Pigmentos Leon Gontran Damas
Pigmentos Leon Gontran Damas
Pigmentos Leon Gontran Damas
Léon-Gontran
Damas
Tradução
2019
Aviso! (que serve de prefácio)
Esta tradução foi feita calcada na tradução inglesa de Alexandra Lillehei em
2011, nas palavras da autora, “para o preenchimento parcial dos requerimentos do
grau de bacharel em artes, com honras departamentais, do colégio de letras” da
Wesleyan University.
Fiz esta tradução porque, certa feita, nos meus estudos sobre minha
identidade racial negra, conheci o movimento denominado negritude, capitaneado
por Aimé Césaire, Léopold Cédar Senghor e Léon Damas. Obviamente, busquei na
internet, esta enorme biblioteca em escala mundial aonde você pode aprender
qualquer coisa que você deseje (e tão mau-utilizada ou mesmo subutilizada pela
imensa maioria das pessoas, que não fazem a mínima ideia do grau de poder
posto em suas mãos por Ela) traduções em português destes autores. Encontrei
duas traduções de Aimé Césaire, “Discurso sobre o Colonialismo” (imensos
agradecimentos ao pessoal do site
https://antropologiadeoutraforma.files.wordpress.com/2013/04/aime-cesaire-
discurso-sobre-o-colonialismo.pdf por distribuir este conhecimento de fundamental
importância para o povo negro brasileiro) e “Diário de um Retorno ao País Natal”,
traduzido por Lílian Pestre de Almeida, ao preço de cerca de R$ 40,00 na livraria
Cultura online. Infelizmente na época, andava a passar por sérios problemas
financeiros e não pude comprar este livro, pelo que fiquei a ver navios. Encontrei
somente estes dois livros.
Intensifiquei as buscas internet afora atrás dos outros dois fundadores da
negritude, sem sucesso porém. O máximo que encontrei foi exatamente esta
tradução em inglês do livro “Pigmentos” de Alexandra Lillehei. Meu inglês é
bastante precário, entretanto consigo me virar razoavelmente bem ao ler textos
nessa língua, pelo que comecei a lê-lo. Reparei, contudo, que eu conseguia me
virar e portanto podia estudar, ainda que precariamente, mas e os restantes meus
irmãos negros, na sua imensa maioria nascidos sob o império da opressão racial
branca, portanto sem ter tido acesso a estudos ao longo da vida? Ficariam a ver
navios, e eu a desfrutar de meus privilégios linguísticos egoísticamente, como um
típico membro da classe média negra? Não podia fazer isso. Até onde eu sei, não
havia tradução deste livro de Léon Damas para o português, e não sei por quais
motivos o movimento negro, formado em grande parte por negros estudados ou
“sabidos”, no dizer dos negros pobres, muitos falantes praticamente nativos de
francês e inglês, jamais viram valor em fazer chegar este e outros materiais de
imenso valor aos negros brasileiros, principalmente após o advento da internet, já
que não há movimento negro se não há educação negra para as massas negras,
isso é básico. De qualquer forma, sou adepto do “se não tem tu, vai tu mesmo”
então, ainda que com um inglês precário, resolvi empreender esta tarefa
monumental de traduzir este grande livro, mesmo estando longe, muito longe, de
ser um bom tradutor de qualquer coisa.
Esta tradução está licenciada com a licença Creative Commons, atribuição
4.0 internacional, o que significa que eventuais erros poderão ser revistos e
corrigidos por qualquer um, principalmente por quem (assim espero) seja
realmente tradutor profissional, embora tenha feito o máximo possível para que
esta tradução fosse a mais razoável possível. Tentei ser o mais literal possível na
tradução mas, lembrado do adágio italiano “traduttore, traditore”, tive que
modificar algumas palavras ou mesmo explicar ao leitor algumas coisas típicas da
cultura na qual Léon Damas viveu e que, de outro modo, teriam ficado nebulosas
na mente do leitor. Espero que o leitor perdoe-me por isto, e tire o máximo proveito
de Léon Damas e seu livro Pigmentos.
