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Pa Camaipi

Este documento apresenta o Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Pancada do Camaipi no Amapá. Ele descreve a situação atual do assentamento, incluindo condições ambientais, sociais, econômicas e de infraestrutura. O plano visa reverter o quadro de abandono através do desenvolvimento sustentável da agricultura e melhoria das condições de vida dos assentados, com foco em acesso a mercados, educação, saúde e transporte.

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Este documento apresenta o Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Pancada do Camaipi no Amapá. Ele descreve a situação atual do assentamento, incluindo condições ambientais, sociais, econômicas e de infraestrutura. O plano visa reverter o quadro de abandono através do desenvolvimento sustentável da agricultura e melhoria das condições de vida dos assentados, com foco em acesso a mercados, educação, saúde e transporte.

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GOVERNO FEDERAL

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA/AP


GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - GEA
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO AMAPÁ - RURAP

“PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE


ASSENTAMENTO PANCADA DO CAMAIPI”

MACAPÁ – AP,
FEVEREIRO / 2004
GOVERNO FEDERAL
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA/AP
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - GEA
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO AMAPÁ - RURAP

“PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE


ASSENTAMENTO PANCADA DO CAMAIPI”
MACAPÁ – AP,
FEVEREIRO / 2004

602064362.doc 2
SUMÁRIO

I- Apresentação .............................................................................................. 4
II - Diagnóstico .................................................................................................. 6
2.1. Histórico ....................................................................................................... 6
2.2. Identificação do Imóvel ................................................................................ 6
2.3. Identificação do Assentamento ................................................................... 7
III - Condições Edafo-climáticas ....................................................................... 8
3.1. Relevo .......................................................................................................... 8
3.2. Clima ........................................................................................................... 9
3.3. Solo ............................................................................................................. 9
IV - Vegetação ................................................................................................... 13
V- Recursos Hídricos ....................................................................................... 15
VI - Caracterização Social da População Residente ......................................... 15
VII - Caracterização Social do Produtor .............................................................. 18
VIII - Caracterização da Unidade Produtiva ......................................................... 19
8.1. Estrutura da Renda Familiar ....................................................................... 19
8.2. População Envolvida na Unidade Produtiva ................................................ 21
IX - Condições Sociais das Famílias .................................................................. 22
9.1. Composição Média das Famílias ................................................................. 22
9.2. Habitação .................................................................................................... 22
9.3 Alimentação ................................................................................................ 23
9.4. Saúde ......................................................................................................... 24
9.5. Educação .................................................................................................... 25
9.6. Saneamento Básico .................................................................................... 27
9.7. Meios de Transporte ................................................................................... 27
9.8. Vias de Acesso ............................................................................................ 28
X- Atividade Econômicas do P. A. Pancada do Camaipi ................................. 29
10.1. Extrativismo ................................................................................................ 29
10.2. Agricultura .................................................................................................... 31
10.3. Pecuária ....................................................................................................... 33
10.4. Outras Atividades ....................................................................................... 34
XI - Escoamento da Produção ........................................................................... 34
XII - Beneficiamento ........................................................................................... 35
XIII - Comercialização .......................................................................................... 35
XIV - Nível de Organização Formal ...................................................................... 36
XV - Potencialidades Locais, Problemas e Soluções na Visão dos Produtores
Assentados .................................................................................................. 37
XVI - Parecer Técnico: Possibilidades e Perspectivas do Projeto de Assenta-
mento Pancada do Camaipi ........................................................................ 45
XVII - Necessidades Estruturais para o Desenvolvimento Local .......................... 49
17.1. Infraestrutura Básica de Apoio a Produção ................................................. 49
17.2. Infraestrutura de Desenvolvimento Social ................................................... 49
17.3. Infraestrutura de Proteção, Conservação e Recuperação Ambiental ......... 50
17.4. Infraestrutura de Desenvolvimento e Integração ......................................... 50
17.5. Serviço de Apoio Fundiário .......................................................................... 50
17.6. Serviço de Assistência Social ...................................................................... 50
XVIII - Gestão ......................................................................................................... 51
XIX - Parcerias ...................................................................................................... 51
XX - Considerações Finais .................................................................................. 53
XXI - Conclusão .................................................................................................... 55
XXII - Equipe Responsável Pela Elaboração da Proposta .................................... 56
Anexos ......................................................................................................... 57
I - APRESENTAÇÃO:

Entre as metas preconizadas pelo programa de reforma agrária do Governo


Federal, estão a criação de assentamentos para fins de distribuir terra e assegurar
acesso aos meios de produção aos trabalhadores sem terra.
No Estado do Amapá em menos de duas décadas (1987 a 2002), conforme
informações do INCRA/AP, foram criados 30 (trinta) assentamentos, beneficiando
6.118 (seis mil, cento e dezoito) famílias de trabalhadores rurais tanto do Amapá,
quanto de outros Estados da federação, com destaque para os Estados do Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará e Goiás.
Contudo, o programa de reforma agrária estadual, oportunizou apenas o
acesso a terra, o que impossibilitou o deslanche de atividades econômicas,
principalmente da agropecuária.
A atividade econômica predominante nos assentamentos do Estado do Amapá
é o extrativismo, cujos principais produtos são madeira, cipó, caça e pesca. Tal
atividade traz como conseqüências severos danos ambientais e o empobrecimento
da terra e do homem.
Os assentamentos sofrem com a falta de estrutura de apoio a produção,
escoamento e comercialização; as famílias se ressentem com a falta de escolas,
postos de saúde, estradas, meios de comunicação, meios de transporte e falta de
oportunidades de cultura e lazer, ou seja, os assentados do Estado do Amapá vivem
hoje em condições de abandono no campo, não dispondo sequer de condições
dignas de moradia.
A reversão do quadro apresentado, passa pela criação de políticas públicas
que equacionem os problemas dos assentamentos. Nesse contexto, instrumentos
como a elaboração do Plano de Desenvolvimento dos Assentamentos - PDA, faz-se
necessário para o estudo das limitações e oportunidades locais, tendo como objetivo
nortear as ações estratégicas oportunas e necessárias ao desenvolvimento humano
e econômico dos assentados, com sustentabilidade ambiental.
Este Plano, elaborado por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do
Amapá - RURAP, contou com a participação dos produtores e técnicos de outras
Instituições do setor público agrícola do Estado do Amapá, destacando-se técnicos
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, Instituto de Estudos
602064362.doc 4
e Pesquisas do Estado do Amapá – IEPA e Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA/AP.
Através do plano apresentado, esperamos contribuir sobremaneira para a
reversão do processo de exclusão social e econômica dos assentados, oportunizar
aos assentados, acesso a mercados competitivos, bem como viabilizar ações
articuladas que oportunizem o desenvolvimento sustentável do P. A. Pancada do
Camaipi, oferecendo melhores condições de vida aos assentados e suas famílias,
com oportunidades de mercado e geração de emprego e renda no assentamento.

602064362.doc 5
II - DIAGNÓSTICO:

2.1- Histórico:

O P. A. Pancada do Camaipi fica localizado no Município de Mazagão,


ocupando uma área total de 24.054,8384 hectares.
O Município de Mazagão foi criado pela Lei nº 226 de 08 de setembro de 1890.
O Município possui uma área de 23.189,6 km 2 e uma população aproximada de
11.353 habitantes (Anuário Estatístico do Amapá, versão 1998 – 2000).
A área foi previamente identificada por um grupo de trabalhadores rurais, que
tentando resolver seus problemas de falta de terra, realizou contato junto ao
INCRA/AP, alegando a vocação agrícola da área.
INCRA, após estudos de viabilidade técnica e econômica, decidiu pela criação
do assentamento denominado Projeto de Assentamento Pancada do Camaipi,
sob código AP 0025000, conforme Portaria nº 0054 de 16/`12/1998.

2.2. Identificação do Imóvel.

Nome do Imóvel: Gleba Mazagão


Portaria de obtenção: 5ª discriminatória
Data de emissão da posse: 31/08/1976
Registro do Imóvel: Matrícula: nº 52 – fls. 225, do livro 2-A de Registro Geral
da Comarca de Mazagão em 05/01/1977.
Aquisição: deu-se pela União Federal, na forma do art. 4º- item I, através do
procedimento discriminatório administrativo, estatuído nos arts. 19 a 31, do decreto
lei 9.760 de 05/09/1946 – Macapá-Ap, 05/07/1976.

602064362.doc 6
2.3. Identificação do Assentamento:

2.3.1. Nome: Projeto de Assentamento Pancada do Camaipi.


2.3.2. Criação: Portaria/INCRA/SR-(21) nº 54, de 16 de setembro de 1998.
2.3.3. Código do Projeto: AP 002500
2.3.4. Código do Município: 061026
2.3.5. Área total: 24.054,8384 ha (vinte e quatro mil e cinqüenta e quatro hectares,
oitenta e três ares e oitenta e quatro centiares).
2.3.6. Área aproveitável: 27.952,6000 ha.
2.3.7. Área de reserva legal: 19.243,0000 ha.
2.3.8. Área inaproveitável: 3.054,8384 ha.
2.3.9. Tamanho dos lotes: 50,0000 ha.
2.3.10. Capacidade do Assentamento: 400 famílias.
2.3.11. Nº de famílias Sipradas: 294 (até 13/05/03)
2.3.12. Natureza do assentamento: Agrícola/Agroextrativista.
2.3.13. Localização: o P. A. Pancada do Camaipi fica localizado no Município de
Mazagão, com altitude de 9,49 m, latitude 00º07’50” e longitude de 51º25’04” W.
O P. A. Pancada do Camaipi apresenta como referências:

602064362.doc 7
 Limites: O P. A. Pancada do Camaipi está situado ao sul do município
de Porto Grande, em terras do nordeste de Mazagão e oeste de Santana, na região
sul do Estado do Amapá.
 Distância da Sede do Município de Mazagão: 18 km
 Distância da Capital do Estado (Macapá): 85 km

2.3.14. Vias de Acesso:


a) Terrestre: através da BR 156, Rodovia Macapá/Jarí, Km 85.
b) Fluvial: pelos Rios Vila Nova, Camaipi e Curumuri.

III - CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS:

3.1. Relevo:
O quadro natural característico nessa região é a presença de terraço fluvial e
áreas de planalto ondulado muito dissecado.

602064362.doc 8
3.2. Clima:
Na classificação de Koppen, o P. A. Pancada do Camaipi apresenta
predominância do Clima AMW, variedade da zona climática (tropical chuvoso),
caracterizado por apresentar um período de estiagem (verão) e um período
intensamente chuvoso (inverno).

 Temperatura: situa-se em torno de 23,5ºC, apresentando valores de


32,7ºC e 29,2ºC, para máxima e mínima respectivamente.

 Umidade Relativa do Ar: é bastante elevada, apresentando média


anual de 83%, chegando a alcançar índices 87% no inverno e 74% no verão.

 Índices Pluviométricos: atinge 2.549,10mm ao ano, sendo


registrados índices de maior precipitação no mês de março (396,1 mm) e a menor
precipitação no mês de outubro 37,7 mm.

 Distribuição das Chuvas: a distribuição anual das chuvas determina


duas estações:
a) Inverno: com predominância de chuvas intensas. Esse período inicia em
janeiro (316,3 mm), estendendo-se até junho (237,1 mm).

b) Verão: é o período de estiagem, ou de ausência de chuvas. É também


denominado verão Amazônico cujo período é de julho (185,9 mm) a dezembro
(133,3 mm).

3.3. Solo:

3.3.1. Tipos de Solos:


O P. A. Pancada do Camaipi possui dois ecossistemas distintos,
caracterizando os solos como solos de várzea ou solos de terra firme.

a) Solo de várzea: com predominância de solo do tipo Gley Pouco


Húmico Ta Eutrófico A moderado, textura muito argilosa.
602064362.doc 9
b) Solo de Terra Firme: predominam os seguintes tipos de solos:
 Podzólicos Vermelho Amarelo Tb Álico A moderado, textura argilosa/muito
argilosa.
 Latossolo Amarelo
 Latossolo Vermelho

3.3.2. Características Físico-Químicas dos Solos:

A fim de verificar os atributos químicos e físicos, foram coletadas para análise


11 amostras de solo. Inicialmente coletou-se solo em lotes no ramal, que se
caracteriza por apresentar relevo ondulado com morros e profundas depressões que
se sucedem em todas as direções.
Ao longo do Ramal existem platôs com aproximadamente 50 m de largura,
onde normalmente se localizam as residências e o assentado tenda estabelecer
algumas culturas, não obtendo sucesso devido às condições de baixa fertilidade do
solo e pouca disponibilidade de água.

602064362.doc 10
A vegetação no ramal em sua maioria é de capoeirinha devido a intensa
exploração de madeira e de carvão vegetal, devido as precárias condições para
desenvolvimento da agricultura no assentamento.
Também foram coletadas amostras de solo ao longo do Rio Camaipi, onde já
podemos detectar um outro uma relação mais sustentável do homem com o meio
ambiente, principalmente em virtude da exploração de açaí para fruto, o que
certamente dá mais garantias aos assentados naquele local, associando-se a pesca
e ao desenvolvimento da fruticultura e criação de pequenos animais, na proximidade
da casa.
A tabela 1 apresenta a identificação dos locais de coleta de amostras, com
suas coordenadas, relevo e vegetação predominante.

Tabela 1. Identificação das amostras no P.A. Pancada do Camaipi.


IDENTIFICAÇÃO
LOCAL COORDENADAS RELEVO VEGETAÇÃO/CULTURA
DA AMOSTRA
N00° 08’ 45,4” x
1 Ramal Ondulado Mandioca
W51° 40’ 40,9”
N00° 08’ 04,4” x
2 Ramal Ondulado Macega
W51° 38’ 52,7”
N00° 08’ 07,0” x
3 Ramal Ondulado Macaxeira
W51° 38’ 07,3”
N00° 07’ 35,1” x
4 Ramal Ondulado Mandioca
W51° 37’ 46,8”
N00° 07’ 28,3” x
5 BR 156 Suave Ondulado Pimenta do reino
W51° 37’ 17,9”
Rio – Mg. N00° 11’ 30,8” x Ondulado
6 Pimenta do reino
esquerda W51° 42’ 20,3”
Rio – Mg. N00° 11’ 25,2” x Plano –Várzea Açaí, graviola, citrus, cupuaçú,
7
direita W51° 41’ 10,9” pupunha
Rio – Mg. N00° 10’ 53,8” x Suave Ondulado – Terra firme
8 Açaí, café, , cupuaçu, castanha
esquerda W51° 39’ 17,6”
Rio – Mg. N00° 10’ 53,8” x Plano –Várzea
9 Açaí
esquerda W51° 39’ 17,6”
Rio – Mg. N00° 10’ 51,2” x Suave Ondulado – Terra firme
10 Pimenta do reino
esquerda W51° 37’ 30,2”
Rio – Mg. N00° 09’ 09,1” x Plano –Várzea Açaí, banana, capim elefante,
11
direita W51° 35’ 21,3” cupuaçu

Os resultados das análises químicas apresentadas na Tabela 2 indicam em


geral a baixa fertilidade dos solos, indicando a necessidade da utilização de
corretivos e adubação mineral e orgânica para viabilizar a produção agrícola.

602064362.doc 11
Tabela 2. Análise química das amostras no P.A. Pancada do Camaipi.
IDENTIFICAÇÃO
pH K+ Ca2++Mg2+ Al3+ H+ +Al3+ SB CTC V M P MO
DA AMOSTRA
(H2O) cmolc/dm 3
% mg/dm 3
g/dm3
1 5,3 0,05 2,75 0,30 7,80 2,8 10,6 26 10 2 62
2 4,7 0,04 0,60 0,85 4,37 0,6 5,0 13 57 2 29
3 5,2 0,06 2,20 0,30 4,37 2,3 6,6 34 12 2 36
4 4,6 0,02 0,45 1,70 9,00 0,5 9,5 5 78 1 53
5 5,4 0,10 4,60 0,20 4,37 4,7 9,1 52 4 2 52
6 4,6 0,02 0,40 1,55 5,90 0,4 6,3 7 79 2 24
7 4,5 0,04 0,65 1,65 5,90 0,7 6,6 10 71 2 28
8 4,5 0,03 0,4 1,50 5,61 0,4 6,0 7 78 6 26
9 4,7 0,10 1,50 2,60 5,94 1,6 7,5 21 62 5 33
10 5,0 0,10 3,05 0,55 8,66 3,2 11,8 27 15 6 52
11 5,4 0,08 6,75 0,70 5,03 6,8 11,9 58 9 5 27

A maioria das amostras apresentou acidez elevada, sendo que somente quatro
amostras apresentaram acidez média.
Nove das doze amostras de solo analisadas, apresentaram baixa saturação de
bases. Esse critério indica o percentual do complexo de troca catiônica que é
ocupado por bases (potássio, cálcio e magnésio) e tem relação direta com o pH do
solo.
Seis amostras apresentaram saturação por alumínio alta o que compromete, de
modo significativo, o desenvolvimento da agricultura caso não seja realizada a
correção do solo de modo a neutralizar o alumínio existente e incorporar bases ao
solo.
Os resultados demonstram que a soma de bases e os teores de cálcio e
magnésio apresentaram-se baixo em seis amostras, médio em quatro, e alto em
apenas uma amostra, o que indica a necessidade de calagem na maioria dos solos.
Todas as amostras apresentaram baixo teor de potássio e fósforo, o que
implica na necessidade de realizar adubação potássica e fosfatada para que se
possa obter sucesso nas culturas implantadas.
Seis amostras apresentaram altos teores de matéria orgânica, enquanto que o
restante apresentou teores médios. Esse fato indica que os solos da região possuem
um razoável condicionamento físico-químico, sendo a matéria orgânica, de
fundamental importância para a estrutura do solo, fornecendo-lhe uma maior
agregação, além de melhorar as condições de fertilidade.

602064362.doc 12
Tabela 3. Análise granulométrica das amostras no P.A. Pancada do Camaipi.
IDENTIFICAÇÃO SILTE AREIA FINA AREIA GROSSA ARGILA CLASSIFICAÇÃO
DA AMOSTRA % TEXTURAL
1 20 20 40 20 FRANCO ARENOSO
2 23 16 34 27 FRANCO ARGILO ARENOSO
3 22 12 37 29 FRANCO ARGILO ARENOSO
4 41 13 21 25 FRANCO
5 35 3 6 56 ARGILA
6 24 21 40 15 FRANCO ARENOSO
7 46 28 1 25 FRANCO
8 18 22 50 10 FRANCO ARGILO SILTOSO
9 65 1 1 33 FRANCO ARGILO SILTOSO
10 21 9 27 43 ARGILA
11 79 1 1 19 FRANCO SILTOSO

A análise granulométrica demonstra a variação da textura do solo do


assentamento, que vai da classe argila a franco arenoso, sendo necessário o uso de
práticas conservacionistas principalmente na região do ramal, onde em virtude do
maior conteúdo de areia e do relevo, ocorre o maior risco de erosão.

