Love and Thunder 01

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Wrath of the storm - Love and Thunder

Rairan Tempesfúria

Prólogo

Trovão do norte I – A tormenta.


Kal’el e Dra’ka nasceram de Giannad e Bornak Tempesfúria, líderes do
clã Tempesfúria. Bornak Tempesfúria morreu protegendo Dra’ka de
um poderoso demônio, contra a invasão demoníaca comandada por
Shar’Azz, um poderoso balor. Giannad carregou Kal’el, o caçula, até
ser encurralada em um precipício, jogando Kal’el ao mar, para salvá-lo.

O clã Tempesfúria foi dizimado naquele dia, e os irmãos


Tempesfúria foram separados pelo destino.

Em uma noite de chuva forte, um pescador chamado Barnabus


estava voltando de uma pesca sem resultados, quando derrepente um
relâmpago cruzou os céus, do oriente ao ocidente, tão ofuscante que
foi possível enxergar até sua cabana na praia. Quando atracou seu barco,
viu um pequeno draconato azul à beira da praia, desacordado. O
pescador rapidamente levou a criança para dentro de sua cabana, mas
sem esperanças...
O batimento cardíaco de Kal’el estava cada vez menor, até cessar
por completo. Barnabus, o velho homem, que já havia vivido sessenta
e oito invernos, vendo a criança que aparentava não ter mais que 8
morrer em sua mesa, decidiu fazer um ritual antigo, para salvar a vida do
menino.

Com essas palavras, uma energia azul-esverdeada surge de dentro do


velho homem, e parte para o corpo inanimado de Kal’el. Barnabus deu
sua vida em troca de salvar a do menino que mal conhecera.

Kal’el acordou na manhã seguinte, dentro de uma cabana isolada, com


o corpo de um senhor sentado ao seu lado, imóvel, com uma carta em
sua mão:
Não sei o seu nome garoto, nem sei por que os deuses lhe trouxeram
para esta velha cabana, mas o destino sempre escolhe as rotas mais
turbulentas. Seja forte e siga em frente... o mundo é cruel com sua
espécie, meu jovem. Certamente irás encontrar desdém, solidão,
desespero e ódio em seu caminho, mas tenho certeza de que superará
tudo isso. Pois você é...
Sem saber o que aconteceu, um menino sem memórias e cheio de
perguntas foi deixado em uma cabana sem vida.
Barnabus.

Trovão do norte II – A fúria

Kal’el passou a infância sozinho, sobrevivendo apenas com seus


instintos sobre-humanos e sua determinação ardente. Aos 15 anos,
ele deixou a velha cabana e decidiu viajar para a cidade mais
próxima, com o mapa deixado por Barnabus, uns trapos e uma bolsinha
de moedas.
Ao chegar na cidade, logo entendeu o que Barnabus lhe avisara
muito tempo atrás. As pessoas estão por um fio, conflitos estão
eclodindo por todos os lados, e seu sangue era uma das principais causas.
Pensava em se tornar um cavaleiro, porém o destino nunca quis isso.
Sua pele o acusava de crimes que ele não havia cometido, e mesmo
com uma determinação ardente, ele era fraco para alguém que desejava
se tornar um cavaleiro.
Enquanto caminhava pelas ruas da cidade, esbarrou em um homem,
cabelos negros, barba levemente cheia e orelhinhas pontudas de elfo,
com uma armadura vermelha escamada e duas cimitarras de ouro e
esmeralda, cobertos por uma capa marrom escuro. O garoto se
maravilhou com o homem, mas ao mesmo tempo, o vermelho vivo da
armadura o lembrou de algo que não devia...
Seu passado apagado retorna por um breve momento, como flashbacks
de memória pulsando em milésimos de segundos, Kal'el grita
espumando de raiva: Monah (mãe), Bormah (pai), Zeymah (IRMÃO)...
Com uma investida feroz, Kal'el tenta acertar o homem, sem sucesso,
pois imediatamente, o homem derrubou-o com um golpe rápido em
sua nuca, desmaiando-o.

