Formulas de Todas As Drogas

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Álcool Etílico:

Toxidez moderada. Pode causar gastrite, hipertensão, hepatite, cirrose e distúrbios


neurológicos.

Anfetamina:
Poderoso estimulante. Provoca mudanças no comportamento, emagrecimento acentuado,
problemas cardíacos.

Cocaína:
Provoca dependência física e psíquica. Causa lesões na mucosa nasal, convulsões,
emagrecimento acentuado, morte.

Diazepan:
Usado como sedativo e comercializado com o nome de Valium. Diminui a capacidade de
concentração, causa dependência, depressão, anemia.

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Heroína:
Causa dependência, problemas na vesícula e prisão de ventre. Quando o uso é interrompido
bruscamente, pode ocorrer morte por desidratação.

LSD:
Droga psicodisléptica, despersonalizante que determina perda de autocontrole, alucinações e
perturbações vegetativas. Afeta a percepção de espaço e tempo, ânimo e memória porque
altera os processos de raciocínio.

Morfina:
Principal alcalóide dos 20 encontrados no ópio e o maior responsável pelos efeitos narcósticos
deste. É uma droga eficaz contra dores muito fortes. Pode gerar dependência.

Nicotina:

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Líquido amarelo de cheiro desagradável e venenoso. Encontrado nas folhas do tabaco.
Provoca câncer nos pulmões.

TOXICOLOGIA  
CONTEÚDO 

1) Histórico;
2) Farmacodependência;
3) Sistema nervoso;
4) Neurônios;
5) Impulso nervoso;
6) Neurotransmissão no sistema nervoso central;
7) Ações farmacológicas;
8) Classificação das drogas;
9) Estimulantes (anfetaminas, tabaco,cafeína e cocaína);
10) Depressivos, barbitúricos e tranqüilizantes;
11) Ópio e seus derivados;
12) Alucinógenos;
13) Métodos de obtenção das drogas;
14) Testes de identificação das drogas;
15) Bibliografias.

1) HISTÓRICO

"Toxicologia é a ciência que define os limites de segurança dos agentes


químicos, entendendo-se como segurança a probabilidade de uma substância não
produzir danos em condições específicas". (Casarett)

A evolução histórica da toxicologia e a maneira de reagir da sociedade


diante de seus vários problemas podem ser divididas em várias fases.

Uma fase inicial, primitiva, em que o homem descobre os tóxicos existentes


na natureza, representados pelos alimentos nocivos e animais venenosos. Aprende
a evitá-los e a utilizá-los para sua defesa e nas suas atividades de caça.

A fase seguinte, em que o veneno é empregado para fins punitivos e


homicidas, é uma das mais prolongadas e marcantes na história da toxicologia,
encontrando sua época áurea na idade média. Tão marcantes os vários aspectos
dessa fase, tão divulgados os venenos e as técnicas de envenenamento na
literatura, na arte e no cinema, que criaram na sociedade um errôneo conceito ou
noção de veneno somente ligado a alguns produtos, tais como arsênico, cianeto,
ácido sulfúrico etc. Estes produtos eram sempre correlacionados ao crime ou a
punições.

Talvez seja esse fato uma das explicações para o verdadeiro descaso, pelos
mais elementares princípios de segurança com que são manuseados ou
distribuídos, até hoje, grande número de substâncias tóxicas ou potencialmente
tóxicas. Estas, evidentemente, não têm a conotação dramática, de crime ou
punição, do veneno descrito na literatura ou na arte.

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Na terceira fase, que poderia ser chamada a toxicologia moderna, a
intoxicação é encarada sob diferentes prismas, permitindo uma subdivisão em
vários capítulos, tais como:

Intoxicações profissionais, cujo o estudo é objeto da medicina do trabalho.

Intoxicações alimentares, incluindo não só os alimentos tóxicos, vegetais ou


animais como também os aditivos químicos e os envoltórios (plásticos, papéis, latas
e etc.).

Poluição ambiental, neste aspecto vale citar o interesse atualmente


despertado pelo problema da contaminação não só do meio ambiente, como dos
alimentos animais ou vegetais, pelos resíduos dos inseticidas.

Doenças Iatrogênicas, Teratogênese, consequência direta do progresso da


indústria farmacêutica.

Intoxiação por animais venenosos e peçonhentos.

A nossa finalidade principal neste trabalho é a parte da toxicologia que faz o


estudo dos entorpecentes, estupefacientes ou euforizantes.

O número inicialmente pequeno de substâncias utilizadas para este fim


(morfina, cocaína, heroína, etc.) é agora muito grande, incluindo produtos dos mais
variados, desde a maconha e os medicamentos psicotrópicos, até a ingestão de
sementes de solanáceas e inalação de cola para plásticos.

