Apostila Massagem Desportiva

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Cedup Chapecó

Professora: Beatriz Pandolfo


Apostila principal de Técnicas de Massoterapia
Aplicada

I. MASSAGEM DESPORTIVA

As massagens desportivas são utilizadas na preparação


dos esportistas para a atividade, nos intervalos da atividade ou
depois da atividade. São utilizadas diversas manobras de
massagem: desintoxicantes, estimulantes, calmantes e
tonificantes, a fim de promover ganhos no rendimento e
qualidade do treino dos atletas.

As manobras de massagem, assim como a velocidade e


pressão empregadas, devem ser coerentes com o objetivo e
efeito fisiológico almejado conforme o período em que for
aplicada:

1. Antes da atividade física serão utilizadas as manobras de


massagem estimulante.
2. Depois da atividade física a massagem desintoxicante é a
mais indicada.
3. A massagem calmante deve ser utilizada em locais dolorosos
e no período de recuperação de lesões (quando indicada).
4. A massagem tonificante é usada em períodos de preparação
física do esportista.

1. Posição Para Execução das Manobras:


Não há garantia de que existirá uma cama de tratamento
disponível ao utilizar a massagem no esporte. Assegure-se
sempre de que o terapêutas seja hábil para realizar todas as
técnicas necessárias com a maior facilidade e que a pessoa que
recebe esteja o tempo todo quente e confortável.

2. Limpeza:
Os participantes não podem entrar em uma arena de
competição cobertos por óleo. Um jogador de basquete com
óleo nas coxas pode passá-lo para as mãos com desastrosos
resultados. Sabão, água e/ou loção adstringente deverão estar
disponíveis na sala de tratamento.

3. Avisar o Paciente:
Mesmo que o participante faça massagens freqüentes ,
sempre avise-o sobre o que esperar como resultado dessa
sessão, por exemplo, a massagem estimulante pire- competição
pode induzir a uma sensação de calor mas as regras de
aquecimento ainda precisam ser observadas.

4. Acupressura:
Na massagem desportiva a acupressura tende a ser para
pontos deflagrados específicos. Esses pontos são identificados
como tensos, algumas vezes duros, e sempre produzindo dor no
músculo.
Depois que o ponto a ser tratado foi identificado, o dedo ou
polegar é usado para aplicar pressão naquele ponto específico.
A técnica é semelhante àquela usada nas fricções circulares
mas apenas um dedo ou ponta do polegar é usado. Existem
muitas opiniões quanto ao tempo de pressão que deve ser
mantido.Uma pressão firme acompanhada com um movimento
circular delicado aplicado por, no máximo, um minuto, relaxado
e reaplicado três ou quatro vezes, dá bons resultados. O
objetivo é tentar obter o relaxamento muscular no mais curto
espaço de
tempo possível, tornando assim essa técnica muito útil
imediatamente antes da atividade, removendo pontos
determinados de tensão do músculo.

5. Massagem com Gelo:


O uso da Crioterapia (terapia com uso de frio) se faz útil
para processo inflamatórios agudos. A aplicação do gelo nos
locais agudamente inflamados produz analgesia, diminui
espasmo muscular, incrementa o relaxamento, permite
mobilização precoce, quebra do ciclo dor- espasmo-dor,
diminui o metabolismo. Atua
como um anti-inflamatório
natural. O método mais conveniente de aplicação da
massagem com gelo é usar um copo de polietileno que foi
enchido com água depois congelado. Corta-se um anel de 1,25
cm do topo do copo e então massageia-se a área machucada
com o gelo. Se for uma área menor, um cubo de
gelo envolto em um pano é suficiente.

6. Massagem Desportiva Específica:


A massagem desportiva específica é aplicada por uma
razão determinada e pode ser usada em seis situações
diferentes
(1) Massagem no condicionamento
(2) Massagem como tratamento
(3) Massagem pré-competição
(4) Massagem intercompetição
(5) Massagem pós-competição
(6) Massagem pós-viagem
6.1. Massagem no
Condicionamento: Indicação
de Massagem:
Desintoxicante
Pode ser realizada no corpo inteiro, parte por parte, uma
meia hora, meio corpo de meia hora a três quartos de hora. Essa
massagem pode ser feita diariamente durante o período de
condicionamento, com a primeira massagem sendo realizada no
dia anterior do primeiro dia de treinamento pesado.
Objetiva:
(1) Para promover recuperação de uma dura sessão de
treinamento. Espera-se, após um turno de exercícios, que o
desportista experimente várias dores e uma sensação de
membros pesados. A massagem pode ser valiosa nesse
período (Massagem Desintoxicante).
(2) Para evitar o SMIR - sofrimento muscular de início retardado
(Massagem Desintoxicante).
(3) Efeito Psicológico: Nesse duro período de treinamento para
um desportista, uma massagem realizada por um bom
profissional pode fazer uma vasta diferença para seu bem-
estar contínuo e pode realçar os benefícios do período de
condicionamento.
6.2. Massagem como Tratamento:

Indicação de Massagem: Calmante ou Terapêutica


A massagem é utilizada como um tratamento para lesões
esportivas, podendo ser realizada depois de 48 horas, se toda a
hemorragia e inchaço tiverem cessado. No caso de hematoma,
depois de quatro dias ou dependendo da tolerância do paciente.
Objetivos:
(1) Estimular a circulação: Após 48 horas do trauma é
importante limpar os fragmentos do incidente e remover o
excesso de fluido do tecido.
(2) Promover a recuperação da lesão
(3) Quebrar aderências
(4) Promover flexibilidade: Sempre massagear as áreas
proximais e depois as áreas distais do corpo antes de
concentrar-se adequadamente na área do tratamento.

Duração: Dependendo da área e da sensibilidade da área a


ser tratada, entre 10 a 30 minutos. O tratamento o pode ser
usado diariamente dependendo do nível de desconforto do
paciente.

6.3. Massagem Pré-Competição:

Indicação de Massagem: Estimulante


O aquecimento é a preparação do corpo para a atividade
física. Os objetivos são elevar a temperatura do corpo,
preparando assim os músculos para o exercício, auxiliando
assim a execução de alongamentos específicos necessários
para qualquer desempenho. A massagem é realizada de forma
rápida e profunda. Possui efeitos psicológicos. É um bom
momento de reforçar mensagens de otimismo e acalmar
temores sobre medo de lesões e o estado dos adversários.

