Trabalho de Biologia de Comportamento

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Joaquina Luis Grine Muange

Biologia de Comportamento

Bases Comportamentais de gato doméstico e sua cronologia

Licenciatura em Ensino de Biologia

Ensino à Distância

Universidade Licungo

Extensão da Beira

2022
Joaquina Luis Grine Muange

Biologia de Comportamento

Bases Comportamentais de gato doméstico e sua cronologia

Licenciatura em Ensino de Biologia

Ensino à Distância

A Docente:

Dr: G R Gumissai

Universidade Licungo
Extensão da Beira

2022

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Índice
1. Intodução..................................................................................................................................2
2. Descrição da origem de gatos domésticos................................................................................3
2.1. Taxonomia de gato...............................................................................................................3
2.2. Comportamento de gatos domésticas...................................................................................4
2.2.1. O comportamento social...................................................................................................5
2.2.2. A colônia ou grupo social de Felis catus..........................................................................5
2.2.3. Relações com co-específicos, vínculo social e comunicação...........................................5
2.2.4. Interações entre fêmeas.....................................................................................................6
2.2.5. Interações entre machos....................................................................................................7
2.2.6. Interações entre fêmeas e machos.....................................................................................7
2.2.7. Interações entre adultos e filhotes.....................................................................................7
2.3. Comunicação........................................................................................................................8
2.3.1. Visual................................................................................................................................8
2.3.2. Vocal.................................................................................................................................9
2.3.3. Olfatório............................................................................................................................9
2.3.4. Tátil.................................................................................................................................10
2.3.5. Postura.............................................................................................................................10
2.3.6. Marcação.........................................................................................................................10
3. Modo de nutrição dos gatos domésticas.................................................................................11
3.1. Os filhotes...........................................................................................................................12
3.2. O gato idoso........................................................................................................................12
4. Comportamento Sexual e Reprodução...................................................................................12
4.1. Monta..................................................................................................................................13
5. Cronologia dos gatos..............................................................................................................13
5.1. Relógios biológicos............................................................................................................14
6. Conclusão...............................................................................................................................15
7. Referências Bibliográficas.....................................................................................................16

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1. Intodução

O presente trabalho de cadeira de Biologia de Comportamento tem como tema “ Bases de


Comportamento de gatos domesticos e cronologia”.

A população de gatos cresceu em todo o mundo, aumentando assim os casos de queixas durante
as consultas advindas de problemas comportamentais, culminando na necessidade de médicos
veterinários especialistas em comportamento de felinos.
O gato doméstico permaneceu com algumas características comportamentais dos seus ancestrais
selvagens, que, apesar de naturais e importantes para o seu bem-estar, muitas vezes são vistas
como impróprias pelos tutores. Em sua maioria, os problemas de comportamento felinos ocorrem
devido à manifestação dessas características, ou pelo impedimento de sua realização (Bradshaw,
2018).
Problemas comportamentais são uma causa comum de eutanásia e abandono de animais de
companhia (Wassink-van der Schot et al., 2016). Muitos desses problemas podem ser causados
devido ao gato ser impossibilitado de atingir equilíbrio emocional ou praticar seu comportamento
natural, levando a um estado de estresse. Pode-se dividi-los entre aqueles que são apenas
respostas adaptativas essenciais para os gatos, porém não aceitas pelos tutores, ou os que são
causados por condições patológicas (Bradshaw, 2018). Sendo assim é sempre importante realizar
exame físico, laboratorial e de imagem para descartar qualquer doença que possa causar um
problema comportamental (Horwitz, 2008). O trabalho teve como objectivos:
 Descrição da origem de gatos domésticos
 Taxonomia de gato
 Descrever o comportamento dos gatos doméstica.
 Conhecer o modo de nutrição dos gatos domésticas
 Conhecer o modo de reprodução dos gatos domestico.

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2. Descrição da origem de gatos domésticos

Imagem 1: fonte autora.

