As Críticas e Proposições de Sraffa

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As críticas e proposições de Sraffa

 Inadmissível a concepção de que as imperfeições seriam temporárias > os


obstáculos que rompem a unidade do mercado são forças ativas com efeitos
permanentes e cumulativos
 Abandonar o caminho da livre concorrência e voltarmos para a direção do
monopólio
 Crítica aos neoclássicos na: determinação de P* e Q*;lei dos rendimentos não
proporcionais; inconsistências internas

1. A escola neoclássica manipulou as leis de rendimentos (crescentes e


decrescentes)

- Para obter curva de oferta à priori


- Lei dos rendimentos decrescentes como lei geral é inaceitável;
- A escola neoclássica minimiza a importância das economias internas à
empresa e valoriza as externas
- Objetivo: garantir curva de oferta simétrica a da demanda

2. A inconsistências da lei dos rendimentos

- Na teoria neoclássica, a expansão da empresa é limitada para garantir a


hipótese do atomismo dos mercados concorrenciais
- Exigência da clausula ceteris paribus e de independência das curvas de oferta
e de demanda (incompatível com os rendimentos decrescentes e as economias
externas com origem na economia em geral)
Ceteris paribus e independência é a todo mundo esperando e a falta de
interdependência?

Ou seja, apenas em duas situações particulares, a lei dos rendimentos não


proporcionais valeriam.

3. A curva de demanda individual infinitamente elástica e o formato em U das


curvas custos médio e marginal não são realistas

Segundo a teoria da concorrência perfeita,


a) Produtor não consegue afetar deliberadamente o preço de mercado +
Indiferença por parte dos compradores quanto aos distintos produtores;
b) Produtor opera em regime de custos crescentes > garantia do equilíbrio no
modelo (CMg = Rmg). Logo, o limite à expansão da empresa adviria de
condições internas de produção da empresa e não do mercado

Mas na realidade, o que ocorre é:


A) A curva de demanda individual da empresa é descendente – e não
infinitamente elástica: qtd maiores só conseguem ser vendidas com
redução de preços (ou maiores despesas com vendas), pois há preferências
por parte dos consumidores;
B) Muitas empresas trabalham com custos decrescentes, na faixa relevante da
produção, até o limite do uso da capacidade produtiva. A restrição ao
crescimento da empresa vem das condições (externas) do mercado.

As causas de preferência dos consumidores são variadas (proximidade,


qualidade, confiança, marca etc.), por mais que sejam produtos destinados
a satisfazer a mesma necessidade específica. Os produtos não são
homogêneos. Logo, a curva de demanda do produtor não é infinitamente
elástica. Cada produtor possui a sua clientela (disposta até a pagar mais), o
que lhe confere certas vantagens de “monopólio”. Quanto menos elástica
for a demanda por seu produto, maior será sua influência sobre o mercado.
Portanto, o mercado em geral está dividido em uma série de mercados
particulares, com diferentes preços e qualidades. Há barreiras para ocupar
espaço de mercado de outros (despesas adicionais ou redução de preços).
Se reduzir o preço, além disso, é possível que os concorrentes efetivos
reajam. Já o aumento de preço pode provocar a entrada de novos
concorrentes (potenciais) no mercado.
Até pequenas empresas, mesmo num mercado com muitos produtores,
podem ter alguma escolha quanto aos seus preços, dependendo da
diferenciação de seus produtos.
Resumindo: mesmo em mercados atomizados (Nzão), o modelo de
concorrência perfeita não corresponde à realidade, pois há muitos
mercados particulares. E a analogia com o modelo de monopólio puro
também não vai longe, pois

Sraffa não construiu um modelo alternativo, mas desenvolveu críticas e


ideias sobre o verdadeiro funcionamento da concorrência e que são ponto
de partida para o entendimento da concorrência em mercados
oligopolísticos (mesmo mercados atomizados podem estar muito próximos
da situação de monopólio):
- Diferenciação do produto
- Preferência dos consumidores importa
- Papel dos gastos de venda
- As empresas levam em conta possíveis reações de seus concorrentes e
resistem em reduzir o preço
- Pode existir lucro extraordinário, devido às barreiras à entrada no
mercado
- Existência de limite ao endividamento da empresa

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