Trovão do norte III – O espadachim escarlate, O carniceiro de Blaviken

Kal'el desperta em uma cabana velha, deitado sobre uma maca. O


jovem draconato não conseguia discernir o porquê estava ali, ainda
levemente desnorteado, enquanto o homem vem ao seu encontro:
• Você é muito feroz, não é mesmo, lagartinho? se eu fosse um
homem qualquer, ou até mesmo um soldado raso, você provavelmente
teria feito um estrago na feira. Ainda não entendi o porquê de sua
raiva, mas por enquanto pode ficar aqui.
Kal'el - Me perdoe senhor, mas não tive a intenção, embora eu não
consiga lembrar como cheguei aqui, apenas lembro de sentir uma fúria
descontrolada quando vi sua armadura.
• Qual é o seu nome rapaz?
Kal'el - E-eu não sei o meu nome...
Geralt - Eu me chamo Geralt Farglow, pode me chamar de Geralt
apenas. (Essa criança sofreu muito..)

O jovem draconato não responde, apenas acena com a cabeça.

Enquanto observava de longe, Geralt viu o garoto sem ninguém, sem


saber o próprio nome, e decidiu ajudá-lo. Mal sabia ele, que isso
mudaria o futuro do cosmos.
Kal’el treinou seu corpo e mente arduamente, sendo levado pelo seu
novo mestre à Kaer Morhen, onde Geralt o ensinou as artes marciais
de seus antepassados, sua esgrima, ideais e cultura, afim de
transformá-lo em um novo ser.
Geralt Farglow

3 ANOS
DEPOIS
Depois de ensiná-lo a arte da esgrima com empunhadura dupla, e
submeté- lo a um treinamento infernal, Geralt transformou a imagem
de um frágil draconato azul, em um grande draconato azul. O jovem,
agora pupilo de um herói de outra dimensão, trilhava seu caminho para
se tornar um cavaleiro. Mesmo sendo um jovem forte e bem treinado,
ágil e feroz em combate, ainda existia um grande preconceito sobre
sua origem, que foi derrubado quando Kal'el desafiou um sargento da
cavalaria real para um combate, depois dele ter cuspido em sua bota.
Todos colocaram suas esperanças no sargento Drill, que havia lutado há
10 anos atrás contra uma horda de goblins sozinho, enquanto Geralt foi
o único a apostar no draconato, seu pupilo.

"Lutemos até a morte", foi o que disse o sargento, enquanto proferia


insultos sobre seus antepassados. Kal'el não esboçava reação alguma,
apenas seus olhos amarelados como âmbar focados em seu alvo.
O que era para ser um espetáculo para o povo local se tornou um
desastre, em um piscar de olhos, Kal'el brandiu suas espadas, e com um
único golpe, o sargento estava no chão.
Drill - Aarghh! seu lagarto maldito... acabe logo com isso, ME
MATE! assim como seus antepassados faziam com o nosso povo!
Kal'el - Você está acabado, sargento. Não há motivo para abater um
homem que não consegue lutar. Disse Kal'el, enquanto estendia a mão
para o sargento.
A população presenciou esse gesto de bondade, vindo de alguém que
outrora era o nêmesis da humanidade, agora sendo um guerreiro da
justiça. O sargento, humilhado pelo draconato, segura em sua mão,
enquanto sorrateiramente puxava uma adaga do bolso, e com um corte
rápido, tentou decapitar o draconato. Com um reflexo sobrehumano,
Kal'el impediu o pior cenário, mas a adaga cortou seu rosto
profundamente, deixando uma cicatriz eterna. Kal'el, reagindo
instintivamente, em um milésimo de segundo, com sua espada, perfurou
o peito do sargento, que morreu naquele instante.

Kal'el - Por que? Por que?!?!? aaaaaaAAAAAAh!!!!


