2 Transformacao de Coordenadas

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PROCESSOS, METODOLOGIAS E MODELOS

PARÂMETROS DE TRANSFORMAÇÃO

Emmanuel Saturnino
CIDDEMA
Setembro 2017
ROTEIRO
1 – Sistema de Referência Terrestre e Datum
2 – Transformação de Coordenadas
3 – Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
4 – O Sistema Geodésico Angolano
5 – Os Sistemas de Posicionamento Global e a
Cartografia Digital
6 – Métodos de Avaliação dos Parâmetros de
Transformação
7 – Considerações Gerais
SISTEMA DE REFERÊNCIA TERRESTRE ou SISTEMA
GEODÉSICO DE REFERÊNCIA (SRT/SGR)
É um Sistema de Coordenadas associadas à algumas
características terrestres.

A sua Implantação pode ser dividida em 4 etapas:


 Conceito: Visualização da Origem do Sistema e Fixação dos Eixos, com
a Origem no Centro de Massa da Terra ou Transladado para o Centro de
Outro Sistema
 Definição: Estabelecimento de princípios que Fixam a Origem, a
Orientação e eventual Escala de Sistemas de Coordenadas
(representado por exemplo por um Elipsóide de Revolução)
 Materialização: é o conjunto de pontos definidos (materializados) no
terreno, aos quais é estabelecido um conjunto de coordenadas de
referência para os mesmos
 Densificação: materialização de pontos auxiliares na superfície
terrestre, com um espaçamento menor entre os pontos do que os
pontos principais da rede.
SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA (SGR)
Os SGR, quanto ao Método de Determinação e
Orientação, classificam-se em CLÁSSICOS e MODERNOS
 CLÁSSICO: implica a necessidade de adopção de 2 SGR, sendo
um Horizontal (Latitude e Longitude) outro Vertical (Altitude).
 O SGR Horizontal é definido por um Elipsóide com
posicionamento no espaço e escolhido de forma a garantir uma
boa adaptação ao Geóide na região.
 Os Parâmetros definidores do Sistema estão vinculados a um
ponto na Superfície Terrestre, denominado de Ponto Origem.
 O Centro do Elipsóide não coincide com o Centro de Massa da
Terra, devido ao requisito de boa adaptação na região de
interesse.
 As metodologias de Levantamentos para materialização de um
SGR Horizontal, foram a Triangulação e a Poligonação.
SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA (SGR)
 MODERNO:
 A definição do SGR pressupõe a adopção de um Elipsóide de
Revolução cuja Origem coincide com o Centro de Massa da Terra e
com Eixo de Revolução coincidente com o Eixo de Rotação da
Terra
 A sua Materialização dá-se mediante o estabelecimento de uma
Rede de Estações Geodésicas com Coordenadas Tridimensionais.
 As Coordenadas são estabelecidas através de técnicas de
Posicionamento Espacial de Alta Precisão.
 As medidas estão relacionadas à um Sistema Cartesiano
Tridimensional (3D) com origem no Centro da Terra.

 ORIENTAÇÃO os SGR podem ser :


 Geocêntricos Eixo de Rotação paralelo ao Eixo de Rotação da
Terra, com a Origem localizada no Centro de Massa da Terra.