O tradutor
Pigmentos
ce n’est pas une joie pour moi de présenter L.-G. Damas, le poète
nègre qui est fier d’être nègre, c’est un honneur à l’intégrité
humaine que je revendique; et je le remercie amicalement du fond du
cœur.
Novas marcas
de indescritíveis feitiços mudos
nas rugas de um semblante de sonhos
ressoa
a tristeza de um dia que não pára de ser
apenas um pouco mais cansativo
o dobre de finados
de nosso sonho.
A carne exorcizada
é feita
deteriorada
e comida
a memória
ressuscitada
permanece
em cada sonho ilusório
Sillon nouveau
d’incantations fugitives muettes
à la poursuite d’un semblant de rêve
résonne
tristesse d’un jour qui n’en finit d’être
à peine plus las
le glas
de notre rêve
La chair exorcisée
entame
émiette
et mange
le souvenir
ravivé
debout
de tout semblant de rêve
Contra o exagero
da servidão das dunas
das amendoeiras da Enseada
dos mosquitos
dos sapos-cururu
dos vaga-lumes que não entenderam
o espetáculo
eu gastei anos de esforço
da espessura vertical
de todas as torres Eiffel.
À La Mémoire de G.M.
Accoudés au désir de la veille insatisfait
d’où nous venait l’encens sporadiquement têtu
la marée était basse
tout vol de flamants sans importance
et la voix du phare à des milles
plus forte
que l’incendie crépusculaire
des palétuviers
Longtemps
longtemps tes mains s’époumonneront à rompre avec tout calcul
avec les heures
ces heures au bout desquelles
nous étions
deux citrons pressés
Contre l’exagération
de la servilité du sable
des amandiers de l’Anse
des moustiques
des crapauds-bœufs
des lucioles qui ne comprenaient pas
la démonstration
j’ai donné des années d’efforts
de l’épaisseur verticale
de toutes les Tours Eiffel
Obsessão
Um sabor de sangue vem a mim
um sabor de sangue cresce em mim
irrita meu nariz
minha garganta
meu olhos
Basta de blues
de toques de piano
de trompetes mudos
de ritmos loucos em seus pés
Para saciar o ritmo.
Basta de partidas
de lambidas
de lamber o saco
e
de agir
como hiperassimilados
Trêve de blues
de martèlements de piano
de trompette bouchée
de folie claquant des pieds
à la satisfaction du rythme
Trêve de lâchage
de léchage
de lèche
et
d’une attitude
d’hyperassimilés
Trêve un instant
d’une vie de bon enfant
et de désirs
et de besoins
et d’égoïsmes
particuliers.
Há Algumas Noites
Sem nome
sem lua
sem lua
sem nome
noites sem lua
sem nome sem nome
quando âncoras amargas dentro de mim
tão profundas quanto uma linda faca malaia.
IL EST DES NUITS
Sans nom
sans lune
sans lune
sans nom
nuits sans lune
sans nom sans nom
où le dégoût s’ancre en moi
aussi profondément qu’un beau poignard malais.
Posição
Para J.D.
Os próprios dias
tem tomado a forma
de máscaras africanas
indiferentes
a qualquer profanação
feita de cal-viva
que um piano
embeleza
repetindo a velha nota
de um luar suspirante
de qualquer tamanho
na mata
gôndolas
e etc.
POSITION
Pour J. D.
No oceano
noite escura
eu acordei
apaixonado
sem estar agarrado a nada
a nada que o vento disse
no oceano
noite escura
E os cascos
das bestas de carga
que constroem na Europa
um amanhecer ainda incerto
lembra-me
uma estranha auto-negação
de uma trays [1] completa
que dá ritmo às Antilhas
às coxas das mulheres trabalhadoras
na fila indiana.
E a estranha auto-negação
de uma trays completa
que dá ritmo às Antilhas
às coxas das mulheres trabalhadoras
na fila indiana
lembra-me
os cascos
das bestas de carga
que constroem na Europa
um amanhecer ainda incerto.
