TABELAS

1. Critérios para o objetivo Proteger Espécies Ameaçadas com respectivo peso e


respectiva regra para atribuição do peso.................................................................. 12

2. Critérios para o objetivo Conservar a Vegetação com respectivo peso e respectiva


regra para atribuição do peso ................................................................................... 13

3. Escala contínua usada para elaborar a matriz de comparação pareada ............... 14

4. Matriz de comparação pareada dos critérios para o objetivo Assegurar Usos


Sustentáveis com respectivos pesos atribuídos, respectivo cálculo do peso e taxa de
consistência.............................................................................................................. 14

5. Matriz de comparação pareada dos critérios para o objetivo Conter Expansão


Urbana com respectivos pesos atribuídos, respectivo cálculo do peso e taxa de
consistências ............................................................................................................ 16

6. Mapas de aptidão de cada objetivo com respectivo peso de prioridade e


porcentagem da área requerida ................................................................................ 17

7. Objetivos de gestão conforme ADMC do RVS de Una com respectivos critérios,


pesos e regras de atribuição de pesos. ..................................................................... 18

8. Zonas e respectiva extensão territorial, objetivo, porcentagem de cobertura


florestal e porcentagem de usos diversos ................................................................ 22
3

I. INTRODUÇÃO GERAL

O reconhecimento da presença humana no interior de áreas protegidas pôs

fim à concepção de Unidades de Conservação (UC) como áreas selvagens

intocadas, fato que tem acarretado na ampliação dos seus objetivos de gestão

(NAUGHTON-TREVES; HOLLAND; BRANDON, 2005). A missão original de

conservar a biodiversidade foi substancialmente ampliada, incluindo a contribuição

para o desenvolvimento e redução da pobreza, principalmente, em hotspots de

biodiversidade (DUDLEY, 2008; REDFORD; FEARN, 2007). Um dos maiores

desafios na gestão dessas UC é conciliar atividades humanas à conservação da

biodiversidade (HARVEY et al., 2008).

A estratégia global para conservação in situ é criar um sistema de UC com

diferentes objetivos de conservação, no intuito de preservar amostras

representativas de espécies e ecossistemas no mundo (DAVEY, 1998). Para tanto, o

Brasil instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) com 12

categorias de UC, dividida em dois grupos: (I) de Proteção Integral com objetivo

protecionista, prioriza a conservação da natureza com possível reassentamento das

populações humanas; (II) de Uso Sustentável com objetivo de uso sustentável de

parcela dos recursos naturais pela comunidade local. Apesar das diretrizes do

SNUC, uma mesma UC pode apresentar objetivos múltiplos, por vezes,

divergentes.

Dentre as categorias de proteção integral do SNUC, o Refúgio de Vida

Silvestre (RVS) permite ser constituído de áreas particulares, desde que os usos da

terra sejam compatíveis aos objetivos da UC. Caso contrário, os proprietários

devem ser reassentados (BRASIL, 2000). Desta forma, conciliar objetivos de

proteção e uso da terra é essencial à efetivação de RVS.


4

O zoneamento, peça fundamental do plano de manejo, é o instrumento que

preside normas de uso, harmonizando diferentes objetivos da UC. Na sua

inexistência, a gestão deve limitar-se a garantir a integridade dos recursos naturais

(BRASIL, 2000), o que torna inviável conciliar objetivos considerados antagônicos,

como uso e proteção. Apesar das diretrizes metodológicas de Galante, Beserra e

Menezes (2001), não existe um método padrão para o zoneamento de UC.

A análise de decisão multicritério (ADMC) é uma modelagem em ambiente

SIG de apoio à decisão relacionada ao planejamento do uso da terra (BANTAYAN;

BISHOP, 1998; SHARIFI et al., 2002). A ADMC estrutura o processo de decisão

em critérios técnicos e objetivos transparentes que podem subsidiar os planjedores

na busca de soluções. Atualmente, tem sido aplicada em zoneamentos de UC a fim

de conciliar diferentes objetivos de gestão (GENELETTI; VAN DUREN, 2008;

HJORTSØ et al., 2006; ZHANG et al., 2013).

O presente estudo utilizou a ADMC com o objetivo de subsidiar o

zoneamento do RVS de Una, baseado nos usos da terra e nos habitats críticos de

espécies ameaçadas. Esta UC é um hotspot de biodiversidade que necessita

conciliar usos da terra por moradores locais a proteção das espécies ameaçadas de

extinção Leontopithecus chrysomelas (mico-leão-da-cara-dourada) e Sapajus

xanthosternos (macaco-prego-do-peito-amarelo) (KIERULFF et al., 2008;

KIERULFF; MENDES; RYLANDS, 2015).

Esta dissertação tem como principal produto o artigo “Zoneamento do

Refúgio de Vida Silvestre de Una - uma proposta de conciliação de uso e

preservação no Sul da Bahia, Brasil”. Pretende-se submetê-lo para a revista Journal

for Nature Conservation.


5

II. MANUSCRITO A SER SUBMETIDO AO PERIÓDICO JOURNAL FOR


NATURE CONSERVATION

ZONEAMENTO DO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA - UMA


PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO DE USO E PROTEÇÃO NO SUL DA
BAHIA, BRASIL.

Tatiana Franco¹-², Gil M, Reuss-Strenzel¹.

¹ Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Universidade


Estadual Santa Cruz, rodovia Jorge Amado, km 16, 45662-900 Ilhéus, Bahia, Brasil.

² Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, rodovia BA001 km 13, caixa postal n°
008, 45690-000 Una, Bahia, Brasil.

