Citogenética
Citogenética
Citogenética
Citogenética
Milton Muniz
Florianópolis, 2009.
Governo Federal Comissão Editorial Viviane Mara Woehl, Alexandre
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Verzani Nogueira, Milton Muniz
Ministro de Educação Fernando Haddad
Secretário de Ensino a Distância Carlos Eduardo Projeto Gráfico Material impresso e on-line
Bielschowky Coordenação Prof. Haenz Gutierrez Quintana
Coordenador Nacional da Universidade Aberta do Equipe Henrique Eduardo Carneiro da Cunha, Juliana
Brasil Celso Costa Chuan Lu, Laís Barbosa, Ricardo Goulart Tredezini
Straioto
Universidade Federal de Santa Catarina
Reitor Alvaro Toubes Prata Equipe de Desenvolvimento de Materiais
Vice-Reitor Carlos Alberto Justo da Silva
Laboratório de Novas Tecnologias - LANTEC/CED
Secretário de Educação à Distância Cícero Barbosa
Coordenação Geral Andrea Lapa
Pró-Reitora de Ensino de Graduação Yara Maria
Coordenação Pedagógica Roseli Zen Cerny
Rauh Müller
Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão Débora Peres Material Impresso e Hipermídia
Menezes Coordenação Laura Martins Rodrigues,
Pró-Reitora de Pós-Graduação Maria Lúcia Camargo Thiago Rocha Oliveira
Pró-Reitor de Desenvolvimento Humano e Social Luiz Adaptação do Projeto Gráfico Laura Martins Rodrigues,
Henrique Vieira da Silva Thiago Rocha Oliveira
Pró-Reitor de Infra-Estrutura João Batista Furtuoso Diagramação Laura Martins Rodrigues
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis Cláudio José Amante Ilustrações Thiago Felipe Victorino, Alexandre dos Santos
Centro de Ciências da Educação Wilson Schmidt Oliveira, Rafael de Queiroz Oliveira, Ângelo Bortolini
Silveira, Rafael Naravan Kienen, Cristiane Amaral
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
Revisão gramatical Ana Carolina de Melo Martins
na Modalidade a Distância
Diretora Unidade de Ensino Sonia Gonçalves Carobrez Design Instrucional
Coordenadora de Curso Maria Márcia Imenes Ishida Coordenação Isabella Benfica Barbosa
Coordenadora de Tutoria Zenilda Laurita Bouzon Design Instrucional Vanessa Gonzaga Nunes,
Coordenação Pedagógica LANTEC/CED Fedra Rodríguez Hinojosa
Coordenação de Ambiente Virtual Alice Cybis Pereira
ISBN 978-85-61485-20-7
Apresentação........................................................................................ 9
1. Introdução à Citogenética............................................................13
Resumo............................................................................................................................... 23
Referências........................................................................................................................ 23
2. Cromossomos I...............................................................................25
2.1 Cromossomo dos Vírus............................................................................................. 29
2.2 Cromossomo dos Procariotos ............................................................................... 29
2.3 Epissomos................................................................................................................... 32
2.4 Cromossomo dos Eucariotos.................................................................................. 32
2.4.1 Componentes Químicos..............................................................................37
2.4.2 Cromossomo Mitótico em Metáfase.........................................................38
2.4.3 Cromossomo Meiótico Profásico...............................................................38
2.4.4 Cromossomo Plumoso................................................................................ 40
2.4.5 Cromossomo Politênico de Glândula Salivar.........................................41
2.4.6 Replicação, Transcrição e Tradução......................................................... 44
2.4.7 Condensação e Função dos Cromossomos.............................................47
2.4.8 Funções Cromossômicas............................................................................ 48
2.4.9 Sinapse........................................................................................................... 48
2.4.10 Permutação..................................................................................................49
2.4.11 Segregação...................................................................................................49
2.4.12 O Significado da Ligação...........................................................................49
2.4.13 Compensação de Dose...............................................................................50
2.4.14 Cromatina.....................................................................................................51
Resumo............................................................................................................................... 54
Referências........................................................................................................................ 54
3. Transmissão e Continuidade.........................................................57
3.1 Mitose . ........................................................................................................................ 60
3.2 Meiose e Gametogênese . ...................................................................................... 62
3.2.1 Meiose I........................................................................................................... 66
3.2.2 Leptóteno ou filamento fino.......................................................................70
3.2.3 Zigóteno ou filamento pareado................................................................71
3.2.4 Paquíteno ou filamento grosso..................................................................71
3.2.5 Diplóteno ou filamento duplo...................................................................71
3.2.6 Diacinese.........................................................................................................72
3.2.7 Metáfase I........................................................................................................72
3.2.8 Anáfase I..........................................................................................................72
3.2.9 Telófase I..........................................................................................................72
3.2.10 Meiose II ........................................................................................................73
3.3 Meiose e Genética Mendeliana...............................................................................74
3.4 Meiose, Ligação e Permuta......................................................................................74
3.4.1 Ordem Linear dos Genes e Distâncias no Mapa.....................................75
3.4.2 Interferência...................................................................................................75
3.4.3 As Bases Cromossômicas da Permutação...............................................76
3.4.4 Permutação Somática ou Mitótica...........................................................76
3.4.5 Prova Cromossômica da Permutação......................................................76
3.4.6 Acontecimentos Discrepantes na Permuta.............................................77
3.4.7 Posição e Frequência de Permuta..............................................................77
3.4.8 O Mecanismo da Permutação . .................................................................78
Resumo............................................................................................................................... 78
Referências........................................................................................................................ 78
4. Cromossomos II..............................................................................81
4.1 Estrutura...................................................................................................................... 83
4.1.1 Deleções ou Deficiências..............................................................................83
4.1.2 Duplicações....................................................................................................85
4.1.3 Inversões......................................................................................................... 86
4.1.4 Translocação...................................................................................................89
4.1.5 Isocromossomos........................................................................................... 90
4.1.6 Cromossomos em Anel.................................................................................91
Resumo............................................................................................................................... 92
Referências........................................................................................................................ 92
5. Número Cromossômico.................................................................95
5.1 Variações...................................................................................................................... 97
5.1.1 Aneuploidia.....................................................................................................97
5.1.2 Trissomias....................................................................................................... 98
5.1.3 Monossomias................................................................................................ 98
5.1.4 Aneuploidia dos Cromossomos Sexuais.................................................. 98
5.1.5 Cromossomos acessórios.......................................................................... 100
5.1.6 Fusão Cêntrica..............................................................................................101
5.1.7 Euploidia........................................................................................................102
Resumo.............................................................................................................................104
Referências......................................................................................................................104
Este livro é o elo físico entre você, aluno, e os responsáveis pela implemen-
tação da Citogenética, dentro do currículo do curso, tutores e professor. Espero
uma interação produtiva entre nós. Ele faz uma abordagem no plano horizon-
tal da Citogenética mostrando a estrutura dos cromossomos e suas alterações
numéricas e estruturais e suas repercussões no desenvolvimento do organis-
mo. Discute os processos de divisão celular, nos eucariotos: mitose e meiose,
como mecanismos de formação, desenvolvimento e de transmissão da infor-
mação genética de uma célula à outra e, de uma geração à outra, mostrando
as condições normais e suas alterações. Aborda, igualmente, os cromossomos
nos procariotos e mitocôndrias. E indica a constituição cromossômica em dife-
rentes espécies de organismos.