Os gatos domésticos pertencem à ordem Carnívora e a família Felidae e todas as espécies dessa
família evoluíram como carnívoros estritos (CASE e CAREY, 1998; STURGESS e HURLEY,
2005; ELDREDGE, 2008), ou seja, esses animais consumiram uma dieta puramente carnívora ao
longo de todo seu desenvolvimento evolutivo (CASE e CAREY, 1998) e dependem de nutrientes
encontrados no tecido animal (alto conteúdo de proteína com moderadas quantidades de gordura
e mínimas quantidades de carboidratos) (ZORAN apud DA HORA, 2007). Como consequência a
adesão de dieta muito especializada, foi necessário uma série de adaptações fisiológicas e
metabólicas específicas (CASE e CAREY, 1998).
O gato doméstico, Felis silvestres catus, tem como antepassado o gato selvagem africano, Felis
silvestres libyca (Beaver, 2003; Rochlitz, 2005) e vive em um grupo social formado pela femea e
seus filhotes. A sociedade felina é eminentemente matriarcal e linear. Os filhotes vivem com
suas maes por várias semanas após o nascimento, até estarem maduros e serem capazes de caçar
sozinhos.

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Se os filhotes sao criados em um ambiente onde nao há recursos alimentares suficientes para
suportar muitos animais adultos, o grupo familiar se dispersa quando os filhotes se tornam
maduros, sendo os machos em especial os exemplares a buscar novas áreas e fonte de recursos.

2.1. Taxonomia de gato


Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Mammalia

Ordem: Carnivora

Família: Felidae

Gênero: Felis

Espécie: Felis catus

2.2. Comportamento de gatos domésticas

Todavia, a convivência próxima com a espécie humana comumente submete os animais a


experiências aversivas precocemente (DILLY, 2005; LANDSGERG, 1996). A separação da
mãe, o isolamento de membros da mesma espécie, a punição excessiva e a privação da realização
de comportamentos normais e necessários ao bem-estar da espécie contribuem para o
desenvolvimento de diversos distúrbios de comportamento (ADAMELLI et al, 2005; HART,
1980). Não só o comportamento, mas também a fisiologia de um gato pode ser alterada por
experiências sofridas quando neonatos e filhotes (FELDMAN, 1993).
O ambiente físico e social ao qual o animal é exposto pode gerar estresse intenso, o que é
facilmente observado em ambientes com excesso de animais, com falta de controle ambiental e
restrição comportamental, tais como os abrigos (BEAVER, 1994). O estresse oriundo do
ambiente social pode gerar marcação territorial, agressividade ou reclusão, ou levando alguns
sociais, causando ainda ao comportamento agonístico normal, tipicamente ritualizado em gatos, a
escalar para a agressão (ADAMELLI et al, 2005).

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A seleção natural e a hereditariedade também influenciam o comportamento da espécie e o
comportamento individual (MACDONALD, 1983). Enfermidades de vários sistemas do
organismo e as alterações comportamentais têm fatores genéticos que podem ser passados às
novas gerações (HART, 1980). Trabalhos experimentais demonstraram que diversas
características comportamentais podem ser alteradas através de manipulação genética. Todavia,
características de origem genética são constantemente influenciadas por fatores ambientais
(HART, 1980).
A aprendizagem é outro aspecto fundamental na formação do comportamento felino (GERBER;
JOCHLE; SULMAN, 1973). A aprendizagem é definida como a mudança no comportamento
resultante das experiências do indivíduo, contrastando com o comportamento instintivo, que
envolve hereditariedade (BEAVER, 1994). Filhotes de gatos aprendem após o nascimento a
escolher uma teta preferida para mamar, através de tentativa e erro, assim como aprendem a
evitar e escapar de situações desagradáveis. Gatos são capazes de aprendizagem através da
observação e aprendizagem por associação, na qual o individuo usa a informação adquirida
através de um problema para solucionar outro (HART, 1980). Fatores que motivam o
aprendizado do filhote podem definir a capacidade e o comportamento do gato adulto. Por
exemplo, um filhote cuja mãe tem medo de humanos pode ser medroso porque herdou esse traço
de personalidade; porque aprendeu a ter medo de humanos ao observar o comportamento da
mãe; porque, devido ao temperamento da mãe, não foi suficientemente exposto ao contato
humano no período de socialização; ou devido a soma desses fatores (ROBINSON, 1997).