Resumo
Conciliar conservação e atividades humanas, especialmente em hotspot de
biodiversidade, é o desafio atual para gestores de Unidades de Conservação (UC).
O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Una necessita compatibilizar uso da terra e
proteção da natureza. Para tanto, foi utilizada a Análise de Decisão Multicritério
(ADMC) em ambiente SIG como subsídio ao zoneamento da UC, no intuito de
conciliar múltiplos objetivos de gestão. Na ADMC foram identificados quatros
objetivos e definidos critérios advindos do mapa de usos do solo e cobertura
florestal e do mapa de habitats críticos das espécies Leontopithecus chrysomelas
(mico-leão-da-cara-dourada) e Sapajus xanthosternos (macaco-prego-do-peito-
amarelo), ambas ameaçadas de extinção. A combinação linear ponderada dos
critérios originou quatro mapas de aptidão. A análise multiobjetivo combinou os
mapas de aptidão, estabelecendo as seguintes zonas: Proteção, Conservação, Uso
Extensivo e Contenção Urbana. As zonas de Proteção e de Conservação abrangem
77% do RVS e os principais remanescentes de Mata Atlântica da UC. As zonas de
Uso Extensivo e de Contenção Urbana abrangem 23% da UC e, principalmente,
áreas de agricultura e pasto. A ADMC contribui para o zoneamento com maior
clareza dos impasses de gestão do RVS de Una, e com a elaboração de uma
estrutura de zoneamento que pode ser validada ou aperfeiçoada pelos gestores. A
análise crítica dos resultados da ADMC permitiu a recomendação de manejos a
cada zona, no intuito de conciliar usos da terra e proteção da natureza.
6

Palavras-chaves: unidade de conservação, múltiplos objetivos, zonas de manejo,


espécies ameaçadas, mapa de aptidão.

1. Introdução

Conciliar conservação e atividades humanas, especialmente em hotspots de

biodiversidade, é o desafio atual para gestores de Unidades de Conservação (UC)

(Harvey et al., 2008). A gestão de UC requer conciliar diferentes objetivos que

envolvem a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento e a redução da

pobreza (Dudley, ed. 2008; Redford & Fearn, eds. 2007). O zoneamento é um

instrumento importante nesta tarefa, visto que potencialmente combina diferentes

objetivos (Hjortsø, Stræde, & Helles, 2006; Lei n°9985, 2000) e reduz conflitos de

usos de recursos naturais (Del Carmen Sabatini, Verdiell, Rodríguez Iglesias, &

Vidal, 2007; Hjortsø et al., 2006). Parte fundamental do plano de manejo, o

zoneamento divide o território da UC em parcelas em que se autorizam ou

interditam, de modo relativo ou absoluto, o exercício de determinadas atividades

(Thomas & Middleton, 2003). A elaboração de zoneamento requer a avaliação das

aptidões do território, baseada em critérios científicos e complementada por

critérios expressos pela sociedade, por meio de sua participação (Souza, 2000).

A análise de decisão multicritério (ADMC) é uma modelagem em ambiente

SIG de apoio à decisão relacionada a problemas complexos, tal como zoneamento

de UC (Geneletti & van Duren, 2008; Hjortsø et al., 2006; Lopes & Reuss-Strenzel,

2016; Zhang et al., 2013). Essa análise possibilita conciliar vários objetivos em um

processo de tomada de decisão transparente, lógico e fundamentado (Mendoza &

Martins, 2006). A ADMC, elaborada para o planejameno do uso da terra (Bantayan

& Bishop, 1998; Nijkamp & Rietveld, 1976), é utilizada no manejo florestal (Diaz-

Balteiro & Romero, 2008; Nordström, Eriksson, & Öhman, 2010), em planos de
7

conservação (Briceño-Elizondo et al., 2008; Fuller, Munguía, Mayfield, Sánchez-

Cordero, & Sarkar, 2006; Zucca, Sharifi, & Fabbri, 2008) e na gestão de conflitos

(Bojórquez-Tapia et al., 2004; Sharifi, van den Toorn, Rico, & Emmanuel, 2002).

O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Una, um hotspot de biodiversidade

no Brasil, é um exemplo de UC com desafio de conciliar usos da terra e proteção da

natureza. Essa UC tem o objetivo de proteger fragmentos florestais essenciais à

sobrevivência das espécies de primatas Leontopithecus chrysomelas (mico-leão-da-

cara-dourada) e Sapajus xanthosternos (macaco-prego-do-peito-amarelo), ambas

ameaçadas de extinção (Kierulff, Mendes & Rylands, 2015; Kierulff, Rylands,

Mendes & Oliveira, 2008). O RVS de Una, criado no entorno da Reserva Biológica

(Rebio) de Una, funciona como uma zona tampão da Rebio que abriga

remanescentes florestais maiores e conectados entre si. Ambas as UC estão

localizadas numa região de alta riqueza de espécies (Amorim et al., 2005), com

uma das maiores taxas de endemismo do litoral brasileiro (Martini, Fiaschi,

Amorim, & Paixão, 2007; Thomas, Carvalho, Amorim, Garrison, & Arbeláez,

1998).

A legislação brasileira permite áreas particulares no interior de RVS, desde

que os usos da terra sejam compatíveis aos objetivos da UC, caso contrário, os

proprietários devem ser reassentados (Lei n° 9985, 2000). O RVS de Una é

constituído integralmente por áreas particulares como sítios, fazendas, casas de

veraneio e vilas, totalizando 2000 moradores. Usos da terra como pastagens,

agricultura e áreas urbanas ocorrem em meio aos remanescentes florestais de Mata

Atlântica que cobrem 63% da UC. A agricultura é a principal fonte de renda local,

incluindo o sistema agroflorestal (SAF) de cultivo de cacau à sombra de árvores

nativas, denominado cabruca (Sollberg, Schiavetti, Eugenia, & Moraes, 2014). O


8

RVS abrange 15 km de litoral com áreas de manguezal e restinga que abrigam

atrativos turísticos visitados na região. A UC tem sido alvo de ocupações

desordenadas com instalação de residências e loteamentos, visto que se localiza a

cerca de 3 km da cidade de Una e possui vilas consolidadas com acesso a três

rodovias estaduais.

Nesse contexto, o presente trabalho utilizou a ADMC com o objetivo de

subsidiar o zoneamento do RVS de Una, baseado nos usos da terra e nos habitats de

espécies ameaçadas de extinção. A UC não dispõe de um plano de manejo, além

disso, possui múltiplos objetivos como proteger primatas ameaçados, conter a

expansão urbana, conservar a vegetação e assegurar usos sustentáveis.

2. Materiais e Métodos

2.1. Área de estudo

A área de estudo foi o RVS de Una (15°10'S 39°3'W) (Figura 1) perimetral

à Rebio de Una, UC inseridas no Corredor Central da Mata Atlântica (Fonseca et

al., 2004), municípios de Una e Ilhéus, sul da Bahia. Essa região abriga um dos

maiores remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste do País, declarada de alta

prioridade para a conservação da biodiversidade (Conservation International do

Brasil et al., 2000). O RVS, instituído pelo decreto presidencial s/n° de 21 de

dezembro de 2007, abrange desde a faixa costeira até a altitude de 220m

originalmente constituída por Floresta Ombrófila Densa de Terra Baixa (Amorim et

al., 2008). O RVS de Una foi criado para proteger e conectar fragmentos florestais

indispensáveis à manutenção da fauna da Rebio de Una (Timmers, 2012). Desta

forma, o refúgio com 23.404 ha funciona como uma zona tampão da Rebio. A
9

paisagem de ambas as UCs constituiu uma matriz florestal permeada por diversos

usos na região do RVS de Una.