IV - VEGETAÇÃO:

O P. A. Pancada do Camaipi possui vegetação distribuída em solos de terra


firme e solos de várzeas.

a) Vegetação em Solos de Terra Firme: com predominância de floresta


de terra firme densa de baixo platô e floresta de terra firme de sub montanhas.
Caracteriza-se pela presença de vegetais de grande porte, típicos da Floresta
Amazônica, sendo alguns de expressivo valor econômico como essências
madeiráveis e produtoras de frutos, destacando-se:
• acapú ( Vouacapoua americana)
• Acaricuara ( Minquartia guyanensis): espécie muito utilizada para produção
de esteiros.
• Abiurana ( Lucuma lasiocarpa)
• Angelim (Andira vermifuga Mart)
• Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa): árvore de grande porte que
produz frutos comestíveis e oleaginosos; é também explorada como madeira.
• Cupiúba (Goupia glabra Alblet e G. paraensis Hub)

602064362.doc 13
• Maçaranduba (Manilkara huberi)
• Virola (Virola surinamensis)

b) Vegetação em solos de Várzea: marcada pela presença de floresta


de várzea densa, que apresenta, além de essências madeiráveis, outras espécies
econômicas, entre as quais destacam-se:
• Açaí (Euterpe oleracea)): palmeira produtora de frutos comestíveis e de
palmito comercializável;
• Buriti (Mauritia flexuosa): palmeira produtora de frutos comestíveis e
oleaginosos, pouco aproveitáveis na região; sua folha também é aproveitável na
produção artesanal;
• Murumurú (Astrocaryum murumurú): palmeira frutífera oleaginosa,
aproveitada na região apenas para alimentação de animais (principalmente suínos);
• Pracaxi (Pentachleta macroloba): árvore mediana, frutífera oleaginosa
utilizada na medicina regional;
• Andiroba (Carapa guianensis): árvore de grande porte cujos frutos
oleaginosos e a madeira têm largo aproveitamento na região. Seus estoques
encontram-se bastante comprometidos em consequência da ostensiva exploração
da madeira;
• Seringueira (Hevea brasiliensis): essência laticífera, hoje praticamente sem
exploração para fins comerciais na região.
• Ubuçu (Manicaria saccifera): palmeira produtora de folhas muito utilizadas
na região em cobertura de casas;
• Arumã (Ischnosiphom aruma): arbusto de pequeno porte, produtor de fibras
empregadas na produção de utensílios artesanais: paneiros, peneiras, chapéus,
tipiti, etc.

602064362.doc 14
V - RECURSOS HÍDRICOS:

A rede hidrográfica é formada pelo Rio Vila Nova e seus afluentes: Curumuri,
Camaipi do Rio Vila Nova, em cujo curso ocorre a corredeira Pancada do Camaipi,
de onde origina o nome do Assentamento, Igarapé Bispo, Igarapé Grande e seus
afluentes.

VI - CARACTERIZAÇÃO SOCIAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE:

6.1. Aspectos populacionais:

A investigação aponta que a maioria da população residente no Projeto de


Assentamento Pancada do Camaipi é constituída por amapaenses (Tabela 1),
embora haja uma representação significativa de paraenses e, em menor proporção,
de maranhenses.

602064362.doc 15
Especificando por idade, nota-se que na faixa etária de 0 a 25 anos,
correspondente a crianças e jovens, predomina a participação de amapaenses; na
faixa etária de adultos (26 a 55 anos) há um certo equilíbrio entre amapaenses e
paraenses e nas últimas faixas etárias, envolvendo pessoas com 56 ou mais anos de
idade, existe maior participação de paraenses.

Tabela 1 – Distribuição etária da população residente por naturalidade.

Faixa Etária Participação Por Naturalidade (%)


(Anos)
Amapá Pará Maranhão
0a6 13,69 1,79 -
7 a 14 21,43 2,38 1,19
15 a 25 13,10 5,36 -
26 a 35 5,95 2,98 0,60
36 a 45 6,55 4,76 0,60
46 a 55 3,57 5,36 1,19
56 a 64 1,79 2,98 0,60
65 ou mais 1,19 2,98 -
TOTAL 67,26 28,57 4,17
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

Na observância dos dados demonstrados na Tabela 2, percebe-se que a


composição dessa população apresenta valores bastante diferenciados de pessoas
por grupo de idade e composição por sexo.
Assim, dos resultados estatísticos obtidos, ressalta-se a predominância da
população masculina (56,5%), com idade média de 26 anos, o que permite afirmar
que a população do assentamento tem forte participação na faixa de idade
considerada como potencial em idade ativa para o trabalho em torno de 70,83%.
Aproximadamente um quarto da população (25%) está na faixa de 7 a 14 anos,
especificamente em idade escolar.

Tabela 2 – Distribuição etária da população residente por sexo.


602064362.doc 16
Freqüência Participação Por Sexo
Idade Média Faixa Freqüência
Relativa
da Etária Relativa
Acumulada Homens
População (Anos) (%) Mulheres (%)
(%) (%)
0a6 15,48 15,48 14,74 16,44
7 a 14 25,0 40,48 25,23 24,66
15 a 25 18,45 58,93 18,95 17,81
26 a 35 9,52 68,45 11,58 6,85
36 a 45 11,19 80,36 10,53 13,70
26 anos
46 a 55 10,12 90,48, 9,47 10,96
56 a 64 5,36 95,83 6,32 4,11
65 ou mais 4,17 100,00 3,16 5,48
Média =
TOTAL 100,00 - Média = 43,5
56,5
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

Ainda com relação a distribuição da população entrevistada, por grupos de


idade e sexo, Figura 1, observa-se que, na faixa etária correspondente à força de
trabalho existe uma certa equivalência entre os sexos. Além disso, percebe-se que
quase um terço das mulheres, cerca de 30,98%, encontra-se em idade de maior
fecundidade (15 a 45 anos).

Figura 1: Composição de grupos de idade por sexo.

VII - CARACTERIZAÇÃO SOCIAL DO PRODUTOR


602064362.doc 17
7.1. Aspecto populacional:

Estudos sobre os aspectos populacionais dos produtores do assentamento


Pancada do Camaipi
demonstram que a idade média é
de 46 anos. A maioria dos
produtores é do sexo masculino
(94,57%) e pertencem ao grupo de
idade de 41 a 50 anos
(30,77%), portanto, constata-se
Figura 3: Grupos de idade do produtor.
que a população de produtores é
bastante adulta.

Os produtores do assentamento Pancada do Camaipi possuem seus lotes


situados ao longo dos rios Vila Nova e Camaipi, e às margens do ramal do Camaipi.
Através do presente estudo, observa-se que a maioria dos produtores mora em
ambiente ribeirinho (71,79%), e destes cerca de 69,23% são nortistas.

Tabela 5 – Naturalidade dos produtores por ambiente de atividades.

Ambiente de Naturalidade
Maranhão Total
atividade Amapá Pará

Terra firme 10,26% 17,95% 2,56% 30,77%

Ribeirinho 35,90% 30,77% 2,56% 69,23%

Total 46,15% 48,72% 5,13% 100,00%

Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

7.2. Nível de escolaridade do produtor:

602064362.doc 18
O nível de escolaridade pode influenciar na facilidade de acesso a informações
e na transferência de tecnologias rurais. Em média os produtores do assentamento
Camaipi têm 1,81 anos de estudo. Cerca de 10,26% dos produtores freqüentam
escola, sendo 7,69% são ribeirinhos e
2,56% moradores de terra firme.
Salienta-se que na escola situada na
vila Pancada do Camaipi funciona o
programa de educação de jovens e
adultos, porém aproximadamente
30,77% dos produtores são Figura 4: Gráfico de nível de escolaridade do
produtor.
analfabetos.

VIII – CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE PRODUTIVA:

8.1. Estrutura da renda familiar:

A estrutura da renda bruta das famílias entrevistadas do assentamento


Pancada do Camaipi compreende os rendimentos auferidos no ano 2002,
envolvendo atividades agrícolas, extrativistas e outras consideradas não-agrícolas,
como venda de mão-de-obra, pensão, aposentadoria, e outras rendas de caráter
social.

Conforme os dados apresentados na Figuras 5 e Tabela 6, as atividades


ligadas ao extrativismo destacam-se dos demais atividades, correspondendo em
média a 65,79% do volume total da renda bruta familiar.

Figura 5 - Composição da renda familiar em reais.


Componentes Valor Formação da
Monetário renda
Médio a.a. (%)
Atividades agrícolas
983,89 23,61

Extrativismo 65,79
2.454,72
Atividades não-
agrícolas 558,07 10,60

TOTAL ( ano) 3.996,68 100


Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)
Os dados da Tabela 6 demonstram a princípio, que existe uma similaridade nos
dados referentes à composição da renda extrativista dos produtores do
assentamento, porém, ao detalhar essa significativa participação dos produtos do
602064362.doc 19
extrativismo na formação da renda bruta familiar dos produtores do assentamento
Pancada do Camaipi, de 65,79%, por macro-ambientes, chamam atenção os
diferentes produtos que contribuem para esse percentual, onde no ambiente
ribeirinho observa-se uma significativa participação do açaí/fruto (45,81%), e no
ambiente de terra firme (ramal) os produtos madeira e carvão, contribuindo com
41,47%. Fato esse, merecendo atenção, principalmente pelo aspecto da
sustentabilidade ambiental, envolvida no processo.

Tabela 6 – Detalhamento da composição da renda bruta do extrativismo por macro-


ambientes.

Produtos do
Ribeirinho Terra firme
Extrativismo
Madeira e Carvão (%) 2,90 41,47
Açaí (%) 45,81 8,07
Outros (%) 17,43 16,07
Total 66,14 65,61
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

Quanto às atividades agrícolas, tem-se a considerar inúmeros problemas que


restringem o desempenho dessa atividade, principalmente àqueles produtores
localizados em ambiente de terra firme, como os ligados ao escoamento da
produção, mais precisamente quanto ao estado de conservação dos atuais ramais,
ou mesmo pela necessidade de abertura de novos ramais.