Milton Muniz
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Introdução à Citogenética
Você terá acesso a uma abordagem histórica que procura
nos envolver com os Cientistas precursores da Biologia, da
Genética que levaram ao desenvolvimento do conhecimen-
to e a sistematização da Citogenética, como Ciência. É uma
abordagem horizontal, na expectativa de que o estudante a
aprofunde como complemento de sua aprendizagem.
Introdução à Citogenética 15
Figura 1.1 – Estrutura do súber Este conceito foi fundamental para o fortalecimento do pen-
observada e desenhada, ao samento científico, desenvolvendo a compreensão do processo
microscópio, por Robert Hooke,
em 1665, que as denominou de continuidade celular, princípio que Charles Robert DARWIN
células quando este era tecido (1809-1882), em 1859, havia demonstrado para as espécies. Em
vivo, segundo Robert Hook
2009.
1870, Walther FLEMMING (1843-1905) descreveu como croma-
tina a porção intensamente corada no núcleo das células. Ele deu o
nome de mitose (do grego, filamento), ao processo de divisão ce-
16 Citogenética
2n 2n
1
2n 2n 2n 2n
G
2n 2n 2n 2n 2n 2n 2n 2n
2n C1 2n
P1
3 n’’
n n n n E1 n n
n P2
O n
n n n n E2
Pneumococos
avirulentos
(acapsulados) Mistura de
células virulentas mortas Morte
pelo calor e células vivas
não virulentas Biópsia
Pneumococos Princípio
avirulentos transformante Recuperação de células
(capsulados) cápsulas virulentas vivas
mortos pelo calor
Figura 1.4 - Experimento de Griffth: o qual demonstra a Transformação Genética e indica que a proteína não é
material genético como se acreditava. Original de Mirsky, Scientific American, 188 (2): 47-57, 1952 Redesenhado de
Costa, Figura 2.1
Pneumococos Precipitado
Fracionamento químico
capsulados alcoólico
mortos pelo calor rico em DNA
“Princípio
transformante”
AT
CG
CG
TA
CG
GC
TA
TA Molécula Mãe
AT
TA
AT
CG
TA
T A
G C
C G
C G
A T
T A
GC
GC
GC AT
GC
AT TA
TA Fita Nova
Fita Nova
GC GC
TA AT
TA TA
GC CG
AT
AT GC
GC Velhas GC
GC TA
TA
TA TA
AT AT Figura 1.6 - Modelo da molécula de DNA
CG CG proposto por Watson e Crick. Original
Novas
de Watson, The Molecular Biology of
TA the Gene, W.A. Benjamin Inc. 1965.
TA CG
CG Redesenhado de Costa, Figura 2.10.
Infecção
Agitação (liquidificador)
14N / 15N
2ª geração
3ª geração
Menor densidade Maior densidade
Sedimentação
Figura 1.8 – Experimento de Hershey e Chase: o qual reafirma que o DNA é o material genético. Redesenhado
de Costa, Figura 2.3.
22 Citogenética
po 95 0 5
lA
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F 85 15 p vr B*
u
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50
c
C
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cA
a B
ung
sbc
*re
C*
lig A
Resumo
Conhecemos os cientistas que desenvolveram e vem desenvol-
vendo os conhecimentos, e suas contribuições em Ciências Bioló-
gicas são de fundamental importância no processo de aprendiza-
gem. Repare, não se deu apenas uma abordagem da Citogenética,
objeto do presente livro, ela foi além, abrindo diversas janelas para
o conhecimento dos seres vivos, de forma ampla. Partiu-se da pri-
meira observação da célula, das primeiras visualizações dos cro-
mossomos, concluindo que o DNA é o material genético. Cada
cromátide cromossômica é portadora de uma única molécula de
DNA, nos eucariotos. Nos procariotos, o cromossomo é a própria
molécula de DNA.
Referências
Costa, Sérgio Olavo Pinto (organizador). Genética Molecular e
de Microorganismos. São Paulo: Manole, 1987.
SWANSON, Carl Pontius; MERZ, Timothy; YOUNG, William J.
Citogenética. São Paulo: Edusp, 1969.
c a p í t u lo 2
c a p í t u lo 2
Cromossomos I
Neste capítulo, faremos uma abordagem descritiva dos cro-
mossomos dos procariotos e eucariotos e, uma exposição dos
principais eventos envolvidos na Citogenética, como tipos de
cromossomos, funções cromossômicas, permutação, segrega-
ção, compensação de dose e cromatina.
Cromossomos I 27
Operon
Gene A Gene R
5’
terminal m CCCGCCGCTGGA
5’
GGGCGGCGACCT terminal m’
5’
A TC
G C m
G A
T G
C CG G
G CG
C G G 5’
m’ C
G C
CC
Endonuclease (reconhece a
sequência de 12 pares apenas)
Ligase
A R
o pq r
n
l m
l l
P.C.
f
l
A B C
Figura 2.6 – Cromossomo circular de bactéria, mostrando a replicação do DNA. Redesenhado de Swanson, figura 2.5.
Cromossomos I 31
Origem da
replicação
2.3 Epissomos
Os epissomos são formados por material genético, constituído
de filamentos duplos de DNA, podendo ocorrer autonomamente
no citoplasma, ou de forma integrada ao DNA da bactéria. Quan-
do integrado ao cromossomo da bactéria ele replica como o cro-
mossomo da bactéria. Quando autônomo, ele replica independen-
temente do hospedeiro. Os epissomos são formas particulares dos
plasmídios, os quais são elementos de herança extra cromossômi-
ca em microorganismos.
Região curta da 2 nm
dupla hélice do DNA
Região do cromossomo
numa forma estendida 300 nm
Centrômero
Cromossomo 1400 nm
mitótico inteiro
loco gênico tem mais de dois alelos, cada um deles com frequência
igual, ou superior, a 1% diz-se que o loco é polimórfico. Ao contrá-
rio, quando o loco tem apenas uma forma genética com frequência
superior a 1% diz-se que o loco é monomórfico. As formas genéti-
cas diferentes que ocupam o mesmo loco e apresentam frequência
inferior a 1%, na população, são consideradas como sendo varian-
tes raras.
Cromossomos I 35
Espécies 2n
Bixa orellana (urucu) 14
Passiflora edulis (maracujá) 18
Victoria amazônica (vitória régia) 20
Caesalpinia echinata (pau-brasil) 24
Araucária angustifólia (pinheiro-do-paraná) 26
Vegetais
Fuso
miótico
Hetero centromérica
Figura 2.10 (esquerda)
Cromossomo com as
cromátides duplicadas. Cinetócoro
Microtúbulos no centrômero
Original de Terry D. do fuso
Allen, copiado de
Alberts, figura 4.21B.