2.2.1. O comportamento social


Os grupos sociais de gatos, ou colônias, possuem organização social complexa e seus membros
se reconhecem e praticam diversos padrões comportamentais típicos de espécies sociais
(KERBY; MACDONALD, 1988; NATOLI, 1985a, 1985b; NATOLI; BAGGIO; PONTIER,
2001; PANAMAN, 1981).
Quando em grupos, os gatos formam relações afiliativas com co-específicos, realizando limpeza
social, esfregando-se uns nos outros, cumprimentando-se e procurando contato direto com
indivíduos específicos. Alguns gatos formam relações afiliativas com tal grau de complexidade
que alianças e antipatias geradas podem afetar o acesso de determinados animais aos recursos

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disponíveis e gerar conseqüências que estudos recentes estão apenas começando a vislumbrar
(CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).

2.2.2. A colônia ou grupo social de Felis catus


A colônia é geralmente matrilinear e as relações afiliativas e cooperativas entre as fêmeas
delineiam a estrutura social do grupo (LIBERG; SANDELL, 1988; MACDONALD; 1987).
O comportamento cooperativo ao cuidar de ninhadas é observado entre fêmeas, e a participação
de machos no cuidado com filhotes e na defesa do núcleo familiar também foi documentada
(MACDONALD, 1983; LIDBERG et al, 2000). Machos inteiros foram observados unindo-se às
fêmeas na defesa de ninhadas contra machos invasores (MACDONALD, 1987; FELDMAN,
1993), dividindo a comida e se enroscando ao redor de filhotes que foram deixados sozinhos
(CROWELL-DAVIS; BARRY; WOLFE, 1997).

2.2.3. Relações com co-específicos, vínculo social e comunicação

Gatos são capazes de reconhecer e diferenciar membros da colônia de outros que não pertencem
ao grupo. Como observado em grupos de outras espécies sociais, a aproximação casual e a
entrada de membros de fora da colônia geralmente não é permitida. Se outros gatos insistem em
se aproximar, podem eventualmente ser integrados ao grupo, mas isso dependerá de complexas
interações (MACDONALD, 1987; WOLFE, 2001). Dentro do grupo, os animais exibem
comportamentos afiliativos e possuem parceiros preferenciais. Parceiros preferenciais ou
companheiros são geralmente observados próximos e praticam limpeza mútua com mais
freqüência entre si do que a outros membros do grupo. São observados juntos em diversos locais
e contextos: não se deslocam em direção a recursos ou dormem juntos por acaso, mas sim porque
há um vínculo social e afetivo que os une (WOLFE, 2001).
Da mesma forma, parceiros preferenciais esfregam-se mais uns nos outros do que em outros
membros do grupo (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004). A esfregação mútua
provavelmente tem várias funções. O contato intenso, especificamente quando um gato esfrega a
lateral do rosto no rosto ou corpo de outro gato, sem dúvida facilita a troca de odores.
Provavelmente a sensação tátil é importante, uma vez que com freqüência os gatos ronronam
durante essa atividade. O fato de que os gatos também se cheiram durante esse comportamento

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sugere que gatos pertencentes a um grupo desenvolvem um odor próprio da colônia
(BRADSHAW; CAMERON-BEAUMONT, 2000).
A aproximação com a cauda em pé (suspensa verticalmente ao chão) sinaliza intenções
amigáveis quando um gato se aproxima de outro. A esfregação mútua, por exemplo, é na maioria
das vezes precedida da aproximação de um dos gatos com a cauda em pé e ocorre com mais
freqüência quando ambos os gatos apresentam essa postura (CAMERONBEAUMONT,1997).
Membros de uma mesma colônia, de todas as faixas etárias, brincam uns com os outros, mesmo
em situação de desnutrição. A extensão do membro dianteiro, com as unhas retraídas e nenhum
sinal de agressividade, é uma forma de solicitação para brincar. Embora o comportamento lúdico
continue na vida adulta, o ápice dessa atividade gira em torno das quatro semanas aos quatro
meses de vida, quando as relações sociais entre filhotes da mesma ninhada estão sendo
desenvolvidas (WEST, 1974).
Além de comportamentos sociais ativos, os gatos também interagem de forma afiliativa apenas
dormindo ou descansando muito próximos ou com corpos unidos, quando muitas vezes um
parceiro recosta no outro e facilita o posicionamento do companheiro (CROWELL-DAVIS;
CURTIS; KNOWLES, 2004).

