As Ervas e Seus Poderes - Nathali Rehbein

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As Ervas e seus Poderes

O uso das ervas e das plantas em é um costume dentro da nossa cultura. Vem daquelas
recei�nhas da vovó do cházinho ou para qualquer outra enfermidade; ou das indicações
de plantar uma determinada espécie de erva ou de planta na frente da casa para espantar
o “mal olhado” e, assim, passarem de geração a geração.
A Umbanda, sendo uma religião originariamente brasileira, incorporou essas tradições e o
uso variado das ervas e das plantas, faz como ser uma das coisas mais importantes dentro dela.
As En�dades da Umbanda, caboclos, crianças, índios, pretos velhos e outros, trazem em seus
conhecimentos essas tradições e usam desses elementos, ervas e plantas, em defumações, em bate
folhas para as limpezas e em recomendações de uso medicinal.

Quem por uma benzedeira que usou um galhinho de arruda para benzer?

Porém, precisamos ficar muito atentos aos princípios a�vos das ervas e das plantas, mesmo
aquelas amplamente conhecidas e u�lizadas tanto na medicina alopá�ca (tradicional) como na
homeopá�ca. Pois, embora haja o reconhecimento de suas eficiências medicinais, quando
ministradas de forma indiscriminada e aleatória podem causar alergias, irritações, mal estares
e levar a problemas graves de saúde, sendo então primordial o conhecimento para suas u�lizações.

AS ERVAS E AS PLANTAS NÃO DEVEM SER USADAS OU PRESCRITAS SEM O DEVIDO CONHECIMENTO!

Na Umbanda há a sabedoria das en�dades quais u�lizam as ervas e as plantas nos seus diversos
trabalhos, os quais nos honram com suas manifestações e que deve ser preservada.
Mas o conhecimento é o primeiro passo para que não ocorram problemas.

Podemos classificá-las em:

a) quentes ou agressivas;

b) mornas ou equilibradoras e

c) frias ou específicas.

a) As ervas e as plantas quentes ou agressivas são aquelas que congregam em sua estrutura
vibracional energias que atuam no sen�do de anular; cortar; dissolver; eliminar; limpar e quebrar
os acúmulos energé�cos nega�vos que, junto ou separado das atuações espirituais nega�vas, envolvem
em camadas energé�cas densas das pessoas ou dos locais.
Exemplos: Abre Caminho; Arruda; Casca de Alho; Guiné; etc...

b) As ervas e as plantas mornas ou equilibradoras são aquelas que congregam em sua estrutura
vibracional energias que atuam no sen�do de corrigir os desvios energé�cos causados pelos usos das
plantas e das ervas quentes ou agressivas; harmonizam os chacras (centros de força) e equilibram
as energias vitais, para o bom funcionamento do organismo espiritual humano e, consequentemente,
do �sico. São energé�cos levantadores do astral e direcionadores. Essas ervas podem ser usadas
sem restrição. Exemplos: Alfavaca; Alfazema; Alecrim; Boldo; Calêndula; Hortelã; Manjericão; Sálvia; etc...

c) As ervas e as plantas frias ou específicas são aquelas cujo uso se resume a algum fator específico,
como as medicinais para uso de tratamento �sico sem levar em consideração seu uso religioso e ou
outros componentes podem integrar essa categoria como fatores religiosos espirituais muito bem
definidos, e não tão generalizados como nas outras categorias.
As Ervas e seus Poderes

É possível inclusive que nessa categoria apareçam ervas e plantas que já figuraram nas demais. Assim,
dentro desta categoria, podemos fazer uma subdivisão conforme a especificidade.

- Ervas e Plantas Femininas são aquelas que potencializam o fator humano feminino, a autoes�ma;
são ligadas ao espírito humano e a sensibilidade do espírito. Exemplos: Artemísia; Malva; Rosa Vermelha; etc;
- Ervas e Plantas Masculinas são aquelas que potencializam o fator humano masculino, o aspecto material
da vida, aparecem como atratoras de prosperidade. Exemplos: Folhas de Café; Louro; Romã; etc;
- Ervas e Plantas Calmantes são aquelas que não atuam somente no corpo �sico por caraterís�cas fito
químicas, mas também nos organismos espirituais e em seus sistemas nervosos no sen�do de tranquilizar o
espirito. Exemplos: Camomila; Capim Limão; Maracujá; Melissa; etc;
- Ervas e Plantas Fortalecedoras da Mediunidade são aquelas que atuam no sen�do puramente espiritual,
agindo nos centro de força (chacras) facilitando assim a atuação dos espíritos nos médiuns. Possibilitam
a energia necessária e a limpeza para que os médiuns possam ser canais adequados para a espiritualidade.
Exemplos: Alfazema; Anis Estrelado; Jasmim; Rosa Branca; etc..