Os soldados logo cercaram o draconato, e mesmo vendo que o
sargento tentou matar o rapaz, atacaram-no. Ele matou todos.
As pessoas o chamaram de Carniceiro desde então, O carniceiro de
Blaviken. Traído, Kal'el seguiu sua jornada, sem seu mestre dessa vez,
pois já havia aprendido tudo que o homem sabia.

Sargento Drill
Trovão do Norte - Parte IV: Rairan

Passados 8 anos desde o ocorrido, Kal'el vivia como caçador de


recompensas, caçando por dinheiro, de dragões a humanos, esse era
o seu trabalho. Entre um e outro pedido por seus serviços, Kal'el
conheceu uma caçadora de recompensas, chamada Sosostra. Ela era
uma meia-elfa, Ruiva, com os olhos verdes como esmeralda,
lembrando seu parentesco com os elfos da floresta. A mulher era
uma ranger excepcional, o que facilitava mais ainda o seu trabalho,
caçar.
Por obra do destino, os dois estavam indo ao vilarejo de Vir'fhritt,
para pegar o mesmo contrato: Investigar um suposto culto demoníaco.
Enquanto se direcionava para uma taverna, afim de comprar
suprimentos para a viagem, Kal'el a viu tendo problemas com o
taverneiro, que não gostava de elfos. Ele a ameaçava com uma
adaga, dizendo que cortaria as pontas de suas orelhas, enquanto seus
homens a cercavam, eram 4.
Kal'el, vendo aquela cena, lembrou imediatamente do que havia
acontecido há 8 anos atrás, em Blaviken. IMPERDOÁVEL.

Quando Kal'el se aproximou do balcão, fazendo uma expressão


diabólica em seu rosto, o taverneiro o reconheceu, e tremendo de
medo, gritou: Parem! O carniceiro..ele está aqui!!
Ninguém me chama assim há muito tempo..., disse Kal'el, enquanto diz
ao taverneiro, antes exaltado, agora em frangalhos: Quero suprimentos
para a viagem, e pode se desculpar com a mulher.
Taverneiro: - N-não vou me ab-baixar perante uma aberração.
Kal'el apenas abre parte da sua manta, permitindo ao taverneiro
observar suas duas espadas.
Taverneiro: - M-m-me perdoe, jovem moça!!!, enquanto prestava
reverências.
"Muito educado, meus parabéns, agora pode trazer os suprimentos, pra
ela também. E você vai cobrar metade.", Disse Kal'el.
O taverneiro apenas seguiu as instruções dadas, e Kal'el saiu da taverna.
Logo em seguida, Sosostra o seguiu. "Espera um pouquinho,
grandalhão!", Kal'el escutou o grito e parou.
Sosostra: - Você pegou o contrato também, não pegou? O contrato
sobre uns esquisitões fazendo magia negra, hihihi..
Kal'el: - Parece que sim. O reino está tão preocupado sobre eles que
o magistrado local teve que chamar um caçador de recompensas para
resolver. hmpf. A propósito, qual é o seu nome?
Sosostra: - Eu me chamo Sosostra Lindenfelt, obrigada por ter me
ajudado ali atrás Rairan.
Kal'el: - Rairan?
Sosostra: - Ah, foi mal, é que você se parece bastante com um
personagem de uma história antiga dos elfos da floresta, hihihi.
Rairan: - É mesmo? hm.. Que história é essa?
Sosostra: - É assim... Na segunda Grande Guerra dos Mundos, quando
os ferozes Draconatos lutaram contra os Demônios e outras criaturas do
submundo, havia um General do clã Tempesfúria, um bem conhecido
na verdade. Ele era bem alto e tinha uma cicatriz parecida com a que você
tem aí... Ela contava enquanto mexia no rosto de Kal'el.
(Que mulher mais desajeitada...)
Sosostra Lindenfelt