Replicação
forquilhas de
replicação
Replicação
A B
38 Citogenética
Cromatina de
cromátides-irmãs Cromatina de Figura 2.16 (abaixo) a, Eventos da prófase
1 e 2 (paternas) cromátides-irmãs I da meiose – Redesenhados de Alberts,
3 e 4 (maternas) figura 20.12; b, fotomicrografia de
cromossomos plumosos. Modificada de
Alberts, figura 4.36.
A
LEPTÓTENO PAQUÍTENO
Cromátide1
Cromátides-irmãs
paternas Desassociação dos
Formação da região lixos das proteínas
Cromátide 2 central do complexo (elementos laterais)
sinaptotênico
Cromátide 3
Cromátides-irmãs
maternas
Cromátide 4
INTERFASE ZIGÓTENO DIPLÓTENO
SEGUIDO PELA DIACINESE
0,1 mm 20 µm
40 Citogenética
0,5 mm
Cromossomos plumosos
pareados
Quiasma
Alça
Cromômero
Eixo
Região de um
único cromossomo
Cromatina
estendida
em uma alça
10 µm
Pequena região
de um único
cromossomo
mostrando as Eixo
cromátides irmãs
Cromatina unindo
Cromômeros formados a partir
Figura 2.17 – Estrutura de um cromômeros adjacentes
de cromatina altamente
cromossomo plumoso. Redesenhada condensada
de Alberts, figura 4.37.
Braço direito do
cromossomo 3
Cromossomo X Cromossomos
mitóticos normais
na mesma escala
Cromossomo 4
Região onde dois
cromossomos homólogos
estão separados
Cromocentro
Braço
direito do
cromossomo 2
Braço
Braço esquerdo do
esquerdo do cromossomo 2
cromossomo 3
20 µm
I II III IV I II III IV
c
-b d
I II III IV
abc defg abc defg abcdefg abcde
b d
d
20µ
Sentido da síntese 5’ 3’
A B
Filamento molde 3’
Forquilha de
5’ 5’ duplicação
Replicação descontínua
Filamento contínuo 3’ 5’
3’
3’
Movimento da forquilha
5’
Sentido da síntese 3’ 5’ 3’ 5’
Figura 2.20 – DNA; replicação semiconservativa. Redesenhadas: (A) Griffiths, figura 7.16; (B) Azevedo, figura 6.13.
C
T 3´
A
G C C T A C G
T
5´
Filamento molde Filamento não molde RNA
RNA RNA
do gene 1 do gene 2 polimerase
polimerase
Gene 1 Gene 2
B 3´
S
P 5´ Acréscimo na extremidade 3´da cadeia
U 3´ S P S P S P S P S P S P S P 5´
A C G G A U G
Cadeia A T G C C T A C
molde
de DNA 5´ P S P S P S P S P S P S P S P S 3´
C Transcrição Tradução
DNA RNA Proteína
Replicação
Figura 2.21 – (A-B) Transcrição. Redesenhada de Griffiths, figura 8.5; (C) Tradução. Redesenhada de Thompson.
46 Citogenética
C A
C G A
T T T T C G A T T A
C Molde de DNA
A A A A G C T A A T
C G T
G C G T
U
RNA
U
A polimerase
mRNA G
U U C
U U
No ribossomo
2.4.10 Permutação
A permutação é a troca de segmentos de cromátides não irmãs
de cromossomos homólogos, durante a meiose, alterando a confi-
guração dos blocos de ligação e produzindo tipos recombinantes
diferentes das configurações paternas. Nem todas as espécies pos-
suem esse mecanismo de recombinação, e mesmo dentro de uma
espécie os diferentes gêneros ou mesmo partes cromossômicas fo-
gem da recombinação.
As permutações possibilitam a construção de mapas genéticos,
isto é, medir as distâncias relativas entre genes ligados, medidos
pela frequência de fenótipos recombinantes entre os descendentes.
2.4.11 Segregação
Na mitose e na meiose os cromossomos de origem paterna e
materna distribuem-se, ao acaso, nas células descendentes. Esse
processo é conhecido como segregação cromossômica na divisão
celular. Este processo permite diferentes configurações genotípicas
entre os descendentes de um mesmo casal, o conceito pode ser
estendido a cromossomos, gametas, genes, fenótipos e genótipos,
dependendo da abordagem que se faz.
2.4.14 Cromatina
O empacotamento do DNA em cromossomo estabelece algu-
mas propriedades que se tornaram fundamental na investigação
científica. Uma delas é sua afinidade por corantes específicos e
vem desta afinidade o termo cromatina, do grego chroma, nome
a que se dá ao complexo DNA e proteínas. A unidade básica da
cromatina é nucleossomo, constituído de DNA que envolve em
duas voltas o octâmero de histonas. Octâmero é constituído de
duas subunidades de quatro histonas, cada uma com quatro histo-
nas. Em núcleos interfásicos distinguem-se dois tipos de cromati-
na: heterocromatina e eucromatina, ver a Figura 2.27. A diferença
entre eucromatina e heterocromatina é o reflexo no grau de con-
densação do DNA no cromossomo, e a consequente afinidade por
corantes.
Eucromatina
Eucromatina representa regiões cromossômicas que coram nor-
malmente, na qual se encontram genes normalmente funcionan-
tes. A Figura 2.28 mostra um conjunto cromossômico, a Figura
2.29 mostra um único cromossomo, ambas destacam, as regiões
eucromáticas e heterocromáticas.
Heterocromatina
Heterocromatina é a região densamente corada do cromossomo
devido a grande condensação de DNA. Em células típicas de ma-
míferos, a heterocromatina representa, aproximadamente, 10% do
genoma, e está concentrada em muitas regiões dos cromossomos,
incluindo centrômeros e telômeros.
A maior parte do DNA da heterocromatina não contém genes.
Ela é responsável pelo funcionamento adequado de telômeros e
centrômeros e há diferentes tipos de cromatinas compactas com
funções e características diferentes.
Os cromossomos são mosaicos de formas distintas de croma-
tina. A heterocromatina pode se espalhar em uma grande região,
e contrair, diminuindo sua frequência. Esta variação é responsá-
vel pelo efeito variegado de posição. Ela protege a extremidade do
52 Citogenética
Região curta de
dupla hélice do 2nm
DNA
Nucleossomos: a
unidade básica da 11 nm
cromatina
Fibra de cromatina
de nucleossomos 30 nm
compactados
5
9 LII
12 3
11 9SI
2
7 8SI 10
4
1 8I
A B
Heterocromatina
Nucléolo
Organizador
nuclear
Centrômero
Eucromatina
Resumo
Foi feita, neste capítulo, uma descrição dos cromossomos dos
procariotos e eucariotos. Foram discutidos: componentes quími-
cos, cromossomos mitóticos, cromossomos meióticos profásicos,
cromossomos plumosos, cromossomos politênicos em glândulas
salivares de insetos. Demonstrou-se como é produzida a variabili-
dade genética através da permuta, recombinação e segregação na
gametogênese. Descreveu-se compensação, inativação cromossô-
mica, compensação de dose e cromatina.