Figura 1. Localização do Refúgio de Vida Silvestre de Una, Bahia, Brasil.

2.2. Materiais

Um mapa de usos do solo e cobertura florestal em escala de 1: 10.000,

elaborado por meio de interpretação visual de uma imagem Quickbird (3m de

resolução espacial) de 2011 e uma World View-1 (1m de resolução espacial) de

2012, cedido pelo Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Estadual

Santa Cruz.

Uma base cartográfica digital de hidrografia e malha viária obtida junto ao

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

17 pontos de presença da espécie L. Chrysomelas sendo: 5 cedidos por

Tardio et al. (2011) e 12 por Raghunathan (pers. comm). Os pontos de Tardio et al.

(2011) foram coletados através de censos diurnos em transectos lineares em seis

fragmentos florestais na Rebio e no RVS de Una. Os pontos de Raghunathan (pers.


10

comm) foram coletados através de registros instantâneos a cada 20 minutos

referente a 4 grupos. Nesses registros foi aplicado o filtro espacial conforme Boria

et al. (2014) com o uso da ferramenta Generalization do Idrisi Selva (Eastman,

2012b). Pontos de presença com distância de até 1 km entre si foram removidos de

forma aleatória. Esta distância foi baseada no home range da espécie (Dietz, Sousa

& Billerbeck, 1996) e na escala do mapa de trabalho adotada (1: 10.000).

26 pontos de presença da espécie S. xanthosternos cedidos por Gouveia

(2009) coletados de um grupo social com auxílio de radiotelemetria no período de

12 meses.

O Índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) elaborado com

uma imagem LANDSAT 8 de 2014, adquirida do catálogo de imagens do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais.

A relação perímetro-área (RPA) dos fragmentos florestais calculada a partir

do mapa de uso do solo e cobertura florestal.

Toda a base de dados foi convertida em formato raster com 9 m de

resolução espacial, empregando o software Idrisi Selva (Eastman, 2012b).

2.3. Método

A partir dos quatros objetivos de gestão identificados para o RVS de Una,

segundo Eastman, Jin, Kyem, & Toledano (1995) as etapas seguintes da ADMC

foram: (1) definir critérios e respectivos pesos para cada objetivo, (2) gerar mapas

de aptidão correspondente a cada objetivo, (3) elaborar um mapa multiobjetivo e

(4) classificar as zonas que correspondem a diferentes estratégias de gestão.

Definir critérios e respectivos pesos para cada objetivo.


11

Os critérios e respectivos pesos para cada objetivo foram definidos baseados

na consulta formal aos funcionários da UC e na legislação ambiental.

Os pesos expressam a importância relativa de cada critério para o objetivo

do qual foi elencado. Os mesmos foram atribuídos diretamente por uma regra pré-

estabelecida ou com o uso da Análise Hierárquica (AH) proposta por Saaty (2008).

A AH organiza os critérios numa matriz de comparação pareada, onde são

atribuídos valores numa escala contínua de 1/9 a 9, nos critérios que se cruzam na

matriz. Posteriormente são calculados os pesos de cada critério de forma a somarem

1 e a taxa de consistência das comparações, sendo aceitável valores < 0.10.

Todos os critérios foram padronizados numa escala de 0-255-byte com a

função fuzzy através do software Idrisi Selva (Eastman, 2001b).

(i) Objetivo: Proteger Espécies Ameaçadas

Os critérios definidos foram os mapas de adequabilidade de habitats das

espécies L. chrysomelas e S. xanthosternos. Tais mapas indicam os habitats críticos

das espécies, ou seja, as áreas com maior probabilidade para sua sobrevivência e

reprodução. Os mapas foram elaborados com a modelagem Maxent versão 3.3.3k

(Phillips, Anderson, & Schapire, 2006) com interface no software Idrisi Selva

(Eastman, 2001b), que calcula a adequação de habitat através da relação entre os

pontos de presença das espécies e as variáveis ambientais. Os mapas das espécies L.

chrysomelas e S. xanthosternos foram elaborados com as variáveis: NDVI, RPA e

classe de uso da terra. A qualidade do modelo foi calculada com configuração

padrão do Maxent descrita por Phillips e Dudik (2008). Variáveis ambientais com

coeficiente de correlação de Pearson > 0.7 foram eliminadas do modelo. Os mapas

foram gerados numa área de influência de 25 km da Rebio e RVS de Una.


12

Os pesos de importância foram atribuídos a cada mapa conforme o status da

espécie na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a

Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2015). Quanto maior o

risco de extinção, maior foi sua importância relativa.

Tabela 1. Critérios para o objetivo Proteger Espécies Ameaçadas com respectivo


peso e respectiva regra para atribuição de pesos.
Critérios Pesos Status da espécie (IUCN, 2015)
Mapa de adequabilidade de habitat 0.60 criticamente ameaçada
Sapajus xanthosternos*

Mapa de adequabilidade de habitat 0.40 ameaçada


Leontopithecus chrysomelas**

Nota: *Contribuição das variáveis: CL=61%, PAR:=38.5%, NDVI=0.5%; AUC=0,87.


**Contribuição das variáveis: PAR=78.1%, CL=18.5%, NDVI=3.4%; AUC=0,84.

(ii) Objetivo: Conservar a Vegetação

Os critérios, descritos na Tabela 2, foram considerados relevantes para

conservar ou recuperar a cobertura florestal da UC. Os fragmentos florestais de

Mata Atlântica do RVS e entorno de 3 km foram classificados conforme sua

fisionomia vegetal. A floresta ombrófila densa foi classificada segundo o estágio de

regeneração em: mata avançada, média e inicial. As áreas de preservação

permanente (APP), instituídas pelo Código Florestal (Lei n°12.651, 2012), foram

calculadas com o software ArcGis 10.1 (Esri, 2011).