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[1] – Termo anglófono incorporado à língua criola, e que mantém o mesmo significado que
na língua mãe: bandeja de vegetais, bolos, de madeira, retangular, com bordas muito
elevadas.
EN FILE INDIENNE
Et les sabots
des bêtes de somme
qui martèlent en Europe
l’aube indécise encore
me rappellent
l’abnégation étrange
des trays [2] matineux
repus
qui rythment aux Antilles
les hanches des porteuses
en file indienne
Et l’abnégation étrange
des trays matineux
repus
qui rythment aux Antilles
les hanches des porteuses
en file indienne
me rappellent
les sabots
des bêtes de somme
qui martèlent en Europe
l’aube indécise encore
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[1] - Terme anglais passé dans le langage créole et gardant le même sens: plateau à légumes,
à gâteaux,en bois, de forme rectangulaire, à bords très relevés.
Enquanto Esperamos
Desastre
diga-me sobre o desastre
diga-me algo sobre ele
Cale-se
você tem que aprender Francês, por bem ou por mal
o Francês da França
o francês Francês.
Desastre
fale-me do desastre
fale-me sobre ele
Desastre
diga-me do desastre
fale-me sobre ele
Désastre
parlez- moi du désastre
parlez-m'en
Et puis et puis
Et puis au nom du Père
du fils
du Saint-Esprit
à la fin de chaque repas
Et puis et puis
et puis désastre
parlez-moi du désastre
parlez-m'en
Taisez-vous
Vous ai-je ou non dit qu'il vous fallait parler français
le français de France
le français du français
le français français
Désastre
parlez-moi du désastre
parlez-m'en
Désastre
parlez-moi du désastre
parlez-m'en
Eu também
com olhos que sustém
uma mão
eu sustentei
a puta da pobreza.
Eu também
nas intermináveis avenidas
cheias de policiais
quantas noites senti-me perdido
eu também
com os olhos vazios.
Eu também
esfomeado com olhos vazios
eu também acreditei
que eu poderia suplicar por dez sous
com os olhos
da barriga
vazia
até o dia em que eu me
fartasse
de vê-los zombando
de meus trapos rasgados
e rindo
ao ver um negro
com os olhos da barriga vazios.
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[2] – Sous: em francês, quer dizer “sob vácuo”, e refere-se a um método de cozinhar em
sacolas plásticas seladas a vácuo em baixas temperaturas por um tempo maior que o
tradicional (wikipédia).
UN CLOCHARD M’A DEMANDÉ DIX SOUS
Moi aussi
avec des yeux qui tendent
la main
j’ai soutenu
la putain de misère
Moi aussi
jusqu’au bout de l’éternité de leurs
boulevards à flics
combien de nuits ai-je dû
m’en aller
moi aussi
les yeux creux
Moi aussi
j’ai eu faim les yeux creux
moi aussi j’ai cru
pouvoir demander dix sous
les yeux
le ventre
creux
jusqu’au jour où j’en ai eu
marre
de les voir se gausser
de mes hardes de clochard
et se régaler
de voir un nègre
les yeux ventre creux
Vendas
Eu me sinto ridículo
nestes sapatos sociais
nesse smoking
nessa camisa social
nesse colarinho branco
neste monóculo
neste chapéu coco
Eu me sinto ridículo
com meus dedos que não foram feitos
para ficar com este suéter de manhã até a tarde
com esta manta que enfraquece meus membros
e substitui do meu corpo a minha bela tanga.
Eu me sinto ridículo
com meu pescoço sendo uma chaminé
com estas dores de cabeça que só param
nas vezes em que saúdo alguém.
Eu me sinto ridículo
nestas salas-de-estar
nestas maneiras
nestas reverências
nessa necessidade idiota de ser um palhaço.
Eu me sinto ridículo
com todos com quem eu falo
até que eles sirvam à tarde
um pouco de água quente
e alguns bolos de lágrimas
Eu me sinto ridículo
com as ideias que eles abrigam
com o sabor de seus desejos
de suas paixões
de seus instintos escancarados à noite
como um capacho.