Não menos relevante, observar-se na Tabela 7 uma significativa participação


da renda não agrícola, em média 10,60% da renda bruta familiar, como forma de
complemento de renda familiar, proveniente dos ingressos de pensões,
aposentadorias, venda de mão-de-obra, além de rendas de programas sociais de
iniciativa do poder público.

É importante ressaltar ainda, a significativa contribuição do autoconsumo como


parte da renda bruta familiar da população entrevistada, destacando-se o consumo
dos produtos do extrativismo, como a pesca, caça, além da coleta de açaí/fruto.

Tabela 7 –Composição da renda bruta familiar (%) – Assentamento Pancada do Camaipi.


Renda Agrícola (%) Renda do extrativismo (%)
Renda não
Ambientes Auto- Auto-
Monetária Total Monetária Total Agrícola (%)
consumo consumo
602064362.doc 20
Ribeirinho 3,78 21,44 25,22 24,13 42,01 66,14 8,64

Terra firme 10,61 12,20 22,81 48,57 17,04 65,61 11,58

Geral 7,20 16,41 23,61 36,35 29,43 65,79 10,60

Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

Outro ponto que chama atenção, é o estado da organização social, convivendo


com sérios problemas, principalmente, no que diz respeito a gestão e participação
social dessa população, que em parte compromete o desempenho das atividades
produtivas dos mesmos.

8.2. População Envolvida na Unidade Produtiva:

A ocupação econômica da família e seu envolvimento no trabalho da unidade


familiar implicam na produtividade familiar e renda familiar. Do total de população
residente, cerca 58,93% estão ocupados com as atividades agrícolas em seu lote.
Das famílias residentes no assentamento Pancada do Camaipi, em média cerca de
1,42% dos seus membros estão trabalhando na unidade produtiva. Ou seja, As
famílias do assentamento Camaipi, em média, são compostas, aproximadamente,
por quatro pessoas, das quais 2,26% trabalham nas atividades produtivas agrícolas
familiares.
Em observância dos dados explicitados na Tabela 4, percebe-se que a maioria
das pessoas que trabalham na unidade produtiva pertencem ao grupo de idade de
36 a 45 anos. Também nota-se que a população envolvida com o trabalho, na
unidade produtiva tem 26 anos ou mais de idade, provavelmente, devido a
inexistência de escola no ramal do Camaipi, fato que pode corroborar para que, as
pessoas em idade escolar, residam fora do lote da família.
Ao se observar o envolvimento familiar na unidade produtiva do assentamento
por ambiente, nota-se que os lotes situados em terra firme a média familiar é maior
do que aquela situada em ambiente ribeirinho, correspondendo respectivamente a
69,05% e 49,14%.

Tabela 4 – Participação das pessoas ocupadas na unidade produtiva por ambiente e


grupos de idade.

Grupos de idade Ambiente (%)

602064362.doc 21
(anos) Terra Firme Ribeirinho
7 a 14 - 10,16
15 a 25 - 10,63
26 a 35 7,14 8,59
36 a 45 28,27 10,16
46 a 55 21,43 7,81
56 a 64 14,29 5,47
65 ou mais 7,14 2,34
TOTAL 78,57 43,5
Média familiar 69,05 49,14
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

IX – CONDIÇÕES SOCIAIS DAS FAMÍLIAS:

9.1. Composição Média das Famílias:


As famílias do Assentamento são compostas, em média, por 6 pessoas .

9.2. Habitação:
O tipo de habitação predominante no P.A. Pancada do Camaipi é a casa de
madeira com cobertura de telha de amianto.
Alguns assentados tiveram acesso ao Crédito habitação liberado e
supervisionado pelo INCRA-AP, cujo valor foi de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos
reais) para construção de residência com a dimensão 6m x 7m (42 m²).
Há também a presença de casas de madeira com cobertura de cavaco e folhas
de palmeiras nativas da região.

602064362.doc 22
*Residência de assentado em condições precárias/P.A. Pancada do Camaipi.

As residências são, na maioria das vezes, construídas nos próprios lotes,


as exceções são a Agrovila e a Vila Santa Fé que agregam várias famílias de
produtores.
Há ainda barracos com coberturas plásticas, cujos assentados
encontram-se recentemente no local.
É comum no quintal das residências (terreiro) a presença de árvores
frutíferas e a criação de pequenos animais, principalmente patos e galinhas.

9.3. Alimentação:
Principais produtos que fazem parte do hábito alimentar dos assentados:
- Farinha de mandioca;
- Arroz;
- Feijão;
- Carne (bovina ou caça, cutia, paca, tatu, etc.)
- Peixe: traira, jejú, aracú, etc.
- Camarão;
- Açaí;
- Bacaba;
- Charque;
- Hortaliças;
- Frutas: banana, abacaxi, etc.

602064362.doc 23
9.4. Saúde:
A comunidade não dispõe de posto básico de saúde, sendo o mais
próximo, o da Vila do Carmo do Maruanum, distante 48 Km do ramal da pancada
(acesso terrestre) e a 85 Km da Vila da Tapioca (acesso fluvial).

9.4.1. Incidência de Malária e Leishmaniose:

Segundo informações da população entrevistada no assentamento


Pancada do Camaipi, no ano de 2002, horizonte da pesquisa em questão, não foi
registrado nenhum caso de leishmaniose. No entanto, torna-se relevante mencionar
informações que dão conta de acometimento dessa doença em algumas pessoas da
comunidade nos anos de 2001 e 2002.
De acordo com o documento de avaliação dos indicadores de qualidade
das atividades de vigilância epidemiológica e ambiental em saúde, elaborado pela
Fundação Nacional de Saúde, em 1999, o Estado do Amapá teve 4,50% de
participação no total de casos de malária no Brasil.
Da população entrevistada no Assentamento Pancada do Camaipi, cerca
de 33,93% sofreram de malária no ano de 2002.

9.4.2. Outras Doenças Locais:


Outros problemas de saúde citados pelas famílias são:
 Verminose;
 Gripe/resfriado.

9.4.3. Locais de Atendimento Médico – Hospitalar:


Os problemas graves de saúde são encaminhados para atendimento
médico-hospitalar em Macapá.

9.4.4. Transporte Hospitalar:


Não há transporte específico para doentes; quase sempre os assentados
deslocam-se de suas residências até a Ponte do Rio Vila Nova, de onde conseguem
transporte para Macapá.
Em alguns casos, as pessoas fazem contato telefônico com o Hospital de
Emergências de Macapá, que envia a ambulância para remover o doente.
602064362.doc 24
9.4.5. Medidas preventivas de doenças, em prática no assentamento:
As famílias recebem nas comunidades, os benefícios de campanhas de
Vacinações promovidas pela Secretaria de Saúde do Estado, e alegam manterem e
dias, a vacinação de suas crianças.

9.5. Educação:

9.5.1. Nível de Escolaridade da População Residente:

Referente ao atendimento da demanda escolar para o ensino fundamental, a


população residente conta com os serviços de duas escolas estaduais de ensino
fundamental que atende as localidades de Pancada do Camaipi, da Agrovila, e
Tapioca.

Do total da população em idade escolar (07 a 14 anos), cerca de 66,67%


freqüentam escola. Provavelmente este fato deve-se a ausência de escola no ramal
do Camaipi e a dificuldade
dos alunos, habitantes de
terra firme, acessarem
diariamente as escolas
situadas na Agrovila e a
comunidade de Pancada do
Camaipi. Deste modo, pode-
se dizer que o fato de Figura 2: Nível de escolaridade da população em idade
escolar
existirem escolas
funcionando somente na Agrovila e em Pancada, dificulta o desenvolvimento do
ensino formal, ficando assim, muitas crianças em idade escolar fora de sala de aula.
Além de que, a série escolar, disponibilizada no assentamento da Pancada do
Camaipi, vai até a 4a do ensino fundamental e os alunos concluintes, se quiserem
continuar seus estudos, têm que se deslocar para outras localidades. Normalmente
isto não é possível devido ao baixo poder financeiro das famílias. Também, é
preocupante o dado, mostrado na Figura 1, que demonstra o percentual de pessoas
em idade escolar, de 7 a 14 anos (19,05%) sem instrução formal.

602064362.doc 25
A população residente de sete anos ou mais de idade apresentou uma média
de 1,26 ano de estudo, que é elevada para 1,71 anos de estudo, quando se
considera o grupo de 15 anos ou mais de idade (Tabela 3).

Tabela 3 – Nível de escolaridade da população de 15 ou mais anos de idade.

Média Alfabetizada Freqüentando


de anos Analfa- sem Alfabetização Outras
Freqüentaram
de beta instrução de jovens e séries
estudo formal (*) adultos
1,71 ano 25% 7% 5% 11% 52%
Fonte: Dados de campo, RURAP/2003.
(*) População de 15 anos ou mais de idade capaz de assinar o nome, ler e escrever pequenos textos.

De acordo com os dados explicitados na Tabela 3 acima demonstrada, nota-se


que, do total da população de 15 ou mais anos de idade, cerca 5% está freqüentando
o curso de alfabetização de jovens e adultos. No grupo de 15 anos ou mais de idade
estão freqüentando escola 35,48% e 28,4% respectivamente. Apesar da existência
do curso de alfabetização de adultos no assentamento Camaipi, ainda existe um alto
percentual de analfabetos (25%), o que pode dificultar as ações públicas neste local
ou mesmo do próprio crescimento.