Os pesos de importância foram atribuídos de acordo com o grau de proteção

da vegetação instituído pelo Código Florestal e Lei da Mata Atlântica, quanto maior

a restrição de uso e supressão, maior foi sua importância.


13

Tabela 2. Critérios para o objetivo Conservar a Vegetação com respectivo peso e


respectiva regra para atribuição dos pesos.
Critérios Pesos Legislação ambiental
APP Art. 7° da Lei 12.651/12 obriga a manutenção
0.45
(inclui manguezal e restinga) e/ou recomposição da vegetação das APP pelo
ocupante ou proprietário, ressalvado em usos
autorizados previsto nessa Lei.

Mata avançado Art. 11° da Lei 11.428/06 veda seu corte e


0.30 supressão, com exceção em caso de utilidade
pública conforme art. 15°.
Mata média Art. 11° da Lei 11.428/06 veda seu corte e
0.20 supressão, com exceção em caso de utilidade
pública e interesse social (por ex. subsistência
de pequeno agricultor rural) conforme art. 23°.
Mata inicial Art. 21° da Lei 11.428/06 prevê licença de
supressão.
0.05
Campo de restinga Protegida se estabilizadora de dunas no art.4°
da lei 11.428/06. O RVS de Una não possui
dunas.
Nota: Código Florestal: Lei 12.651/12; Lei da Mata Atlântica: Lei 11.428/06.

(iii) Objetivo: Assegurar Usos Sustentáveis

Os 5 critérios, descritos abaixo, foram considerados relevantes para

desenvolver o turismo ecológico e a agricultura sustentável. Os critérios foram

mapeados na área do RVS e entorno de 3 km.

Atrativos turísticos (AT): praias, lagoas e barras de rios são atrativos turísticos

visitados na UC que, bem manejados, podem gerar renda local de forma a

minimizar impactos à sua conservação.

Áreas de Cabruca (CB): constitui um sistema agroflorestal compatível com a

conservação da biodiversidade (Faria, Laps, Baumgarten, & Cetra, 2006).

Distância do bloco de floresta (DF): a matriz florestal da Rebio-RVS de Una é

caracterizada por um grande bloco de floresta madura de 17.350 ha. Usos da terra e
14

atividades humanas distantes de remanescentes florestais diminuem potenciais

impactos como efeito de borda, fragmentação e degradação.

Proximidade das estradas vicinais (PES): permite o deslocamento para os

atrativos turísticos, facilita o escoamento da produção agrícola e o acesso a políticas

públicas.

Áreas de Agricultura (AG): é a principal fonte de renda dos moradores da UC. A

agricultura pode ser um uso da terra compatível aos objetivos do RVS, desde que

manejada de forma a minimizar impactos a biodiversidade.

Os pesos foram atribuídos com o uso da análise hierárquica (Saaty, 2008)

conforme Tabela 4.

Tabela 3. Escala contínua usada para elaborar a matriz de comparação pareada.

1/9 1/7 1/5 1/3 1 3 5 7 9


Extremamente Muito Moderado Pouco Igual Pouco Moderado Muito Extremamente

Menos Importante Mais Importante

Tabela 4. Matriz de comparação pareada dos critérios para o


objetivo Assegurar Usos Sustentáveis com respectivos pesos
atribuídos, respectivo cálculo do peso e taxa de consistência.
Código AT CB DBF PES AG Pesos
AT 1 - - - - 0.17
CB 1 1 - - - 0.21
DBF 3 3 1 - - 0.49
PES 1/3 1/7 1/9 1 - 0.05
AG 1/3 1/3 1/7 3 1 0.08
Taxa de consistência: 0.03

Legenda: AT: atrativos turísticos, CB: cabruca, DBF: distância do bloco


de floresta, PES: proximidade das estradas vicinais, AG: agricultura.

Os critérios com maiores pesos foram: áreas de cabruca, atrativos naturais e

distância do bloco de floresta, visto que são áreas com maior potencial para o
15

desenvolvimento de usos compatíveis aos objetivos da UC, como turismo ecológico

e SAF.

(iv) Objetivo: Conter Expansão Urbana

Os 4 critérios, descritos abaixo, foram considerados relevantes para

identificar as áreas suscetíveis a ocupação desordenada considerando a área do

RVS e entorno de 3 km.

Proximidade das áreas urbanas: áreas urbanas são vetores de crescimento urbano

que, potencialmente, ocasionam fragmentação florestal e a ocupação desordenada.

Distância ao bloco de floresta: a matriz florestal da Rebio-RVS de Una constitui

uma potencial barreira à expansão urbana, pois se localiza em áreas de difícil

acesso e com vegetação preservada.

Área de mata inicial e campo de restinga: constituem alvos de ocupações

irregulares, visto que demandam desmatamentos mais facilmente imperceptíveis a

fiscalização da UC.

Proximidade das rodovias: perímetros rodoviários constituem vetores de

desmatamento e expansão urbana. As rodovias estaduais 001, 668 e 676 atravessam

os limites do RVS interligando vilas e distritos à cidade de Una e Ilhéus.


16

Tabela 5. Matriz de comparação pareada dos critérios


para o objetivo Conter Expansão Urbana com respectivos
pesos atribuídos, respectivo cálculo do peso e taxa de
consistência.
Código PAU DBF CRMI PRO Pesos
PAU 1 - - - 0.52

DBF 1/3 1 - - 0.15

MICR 1/9 1/5 1 - 0.04


PRO 1/3 3 7 1 0.29
Taxa de consistência: 0.07

Legenda: PAU: proximidade das áreas urbanas, DBF:


distância do bloco de floresta, CRMI: campo de restinga e
mata inicial, PRO: proximidade das rodovias.

Os critérios com maiores pesos foram: proximidade das áreas urbanas e das

rodovias, por serem consideradas áreas mais suscetíveis a expansão urbana.

Gerar mapas de aptidão correspondente a cada objetivo.

ADMC combina os critérios por objetivo gerando um mapa de aptidão

através da Combinação Linear Ponderada (CLP). A CLP multiplica cada pixel dos

critérios padronizados por seu respectivo peso, somando-se os resultados, obtendo

um índice de aptidão pixel a pixel, que constitui o mapa de aptidão.

Fórmula da CLP: ∑ sendo A a aptidão, x o critério padronizado e w o


peso do critério i.
Os mapas são representados na escala de 0 a 255, onde o 0 corresponde as

áreas desfavoráveis para o objetivo determinado e 255 as áreas mais favoráveis.