2.2.4. Interações entre fêmeas


Em colônias de gatos ferais, a cooperação entre fêmeas nos cuidados com filhotes é comumente
observada, e a auto-ajuda não ocorre apenas entre fêmeas consangüíneas, constituindo um típico
comportamento de altruísmo recíproco. Fêmeas também realizam o comportamento de parteiras,
acompanhando o parto de outras fêmeas. Fêmeas não parturientes limpam o períneo da gestante
e os filhotes, ingerirem o líquido amniótico, amamentam, trazem comida para a parturiente e
guardam os filhotes. Fêmeas também cooperam entre si ajudando a mudar os filhotes umas das
outras de local, guardando os filhotes para que não fiquem sozinhos durante a mudança
(FELDMAN, 1993).

2.2.5. Interações entre machos


Machos adultos inteiros podem ter confrontos agressivos, principalmente na presença de fêmeas
no cio, mas isso nem sempre ocorre. Com freqüência, apenas alternam a vez para copular.

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Machos adultos, inteiros ou castrados, formam pares preferenciais e fazem limpeza e esfregação
mútua uns nos outros (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).

2.2.6. Interações entre fêmeas e machos


Contato físico e relações afiliativas entre fêmeas e machos não se restringem à atividade sexual.
Fêmeas e machos inteiros e castrados podem formar pares de parceiros preferenciais (WOLFE,
2001). Quando se conhecem previamente, engajam em um comportamento de corte mais longo,
que inclui limpeza e esfregação mútua e aninharem-se próximos entre as cópulas. A cópula entre
gatos domésticos é poligâmica: fêmeas copulam com mais de um macho e os machos com mais
de uma fêmea (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).
Yamame; Doi & Ono (1996) observaram que embora machos maiores tivessem maior sucesso
para obter cópula, machos que são membros da colônia, independente do seu tamanho, tinham o
melhor desempenho em sua colônia, o que evidencia que o vínculo social com as fêmeas é
fundamental para o sucesso reprodutivo.
Imagem 2: fonte autora.

2.2.7. Interações entre adultos e filhotes

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O papel da mãe ao ensinar aos filhotes a comunicação da espécie e a caçar há muito foi
reconhecido. Em colônias de gatos livres, as mães começam a trazer presas para os filhotes
quando esses estão aproximadamente com quatro semanas de idade (CROWELL-DAVIS;
CURTIS; KNOWLES, 2004). Inicialmente a fêmea traz presas mortas, até que as traz vivas,
proporcionando aos filhotes a oportunidade de aprender a caçar e matar. Os gatos, tanto filhotes
quanto adultos, aprendem através da observação inclusive atividades que não são típicas da
espécie (CHESLER, 1969). Essa habilidade é provavelmente adaptativa, uma vez que espécies
que dependem da caça precisam aprender e mudar de tática rapidamente para sobreviver na
natureza (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).
Embora o gato seja um animal gregário, o comportamento predatório é geralmente exibido como
atividade individual, devido ao tipo de presa tipicamente abatida, sendo necessárias várias presas
ao dia para manter um gato adulto (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).
O contato com a mãe é crítico para o aprendizado social dos filhotes, uma vez que ela será o
primeiro individuo da espécie com quem terão uma relação afiliativa. O aprendizado com a mãe
vai além da infância. Foi observado que mais tempo é dedicado à limpeza social em grupos onde
a mãe ainda está presente (CURTIS; KNOWLES; CROWELL-DAVIS, 2003). Filhotes buscam
na mãe informações sobre como interagir com o mundo, e socializam mais rapidamente com
humanos quando a mãe está presente e demonstra tranqüilidade ao interagir com pessoas
(CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2004).
Quanto aos machos adultos, estes foram observados separando brincadeiras mais agressivas entre
filhotes ou juvenis, apenas usando um membro dianteiro para afastá-los, sem demonstrar sinais
de agressão (CROWELL-DAVIS; CURTIS; KNOWLES, 2003).