Desde a mais remota antiguidade, o homem procurou encontrar um


remédio que tivesse a propriedade de aliviar suas dores, serenar suas paixões,
trazer-lhes alegrias, livrar-lhe de angústias, do medo ou que lhe desse privilégios
de prever o futuro, que lhe proporcionasse coragem, ânimo para enfrentar as
tristezas e o vazio da vida.

E é também, desde os primórdios da civilização humana que o homem tem


conhecido e feito uso de drogas psicotrópicas. As drogas são substâncias capazes
de atuar no psiquismo humano alterando seus processos cognitivos: emoções,
pensamentos, raciocínio, memória, vontades, etc. A história antiga revela que à
milhares de anos muitos povos já produziam e consumiam bebidas que continham
o álcool etílico. Relatos históricos também revelam que a maconha era conhecida
na China desde 2.737 a.C.. Hipócrates, o pai da medicina, recomendava o uso do
ópio como medicamento para várias afecções. Os índicos dos Alpes Andinos há
séculos mascam as folhas da coca, de onde se extrai a cocaína.

Como observamos, o fenômeno do uso de drogas psicotrópicas é


historicamente remoto. Porém, é na atualidade que ele se intensificou muito, se
tornando um dos problemas sociais mais graves das sociedades modernas.

Estamos habituados a associar a palavra droga apenas a substâncias como


maconha e cocaína; há uma convenção sociocultural de que droga é algo ilícito ou
muito chato. Na verdade, droga é um conceito muito mais amplo. Nas definições
contidas no dicionário Aurélio, droga significa:

1 - Qualquer substância que se usa em farmácia, em tinturaria, etc.;

2 - Medicamento;

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3 - Produto oficial, de origem animal ou vegetal, no estado em que se
encontra no comércio;

4 - Medicamente ou substância entorpecente, alucinógena, excitante, etc.;

5 - Figura coisa de pouco valor;

6 - Coisa enfadonha, desagradável.

Já segundo a OPAS, Oficina Pan-Americana de Saúde, droga psicotrópica é


aquela que age no cérebro, modificando o seu funcionamento, trazendo como
consequências alterações do comportamento e do psiquismo.

Outro aspecto que também deve ser analisado diz respeito ao consumo de
drogas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a seguinte classificação
para as pessoas que utilizam substâncias psicoativas:

Não usuário: nunca utilizou drogas;

Usuário leve: utilizou drogas, mas no último mês o consumo não foi diário
ou semanal;

Usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não diariamente, no


último mês;

Usuário pesado: utilizou drogas diariamente no último mês.

Para nossa melhor compreensão, consideramos apenas dois tipos de


usuários: o usuário recreativo ou ocasional e o usuário problema ou dependente. A
maioria das pessoas, por exemplo, usam as bebidas alcóolicas recreacionalmente,
sabendo quando parar e o que pode ou não fazer depois de ter ingerido uma certa
quantidade de álcool. Existe um controle sobre a bebida. Nos dependentes, isto não
acontece. A vontade de beber é tão intensa que o usuário não consegue controlar-
se, precisando dos efeitos do álcool para sentir-se capaz de exercer as tarefas
comuns ao dia a dia de todos nós. É importante saber que nem todo usuário
recreativo será um dia um dependente, mas com certeza, todo dependente já foi
um dia um usuário recreativo.

2) FARMACODEPENDÊNCIA

O estado psíquico e às vezes físico produzido pela interação entre um


organismo vivo e uma substância (fármaco) é denominado farmacodependência;
caracteriza-se a farmacodependência por modificações do comportamento e por
outras reações que compreendem sempre um impulso irreprimível a tomar um
medicamento em forma contínua ou periódica, a fim de experimentar seus efeitos
psíquicos e, muitas vezes,para evitar o mal-estar produzido pela falta do
medicamento. A dependência pode ou não ser acompanhada de tolerância, que é a
necessidade do indivíduo usar doses cada vez maiores da droga para obter os
mesmo efeitos que sentia no início. Existem três tipos de tolerância: a
comportamental, a farmacodinâmica e a farmacocinética. A tolerância
comportamental é uma adaptação aos efeitos psicológicos da droga; a
farmacodinâmica é uma adaptação no lugar específico do cérebro onde as drogas
atuam, de forma que a resposta se torna reduzida; e a farmacocinética consiste na

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destruição mais rápida no sangue, principalmente por causa da ativação de enzimas
do fígado. Os três tipos de tolerância cooperam juntos para que as drogas
diminuam seus efeitos, e por isso mesmo os usuários recorrem a doses cada vez
mais elevadas às vezes até letais. Todas as drogas, em maior ou menor grau,
sofrem certa tolerância no organismo humano.

