QUESTAO Sofistasesocrates
QUESTAO Sofistasesocrates
QUESTAO Sofistasesocrates
1. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam
que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas
acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da
sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
3. (Ufmg 2013) Em um trecho do diálogo Eutidemo, Sócrates conta a Críton como discutiu com
Clínias a possibilidade de haver uma arte ou ciência que leve os homens à felicidade. Após
descartar diversas artes, eles dedicaram-se a considerar a “arte política”, identificada por eles
com a “arte real”, ou seja, com a arte do governo do rei. Todavia, o desdobramento do diálogo
mostra que também essa “arte política” ou “real” não pode exercer a função de levar os
homens à felicidade, porque sua ação não torna os homens melhores eticamente. Eles
constatam, assim, que chegaram a um impasse na argumentação, isto é, uma aporia.
A esse respeito, leia o fragmento:
[SÓCRATES] Mas que ciência então? De que maneira a usaremos? Pois é preciso que ela não
seja artífice de nenhuma das obras que não são nem boas nem más, mas sim que transmita
nenhuma outra ciência a não ser ela própria. Devemos dizer então que <ciência> é esta afinal,
e de que maneira a usaremos? Queres que digamos, Críton: é aquela com a qual faremos
bons os outros homens?
[CRÍTON] Perfeitamente.
[SÓCRATES] Os quais serão bons em quê? e, em quê, úteis? Ou diremos que farão bons
ainda outros, e esses outros <farão bons> outros? Mas em quê, afinal, são bons, não nos é
claro de maneira nenhuma, já que precisamente desprezamos as obras que se diz serem da
política [...]; e, é exatamente o que eu dizia, estamos igualmente carentes, ou ainda mais, no
que se refere ao saber qual é afinal aquela ciência que nos fará felizes.
[CRÍTON] Por Zeus, Sócrates! Chegastes a uma grande aporia, segundo parece.
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SOFISTAS E SÓCRATES
EXPLIQUE por que, segundo Sócrates e Críton, a mesma arte não pode ser responsável por
governar os homens e, simultaneamente, torná-los bons.
4. (Uem 2013) Protágoras de Abdera (480-410 a.C.) é considerado um dos mais importantes
sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, sendo atribuída à sua autoria a seguinte máxima
da filosofia: “O homem é a medida de todas as coisas”. Sobre Protágoras e os sofistas,
assinale o que for correto.
01) De forma semelhante a pensadores contemporâneos, os sofistas problematizam a
multiplicidade de perspectivas do conhecimento.
02) O relativismo de Protágoras pode ser defendido filosoficamente a partir da percepção do
movimento, tese já defendida anteriormente por Heráclito.
04) Platão e Aristóteles contrapuseram-se aos sofistas, ao não defender o homem como
medida de todas as coisas.
08) Em razão de seu humanismo, atribui-se a Protágoras a inversão coperniciana, isto é, a tese
de que não é o sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do sol.
16) O saber contido na frase de Protágoras é prático, além de teórico, ou seja, mobiliza o
campo da filosofia para a retórica.
A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima
para baixo, é a
a) F V F V V
b) V F V V F
c) F F V F V
d) V F F F V
e) F V V V F
6. (Unimontes 2010) Via de regra, os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e,
por isso mesmo, tinham conhecido diferentes sistemas de governo. Usos, costumes e leis das
cidades-estados podiam variar enormemente. Sob esse pano de fundo, os sofistas iniciaram
em Atenas uma discussão sobre o que seria natural e o que seria criado pela sociedade.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
O sofista Trasímaco defendia a ideia de que não haveria uma concepção ideal de justiça nos
homens. Para ele, a justiça não seria, portanto, algo universal, mas resultado de regras
aprendidas socialmente pelos homens. Tal visão é diametralmente diferente da concepção
platônica de justiça.
Resposta da questão 2:
[A]
Resposta da questão 3:
Segundo o enunciado da questão, a explicação para o fato de a arte de governar, ou a “arte
política”, ou a “real”, não ser capaz de tornar os homens bons, ou levá-los à felicidade, decorre
da ação política de não tornar os homens melhores eticamente.
Todavia, a péssima transcrição do diálogo, que apresenta um recorte muito pouco elucidativo
sobre a obra e não permite a compreensão do raciocínio ali desenvolvido, nos dá a entender
que a questão geral é: “que ciência e modo de utilidade dessa ciência nos fará homens bons,
homens felizes?”. Essa questão geral não é ética, mas sim apenas uma questão que poderá
adquirir caráter ético se resolvermos sua problemática através de uma configuração racional
dos hábitos dos indivíduos; ela poderá, também, adquirir um caráter político se resolvermos
sua problemática através de uma configuração racional da cidade; e por aí vai.
Resposta da questão 4:
01 + 02 + 04 + 16 = 23.
Resposta da questão 5:
[C]
A sequência correta está apresentada na alternativa [C]. Quem escreveu Ética a Nicômaco foi
Aristóteles e não Sócrates. O pensamento socrático está escrito em grego, língua dos filósofos
do período. Sócrates criticou sim o saber dogmático. Ele o fez através da sua prática de
indagar as pessoas a respeito de suas certezas. Sendo assim, as afirmativas falsas são a
primeira, a segunda e a quarta.
Resposta da questão 6:
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[C]
Os sofistas foram muito mal vistos devido aos escritos de Platão. Entretanto, ainda que
lucrassem com sua atividade de ensino, esses filósofos desenvolveram importantes teorias.
Hoje sua importância é reconhecida principalmente em relação ao relativismo cultural e às
contribuições ao espírito democrático.
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