2.3. Comunicação
Os animais em geral e os gatos em particular utilizam diferentes sinais para se comunicar por
meio dos canais de comunicaçao. Estes sinais podem ser “neutralizadores” ou podem favorecer o
afastamento ou aproximaçao entre os animais.
O conhecimento da fisiologia dos sistemas sensoriais e a compreensao de como os gatos se
comunicam entre eles e conosco é fundamental para o manejo etológico destes animais
especialmente em situaçao de coletivo.

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2.3.1. Visual
Os gatos comunicam seu humor e intençao por uma variedade de sinais visuais, principalmente
pelas posiçoes das orelhas e da cauda, e pela postura corporal. As orelhas podem ser movidas
para trás, enquanto ainda ereto, para baixo em direçao ao queixo, ou posicionadas parcialmente
para trás e em parte para baixo. A posiçao da orelha voltada para trás pode indicar a agressao
ofensi- va, isto é, o gato que tenta manipular o oponente para que este se afaste. A posiçao
das orelhas voltadas em direçao ao queixo é realizada por gatos defensivos, sinalizando a
aceitaçao de um status subordinado.
Tais gatos podem, entretanto, defender-se se o gato dominante atacar (Jensen, 2002). Em relaçao
a postura corporal, o gato ofensivo fica ereto com a cauda posicionada verticalmente para baixo,
voltando o olhar de vez em quando para o lado e mostrando seu corpo de forma a parecer o
maior possível. O gato defensivo pode, em vez disso, se agachar, escondendo sua cabeça e
cauda. Todos os tipos de posturas intermediárias podem ser vistas. Um gato arqueando as costas,
permanecendo sobre as pernas rígidas, apresentando piloereçao e com a cauda parcialmente ou
completamente levantada, expressa uma grande agressividade.
Um sinal visual que indica intençoes amigáveis é a posiçao “tail-up”, em que o gato se aproxima
de outro gato, humano, cão ou outro animal com a cauda levantada, perpendicular ao chão.
Imagem 3: fonte autora.

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2.3.2. Vocal
O repertório vocal do gato é bem variável. Em geral a comunicação ocorre em momentos bem
determinados da vida dos felinos como no período reprodutivo, na comunicação entre a mãe e
seus filhotes e na comunicação com os humanos.
Os gatos apresentam três tipos principais de comunicação vocal, e para cada tipo existem
múltiplas variações.
O ronronado, por exemplo, sinaliza uma grande motivação para contato, interação ou solicitação
de cuidados. Porém, ronronar também pode ser ouvido em gatos doentes ou com dor. O grunhir,
gemer, rosnar, assobiar, cuspir e gritar são sons feitos com a boca aberta em uma posição
relativamente constante. Estes sons são relacionados com a agressão de vários tipos, incluindo o
conflito intra-espécies e a agressão defensiva contra predadores ou seres humanos ( Jensen,
2002;Rochlitz, 2005).

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2.3.3. Olfatório
As glândulas sebáceas estão localizadas em todo o corpo, especialmente na cabeça, na área
perianal e entre os dígitos. Os ferômonios liberados nestes locais são substâncias específicas que
auxiliam a marcaçao territorial por esses animais, levando a criaçao de mecanismos de segurança
ou alerta sobre a presença de animais conhecidos, o próprio reconhecimento ou de exemplares
invasores em determinado ambiente.
A frequencia com que os gatos esfregam e cheiram uns aos outros reforça o fato de que pistas
olfativas distribuídas por essas áreas sao importantes. A urina e as fezes também parecem ser
usadas na comunicaçao olfativa (Rochlitz, 2005).
O gato, ao esfregar a boca, o queixo, o flanco ou a cauda contra um objeto, ou arranhando-o com
suas garras, deposita saliva ou secreçoes das glândulas da pele para marcação ( Jensen, 2002).

2.3.4. Tátil
Animais membros de uma mesma colônia estao constantemente em contato.
Usar uns aos outros como “travesseiros” é um fenômeno comum entre os gatos selvagens e
domésticos. A cauda é usada, as vezes, para acariciar outro gato. Os gatos podem apoiar-se um
aos outros e enrolar suas caudas (Crowell-Davis 2002). O significado exato desse
comportamento
não é bem compreendido, embora pareça estar envolvido no vínculo social (Rochlitz, 2005).