Uma pessoa pode ser dependente de um ou mais medicamentos. A OMS


subdividiu ainda dependência em psíquica e física:

Psíquica: estado no qual o medicamento ou droga produz "uma sensação de


satisfação e um impulso psíquico que leva o indivíduo a tomar periódica ou
continuamente o medicamento ou a droga para conseguir o prazer ou evitar o mal-
estar".

Física: "estado de adaptação que se manifesta pelo aparecimento de


profundas modificações físicas quando se interrompe a administração do
medicamento ou droga. Essas alterações, isto é, as síndromes de abstinência
manifestam-se por sintomas e sinais de natureza psíquica e física e variam de
acordo com o medicamento ou droga.

Há substâncias e drogas que ao interagirem com um organismo podem


provocar um estado de dependência física, psíquica ou de ambos os tipos. Certas
substâncias pertencentes a esse grupo podem ser utilizadas para fins médicos, sem
necessariamente produzir dependência. Instalada a farmacodependência, suas
características variam com tipo de substância empregada. Algumas substâncias,
como as que existem no chá ou no café podem produzir dependência no sentido
mais amplo, situação que não é necessariamente nociva.

Verifica-se, que a maioria das drogas abusadas pelo homem podem


funcionar como recompensa, reforçando os comportamentos que produzem sua
auto administração.

O caráter de recompensa dos efeitos farmacológicos das drogas pode


explicar alguns aspectos importantes da dependência psicológica. O primeiro é o da
importância da administração da droga pelo próprio sujeito. De acordo com as
teorias da aprendizagem é necessário que a cadeia de comportamento que leva à
auto administração seja reforçada pelos efeitos prazerosos da droga para que o
comportamento se repita no futuro e seja assim mantido. De tal princípio decorre
que, para se prevenir a dependência causada por receitas médicas (dependência
iatrogênica), deve-se evitar que um opióide ou outra droga que possas determinar
dependência seja ministrada pelo próprio paciente. Por outro lado, a possibilidade
de auto administração, aliada a disponibilidade dessas drogas, explica porque os
médicos e enfermeiros se tornam dependentes de drogas em maior proporção que
outros profissionais.

Os princípios gerais da aprendizagem postulam ainda que recompensas


imediatas são mais eficazes para reforçar o comportamento do que recompensas e
punições que demoram a acontecer após o ato que as produziu. Pode-se, então,
compreender porque as drogas que chegam rapidamente ao cérebro logo após a
auto administração são mais capazes de induzir dependência do que as que
demoram mais tempo para produzir efeitos centrais. Num extremo temo, por
exemplo a cocaína, quando injetada na veia ou fumada ("crack" ou base livre) e a
heroína por via endovenosa, e no outro a metodona e fenobarbital, ingeridos pela
boca.

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O mesmo princípio pode também explicar o fato de os usuários continuarem
a ingerir drogas, apensar dos graves prejuízos muitas vezes causados por elas. E o
que o efeito prazeroso advém da introdução da droga no organismo ocorre a curto
prazo mantendo o comportamento de auto administração, enquanto que as
consequências danosas ocorrem tarde demais para terem efeitos punitivos e,
assim, suprimirem o mesmo comportamento. Portanto, uma vez caído na
armadilha, não é fácil o indivíduo se livrar da dependência de drogas, mesmo
porque nem sempre há desejo de fazê-lo.

3) SISTEMA NERVOSO

As drogas psicoativas e medicamentos de que trataremos neste trabalho


atuam basicamente modificando a função de sistemas de células nercosas que
constituem estruturas cerebrais definidas. Por esse motivo ao discutirmos seu modo
de ação, seremos forçados a nos referir a algumas partes constituintes do sistema
nervoso assim como o de suas funções principais.

O sistema nervoso (SN) é o conjunto de estruturas nervosas, formado por


células especiais capazes de exercerem funções primordiais à vida humana. Do
ponto de vista anatômico, o SN se divide em sistema nervoso central (SNC) e
sistema nervoso periférico (SNP). Funcionalmente, o SN se divide em simpático e 
parasimpático.

Basicamente o SNC é um órgão processador de informações. Os detectores


ou receptores fisiológicos pertencentes aos diferentes órgãos dos sentidos captam
determinadas alterações de energia (ondas luminosas e acústicas, variações de
pressão ou calor) ou detectam certas substâncias químicas (susbstâncias odoríferas
ou palatáveis) no meio ambiente que vive o animal, codificando esses sinais sob a
forma de impulsos nervosos que caminham pelos nervos  sensitivos até o SNC.
Neste último, uma imensa rede de células nervosas filtra, analisa, armazena,
recupera e elabora essas informação, programando reações motoras que são
comunicadas pelos nervos eferentes aos órgãos executores, tais como a
musculatura esquelética e visceral e as glândulas exócrinas e endócrinas. Assim
sendo, o SNC é o órgão responsável pela manutenção da constância do meio
interno e pelo comportamento dos animais.