- Enfim, esse cara se chamava Bornak, e durante uma das invasões de


um demônio chamado Beeru, ele lutou contra os demônios da legião de
Beeru. Quando o combate se encerrou, ele havia derramado a última
gota do seu sangue, mas derrotou todos os demônios, incluindo Beeru.
Essa batalha é conhecida como a Batalha dos dez mil.
Rairan: - Tá, mas... como você sabe que eu me pareço com ele se
você provavelmente nunca o viu? e segundo, por quê uma história
sobre draconatos é contada pelo SEU povo?
Sosostra: - Porque o palco de tudo isso foi na floresta de Lindenfelt,
na época, os elfos deixaram os Draconatos se estabelecerem próximo a
floresta, com a condição de que quando necessário, uniriam forças.
Depois que a guerra finalmente acabou, os elfos chamaram ele de
Rairan, que em élfico significa "Trovão indomável". Ah, e eu tenho um
retrato dele comigo, eu realmente adoro essa história. Ela mostra o
retrato, e incrívelmente, a semelhança era tão absurda que era como
se olhar no espelho pela manhã.
Rairan: - Realmente se parece comigo...
Enquanto ele olhava o retrato, vagamente teve uma lembrança há
muito perdida, de sua infância. Na breve visão, viu um estandarte, com o
símbolo "Tempesfúria", um garotinho e uma draconata dentro de um
acampamento. Ele viu o draconato entrando, viu o seu rosto, e disse:
"Bormah", o draconato ia dizendo "Ka..." e a visão termina. O choque
em sua mente o fez perder a consciencia, e desmaiou.
Rairan acordou dentro de uma cabana isolada na floresta, com uma
lareira acesa no meio da noite, alguns peixes e uma boa companhia.
Sua cabeça ainda latejava um pouco, mais que isso, ele conseguiu
lembrar de uma coisa muito importante. Ele era do clã Tempesfúria, o
último descendente de Bornak. Muitas perguntas foram deixadas sem
resposta: quem era o menino no acampamento? a mulher? mas ele
sabia de algo... seu pai era Bornak.
Com o passar do tempo viajando, Rairan e Sosostra se tornaram
parceiros, depois amantes, enquanto procuravam mais e mais pistas
sobre o suposto culto maligno. 2 anos se passaram.
Bornak Tempesfúria.

Trovão do Norte V - Destino, Laços de sangue.


Depois de uma longa jornada, atrás de um suposto caso de culto
maligno, Rairan e Sosostra chegaram ao seu destino, a grande cidade de
Neutrûmkip.
Investigando mais e mais sobre supostos acólitos de uma seita
demoníaca, Rairan e Sosostra chegaram ao magistrado, que logo lhes
apontou a direção que deviam seguir.
Enquanto passavam pelo centro da cidade, Rairan sentiu alguém
esbarrando nele, se virando e dizendo: Krosis (desculpe).
Quando ele se virou, viu a imagem de um ser que nunca havia visto,
mas era muito familiar.
Quando o draconato o viu, imediatamente o abraçou. Rairan não
entendia ainda, mas a profecia nunca é falha.
"FLASHBACK DO CAPÍTULO 1"
Barnabus: - Laços de sangue são poderosos, principalmente entre
irmãos.. Que o seu sangue encontre aqueles do mesmo sangue. (fura
um dedo de Kal'el e derrama uma gota de sangue em um cristal mágico).
Antes de morrer, o velho Barnabus consultou os espíritos dos dragões,
para que Rairan encontrasse sua família um dia, ou o que sobrou dela.
Rairan, depois de 20 anos, havia encontrado seu irmão, Draka
Tempesfúria.
Fim do prólogo

Fiendslayer parte I: Revelações

5 anos depois
Depois do encontro inusitado, Rairan e Draka começaram a trabalhar
juntos, como investigadores. Novas aventuras estavam por vir,
acompanhadas dos mais esquisitos aventureiros...embora não
permaneceram juntos por muito tempo.