Elaborar um mapa multiobjetivo.

A análise multiobjetiva acomoda diversos objetivos em uma mesma área

gerando um mapa multiobjetivo (Eastman, 2012a; Rosenthal, 1985). Cada objetivo,


17

representado pelo respectivo mapa de aptidão, recebe um peso de prioridade e um

tamanho de área requerida (Tabela 5). A AMO combina os diferentes mapas de

aptidão distribuindo os pixels entre os objetivos que possuem maior somatório

linear, com a técnica da mínima-distância-do-ponto-ideal descrita por Eastman, Jin,

Kyem, & Toledano (1995).

Os quatro mapas de aptidão receberam pesos de prioridade segundo a

legislação ambiental brasileira, que prioriza os objetivos de proteção das áreas

naturais em RVS em relação a outros usos da terra (Lei n° 9985, 2000). O tamanho

da área requerida foi estabelecido conforme a “regra dos 75” da IUCN (Dudley,

2008), que sugere a aplicação de pelo menos 75% da área da UC à proteção de

ecossistemas, espécies ou habitats associados. O mapa multiobjetivo foi

classificado em zonas correspondentes ao objetivo determinado.

Tabela 6. Mapas de aptidão de cada objetivo com respectivo


peso de prioridade e porcentagem da área requerida.
Mapa de aptidão do objetivo Peso % Área
Proteger Espécies Ameaçadas 0.4 40
Conservar a Vegetação 0.3 37
Assegurar Usos Sustentáveis 0.2 15
Conter Expansão Urbana 0.1 8
Total 1.0 100
18

Tabela 7. Objetivos de gestão segundo ADMC do RVS de Una com respectivos


critérios, pesos e regras de atribuição de pesos.
OBJETIVOS CRITÉRIOS PESOS REGRA PARA ATRIBUIÇÃO
DOS PESOS

Mapa de adequabilidade de habitat 0.60 Status: criticamente ameaçada


Proteger Sapajus xanthosternos (IUCN, 2015)
Espécies
Ameaçadas Mapa de adequabilidade de habitat 0.40 Status: ameaçada
Leontopithecus chrysomelas (IUCN, 2015)

APP
(inclui o mangue e a restinga) 0.45 Código Florestal

Conservar a Mata avançada 0.30 Lei da Mata Atlântica


Vegetação
Mata média 0.20 Lei da Mata Atlântica

Mata inicial
0.05 Lei da Mata Atlântica
Campo de restinga

Distância do bloco de floresta 0.49


Assegurar Cabruca 0.21 Análise hierárquica
Usos TC: 0.07
Sustentáveis Atrativos turísticos 0.17
Agricultura 0.08
Proximidade das estradas vicinais 0.05

Conter a Proximidade das áreas urbanas 0.52


Expansão Proximidade das rodovias 0.29
Urbana Análise hierárquica
Distância do bloco de floresta 0.15 TC: 0.03
Campo de restinga e mata inicial 0.04

Legenda: TC: taxa de consistência das comparações. Nota: Código Florestal: Lei 12.651/12; Lei da
Mata Atlântica: Lei 11.428/06.

3. Resultados

3.1 Mapas de aptidão

A Figura 2 apresenta o mapa de aptidão referente ao objetivo (i) Proteger

Espécies Ameaçadas obtida da CLP da Tabela 1. As áreas quentes (200 a 255)

representam alta aptidão à proteção dos habitats críticos das espécies L.

chrysomelas e S. xanthosternos na UC. Tais áreas estão localizadas na região leste

do RVS nas localidades de Lençóis e Acuípe, e na região oeste perimetral a Rebio,


19

ocupando parte do bloco de floresta da matriz Rebio-RVS. Altos valores de aptidão

concentram-se nas áreas de mata avançada e média de maior tamanho e conectados

entre si e a Rebio de Una.

Figura 2. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para ao objetivo


(i) Proteger Espécies Ameaçadas.

O mapa de aptidão para o objetivo (ii) Conservar a Vegetação (Figura 3)

apresenta quatro valores de aptidão, conforme a CLP dos critérios e pesos da

Tabela 2. As áreas com maior aptidão (255 em pink) são as APP, cobertas ou não

por vegetação, mata avançada (195 em laranja), seguido da mata média (136 em

amarelo) e mata inicial e campo de restinga (76 em verde). Esses resultados

refletem os pesos atribuídos conforme a legislação ambiental, que restringe o uso e

a supressão de matas ciliares, manguezal, mata avançada, restinga e entorno de

corpos d´agua.
20

Fig. 3. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para ao objetivo (ii)
Conservar a Vegetação.

A Figura 4 apresenta o mapa de aptidão referente ao objetivo (iii) Assegurar

Usos Sustentáveis obtida da CLP da Tabela 1. Os maiores valores de aptidão são na

faixa litorânea, abrangendo a praia Ilha do Desejo localizada na foz do rio Acuípe, a

praia de Lençóis, a foz do rio Una denominada barra da Dependência e as lagoas do

Mabaço (Figura 4). A porção oeste da UC apresenta altas aptidões nas áreas de

cabruca próximas ao distrito de Colônia e à rodovia BA 676.


21

Figura 4. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para ao objetivo


(iii) Assegurar Usos Sustentáveis.

O mapa de aptidão para o objetivo (iv) Conter Expansão Urbana (Figura 5)

indica às áreas suscetíveis a ocupação desordenada, obtida da CLP da Tabela 5. Os

maiores valores de aptidão (150 a 255) são nos arredores da Vila de Lençóis e Vila

Brasil, que abrangem áreas urbanas, manguezal, mata avançada, média e inicial. As

altas aptidões na região sudoeste deve-se, principalmente, à influência das áreas

urbanas do município de Una, distrito de Colônia e rodovia estadual BA 676.


22

Figura 5. Mapa de aptidão das áreas do RVS de Una para o objetivo


Ordenar a Ocupação.

3.2 Zonas de manejo

A tabela 8 apresenta as zonas de manejo resultado da classificação do mapa


multiobjetivo.

