Trabalho de Cartografia

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Impacto da Cartografia Temática no Ensino de Geografia

Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450

Xai – Xai, Maio de 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Impacto da Cartografia Temática no Ensino de Geografia

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia.

Tutor: Sidónia Albino

Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450

Xai – Xai, Maio de 2022

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Índice
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................1

1.1. Objectivos........................................................................................................................1

1.1.1. Geral.............................................................................................................................1

1.1.2. Específicos...................................................................................................................1

1.2. Metodologia.....................................................................................................................1

2. Impacto da Cartografia Temática no Ensino de Geografia.................................................2

2.1. A Cartografia Temática e o Ensino de Geografia: Algumas Reflexões..........................2

2.2. A Importância do Mapear no Ensino-Aprendizagem por meio Cartografia....................3

2.3. Ensinando e aprendendo Geografia e (através da) cartografia........................................4

3. Considerações Finais...........................................................................................................6

4. Referencias Bibliográficas...................................................................................................7

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho versa sobre o impacto da cartografia temática no ensino da Geografia. A


Cartografia consiste em um campo científico cujo conhecimento é imprescindível à
Geografia. Como ciência que se preocupa com os processos envolvidos da produção do
espaço (Santos, 1978; 1996; Soja, 1993), para esta os produtos cartográficos fornecem
subsídios tanto para a investigação científica como para a constatação de seus dados (Almeida
& Passini, 2011).

Como área específica da ciência cartográfica, a Cartografia Temática se dedica à


representação de temas diversos que tenham manifestação no espaço geográfico, com ou sem
expressão física na superfície terrestre (Oliveira, 1988). Sua utilização no ensino –
aprendizagem de Geografia é de suma importância, sobretudo na educação básica (níveis
básicose médio), haja vista que as representações temáticas de conteúdos da Geografia estão
cada vez mais disponíveis não só nos livros didáticos, mas também na internet e em outras
fontes. A utilização adequada destes materiais potencializa o ensino e o aprendizado da
Geografia por meio da observação da localização dos lugares e da correlação entre os
fenômenos geográficos, os quais podem ser visualizados espacialmente em conjunto.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Analisar o impacto da cartografia temática no ensino de Geografia.

1.1.2. Específicos

 Definir cartografia temática;


 Descrever a importância da Cartografia Temática no ensino da Geografia;
 Apresentar reflexões sobre a importância da Cartografia no quotidiano.

1.2. Metodologia

Para a realização do presente trabalho recorreu – se à pesquisa bibliográfica. Segundo Gil


(1999, p. 39), este procedimento técnico serve para sustentar teoricamente o estudo
recorrendo à consulta de “livros de leitura corrente, livros de referência e publicações
periódicas”.

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2. Impacto da Cartografia Temática no Ensino de Geografia

2.1. A Cartografia Temática e o Ensino de Geografia: Algumas Reflexões

Actualmente as representações cartográficas mostram-se mais presentes em nosso dia – a –


dia, sendo-nos apresentadas em diversas escalas e para variados fins por meio da televisão, da
internet, de jornais e revistas, dentre outros meios de comunicação, estando assim cada vez
mais acessível à sociedade. Porém, tais produtos, e sobretudo os conhecimentos que a eles
devem estar associados, parecem continuar distantes das escolas, cujas causas vão desde a
falta de uma infraestrutura escolar adequada disponível aos professores (materiais didáticos,
equipamentos audiovisuais, etc.), a falhas na formação didático-pedagógica dos docentes
(Abreu & Carneiro, 2006).

Neste contexto, os professores passam a ter dificuldades em dominar o arcabouço conceitual


e metodológico da Cartografia e os procedimentos didáticos para ensina-la, e assim,
consequentemente, a incluir e praticar uma educação cartográfica em seu trabalho de ensinar a
Geografia.

De acordo com Castrogiovanni (2009), a Cartografia compreende um conjunto de estudos e


operações lógicas (matemáticas, técnicas e artísticas), empreendidas a partir de observações in
loco e análise de dados e de documentos, com o fim de subsidiar a “[...] construção de mapas,
cartas, plantas e outras formas de representação, bem como seu emprego pelo homem” (p.
38).

Os mapas sempre estiveram ligados à Cartografia, sendo seu principal instrumento. Os


mesmos constituem-se não apenas em meios de registro da informação, mas também em
instrumentos de pesquisa geográfica e divulgação de resultados distribuídos espacialmente.

Na actualidade a ciência cartográfica é imprescindível para a alfabetização dos estudantes,


pois auxilia na formação de cidadãos aptos a compreender a realidade do mundo.