 Topocêntricos O Centro do Elipsóide não está localizado no Ponto


de Origem (vértice) escolhido.
DATUM
 Superfície de Referencia que consiste de 5 valores:
 a Latitude e a Longitude de um Ponto Inicial,
 o Azimute de uma Linha que parte desse ponto
 2 constantes indispensáveis para a definição do
Elipsóide Terrestre (Eixo Maior e Achatamento).
Datum Geocêntrico: A origem é no centro de massa
da terra. Usa um Elipsóide Geocêntrico e Equipotencial.
É uma superfície onde o Potencial Gravítico é o mesmo em
qualquer ponto. O Eixo Polar coincide com o Eixo de
Rotação do Centro da Terra
Datum Topocêntrico: A origem é na superfície da terra.,
tem a sua origem no Ponto Inicial, definido por
observações astronómicas determinado o Azimute e
Coordenadas de onde partiu a Triangulação da Rede
Clássica.
TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS
Existindo vários Sistemas de Referência Terrestre e Datum
(Data), sendo o Planeta Terra “A Casa de Todos Nós”, um
mesmo Ponto de uma dada região da sua Superfície num
Sistema deverá ser visto no mesmo local exacto num outro
Sistema.
 As razões podem ser Técnicas ou Históricas
 As Coordenadas de um mesmo ponto podem diferir devido
a estarem referenciadas em Data diferentes ou a serem
projectadas de forma diferente
 A Transformação de Coordenadas entre Data requer o
conhecimento de Coordenadas de pontos correspondentes
em ambos os Sistemas e é a partir destas que se calculam
os parâmetros de transformação.

 Solução??????? - Transformar as Coordenadas de um


Sistema para outro.
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
A adopção de um novo SGR implica a necessidade de
determinar novos valores de Coordenadas para as feições
mapeadas e referenciadas num sistema antigo.
Dois caminhos de solução podem ser apresentados:
1) Refazer os Levantamentos de todas as feições, mas
agora referidas ao novo SGR; ou

2) Determinar um Modelo Matemático que permita


Transformar as Coordenadas que definem espacialmente a
Posição das feições para um novo SGR.
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
Existem vários Modelos Matemáticos para Transformação
de Coordenadas entre SGR.
Uma proposta de classificação é apresentada por
OLIVEIRA (1998, p.30), dada em 6 categorias:
a) Equações Cartesianas
b) Equações Diferenciais
c) Regressões
d) Modelagem Analítica
e) Mapas de Interpolação
f) Modelos não Determinísticos
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
a) Equações Cartesianas
Modelos desenvolvidos a partir do uso de Coordenadas
Rectilíneas, em que são consideradas as grandezas
Translação, Rotação e Escala.
São também conhecidas como Transformações
Geométricas.
Exemplos destes são os Modelos de Transformação de
Similaridade de Bursa/Wolf, Molodensky, Badekas,
Veis e Vanícek Wells;
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
b) Equações Diferenciais
Modelos aplicados tanto às Coordenadas Curvilíneas
quanto Rectilíneas, são desenvolvidos considerando o
efeito causado pelas diferenças referentes à Forma e
Tamanho dos Elipsóides associados aos sistemas de
interesse, bem como às diferenças nos seus
Posicionamentos com Relação à Superfície Terrestre;
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
c) Regressões
Modelos que empregam Coordenadas Curvilíneas ou
Rectilíneas, e que estabelecem um modelo Polinomial, de
ordem variável, para efectuar a transformação.
São também chamados de Equações de Regressão
Múltiplas, Polinómios Conformes e Transformações
Projectivas;
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
d) Modelagem Analítica
a partir das diferenças de coordenadas, Rectilíneas ou
Curvilíneas, dos pontos homólogos nos sistemas de
interesse, são usados métodos analíticos para a geração de
um modelo, ou processo matemático apropriado, que sirva
à transformação.
Podem ou não considerar e quantificar as deformações
existentes entre os sistemas;
Modelos Matemáticos de Transformação de
Coordenadas
e) Mapas de Interpolação
Consistem na Geração de Mapas de Isolinhas ou Malhas
(reticulados) Regulares, Digitais ou Não, referentes aos
valores que permitem a transformação das coordenadas.
Ex: NTv2 ; NADCOM (Canadá e EUA).
Programas Comerciais da ESRI, MapInfo, AutoDesk, etc
implementam este Método.