6.4. Massagem Pós-Competição:

Indicação de Massagem: Desintoxicante


Objetiva eliminar os resíduos do corpo. Permitindo que as
funções do corpo voltem ao normal. No fim de qualquer período
de atividade física o sistema cardiovascular talvez esteja
trabalhando excessivamente, como forte resultado da cessação
da atividade a pressão pode cair subitamente. A massagem,
especialmente o deslizamento centrípeto é muito útil para
restaurar a normalidade. Promove a eliminação de resíduos
metabólicos musculares adquiridos pela forte carga da
atividade física. Também auxilia na redução de dor e nódulos de
tensão, havendo a suspeita de lesão tecidual, pode-se aplicar a
massagem com gelo. Utiliza-se manobras de massagens
profundas e lentas.
Também tem efeito psicológico agregado.

6.5. Massagem Pós-Viagem:

Indicação de Massagem: Relaxante ou Terapêutica


Os problemas mais freqüentes destacados após longos
períodos de viagem são as sensações generalizadas de rigidez,
dores especialmente nas costas, pescoço e ombros e inchaço
na parte inferior das pernas e pés.
A massagem nesse caso objetiva melhorar a circulação venosa
e linfática e assim remover inchaço e rigidez. O alongar dos
tecidos, para remove dores e aumenta a flexibilidade. Enfim
esta massagem visa restabelecer o equilíbrio do corpo e
sensação de bem-estar.

7. Massagem Esportiva Não –Específica:

Indicação de Massagem: Relaxante ou Tonificante


Essa massagem ocorre nos períodos onde não há
competições. Nessas ocasiões o atleta continuará mantendo o
corpo em um estado de preparação para as atividades do futuro.
Objetiva aumentar uma sensação de bem-estar geral, promover
relaxamento, monitorar as condições da musculatura do atleta.
Para a manutenção da musculatura num melhor estado de
nutrição e contratilidade muscular pode-se utilizar a massagem
tonificante neste período.

8. Tipos de Massagem Aplicadas no Esporte:

8.1. Massagem Desintoxicante


No trabalho muscular há queima de materiais nutrícios
aportados pelo sangue, essa combustão é acompanhada por
uma produção de resíduos metabólicos.
Num trabalho moderado, esses resíduos são evacuados a
medida que se produzem, e são drenados pelo sangue até serem
eliminados pelos órgãos excretores.
Já num trabalho mais intensivo, a eliminação dos resíduos não
consegue seguir o ritmo de sua produção. Então as toxinas se
acumulam no músculo provocando fadiga. Neste caso é
necessário um período de repouso para a eliminação das
substâncias responsáveis pela fadiga. Para fim de uma
recuperação mais rápida do atleta após uma atividade física,
deve ser aplicada uma massagem lenta e profunda no sentido
centrípeto, pois esta promove uma melhor circulação venosa e
linfática auxiliando na desintoxicação muscular, promove
também ao atleta uma sensação de bem estar e relaxamento.

Modo de Aplicação da Massagem Desintoxicante:


● Velocidade lenta
● Pressão profunda
● Sentido centrípeto e gânglios linfáticos
● Duração média de 30 a 60 minutos
● Pode ser aplicada no corpo todo, dando-se ênfase aos
grupos musculares mais exercitados

Manobras de Massagem Desintoxicante:


● Deslizamento suave
● Deslizamento profundo
● Bracelete, Torção
● Amassamento
● Fricção
● Pressão com a mão
● Pressão com o punho cerrado
● Vibração

8.2. Massagem Estimulante

Um músculo são, em momentâneo repouso é alimentado


por uma pequena quantidade de sangue e sua temperatura é de
37°C, aproximadamente. Quando está em plena ação, a massa
sanguínea que os irriga aumenta consideravelmente e pode ser
até 8 vezes mais forte. Por essa razão compreende-se que o
músculo não pode passar bruscamente da inatividade para um
trabalho intenso. A massagem enérgica e breve é um meio
natural de se promover essa transição. Com e massagem
estimulante pode-se acelerar a circulação e estimular o sistema
nervoso de forma gradual, preparando o organismo para uma
atividade física mais intensa.

Modo de Aplicação da Massagem Estimulante:


● Velocidade Rápida
● Pressão Profunda

● Duração média 5 -6 minutos


● Trabalha-se os grupos musculares mais exercitados

Manobras de Massagem Estimulante:

● Deslizamento Superficial
● Deslizamento Profundo
● Amassamentos
● Fricções
● Fricções com o punho cerrado
● Pinçamento
● Percussões: Tapotagem e Batimentos
● Sacudidas

8.3. Massagem Tonificante

Um músculo em repouso permanente (como é o caso de


uma imobilização por fratura, por exemplo) tende a atrofiar-se
rapidamente. Por razão de sua inatividade, a célula muscular
não absorve os materiais nutritivos do aporte sangüíneo.
Ocasionando uma diminuição das propriedades fisiológicas de
elasticidade, contratilidade e tonicidade do músculo.
Se aplicado sobre o músculo uma massagem rápida,
enérgica, prolongada e repetida se consegue melhorar
progressivamente a contratilidade muscular. O melhores
resultados são observados quando o utiliza-se a massagem
tonificante associada ao exercício físico.
A massagem tonificante se distingue da massagem
estimulante por sua ação mais prolongada.

Modo de Aplicação da Massagem Tonificante e Manobras


de Massagem Tonificante:

● Idem Massagem Estimulante, porém o tempo de duração é


mais prolongado, cerca de 10 a 15 minutos.

8.4. Massagem Calmante:

É uma massagem superficial e lenta sobre uma região


dolorosa onde consegue-se mais ou menos rapidamente a
sedação da dor. Ao aplicar uma massagem suave e progressiva
sobre músculos contraídos e sobre nervos muito excitados,
tende-se a acalmá-los e relaxá-los.

Modo de Aplicação da Massagem:

● Velocidade lente
● Pressão Superficial
● Realizada sobre regiões dolorosas (onde não haja processo
inflamatório agudo)
● Pode ser aplicada senão encima da região lesionada, acima
desta
● Duração média 10 minutos

Manobras de Massagem Calmante:

● Deslizamentos suaves
● Fricções Suaves
IV. Vibração

II. MASSAGEM
1. Introdução TERAPÊUTICA
Massoterapia – massagem terapêutica – pode ser definida como
o uso de diversas técnicas manuais que objetivam promover o
alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizar
estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema, prevenir a
deformidade e promover a independência funcional em uma
pessoa que tem um problema de saúde específico (De
Domenico).
Em 1952, Gertrude Beard (1887-1971) escreveu que massagem
“é o termo usado para designar certas manipulações dos
tecidos moles do corpo; estas manipulações são efetuadas com
maior eficiência com as mãos e são administradas com a
finalidade de produzir efeitos sobre os sistemas nervoso,
muscular e respiratório e sobre a circulação sangüínea e
linfática local e geral”.