Os elementos constituintes mais importantes do SNC são as células


nervosas ou neurônios.

4) NEURÔNIOS

O número  de neurônios que constitui o cérebro humano é literalmente


astronômico. São aproximadamente o equivalente ao número de estrelas existentes
em nossa galáxia e todas as células comunicam-se abundantemente entre si. Um
neurônio típico recebe informações de milhares de outros neurônios e envia sinais à
outras tantas células nervosas. Embora diferindo bastante na forma e nas
dimensões, os diversos tipos de neurônios existentes no SNC possuem várias
características em comum. Todos eles compõem-se de um corpo celular, no qual se
encontram o núcleo, contendo o material genético (DNA), o retículo endoplasmático
rugoso sintetizador de proteínas, o aparelho de golgi formador das vesículas
secretoras e mitocôndrias que fornecem energias para as reações químicas que aí
se processam. Do corpo celular saem numerosos prolongamentos, denominados
dendritos (do grego dendros = árvore), os quais como o nome sugere, se ramificam
como os galhos de uma árvore. Do corpo celular parte também um prolongamento

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longo denominado cilindro-eixo ou axônio que caminha por distâncias variáveis de
alguns milímetros a vários centímetros até ramificar-se em terminações mais finas,
formando botões terminais que vão estabelecer contatos com outras células
nervosas. Esses contatos interneuronais são denominados sinapses. Um neurônio
típico recebe milhares de conexões sinápticas que se situam principalmente sobre
os dendritos e o corpo celular. Existem também em menor número, botões
sinápticos que se apõem sobre o axônio e mesmo sobre os terminais nervosos de
outros neurônios.

O componente mais importante do neurônio é sua membrana celular,


especializada em gerar e propagar impulsos elétricos. Estes são produzidos pelo
deslocamento seletivo de átomos eletricamente carregados ou íons de sódio,
potássio, cloro ou cálcio para dentro e para fora da célula, através de canais ou
poros existentes na membrana.

5) O IMPULSO NERVOSO

A formação de impulsos elétricos na membrana do neurônio torna-se


possível pelo fato da mesma se achar permanentemente polarizada, com cargas
elétricas negativas predominando no interior da célula em relação à face externa da
membrana. Isso se dá porque as concentrações de íons são diferentes no meio
intra e extracelular. O íon sódio (Na +), por exemplo, existe em concentrações 10
vezes maiores no meio externo que no fluído intracelular, e o inverso se dá com o
íon potássio (K+). Essa distribuição desigual se mantém graças à seletividade dos
poros que normalmente impedem a entrada de Na+ . É o funcionamento de uma
verdadeira bomba iônica, constituída por uma proteína da membrana, a qual
transporta constantemente Na+ para fora e introduz K+ no meio intracelular.

Um impulso nervoso nada mais é do que uma onda propagada de


despolarização, causada pela abertura súbita de diversos canais de Na + do exterior
para o interior da célula, com consequente diminuição da negatividade elétrica em
face externa. Estes eventos duram alguns milésimos de segundos, sendo logo
inativados os canais de Na+ e a membrana repolarizada pela saída de uma
quantidade de K+ .

6) NEUROTRANSMISSÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Como a fenda sináptica é uma solução da continuidade, ou seja, é um espaço entre


as células e fatalmente impede a passagem dos estímulos, faz-se necessário que o
estímulo ali chegado seja transmitido à célula seguinte. Chegando aos botões
terminais, os impulsos nervosos promovem a liberação de substâncias químicas
especiais, os chamados neurotransmissores, que aí se acham armazenados no
interior de vesículas sinápticas. Estas são formadas ao nível do corpo celular, e para
atingir os terminais são transportadas ao longo dos axônios a velocidades variáveis
conforme a célula. As moléculas dos neurotransmissores são por sua vez
sintetizadas em várias partes da própria célula nervosa principalmente nos próprios
terminais sinápticos, onde são liberadas. Esta síntese se faz a partir de substâncias
precursoras, que são obtidas dos alimentos ou formadas no próprio organismo por
transformação de outras que pertencem a sua economia.

Neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis pela


transmissão de sinais eletroquímicos entre os neurônios. Para que o estímulo seja
transmitido entre neurônios, os neurotransmissores são liberados com a função de
transmitir os sinais de uma célula a outra. Isso é a neurotransmissão.

