Resumo Sobre Feudalism

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Nome do estudante: Dárcia Mausse

Resumo sobre o Feudalismo

1. Feudalismo

A organização do Sistema Feudal ocorreu durante da Alta Idade Média, após a fragmentação do
território do Império Romano do Ocidente em vários reinos bárbaros menores, principalmente
após o fim do Império de Carlos Magno.

Podemos dizer que o feudalismo é um sistema característico da Europa, principalmente da parte


ocidental, mas também difundido na Europa oriental e nos territórios do Oriente Próximo
ocupados pelos europeus durante as Cruzadas.

A Idade Média é subdividida em dois períodos: a Alta Idade Média, do século V a X, época de
formação do feudalismo europeu; e a Baixa Idade Média, do século X ao XV, período em que o
feudalismo entrou em crise, sendo gradativamente substituído pelas monarquias nacionais,
mesmo que ainda mantendo algumas de suas características.

2. Características gerais do feudalismo

O feudalismo europeu possui elementos básicos que precisamos delimitar.

 Descentralização: ausência de um poder central, substituído por vários poderes locais,


representados pela aristocracia europeia, os senhores feudais, descendentes dos povos
germânicos que ocuparam os territórios do Império Romano Ocidental.

 Religião Cristã: se politicamente, os territórios europeus estavam fragmentados entre os


vários senhores feudais existentes, a Igreja Cristã de Roma e a crença em um único Deus
conferia unidade aos europeus, uma unidade denominada de cristandade. Assim, apesar
de divididos em feudos, todos eram parte dessa mesma cristandade, servos de Cristo e de
sua representante, a Igreja Romana, submissos a vontade e aos desígnios de Deus.
Sistema feudal: em outras palavras, adoção do trabalho servil nos campos em substituição
ao trabalho escravo das sociedades antigas.
 Ruralização da sociedade: como característica do feudalismo, temos a ruralização da
sociedade européia, ou seja, o abandono de muitas antigas cidades e sua substituição por
vilas em volta dos castelos dos senhores feudais, locais mais seguros para defesa diante
dos constantes saques e guerras do período.

3. Formação do feudalismo europeu

Podemos destacar três elementos responsáveis pela formação do feudalismo europeu durante a
Idade Média.

 Formação dos Reinos Bárbaros e sincretismo cultural entre elementos romanos e


germânicos:

Os povos germânicos tomaram múltiplos territórios do Império Romano Ocidental, formando


diferentes reinos menores, os chamados Reinos Bárbaros. Os Anglos-Saxões dominaram a atual
Inglaterra, os Visigodos, à Península Ibérica, os Ostrogodos e os Lombartos à Itália, os Vândalos,
o norte da África, os Burgúndios, parte da Alemanha e por fim, os Francos, o atual território
francês. Em todos esses territórios, os germanos difundiram sua cultura. Entre suas práticas
culturais mais comuns, podemos citar à lealdade entre guerreiros, aos quais formavam grupos
denominados pelos romanos de comitatus. Por meio desses laços, era comum que um chefe
germânico concedesse terras para os melhores combatentes, familiares e parentes diretos em troca
de sua lealdade, um traço que apareceu sob o Império de Carlos Magno e que permaneceu
preponderante durante toda a Idade Média.

Além disso, os reis e chefes germânicos costumavam cuidar pessoalmente da justiça, baseada no
direito consuetudinário, ou seja, no direito prescritivo. Assim, um crime era punido de acordo
com a tradição oral dos antepassados, o chefe guerreiro ou o rei, responsáveis pela execução da
punição. Podemos dizer que muitos líderes e reis germânicos (essa última, uma designação
tipicamente germânica) começaram a ser integrados ao Império Romano Ocidental como
Federatios, posteriormente formando famílias com a nobreza romana, propiciando o
aparecimento da aristocracia europeia medieval.
 Adopção do colonato pelos romanos e pelos próprios germânicos:

Outro elemento auxiliar a influenciar a formação do feudalismo foi a adoção pelos romanos do
sistema de Colonato, a partir dos séculos II e III. Isso porque, com o fim da expansão imperial e
com a fixação de limites para o Império (limes), o número de escravos começou a diminuir nas
plantações das Províncias. Por meio desse novo sistema, muitos indivíduos expropriados de
terras, incluindo camponeses germânicos, passaram a receber pequenos lotes para trabalhar, em
troca de cultivarem as terras dos senhores aristocratas, tanto dos senhores romanos, como dos
novos ocupantes, os senhores germânicos. O colonato se desenvolveria, portanto, no trabalho
servil da Idade Média feudal.

 Conversão dos povos europeus à fé cristã e à Igreja Romana:

Além de todos esses elementos de sincretismo cultural, os “bárbaros” germânicos começaram


também a se converter ao cristianismo, o que acabou conferindo unidade cultural entre suas
diferentes tribos e etnias. Isso porque, os reis bárbaros viam na conversão, uma forma de
legitimar seu poder, recebendo o apoio da Igreja Romana. A Igreja passou a ganhar amparo
militar e terras da nobreza, tornando-se a maior proprietária da Europa Medieval. Os discursos do
clero amparavam ideologicamente a aristocracia germânica, educando a todos os camponeses
europeus e difundindo a concepção de que Deus destinara diferentes funções para os homens.
Assim, segundo seus dogmas, haviam aqueles homens destinados a guerra (os nobres/ bellatores),
aqueles que representavam a palavra de Deus na Terra (os clérigos/oratores), bem como aqueles
que produziam os alimentos para a sobrevivência de todos (os camponeses servos/laboratores).