2. Histórico
A massagem tem sido usada nas técnicas de cura do
Oriente há milhares de anos. Nas pinturas murais, na arte
tumular, na cerâmica, em xilografias e desenhos ficou o registro
do uso das técnicas de massagem na China, Japão, Egito e
Pérsia (Irã) há mais de 5.000 anos. No Ocidente, a massagem
era utilizada nas medicinas grega e romana – até mesmo
Hipócrates, o “pai da medicina”, recomendava “esfregar” para
ajudar o corpo.
O uso clínico da massagem desapareceu durante a Idade
Média, devido a imagem negativa que a Igreja passava do corpo
humano, e só foi retomado no século XVI, quando o cirurgião
francês Ambroise Paré começou a incentivar o retorno de sua
prática.

3. EFEITOS DA MASSAGEM
3.1. Efeitos mecânicos:
A massagem produz estimulação mecânica nos tecidos, por
aplicação rítmica de pressão e estiramento. A pressão
comprime os tecidos moles e estimula as redes de receptores
nervosos; o estiramento aplica tensão sobre os tecidos moles e
também estimula as terminações nervosas receptoras.
Na pele pode-se observar hiperemia e aumento da
temperatura em torno de 1 a 3°C devido à vasodilatação, além
da esfoliação de células mortas. Além disso, a massagem pode
auxiliar na cicatrização tecidual com o objetivo de prevenir a
formação de aderências.

3.2. Efeitos fisiológicos sobre o sistema circulatório:


A massagem pode aumentar transitoriamente o fluxo
sangüíneo.
O movimento da linfa nos capilares linfáticos depende de
forças externas ao sistema linfático, dessa forma, a massagem
pode beneficiar o fluxo linfático.

3.3. Efeitos fisiológicos sobre o sistema nervoso:


Métodos diferentes de aplicação da massagem fornecerão
variações sutis de input
aferente que sucessivamente podem causar vários efeitos como
sedação ou estimulação.
Os receptores de dor não são facilmente adaptativos, então
se substâncias químicas prejudiciais estiverem presentes como
resultado de uma lesão, os sinais de dor provavelmente serão
deflagrados e enviados para o SNC. A massagem usada
adequadamente em áreas periféricas acessíveis de dano, tem
um efeito positivo na redução da dor. Especula-se que sob
essas circunstâncias a massagem pode causar alterações na
circulação local de tal maneira que cause a redução ou
eliminação dessas substâncias nocivas causando analgesia.

3.4. Efeitos fisiológicos sobre o sistema musculoesquelético:


A massagem tem sido utilizada para promover o
relaxamento do músculo e, dessa forma, aliviar a dor causada
por tensão muscular.
A massagem possibilita que o músculo tenha uma maior
resistência para as suas contrações, podendo-se dessa forma,
realizar mais exercícios e assim desenvolver a força muscular.
Além disso, ela pode ser mais eficaz do que o repouso na
recuperação da fadiga após exercícios excessivos.
Através da massagem tenta-se manter os músculos no
melhor estado de nutrição, flexibilidade e vitalidade para que se
tenha uma melhor recuperação após algum traumatismo ou
lesão tecidual.
Também sugere-se que a massagem possa influenciar na
estimulação da neoformação vascular após fraturas ósseas
favorecendo a formação do calo ósseo.

3.5. Efeitos fisiológicos sobre o tecido adiposo:


Alguns pesquisadores aplicaram massagem vigorosa em
certas áreas da parede abdominal de animais, de forma intensa
o suficiente para causar pequenas hemorragias, constataram
que analisando microscopicamente as áreas massageadas e as
áreas não tratadas, não houve mudança no tecido adiposo das
áreas tratadas.

3.6. Efeitos fisiológicos sobre as vísceras:


A massagem abdominal pode aumentar o peristaltismo e
assim intensificar o esvaziamento do intestino. Algumas
porções do intestino grosso são bem constantes em sua relação
com a parede abdominal, assim a direção da passagem do
conteúdo do duodeno, cólon ascendente e cólon descendente, e
cólon sigmóide podem ser seguidas.

3.7. Efeitos psicológicos:


Um estudo de Weinberg & Kolodny (1988) investigou a
relação entre o exercício, a massagem e o aumento da
disposição. Os pesquisadores concluíram que a massagem
relacionou-se consistentemente ao aumento de humor positivo
transitório e ao bem-estar psicológico.
Ferrell-Torry & Glick (1993) investigaram que a massagem
pode modificar a ansiedade e a percepção de dor em pessoas
com câncer.
Outros estudos também demonstram que a massagem pode
produzir respostas positivas e benéficas ou nenhuma resposta
significativa, em vez de ter quaisquer efeitos prejudiciais.
Também é conhecido o efeito calmante da massagem
suave, mesmo quando não há comprometimento físico ou
patológico.
A atenção concentrada do fisioterapeuta para com o
paciente, combinado com a sensação física agradável,
freqüentemente estabelece uma relação de confiança, e o
paciente sente-se à vontade para revelar seus problemas,
preocupações, e fatos sobre sua saúde que ele pensava serem
mínimos para contá-los ao médico.
O fisioterapeuta deve agir como ouvinte e guardar toda a
informação revelada como confidencial. Deve ser cuidadoso em
prevenir que se crie muita dependência do seu relacionamento
e deve aconselhar ao paciente a revelar ao médico todos os
fatos sobre a sua saúde.
4. INDICAÇÕES
● Em transtornos musculoesqueléticos em geral.
● Em distúrbios circulatórios sob recomendação médica pelo
perigo de trombose venosa.
● Em transtornos reumatológicos.
● Em cicatrizes, evitando ou reduzindo aderências.
● Após períodos de imobilização.

5. CONTRA-INDICAÇÕES
● Desordens da pele, como o eczema, que poderiam ser
irritadas pelo aumento do calor da região ou pelo uso dos
lubrificantes.
● Quando infecções superficiais estiverem supurando.
● Na presença de tumores malignos.
● Na presença de cicatrizes recentes, não-curadas ou feridas
abertas.
● Em áreas de equimose, embora no quarto dia a massagem é
útil para o tratamento do hematoma.
● Uso de medicação anti-coagulante.

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS
● O profissional deve preparar-se a si mesmo antes do contato
com o paciente ficando atento à:
- Suas mãos: bem cuidadas, macias e limpas.
- Suas unhas: curtas e limpas.
- Seu cabelo: se for longo, mantê-lo sempre preso.
- Sua vestimenta: utilizar roupa confortável e um jaleco.
- Colares, anéis e pulseiras devem ser retirados.
● As mãos devem estar relaxadas e aquecidas quando em
contato com o paciente.
● O ambiente de tratamento deve ser aquecido e ventilado, mas
não com corrente de ar.
● Material de contato: pó, óleos, cremes, lubrificantes à base de
água...
● Antes e após a sessão podemos realizar a limpeza da área
tratada com álcool.
● O paciente sempre deve ser posicionado de forma que ele
fique confortável.
● LAVAR AS MÃOS ANTES E APÓS CADA ATENDIMENTO.

7. FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE MASSAGEM

DESLIZAMENTO Superficia
l Profundo
EFFLEURAGE
PÉTRISSAGE Amassam
(PRESSÃO) ento
Beliscame
nto
Torcedura
Rolamento da
pele
PERCUSSÃO Cutilada
Palmada
Batimento
Socament
o
VIBRAÇÃO
FRICÇÃO PROFUNDA Transvers
al Circular
7.1. Deslizamento
É realizado unidirecionalmente com toda a superfície
palmar de uma ou das duas mãos. É útil para dar início a uma
seqüência de massagem permitindo que o paciente se
acostume com a sensação transmitida pelas mãos do terapeuta
e para que o terapeuta possa sentir os tecidos do paciente.
O deslizamento pode ser realizado lentamente, para maior
relaxamento tecidual, ou rapidamente, para efeito estimulante.
Deslizamento superficial: lento e suave – efeito relaxante.
Deslizamento profundo: lento e com uma pressão maior –
efeito estimulante para a circulação sangüínea por isso
geralmente é realizado na direção do fluxo venolinfático (é
muito semelhante à effleurage).

Efeitos Terapêuticos:
➢ Possui efeito sedativo, aliviando a dor e o espasmo
muscular
➢ Quando executado de maneira rápida e suave exerce
um efeito estimulante das terminações nervosas
sensitivas, resultando num efeito generalizado de
revigoramento;
➢ O alisamento profundo pode causar a dilatação das
arteríolas nos tecidos superficiais e mais profundos;

Uso Terapêutico do Deslizamento:


➢ Auxilia no relaxamento local e geral,
o paciente se acostuma gradativamente
com o toque do terapeuta;
➢ Informar o terapeuta sobre as condições dos
tecidos do paciente;
➢ Auxílio da flatulência e no peristaltismo intestinal;
➢ Melhora do sono;

7.2. Effleurage
É um movimento de deslizamento lento, realizado com
pressão crescente e na direção do fluxo venolinfático (direção
centrípeta). Sempre que possível o movimento termina com uma
pausa definida, em um grupo de nodos linfáticos superficiais.
É útil para facilitar a circulação e para o acabamento de
uma seqüência de massagem.
É realizada com a superfície palmar de uma ou das duas
mãos, alternadamente ou de forma simultânea, sempre de distal
para proximal. Ao final de cada movimento, pode-se deixar que
as mãos retornem a sua posição inicial por meio de um
deslizamento suave, ou podem ser erguidas da superfície do
corpo, retornando “pelo ar” até a posição inicial.
Efeitos da Effleurage:
➢ O fluxo de sangue é impelido na direção do coração
através da pressão mecânica e quando a pressão é
relaxada, as válvulas existentes nas veias impedem o
fluxo retrógrado;
➢ Remoção de produtos do catabolismo pela melhor
circulação linfática;
➢ Estimula a circulação pelo aumento do fluxo nas veias
e linfáticos, aliviando a congestão nos capilares;
➢ Aumenta a mobilidade dos tecidos moles superficiais,
melhorando a amplitude do movimento;
7.3. Pétrissage (pressão)
Abrange diversos movimentos de massagem distintos que se
caracterizam por uma firme pressão aplicada aos tecidos.
Seus efeitos são: melhora do fluxo sangüíneo e linfático,
relaxamento muscular e analgesia.

7.3.1. Amassamento: músculos e tecidos subcutâneos são


alternadamente comprimidos e liberados. O movimento
ocorre em um sentido circular. Durante a fase de
pressão de cada movimento, a mãos (ou mãos) e a
pele se movem conjuntamente sobre as estruturas
mais profundas. Durante a fase de liberação
(relaxamento), a mãos (ou mãos) desliza suavemente
até uma área adjacente, e o movimento é repetido.
Visa a mobilização das fibras musculares e de outros
tecidos profundos promovendo o funcionamento
normal dos músculos.
Também tem utilidade na mobilização da tumefação
crônica, sobretudo nos locais em que esta tumefação
sofreu um processo de organização e está impedindo a
movimentação das articulações e do respectivo
membro.

7.3.2. Beliscamento: um ou mais músculos são agarrados,


erguidos dos tecidos subjacentes, comprimidos e
soltos (liberados). O agarramento e a liberação são
realizados em um movimento circular, habitualmente
na mesma direção das fibras musculares.
Visa aumentar a mobilidade muscular, facilitando o
movimento articular.

7.3.3. Torcedura: os tecidos são levantados com ambas as


mãos e comprimidos alternadamente entre os dedos e
o polegar das mãos em oposição. As mãos
movimentam-se alternadamente ao longo do eixo
longitudinal do músculo, operando transversalmente
às fibras musculares e estirando os tecidos.
Esta também é uma técnica realizada amplamente em
tecido muscular, com a finalidade de mobilização de
músculos individuais ou grupos de músculos visando
aumentar a mobilidade muscular, facilitando o
movimento articular.

7.3.4. Rolamento da pele: os tecidos subcutâneos são


rolados sobre as estruturas mais profundas visando a
mobilização entre a pele e as estruturas subcutâneas
facilitando o movimento articular que possa ter ficado
comprometido por uma imobilização excessiva da
pele.
As mãos repousam completamente, lado a lado, sobre
a superfície cutânea, com os polegares esticados e
afastados o mais longe possível. Os dedos estendidos
arrastam os tecidos na direção dos polegares
produzindo uma prega de pele entre os dedos e os
polegares. Em seguida, os polegares comprimem os
tecidos na direção dos dedos rolando-os em torno
daquela parte do corpo em um movimento ondular.