9.5.2. Escolas Existentes no P. A. Pancada do Camaipi e Condições


de Funcionamento:
As comunidades fluviais dispõem de duas escolas de ensino fundamental
de 1ª a 4ª série, uma localizada na Agrovila do Pancada, cujo acesso de
comunidades distantes, como a comunidade Tapioca, é impraticável; e outra na
Agrovila Santa Fé.
Na área terrestre, conhecida popularmente como Ramal e Ponte do Rio
Vila Nova, existe também uma escola estadual de ensino fundamental (1ª a 8ª
série), para atender as famílias.
Ambas funcionam precariamente em virtude das instalações precárias, da
falta de materiais e equipamentos e também pela falta de professores qualificados.
Outro fator que merece atenção é a contratação e permanência de
professores na comunidade, haja vista, que alguns dias letivos são perdidos pela
ausência dos profissionais em pauta.

602064362.doc 26
9.5.3. Transporte Escolar:
Esse benefício não se encontra disponível aos estudantes residentes no
P. A. Pancada do Camaipi. Destacamos que à distância entre as residências e a
escola é um fator limitante a ser vencido para minimizar o grau de analfabetismo e o
êxodo rural para a periferia de Macapá e Santana.
Merece destaque o fato de que algumas famílias abandonam o campo por
falta ou pelo baixo nível de escolaridade na comunidade, em busca de futuro melhor
para seus descendentes. O P.A. Pancada do Camaipi não foge a essa regra.

9.6. Saneamento Básico:

Tal serviço é inexistente no P.A. Pancada do Camaipi. Não existe sistema


de água tratada; o único tratamento que a água recebe é a adição de hipoclorito de
sódio, distribuído à comunidade pela FUNASA e Centros de saúde existentes nas
proximidades. As principais fontes de água são poços, rios e igarapés.
Sistema de esgoto sanitário não faz parte do cotidiano das famílias.
Algumas fazem uso de casinha no fundo do quintal, conhecido popularmente como
“privadas”, outras, que são a maioria, fazem suas necessidades fisiológicas atrás
das moitas, ou seja, na mata.

9.7. Meios de Transporte:

Os principais meios de transporte no P.A. Pancada do Camaipi são:


a)Terrestre: bicicletas, motocicletas e caminhão da feira (15 em 15 dias).
b)Fluvial: montaria (canoa a remo), motor rabeta e motor de centro
(catraia).

602064362.doc 27
*Rio Vila Nova

9.8. Vias de Acesso:

O P.A. Pancada do Camaipi possui acesso tanto terrestre como fluvial:

a) Terrestre:

Entrada do Ramal (BR 210 - Macapá/L. Jarí)

 BR 156, BR 210 Macapá/L. Jari, com pavimentação asfáltica até o


Km 21 (sentido Macapá/Jarí), o restante do trecho é “estrada de chão” cujo chão
tráfego no período invernoso, e dificultado por buracos e atoleiros que se formam.

602064362.doc 28
 Ramal do Pancada: possui 18 Km de extensão encontra-se em
precário estado de conservação, haja vista não haver sofrido manutenção desde sua
abertura.
O ramal do Pancada se estende desde as margens da Rodovia Macapá /
Jarí, até a “agrovila” às margens do Rio Vila Nova do Camaipi. Tal ramal tem seu
acesso prejudicado pela falta de manutenção e construção de pontes que permitam
o tráfego de pessoas e veículos, e conseqüentemente, o escoamento da produção é
sensivelmente prejudicado.

b) Fluvial:
O acesso fluvial dá-se pelo Rio Vila Nova do Camaipi e seus afluentes:
Curumuri, Bispo, Igarapé Grande.

* Ponte sobre o Rio Vila Nova (BR – 210)

X – ATIVIDADES ECONÔMICA DO P. A. PANCADA DO CAMAIPI:

10.1 – Extrativismo:

O extrativismo constitui-se umas das atividades econômicas potenciais do


P. A Pancada do Camaipi, cuja base dos assentados é oriunda do interior dos
Estados do Pará e Amapá, que possuem natureza extrativista. Do extrativismo

602064362.doc 29
conseguem produtos para a alimentação (caça, pesca, frutas), bem como para a
comercialização (madeira, carvão, palmito de açaí, etc).
Entre os principais produtos extrativos destacamos:
a) Caça: é uma base alimentar das famílias que possuem hábitos de
consumo de: paca, cutia, catitú, quexada, tatu, veado, macaco (guariba, macaco-da-
noite, macaco-prego).
As caçadas são realizadas de dia e à noite. Os equipamentos utilizados
são armas de fogo (espingarda); cachorro (para farejamento e localização da presa);
machado e terçado. É comum também a “caçada de espera”, onde o caçador monta
um tripé (mutá para aguardar a caça que virá alimentar-se ou beber água às
proximidades).
Predomina na região caça predatória, cujo objetivo é a venda dos
produtos nos municípios de Macapá e Santana, haja vista a receptividade dos
produtos pelos habitantes locais. Tal prática vem comprometendo o potencial
“faunístico” da região, e a alimentação dos assentados, pela escassez de caças no
decorrer dos anos.

b) Pesca: outra importante fonte de alimentos para as famílias dos


assentados, principalmente os ribeirinhos. É praticada durante o ano todo, porém no
período invernoso, há uma sensível diminuição de peixes, sendo otimizada durante
o verão.
A pesca é praticada na bacia dos rios Camaipi e Vila Nova.
Os apetrechos normalmente utilizados nas pescarias são: anzol, espinhel, zagaia,
malhadeira e arpão.
Entre os peixes disponíveis no local, destacamos: filhote, dourada,
piranha, jaú, raia, traíra, mandubé-açú, jejú, tucunaré, cará, aracú, entre outros.
A pesca predatória vem reduzindo sensivelmente o banco pesqueiro da
comunidade, e comprometendo a alimentação da população local.

c) Madeira: O P.A. Pancada do Camaipi possui um potencial memorável


de madeiras nobres, destacando-se Acapú, Maçaranduba, Itaúba, Louro, Angelim e
Piquiá.
A exploração predatória e a instalação de serrarias no local contribuíram
para o desmatamento acelerado e para a redução de espécies de interesses
602064362.doc 30
comerciais. Algumas madeiras nobres são queimadas nas roças no preparo de área,
outras são transformadas em carvão pelos assentados.
A extração da madeira ocorre o ano todo e é comercializada em tora ou
beneficiada (flechal, taboas, etc.).

d) Açaí: Estima-se uma área de 1.200 ha de açaizais nativos na região


do Camaipi (PROBEM DA AMAZÔNIA), de onde os produtores conseguem extrair
aproximadamente, 25 toneladas de açaí (fruto) ao ano.
Os açaizais situam-se às margens dos rios e igarapés, facilitando o
acesso e escoamento do produto.
O açaí é utilizado tanto para a alimentação das famílias quanto para a
venda nos mercados de Macapá e Santana, onde o produto é amplamente
consumido pelas populações, além de que já existem indústrias de processamento
que comercializam a polpa do açaí para outros estados.
Destacamos que na Região do Pancada, já se instalaram “fabriquetas de
palmito”, o que diminui a área de açaizais nativos. Hoje, porém, há uma consciência
por parte dos agricultores, das práticas de manejo dos açaizais, possibilitando
maiores rendimentos, bem como, a comercialização de frutos e palmitos.
Na região do Pancada ocorrem duas safras: uma de fevereiro a maio e a
outra de julho a outubro.
Na época das safras, marreteiros percorrem os rios comprando o açaí “in
natura”.

10.2- Agricultura:

Atualmente constitui-se a principal atividade econômica dos assentados.


As áreas cultivadas são denominadas de roças. O tamanho da roça
varia em função da disponibilidade de mão-de-obra familiar e das condições de
escoamento da produção. Normalmente uma família explora em média um hectare
ao ano.
Predomina na região a agricultura itinerante, que envolve broca, derruba,
queimada, aceiro e coivara. Tais áreas produzem por aproximadamente três anos,
após o que, são abandonadas (pousio) por se tornarem improdutivas ou de baixo
rendimento.
602064362.doc 31
10.2.1. Principais Culturas Exploradas:

a) Mandioca: constitui-se a base econômica das famílias assentadas.


Entre as espécies cultivadas, destacamos a mandioca brava e mansa, conforme o
teor de ácido cianídrico que apresentam.
→ Mandioca Brava: destinada à agroindústria, cujo subproduto finais
são: farinha, tucupi e amido, ambos bastante apreciados na culinária Estadual.
Entre as variedades de mandioca brava cultivada, destacam-se: Faria,
Picui, Pai Lourenço e Sui.
→ Mandioca Mansa: é também denominada macaxeira ou mandioca de
mesa, pois é consumida cozida ou na forma de pães e bolos. Entre as variedades
cultivadas destacam-se: Farinha e Manteiga.
O rendimento médio da cultura é de 10 toneladas de raiz por hectare, o
que permite, após o beneficiamento artesanal, o rendimento de 3.000 kg de farinha.
A farinha faz parte do hábito alimentar da população amapaense. A
produção Estadual é insuficiente para atender a demanda de consumo. O Amapá
importa do Estado do Pará e da Região Nordeste, cerca de 80% da Farinha
consumida internamente.

b) Arroz: os nordestinos, residentes no assentamento, por seus hábitos


alimentares, costumam produzir arroz. A produção é basicamente para suprir a
demanda da família, haja vista que os custos de produção acarretam em produtos
de preços elevados e baixa qualidade, não concorrendo com os ofertados pelos
supermercados dos maiores centros consumidores: Macapá e Santana.
O Estado estimula o plantio de culturas alimentares (milho, arroz e feijão
caupi), através do fornecimento de sementes, onde cada quilo de semente entregue
ao produtor, deve ser ressarcido com dois quilos de grãos.
As variedades utilizadas pelo Sistema de trocas do Governo Estadual são
produzidas pela EMBRAPA, e atendem as peculiaridades dos solos de terra firme e
solos de várzea.