Eu me sinto ridículo
entre eles como um cúmplice
entre eles como um cafetão
entre eles como um assassino
com as mãos assustadoramente vermelhas
com o sangue de sua ci-vi-li-za-ção.
SOLDE
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[3] - “Limbé” é uma palavra criola que significa “tédio” ou “tristeza”. Lilyan Kesteloot,
“Léon Damas: Pigments,” em Black Writers in French, traduzido por Ellen Conroy
Kennedy (Philadelphia: Temple University Press, 1974).
as águas
as cabanas
a fumaça cinza da terra
a sabedoria
a palavra
a discussão
os anciães
a cadência
as mãos
as estampas dos pés
o solo
Os dias inexoravelmente
tristes
nunca páram
em memória
do que foi
minha vida truncada
Ainda continua
meu entorpecimento
do passado
dos sussuros das cordas vocais retorcidas
dos corpos carbonizados
dos dedos novamente queimados
da carne morta
das marcas
feitas com ferro quente
de braços quebrados
sob o chicote que descarregado (nas costas)
sob o chicote que lidera o engenho
e faz a descida refinadamente doce de sangue do sangue do meu sangue
e a vara do feitor que mostra o céu.
LA COMPLAINTE DU NÈGRE
Va encore
mon hébétude
du temps jadis
de coups de corde noueux
de corps calcinés
de l'orteil au dos calcinés
de chair morte
de tisons
de fer rouge
de bras brisés
sous le fouet qui se déchaîne
sous le fouet qui fait marcher la plantation
et s'abreuver de sang de mon sang de sang la sucrerie
et la bouffarde du commandeur crâner au ciel.
Tantas Vezes
E nada
nada acalmaria tanto meu ódio
como uma bela piscina
de sangue
feita
destes cutelos afiados
que descarnam
as manhãs de rum.
SI SOUVENT
Et rien
rien ne saurait autant calmer ma haine
qu’une belle mare
de sang
faite
de ces coutelas tranchants
qui mettent à nu
les mornes à rhum
S.O.S.
À ce moment-là seul
comprendrez-vous donc tous
quand leur viendra l’idée
bientôt cette idée leur viendra
de vouloir vous en bouffer du nègre
à la manière d’Hitler
bouffant du juif
sept jours fascistes
sur
sept
À ce moment-là seul
comprendrez-vous donc tous
quand leur supériorité
s’étalera
d’un bout à l’autre de leurs boulevards
et qu’alors
vous les verrez
vraiment tout se permettre
ne plus se contenter de rire avec l’index inquiet
de voir passer un nègre
mais
froidement matraquer
mais
froidement descendre
mais
froidement étendre
mais froidement
matraquer
descendre
étendre
et
couper leur sexe aux nègres
pour en faire des bougies pour leurs églises.
Esteja Certo
Então
pisarei meus pés nisto
ou melhor
porei minhas mãos na gola
de qualquer coisa que irrite-me, em letras grandes
colonização
civilização
assimilação
e tudo o resto.
Enquanto isso
você me ouvirá
batendo na porta.
POUR SÛR
Alors
je vous mettrai les pieds dans le plat
ou bien tout simplement
la main au collet
de tout ce qui m’emmerde en gros caractères
colonisation
civilisation
assimilation
et la suite
En attendant
vous m’entendrez souvent
claquer la porte.
Logo
Logo
não vou apenas dançar
logo
não vou apenas cantar
logo
não vou apenar me esfregar
logo
não vou apenas suar
logo
não vou apenas dançar
esfregar
dançar
suar
esfregar
cantar
dançar
Logo
BIENTÔT
Bientôt
je n’aurai pas que dansé
bientôt
je n’aurai pas que chanté
bientôt
je n’aurai pas que frotté
bientôt
je n’aurai pas que trempé
bientôt
je n’aurai pas que dansé
chanté
frotté
trempé
frotté
chanté
dansé
Bientôt
Noite Branca
Embranquecido
Insulto abominável
que eles carinhosamente gritam
quando minha África
que eles roubaram-me
só quer paz, nada mais que
paz.
