SBC - Carrinho de Emergência
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Editores Associados:
Germano Emilio Conceição Souza,
Ana Paula Quilici,
Maria Margarita Castro Gonzalez
Membros:
André Guanaes Gomes Hugo Tannus
Adriana M. Garcia Jose Antonio F Ramires
André Schmidt Luis Hargreaves
Antonio P Mansur Marcello Markus Paulista
Caio de Brito Vianna, Manuel F. Canesin
Dario Ferreira Marcia Martins
Edison Paiva Paulo Miranda
Evandro Tinoco Mesquita Ricardo Tavares de Carvalho
Fátima Gil Roberto Kalil Filho
Flávio Marques Silvia Regina Rios Vieira
Frederico Arnaud Tião Viana
CÓDIGO AZUL
Introdução
Nos anos 50, Safar e cols 2 e Elam e cols 3 estudaram a ventilação boca a boca,
observando como médicos neonatologistas utilizavam esta técnica para ressuscitarem
recém nascidos. Por outro lado, em 1960, Kouwenhovenet e cols 4 verificaram que
compressões torácicas produziam significante pulso arterial. Foram, então,
estabelecidos os passos críticos da moderna RCP: compressões torácicas e ventilação
boca a boca.
O uso de corrente elétrica aplicada externamente, para tratar a fibrilação ventricular, foi
descrito, primeiramente, em 1956.5 Desde então, a capacidade dos desfibriladores para
reverter ritmos cardíacos fatais apresentou um considerável progresso.
Etapa 1
Fase 1
Fase 2:
No caso de instituições que não possuam nenhum tipo de registro das paradas
cardiorrespiratórias, esta primeira fase será realizada no projeto de implementação do
Código Azul, com o objetivo de conhecer essa incidência por unidade, além de
diagnosticar dificuldades e necessidades de cada setor.
Será preenchido um formulário (anexo I), baseado no Método de Utstein, que analisará
quatro variáveis: hospitalares, dos pacientes, da parada cardiorrespiratórias e de
evolução.
Esse formulário será preenchido por enfermeira treinada, após visita diária nas
diferentes unidades da instituição, em conjunto com o médico que fez o atendimento e a
revisão dos prontuários dos pacientes vítimas de parada cardiorrespiratórias. O tempo
estimado para realização dessa primeira etapa não deve ser maior que 30 dias.
Deverá ser realizada uma análise do funcionamento dos carros de emergência através
de um formulário (anexo II), com o objetivo de determinar as deficiências desse
equipamento e a adequação de seu uso, nas diferentes unidades. O formulário será
preenchido por uma enfermeira, através de visita diária pelas diferentes unidades do
hospital. Posteriormente, será estabelecido um carro de atendimento de emergências
padrão. A padronização dos carros de emergência baseia-se nas Normas da American
Heart Association para medicações e equipamentos para ressuscitação
cardiopulmonar11 .
Deverá será formado um banco de dados simplificado para análise prévia e a tabulação
será realizada por um digitador. Recomenda-se o sistema do NRCPR ou do ReCAPi
InCor.
Fase 3:
Fase 4:
No que tange aos outros profissionais não envolvidos diretamente no atendimento, são
propostos três níveis de treinamento:
Fase 5:
Análise e determinações dos procedimentos para efetivação da 2ª Etapa do Código
Azul
Baseado no The Code Cart Statement, AHA Scientific Statement, o conteúdo dos carros
foi dividido em níveis de prioridade:
Definições de prioridades:
Nível 1 – Item essencial. Deve estar prontamente disponível, com resposta imediata
Nível 2 – Item altamente recomendável -.Deve estar disponível, no máximo em 15
minutos, variando conforme necessidade do local e protocolos
Nível 3 – Item recomendado, mas opcional
Jelco nº 22,24 1
Acesso Agulha de punção intra-óssea 1
Vascular Torneirinha 1
E Controle Conjunto de perfusão 1
Circulatório Agulha de intracath (para tamponamento e 1
pneumotórax hipertensivo) 1
SF 1000ml, Ringer Lactato 1000ml, SG 5% 1
500ml 1
Equipo macrogotas 1
Equipo para hemoderivados 1
Bureta 1
Seringa de 3ml, 5ml, 10ml, 20ml 1
Agulha 36X12 ou 36X10 1
Frasco a vácuo 1
Gases 2
Micropore 1
Água destilada 10 ml 1
Água destilada 250 ml 1
Água destilada 500ml (para nitroglicerina) 1
Medicamentos Aspirina 300mg 1
Atropina 1mg 1
Adrenalina 1mg 1
Amiodarona 1
Lidocaína 1
Adenosina 1
B-bloqueador 1
Nitroglicerina 1
Nitroprussiato 1
Cloreto de cálcio 1
Gluconato de cálcio 1
Sulfato de magnésio 1
Procainamida 1
Furosemida 1
Bicarbonato de sódio 1
Glicose 50% 1
Broncodilatador 1
Aminofilina 2
Diempax 2
Dormonid/Fentanil (sedação em geral) 2
Morfina 2
Dobutamina 2
Dopamina 2
Noradrenalina 2
Naloxone 3
Diltiazem 3
Verapamil 3
Manitol 3
Isoproterenol 3
Introdução
O grupo tarefa de Utstein da Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação
(ILCOR) tem realizado um extraordinário esforço para desenvolver documentos vitais
para a elaboração de estratégias frente a uma PCR. Em 1996, constitui-se oficialmente
o Conselho Latino-Americano de Ressuscitação (CLAR), organismo de integração ao
ILCOR. Em 1998, o CLAR juntou seus esforços aos da Fundação Interamericana de
Cardiologia (FIC), na área de Emergências Cardiovasculares e de Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP). Atualmente, o CLAR constitui o Comitê Científico da FIC e
participou, ativamente, durante os anos de 1999-2000, no processo de elaboração das
Guias Internacionais de Ressuscitação-200012.