Efeitos da Petrissage:
Sobre a circulação:
➢ Pela compressão e relaxamento alternados dos
músculos, das veias, e dos vasos linfáticos (tanto
superficiais quanto profundas) se esvaziam e se
enchem alternadamente, melhorando o fluxo de
sangue;
➢ Realizada de maneira vigorosa provoca vasodilatação
na pele, podendo aumentar a temperatura;
Nos Músculos:
➢ Aumenta irrigação sangüínea;
➢ Melhora da remoção dos resíduos não úteis do
metabolismo;
➢ De forma lenta e rítmica relaxa os músculos e reduz
a dor;

Na Pele e Tecidos Subcutâneos:


➢ Melhora sua elasticidade;

Uso Terapêutico da Pétrissage:


➢ Facilitar a circulação profunda e superficial em
determinada parte do corpo;
➢ Para mobilizar a contraturas musculares;
➢ Para mobilizar a pele e os tecidos subcutâneos;
➢ Para ajudar na resolução do edema crônico;
➢ Para ajudar e aliviar a dor e fadiga muscular;
➢ Promoção do relaxamento;

7.4. Percussão
Abrange vários movimentos distintos de massagem que se
caracterizam por partes variadas da mão golpeando os tecidos
em uma velocidade bastante rápida. Habitualmente, as mãos
operam alternadamente, os pulsos são mantidos flexíveis, de
modo que os movimentos são leves, elásticos e estimulantes.

7.4.1. Palmada: as mãos em concha golpeiam rapidamente


a superfície cutânea, comprimindo o ar e provocando
uma onda de vibração que penetra nos tecidos.
As palmadas são realizadas com rapidez visando
estimular os tecidos. Quando efetuadas sobre os
pulmões ajudam a mobilizar secreções.

7.4.2. Pancada ou batimento: é um movimento em que as


mãos fechadas golpeiam, alternadamente, a parte do
corpo, de modo que a região dorsal das falanges
médias e distais dos dedos e a região tênar e
hipotênar da mão entrem em contato com os tecidos.
Os objetivos são os mesmos da palmada.

7.4.3. Cutilada ou acutilamento: é um movimento realizado


com uma ou duas mãos, em que o bordo ulnar golpeia
a superfície da pele em rápida sucessão com o
objetivo de criar um efeito estimulante e vigoroso.

7.4.4. Socamento: é o movimento em que as bordas ulnares


das mãos frouxamente cerradas golpeiam
alternadamente e em rápida sucessão a superfície
corporal.

Efeitos da
Percussão:
Efeito
Mecânico:
➢ Aplicada adequadamente sobre o tórax, a
percussão pode auxiliar na eliminação do muco
aderida no trato respiratório;
Efeitos Reflexo:
A aplicação de cutiladas sobre os músculos espinhais
pode induzir a uma sensação geral de calor e
revigoramento.
Executada sobre as fibras musculares produz um
efeito de estiramento que reflexamente facilita a
contração muscular.

Uso Terapêutico da Percussão:


➢ Tratamento dos distúrbios crônicos do tórax;
➢ Efeito estimulante geral;
➢ Alivia a nevralgia após amputação, traumatismo ou
qualquer outro processo patológico;

7.5. Vibração e Agitação

Vibração: é uma técnica praticada com uma ou duas mãos


em que um delicado movimento de agitação ou tremor é
transmitido aos tecidos pela mãos ou pela ponta dos dedos.
Agitação: similar a vibração, porém é feito com mais vigor.

Efeitos da Vibração e Agitação:


➢ Quando aplicados sobre o tórax ajudam a eliminar o
muco;
➢ Sobre o estômago e intestino, as manipulações
mobilizam gases;
➢ Melhoram o edema;
➢ Sobre os nervos podem aliviar a dor;

Uso Terapêutico da Vibração e Agitação:


➢ Para os distúrbios torácicos crônicos, auxilia
expectoração;
➢ Alívio da flatulência;
➢ Remover edema crônico;
➢ Alívio de nevralgia;

7.6. Fricção Profunda (Fricções de Cyriax)


Consistem de movimentos breves, precisamente
localizados e profundamente penetrantes realizados em uma
direção circular ou transversal com o objetivo de mobilizar
tendões, ligamentos, cápsulas articulares e tecidos musculares
particularmente se estiverem presentes inflamações ou
aderências crônicas.
Para que seja obtido um firme contato com a pele não são
utilizados lubrificantes.

7.6.1. Fricção circular: é efetuada com a ponta dos dedos


ou com os polegares em movimentos circulares. Os
dedos devem ser pressionados obliquamente nos
tecidos, em seguida são mobilizados em pequenos
círculos se aprofundando ligeiramente a cada círculo
sucessivo. Desta forma, os tecidos superficiais são
mobilizados sobre os tecidos mais profundos. Ao ser
atingida a profundidade necessária (comumente após
três ou quatro círculos), a pressão é liberada
gradualmente, e os dedos são levantados e pousam
numa área adjacente.

Efeitos da Fricção:
➢ Causa vasodilatação;
➢ Auxilia em casos de dor crônica;

Uso Terapêutico da Fricção:

➢ Auxilia na redução da fibrose pós trauma. São úteis


para o tratamento de lacerações musculares,
lesões musculoesqueléticas
III. TERAPIAS MANUAIS

1) Flexibilidade
É a habilidade para mover uma articulação ou articulações
através de uma amplitude de movimento livre de dor e sem
restrições. Depende da extensibilidade dos músculos, que
permite que estes cruzem uma articulação para relaxar, alongar
e conter uma força de alongamento. Habilidade da unidade
musculotendínea para alongar-se enquanto um segmento
corporal ou articulação se move através da amplitude de
movimento.
Flexibilidade dinâmica
Refere-se à amplitude de movimento ativa de uma articulação.
Esse aspecto da flexibilidade depende do grau onde uma
articulação pode ser movida através de uma contração
muscular e da quantidade de resistência do tecido que é
encontrada durante o movimento ativo.
Flexibilidade passiva
É o grau onde uma articulação pode ser movida passivamente
através da amplitude de movimento disponível e depende da
extensibilidade dos músculos e tecidos conectivos que cruzam
e cercam a articulação.

2) Contratura
Encurtamento de um músculo ou outros tecidos que cruzam
uma articulação por hiperatividade muscular, o que resulta em
uma limitação na mobilidade articular.

3) Alongamento
Qualquer manobra terapêutica elaborada para aumentar o
comprimento de (alongar) estruturas de tecidos moles
patologicamente encurtadas e desse modo aumentar a
amplitude de movimento.
a) Alongamento passivo
Enquanto o paciente relaxado, uma força externa, aplicada
manualmente ou mecanicamente, alonga os tecidos encurtados.
b) Hiperalongamento
É um alongamento bem além da amplitude de movimento normal
de uma articulação e tecidos moles vizinhos, que resulta em
hipermobilidade.
A. Indicações
1. Quando a amplitude de movimento está limitada como
resultado de contraturas, adesões, e formação de tecido
cicatricial, levando ao encurtamento de músculos, tecido
conectivo e pele.
2. Quando as limitações podem levar à deformidades
estruturais (esqueléticas), que podem ser prevenidas.
3. Quando as contraturas interferem com as atividades
funcionais cotidianas ou com a assistência de
enfermagem.
4. Quando existe fraqueza muscular e retração nos tecidos
opostos. Os músculos retraídos devem ser alongados
antes que os músculos fracos possam ser efetivamente
fortalecidos.