2.3.5. Postura

No que diz respeito à postura, os sinais consistentes com um comportamento ofensivo


compreendem a inclinação para a frente, com a cabeça ligeiramente baixa e membros posteriores
em extensão, elevando a garupa (Houpt, 2005b; Virga, 2005). A cauda posiciona-se geralmente
para baixo, mas pode apresentar-se distendida em diferentes alturas, chegando a apresentar-se
perpendicular ao corpo, observando-se a erecção do pêlo na sua extremidade. Tal como as
expressões faciais, também a postura compreende uma gradação de apresentações, mediante o
estado emocional do animal. Numa posição defensiva, o gato exibe uma curvatura dorsal em
arco, evidenciada pela posição encolhida da cabeça e da cauda. Dependendo da situação, e com o
objectivo de evitar o comportamento ofensivo por parte de outro animal, o gato pode agachar-se,

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deitar-se ou até rebolar-se, expondo o abdómen, ao mesmo tempo que se tenta proteger, flectindo
os membros posteriores e estendendo as garras (Virga, 2005). Um animal que se mostre receoso
e agressivo, vai exibir simultaneamente sinais ofensivos e defensivos, em diferentes graus: os
quatro membros esticados (os anteriores apenas ligeiramente), o dorso marcadamente arqueado e
a cabeça encolhida. Em situações extremas de medo e agressão, a cauda pode estar elevada,
apresentando-se o pêlo erecto ao longo do seu comprimento (Houpt, 2005b; Virga, 2005).

2.3.6. Marcação
O acto de arranhar tem como objectivo assinalar a passagem, não só através de marcas visuais,
mas também através de secreções sebáceas, provenientes das glândulas interdigitais do gato
(Heath, 2010b; Virga, 2005). Este comportamento serve ainda como forma de facilitar a remoção
de fragmentos de unhas soltos, sendo mais atingidos os objectos que se encontram no percurso
habitual do animal, ao contrário do que acontece com os que se encontram na periferia da sua
área de actividade. Da mesma forma, ao esfregar-se e rebolar-se, o gato irá também depositar
secreções, destas e de outras glândulas corporais, respondendo a estímulos ambientais, como a
presença de odores de uma marcação anterior naquele local ou de matéria em decomposição
(Amat et al., 2008a; Virga, 2005). Também determinadas texturas, substratos do caixote ou
plantas, como a
valeriana e a nepenta, podem desencadear no gato os comportamentos de arranhar, esfregar e
rebolar. Não foi ainda determinada a utilidade específica dos odores de diferentes glândulas, mas
pensa-se que o acto de se esfregar em objectos e pessoas cumpre funções visuais, tácteis e
olfactivas. Este hábito observa-se também nos indivíduos dominantes relativamente aos
familiares hierarquicamente inferiores, onde são utilizadas, especialmente, as glândulas
periorbital e temporal (Virga, 2005).
A marcação com urina pode ocorrer em objectos que tenham sido previamente arranhados ou em
objectos ainda não marcados. Embora não pareça ter a função de afastar os outros animais, os
gatos marcam os limites da área da sua casa com urina. No caso das fezes, estas apenas ficam
expostas quando a defecação ocorre fora da área central de actividade do gato. Uma vez que
tanto as fezes como a urina estão rapidamente sujeitas à acção microbiana, é possível que tenham
a função de deixar uma indicação sobre o momento da passagem de um indivíduo naquele local.
Apesar deste tipo de marcação poder ser exibido por indivíduos de ambos os sexos, ele é mais

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frequente nos machos adultos, encontrandose inibido em gatas e machos jovens inseridos em
populações numerosas. Os machos não castrados apresentam um agravamento deste
comportamento quando na presença de fêmeas em estro, e são estas que exibem mais
frequentemente este comportamento,
quando comparadas com fêmeas que não se encontram em estro. A marcação com urina não só
constitui um meio de comunicação eficaz no estabelecimento e manutenção de territórios e
hierarquias sociais complexas, como também permite rodear o gato com um odor familiar
(Virga, 2005).
Imagem 4: fonte autora.