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Os neurotransmissores mais importantes são: serotonia, dopamina,
noradenalina, acetilcolina, endorfina, GABA e ácido glutânico.

7) AÇÕES FARMACOLÓGICAS

Enumeraremos os principais  mecanismos através dos quais as drogas de


ação central podem alterar o funcionamento de uma neurotransmissão.

Em primeiro lugar, uma droga pode interferir na síntese do


neurotransmissor, inibindo uma ou mais enzimas que provocam a conversão da
molécula do precursor na do transmissor. Como resultado de tal inibição, a
concentração do neurotransmissor nos terminais nervosos fica diminuída, sendo
menor a quantidade liberada pelo impulso nervoso. Deste modo, as funções
mediadas pela neurotrasmissão são em geral deprimidas pelos inibidores de
síntese. Resultados semelhantes é causado por drogas que bloqueiam a captação
do neurotransmissor pelas vesículas sinápticas. Em consequência, estas são total
ou parcialmente esvaziadas, liberando menos neurotransmissor à chegada do
impulso nervoso.

Nos dois exemplos acima, os efeitos do neurotransmissor, estão diminuídos,


porque declina sua concentração na fenda sináptica, ou seja, no meio ambiente em
contato com os receptores. Contudo, isto pode também ser conseguido
bloqueando-se diretamente os receptores pós-sinápticos por meio de drogas
denominadas antagônicas. Estas possuem uma configuração molecular
suficientemente semelhante a do neurotransmissor para se combinarem com alta
afinidade, em geral maior que a do próprio neurotransmissor, com seus receptores.
Diferem, porém, dele quanto a outras características moleculares, de forma que a
combinação do antagonista com o receptor não resulta numa deformação eficaz.
Assim sendo, não desencadeia efeito ao combinarem com o receptor, tal qual uma
chave que entra na fechadura mas não pode ser girada. Ocupando uma antagonista
parte ou totalidade dos receptores de um neurotransmissor, impede que este
último atue, diminuindo ou mesmo bloqueando seus efeitos, ainda quando a
concentração do mediador na fenda sináptica seja normal ou esteja mesmo
aumentada.

Por outro lado, existem drogas que são quimicamente tão semelhantes ao
neurotransmissor, que não só se combinam como seu receptor, mas também o
ativam. Imitam, assim, o neurotransmissor natural e podem ser usadas para
intensificar funções por ele mediadas. São as chamadas drogas miméticas ou
organistas diretos. Esta última denominação é usada para contrastá-las com os
organistas indiretos, que também facilitam a neurotransmissão por que promovem
a liberação do neurotransmissor armazenado no terminal nervoso, seja
diretamente, seja facilitando o impulso nervoso. Em contra partida, existem outros
agentes farmacológicos que bloqueiam a liberação do neurotransmissor pelo
impulso impedindo, assim, o funcionamento da neurotransmissão.

Finalmente, a inativação do neurotransmissor pode ser dificultada por


drogas que bloqueiam a recaptação do neurotransmissor ao nível da membrana
pré-sináptica. Isso faz com que aumente sua concentração na sua fenda sináptica.
Alternativamente, certas drogas inibem as enzimas metabolisadoras do
neurotransmissor, resultando no seu acúmulo no terminal pré-sináptico e na fenda
sináptica. Em ambos os casos, o funcionamento da neurotransmissão é
intensificado.

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8) CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

No contexto legal as drogas se dividem entre drogas lícitas e drogas ilícitas.


As drogas lícitas são aquelas vendidas legalmente, controladas ou não. Álcool,
tabaco, cola de sapateiro, moderadores de apetite, estimulantes (conhecidos
também por rebites), morfina, éter, benzina, barbitúricos, xaropes, (opióides) e
tranquilizantes são os principais exemplos. Ilícitas são as drogas comercializadas
ilegalmente. Maconha, cocaína, heroína, crack e LSD despontam entre as mais
utilizadas.

As drogas ainda podem ser naturais ou sintéticas dependendo de sua


origem. As drogas naturais são provenientes de plantas enquanto que as drogas
sintéticas são produzidas em laboratório, ainda que muitas vezes desdobradas a
partir de substâncias naturais. É importante esclarecer que uma droga não causa
menos malefícios ao organismo do que outra por ser natural. Venenos altamente
mortais como a estricnina e o cianureto também são naturais.

Existe ainda uma outra divisão que classifica as drogas pela maneira com
que elas alteram o funcionamento cerebral.