Vagando pelos quatro cantos do mapa, eles, juntamente com


Sosostra, resolveram inúmeros casos, como o assassinato da filha do
Rei Oswald IV, o mistério do assassinato de Entrepontos, As bruxas
do Pântano Retorcido, O dragão negro de Eisencrach, entre outros.
Draka fundou a Agência de Investigadores Tempesfúria, financiado
pelo próprio rei.

Porém, Draka e Rairan não se davam bem, enquanto um se


preocupava mais com o dever cumprido, outro era impulsivo, e se
arriscava para salvar civis e pessoas em perigo.
"você não pode por em risco toda uma investigação por causa de uma
vida, irmão. As vezes para salvar milhares, temos que sacrificar
dezenas."
Rairan nunca aceitou esse argumento:
"Não negociamos vidas. Salvamos elas, não importa o preço a ser
pago, temos que ajudá-las. Nunca foi pelo dinheiro, irmão, nem por
glória... foi por honra."

Seus constantes conflitos ideológicos eram cansativos demais, e um


destino terrível estava à espreita.

Um dia, Rairan acordou com uma carta ao lado do travesseiro de sua


amada, dizendo:
"Desculpe por ser repentina, mas eu saí para ir atrás daquela nossa
missão de anos atrás. Eu sei que não é apenas uma brincadeira de
criança... Eu iria te contar, mas sabia que você não me deixaria ir
sozinha e eu não queria te colocar em perigo. Estive tendo pesadelos
sobre você... sobre nós. Criaturas diabólicas estão à espreita... estou
com medo. Sinto que algo está para acontecer. Eu tenho que voltar
para Blaviken. Por favor não venha. Eu te amo."
Era evidente que Rairan não iria deixá-la ir sozinha para algo tão
perigoso assim, por isso não havia dito nada antes. Ele estava prestes
a partir quando Draka lhe deu uma tarefa:
"Irmão, estou investigando um caso novo, requisitado por um cliente
especial, bom pagante, devo dizer. Preciso que você fique aqui
enquanto eu vou procurar pistas."
Rairan: "Sosostra sumiu! ela retornou a Blaviken, falando sobre
criaturas diabólicas e futuros sombrios.. sinto que ela estará em
grande perigo assim que chegar lá! Por favor irmão, venha comigo,
me ajude, você precisa me ajudar a salvá-la."

Draka virou suas costas para Rairan e disse: "Não tenho tempo a
perder irmão... deixe-a ir, você tem seus deveres com a agência. não
posso me dar ao luxo de ir em uma viagem atrás de algo que não está
acontecendo. Nós já investigamos isso antes, se esqueceu? não existe
culto algum, pare de se iludir com aquela mulher. Você precisa
entender o nosso propósito aqui..."

Rairan: "Eu NÃO vou ficar parado aqui aguardando suas


diplomacias! Eu vou partir agora mesmo, com ou sem a sua ajuda."

Draka: "Pode ir então...Mas eu não estarei aqui quando voltar!"

Rairan remove a insígnia de investigador de seu manto, e a joga para


Draka, dizendo: "Eu não vou voltar."

Mal sabia Draka...que um destino sombrio aguardava seu irmão, a


quem ele deu as costas. A profecia de Ithlline estava para se cumprir.

O fim do início, o início do fim.

Rairan correu desesperadamente, sem olhar para trás, sendo capaz


apenas de manter seu foco em Sosostra, ele correu por dias...Até que
finalmente retornou a Blaviken, onde tudo havia começado.

Exausto, Rairan se obrigava a continuar andando, pois não havia


nada além da mulher que amava em sua mente, e não queria perdê-la.
Parou por um minuto, respirou fundo, tomou um cantil de água e
seguiu em frente.

Derrepente Rairan sentiu uma presença maligna em meio a multidão,


uma pessoa encapuzada passava tranquilamente pelas ruas da cidade,
rumo à uma capela isolada. Ninguém havia notado sua presença até
então. Rairan viu uma oportunidade e começou a seguí-lo
sorrateiramente.