Na Umbanda as ervas e as plantas podem ser u�lizadas de várias formas dentre elas:

BANHOS

Banhos eles visam manipular as energias de elementos a fim de enfraquecer, for�ficar, relocar ou trocar
um campo energé�co. Com o devido conhecimento podem ser aplicados em pessoas, animais e até em locais.
Os banhos tem a função de aumentar, diminuir, limpar ou manter a capacidade recep�va em corpos �sicos. O
preparo dos banhos pode ser feitos de duas maneiras: quinados ou infusões. Os banhos quinados ocorrem com
água fria. As ervas são lavadas e posteriormente dentro de um recipiente são amassadas, maceradas e picadas
com as mãos até formarem uma massa com sumo que é misturada na água fria. Essa mistura não é coada e é
despejada sobre o corpo do indivíduo com os pedaços das ervas. Os banhos de infusões ocorrem com água quente.
A água é colocada num recipiente para ferver e assim que entrar em ebulição e re�rada do fogo, posteriormente
são juntadas as ervas, tampado e deixado esfriar. Quando a infusão es�ver numa temperatura agradável é coada
e em seguida despejada sobre o corpo do indivíduo.

Os banhos podem ser classificados por suas caracterís�cas e propriedades como:

a) de energização – que servem para equilibrar e calibrar as energias dos corpos dos indivíduos,
impregnando-o da energia que lhe falta;
b) de defesa – que servem para resguardar os corpos dos indivíduos, impedindo ou minimizando que se
contaminem com energias nocivas; e
c) de descarrego – que servem para livrar os corpos dos indivíduos de excessos de energias, reequilibrando o
corpo, a mente e o espírito.

BATE FOLHAS

É um amarrado de ervas, devidamente benzido e cruzado, u�lizado pelas en�dades para a limpeza dos
consulentes que estão a sua frente.
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DEFUMAÇÃO

A função da defumação na Umbanda é modificar a energia existente no ambiente e as que cercam as


pessoas, para equilibrá-la de acordo com as necessidades. A defumação é feita com as queimas de ervas
específicas e resinas em carvão em brasa, dentro de um recipiente apropriado (turibulo). O contato das ervas
e das resinas com o carvão em brasa libera a fumaça e as energias benéficas que são capazes de descarregar
larvas astrais e miasmas. Infelizmente as pessoas ignoram o que se passa no mundo astral, estas larvas e seus
miasmas existem pra�camente em todos os lugares onde haja a presença do ser humano.
E elas são muito perigosas e mais prejudiciais do que se possa imaginar. As larvas astrais são o resultado de emoções,
de pensamentos e sen�mentos e de nega�vos que se desprendem do nosso corpo (�sico e mental) e ficam presas
no ambiente onde vivemos ou estamos, grudando-se nas paredes, no teto e muitas vezes até mesmo em móveis
e objetos; jamais apresentam forma e cor agradáveis. Quem as consegue ver sempre fica impressionado e enojado.
Quando se juntam umas nas outras seus corpos emitem, de tempos em tempos, energias densas que se espalham
pelo ambiente. Essas energias são os miasmas. O intuito da defumação é energizar e harmonizar pessoas e ambientes
removendo as energias deletérias e nocivas, formando barreiras fluídicas para afastar as emoções, os pensamentos
e os sen�mentos nega�vos e, consequentemente, os espíritos atrasados atraídos pelo ambiente vibratório inferior.
Os efeitos da defumação permanecem por um período determinado, sendo necessária sua renovação periódica,
por isso é constantemente repe�do. A defumação na Umbanda é feita no início dos trabalhos, realizando a limpeza
do ambiente, o corpo dos médiuns e corpo dos assistentes. Com ambiente esterilizado o terreiro está apto para as
manifestações das en�dades. Tal procedimento pode ser indicado para ser feito em outros lugares, todavia sempre
deve ser realizado por pessoa com os devidos conhecimentos.

EMPLASTROS

Emplastro, emplasto, cataplasma, malagma ou unguento é uma forma de preparado medicinal de uso tópico
(externo), cons�tuído de elementos naturais como: cera, resina, alcatrão, etc..., a que se adicionam fármacos
de diferentes espécies. Portanto, é uma medicação transdérmica caracterizada pela colocação de alguma
substância sólida sobre a pele, com o intuito de aquecer ou amolecer tecidos.