Tabela 8. Zonas e respectiva extensão territorial, objetivo, porcentagem de


cobertura florestal e porcentagem de usos diversos.
Área Área Cobertura Usos
ZONA Objetivo
(ha) do RVS florestal diversos

PROTEÇÃO 9.361,6 40% Proteger Espécies Ameaçadas 81% 19%

CONSERVAÇÃO 8.659,5 37% Conservar Remanescentes 74% 26%

USO EXTENSIVO 3.510,6 15% Assegurar Usos Sustentáveis 17% 83%

CONTENÇÃO URBANA 1.872,3 8% Conter Expansão Urbana 18% 82%


_ - -
TOTAL 23.404 100%
23

A zona de Proteção possui maior extensão territorial e os maiores

fragmentos florestais do RVS de Una. A cobertura florestal dessa zona é formada

de mata avançada e média (81%). Além disso, possui áreas de pasto e agricultura

limítrofes aos remanescentes florestais. Essa zona tem a função de proteger e

recuperar áreas de habitats potenciais das populações de L. chrysomelas e S.

xanthosternos na Rebio e RVS de Una.

A zona de Conservação, localizada no entorno da zona de Proteção, abrange

porção oeste da UC e grande parte da faixa costeira. Essa zona abriga 100% das

áreas de manguezal e 90% das áreas de restinga do RVS, além de fragmentos

florestais menores de mata média e avançada. A referida zona tem papel

fundamental na conservação e recuperação das APP e dos fragmentos florestais que

envolvem a zona de Proteção e parte da zona costeira.

A zona de Uso Extensivo está localizada próxima ao limites externos da

UC. Essa zona possui 83% da sua área constituída de uso antrópico. A cabruca

(49%) é o principal uso da terra, seguido da agricultura (19%) e pasto (15%). A

cobertura florestal dessa zona é formada, principalmente, por áreas de mata incial,

além de pequenas áreas de restinga e manguezal próximas às praias de Lençóis e

Una. A referida zona tem a importante função de estimular a agricultura ecológica

(May & Trovatto, 2008) e a visitação pública para conscientização ambiental e

geração de renda local.

A zona de Contenção Urbana está localizada próxima as vilas: Brasil,

Acuípe, Lençóis e cidade de Una. Essa zona é formada principalmente por áreas

urbanas, mata inicial, campo de restinga e pastos. Além disso, abriga áreas menores

de mata avançada, média e restinga. A referida zona tem a função de ordenar a


24

expansão urbana e estabelecer procedimentos de controle à instalação de

residências e ao parcelamento do solo.

Figura 6. Mapa multiobjetivo classificado em zonas de manejo.

4. Discussão

Decisões de gestão são fortemente influenciadas pela legislação, tamanho da

UC, informações disponíveis e capacidade de coletar dados. Possíveis lacunas de

conhecimento podem ser preenchidas na ADMC por meio de opiniões de

especialistas e conhecimento experiencial. O zoneamento proposto pode ser

aperfeiçoado por consultas aos moradores locais ou à comunidade científica para

aprimoramento dos critérios e pesos inerentes aos objetivos. Visto que, a Análise

Hierárquica (AH) empregada possibilita acomodar diferentes opiniões, envolve


25

julgamentos subjetivos, prevê medidas de consistência e é bastante aplicada a

grupos de decisão relativa ao uso da terra (Stewart, 1992; Zhang et al., 2013).

Os mapas de adequabilidade de habitats, calculados com o modelo Maxent,

foram os critérios determinantes na definição da zona de Proteção. Esse modelo

tem demonstrando ser um importante subsídio à gestão de áreas naturais e às UC

(McCarthy, Wibisono, McCarthy, Fuller, & Andayani, 2015; Trisurat,

Bhumpakphan, Reed, & Kanchanasaka, 2012).

As zonas de Uso Extensivo e de Contenção Urbana foram originárias dos

objetivos que receberam menores pesos (0.2 e 0.1, respectivamente) e a área

requerida de 23% da UC (Tabela 6). O resultado da AMO demonstrou que ambas

as zonas abrigam 81% dos usos antrópicos do RVS. Tais áreas possuem cabruca

(32%), pastos (33%), agricultura (16%) e área urbana (1%) que devem ser

manejadas de forma a minimizar impactos a biodiversidade e produzir renda aos

moradores locais. A agricultura ecológica e o ecoturismo são atividades que podem

conciliar conservação da natureza e geração de renda local.

As zonas de Proteção e Conservação receberam maiores pesos e tamanho de

área requerida (Tabela 6). Juntas, essas zonas possuem maior extensão (77%) do

que a cobertura florestal do RVS de Una (63%). Portanto, além das áreas de

vegetação, foram incluídas nos seus limites 3019 ha de pasto e 554 ha de

agricultura. A efetivação do zoneamento, e possivelmente do RVS de Una,

depende da adequação dessas áreas aos objetivos das respectivas zonas.

Diante desse impasse, esta análise de decisão tentou ir além das

racionalidades do problema e buscou soluções alternativas, segundo recomendações

de Mendoza & Martins, 2006 e Rosenhead & Mingers, 2002.


26

4.1 Soluções alternativas

A questão-chave do RVS de Una é conciliar uso da terra à proteção dos

primatas ameaçados de extinção protegidos pela Rebio (Timmers, 2009). Diversas

pesquisas com as populações dessas espécies na Rebio e entorno oferecem valiosos

subsídios à gestão do RVS de Una (Flesher, 2015; Gouveia, 2009, Holst et al.,

2006, Oliveira, Hankerson, Dietz, & Raboy, 2010, Oliveira, Neves, Raboy, &

Dietz, 2011, Nascimento et al., 2007, Raboy, Christman, & Dietz, 2004, Rylands,

Kierulf, & Pinto, 2008). É sabido que áreas sob distúrbio antropogênico, como

pastagens e monoculturas, podem isolar espécies arborícolas e afetar negativamente

sua estrutura genética populacional (Estrada, Raboy, & Oliveira, 2012; Ewers &

Didham, 2006; Gibbs, 2001; Pinto & Rylands, 1997). Por outro lado, alguns

sistemas agroflorestais podem funcionar como habitats, trampolins ou corredores

ecológicos a primatas dentro de uma matriz florestal (Flesher, 2015; Oliveira,

Hankerson, Dietz, & Raboy, 2010; Raboy, Christman, & Dietz, 2004).