Referências
Alberts, Bruce; Johnson, Alexander; Lewis, Julian; Raff,
Martin; Roberts, Keith; Walter, Peter. Célula. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
Arias, Gerardo. Em 1953 foi descoberta a estrutura do DNA.
Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do44.
pdf>. Acesso em: 19 jan. 09.
Azevedo, João Lúcio. Genética de Microorganismos. Goiânia:
Editora da UFG, 1998.
Beiguelman, Bernardo. Citogenética Humana. Guanabara,
1986.
Griffiths, Anthony J. F.; Wessler, Susan R.; Lewontin,
Richard C.; Gelbart, William M.; Suzuki, David T.; Miller,
Jeffrey H. Introdução à Genética. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanaba-
ra Koogan, 2006.
GUERRA, M. (Org.). FISH - Conceitos e aplicações na citogené-
tica. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2004.
Nussbaum, Robert L., McInnes, Roderick R.; Willard,
Huntington F.. Thompson e Thompson: Genética Médica. 6. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Cromossomos I 55
3.1 Mitose
A divisão das células somáticas, a mitose, resulta
Célula Células
na preservação do número cromossômico. Ocor- original filhas
rem variações acidentais ou em baixa frequência.
Em organismos pluricelulares o crescimento e o Estágios do ciclo celular:
M
M = mitose
desenvolvimento são dependentes da produção S = síntese de DNA
contínua de células geneticamente semelhantes. G = intervalo
G2 G1
A mitose é o processo de divisão celular que, par-
tindo de célula somática diploide formam-se duas S
novas células igualmente diploides e, geneticamente equivalentes,
se não iguais. Ao final de uma mitose, inicia uma nova série de
eventos que levarão a célula a uma nova mitose, que é a formação Figura 3.1 – Ciclo Celular:
de duas novas células igualmente diploides, ao que se chama ciclo fases. Redesenhado de
Griffiths, figura 3.23.
celular, formado pelos estágios de mitose ou M, síntese de DNA ou
S, e intervalos G, ver a Figura 3.1.
Os estágios do ciclo da divisão celular são comuns na maioria
dos organismos. Suas partes básicas são a interfase e a mitose. Na
fase S ocorre a replicação do DNA. Assim na metáfase cada cro-
mossomo tem duas cromátides irmãs e, cada cromátide uma mo-
lécula de DNA. A mitose leva a formação de duas células descen-
dentes, as quais mantém o número de cromossomos, partindo de
uma única célula. As fases convencionais da mitose são:
Transmissão e Continuidade 61
a
A
A
Aa A
a
a
a
Única Duas
divisão divisões
A A A
a
a a
a
Figura 3.3 – Mitose e Meiose: comparação das sequências. Redesenhadas de Griffiths, fig. 3.1.
fertilização
óvulo zigoto
(23 cromos- (46 cromos-
somos) somos)
meiose espermatozoide
(23 cromossomos)
meiose
embrião
mitose com 3
semanas
embrião
Figura 3.4 – Ciclo reprodutivo
com 6
humano. Original de Lima, 1984.
semanas
feto com 38 Redesenhado de Borges-Osório,
semanas fig. 3.11.
feto com 16
(pronto para semanas
nascer)
Pareamento de
Divisão Meiótica I
cromossomos
Bivalentes
homólogos
Homólogo alinhados
duplicados
paterno no fuso
Homólogo
materno Replicação
do DNA
Divisão Meiótica II
Divisão celular I
Divisão
Gametas
celular II
A B A B
Parental
Meioses sem A B A B
Parental
crossing-over
entre os genes
a b a b
Parental
a b a b
Parental
A B A B
Parental
Meioses com A B A B
Recombinante
um crossing-over
entre os genes a b a b
Recombinante
a b a b
Parental
3.2.1 Meiose I
Na meiose I, como na mitose de células somáticas, ela pode ser
dividida em: prófase I, o DNA foi replicado e as cromátides irmãs
estão duplicadas e pareadas formando as díades, unidas pelo cen-
trômero. As díades de cromossomos homólogos formam pares,
formando os bivalentes, ou tétrades; metáfase I, os bivalentes se
dispõem no plano equatorial da célula, ligando-se nas fibras do
fuso; anáfase I, cada uma das díades é levada para pólos diferentes;
telófase I, forma-se um núcleo em cada pólo da célula. Na sequên-
Transmissão e Continuidade 67
Homólogo
paterno
Homólogo
materno
Replicação do DNA Replicação do DNA
Pareamento de cromossomos
homólogos duplicados
Bivalentes alinhados
no fuso
Cromossomos
duplicados
alinhados
individualmente
no fuso
Divisão celular I
Divisão
celular II
Gametas
Figura 3.8 – Mitose e Meiose: comparação de fases. Redesenhadas de Alberts, fig. 20.7.
68 Citogenética
Materno
Materno
Paterno Paterno
Divisão meiótica II
Divisões meióticas I e II
Gametas possíveis
Figura 3.12 – Prófase da Meiose I: estágios dos cromossomos. Original de Brian Wells.
Redesenhados de Alberts, fig. 20.12.
3.2.6 Diacinese
É o processo do início de separação das cromátides irmãs, em
sequência ao diplóteno. No estágio de diacinese a condensação dos
cromossomos é maior e estes estão, distribuídos uniformemente
no centro celular. Este estágio é definido pelas alterações morfoló-
gicas associadas com a condensação cromossômica e a formação
(sinapse) e a separação (desinapse) do complexo sinaptotênico. A
prófase I pode ocupar o maior tempo gasto por toda a meiose.
Após término da prófase I, seguem-se duas divisões celulares
sucessivas sem que ocorra síntese de DNA.
3.2.7 Metáfase I
Na fase de metáfase a membrana do núcleo desaparece e for-
mam-se os fusos acromáticos. Na verdade os fusos acromáticos
já estão formados e, ficam do lado de fora da membrana nucle-
ar. Com o desaparecimento da membrana nuclear eles entram em
contato com os cromossomos e se ligam a eles, os bivalentes se
alinham no eixo equatorial da célula através dos movimentos dos
fusos ligados a eles, formando a placa metafásica. Os dois centrô-
meros de cada bivalente se orientam de forma oposta em direção a
cada um dos pólos celulares, ver a Figura 3.15.
3.2.8 Anáfase I
Na fase de anáfase os bivalentes se separam e cada cromosso-
mo do par de homólogos migra para os respectivos pólos, redu-
zindo o número de cromossomos em cada pólo pela metade. As
cromátides irmãs são ainda mantidas unidas pelas coesinas e pelo
centrômero não dividido. Nesta fase os cromossomos começam a
descondensar novamente, ver a Figura 3.15.
3.2.9 Telófase I
Na fase de telófase a membrana nuclear é reconstituída, sem a
correspondente divisão do citoplasma, pode ou não haver uma ci-
tocinese, segue-se um momento de interfase, porém sem passagem
pela fase S e, portanto, sem uma nova replicação, ver a Figura 3.15.
Transmissão e Continuidade 73
3.2.10 Meiose II
Homólogo Os princípios biológicos que regem a
paterno meiose são comuns a animais e plantas
Homólogo
materno tanto nos machos como nas fêmeas. A pro-
Replicação do DNA
dução dos gametas se completam com a
maturação dos oócitos e espermatozoides.