c) Feijão Caupi (Vigna unguiculata): É um dos produtos de substância


das famílias, notadamente dos nordestinos. O rendimento médio da cultura é de 600
Kg de grãos/hectare.
602064362.doc 32
O produto tem boa receptividade de consumo, porém a preferência é pelo
feijão do sul (Phaseolus vulgaris).
Normalmente o caupi é cultivado em consórcio com a mandioca, e por ser
uma leguminosa melhora a fertilidade do solo.

d) Jerimum/abóbora (Curcubita ssp): É cultivado principalmente para


consumo da família, sendo comercializado somente o excedente.
Seu cultivo é nas entrelinhas da cultura de mandioca.
As variedades mais cultivadas são: jacarezinho, abóbora de pescoço e
cabocla.

e) Melancia: Hortaliça também cultivada na área da mandioca em solo


de terra firme, na área várzea o plantio é feito juntamente com o milho.
Alguns produtores se orientam por fases da lua para efetuarem seus
plantios. Segundo a crença local, as culturas rasteiras “enramam” (desenvolvem-se)
bem, se plantadas na lua nova, a mandioca deve ser plantada na lua cheia.

f) Milho (Zea mays): O milho tem melhor desempenho nos solos de


várzea, em decorrência da fertilidade natural pelo fenômeno da colmatagem.
O mercado consumidor aceita o “milho verde”, porém parte da população
dos assentados é direcionada as criações caseiras de pato e galinhas,
principalmente.
O rendimento médio da cultura é de 600 Kg de grãos por hectare, haja
vista a baixa tecnologia empregada no cultivo.
Entre as variedades de milho plantadas estão a BR 106, BR 5109, chato,
cavalo, palha roxa e etc.

10.3. Pecuária:
A pecuária local é representada pela criação doméstica de pequenos
animais, dos quais destacamos galinha, pato e suínos.
A criação é em sistema extensivo, sendo à base de alimentação dos
mesmos o milho, raízes (macaxeira), resto de frutas e hortaliças.
Os animais servem de alimentação das famílias e também são
eventualmente comercializados.
602064362.doc 33
A pecuária local encontra-se em estágio rudimentar.

10.4. Outras Atividades:


Na comunidade existem carpinteiros navais que constroem embarcações
típicas regionais (lanchas, canoas, cascos).
Existem também artesãos, que trabalham com talas a confecção de
equipamentos úteis no seu dia-a-dia: paneiro peneira, tipiti, vassoura de cipó,
jamaxi, etc.

XI - ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO:

A produção é escoada do local de produção até o local de


beneficiamento, nas costas dos produtores nos locais desprovidos de estradas; em
bicicletas, motocicleta etc.
Do assentamento do Pancada do Camaipi os produtos agrícolas saem de
caminhão pelo ramal principal ou de lancha das comunidades de acesso fluvial.
Ambos os meios de transporte têm fluxo quinzenal e são mantidos pela Secretaria
de Estado da Agricultura.

602064362.doc 34
*Escoamento da produção (aguardando transporte p/ a feira)

A madeira é transportada em lanchas pelo rio ou por caminhões pela


estrada Macapá /Jarí, quase certo com destino a Macapá e Santana.
Destacamos que cada produtor tem um número de produtos e volumes a
serem transportados, o que limita seu potencial de expansão.

XII - BENEFICIAMENTO:

Com exceção da mandioca que é transformada artesanalmente em


farinha, os demais produtos são comercializados “in natura”. A madeira é
comercializada em tora ou beneficiada “madeira bruta”, ou ainda transformada em
carvão.

XIII - COMERCIALIZAÇÃO:

Os locais potenciais de comercialização, são as feiras de produtores de


Macapá e Santana.

602064362.doc 35
Há um volume menor de transação comercial na “Ponte do Rio Vila
Nova”, local estratégico de parada para quem trafega na rodovia Macapá/Jari ou de
quem sobe e desce o Rio Vila Nova e seus afluentes.

XIV - NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO FORMAL:

Os produtores possuem níveis incipientes de organização e um


limitadíssimo conhecimento de gestão. Possuem associações, cooperativa,
federações e sindicatos, ambos apresentando sérios problemas de relacionamentos
entre a diretoria e os sócios.

14.1. Associações:
→ Associação dos Agricultores Unidos do Assentamento Pancada do
Camaipi – AAUAPC: entidade sem fins lucrativos, fundada em 2000. Tem
abrangência de atuação no Assentamento Pancada do Camaipi e comunidades
adjacentes. Sua base social era de 76 sócios, sendo 16 mulheres e 60 homens.

14.2. Cooperativas:
→ Cooperativa Agropecuária dos Produtores dos Municípios de Macapá
e Mazagão - CAPEMAG: é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1997.
Tem abrangência na Região do Pancada do Camaipi. A base social possui 55
sócios, dos quais 04 mulheres e 21 homens.

14.3. Federações:
→ Sociedade Central dos Agricultores do Amapá – SOCEAP

14.4. Sindicatos:
→ Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em fase de implantação e
ainda com reduzido número de produtores associados.

Normalmente as entidades são formalizadas para atender exigências das


linhas de créditos oficiais. Após alcançado o objetivo a tendência é o afastamento
dos sócios, haja vista as dificuldades de gerenciamento das entidades, bem como, o
602064362.doc 36
baixo nível de compreensão dos associados sobre o que é e como deve funcionar
as associações e cooperativas e qual o seu papel social na entidade.
Neste sentido, a capacitação dos Assentados sobre tipos de entidades,
formas de gestão e importância das organizações formais, são imprescindíveis ao
fortalecimento das entidades e ao cumprimento dos objetivos propostos.

XV – POTENCIALIDADES LOCAIS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA VISÃO DOS


ASSENTADOS:

15.1. Metodologia Utilizada:


Para o processo de investigação das potencialidades locais, problemas e
solução vivenciada pelos assentados, foi realizado um seminário onde houve
trabalho de grupo com o emprego da técnica metaplan (tarjetas), visando a maior
participação dos produtores e familiares.
Contudo, antecedendo as fases do seminário, diversas etapas foram
cumpridas visando subsidiar o referido plano, cujo detalhamento passamos a emitir.

A - COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES:


Tivemos o cuidado de compor uma equipe interinstitucional, para fins de
otimização dos resultados. As instituições parceiras, os profissionais envolvidos e as
respectivas atribuições constam na planilha abaixo.
EQUIPE ATRIBUIÇÕES COMPONENTE(S) CARGO/FUNÇÃO INSTITUIÇÃO
I Coordenação Geral Ismael F. C. Braga. Engº Agrônomo RURAP
II Mobilização / Antônio F. A. Almeida. Engº Agrônomo RURAP
Cadastro / Instrutor do José Alves de L. Neto. Engº Agrônomo RURAP
Seminário / Relator Mª Socorro B. Carvalho. Engª Agrônoma RURAP
Vanderlei S. Amanajás. Engº Agrônomo RURAP
Arnaldo B. dos Santos. Engº Agrônomo RURAP
Paulo Rogério G. Barreto Téc. Agropecuária RURAP
Adesil Vítor. Téc. Agropecuária RURAP

III Levantamento de Solos e Nagib Jorge Melém. Engº Agrônomo EMBRAPA


Revestimento Florístico Rui R. Albuquerque. Engº Agrônomo RURAP
IV Cartografia e Jefferson Luiz S. da Silva Técnico em SEAF
Geoprocessamento Agrimensura
V Investigação Sócio- Aristóteles V. Fernandes. Economista IEPA
Econômica Josiane Aguiar. Geógrafa IEPA
José Pery Júnior. Pesquisador IEPA

602064362.doc 37
B – TRABALHO DE CAMPO:

a) Mobilização dos Produtores:


A mobilização dos produtores ficou sob responsabilidade dos técnicos da
Sede Local do Maruanum, responsável pelos serviços de assistência técnica e
extensão rural na área do Assentamento.
Foram distribuídos convites individuais e houve também mobilização via
rádio, por ser um veículo de longo alcance.
Durante o processo de mobilização os produtores foram alertados da
importância de suas participações na elaboração do PDA local, levando-se em
consideração os benefícios que o referido plano traria para suas famílias.

b) Realização de Cadastro de Produtores:


O cadastro de produtores tem 02 (dois) objetivos básicos:
1 – Identificar os produtores e suas famílias;
2 – Saber o número de produtores que residem em seus respectivos
lotes.
No cadastro também constam dados econômicos importantes na
identificação das atividades mais comuns na área do assentamento.

c) Retirada de Amostra de Solo para Análise:

Atividade ímpar para identificar a aptidão agrícola dos solos locais. Esse
trabalho foi feito através da retirada de amostras de solo de diversos lotes e
aleatoriamente ao longo da área de entorno do assentamento, visando a análise em
laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA/AP.
O objetivo dessa atividade é identificar as culturas que melhor se adaptam
às condições de solo local.

d) Análise do Revestimento Florístico:


Cujo objetivo é identificar a vegetação espontânea da região, e mapear a
que representam importância econômica na vida dos assentados. Esse processo foi
realizado através de entrevistas com os produtores.

602064362.doc 38
e) Geoprocessamento:
O mapeamento da área deu-se através do uso de GPS, marcando-se
coordenadas georeferenciadas, para instrumentalizar a confecção dos mapas.

f) Realização do Seminário:
O seminário deu-se no dia 23/08/2003, e teve por objetivo identificar as
potencialidades locais, problemas e soluções na visão dos assentados, nos
contextos social, econômico, cultural e ambiental.
Foram desenvolvidos trabalhos de grupos, onde cada grupo trabalhou um
dos contextos.
Para fins de motivar a participação de todos, foi utilizada a “técnica
Metaplan ou das Tarjetas”.
Após a conclusão dos trabalhos de grupo, os produtos gerados foram
expostos a plenária que tinha então a oportunidade de incluir, alterar ou homologar
os trabalhos apresentados, cujos resultados obtidos, são abaixo apresentados.

