NUTRITEA - Slides

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SELETIVIDADE

ALIMENTAR
Disfunções sensoriais da criança
autista
Apresentação
● Terapeuta Ocupacional – UFSCar;
● Certificação Internacional em Integração
Sensorial de Ayres;
● Mestre em Terapia Ocupacional – UFSCar;
● Atendimento clínico de crianças e
adolescentes com disfunções de
processamento sensorial .
Tópicos
● Seletividade alimentar;
● Sistemas sensoriais e processamento das
sensações durante a alimentação;
● Impacto das disfunções sensoriais na
alimentação;
● Seletividade alimentar e autismo;
● Estratégias para pais e educadores.
Seletividade alimentar

A seletividade alimentar pode ser causada por:


- fatores orgânicos;
- fatores neuromotores e orais;
- fatores comportamentais;
- fatores do processamento sensorial.
Seletividade alimentar

- Fatores orgânicos: sensibilidade e alergias aos


alimentos, alterações gastrintestinais,
medicamentos e saúde mental.
Seletividade alimentar

- Fatores neuromotores e orais: influenciados


pelo tônus muscular e posturas.
Seletividade alimentar

- Fatores comportamentais: influenciados pela


história clínica ➔ introdução alimentar,
memórias de alimentação, fatores psicológicos,
experiências orais negativas.
Seletividade alimentar

- Fatores de processamento sensorial: por ser a


alimentação uma rotina multissensorial
envolvendo vários sistemas sensoriais, bem
como ações motoras, esta se relaciona com as
variáveis do processamento sensorial.
Sistemas Sensoriais
Informações sensoriais, incluindo inputs
proprioceptivos, vestibulares, tátil, visuais,
auditivos, gustativos e olfativos, quando
integrados efetivamente permitem que as
crianças participem com todo potencial no
aprendizado e outras ocupações da
infância.
Sistemas Sensoriais
● exteroceptivos: relacionados a estímulos
produzidos fora do organismo
● interoceptivos: se referindo a estímulos
produzidos dentro do organismo

→ Esses sistemas captam os estímulos do


ambiente (externo/interno) e os transmitem
até o cérebro.
Sistema Vestibular
● O bebê sente a força da gravidade e em
resposta a essa força inicia o processo de
fortalecimento de musculaturas para se
desenvolver, como por exemplo, manter a
cabeça ereta, sentar-se com postura adequada,
equilíbrio para andar etc.
● Ritmo e coordenação de movimentos
peristálticos.
Sistema Tátil
● Localizado em toda superfície da pele e
mucosas;
● Protetiva e discriminativa;
● Capacidade de extrair informações sensoriais
do ambiente;
● Auxílio na autorregulação;
● Regula nível de alerta e equilíbrio emocional.
Sistema Proprioceptivo
● Receptores enviam a todo momento
informações ao cérebro sobre a posição do
corpo e se o músculo relaxa e contrai, ou se há
movimentação de alguma articulação e a partir
dessa informação o cérebro constrói um mapa
sobre a posição do corpo em relação ao
espaço.
Sistema Olfativo
● Células de odor do ar serão recebidas e
absorvidas no revestimento poroso → Essas
moléculas se ligam aos neurônios sensoriais
olfativos e transitam para o sistema límbico
(centro das emoções);

● Se ligará ao gustativo durante a alimentação.


Sistema Gustativo
● Receptores na língua promovem a sensação e
a discriminação do gosto.
● 5 tipos básicos de gosto:
doce,
amargo,
salgado,
ácido,
umami.
Sistema Visual e auditivo
● Informação visuoespacial e a varredura visual,
capacidade de antecipar, planejar, agir e corrigir
interações.

● Capacidade de ouvir, significar e falar


simultaneamente. A modulação deste sistema
pode interferir no comportamento adaptativo da
criança.
Sistema Interoceptivo
● Sensações que provêm do nosso próprio corpo
→ fome, sono, localização de dores;
● Percebidas por nossos órgãos internos ou
vísceras;
● Receptores → mucosas. Se ligam aos sistemas
vestibular (ritmo), tátil e proprioceptivo;
● Homeostase e bom desenvolvimento geral;
● Relação importante com parte emocional.
Sistemas Sensoriais e
alimentação
“Todo o processo da alimentação é composto
pela integração e organização dos sistemas
sensoriais: tátil (textura e temperatura),
proprioceptivo (consciência oral), vestibular
(movimentos peristálticos), visual
(identificação dos alimentos) e o auditivo
(momento da mastigação)”.
Processamento Sensorial
Percepção e Discriminação
Modulação Sensorial Sensorial Práxis

● Reatividade inicial que o ● Capacidade para ● Habilidade do cérebro de


indivíduo apresenta a um interpretar a elaborar um plano, organizar e
determinado estímulo. informação de forma executar uma sequência não
● Capacidade de eficaz. familiar de ações motoras e
recuperação a esse ● Perceber possibilitar interações
estímulo. adequadamente o que adaptativas com o ambiente.
se come, intensidade e Movimentação oral e facial
● Tempo que consegue
tempo da mastigação. durante a alimentação.
manter-se num nível
● Significado correto das
ótimo de alerta perante qualidades específicas
ao estímulo ou do estímulos.
combinação de muitos.
Disfunções Sensoriais
Disfunção na
Reatividade/Modulação
Sensorial

Disfunção na
Percepção
Sensorial e
Dispraxia
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade: Respostas, normalmente,
dramáticas ou extremas para sensações que
não costumam ser notadas ou vistas como
desconfortáveis, irritantes ou incômodas.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade visual: essas crianças podem
fechar os olhos diante da comida, olhar de longe,
necessidade de distrações durante a alimentação
(celular e tablet), espalhar a comida no prato,
pisca ou lacrimeja os olhos repetidamente, ânsia
e vômitos ao ver o alimento.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade olfativa: essas crianças podem
tampar o nariz, lacrimejam, tossem ou nauseiam
diante cheiro de alimentos ou durante seu
preparo.
Forte impacto no sistema nervoso autônomo
podendo causar náuseas imediatamente após
entrar em locais com cheiros de alimentos.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade tátil: Essas crianças podem
limpar as mãos constantemente, pegar os
alimentos com as pontas dos dedos, fechar
fortemente os lábios, nausear diante de texturas
suaves, repertório limitado de alimentos de
determinadas texturas, incômodo com
temperaturas.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade gustativa: essas crianças
podem tossir, vomitar e apresentar tremores ou
calafrios diante de sabores.