Esta segunda divisão da meiose é de
natureza equacional, enquanto que a pri-
Pareamento de cromossomos
homólogos duplicados meira divisão da meiose é de natureza re-
ducional. Segue-se um processo mitótico
pela separação das cromátides e formação
Metáfase I de quatro núcleos haploides pela migração
Bivalentes alinhados
no fuso das cromátides aos pólos correspondentes,
ver a Figura 3.15.
Ao termino da meiose I, formam-se dois
Anáfase I núcleos-filho pela formação das respecti-
vas membranas nucleares, na ausência de
interfase, a meiose II inicia.
A prófase II é rápida: ocorre condensa-
Divisão celular I ção cromossômica, formação dos fusos,
a membrana nuclear se rompe e os fusos
Meiose II entram em contato com os cromossomos
que começam a se movimentar, até que se
Telófase I
alinham na placa equatorial. Esse momen-
to é chamado de metáfase II, quando os
cromossomos se encontram em máxima
condensação e estão alinhados na placa
Divisão equatorial. As díades migram para o plano
celular II
equatorial. A anáfase II, cada uma das cro-
mátides irmãs de uma díade é levada para
um núcleo descendente diferente na se-
quência que a célula se divide pela segun-
Gametas
Telófase II da vez. A telófase II é um evento rápido,
formam-se quatro núcleos haploides, com-
Figura 3.15 – Etapas da Meiose. Redesenhada de Alberts, pletando-se a meiose, ver a Figura 3.15.
figura 20.7.
74 Citogenética
3.4.2 Interferência
Se os genes estão ligados na ordem indicada, seria possível pre-
dizer a frequência de permuta dupla quando se conhece no mapa
o comprimento dos intervalos entre os genes correspondentes. In-
terferência pode ser definida como a tendência de uma permuta-
76 Citogenética
quiasma centrômeros
cromossomo homólogo
paterno replicado
bivalente
cromossomo homólogo
materno replicado
cromátides-irmãs
Figura 3.16 – Permuta: entre cromátides homólogas. Redesenhada de Alberts, fig. 20.9.
Resumo
O conteúdo do presente capítulo tratou do comportamento dos
cromossomos na mitose, meiose e gametogênese, da transmissão
e continuidade do material genética. Descreveram-se os processos
e a construção de mapas genéticos.
Referências
Alberts, Bruce; Johnson, Alexander; Lewis, Julian; Raff,
Martin; Roberts, Keith; Walter, Peter. Célula. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
Beiguelman, Bernardo. Citogenética Humana. Guanabara,
1986.
Griffiths, Anthony J. F.; Wessler, Susan R.; Lewontin,
Richard C.; Gelbart, William M.; Suzuki, David T.; Miller,
Jeffrey H. Introdução à Genética. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanaba-
ra Koogan, 2006.
GUERRA, M. (Org.). FISH - Conceitos e aplicações na citogené-
tica. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2004.
KASAHARA, S. Práticas de citogenética. Ribeirão Preto: Socie-
dade Brasileira de Genética, 2003. v. 1. [Série Cadernos].
Transmissão e Continuidade 79
Bibliografia Comentada
Recomendo a leitura do livro de Ernest Mayr (1904-2005), O
Que é a Evolução. O autor explica, de forma acadêmica rigorosa, a
Evolução para leigos especialistas.
Mayr, Ernest. O Que é a Evolução. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
c a p í t u lo 4
c a p í t u lo 4
Cromossomos II
Ao final deste capítulo, você poderá descrever a estrutura
dos cromossomos e distinguirá com propriedade as variações
estruturais dos mesmos.
Cromossomos II 83
4.1 Estrutura
O cromossomo é o suporte físico que comporta vários genes
distribuídos longitudinalmente ao longo de cada cromátide. Esta
estrutura pode sofrer alterações de forma espontânea ou induzi-
das, através de radiações ionizantes ou produtos químicos, levan-
do ao que se convencionou chamar de aberrações ou mutações
cromossômicas. Estas podem ser agrupadas em: deleções ou defi-
ciências; duplicações; inversões; translocações; isocromossomos e
cromossomos em anel.
B
Bar revertido
C
F
15
16
A
B
Bar
Duplo bar
Normal
Bar
Bar
Figura 4.2 – Duplicação: em
cromossomo politênico.
Original de T.H. Morgan, C.R.
Bridges e J. Schultz, Carnegie Duplo Bar
Inst. Wash. Yrbk., 31:303-307.
Redesenhada de Swanson, Bar revertido (normal)
fig. 4.6.
4.1.2 Duplicações
As duplicações são definidas como a adição de um segmento
cromossômico anormal em um cromossomo normal. Este seg-
mento adicional pode ter origem no cromossomo homólogo por
uma permuta desigual, ou em outro cromossomo não homólogo
86 Citogenética
4.1.3 Inversões
A inversão altera a sequência linear dos genes de um cromos-
somo, mantendo inalterado de forma significativa a estruturas dos
locos envolvidos na dupla quebra. Ela é a alteração cromossômica
mais frequente em populações naturais, constituindo em impor-
tante instrumento de observação em citogenética, desde os seus
primórdios. É o tipo de mutação na qual um segmento de um cro-
mossomo está invertido. No pareamento de cromossomos homó-
logos elas determinam a formação de alças, fornecendo informa-
ções de grande valia na investigação sobre os genes envolvidos, no
mapeamento citológico e informação genética, pelas figuras for-
madas e suas variações ao longo do processo meiótico.
Elas são classificadas em paracêntricas quando envolvem um
braço cromossômico e pericêntricas envolvendo os dois braços
cromossômicos, invertendo a orientação do centrômero na divi-
são celular.
Cromossomos II 87
Inversões Paracêntricas
Esta inversão envolve só um dos braços cromossômicos quan-
to a sequência linear dos genes. Na meiose, os cromossomos com
inversões paracêntricas em heterozigose mostram alça de inversão
no pareamento dos homólogos.
Ao final, se houver permuta dentro da alça de inversão, são recu-
perados como produtos da recombinação, o cromossomo normal,
o cromossomo invertido, um seguimento cromossômico dicêntri-
co e um seguimento cromossômico acêntrico, ver a Figura 4.3.
O segmento cromossômico acêntrico se perde na anáfase pela
impossibilidade de se ligar a um fuso acromático.
O segmento dicêntrico pode se fixar no fuso acromático com
tração dipolar, perdendo-se, isto é, não migrando para nenhuma
das células descendentes, podendo, eventualmente, inviabilizar o
seu desenvolvimento.
A B C D E Sequência normal
Sequência invertida
A C B D E
B C
A B C D E
Permutação
D
na prófase meiótica
A E
A B C D E
E D B C D E
Produtos da
A B C A
recombinação
E D B C A
D E
C
B D
A E
A
C
C
B B
A
A D E
C
B
D E
Configuração Configuração
no paquinema na anáfase I
Inversão Pericêntrica
Esta inversão envolve os dois braços de um mesmo cromosso-
mo, invertendo a orientação do centrômero em relação aos respec-
tivos telômeros, alterando, ou não, a morfologia do cromossomo
quando as respectivas quebras ocorrerem equidistantemente do
centrômero, nas respectivas cromátides.