602064362.doc 39
15.1.2. Resultados Alcançados no Seminário:

15.1.2.1. DIMENSÃO SOCIAL:

POTENCIALIDADES PROBLEMAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES


 Ausência de ensino  Transporte escolar e
 294 Famílias residentes
fundamental implementação do
no local.
completo e médio. ensino.
 Doação de hipoclorito
 294 Famílias a serem
 Falta de água tratada. de sódio e recursos
beneficiadas.
humanos.
 Construção do posto
 Bem estar social das  Inexistência de posto com equipamentos,
famílias. de saúde. médico e
medicamentos.
 Necessidades do
serviço de segurança  Inexistência de posto  Construção de um posto
pública. policial. policial na agrovila.

 Fortalecimento da
 Dificuldade de associação e
 Falta de organização
organização dos cooperativa e
dos produtores.
assentados. capacitação dos
produtores.
 Grande quantidade de
 Demarcação dos lotes e
títulos a serem
 Questão fundiária. distribuição de
expedidos às famílias
documentos da área.
assentadas.
• Necessidade do serviço  Inexistência de posto  Instalação de posto
na comunidade. telefônico. telefônico.

602064362.doc 40
15.1.2.2. DIMENSÃO ECONÔMICA:

POTENCIALIDADES PROBLEMAS SOLUÇÕES


PROPOSTAS
 Linhão da estrada  Falta de eletrificação  Extensão da rede
Macapá/Jarí; rural; elétrica da ponte
 Cachoeira Pancada;  Dificuldade na (linhão), cerca de 22
 Volume da produção implementação de Km até a Vila;
agroextrativista agroindústrias.  Construção d.e uma
(mandioca, açaí, PCH na cachoeira
madeira, frutas, etc.). Pancada
 Produção  Dificuldade de acesso  Abertura de
agroextrativista: aos lotes; Ramais/vicinais;
mandioca, açaí,  Dificuldade no  Recuperação e
abacaxi, banana, escoamento da manutenção periódica
milho, madeira; produção; dos ramais;
 Malha fluvial: Rio Vila  Dificuldade de  Limpeza e
Nova, Curumuri, navegação; desobstrução de rios
Camaipi, Igarapé e igarapés.
Grande e Bispo.
 Área de produção de  Falta de transporte  Aquisição de
terra firme e área de para escoamento da caminhões,
várzea; produção; embarcações e
 Grande nº de famílias  Falta de transporte de animais de carga;
assentadas: 294 (RB passageiros;  Viabilizar transporte
INCRA/AP). terrestre e fluvial para
os usuários.
 Atividade agrícola local:  Difícil acesso ao  Desburocratizar o
Plantio de mandioca, crédito rural; crédito rural;
milho, arroz, feijão,  Baixos valores  Aumentar o valor do
banana, açaí, abacaxi, liberados. crédito;
cupuaçu e etc.  Participação do
produtor na liberação
do crédito.
 Produção de mandioca  Processamento  Aquisição e instalação
local de artesanal da de uma casa de
aproximadamente mandioca com baixo farinha mecanizada
294.000 toneladas de rendimento e comunitária.
raiz ao ano. desperdício de mão-
de-obra.
 Solos propícios a  Agricultura itinerante,  Aquisição de patrulha
cultivos de culturas baixo rendimento. agrícola mecanizada;
alimentares e perenes.  Introdução de
tecnologias de
produção de
frutíferas.

 Produtores receptivos e  ATER inconsistente.  ATER regular;


carentes das ações de  Maior nº de técnicos na
ATER. área.

602064362.doc 41
15.1.2.3. DIMENSÃO CULTURAL:

POTENCIALIDADE PROBLEMAS SOLUÇÕES PROPOSTAS


 Grande Nº de famílias  Falta de professor na  Contratação de
assentadas. comunidade professor(es)
 Falte de um centro  Construção de centros
 Crenças, costumes e comunitário comunitários (ponte,
tradições dos  Falta de atividades e ramal e agrovila).
assentados. práticas esportivas  Construção de
 Falta de atividades complexo poliesportivo
 Religiosidade das culturais  Apoio à realização das
pessoas  Falta de intercâmbio Festas Tradicionais de
entre comunidades São José e Santa
rurais Maria
 Baixo nível de  Apoio à realização de
conhecimento festivais: açaí,
tecnológico do cupuaçú,etc.
produtor  Apoio à realização de
campeonato
intercomunitário
 Promover intercâmbio
entre as comunidades
 Promover a organização
e realização de festas
juninas, com arraial.
 Estimular trabalhos
comunitários: hortas,
pomares, criação de
pequenos animais.
 Promover a introdução
de inovações
tecnológicas de apoio
à produção

602064362.doc 42
15.1.2.4. DIMENSÃO AMBIENTAL:

POTENCIALIDADES PROBLEMAS SOLUÇÕES PROPOSTAS


 Biodiversidade (madeira  Desmatamento  Aproveitamento de
nobre, aves, animais promovido pela capoeiras
silvestres, plantas agricultura itinerante;  Introdução de
medicinais, etc.). tecnologias
 Nº de famílias sustentáveis de
assentadas produção
 Solos propícios à  Destruição da mata  Mecanização agrícola
exploração ciliar  Uso racional de áreas
agropecuária. trabalhadas
 Tráfico de aves e  Recuperação da mata
animais silvestres ciliar com plantio de
espécie nativas
 Fiscalização ambiental
(IBAMA/SEMA/Batalhã
 Poluição das águas o Ambiental)
de rios e igarapés  Promover a educação
por exploração de ambiental dos
garimpos assentados
 Extração predatória  Projeto de manejo
de madeira florestal
 Extração de palmito  Projeto de manejo de
 Produção de carvão açaizais
 Destino final do lixo

 Enterrar/queimar,
Produção de composto
orgânica.

602064362.doc 43
XVI – PARECER TÉCNICO:

“Possibilidades / Perspectivas do P. A. Pancada do Camaipi”

O P. A Pancada do Camaipi apresenta um potencial agroextrativista, com


vocações para o artesanato e o turismo ecológico e rural.
Entre as atividades econômicas potenciais destacam-se:

16.1. Extrativismo: necessita de investimentos na capacitação dos


produtores para otimização da exploração do potencial madeireiro, do açaizal nativo,
da extração de argila, da caça e pesca, da palha de palmeiras (buçú, murumurú,
buriti, tucumã, etc.) além da extração de sementes oleaginosas (andiroba, pracaxi,
etc.) e de espécies fitoterápicas (copaíba, escada de jabuti, jupindá, verônica,
preciosa, leite do Amapá, etc.).
A seguir detalharemos algumas atividades econômicas decorrentes das
potencialidades apresentadas.

16.1.1. Madeira: para a exploração racional de madeira, sugerimos:


- Manejo Florestal Comunitário;
- Serraria Comunitária;
- Movelaria Comunitária;
- Artesanato e Artefatos de Madeira.

16.1.2. Açaí:
- Manejo de Açaizais;
- Indústria Comunitária de Palmito;
- Indústria Comunitária de Polpa de Açaí.

16.1.3. Extração de Argila:


- Olaria Comunitária;
- Artesanato de Argila.

16.1.4. Caça:
- Projeto Manejo e Criação de Animais Silvestres.

602064362.doc 45
16.1.5. Pesca:
- Pesca Esportiva

16.1.6. Extração de Folha de Palmeira:


- Extração Manejada;
- Curso de Artesanato.

16.1.7. Sementes Oleaginosas:


- Indústria de Óleos da Floresta;
- Indústria Saponácea (sabão).

16.1.8. Espécies Fitoterápicas:


- Extração Racional;
- Horta de Plantas Medicinais.

16.2. Agricultura:

Conforme análise e interpretação das amostras de solo e da demanda de


mercado, o assentamento apresenta potenciais para exploração de:

16.2.1. Mandioca:

Além do preparo de solo mecanizado recomendamos a utilização de


materiais geneticamente melhorados, visando maior produtividade da cultura e
melhor renda do produtor.
Entre os projetos estratégicos a serem implementados destacamos:

 Mecanização Agrícola
 Correção e Fertilização de Solos
 Instalação de agroindústria comunitária

602064362.doc 46
16.2.2. Culturas Anuais:

Pelos custos elevados de produção que apresentam, sugerimos a


produção de tais produtos apenas para a manutenção da família (autoconsumo).
Entre as culturas anuais destacam-se:
 Milho
 Arroz
 Feijão Caupi

16.2.3. Fruticultura Tropical:

O assentamento apresenta potenciais para o cultivo de diversas fruteiras,


conforme abaixo especificadas, contudo, antecedendo o cultivo, deve-se efetuar
análise do solo da área que se pretende cultivar, definindo a cultura a ser
trabalhada, a fim de se evitar desperdícios de tempo e recurso:
 Banana
 Cupuaçú
 Açaí
 Graviola
 Manga
 Abacaxi
 Maracujá
 Ata
 Bacuri
 Bacaba
 Muruci
 Acerola
 Goiaba
 Mangaba
 Côco

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16.2.4. Hortaliças:

Nesta categoria destacamos os diferentes tipos de hortaliça com potencial


de comercialização:
 Hortaliças Frutos: pimentão, tomate, abóbora, maxixe, melão,
melancia, cubiu,
 Raízes / Tubérculos: macaxeira, cenoura, batata-doce, cará, etc.