3. Modo de nutrição dos gatos domésticas

Os gatos são “beliscadores” natos. Deixando-se o alimento à sua disposição, ele fará de 10 a 16
pequenas refeições por dia. A escuridão completa inibe a ingestão de alimentos. As refeições
duram de 2 a 3 minutos. Quanto à água, eles bebem cerca de 10 vezes durante o dia.

O gato normalmente prefere a alimentação preparada à caseira e aprecia muito o fígado, mas por
outro lado é falso acreditar que todos os gatos preferem peixe à carne, esta preferência é muito
variável, dependendo de cada gatinho. Sendo um carnívoro, às vezes eles são atraídos por
vegetais: não se trata de consumo, mas da mastigação de algumas espécies vegetais. Além do

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mais, parece que as preferências alimentares desses felinos são fortemente adquiridas quando
ainda muito novos: por imitação os filhotes consomem os mesmos alimentos que a mãe e, na
maioria dos casos, durante toda a vida ele irá preferir os alimentos que absorvia quando jovem.

Um gato pode passar várias semanas sem se alimentar, mas não suportaria passar mais de dois
dias sem água. A ingestão de bebida também depende do aprendizado. A mãe ensinará aos seus
gatinhos a beber numa vasilha e o gato deverá ter sempre uma vasilha limpa com água fresca à
disposição.

Imagem 5: fonte autora

3.1. Os filhotes
O período de amamentação dura de 5 a 7 semanas. No início os gatinhos consomem o “primeiro
leite” ou colostro, rico em anticorpos, essencial para uma defesa precoce contra as doenças
infecciosas. O crescimento dos filhotes é muito rápido, duplicam seu peso ao nascimento em 10
dias e o multiplicam de 5 a 8 semanas. Por ser muito rico em lactose e não tão energético, o leite
de vaca não é indicado para complementar a alimentação dos filhotes, para estes casos existem
no mercado leites artificiais indicados aos filhotes de gatos.
Imagem 6: fonte autora.

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3.2. O gato idoso
Os cuidados médicos e uma alimentação adaptada contribuirão nestes últimos anos de vida do
gatinho. Os gatos idosos têm necessidades nutricionais diferentes dos animais mais jovens.
Muitas vezes eles apresentam determinadas afecções. Embora não possam ser curadas, a maioria
destas doenças pode ser ao menos atenuada ou prevenida pela nutrição.

4. Comportamento Sexual e Reprodução.

Os trabalhos de Silva (2003) e Dias (2006) mostram que as gatas apresentam Ciclo Estral, que é
dividido em seis fases: proestro, estro, interestro, metaestro, diestro e anestro.
Beaver (2005) discute em seu livro Comportamento Felino - Um guia para Veterinários, que a
fase de estro é a fase na qual se pode observar, em grande número, comportamentos apresentados
pelas gatas com a finalidade de atrair parceiros sexuais, com o intuito de se reproduzir. Neste
livro ainda é comentado que o acasalamento em Felis catus, começa com a iniciativa da fêmea
chamando a atenção do macho antes que esteja totalmente receptiva.
Os Autores Moreira (2001), Dias (2006) e Beaver (2005) descrevem o comportamento de Felis
catus durante a cópula. Todos eles ressaltam que os comportamentos apresentados na fase de
estro incluem: rolamento no solo, esfregar-se contra objetos, vocalização, andar de modo
repetitivo, atividade com membros torácicos e pélvicos, comportamento de auto limpeza, micção
com maior frequência, borrifamento de urina, atividade investigativa (cheirar) e lordose. Além
desses, também se pode notar: flexão lateral da cauda e elevação do trem posterior, com exibição

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da vulva; patinar constante das patas posteriores, e diminuição da hostilidade ao macho felino. A
monta pode até ocorrer antes, mas a fêmea só permitirá a cópula no momento do estro.
Além disso, Beaver (2005) também comenta que se pode ter um pequeno aumento na atividade
geral da gata como, por exemplo, o ato de esfregar o corpo contra objetos (cabeça e pescoço).
Dias (2006) comenta que gatas chegam a apresentar tremor de cauda e de corpo como
manifestações do comportamento sexual.