De acordo com a PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) existem cinco


grandes grupos das drogas ou tóxicos psicotrópicos:

 Alucinógenos: maconha, LSD, mescalina (cacto), psilocibina


(cogumelo);
 Narcóticos: derivados do ópio;
 Hipnóticos: barbitúricos;
 Estimulantes: anfetaminas, cocaína;
 Tranquilizantes: valium, librium, sedacom, equanil;

Há muitas classificações para as drogas, mas neste trabalho citaremos


apenas duas:

Classificação legal brasileira

 Entorpecentes:
o Naturais: ópio, morfina, heroína, cocaína, maconha;
o Sintéticos: dilaudid, dolatina, petidina, demerl;
o Psicotrópicos: barbitúricos, anfetaminas, LSD,
mescalina, psilocibina, DMT, STP.

Classificação inglesa

 Narcóticos: ópio, morfina, cocaína;


 Depressores: barbitúricos, benzodiazepínicos, solventes;
 Estimulantes: cocaína, anfetaminas, efedrina;
 Alucinógenos: LSD, mescalina, cannabis (THC).

9) ESTIMULANTES

Os estimulantes são compostos que afetam o Sistema Nervoso Central


acelerando sua atividade. Podem ser substâncias naturais como a epinefrina ou
sintéticos como a anfetamina.

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Os dois estimulantes mais frequentes são a nicotina, no tabaco e a cafeína,
ingrediente do café, do chá e de alguns refrigerantes engarrafados como a coca
cola. Consumidos com moderação estes estimulantes tendem a aliviar a fadiga e a
afastar o sono tendo sido aceitos como parte da nossa cultura.

O 1° estimulante natural descoberto foi a epinefrina (adrenalina). Esta


substância encontra-se nas glândulas suprarrenais dos animais. Seus efeitos
descritos pela primeira vez em 1899.

O 1° estimulante sintético foi elaborado por um químico japonês em 1919.


Esta substância foi identificada mais tarde como a metil anfetamina. Em 1927
Gordon Alhes descreveu pela 1a. vez uma substância chamada 1 fenil 2 amino
propano e sua atividade. Os laboratórios Smith, Klinne e Frenche estudaram esta
substância e desenvolveram a bencedrina. Durante o processo, o composto foi
denominado com o seu verdadeiro nome químico: alfa-metil amina ou anfetamina.

ANFETAMINA

A anfetamina é chamada de rebite principalmente entre os motoristas que


precisam dirigir durante várias horas sem descanso a fim de cumprir prazos pré-
determinados. Também é conhecida como bolinha por estudantes que passam
noites inteiras estudando ou por pessoas que costumam fazer regimes de
emagrecimento sem o acompanhamento médico.

As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários


comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia, inapetência,
sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando "ligada". A pessoa que toma
anfetamina é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo sentindo
menos cansaço.

Uma análise feita pela PFDF (Polícia Federal do Distrito Federal) em 310
casos de abuso de anfetaminas devido à injeção intravenosa de altas doses da
mesma, as reações psicológicas adversas se dividem em cinco categorias:

1. Reações de ansiedade, nas quais o indivíduo fica temeroso,


mostrando inquietude pela sua saúde física;
2. Psicose de anfetamina, na qual o indivíduo interpreta mal o
que lhe fazem as demais pessoas, alucina-se e se torna ilusoriamente
receoso;
3. Sindromes de esgotamento, uma profunda sensação de
cansaço e a necessidade de dormir, uma vez passada a fase de estimulação;
4. Depressão prolongada;
5. Alucinação prolongada, na qual o indivíduo continua alucinado
após a droga ter sido metabolizada.

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Normalmente os consumidores de altas doses apresentam relevante perda
de peso, múltiplas deficiências vitamínicas e cáries dentárias. Há também a
possibilidade de danos no cérebro, já que o coma e seu consequente dano cerebral
podem aparecer ao consumir uma dose alta de anfetaminas.

Tabela 1. Nomes comerciais de alguns medicamentos a base de drogas do


tipo anfetaminas, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de
Especializações Farmacêuticas - DEF 96/97.

PRODUTOS (Remédios Comerciais)


DROGA DO TIPO ANFETAMINA
VENDIDOS EM FARMÁCIA
Dimetilpropiona ou Anfepramona Dualid; Hipofagin; Inibex; Moderine.
Fenproporex Desobesi M; Lipomax AP; Inobesin.
Dasten; Fagolipo; Absten Plus; Diazinil;
Mazindol
Dobesix.
Metanfetamina Perviten = ICE (USA)
Metilfenidato Ritalina

O consumo destas drogas no Brasil chega a ser alarmante, tanto que até a
ONU vem alertando o governo brasileiro a respeito. Por exemplo, entre estudantes
brasileiros do nível fundamental e médio das 10 maiores capitais do país, 4,4%
revelaram já ter experimentado pelo menos uma vez na vida uma droga tipo
anfetamina. O uso frequente (6 ou mais vezes no mês) foi relatado por 0,7% dos
estudantes. Este uso foi mais comum entre meninas.