O principal sistema agroflorestal no RVS de Una é a cabruca, apontada

como um elemento prioritário para a conservação dos mamíferos da Mata Atlântica

Central (ICMBio, 2010). Para tanto, deve ser manejada de forma a reforçar as

características da qualidade do habitat a fauna silvestre. Ocos de árvores, troncos

caídos, cupinzeiros, epífitas, trepadeiras, árvores nativas para sombreamento, ramos

e outras estruturas usadas pela fauna devem ser conservados. A poda de copas deve

ser evitada para permitir a conectividade do dossel e facilitar o movimento de

espécies arborícolas, assim como, deve-se evitar o uso de agrotóxicos para

favorecer o controle biológico natural por invertebrados fitófagos (Cassano et al.,

2014).
27

Com base nessas informações, propormos às zonas de Proteção e

Conservação a adequação das áreas de pasto e agricultura por manejos agrícolas

que propiciem a qualidade de habitat ao L. chrysomelas e S. xanthosternos.

4.3. Desenho do zoneamento

Galante et al. (2002) recomendam para o zoneamento de algumas categorias

de UC o estabelecimento de uma zona intangível, sem intervenção humana, para

preservação dos ecossistemas. Essa zona funciona de matriz de repovoamento de

outras zonas, onde são permitidas atividades humanas. Dudley (2008) recomenda a

criação de uma zona “hard” quando sua área é claramente delimitada e reconhecida

por meios legais, além de possuir objetivos de gestão bem definidos.

A criação de uma zona intangível no RVS de Una requer justificativa da

incompatibilidade da presença de moradores e consequente desapropriação de

dezenas de famílias. Tal providência geralmente acarreta grandes conflitos sociais,

altos custos aos cofres públicos e, em alguns casos, o aumento da pressão sobre os

ecossistemas (Redford & Fearn, 2007).

O zoneamento proposto buscou atender as recomendações supracitadas e o

esquema conceitual de Noos & Harris (1986), que propõe uma rede que interliga

usos múltiplos da terra às áreas de alto valor ecológico. Nesse estudo de caso, a

Rebio de Una desempenha o papel de zona intangível, ou zona “hard”, e as zonas

do RVS, com diferentes gradações de usos, devem permitir uma expansão

(suplementação) das áreas potencialmente adequadas às espécies-alvos.

5. Conclusão

Embora este estudo não encerre completamente o zoneamento do RVS de

Una, concluíram-se as seguintes contribuições da ADMC: (1) forneceu maior


28

entendimento aos problemas de gestão da UC, (2) consolidou e sistematizou

informações sob a forma de mapas e esquemas, (3) ofereceu uma estrutura de

zoneamento que pode ser validada e/ou aperfeiçoada pelos planejadores e (4)

conduziu a soluções que são congruentes com conceitos da biologia da

conservação.

A partir desse estudo de caso corrobora-se que modelagens em SIG

(ADMC, AMO e Maxent) podem oferecer importantes subsídios ao planejamento

de UC. Ao invés de decisões prontas ou soluções corretas, oferecem melhor

compreensão dos impasses de gestão que, potencialmente, empoderam e conduzem

os planejadores à busca de soluções.

6. Recomendações

No território do RVS de Una, é recomendado o manejo das cabrucas de

forma a reforçar a qualidade dos habitats, a proibição do uso do fogo e agrotóxicos.

Na zona de Proteção, é orientada a interdição da criação de gado, além da

substituição gradativa da agricultura e das pastagens por SAF baseado em árvores

do estrato arbustivo ou dominante. Na zona de Conservação, é sugerido substituir

as pastagens por sistemas silviagrícolas ou agrossilvipastoris, assim como a

agricultura por SAF baseado em árvores do estrato arbustivo ou dominante. Na

zona de Uso Extensivo, é recomendada a regularização das APP com prioridade

para a zona costeira, onde ocorrem os atrativos turísticos mais procurados da UC.

Na zona de Contenção Urbana, é indicada a adequação do Plano Diretor Municipal

no sentido de definir um tamanho mínimo de lote residencial rural. Além disso, é

recomendado o veto à instalação de loteamentos e atividades que descaracterizem a

paisagem rural. A adesão dessas medidas pode ser potencializada com programas

de extensão rural direcionada às normas da UC, elaboração de acordos com


29

agricultores, incentivos a certificações e ao mercado de produtos “amigáveis a

floresta” entre outras iniciativas.

7. Referências

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36

III. CONCLUSÃO GERAL

A ADMC permitiu testar inúmeras combinações de critérios e pesos para o


atendimento do objetivo determinado, demostrando ser uma técnica flexível e
dinâmica que pode ser empregada conforme a gestão da UC.
Os 15 critérios e os respectivos pesos adotados, apesar das limitações
intrínsecas da modelagem de habitat e do mapa de usos da terra, mostraram-se
satisfatórios na avaliação da aptidão das áreas para os objetivos desejados.
A partir da legislação ambiental, do mapa do uso da terra e da aplicação de
conceitos da biologia da conservação, a ADMC permitiu elaborar uma estrutura de
zoneamento que pode ser validada e/ou aperfoiçoada pelos planejadores.
Nessa perspectiva, almeja-se que este zoneamento possa contribuir na
elaboração do plano de manejo do RVS de Una e ajudar outras UCs a enfrentar o
desafio de conciliar diferentes objetivos de gestão.
37

V. OBJETIVOS E NORMAS DAS ZONAS PROPOSTAS PARA O ZONEAMENTO DO RVS DE UNA, UNA, BAHIA.
Área: 9.361,6 ha Grau de proteção:
ZONA de PROTEÇÃO
% Área: 40 Alto
Definição Representam áreas de habitats potenciais das espécies Leonthopitecus chrysomelas e Sapajus xanthosternos e
áreas circunvizinhas com alta aptidão para a proteção dessas espécies.
Objetivo Proteger as populações de L. chrysomelas (mico-leão-da-cara-dourada) e S. xanthosternos (macaco-prego-do-
peito-amarelo).
Objetivos específicos  Conservar e recuperar qualidade de habitats;
 Promover a conectividade do dossel;
 Serem áreas prioritárias para a implantação de projetos de pesquisas, monitoramento e controle ambiental;
 Atuar complementando a Reserva Biológica de Una.
Adequações Usos Permitidos Restrições
 Substituição gradativa da agricultura
 Pesquisa científica;  Construção de residências e estruturas
convencional e das pastagens por SAFs* de
somente em áreas abertas (sem
estrutura e composição baseado em árvores do
vegetação arbórea ou arbustiva)
estrato arbustivo ou dominante.
 Visitação pública com fins mediante a autorização direta do órgão
educativos. gestor da UC;
 O sombreamento das cabrucas deve priorizar
espécies arbóreas nativas utilizadas pelos L.
 Proibido uso de fogo;
Chrysomelas e S. xanthosternos.