Embranquecido
Blanchi
Abominable injure
qu’ils me paieront fort cher
quand mon Afrique
qu’ils ont cambriolée
voudra la paix la paix rien que
la paix
Blanchi
Blanchi
E lâmpadas de gás
fazem ainda mais triste
estas noites, no fim das quais
ocidentalmente
minha sombra avança
na minha fábula verdadeira
de homem-macaco.
PAREILLE À LA LÉGENDE
Et becs de gaz
qui rendent plus tristes
ces nuits au bout desquelles
occidentalement
avance mon ombre
pareille à ma légende
d’homme-singe.
Lembrete
Há algumas coisas
que eu não quero esquecer
da memória.
E a flauta
Flauta de madeira
tocando canções escravas nas manhãs
enquanto nas savanas
bois ruminam sabiamente
enquanto ao redor
zumbis espreitam
enquanto os donos de fábricas
ejaculam
enquanto o bom negro
entrega dez a quinze horas de trabalho em seu leito.
RAPPEL
Et brimades en bambou
pour toute mangue tombée
durant l’indigestion
de tout morceau d’histoire de France
Et flûte
Flûte de roseau
jouant sur les mornes des airs d’esclaves
pendant qu’aux savanes
des bœufs sagement ruminent
pendant qu’autour
des zombies rôdent
pendant qu’ils éjaculent
les patrons d’Usine
pendant que le bon nègre
allonge sur son grabat dix à quinze heures d’Usine
Shine
E a arrogância automática
das máscaras
das máscaras de cal viva
nunca foi o bastante para remover qualquer coisa
de um passado muito escondido
de pé
nos quatro cantos da minha vida
Avec d’autres
des alentours
avec d’autres
quelques rares
j’ai au toit de ma case
jusqu’ici gardé
l’ancestrale foi conique
Et l’arrogance automatique
des masques
des masques de chaux vive
jamais n’est parvenue à rien enlever jamais
d’un passé plus hideux
debout
aux quatre angles de ma vie
Deixe-me bocejar
mão
lá
no meu coração
na obsessão de tudo pela qual
em um único dia eu
virei as costas.
SAVOIR-VIVRE
Laissez-moi bâiller
la main
là
sur le cœur
à l’obsession de tout ce à quoi
j’ai en un jour un seul
tourné le dos
Consideração
Você comprar-me-á
diga que você comprar-me-á
algumas flores
não importa
por isso no restaurante da esquina
por isso no restaurante da esquina
eu vou
reviver a lareira
de um copo grande de Bordeaux.
REGARD
M’achèterez-vous
m’achèterez-vous dites
des fleurs
que sais-je
pour qu’au bistrot de l’angle
pour qu’au bistrot de l’angle
j’aille
ranimer l’âtre
d’un grand verre de bordeaux
Realidade
E todo Creusot
trabalhará várias noites
em fornalhas prontinhas
E todos os Schneiders
preencherão seus bolsos com bolas de
cassino
graças à nova fabricação
de canhões
granadas
fábricas de armas
a guerra vem
para levar bêbados novamente à Marselhesa
de carne defumada.
DES BILLES POUR LA ROULETTE
Et chaque Creusot
travaillera des nuits
des fours à bloc
Os franceses imbecis
juram que vão esfolar um alemão
e fazer um roupão com a pele deles
Eu
eu digo a eles “porra!”
e outras coisas a mais também
Eu peço a eles
para guardarem os
machetes
os impulsos sádicos
o sentimento
a sensação
de imundície
devido às atrocidades ainda por fazer
Eu peço a eles
para nada fazerem a respeito da necesssidade que eles sentem
de pilhar
de roubar
de estuprar
de corromper novamente os bancos antigos
do Reno
Eu peço a eles
que comecem a invadir o Senegal
Eu peço a eles
para que mandem para o inferno a paz com os “alemães”.
ET CAETERA
Devant la menace allemande, les
Anciens Combattants Sénégalais
adressent un câblogramme d’indéfectible
attachement. (Les Journaux.)
Moi
je leur dis merde
et d’autres choses encore