Diversas pesquisas em Geografia têm considerado o mapa um recurso didático de extrema


importância para o ensino por entendê-lo como representação primordial para a compreensão
do espaço geográfico. Mapas podem também ser construídos levando em conta vários
métodos, os quais auxiliam o desenvolvimento de habilidades de interpretação, leitura e
análise.

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Desta forma, Francischett (2011) afirma que a representação cartográfica desenvolve a
racionalidade para pensar o mapa além dele, naquilo que ele traz como significado, a temática
representada no campo das convenções para exprimir o que ocorre no contexto real. O uso
mais popular da Cartografia na escola é através de representações temáticas. São deste tipo a
maioria dos mapas que aparecem em livros didáticos, em documentários audiovisuais e
artigos diversos disponíveis para consulta na web. Tais mapas estão presentes não somente na
abordagem dos conteúdos referentes ao ensino de conceitos, noções e técnicas cartográficas
em si, cujas raízes estão situadas na Cartografia de Base, mas abrangem principalmente os
demais temas tratados pela disciplina de Geografia, devendo ser utilizados para representar
elementos e espacializar dados, bem como para subsidiar a análise de fenômenos e processos
naturais e sociais em sua manifestação espacial, possibilitando, assim, que os alunos
compreendam melhor os conteúdos.

Tendo em vista a crescente disponibilização de representações cartográficas temáticas, o


trabalho com este tipo de instrumental na escola pode ser mais facilitado, pois pelo menos
parte dos alunos já tende a estar familiarizada com representações gráficas do espaço, mesmo
que não do modo formal como é trabalhado nas escolas.

Esta difusão dos mapas temáticos pode ser uma aliada do professor de Geografia facilitando o
seu trabalho, já que com mais subsídios ele pode direcionar os estudantes para a compreensão
da simbologia dos produtos cartográficos. Porém, para que isso possa ocorrer, o professor
precisa estar habilitado para trabalhar com a alfabetização cartográfica (conhecimento
complexo, que envolve noções da semiologia gráfica, da comunicação cartográfica e da teoria
cognitiva) e a aplicabilidade do mapa nas diferentes séries observando os estágios cognitivos
dos alunos em cada uma delas (Simielli, 1999).

2.2. A Importância do Mapear no Ensino-Aprendizagem por meio Cartografia

Para destacar a importância dos estudantes produzirem seus próprios mapas, Almeida e
Passini (2011), compreendem que o mapa é uma representação codificada de um determinado
espaço real, que transmite informações através de um sistema semiótico complexo.

Conforme Simielli (1999), os mapas permitem ter domínio espacial e fazer a síntese dos fatos
que ocorrem através do espaço. Também vale ressaltar que há vários tipos de mapas, voltados
para diferentes leitores. Existem níveis distintos de cognição, pois um aluno de 5° série
raramente compreende a mesma informação que um aluno de ensino médio, de modo que é
necessário ter cuidado com relação a quais mapas o professor irá utilizar.

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Como já foi dito, o mapa é um instrumento muito importante para as aulas de Geografia pois
possui diversas utilidades, porém, é fundamental considerar que ele não pode ser usado
somente para localizar os fenômenos. Em outras palavras, ele não deve servir exclusivamente
como um fim nas atividades didático-pedagógicas, mas também como meio, ponto de partida
e fonte de execução das mesmas. É importante, a partir dele, realizar questionamentos, fazer
com que os estudantes consigam ler as informações que o mesmo representa e dele extrair
informações e tirar conclusões sobre o espaço ali representado. Contudo para que isso ocorra
é necessário dar sempre continuidade neste processo pedagógico.

Conforme Castrogiovanni (2009), os estudantes necessitam estar preparados para decodificar


as representações cartográficas, pois para saber ler mapas é necessário saber construí-los, isto
é, apropriar-se de procedimentos de sistematização de informações e de sua simbolização por
meio da legenda e seu registro, organizado e em escala, sobre uma base cartográfica.

Parece claro, portanto, que a actividade de construção de mapas deve compreender várias
etapas e ser um processo contínuo. O estudante primeiramente deve definir o tema e em
seguida o modo de representação – feições geométricas e método de representação da
informação a serem utilizados –, a simbologia e variáveis visuais adequadas (Martinelli,
2003).

No momento da representação não se deve esquecer-se de utilizar os principais elementos


presentes no mapa como título, legenda, orientação, escala e representação do tema. E após a
sua construção, o estudante deve saber interpretar adequadamente o seu mapa, sendo
adequado, por sua vez, que este também inteligível aos demais aprendizes.

Em suma, deve-se ter claro que a educação cartográfica é muito importante e os professores
da disciplina de Geografia devem estar preparados para transmitir os conteúdos da Cartografia
de forma coerente, fazendo com que os estudantes compreendam os conceitos e o seu uso.