 O manejo das cabrucas deve conservar epífitas,  Proibido agrotóxicos e fertilizantes


ocos de árvores, troncos caídos, trepadeiras, sintéticos;
ramos e outras estruturas naturais usadas pela
 Proibido criação de gado para corte
fauna silvestre.
comercial.
38

Área: 8.659,5 ha Grau de proteção:


ZONA de CONSERVAÇÃO
% Área: 37 Alto

Definição Representam os remanescentes florestais no entorno da zona de Proteção, as áreas protegidas pela lei da Mata
Atlântica, além de áreas circunvizinhas antropizadas localizadas na faixa costeira e porção oeste do RVS.

Objetivo  Promover a conectividade da paisagem e o fluxo gênico.

Objetivos específicos  Adequar o uso da terra de forma a propiciar a conectividade da paisagem;

 Assegurar a regeneração natural ou induzida das APP;

 Determinar a averbação de Reservas Legais.

Adequações Usos Permitidos Restrições

 Reservas legais instituídas na UC, exceto na  Pesquisa científica;  Proibido uso de fogo, agrotóxicos e
zona de Proteção, serão automaticamente fertilizantes sintéticos.
incluídas nessa zona.

 Substituição gradativa das pastagens por  Visitação educativa, turismo rural e  Criação de animais para corte
sistemas silvipastoris ou silviagrícolas. ecológico de baixo impacto. comercial, exceto em sistemas
silvipastoris ou agrossilvipastoris;
 Substituição gradativa da agricultura  Construção de infraestrutura na faixa  Construção de residências
tradicional por SAF* de estrutura e costeira da UC destinada ao turismo condicionada a áreas abertas ou de
composição baseado em árvores do estrato ecológico e rural. mata inicial mediante autorização do
arbustivo ou dominante. órgão gestor do RVS;
* SAF: sistema de uso da terra nos quais espécies perenes lenhosas (árvores, arbustos, palmeiras e bambus) são intencionalmente utilizadas e manejadas em associação com
cultivo agrícolas e/ou animais consorciada a pelo menos uma espécie florestal (BRASILIA, 2008).
39

Área: 3.510,6 ha Grau de proteção:


ZONA de USO EXTENSIVO
% Área: 15 Médio

Definição Representam as áreas antropizadas onde podem ser desenvolvidas atividades privadas e usos da terra
amigáveis a conservação, considerando as potencialidades locais.

Objetivo Propiciar a adequação dos usos da terra por manejos e práticas agrícolas compatíveis à conservação da
biodiversidade.
Objetivos específicos  Promover a visitação pública;
 Propiciar a implantação da agricultura ecológica;
 Tornar a UC uma ferramenta de sensibilização para a conservação da natureza.

Adequações Usos Permitidos Restrições

 Fomento ao manejo integrado da  Pesquisa científica e educação ambiental.  Proibido uso de agrotóxicos e
propriedade rural. fertilizantes sintéticos;

 Regularização das APP com ênfase  Visitação pública de base comunitária para  Construção de residências condicionada
na zona costeira. fins recreativos, cultural e ecológico; autorização do órgão gestor do RVS.
 Substituição gradativa da  Construção infraestrutura destinada às  Proibida atividades que alterem e
agricultura tradicional por SAF, atividades de lazer e recepção de descaracterizem a paisagem rural;
com destaque a produção de cacau visitantes;
e piaçaba.
 Incentivo a adesão ao Programa  Sinalização para a proteção do patrimônio  Proibido carro de som, construção de
de Aquisição de Alimentos do RVS, à interpretação ambiental e à barracas ou qualquer infraestrutura,
(PAA), certificação orgânica e segurança e orientação do visitante; mesmo que provisória, em áreas de
Selo de Origem do Mercado praias, barragens de rios, restingas e
Mata Atlântica. manguezais;
40

Área: 1.872,3 ha Grau de intervenção:


ZONA de CONTENÇÃO URBANA
% Área: 8 Alto

Definição Corresponde às áreas muito suscetíveis a ocupação desordenada nas proximidades de Vila Brasil, Acuípe,
Lençóis e das rodovias estaduais BA 001, BA 668 e BA 676.
Objetivo Conter a expansão urbana desordenada.
Objetivos específicos  Estabelecer procedimentos de controle à instalação de residências e ao parcelamento do solo;
 Delimitar áreas para a expansão de vilas e núcleos urbanos;
 Mitigar impactos oriundos de obras e serviços.

Adequações Usos Permitidos Restrições


 Definir um tamanho mínimo  Instalar infraestrutura de serviços para  Proibido atividades que alterem e
de lote residencial recepção de visitantes (restaurantes, bares e descaracterizem a paisagem rural.
considerando um marco souvenires).
temporal.

 Regularizar as APP.  Implantação de quintais agroflorestais nas  Proibida atividades degradadoras/poluidoras ou


residências e nas escolas rurais. potencialmente causadoras de degradação/
poluição ambiental.

 Sensibilização da população local sobre a  Obras de terraplanagem e aterros, exceto as


importância e regras da UC. destinada à implantação de infraestrutura de
interesse social.

 Proibido a implantação de loteamentos


urbanos.
41

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43

VI. APÊNDICE

Critérios normalizados de cada objetivo:

(i) Proteger Espécies Ameaçadas.

Registro de presença

Aptidão
(bytes)
0
0
64
64
128
128
191
191
255 255

Mapa de adequabilidade de habitat L. chrysomelas. Mapa de adequabilidade de habitat S. xanthosternos.

(ii) Conservar Remanescentes

Aptidão
(bytes)

255

Área de preservação permanente. Mata avançada.

Mata média. Mata inicial e campo de restinga.


44

(iii) Promover Usos Sustentáveis

Atrativos turísticos. Cabruca. Distância do bloco de floresta.

Proximidade das estradas vicinais. Agricultura

(iv) Ordenar a ocupação

Proximidade das áreas urbanas. Distância do bloco de floresta.

Aptidão
(bytes)

255

Campo de restinga e mata inicial. Proximidade das rodovias.


45

Normas para citações e referências bibliográficas da revista Journal Nature for


Conservation (APA 6° edição).

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