4.1. Monta

Na monta,o macho sobe sobre o dorso da fêmea, abracando-a com as patas anteriores. Ponde
ocorrer da fêmea montar no macho ou em outras fêmeas também, o que é muito comum no
periodo que antecede o astro (Avery, 1925; Louttit, 1927; Rood, 1972, Young, 1969; Birke,
1981). Alguns autores acreditam que este comportamento poderia servir para sinalizar ao macho
a receptividade da fêmea (Avery, 1925; Young, 1969). Nem sempre a monta ocorre sobre a
região ano-genital da fêmea ; muitas vezes o macho acaba montando pela região anterior ou
lateral desta, o que foi denominado por Avery (1925 de “monta atípica”.

5. Cronologia dos gatos


5.1. Relógios biológicos

Os gatos, como todos os outros animais, inclusive os seres humanos, possuem relógios internos
que acompanham a passagem do dia e das estações, que influenciam muitos comportamentos.
As alterações diárias de luz estão relacionadas com a rotação da terra em seu próprio eixo,
produzindo os períodos do dia e da noite. Elas influenciam comportamentos como os períodos de
sono e vigília, regulação térmica, produção de hormônios e os processos digestivos.

A genética de cada espécie animal determina de que forma elas serão afetadas. Os gatos sempre
serão animais noturnos, sempre serão mais ativos durante a noite e vão preferir se alimentar ao
entardecer e ao amanhecer. É muito provável encontrar um gato dormindo no meio da tarde. Ele
não precisa olhar no relógio que está na parede para saber quando é hora de dormir ou de comer.
Ele acerta seu relógio interno com as horas através da luz do dia.

As alterações sazonais da quantidade diária de luz estão relacionadas com o movimento anual da
terra ao redor do sol, produzindo dias mais longos no verão e mais curtos no inverno. Quanto

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mais próximo estivermos das regiões polares, maior será a influência da sazonalidade no
comportamento dos bichanos. As fêmeas felinas entram no cio principalmente na primavera e no
verão, quando os dias são mais longos, bem como os machos têm uma maior produção de
testosterona neste mesmo período. Aqui o relógio interno diz que é hora de procriar.

Para que um gato possa perceber a repetição de um evento, tem que associá-lo a algum
acontecimento ou situação que se repete junto com esse evento. Além disso, é necessário que o
evento faça sentido para o gato, que seja do interesse dele.

   O interesse de um gato por um evento depende das relações sociais que ele estabelece com seu
dono, com as visitas e com outros animais.

Um macho não castrado que gosta de sair para encontrar ou brigar com outros gatos durante a
noite estará desesperado para sair de casa quando anoitece, afinal, está na hora de encontrar os
“amigos”.  Um gato castrado pode não ter esse hábito e, embora ele também perceba o anoitecer,
ele não tenta sair de casa.

6. Conclusão

Feito o trabalho, conclui-se que gatos são capazes de reconhecer e diferenciar membros da
colônia de outros que não pertencem ao grupo. Como observado em grupos de outras espécies
sociais, a aproximação casual e a entrada de membros de fora da colônia geralmente não é
permitida. Se outros gatos insistem em se aproximar, podem eventualmente ser integrados ao
grupo, mas isso dependerá de complexas interações.

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Os gatos, como todos os outros animais, inclusive os seres humanos, possuem relógios internos
que acompanham a passagem do dia e das estações, que influenciam muitos comportamentos.
As alterações diárias de luz estão relacionadas com a rotação da terra em seu próprio eixo,
produzindo os períodos do dia e da noite. Elas influenciam comportamentos como os períodos de
sono e vigília, regulação térmica, produção de hormônios e os processos digestivos.

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7. Referências Bibliográficas

ROCHLITZ, I.The welfare of cats. Dordrecht: Springer, 2005. 298p.


JENSEN, P. The ethology of domestic animals: an introductory text. Cabi Publishing, 2002.
215p.
CROWELL-DAVIS, S. L. Social organization and communication in cats. American Animal
Hospital Association, p. 24-28, 2001.
Calixto, R., & Justen, H. (2018). Avaliação do efeito da castração e de variáveis ambientais
sobre a marcação por urina e fezes em gatos (Felis catus). Acta Scientiae Veterinariae, 35(2),
145. https://doi.org/10.22456/1679-9216.15960.

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