O modelo Utstein para registrar paradas cardíacas surgiu na conferência de 1990, na
antiga cidade desse nome, numa ilha perto de Stavanger, Noruega, com participação
de representantes da American Heart Association (AHA), do Conselho Europeu de
Ressuscitação (ERC), a FIC, a Heart and Stroke Foundation of Canadá (HSFC), o
Conselho Sul Africano de Ressuscitação e o Conselho Australiano de Ressuscitação12-
19
. Na ocasião, havia a preocupação com uma comparação adequada entre os
resultados dos esforços relacionados com ressuscitação, efetuados tanto em diferentes
países, como dentro de um mesmo país, por falta de definições e metodologias
uniformes. A partir de então, muitos investigadores e diretores de sistemas têm adotado
as planilhas, estilo e nomenclatura Utstein para registrar os resultados da ressuscitação
pré-hospitalar. O êxito desta iniciativa propiciou a padronização dos modelos
internacionais para registrar os resultados da ressuscitação pediátrica20 e para a
ressuscitação experimental (laboratorial) 21.
Esse processo de padronização teve prosseguimento com a inclusão da ressuscitação
intra-hospitalar do adulto, dentro dos acordos internacionais para seu registro. Tais
pautas e recomendações podem melhorar o desenho científico dos projetos de
investigação e aumentar a utilidade clínica dos estudos publicados22, de forma a
proporcionar evidências consistentes e confiáveis, nas quais se poderão basear as
decisões dos tratamentos.
Ressuscitação Intra-hospitalar
O quadro 1 enumera as variáveis que a força tarefa recomenda que sejam registradas.
Ao selecionar as variáveis requeridas, buscou incluir aquelas para as quais existem
evidências de uma associação com diferenças nas taxas de sobrevivência. Ao mesmo
tempo, esse quadro define as variáveis e proporciona instruções ou comentários para
seu uso.
Prioridade
Definição (essencial/ Instruções ou Comentários
desejável)
Variáveis do paciente
Local e número de
qualquer evento cardíaco Registre o número dos eventos
completo prévio, que cardíacos prévios nas seguintes
Eventos requereu tentativas de categorias: prévio fora do hospital;
cardiopulmonares ressuscitação; os Desejável prévio dentro do hospital (antes da
prévios eventos prévios devem admissão); dentro do hospital (a mesma
ter ocorrido por mais de admissão, mas somente se >24 horas
24 horas antes do evento antes do evento atual).
atual.
Os detalhes e Registre como cardíaco (inclui médico e
diagnósticos clínicos cirúrgico); não cardíaco, médico;
completos podem não cirúrgico, de procedimento
Causas da admissão Desejável
estar disponíveis (programado/eletivo; programado/não
imediatamente para a eletivo; não programado/emergente);
equipe do Código Azul trauma, múltiplas razões.
Use o sistema de
pontuação de
Funcionamento Cerebral
(CPC), baseado na
Capacidade funcional Ver definição detalhada do sistema de
revisão das tabelas, Desejável
pré-evento pontuação CPC .
entrevistas à família e
em informação registrada
no momento da
admissão
Variáveis do evento
Condição do paciente no
Registre "sim/não", em caso de
Condição inicial da momento da chegada do
Essencial presencia de apnéia, sem pulso e
ressuscitação primeiro profissional
inconsciência.
médico.
Os formulários de
auditoria devem usar um
Método para
relógio de 24 horas . Os Estabelecer uma sincronização dos
cronometrar eventos e Essencial
"intervalos" são a relógios no hospital.
intervalos
duração do tempo entre
eventos cronometrados.
A melhor estimativa da
hora é quando o Isto será confirmado, geralmente, pelo
Hora de confirmação
profissional confirma a Essencial primeiro profissional médico no cenário
da parada
ausência do pulso do evento cardíaco.
central.
Registre a primeira pessoa que realizou
RCP, para propósito de auditoria.
Hora de começo da Hora das primeiras
Registre como enfermeira, assistente
RCP compressões torácicas. Essencial
clínico, médico, terapeuta respiratório,
outro.
Hora em que a
compressão do tórax se Para os propósitos Utstein, os começos
Hora de detenção da interrompe e não é e interrupções múltiplas são
Essencial
PCR reiniciada. Representa a desnecessários; informe somente o
hora do óbito ou a hora evento final.
de RCE.
Data e hora da morte Aplicável aos pacientes Permite o cálculo da estada hospitalar e
Essencial
intra-hospitalar com RCE > 24 hs. da sobrevida hospitalar depois do RCE.
SVA: suporte de vida avançado; PA: pressão arterial; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; SNC:
sistema nervoso central; CPC: categoria de performance cerebral; RCP: ressuscitação cardiopulmonar,
ACV: acidente vascular cerebral; ICD-10-CM: classificação internacional de doenças, 10ª ed; IV:
intravenoso; RCE: retorno à circulação espontânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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to-airway methods of artificial respiration with the chest-pressure arm-lift methods. N
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Anexo I: Planilha de Registro de Ressuscitação Cardiopulmonar Intra-Hospitalar.
Anexo II : Avaliação dos Carros de Emergência
Unidade ____________________________
A) Bandeja superior
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
B) Gaveta 1
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
C) Gaveta 2
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
D) Gaveta 3
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
E) Parte Inferior
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
F) Laterais
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Observações Gerais
___________________________________________________________________
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