4. A Ordem Social

A sociedade era altamente hierarquizada, com diferentes estamentos, ou seja, Estados Jurídicos
definidos pelo sangue, ocupação e obtenção de riqueza, uma organização que impedia qualquer
pretensão de mobilidade social. São elas:

Clero: Subdividido em Clero Secular ou Alto Clero, composto por bispos e cardeais, aqueles que
administravam a Igreja Romana e, Clero regular, ou Baixo Clero, aqueles que rezavam, e viviam
sob pesados dogmas eclesiásticos, ou seja, os padres e monges.
Senhores feudais: Estamento composto pela nobreza proprietária de terras, pelos descendentes
dos antigos senhores germanos ou romanos. Eram quem chefiavam os feudos, controlando-os de
forma absoluta, seja no campo político, administrativo, jurídico e militar.

Servos: Tratavam-se dos camponeses fixos aos feudos, obrigados a prestar serviços e a pagar
impostos para os senhores em troca de um lote de terras. Além deles haviam os Vilões, pequenos
proprietários ou trabalhadores livres que não estavam fixo a nenhum feudo, prestando serviços
temporários para algum nobre em troca de um mísero salário provisório. Podiam arrendar algum
lote de terras em troca do pagamento de uma taxa ao senhor feudal, mas não estavam fixados à
terra e nem mesmo tinham obrigações para com os senhores.

5. Relações entre senhores e servos

Já entre os senhores feudais e seus servos, ou seja, os camponeses fixados à terra do feudo
haviam uma série de obrigações desiguais; os servos quase que submetidos a uma forma de
escravidão moderada. Podemos estipular várias formas de obrigações dos servos para com os
senhores.

Corveia: Tratava-se do trabalho dos servos nas terras do senhor, no chamado Manso Senhorial,
em geral, três dias a cada semana.
Talha: Entrega de parte da produção dos servos ao senhor feudal, ou seja, de alimentos
produzidos pelos servos em seus lotes de terras, o Manso Servil.
Banalidade: Taxa paga pelos servos para a utilização de certos instrumentos do feudo
pertencentes aos senhores feudais, inclusive quando produziam nas terras desses senhores. Tais
equipamentos eram o moinho, o celeiro, o forno e o lagar, aonde se fazia vinho.
Censo: Essa era uma taxa em dinheiro ou espécie (produtos da terra) paga somente pelos vilões,
uma forma de utilizarem alguns lotes do feudo para seu próprio sustento. Logicamente que se
quisessem utilizar os equipamentos disponíveis, teriam de pagar também a banalidade.
Capitação: Imposto por cabeça (per capita) pago pelos servos por cada integrante de sua família.
Assim, quanto maior a família do servo, mais caro seria o imposto a pagar.
5. Relações entre nobres (suseranos e vassalos)

Havia dois tipos de relações sociais na Idade Média, bastante específicas, mas que confundem
muitos estudantes de História. Uma delas era a relação entre os membros da nobreza, seus Pactos
de Fidelidade, originários dos antigos comitatus, mas que passaram a fazer parte das normas
sociais da Idade Média europeia, principalmente após o Império Carolíngio. Trata-se do mesmo
Pacto de Vassalagem (osculum, ritual de investidura) presente em muitos livros de história, ao
qual um nobre, o vassalo, em troca de um feudo para governar, prestava obrigações para com seu
suserano, obrigações que podiam ser em alguma forma de taxa ou tributo ou em apoio militar.

Assim, o vassalo prestava auxílio em armas à seu suserano quando esse entrava em guerra,
significando que aquele poderia levar seus próprios vassalo ou mesmo seus servos se assim o
desejasse. Isso significa que na Idade Média europeia, não haviam Exércitos Permanentes, as
forças militares sendo compostas exclusivamente de suseranos e seus vassalos. Em geral, os reis,
ou mesmo aqueles que ainda detinham os títulos de reis eram os maiores suseranos da nobreza,
aqueles que possuíam a maior quantidade de vassalos, o que não significa que pudessem interferir
no feudo dos mesmos. Na prática, todo nobre fazia parte de uma relação de suserania e
vassalagem, porém, cada senhor feudal tinha autonomia plena em seu respectivo feudo. Um
suserano poderia ter muito vassalos, mas um vassalo só poderia ter um suserano. Os vassalos de
meu vassalo não eram obrigados a prestar auxílio ao suserano mais acima da relação, amenos que
seus suseranos quisessem.
Crise do Feudalismo
- A crise do feudalismo ocorreu durante a chamada Baixa Idade Média, dos séculos X a XV.
- Trata-se de um longo processo que levou à formação das Monarquias Nacionais Europeias e
consequentemente, do Estado Moderno.
- Para entendermos tal crise é preciso inicialmente retomarmos alguns pontos específicos da Alta
Idade Média.

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