Os investigadores internacionais de narcóticos devem prestar especial


atenção à seguinte descrição dos precursores químicos

Tabela 2. Descrição dos precursores químicos das anfetaminas, seus usos,


formas do produto, transporte, armazenamento e fabricação industrial.

AC. FENIL 2
ÁCIDO AC. FENILACÉTICO
PROPANONA
Ac.
Bencenoracético/ 1 fenil 2
Ac. Atoluico/ Sais:propanona/
sal sódico defenilcetona/ bencil
OUTROS NOMES
fenilacético/ metil quetona/
fenilacético sódico/metil  bencil
sal potássico dequetona.
fenilacético.
USOS LEGAIS  Produto  Precursor
químico químico de
intermediári anfetamina,
o na metanfetam
elaboração inna,
de propilhexedr
fenilacetato ina;
de  Usados
anfetaminas; pelos

12
laboratórios
 Produto
farmacêutic
básico na
os;
elaboração
 Também
de
como
penicilinas
modelo de
especialment
análise em
e a penicilina
laboratórios
G;
de química
 Elaboração
e
de
universidad
perfumes;
es;
 Aditivo em
Aditivo em
soluções de
soluções de
limpeza.
limpeza;
 Considerado
 Base química precursor
de imediato
anfetaminas, nos EUA na
metanfetami tabela II da
USOS ILEGAIS
nas e seu Lei de
precursor Controle das
imediato a Substâncias
fenilcetona. (11.021198
0);
Produtos
COMPANHIAS Produtos farmacêuticos e
LEGAIS farmacêuticos suprimentos
químicos.
Solução líquida
que contém 50%
de Ac. fenilacético
e o resto de águaLíquido claro de
FORMA DOPH de 7 aprox. Oalta ebulição e
PRODUTO Ac. fenilacéticomoderadamente
(em forma nãoviscoso.
salina) é um pó
branco de odor
acre desagradável.
TRANSPORTE O Ac. fenilacético éVasilhames de 55
vendido galões (208,2 L)
geralmente emque contém 460
quantidade delibras líquidas
4000 galões(208,1 Kg).
(15.140 L),
transportado em

13
caminhões
tanques. Também
vende-se 55
galões (208,2 L)
conforme cada
vasilhame, 540
libras líquidas
(244,5 Kg).
Armazenamento
em soluções
líquidas de sais de
sódio ou potássio
em tanque de
ferro com carbono.
Entretanto, a
solução do sal
sódio deve estar
em lugares
Armazenado em
quentes, postos
recipientes
que congela a 10°,
ARMAZENAMENTO herméticos em
enquanto a
lugar seco e
solução de sal
fresco.
potássio
permanece líquida
a qualquer
temperatura. O
Ac. fenilacético na
forma não salina
deve ser guardado
em frascos escuros
em local seco e
fresco.
Reação de cianetoCarboxilação
FABRICAÇÃO de bencilo e alcaliácida catalisada
INDUSTRIAL (potássio do ácido
cáustico). fenilacético.

TABACO

Nicotina

14
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina Tabacum da qual é
extraída uma substância chamada nicotina. Seu uso surgiu aproximadamente no
ano 1000 a.C. nas sociedades indígenas da América Central em rituais mágicos
religiosos com objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos
guerreiros, além de acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro. A
planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração das tribos tupis-guaranis.

A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na Europa por Jean Nicot,
diplomata francês vindo de Portugal após ter-lhe cicatrizado uma úlcera na perna,
até então incurável.

No início utilizado com fins curativos, através do cachimbo, difundiu-se


rapidamente atingindo Ásia e África no séc. XVII. No século seguinte surgiu a moda
de aspirar rapé, ao qual foram atribuídas qualidades medicinais, pois a rainha da
França, Catarina de Médicis, a utilizava para aliviar suas enxaquecas.

No séc. XIX iniciou-se o uso do charuto através da Espanha atingindo toda a


Europa, Estados Unidos e demais continentes sendo utilizado para demonstração de
ostentação. Por volta de 1840 a 1850, surgiram as primeiras descrições de homens
e mulheres fumando cigarros, porém, somente após a 1a. Guerra Mundial (1914-
1918) seu consumo apresenta grande expansão.

Seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do séc. XX, com
ajuda de técnicas avançadas de publicidade e marketing que se desenvolvem nesta
época.

A nicotina é uma das drogas mais utilizadas no mundo. Ao dar uma tragada
ela é absorvida pelos pulmões do fumante e chega ao cérebro em 9 segundos.