A ocorrência de uma única permuta dentro da alça de inversão,
não forma segmentos cromossômicos acêntrico ou dicêntrico, no
entanto, produz novas sequências de segmentos cromossômicos,
ver a Figura 4.4. Dado ao tamanho da deleção, ou duplicação, en-
volvida no processo de quebra de cromátide poderá ocorrer redu-
ção no valor adaptativo.
A B C D
Sequência normal
A C B D
Sequência invertida
B B C C
A A D D
A B C D Normal
A B C A Dup.-def.
D B C D Dup.-def.
A C B D
Invertido
4.1.4 Translocação
A translocação é o processo de inserção em um cromossomo de
um segmento, originário de um cromossomo não homólogo. Ela
pode ser unidirecional o que possibilita novos arranjos gênicos,
por duplicação no cromossomo que recebe o segmento translo-
cado, ou por deficiência ou deleção no cromossomo que perde o
segmento para a translocação. Por outro lado, ela pode ser bidire-
cional, gerando duas inserções, não homólogas, recíprocas, man-
tendo, no indivíduo, o equilíbrio gênico. Nas duas situações, se
não houver a formação de segmentos cromossômicos acêntricos
ou dicêntricos, o resultado se expressará na geração subsequente,
caso o cromossomo duplicado e, ou o deficiente venha a participar
na formação de um novo zigoto, ver a Figura 4.5.
Normal 10
Normal 8
Intertrocado 108
Intertrocado 810
Figura 4.5 – Translocação. Original de M.M. Rhoads, 1955. Redesenhada de Swanson, fig.
4.17.
gametas parentais
gametas produzidos
4.1.5 Isocromossomos
Eles são formados, em geral, por cromossomos metacêntrico,
cujos braços têm a mesma informação genética duplicada em sen-
tido invertido a partir do centrômero, ver a Figura 4.7.
1 2 3
1 2 3
1 2 3 3 2 1
b
a
Anáfase
1 8
2 7
Interfase Prófase
1 8 1 8 3 6
2 2 c 4 5
7 7
a a
3 6 3 6 5 4
4 5 4 5 6 3 c
b b
7 2
8 1
5 4 5 5
5 4
6 3 6 3 6 3
6 3
7 2 7 2 7 2 7 2
7 2 7 2
8 1 8 1 8 1 8 1 8 1
8 1
A B C
Figura 4.8 – Cromossomo em anel. (A) Original de J. Carn, Cold Spring Harbor Symp.
On Quant. Bio., 28:43-36, 1963; (B) original de C. Fulton, Genetic, 52:55-74, 1965.
Redesenhado de Swanson, fig. 2.5.
92 Citogenética
Resumo
O presente capítulo tratou da estrutura e suas variações: deleção
ou deficiência, duplicação, versões, translocações, isocromosso-
mos e cromossomos em anel.
Bibliografia
Alberts, Bruce; Johnson, Alexander; Lewis, Julian; Raff,
Martin; Roberts, Keith; Walter, Peter. Célula. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
GUERRA, M. (Org.). FISH - Conceitos e aplicações na citogené-
tica. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2004.
KASAHARA, S. Práticas de citogenética. Ribeirão Preto: Socie-
dade Brasileira de Genética, 2003. v. 1. [Série Cadernos].
LORETO, E. L. S.; SEPEL, L. M. N. Atividades experimentais e
didáticas de biologia molecular e celular. 2. ed. São Paulo: So-
ciedade Brasileira de Genética, 2003. v. 1. [Cadernos de biologia
molecular e celular].
SWANSON, Carl Pontius; MERZ, Timothy; YOUNG, William J.
Citogenética. São Paulo: USP, 1969.
c a p í t u lo 5
c a p í t u lo 5
Número Cromossômico
O número e a forma dos cromossomos são constantes para
cada espécie, e a partir desse capítulo você poderá reconhecer
esses números e estudará as alterações numéricas dos cro-
mossomos na célula.
Número Cromossômico 97
5.1 Variações
Excluídos os erros e alterações durantes os processos de divisão
celular, o número e a forma dos cromossomos são constantes para
cada espécie. Consequentemente, também, é constante o número
de genes ou locos. Como as alterações numéricas e estruturais dos
cromossomos são inevitáveis, tanto quanto para as mutações gê-
nicas, pode-se encontrar entre alguns indivíduos de uma mesma
espécie alterações numéricas e estruturais nos cromossomos e di-
ferentes formas de genes, isto é alelos.
Nas espécies diploides as alterações numéricas são de duas or-
dens de grandeza; temos a aneuploidia, quando a variação envolve
um par ou pares cromossômicos; euploidia, quando a variação en-
volve o conjunto haploide de cromossomos.
5.1.1 Aneuploidia
Aneuploidia é a alteração numérica dos cromossomos de carióti-
po, sendo classificada em hipodiploidia ou hiperdiploidia, redução
ou aumento do número de cromossomos do par, respectivamente:
Hipodiploides
nulissomia 2n - 2
monossomia 2n - 1
monossomia dupla 2n – 1 – 1
monossomia tripla 2n – 1 – 1 -1
98 Citogenética
Hiperdiploides
trissomia 2n + 1
trissomia dupla 2n + 1 + 1
trissomia tripla 2n + 1 + 1 + 1
tetrassomia 2n + 1 + 1 + 1 + 1 etc.
5.1.2 Trissomias
Elas ocorrem na descendência de organismos diploides, 2n + 1.
São estudados no milho, tomate, tabaco e Drosophila, que produ-
zem fenótipos mutantes. Na espécie humana observam-se carióti-
pos com trissomia envolvendo diferentes pares de cromossomos.
As trissomias de cromossomos humanos mais frequentes e, con-
sequentemente mais usadas como modelos para discussões, são as
trissomias dos cromossomos 21, 18 e 13 e cromossomos sexuais.
5.1.3 Monossomias
Monossomias são representadas pelos indivíduos com carióti-
pos 2n – 1, formados pela perda de um cromossomo do par. São
achados raros entre os organismos diploides e, são raríssimas as
monossomias autossômicas, todas elas inviáveis, no homem. So-
mente as monossomias dos cromossomos X e Y são condições
normais no homem.