16.3. Pecuária:

Entre as atividades desse setor econômico, destacamos a criação de


pequenos animais, haja vista a facilidade no manejo, no escoamento, bem como,
pela proximidade dos pólos consumidores potenciais (Macapá e Santana).
Entre os pequenos animais para exploração local, merecem atenção:
 Suinocultura
 Piscicultura
 Apicultura
 Criação de Galinha Caipira

16.4. Artesanato:

O P.A. Pancada do Camaipi dispõe de matéria-prima (argila, madeira,


cipó, sementes, etc.) para a confecção de artesanatos diversos. Para tanto, faz-se
necessário investir na capacitação da mão-de-obra local.
Entre os projetos prioritários evidenciamos:
 Construção da casa do artesão
 Capacitação da mão-de-obra
 Olaria comunitária
 Fábrica oleiro-cerâmica comunitária

602064362.doc 48
16.5. Turismo:

 Turismo Rural – os atrativos são a convivência rural,


sossego/tranqüilidade local e a atividade produtiva.
 Turismo Ecológico – cujo principal atrativo é a Cachoeira do
Pancada. Poderão também ser abertas trilhas ecológicas e competições de
canoagem como atrativos.

XVII – NECESSIDADES ESTRUTURAIS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL:

Aqui detalharemos todas as estruturas necessárias para a promoção de


desenvolvimento do P. A. Pancada do Camaipi, cujos esforços depende de esferas
superiores de poder: União, Estado e Município.

17.1. Infraestrutura Básica de Apoio a Produção:


Para fins de implementação de ações articuladas de desenvolvimento
local, faz-se necessário à viabilização de:
 Eletrificação Rural do Assentamento;
 Transporte: de produtos, pessoas, escolares, doentes;
 Patrulha agrícola mecanizada;
 Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural, estruturado e
consistente;
 Crédito Rural;
 Pesquisa e tecnologia de produção geradas no local;
 Instalação de Agroindústrias.

17.2. Infraestruturas de Desenvolvimento Social:


 Construção, estruturação e funcionalidade de Unidades Básicas de
Saúde.
 Creches
 Escolas: - Pré-Escola;
- Ensino Fundamental;
602064362.doc 49
- Ensino Médio.
 Saneamento Básico: - água tratada;
- Fossas sépticas;
- Destino final de resíduos sólidos.

17.3. Infraestrutura de Proteção, Conservação e Recuperação


Ambiental:
 Licenciamento Ambiental do Assentamento: EIA / RIMA
 Recuperação de Áreas Degradadas
 Práticas de Manejo

17.4. Infraestrutura de Desenvolvimento e Integração:


 Abertura e conservação de estradas, ramais e vicinais.

 Eletrificação Rural:
a) Extensão do linhão da Eletronorte
b) Construção da Pequena Central Hidrelétrica - PCH do Pancada do
Camaipi.
 Segurança Pública:
a) Construção e estruturação de postos policiais: Ponte e Agrovila

17.5. Serviço de Apoio Fundiário:

 Demarcação dos lotes;


 Documentação dos lotes;
 Crédito habitação;
 Crédito fomento;

17.6. Serviços de Assistência Social:

 Salário desemprego;
 Salário família;
 Salário maternidade;
 Aposentadoria rural;
602064362.doc 50
 Bolsas: escola – família cidadã - alimentação, etc.
XVIII – GESTÃO:

A capacidade gerencial é um dos pontos de estrangulamentos nas ações de


desenvolvimento do P. A. Pancada do Camaipi.
Convém destacar a importância da adoção de um modelo de gestão
compartilhada, envolvendo os trabalhadores rurais e suas famílias, bem como,
órgãos públicos, iniciativa privada e organizações não governamentais.
Neste contexto, sugerimos a formação de uma equipe interinstitucional de
gestão do Assentamento, bem como, um conselho de desenvolvimento que
supervisionará a execução das ações planejadas, até que o assentamento se torne
auto-suficiente ou até que se complete o tempo de sua emancipação.

XIX – PARCERIAS:

Em tempos de crise onde os recursos disponíveis são escassos, as parcerias


tornam-se necessárias e oportunas para a otimização dos recursos e dos resultados.
Nesse contexto, faz-se necessário à formalização de parcerias nas diferentes
esferas de poder, bem como, parcerias com ONG’s e a iniciativa privada,
destacando-se:

19.1. Parcerias Governamentais:

a) No âmbito municipal:
- Prefeitura Municipal de Mazagão - PMMZ

b) No âmbito estadual:
- Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca, Floresta e do
Abastecimento – SEAF;
- Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá – RURAP;
- Agência de Pesca do Amapá - PESCAP;
- Agência de Defesa Agropecuária – DIAGRO;
- Agência/Gerência de Florestas do Amapá – FLORAP;

602064362.doc 51
- Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA
- BATALHÃO AMBIENTAL;
- Secretaria de Estado de Infraestrutura - SEINF;
- Secretaria de Estado da Saúde - SESA;
- Secretaria de Estado da Educação, Esporte, Desporte e Lazer - SEED;
- Secretaria de Estado de Estradas e Transportes - SETRAP.

c) No âmbito federal:
Qualquer parceria com a esfera federal é indiscutivelmente ímpar ao
fortalecimento e viabilização das ações de desenvolvimento planejadas.
Neste contexto destacamos:
- Ministério do Meio Ambiente - MMA;
- Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA;
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA;
- Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA;
- Delegacia Federal de Agricultura do Amapá – DFA/AP;
- SEBRAE
- SENAR
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA
- Demais Interessados.

19.2. Parcerias Não Governamentais:

a) No Âmbito da Iniciativa Privada:


Toda empresa que dispuser de recursos de qualquer natureza e que
tenha interesse em investir no setor produtivo e mais especificamente no P. A.
Pancada do Camaipi será aceita como parceira, desde que atenda aos interesses
das famílias assentadas e aos princípios de sustentabilidade social, econômica,
cultural e ambiental.

b) No Âmbito das Organizações Não Governamentais:


Todo e qualquer apoio em prol das famílias assentadas e do
desenvolvimento do P. A. Pancada do Camaipi será bem vindo.

602064362.doc 52
Necessárias e oportunas para a otimização dos recursos e dos
resultados. Nesse contexto, faz-se necessário à formalização de parcerias nas
diferentes esferas de poder:

XX – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O presente documento foi elaborado pela equipe técnica do Instituto de


Desenvolvimento Rural do Amapá - RURAP, dentro dos padrões estabelecidos pela
Norma de Execução INCRA Nº 2 de 28/03/2001, conforme Convênio CV/INCRA/SR-
21/001/02, formalizado entre INCRA/AP e RURAP.
Entre a elaboração e o encaminhamento do plano ao INCRA, o referido
passou por um processo de validação (análise e aprovação) de seu público alvo:
assentados do P.A. Pancada do Camaipi, conforme Termo de Aprovação (Anexo II).
É conveniente também submetê-lo a aprovação do Conselho Estadual de
Desenvolvimento Rural, da Federação dos Trabalhadores Assentados, Sindicato dos
Trabalhadores Rurais e demais órgãos e instituições que busquem o fortalecimento
de ações articuladas que culminem no desenvolvimento das áreas de reforma
agrária do Estado do Amapá e especialmente do P.A. Pancada do Camaipi.
Vale ressaltar, que entre os principais entraves de desenvolvimento do
Projeto de Assentamento Pancada do Camaipi foram observados:

01. A natureza extrativista dos assentados;

02. O baixo nível tecnológico dos produtores;

03. A falta de estruturação do assentamento, antes da chegada das famílias;

04. A falta de recursos financeiros anuais, até a emancipação do

assentamento;

05. A falta de elaboração do PDA antes da criação do assentamento, para

otimizar as potencialidades existentes;

06. A falta de licenciamento ambiental, o que vem prejudicando o acesso ao

crédito rural;
602064362.doc 53
07. Falta de meios de transporte no assentamento, tanto para escoamento da

produção quanto para deslocamento de pessoas, escolares, doentes.

08. Falta de Assistência Técnica efetiva aos assentados;

09. Restrições de acesso ao crédito rural;

10. Falta de envolvimento e ausência do Município, Estado e União, nas

ações de desenvolvimento social, econômico, cultural e ambiental dos assentados;

11. Falta de uma equipe de gestão paritária no assentamento, até sua

emancipação;

12. Falta de acesso a programas sociais: bolsas, pensões, aposentadorias,

salário desemprego, auxílio maternidade.

602064362.doc 54
XXI – CONCLUSÃO:

Não existe desenvolvimento sem investimentos na formação de pessoas


cidadãs, conhecedoras de seus direitos e deveres, e com qualificação adequada ao
bom desempenho de suas atividades profissionais.
O Campo urge por melhorias sociais capazes de promover o bem estar das
famílias e sua permanência no meio produtivo.
Destacamos a importância do campo para manter as cidades, através dos
alimentos que produz e dos empregos que são gerados. Nesse contexto, o
desprendimento de esforços por parte dos governos municipal, estadual e federal,
faz-se necessária para criar condições de desenvolvimento do Assentamento
Pancada do Camaipi, o que fortalecerá a economia local através desempenho das
propriedades rurais, oportunizando a geração de emprego e renda.
Equidade social para a cidade e o campo é o caminho a trilhar na busca do
desenvolvimento local em bases sustentáveis.

602064362.doc 55
XXII – EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA:

NOME CARGO/FUNÇÃO INSTITUIÇÃO

Ismael Fortunato Cantanhede Braga Engº Agrônomo RURAP

Maria do Socorro Braga de Carvalho Engª Agrônoma RURAP

José Alves de Lima Neto Engº Agrônomo RURAP

Antônio Francisco de Araújo Almeida Engº Agrônomo RURAP

Vanderlei Santana Amanajás Engº Agrônomo RURAP

602064362.doc 56
ANEXOS

602064362.doc 57
ANEXO I

LISTA DE FREQUÊNCIA DOS PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

602064362.doc 58
ANEXO II

TERMO DE APROVAÇÃO DO PDA

602064362.doc 59

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