DECOCÇÃO

Este método é indicado para preparar chás das partes mais duras da planta, como a raiz, a casca e sementes
que devido à sua dureza necessitam de manter-se em ebulição para libertar os princípios a�vos por um período
mais longo de 15 a 30 minutos. Este método tem o inconveniente de algumas vitaminas serem destruídas pelo processo.

GARRAFADAS

As garrafadas são preparados medicinais feitos de cascas, ervas, raízes e outros ingredientes naturais. São
medicamentos naturais an�gos que buscam a cura do organismo. As garrafadas procuram a solução de todos os males,
seria como a panaceia alquimista que procurava a cura de todas as enfermidades.

INALAÇÕES
As inalações de vapor de água que suavizam, umedecem e eliminam as mucosidades do nariz, garganta,
brônquios e ouvido interno, trata-se de um remédio caseiro e natural, que ajuda no caso de bronquite,
gripes e resfriados, onde é possível adicionar à água algum �po de planta medicinal que beneficie mais
os pulmões e ajude a desconges�onar.
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INFUSÕES
A Infusão é um processo para a fabricação de bebidas, em geral, pela imersão de ervas em água quente ou
a ferver. Consiste em verter água a ferver sobre a planta e tapar o recipiente para que não se percam as
essências e deixar em repouso durante algum tempo. É a técnica ideal para u�lizar as partes mais delicadas
da planta (folhas, flores e caules tenros). Os chás são infusões.

MACERAÇÃO

Este método consiste em emergir a planta em água fria durante 10 a 24 horas, para o líquido adquirir as
propriedades da planta. Pode-se auxiliar este processo friccionando a planta. Quanto mais bem triturada
esta es�ver, melhor será o aproveitamento dos seus princípios a�vos. A maceração pode ser preparada com
água, álcool ou azeite. A maceração está indicada nas plantas cujos princípios a�vos sejam facilmente destruídos
pelo calor ou que sejam muito ricas em taninos (substâncias de sabor muito amargo que não passam facilmente
para a água).

A RELAÇÃO DAS ERVAS E DAS PLANTAS COM OS ORIXÁS E COM AS ENTIDADES

Os Orixás e as en�dades possuem preferências por algumas ervas e algumas plantas para usos iniciá�cos,
para banhos e para trabalhos. Embora haja essa predileção, ela não é imutável e tem mais relação com o
campo vibracional dos Orixás e das en�dades do que com uma exclusividade de u�lização.
Assim, as ervas e as plantas podem ser u�lizadas de várias formas e por mais de um Orixá e ou mais de uma
en�dade, dependendo mais da necessidade espiritual do consulente e dos trabalhos que serão realizados.
Abaixo faremos uma correlação entre os Orixás e as en�dades com as ervas e as plantas, observando o campo
vibracional. Nesta relação poderá ser observado que algumas ervas e algumas plantas se repetem, como dissemos
isso acontece pelo campo vibracional.

OXALÁ Alecrim, alfavaca, algodão, arnica, erva cidreira, erva doce, folhas de laranjeira, hortelã, louro,
manjerona, malva branca, palmeiras, rosas, tapete de Oxalá (boldo).

OXOSSI Abre caminho, acácia, alfavaca, arruda, capim limão, cipó caboclo, eucalipto, jurema, goiabeira, guaco,
guiné, louro, malva, manjericão, samambaia. OGUM Abre caminho, alfavaca, arnica, aroeira, capim limão, carqueja,
espada de São Jorge, eucalipto, folhas de mangueira, jabu�cabeira, losna palmeira.

XANGÔ Ameixeira, amoreira, arruda, cavalinha, comigo ninguém pode, folhas de café, espada de Santa Bárbara,
figo, folha de manga, guiné, levante, limoeiro, malva, manjericão, pessegueiro, pau pereira.

IEMANJÁ Alfavaca, flores branca de qualquer espécie, jasmim, lagrima de Nossa Senhora, malva branca.

OXUM Amor perfeito, camomila, flor de maio, flores de tonalidade amarela, ipê amarelo, lírios de toda espécie,
malva, margaridas, melissa.

IANSÃ Espada de Santa Bárbara, flores amarelas ou coral, folhas de bambu, guiné, louro, malva.

PRETOS VELHOS Abre caminho; alecrim; alfazema; arruda; bálsamo; boldo de Oxalá; camomila; erva-doce;
espada de São Jorge; folhas de laranjeira; folhas de limão; guaco; guiné; hortelã; manjericão; quebra–demanda; rosa.

EXUS Arruda, carqueja, comigo ninguém pode, cravos, figueira, mamona, mangueira, picão preto, pimenta, rosas, ur�ga.

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