Drosophila Melandrium
Constituição Constituição
Sexo Razão X/A Sexo Razão X/Y
Cromossômica cromossômica
2 A XXX Superfêmea 1,5 2 A XX Fêmea 0,00
2 A XYY Macho 0,5
2 A XX 2 A XY
2 A XXY 3 A XY
Fêmea 1,0 Macho 1,0
3 A XXX 4 A XY
4 A XXXX 4 A XXYY
3 A XX
Intersexo 0,67
3 A XXY 4 A XXXYY Macho 1,5
4 A XXX Intersexo 0,75
2 A XXY
2AX 3 A XXY Macho
2,0
2 A XY 4 A XXY (flor ocasional)
Macho 0,50
2 A XYY 4 A XXXXYY
4 A XX
3AX Supermacho 0,33 3 A XXXY Macho
3,0
4 A XXXY (flor ocasional)
Hermafrodita
4 A XXXXY 4,0
(flor ocasional)
Número de
Constituição dos
Número de corpos de
cromossomos Fertilidade Observações
cromossomos cromatina
sexuais
sexual (Barr)
46 XY 0 + Macho normal
47 XYY 0 ± Macho
Habitus masculinos
Síndrome de Klinefelter:
47 XXY 1 −
mentalmente retardado
48 XXXY 2 − Semelhante a Klinefelter
49 XXXXY 3 − Severamente retardado
49 XXXYY 2 − Semelhante a Klinefelter
48 XXYY 1 − Semelhante a Klinefelter
46 XX 1 + Fêmea normal
Habitus femininos
45 XO 0 − Síndrome de Turner
Síndrome do X triplo;
47 XXX 2 ±
mentalmente retardado
48 XXXX 3 ? Mentalmente retardado
49 XXXXX 4 ? Mentalmente retardado
Aparência de ♂ ou ♀;
45/46 XO/XY 0 −
♂ Pseudo-hermafrodita
45/46 XO/XX 0/1 − Síndrome de Turner
Mosaicos
0 −
fragmento Xy habitus ♂ ou ♀
45 + “X deficiente” nenhum
1 (pequeno) −
fragmento Xx defeito mental sério
“Isocromossomo X”
46 X 1 (grande) −
semelhante a Turner
Quadro 5.2 – Sexo no homem. Original de V. O. J. Miller, Am. J. Obstet. Gynecol., 90: 1078-1139, 1964. Modificada de Swanson, tab. 5.3.
Morfologia Cariotípica
Autossomos Cromossomos
Num. sexuais
Espécie Acrocêntricos
diploide Metacêntricos
Grande Pequeno X Y
Pongo pygmaeus
48 26 16 4 M M
(orangotango)
Gorilla gorilla gorilla
48 30 12 4 M M
(gorila das baixadas)
Gorilla gorilla beringei
48 30 12 4 M ?
(gorila das montanhas)
Pan troglodytes troglodytes
48 34 8 4 M A
(chimpazé)
Pan troglodytes paniscus
48 36 8 2 M A
(chimpanzé pigmeu)
Homo sapiens 46 34 6 4 M A
Quadro 5.3 – Cariótipos em Primatas. Original de J.L. Hamerton e cols. Cytogenetics, 2: 240-263, 1963. Modificado de Swan-
son, tab. 5.4.
102 Citogenética
Número diploide 58 59 60 61 62 63 64 65
Acrocêntricos 12 14 16 18 20 22 24 26
Embrião inicial 6 40 8 10 2 5
Baço 2 14 7
1 mês
Rim 3 14 1
Fígado 3 19 22 3 6 1
Baço 13 15 3 1
8 meses
Rim 10 10 4
Ovário ou 3 1 6 5 9 2
Testículos 19
Quadro 5. 4 – Cromossomos na
Baço 19
meses
5.1.7 Euploidia
É a variação do conjunto haploide de cromossomos. Ela apare-
ce nas formas haploide, diploide, triploide, tetraploide, octaploide,
entre outras. A forma haploide tem um único genoma. A forma
diploide tem dois conjuntos haploides, iguais ou diferentes.
Haploidia
A haploidia é, usualmente, considerada anormal. No entanto ela
é normal nos estágios gametofíticos em plantas inferiores e nos
machos de alguns insetos. Nos machos de abelhas melíferas, na
primeira divisão meiótica os cromossomos migram para uma úni-
ca célula viável. A segunda divisão meiótica é regular, consequen-
Número Cromossômico 103
Autopoliploidia
Uma espécie diploide tem dois genomas AA, seu autotriploide
é AAA que pode ser produzido pela fecundação de um gameta
haploide por outro diploide que não sofreu redução na meiose, o
autotetraploide é AAAA que pode ser produzido pela fecundação
de dois gametas que não sofreram redução na meiose. As autodi-
ploidias são raras em populações naturais. No entanto, podem ser
obtidas em laboratório.
Os organismos autopoliploides possuem células maiores em te-
cidos ou órgãos.
Citologicamente, os autopoliploides são caracterizados e identi-
ficados pela ocorrência de multivalentes na meiose I.
Alopoliploidia
Um alotetraploide do tipo AABB pode ser gerado pela dupli-
cação do número de cromossomos de um híbrido F1 entre as es-
pécies A e B. A duplicação do número de cromossomos forman-
do o alotetraploide AABB cria as condições necessárias para sua
segregação regular, se a hibridação não envolver esterilidade, ou
a viabilidade dos híbridos. É o que se observa no cruzamento ex-
perimental entre Rhaphanus e Brassica, são dois gêneros vegetais
cujas espécies mais conhecidas popularmente são o rabanete e a
couve, respectivamente. Este experimento indica que o mesmo
pode ocorrer entre espécies na natureza.
O trigo é um hexaploide, 2n é 42, dos genomas A, B e D que
foram relacionados com parentes selvagens. Na meiose ocorre a
formação de bivalentes e gametas com 21 cromossomos. A poli-
ploidia entre os vegetais pode representar um alto significado evo-
lutivo entre esses organismos.
Poliploidia em Animais
Entre os animais, em relação ao que ocorre entre as plantas, a
poliploidia pode ser muito limitada. Onde ela é conhecida, pode,
eventualmente, estar relacionada a partenogênese.
104 Citogenética
Resumo
Discutiu-se a variação numérica dos cromossomos na célula. So-
bre as aneuploidias que são variações do número de cromossomos
do par. Aneuplodias autossômicas: trissomias, que trata da ocor-
rência de um cromossomo adicional ao mesmo par; monossomia,
que a ocorrência de falta de um cromossomo no par. Aneuploidias
dos cromossomos sexuais. Cromossomos acessórios. Fusão cên-
trica, que reduz o número cromossômico mantendo constante o
número de braços. Euploidias, que a variação no número n, isto é
o conjunto haploide de cromossomos na célula, como importante
mecanismos evolutivo, destacando-se, nos vegetais, haploidia, au-
topoliploidia, alopoliploidia e, poliploidia em animais.
Bibliografia
Alberts, Bruce; Johnson, Alexander; Lewis, Julian; Raff,
Martin; Roberts, Keith; Walter, Peter. Célula. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
Griffiths, Anthony J. F.; Wessler, Susan R.; Lewontin,
Richard C.; Gelbart, William M.; Suzuki, David T.; Miller,
Jeffrey H. Introdução à Genética. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanaba-
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GUERRA, M. (Org.). FISH - Conceitos e aplicações na citogené-
tica. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2004.
KASAHARA, S. Práticas de citogenética. Ribeirão Preto: Socie-
dade Brasileira de Genética, 2003. v. 1. [Série Cadernos].
LORETO, E. L. S.; SEPEL, L. M. N. Atividades experimentais e
didáticas de biologia molecular e celular. 2. ed. São Paulo: So-
ciedade Brasileira de Genética, 2003. v. 1. [Cadernos de biologia
molecular e celular].