f) Modelos Não Determinísticos


Modelos baseados em predição analítica tal como os
baseados em Redes Neurais Artificiais (CRIOLLO et al, 2005)
O SISTEMA GEODÉSICO ANGOLANO
“ESPECIALISTA AFIRMA QUE SISTEMA DE COORDENADA
GEODÉSICA NACIONAL É INCERTO”
(em 07 Setembro de 2010 | 14h26 – ANGOP –Digital)
“Luanda – O chefe do Departamento de Geologia da Faculdade de
Ciência, da Universidade Agostinho Neto (UAN), André Buta, disse
hoje, em Luanda, que o país apresenta problemas de informação
geográfica e que utiliza um sistema de coordenadas incerto.”
“Temos oficialmente as cartas geográficas elaboradas no processo
Camacupa (Georeferencial utilizado), um sistema que não é tido à
nível internacional, pelo que utiliza-se o GPS para fazer a localização
de um ponto”, acrescentou.
Acrescentando que dentro deste último existem outros tipos de
dados tais como o WGS84 que também não abarca o Georeferencial
de Angola.
Referiu ainda que estas divergências têm acarretado
problemas sérios, exemplificando o facto de, nas Empresas
Petrolíferas, serem usados diferentes factores de conversão e,
quando são feitas vendas de concessões, correr-se o risco de
uma destas pertencer a uma outra coordenada.
O SISTEMA GEODÉSICO ANGOLANO
Data Geodésico: Astronómico Topocêntrico
ELIPSÓIDE: Clarke 1880;
Semi-Eixo Maior= 6378249.145 m
Inverso do Achatamento = 293.465
ORIENTAÇÃO: Topocêntrica
 Eixo de Rotação Paralelo ao Eixo de Rotação da Terra;
 Plano Meridiano Origem Paralelo ao Meridiano de Greenwich;
DATUM:
 Planimétrico ou Horizontal: Coincide com o Vértice Campo de Aviação (Camacupa)
da Rede de Triangulação de Latitude: 12°01'09.070"S, Longitude = 17°27'19.800"E
 Latitude Geodésica.= 19º 45’ 41,6527” S
 Latitude Astronómica.= 19º 45’ 41,34” S
 Longitude Geodésica.= 48º 06’ 04,0639” W
 Longitude Astronómica.= 48º 06’ 07,80” W
 Azimute Geodésico.= 271º 30’ 04,05”SWNE
 Azimute. Astronómico.= 271º 30’ 05,42” SWNE para VT-Uberaba
 Ondulação do Geóide (Separação Geóide-elipsóide) N = 0,0m
 Altimétrico ou Vertical: Coincide com a Superfície Equipotencial que contém o Nível
Médio do Mar, definido pelas Observações Maregráficas recolhidas em Luanda, no
litoral de Angola.
OS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GLOBAL
GPS (siglas de Global Positioning System)
São Sistemas que permitem determinar, em Terra, a posição de
um objecto, pessoa ou fenómeno, com uma precisão até aos
Centímetros (quando Diferencial) ou à uns poucos metros
Metros de Precisão.
ID NOME Nº DE SATÉLITES ALTURA PRECISÃO PAÍS SISTEMA GEODÉSICO
(Km) (Gratuita ;
Paga)

1 GPS 24 ≈ 20 200 15 m ; EUA WGS84


1 Cm

2 GLONASS 31 ≈ 19.100 30 m ; 1 Cm Ex URSS PZ – 90.02

3 GALILEO 4 ≈ 23.222 1 m ; 1 Cm União Europeia WGS84

4 BEIDOU/ 16 10 m ; China WGS84


COMPASS
PORQUE É OS PARÂMETROS DE TRANSFORMAÇÃO

 Necessidade de usar Cartografia e outros Dados, elaborados por


Métodos Clássicos, com base em Sistemas Topocêntricos, em
Sistemas e Tecnologias de Informação Modernos, Digitais.
 Urge então a necessidade de Converter ou Projectar o Pontos de
um Sistema Geodésico para outro.
 Os Sistemas e Tecnologias de Informação Modernos, Digitais, de
Localização, usam normalmente o Sistema de Referência Terrestre
WGS84.
 Assim sendo, por norma a Conversão é de um Sistema Local,
Clássico, para o Sistema WGS84
 Para o efeito, usam-se os Modelos Matemáticos de Transformação
acima mencionados
 Ou o Método das Grelhas baseado em interpolação sobre grelhas,
disponibilizadas pela generalidade dos SW de SIG e de Cartografia,
para dados geográficos de Escalas Grandes
PARÂMETROS E TRANSFORMAÇÃO
Parâmetros que permitem encontrar as Coordenadas de
um mesmo Ponto, em 2 Sistemas de Referência
Diferentes