Seguir o ser encapuzado levou Rairan a adentrar a velha capela,


aparentemente vazia, até que a porta se fecha e velas se acendem. De
dentro da escuridão, seres diabólicos começam a surgir, questionando
o ser encapuzado: "Acólito, nosso tempo está acabando! Logo ELE
virá!" "Isso também é parte do nosso plano...ELE há de vir, e
precisamos de sua presença para o Ritual."

Rairan não conseguia compreender o que os seres diziam, pois nunca


havia escutado tal linguagem antes, ou apenas não conseguia
recordar... Enquanto observava de longe, ele viu uma criatura
carregando uma pessoa nas costas, adentrando na cripta da
capela...Era Sosostra.

Ele não perdeu tempo...pois não importava o inimigo, ele salvaria


Sosostra a qualquer custo.

O altar sangrento.
Quando Rairan passou pela porta, sentiu uma pressão imensa, que
nunca havia sentido antes, embora tivesse lutado contra inúmeros
inimigos poderosos em sua jornada, nada se comparava com
aquilo...era de outro mundo.

Quando viu o que a porta escondia... Sosostra estava deitada sobre


um altar com um círculo mágico no chão, escrito em infernal,
palavras de invocação. Sosostra estava semi nua, com lençois brancos
translúcidos, como se fosse um anjo. Amarrada sobre o altar, com um
símbolo marcado em chamas em seu abdômen, ela gemia de dor: "P-
por favorr...Rairan, gah..Me ajude...Aaaah", quase perdendo a
respiração.

Rairan não aguentava ver o seu sofrimento, quando se aproximava


para tentar ajudá-la, das sombras surgiram dois diabos, que o
lançaram ao chão. Não conseguia se mexer, mas conseguiu ver
quando uma criatura aterrorizante apareceu no ar, trazendo uma
escuridão ao seu redor, que logo se dissipou, substituída por um um
fogo que cobria todo o ser, com um chicote flamejante.
Shar'azz.

O Demônio urrava enquanto dizia em um som estridente: Por que


me invocaram antes da hora!?! ela ainda não está pron... então
percebeu Rairan: ah, heheheh...então ele chegou... Eu estava me
perguntando quando você apareceria Vatt ghern, sua escória pode ter
me impedido no passado, mas não existem mais de vocês, não é?
hahahahah.

Rairan sentiu medo, mas a vontade de salvar Sosostra superava esse


sentimento, fazia de tudo para conseguir se soltar, mas haviam 4
encima dele. Ele salivava de fúria, suas veias pareciam dutos, estava
dando tudo de sí, mas não conseguia.
O demônio estava se divertindo com a cena, até que percebeu algo...
"espere...hah, estou sentindo uma leve energia vital de dentro
daquela mulher..." Rairan: NÃO! PARE POR FAVOR!

O demônio amarrou Sosostra com seu chicote flamejante, e começou


a se divertir com seu corpo. Os diabos ao redor estavam agitados,
proferindo palavras mágicas enquanto o verdadeiro ritual se iniciava.
o Círculo mágico no chão começou a ficar vermelho, e uma voz
aterrorizante surge do chão e ecoa dentro da cripta:
Sangue...sangue...sangue...sangue...

Tambores rufavam, o demônio violava o corpo de Sosostra, e Rairan


se enfurecia cada vez mais... até que o demônio pegou uma espada
trovejante, e começou a perfurar Sosostra, e a atravessou por
completo, derramando seu sangue no altar, e jogando seu corpo
enfraquecido para o lado.

Mas ele cometeu um grande erro...


Não havia como voltar atrás...
Ao tentar selar o receptáculo do DoomSlayer, ele apenas o ajudou a
despertar.

O símbolo em Sosostra era proposital, ela fingiu despertar, pois sabia


que ele seria o alvo, pois um dia despertaria. Ela conseguiu atrair a
atenção dos diabos e demônios, até mesmo de Shar'Azz, mas teve
um preço.

O sangue de Sosostra escorria no chão, e Rairan ficou inconsciente


de raiva.