B. Precauções:
1. Não force passivamente uma articulação além de sua
amplitude de movimento normal. Lembre-se, a amplitude
de movimento normal varia entre indivíduos normais.
2. Fraturas recém-consolidadas devem ser protegidas
através de estabilização entre o local de fratura e a
articulação onde ocorre o movimento.
3. Tenha cuidados adicionais em pacientes com osteoporose
possível ou comprovada, devido à doença, repouso
prolongado n leito, idade ou uso prolongado de esteróides.
4. Evite alongamento vigoroso de músculos e tecidos
conectivos que foram imobilizados por um período
prolongado de tempo. O tecido conectivo (tendões e
ligamentos) perdem sua força de tensão após imobilização
prolongada.
a. Procedimentos de alongamento com alta
intensidade, curta duração, tendem a provocar mais
trauma e resultar em fraqueza dos tecidos moles,
mais que alongamento de baixa intensidade e longa
duração.
b. Os exercícios de fortalecimento devem ser
combinados ao programa de alongamento de modo
que o paciente seja capaz de desenvolver um
equilíbrio apropriado entre flexibilidade e força.
5. Se o paciente experimenta dor articular ou muscular com
mais de 24 horas de duração, é sinal que foi usada força
em excesso durante o alongamento, está ocorrendo uma
resposta inflamatória, o ocorrerá aumento na formação de
tecido cicatricial. Os pacientes não devem experimentar
desconforto residual maior que uma sensação passageira
de hipersensibilidade.
6. Evite alongar tecido edemaciado, já que esse é mais
suscetível a lesão que o tecido normal. A irritação
contínua dos tecidos edemaciados geralmente provoca
aumento da dor e edema.
7. Evite alongar músculos fracos, particularmente aqueles
que suportam estruturas corporais com relação à
gravidade.

C. Contra-Indicações
1. Quando um bloqueio ósseo limita a mobilidade articular.
2. Após fratura recente.
3. Sempre que houver evidência de um processo inflamatório
ou infeccioso agudo (calor e edema) dentro ou ao redor de
articulações.
4. Sempre que houver uma dor aguda, cortante, com
movimento articular ou com alongamento muscular.
5. Quando for observado hematoma ou outra indicação de
trauma nos tecidos.
6. Quando as contraturas ou tecidos moles encurtados
estiverem provendo aumento na estabilidade articular em
substituição à estabilidade estrutural normal ou força
muscular.
7. Quando as contraturas ou tecidos moles encurtados forem
a base de habilidades funcionais, particularmente em
pacientes com paralisia ou fraqueza muscular intensa.

4) Mobilização
Um movimento passivo realizado pelo terapeuta com velocidade
baixa o suficiente para que o paciente possa interromper o
movimento. A técnica pode ser aplicada com um movimento
oscilatório ou alongamento mantido de modo a diminuir a dor ou
aumentar a mobilidade. As técnicas podem usar movimentos
fisiológicos ou movimentos acessórios.
1. Movimentos fisiológicos: Movimentos que o paciente pode
fazer voluntariamente; por exemplo, os movimentos
clássicos ou tradicionais como flexão, abdução e rotação.
2. Movimentos acessórios: Movimentos dentro da articulação
e tecidos vizinhos, que são necessários para a amplitude
de movimento normal, mas não podem ser executados
pelo paciente.

A. Efeitos da Mobilização Articular


1. Estimula a atividade biológica movimentando o líquido
sinovial que traz nutrientes para a cartilagem avascular
das superfícies articulares e fibrocartilagens intra-
articulares dos
meniscos. A atrofia da cartilagem articular começa cedo
quando as articulações são imobilizadas.
2. Mantêm e extensibilidade e força te tensão nos tecidos
articulares e periarticulares. Com a imobilização ocorre
proliferação fibroadiposa, que provoca adesões intra-
articulares, assim como alterações bioquímicas em
tendões, ligamentos, e tecido capsular articular, levando a
contraturas articulares e enfraquecimento ligamentar.
3. Impulsos nervosos aferentes e receptores articulares
transmitem informações para o sistema nervoso centras e
assim provêem percepção de posição e movimento. Com
lesão ou degeneração da cápsula, ocorre diminuição
potencial em uma fonte importante de feedback
proprioceptivo que pode afetar a resposta de equilíbrio do
indivíduo. A mobilização articular provê impulsos
sensoriais relativos a:
a. Posição estática e senso de velocidade do
movimento (receptores tipo I encontrados na cápsula
articular superficial)
b. Mudança na velocidade do movimento (receptores do
tipo II encontrados nas camadas profundas da
cápsula articular e coxins articulares adiposos).
c. Senso de direção do movimento (receptores do tipo I
e III; os do tipo III são encontrados nos ligamentos
articulares).
d. Regulação do tônus muscular ( receptores do tipo I, II
e III).
e. Estímulos nociceptivos (receptores do tipo IV
encontrados na cápsula fibrosa, ligamentos, coxins
articulares adiposos, periósteo e paredes dos vasos
sanguíneos).

B. Indicações para Mobilização Articular


1. Dor, Defesa Muscular e Espasmo: Articulações dolorosas,
defesa muscular reflexa e espasmo muscular podem ser
tratados com técnicas de mobilização intra-articular leve
para estimular efeitos neurofisiológicos e mecânicos.
a. Efeitos Neurofisiológicos: movimentos oscilatórios
de pequena amplitude são usados para estimulas os
mecanorreceptores que podem inibir a transmissão
de estímulos nociceptivos no nível de medula
espinhal ou tronco cerebral.
b. Efeitos Mecânicos: movimentos de tração ou
deslizamento de pequena amplitude nas articulações
são usados para promover a movimentação do
líquido sinovial, que é o veículo transportador de
nutrientes para porções avasculares de cartilagem
articular. Técnicas de mobilização intra-articular leve
ajudam a manter a troca de nutrientes e assim
prevenir os efeitos dolorosos e degenerativos da
estase quando uma articulação está edemaciada ou
dolorida e não pode ser movida ao longo da
amplitude de movimento.
OBS.: As técnicas de pequena amplitude articular
usadas para tratar dor, defesa muscular ou espasmo
muscular não devem tensionar os tecidos reativos.
2. Limitação Progressiva: Doenças que limitam
progressivamente o movimento podem ser tratadas com
técnicas de mobilização intra-articular para manter a
mobilidade existente ou retardar restrições mecânicas
progressivas.
3. Imobilidade Funcional: Quando um paciente não pode
mover funcionalmente uma articulação por certo período
de tempo, a articulação pode ser tratada para manter a
mobilidade intra-articular existente e prevenir os efeitos
de qualquer limitação mecânica.