XB = XA ± ∆ XB
YB = XA ± ∆ YAB
PARÂMETROS DE TRANSFORMAÇÃO
Parâmetros que permitem encontrar as Coordenadas de
um mesmo Ponto, em 2 Sistemas de Referência
Diferentes
PARÂMETROS E TRANSFORMAÇÃO
Parâmetros que permitem encontrar as Coordenadas de
um mesmo Ponto, em 2 Sistemas de Referência ou Datum
Diferentes
A TRANSFORMAÇÃO DE BURSA-WOLF

BURSA em 1962
WOLF em 1963

 Transformação entre 2 Data em Sistemas de


Coordenadas Geodésica Rectangulares
 Considera que as Rotações à volta dos Eixos, por
Aproximação, são Muito Pequenas
AS EXPRESSÕES DE BURSA-WOLF

O Modelo de Transformação Bursa-Wolf, BURSA (1962) e


WOLF (1963) é um modelo de transformação de
Coordenadas Tridimensionais Conforme e utilizado para
transformações entre Data, materializados com base em
técnicas de Posicionamento Espaciais.

Neste Modelo, a Transformação de Coordenadas realiza-


se no espaço recorrendo a Parâmetros que traduzem a
TRANSLAÇÃO DA ORIGEM do sistema de partida
(DX,DY,DZ), as ROTAÇÕES EM TORNO DOS EIXOS (RX, RY,
RZ) e um FACTOR DE ESCALA.
AS EXPRESSÕES DE BURSA-WOLF
FASE DE CÁLCULO DOS PARÂMETROS
• SELECÇÃO DOS PONTOS: Utilizam Pontos da Rede com
Coordenadas 2D conhecidas nos dois Data e usando a
Altitude Elipsoidal, ou na ausência desta, nos Data Locais
pode-se usar a Altitude Ortométrica.
• ESCOLHA DOS PONTOS BASE: A escolha dos Pontos Base
rege-se apenas pela sua localização geográfica pela
proximidade da costa e do centro e nos casos em que os
resíduos da transformação desses mesmos pontos se
distingam pela sua grandeza e inconsistência com a
restante amostra podem ser substituídos por outros
próximos.
• AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS PARÂMETROS DE
TRANSFORMAÇÃO: A qualidade dos Parâmetros é
avaliada através dos Resíduos obtidos para os pontos
independentes da determinação dos Parâmetros (Pontos
de Controlo).
FASE DE AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS
• SELECÇÃO DOS PONTOS: Utilizam Pontos da Rede,
usados no Momento do Cálculo dos Parâmetros e Pontos
da mesma com Coordenadas 2D conhecidas nos dois Data
e usando a Altitude Elipsoidal, ou na ausência desta, nos
Data Locais pode-se usar a Altitude Ortométrica.
• ESCOLHA DOS PONTOS BASE: A escolha dos Pontos Base
rege-se apenas pela sua localização geográfica pela
proximidade da costa e do centro e nos casos em que os
resíduos da transformação desses mesmos pontos se
distingam pela sua grandeza e inconsistência com a
restante amostra podem ser substituídos por outros
próximos.
• AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS PARÂMETROS DE
TRANSFORMAÇÃO: A qualidade dos Parâmetros é avaliada
através dos Resíduos obtidos para os pontos
independentes da determinação dos Parâmetros (Pontos
de Controlo).
AGRADECIMENTOS

saturninoemmanuel@gmail.com
923 590 556

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