2.3. Ensinando e aprendendo Geografia e (através da) cartografia

O processo de Educação Cartográfica deve estar pautado, antes de tudo, em um aprendizado


adequado dos fundamentos da Cartografia de base, trabalhando-se noções como orientação,
simbologia, escalas, coordenadas e projeções, aprendizado este que, muitas vezes, deve
preceder o uso dos materiais cartográficos a fim de garantir uma compreensão mais abalizada
das informações neles representadas e, a partir disso, do tema ou fenômeno em análise.
Entretanto, o professor deve atentar para o fato de que a abordagem dessas noções, devido à

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dimensão abstrata que carregam, precisa ser adequada aos estudantes a fim de potencializar o
aprendizado.

Assim, para o ensino de tais conhecimentos pode-se lançar mão, juntamente aos
procedimentos ditos formais (como a abordagem expositiva de conceitos e exibição de mapas
prontos, a leitura e a resolução de exercícios escritos), também de procedimentos e atividades
não formais ou “alternativos” de ensino.

Há inúmeros trabalhos, alguns dos quais já consagrados – como Simielli (1993), Almeida e
Passini (1999), Almeida (2001), Castrogiovanni (2009) e Schäeffer et al. (2011) – que
apresentam atividades alternativas para o processo de alfabetização cartográfica e demais
fases do aprendizado cartográfico, utilizando-se de materiais, instrumentos e procedimentos
diversos e abordando diferentes noções da Cartografia.

A compreensão das projeções cartográficas é importante para a interpretação de mapas,


especialmente em escalas médias e pequenas, pois devido à impossibilidade de se representar
concomitantemente as formas, as áreas e as distâncias da superfície terrestre sem que haja
distorções em algumas dessas medidas, são elas, as projeções, que explicam os padrões dos
contornos dos territórios representados nos documentos cartográficos (Esri, 2000).

Devido a essa importância, o tema das projecções integra o conteúdo da Geografia Escolar.
Contudo, devido ao seu caráter abstrato, esse é um dos assuntos mais difíceis de serem
entendidos por estudantes e por parcela significativa dos professores de Geografia. Essa
mesma dimensão abstrata inerente às projeções também acaba impondo dificuldades para os
docentes ensinarem o referido conteúdo na educação básica.

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3. Considerações Finais

A realidade geográfica é abrangente e complexa. A compreensão dos modos de organização


do espaço geográfico envolve uma análise criteriosa e coerente dos agentes atuantes e dos
processos que o caracterizam e o estruturam em distintas escalas ao longo do tempo. Na
práxis do ensinar e aprender o conhecimento geográfico ressalta-se o importante papel da
linguagem da Cartografia e de suas representações. Os diversos produtos cartográficos, como
mapas, maquetes, imagens aéreas entre outros, podem auxiliar os estudantes a entender
melhor diversos conteúdos da Geografia Escolar a partir da localização de objetos geográficos
e análise de variáveis e fenômenos em sua dimensão espacial. Considera-se, assim, que a
espacialização de informações fornecida pela Cartografia é um importante instrumento
metodológico para minimizar a abstração de determinados conhecimentos da disciplina de
Geografia. Ocorre que a abstração é algo inerente à própria natureza da representação
cartográfica, materializando-se nos mapas em graus diferenciados. Com isso, o objetivo de se
caracterizar um espaço na leitura do mapa através de seus símbolos, acaba não sendo
contemplado se o indivíduo não for ensinado a interpretar concretamente a linguagem
cartográfica. Assim, a nosso ver, ensinar esta linguagem demanda torna-la mais palpável aos
estudantes, com a realização de atividades que, ainda que se utilizem de ludicidade (como a
experiência com frutas, apresentada anteriormente), possam minimizar a dimensão abstrata
existente em importantes conhecimentos da Cartografia de base, caso das projeções
cartográficas aqui abordado, e de outros como escala e coordenadas.

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4. Referencias Bibliográficas

Almeida, R. D. & Passini, E.Y. (2011). O espaço geográfico, ensino e representação. 15. ed.
São Paulo: Contexto.

Callai, H. C. & Kaercher, N. A. (2009). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no


cotidiano. 7. ed. Porto Alegre: Mediação.

Castrogiovanni, A. C. (2011). Apreensão e compreensão do espaço geográfico. In:


CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER,
Nestor André (Orgs.). Ensino da Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 7.
ed. Porto Alegre: Mediação, 2009. p. 11-79. ;

Francischett, M. N. (2004). A Cartografia no ensino de Geografia: a aprendizagem mediada.


Cascavel: EDUNIOESTE.

Martinelli, M. (2003). Mapas da Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto,

Passini, E. Y. (1994). Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo
Horizonte: Lê.

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