C. Contra-Indicações e Precauções
● Estiramento muscular grau I, II e III.

5) Tração
É a separação das superfícies articulares
1. Para ocorrer separação dentro da articulação, as
superfícies precisam ser puxadas uma distalmente da
outra. O movimento não é sempre o mesmo que ao puxar o
eixo longo do osso. Por exemplo, se a tração é feita no
corpo do úmero, isso resultará em um deslizamento da
superfície articular
(figura A). A separação da
articulação glenoumeral
requer que se puxe em
ângulo reto na cavidade
glenóide (figura B).
Obs.: Em técnicas de
mobilização articula, a
tração é usada para
controlar ou aliviar a dor
quando aplicada
delicadamente ou para
alongar a cápsula articular
quando aplicada com uma
força de alongamento.

IV. MASSAGEM DO TÓRAX

O tórax é uma caixa óssea constituída por costelas, que


são ossos em forma de semicírculo, com uma extremidade
articulada à coluna vertebral e a outra ao esterno. Ele contém
dois órgãos cujo valor regula diretamente o rendimento físico, o
coração e os pulmões. O valor funcional do coração e dos
pulmões dependem muito da estrutura da caixa torácica, um
peito estreito e anquilosado não pode conter bem o coração e
ainda menos efetuar respirações profundas. No entanto, logo
que o tórax se desenvolve, se alarga, se torna flexível, os
pulmões se desenvolvem paralelamente, e o coração se libera.
Quando o tórax está na posição de repouso, as costelas
ficam em posição oblíqua, inclinadas para baixo. Durante a
inspiração forçada, sob a influência das contrações musculares,
as costelas se levantam até ocupar uma posição quase
horizontal. Quando as costelas estão levantadas o diâmetro do
peito aumenta sensivelmente e, por conseguinte, a capacidade
do tórax é muito maior, é graças a esse aumento que se faz a
entrada de ar no interior dos pulmões.
Como o jogo articular não se executa nunca em toda a sua
extensão, produzem-se anquiloses parciais que limitam
consideravelmente os movimentos de abaixamento e
levantamento.
A prática de atividades físicas pode agir sobre a caixa
torácica, ao fazer passar para os músculos uma corrente
sangüínea considerável, faz trabalhar o coração de maneira
intensa, levando por conseguinte ao desenvolvimento de seu
volume e de sua força.
Os processos de desenvolvimento torácico consistem
essencialmente na ginástica respiratória e na ginástica de
desenvolvimento dos músculos do pescoço, das costas e do
peito. É um processo que dá notáveis resultados.
A massagem do tórax, mobilizando as costelas, obrigando-
as a se levantar e se abaixar sobre uma extensão cada vez
maior, e forçando a pessoa a respirar segundo uma cadência
adaptada aos movimentos da massagem, educa a função
respiratória, a ponto de, durante os maiores esforços, as
respirações profundas poderem ser feitas de maneira instintiva.
Sendo então uma técnica de indispensável conhecimento e
aplicação de todo o bom massagista.

V. POMPAGEM

Introdução
A fibra muscular é envolvida por tecido conjuntivo – o
endomísio. Várias fibras musculares são envolvidas por outra
camada – o perimísio, formando um fascículo muscular. Vários
fascículos são envolvidos por uma última camada de tecido
conjuntivo, o epimísio, constituindo o músculo em sua forma
final, como conhecemos. Nas extremidades do músculo, estes
tubos conjuntivos ficam vazios de tecido muscular
(sarcômeros), e então se reúnem, formando dos tendões. Assim,
durante a contração muscular, todo o tecido elástico conjuntivo
é tensionado, transmitindo a tensão aos pontos de inserção,
movimentando as alavancas ósseas. Uma fibra muscular fora
destes invólucros conjuntivos é inútil; portanto, o elemento de
transmissão da força é a fáscia muscular. As fáscias
encontram-se em continuidade umas em relação às outras,
formando um verdadeiro esqueleto fibroso.
A pompagem é uma manobra capaz de tensionar lenta,
regular e progressivamente um segmento corporal e, isto coloca
sob tensão todo e qualquer tecido elástico aí contido. O tecido
conjuntivo de revestimento é o elemento elástico por
excelência do corpo humano. Portanto, este procedimento agirá
especialmente sobre estas estruturas, restabelecendo seu
comprimento ideal, estimulando a circulação de líquidos nelas
contidos, abrindo as interlinhas articulares ao longo do
segmento, facilitando a nutrição da cartilagem articular. A
pompagem é um procedimento de tratamento fascial.
Fáscia: conjunto de tecido conjuntivo.