Os diabos continuaram a rir, até que um deles viu uma aura tão
sombria quanto a do Grande Shar'Azz, surgir de dentro de Rairan,
que se levantou, e com um soco, explodiu a cabeça de um diabo.

Shar'Azz: Não! Matem-no, ele NÃO PODE sair daqui! Avisem a


todos que o DoomSlayer despertou! Avisem rápido! avis-

Rairan deu um grito ensurdecedor, Inflou seu peito, e baforou o mais


poderoso e radiante trovão, mais poderoso que qualquer outro
draconato ou dragão jamais havia feito, explodindo a cripta, que
agora estava diante da luz do sol. Os diabos foram dizimados, mas
Shar'Azz ainda estava em pé.
Porém, a cidade já estava condenada... As pessoas mal sabiam que
suas vidas já haviam sido perdidas.

Shar'Azz, rindo enquanto a capela caía aos pedaços...quebrou uma


pedra vermelha sobre o altar no chão, e uma Marca sobre a cidade
apareceu, enquanto a essência dos cidadãos foi sugada, sobrando
apenas corpos inanimados.

Shar'Azz foi crescendo, sugando toda a vida daquele local, se


tornando mais e mais poderoso, parecia o fim.

Rairan se levantava aos poucos, se apoiando em sua espada, diante


de um inimigo mais poderoso que qualquer outro ser que já havia
visto. Mas ele não teve medo.

Rairan se preparava para uma investida final, até que não


conseguisse mais ficar de pé. Shar'Azz viu atrás do draconato, seres
os quais não conseguiu ver o rosto. Rairan sentiu uma mão tocar em
seu ombro, outra no ombro esquerdo... era Barnabus...e seu pai. Sua
fúria passou, e lágrimas caíram de seus olhos...Enquanto segurava
firme em sua espada.

A espada de Rairan começou a brilhar, mais forte que a luz do sol,


um brilho azul-esverdeado tomou conta do local, quase cegando o
Balor, mas ele ainda estava carregando, precisava de mais poder!

Quase sem conseguir mexer as mãos, Sosostra prendeu o Balor com


uma prisão psiônica...enquanto vomitava sangue.

Shar'Azz: S-sua vadia! aaaaaaaaaaaaarghh!! - gritava o Balor,


enquanto fazia força para se soltar...Sosostra não aguentou por muito
tempo, e a barreira se quebrou.

Porém quando o demônio se libertou, logo foi perfurado pela


investida meteórica de Rairan. A espada de Rairan virou pó, pois não
suportava o poder do golpe, mas Rairan continuou perfurando o
demônio, usando seu braço.

Uma explosão acontece, Rairan é jogado para longe, e o Balor


começa a cuspir fogo.
"Seu maldito, não sei onde conseguiu esse poder...ugh...Mas também
será o fim para vocês!"

O Balor começa a estilhaçar, como um copo quebrado, e uma luz


começa a sair do seu corpo, ele está prestes a explodir, levando tudo
e todos com ele.

Sosostra só conseguia levantar um dedo, mas foi o suficiente para


conjurar novamente a barreira, e juntando todas as suas forças, fez o
balor explodir lá dentro. A explosão destruiu a barreira, mas seu
alcance foi drasticamente reduzido, o que salvou a vida de Rairan.

Rairan se levantou e correu até Sosostra, desesperado, procurou


alguma poção, qualquer coisa, mas não sobrou nada. Sosostra estava
sangrando aos seus braços, enquanto lentamente se distanciava de
Rairan, suas forças já estavam esgotadas.

Rairan: não...por favor, Deus, não tire mais nada de


mim...Sosostra...não...porquê?

Sosostra: Por...quê...você...me..salvou...Rai..ran...me perdoe...por...te


dei..xar....eu...te..haah...

Sem terminar suas últimas palavras, o ceifeiro a levou. Estava feito.


Rairan não conseguiu salvar a cidade, nem sua amada. Estava
destruído. O DoomSlayer nasceu.

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