SWANSON, Carl Pontius; MERZ, Timothy; YOUNG, William J.
Citogenética. São Paulo: USP, 1969.
c a p í t u lo 6
c a p í t u lo 6
Cromossomos Humanos em
Metáfase
Você poderá descrever a metodologia tradicional de ob-
tenção de cromossomos humanos em metáfase, as síndromes
envolvendo alterações numéricas e estruturais dos cromos-
somos 21, 18, 13, 5, Y e X, e suas principais consequências.
Estudará a determinação e a diferenciação sexual masculina
e feminina.
Cromossomos Humanos em Metáfase 109
multiplicação
centrifugação
celular
aproximadamente
72h
meio sedimento
nutritivo celular
Solução hipotônica
de cloreto de potássio
(aproximadamente 20 min)
centrifugação
pipetagem centrifugação
sedimento
fixação
celular
distribuição do material,
gota, sobre a lâmina
preparação
cuba de coloração
análise ao microscópio
fotografia e
recorte
Primeiro Passo-a-Passo
1. Colocar heparina estéril na seringa ou tubo coletor de sangue;
2. Coletar sangue venoso;
3. Separar as hemácias do plasma por sedimentação natural,
evitar centrifugação;
4. Descartar o plasma sobrenadante;
5. Usar o creme leucocitário rico em linfócitos, fração esbran-
quiçada sedimentar que separa o plasma das hemácias;
6. Transferir gotas do creme leucocitário para frascos com
meio de cultura previamente preparados;
7. Adicionar fito-hemaglutinina ao frasco de cultura;
8. Levar o frasco de cultura para a estufa de cultura de células,
a 37 graus centígrados, por 68 a 70 horas;
9. Adicionar colchicina ao frasco de cultura, ao final daquele
tempo, mantendo-o na estufa por 2 a 4 horas;
10. Fazer a preparação citológica.
Segundo Passo-a-Passo
1. Separar as células em suspensão no meio de cultura por
centrifugação;
2. Hipotonizar as células com solução adequada;
3. Fixar as células com solução de metanol;
4. Transferir as células em suspensão para lâminas de micros-
copia, por gotejamento, secar as lâminas ao ar;
5. Corar os cromossomos com corante específico, sobre as lâ-
minas, secá-las ao ar;
6. Observar as lâminas coradas ao microscópio ótico.
7. Fazer a preparação citológica.
6
7 6 6
3 5 5
4 4 6 5 5
3 5 1 1
p 2 2 3 2 4 4 4
2
1 1 3 3 3
6 2 21 21
2 5
1
21 1
2 1 4
1 4
3 1 3 1
3
3 1 2 2
1 2 2 1 3
1 1
1 1 1
2 1 2 4
1 2 1 3 1 2 3 5
4 3 2 4
1 5 1
1 1 6 2 2
2 2 2 2 7 3
q 3 2 3 3 8
4 4
5 4 1
1 2 5 1 2
3 1 6 2 3
2
1 2 3 3 3 4
2 3 3 78 4 5
4 3 4 9 5
4 5
6
7
1 2 3 4 5
A B
1 2 3 4 5
Figura 6.2 – Cromossomos do Grupo A. Redesenhados de Borges- Figura 6.3 – Cromossomos do Grupo B. Rede-
Osório, Figura 4.5 e 4.15. senhados de Borges-Osório, Figura 4.5 e 4.15.
5
4
2 3 2 2
2 1 3 4
1 2 2 3 5
5 2 2 5 1 3
p 4 1 1 1 4 4
1 1 3 3 3 1 2
2 2 3 2 2
2 1 1
1 2 1 1
1 1
21 1 1 1 2 1 1
3 1 1 1 1 3 2
2 2 1
1 4 1 3 3 1 1
3
2 4 4
5 2 1 5
6 2 1 2 1
1 2 2 2
3 2
q 1 2 2 1 4 3 2 1
1 2 3 2
3 2 5 4
2 3 3 3 5 3
2 3 45 4 6 4
4 4
5 6
6
7
6 7 8 9 10 11 12
6 7 8 9 10 11 12
p 3 1 3 1 23 1
1 21 2 1 1 3 3
1 2 1
2 1 2
1
2 3 2 1 1
1 3 1 3 1 4 1 1
4 5
1 1
2 2 1 1 2 1 12
q 1 2 1 12
3 2 3 3
2 2
4 4 1
1
1 1 5
2 2 2 2 1
3 2
3 3 2
6 3 3 2 2
4 4 4 3
5
13 14 15 16 17 18
D E
13 14 15 16 17 18
Figura 6.5 – Cromossomos do Grupo D. Redesenhados de Borges- Figura 6.6 – Cromossomos do Grupo E. Redesenhados de
Osório, Figura 4.5 e 4.15. Borges-Osório, Figura 4.5 e 4.15.
1 3 1 3
p 2
Bandas Q e G negativas 2 1
1
ou de coloração clara Figura 6.7 (à esquerda)
1
Bandas R positivas 1 2 1 1 Cromossomos do Grupo F.
q 2 Redesenhados de Borges-
Bandas Q e G positivas 3 3
Osório, Figura 4.5 e 4.15.
Bandas R negativas 19 20
Bandas Variáveis F
2
19 20 2 1
1 1
1
1 3 3
1 1 1 2
21 2
1 3
1 1 1
1
1 1 2 1 1
2 2
2 2 3
3 4
2 5
21 22 Y 6
7
8
G X
Figura 6.9 – Síndrome de Down: principais sinais. Original em Beçak, Figura 5.8.
Exame
Idade Ao nascimento 16ª semana 9ª a 11ª semana
15/19 1/1.250 ... ...
20/24 1/1.400 ... ...
25/29 1/1.100 ... ...
30 1/900 ... ...
31 1/900 ... ...
32 1/750 ... ...
33 1/625 1/420 1/370
34 1/500 1/333 1/250
35 1/385 1/250 1/250
36 1/300 1/200 1/175
37 1/225 1/150 1/175
38 1/175 1/115 1/115
39 1/140 1/90 1/90
40 1/100 1/70 1/80
41 1/80 1/50 1/50
42 1/65 1/40 1/30
43 1/50 1/30 1/25
44 1/40 1/25 1/25
45 e + 1/25 1/20 1/15
6.2.8 Hermafroditismo
Apresenta cariótipos 46, XX ou 46, XX/46, XY, é a ocorrência de
tecidos testicular e ovariano no mesmo indivíduo.
Resumo
Discutiu-se, sobre os cromossomos humanos, alterações autos-
sômicas destacando as síndromes clássicas que ilustram os respec-
tivos conteúdos: Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo
21; Síndrome de Edwards ou trissomia do cromossomo 18; Síndro-
me de Patau ou trissomia do cromossomo 13; Síndrome do Miado
do Gato ou monossomia parcial do braço cruto do cromossomo 5,
ou síndrome do 5p-. Sobre os cromossomos sexuais, abordou-se,
Cromossomos Humanos em Metáfase 125
Bibliografia
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126 Citogenética