A fisiologia da locomoção é composta por duas


“subfunções” associadas, mas mecanicamente independentes:
a função dinâmica e a função estática. A primeira é a do
movimento, dos deslocamentos segmentares; a segunda, ao
contrário, é a fixação dos segmentos que servem de pontos de
apoio aos movimentos ou que controlam os efeitos da
gravidade. A primeira é eventual, fásica, voluntária; a segunda,
inconsciente.
As duas funções – dinâmica (fásica) e estática (tônica) –
tem um denominador comum: são funções globais. Não é
possível mais raciocinar sobre os tratamentos músculo-
esqueléticos de forma segmentar; só é possível considerar o ser
humano em seu conjunto, cada segmento como parte de um
todo funcional. A globalidade das duas funções tem o mesmo
elemento anatômico: a fáscia.
A fáscia é um tipo de tecido conjuntivo, que apresenta em
sua estrutura duas principais proteínas: o colágeno (organizado
em feixes) e a elastina (organizada em redes). Em geral, quando
um tecido é tensionado, é estimulada a secreção de colágeno,
porém de acordo com o tipo de tensionamento, a secreção é
diferente: se a tensão é contínua e prolongada, as moléculas de
colágeno se instalam em série (as fibras colagenosas e os
feixes conjuntivos alongam-se); se a tensão for curta e
repetidamente, as moléculas instalam-se paralelamente (os
feixes conjuntivos e as fibras colagenosas multiplicam-se). No
segundo caso, ocorre uma densificação do tecido, que se torna
mais compacto, mais resistente, mas progressivamente, menos
elástico.
Durante toda a vida, os tecidos podem modificar-se de
acordo com as tensões por eles suportadas:
*alongando-se: é o caso das convexidades escolióticas.
Claro que, com exceção dos alongamentos fisiológicos, um
alongamento anormal é fonte de desequilíbrio e de evolução
deste desequilibro;
*densificando-se: é uma defesa do tecido. Se ele se torna
mais sólido, perde sua elasticidade e não preenche mais
perfeitamente sua função mecânica. É um circulo vicioso. Mais
o tecido perde elasticidade, mais suporta solicitações de
tensionamentos, mais densifica-se e mais perde elasticidade. O
envelhecimento do homem é uma densificação progressiva de
seu conjuntivo. Essa densificação chega com freqüência a uma
ossificação; são fenômenos de artrose. Por outro lado, talvez o
mais importante, mediante produção de novas fibras
colaginosas, a densificação reduz o volume dos espaços
lacunares entre as fibras e os tecidos e também, reduz a
circulação dos fluidos entre estes.
O espaço existente entre as células conjuntivas é ocupado
pelo que chamamos de substância fundamental, cujos
constituintes são os feixes colaginosos, a rede de elastina e o
líquido lacunar. Este líquido é a linfa intersticial, pois é neste
local que todos os capilares linfáticos retiram os elementos que
vão transformar-se em linfa. Suas principais funções são de
nutrição celular e eliminação de resíduos devido à grande
quantidade de macrófagos ali existentes. Este líquido circula
pelas lacunas teciduais graças à mobilidade dos tecidos
deslizando uns sobre os outros. É o líquido lacunar que preside
a todos os fenômenos de osmose, é o campo de ação de
praticamente todas as células de defesa, é em seu meio que se
origina o sistema linfático. Sendo assim, a densificação dos
tecidos (que reduz os espaços lacunares) e todas as tensões
que impedem sua mobilidade perturbam os fenômenos vitais de
nutrição e eliminação.
Muitos problemas dolorosos são decorrentes de tensões
anormais que a fáscia suporta. Todo o sistema músculo-
aponeurótico, todo o sistema cápsulo-ligamentar são um imenso
receptor sensitivo, o da propriocepção. Como todos os
receptores sensitivos, esses milhões de mecanorreceptores
tornam-se dolorosos se sua ativação prolonga-se normalmente;
trata-se aqui de uma tensão normal e persistente. São
raramente dores intensas, em geral são perfeitamente
suportáveis. No entanto, sua duração, sua persistência, suas
recidivas freqüentes tornam-se rapiadadmente intoleráveis.
Duas patologias são as principais responsáveis pela
maioria dos desequilíbrios estáticos e lesões osteopáticas
articulares: os encurtamentos e as retrações. Estes também
são responsáveis por praticamente todas as estases tissulares,
impedindo a mobilidade da fáscia. Entre estas duas patologias a
diferença é muito grande, tanto no plano da fisiologia como nas
possibilidades de correção:
● Encurtamentos: são uma falta de crescimento do
conjunto musculoaponeurótico; decorrentes de uma
insuficiência de tensão dos tecidos durante o crescimento,
quando o alongamento ósseo é insuficiente para vencer a
resistência fibrosa. Estes rapidamente se tornam
irreversíveis; quanto mais a deformidade evolui, mais a
falta de tensão torna-se grave. Uma vez instalada, mesmo
muito leve, o encurtamento não pode ser vencido em um
tratamento. É o caso das concavidades escolióticas.
● Retração: sempre muscular, ocorre sempre nas
unidades motoras tônicas. É o resultado de uma
interpenetração muito importante dos miofilamentos de
actina. Ao contrário do encurtamento, esta é facilmente
reversível, desde se tratada antes que uma densificação
conjuntiva apareça.
De acordo com as circunstâncias de sua utilização, as
pompagens podem ter diferentes objetivos:
● Podem ser realizadas com o objetivo circulatório,
devido ao importante papel que assume a fáscia, e
sobretudo, o movimento fascial na circulação dos tecidos.
Como visto, um bloqueio fascial ou uma ausência de
movimento fascial levam a uma estase líquida, e assim, as
pompagens procuram liberar os bloqueios e as estases.
Nestes casos, são exercidas sobre todo o segmento,
mobilizando a fáscia o mais amplamente possível, podendo
até complementar de forma muito eficiente as manobras
de massagem.
● Podem objetivar um relaxamento muscular, sendo
neste caso, realizadas seguindo o sentido das fibras
musculares, mantendo a postura adequada e associadas a
expirações prolongadas. Trata-se de uma técnica muito
eficiente no tratamento das contraturas, dos
encurtamentos, das retrações que enfrentamos
diariamente.
● Podem ser utilizadas na região das articulações
para combater a degeneração cartilaginosa, sendo que se
utilizada nas afecções iniciais, as pompagens
restabelecem o equilíbrio hídrico da cartilagem, ou ao
menos, limitam o ressecamento; nestes casos são
realizadas no sentido da descompressão articular.
Entretanto, essas técnicas não têm nenhum efeito sobre
as artroses graves, e mesmo sobre as artroses iniciais,
não permitem uma volta; porém, permitem, quando
praticadas regularmente, retardar a evolução do desgaste.
As técnicas de pompagem são relativamente simples, e
sempre são realizadas em três tempos:
1) O primeiro tempo é um tensionamento do
segmento. O terapeuta alonga lenta, regular e
progressivamente até o limite da elasticidade fisiológica.
Se ultrapassar a elasticidade limite do tecido, a técnica irá
provocar reações de defesa, contrárias às reações
desejadas de relaxamento. O primeiro tensionamento pode
parecer não efetivo, porém, pouco a pouco, à medida que a
fáscia se solta, o paciente fica mais confiante, e o
alongamento se amplifica.
2) O segundo tempo é o tempo de manutenção da
tensão. De acordo com o objetivo, este tempo pode variar:
no caso de objetivo circulatório e relaxamento muscular,
este tempo deve obedecer ao tempo da expiração do
paciente, que deve ser prolongada (neste caso, o
terapeuta orienta para que o paciente mantenha a
expiração lenta, por um maior período possível,
prolongado); no caso de pompagens articulares, o tempo
mantido deve ser de 15 a 20 segundos, período necessário
para que a cartilagem se impregne com seu líquido de
nutrição.
3) O terceiro tempo é o tempo de retorno. No caso
de pompagens circulatórias e musculares, o retorno deve
ser lento por dois respectivos motivos: primeiro pois é
durante este período que se rompem as barreiras, os
bloqueios de movimento e as estases líquidas, sendo que
neste momento a fáscia estará utilizando todas as suas
possibilidades e todo o seu comprimento contra a tensão
gerada pela mão do terapeuta; e segundo, deve ser lento
para não provocar o reflexo contrátil do músculo em
reação à tensão gerada pela mão do terapeuta. Nas
pompagens articulares, o tempo de retorno é irrelevante.

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