→ Repertório de alimentos limitado a sabores.


Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hiper-reatividade auditiva: essas crianças podem
ficar assustadas diante de sons dos alimentos ou
de talheres e utensílios utilizados na alimentação,
cobrir os ouvidos durante a alimentação ou
preparo dos alimentos e podem não comer
alimentos que façam barulho ao mastigar.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hipo-reatividade: Criança responde menos ou
demora a responder a estímulos relevantes do
ambiente, nem sempre reagindo prontamente a
dor, movimentos, sons, cheiros sabores e
estímulos.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Hipo-reatividade tátil e proprioceptiva oral:
Criança apresenta pouca consciência
oral:colocam muito alimento na boca, se sujam
muito e não se percebem sujos, deixando restos
de comida na boca. Podem apresentar baixo
tônus muscular e presença constante de
salivação.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Dispraxias: dificuldade na habilidade para
idealizar, planejar executar um ato motor não
habitual na sequência correta ou seja, para
mover a informação sensorial para movimentos
não familiares.
Impacto das disfunções
sensoriais na alimentação
Dispraxias: a criança pode apresentar habilidade
diminuída para preparar apropriadamente seus
movimentos durante a alimentação, dificuldade
para guiar a sequência das contrações
musculares durante a mastigação, dificuldade
para se alimentar sozinho.
Seletividade alimentar e
autismo
- 90% das crianças com TEA tem problemas de
alimentação;
- geralmente apresentam hiper responsividade;
- as hiper respostas olfativas e gustativas
influenciam em suas preferências alimentares;
- as respostas auditiva e visual influenciam nos
comportamentos na hora da alimentação.
Seletividade alimentar e
autismo
Crianças autistas apresentam, com
frequência, sintomas gastrointestinais tais como,
dor abdominal, diarreia crônica, flatulência,
vômitos, regurgitação, perda de peso,
intolerância aos alimentos, irritabilidade, entre
outros.
Seletividade alimentar e
autismo
Devido a essas ocorrências, estudos
apontam que seria interessante evitar a ingestão
de glúten, presente no trigo, aveia, centeio e
cevada, pois pode causar dano consequente das
vilosidades da membrana intestinal resultando
em uma potencial ou real má absorção de todos
os nutrientes.
Seletividade alimentar e
autismo
Alguns autores afirmam que o glúten e a
caseína causam sensação de prazer, além de
hiperatividade, falta de concentração,
irritabilidade, dificuldade na interação da
comunicação e sociabilidade.
Seletividade alimentar e
autismo
Sugere-se que os peptídeos de glúten e
caseína, assim como outros componentes
nutricionais, podem ter alguma participação na
fisiopatologia do autismo, porém não há
evidências que validem sua restrição até o
momento.
Seletividade alimentar e
autismo
Diversos estudos sobre a alimentação do
autista vêm sendo desenvolvidos, porém ainda
não há um consenso entre os pesquisadores. A
implantação de um novo padrão alimentar, deve
envolver todos os familiares e pessoas que com
ele convive.
Estratégias para pais e
educadores
- A alimentação precisa ser um processo
prazeroso para a criança;
- Momento de interação entre a criança e o
adulto;
- A alimentação é aprendida principalmente a
partir da imitação;
- Envolve todos os sentidos.
Estratégias para pais e
educadores
Tolera - sistema visual;
Interage - visual e proprioceptivo;
Cheira – olfativo;
Toca – tátil;
Prova - gustativo e tátil;
Come - multissensorial.
Estratégias para pais e
educadores

- Sempre necessária uma boa avaliação de uma


equipe multidisciplinar: médico, fonoaudiólogo,
fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta
ocupacional, nutricionista, dentista etc.
Estratégias para pais e
educadores
- respeitar o espaço da criança;
- fazer com que a criança veja todo o processo e
saiba o que será feito no momento da
alimentação;
- nunca forçar a ingestão ou experimentação de
um alimento, pois pode causar ansiedade e
medo.
Estratégias para pais e
educadores
- Manter a calma e reconhecer as dificuldades;
- Usar palavras simples para mostrar para
verbalizar à criança o que ela está sentindo:
mole, duro, salgado, doce, tem cheiro de..., etc.
- Perceber as necessidades da criança durante a
alimentação.
Estratégias para pais e
educadores
- necessidade de secar as mãos;
- segurar o alimento com o talher ou guardanapo;
- cortar o alimento;
- trocar sabores;
- utilizar sensações de tato profundo antes do
momento da alimentação.
Estratégias para pais e
educadores

As terapias são fortes aliadas, uma


parceria entre a Integração Sensorial de
Ayres, fonoaudiologia, nutrição e outros
profissionais pode ajudar a criança no
aumento de repertório alimentar.
Estratégias para pais e
educadores
É de extrema
importância o
APOIO E A
PARTICIPAÇÃO
DA FAMÍLIA E
DA ESCOLA!
Vanessa de Melo Barros
Contato: vanessambarros10@gmail.com
OBRIGADA!

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