Os principais efeitos no SNC são elevação leve de humor (estimulação) e


diminuição do apetite. A nicotina é um estimulante leve, mas, muitos não
acreditam nisto por causar um relaxamento do tônus muscular. Utilizado a longo
tempo causa tolerância.

Alguns fumantes quando suspendem repentinamente seu uso, podem sentir


fissura (desejo incontrolado por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre,
dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça, estes são
sintomas da Síndrome de Abstinência que desaparece em 2 semanas.

A nicotina também provoca um pequeno aumento no batimento cardíaco, na


pressão arterial, a frequência respiratória e na atividade motora. O uso intensivo e
constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas doenças,

15
como por exemplo a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, esôfago, boca,
estômago, entre outros), infarto de miocárdio, bronquite crônica, efisema
pulmonar, derrame cerebral, úlcera digestiva e etc.

Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro, pois, os não-


fumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos.

Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência


3 vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que
filhos de pais não fumantes.

CAFEÍNA

Derivada do trimetilado de xantina, a cafeína é encontrada em plantas


amplamente distribuídas por diferentes regiões geográficas.

Se usada regularmente, na quantidade de 350mg ao dia, a cafeína pode


induzir a uma forma de dependência física: dor de cabeça que desaparece com a
sua ingestão.

A dose fatal de cafeína para o ser humano é de 3,2g, se administrada por


via indovenosa. Cada xícara de café contém em média entre 70mg e 80mg de
cafeína. Aparentemente, mesmo a longo prazo, não foi evidenciada toxicidade
orgânica no uso diário de 600mg, o que equivale a aproximadamente oito xícaras
médias de café.

A pessoa que não está acostumada, ao tomar uma xícara de café ou chá
pode ter dor de cabeça, agitação e nervosismo.

A cafeína causa insônia, estimula o metabolismo dos músculos, podendo


adiar a fadiga muscular, melhorando o desempenho intelectual.

Já está comprovado que a cafeína aumenta a toxicidade de outros agentes


cancerígenos.

16
COCAÍNA 

O uso da cocaína data de época muito remota. Os índios do Peru a


conheciam desde quando eram colocados nos sarcófagos dos Incas. Os
conquistadores espanhóis, quando chegaram à região, encontraram as folhas de
coca servindo de moeda e leis que reservavam seu consumo à classe nobre
sacerdotal, bem como às cerimônias religiosas e aos sacrifícios. A proibição de seu
consumo pela massa geral acabou sendo mantida pelos invasores, o que propiciou
seu cultivo, estendendo-se a todos os vales úmidos dos Andes, desde a Colômbia
até o sul do Chile e desde as Cordilheiras até o norte da Argentina, bem como ao
Brasil.

Em 1806, foi levada para a Europa e Albert Niemann conseguiu isolar seu
princípio ativo existente nas folhas de coca, chamando-o de cocaína. Foi
considerada na época uma droga de grandes poderes, o que fez com que fosse
introduzida em muitos medicamentos. Sigmund Freud, por exemplo, realizou
alguns experimentos com a cocaína, recomendando-a para desordens digestivas,
esgotamento físico, asma, anestesias locais, entre outros. No auge de sua
recomendação como medicamento, a cocaína foi incluída na fórmula de uma bebida
que se tornou famosa: a coca-cola. Em 1888, a empresa Coca-Cola afirmava em
suas propagandas que o tônico aliviava a dor de cabeça e a fadiga. Mais tarde, com
o aparecimento de trabalhos científicos que mostraram a ineficácia da droga para
tais fins e provaram a dependência psicológica que poderia provocar, a fórmula da
bebida foi mudada e a cocaína foi substituída pela cafeína.

Até 1914, a cocaína era usada sob variadas formas terapêuticas, mas
principalmente em anestesia local, visto que a droga possui qualidades
vasoconstritivas (restringe e retém o fluxo de sangue). Daí por diante, começaram
as restrições e finalmente a proibição de seu uso em quase todos os países do
mundo, devido ao grande potencial que apresenta de originar dependência.
Atualmente não possui mais indicação terapêutica e sua importância é
exclusivamente devida ao abuso, que tem aumentado muito nos últimos anos.

A cocaína é um alcalóide cristalino branco que se encontra nas folhas do


arbusto de coca, sendo pouco solúvel em água e em álcool e muito solúvel em
clorofórmio e éter. O arbusto coca cresce de cinco a dez pés de altura, possuindo
troncos que se estendem amplamente e que apresentam uma ramagem frondosa.
O modo de usar a folha varia em cada região. Tradicionalmente, as folhas de coca
são mascadas pelos povos que vivem nas encostas dos Andes para aumentar a
resistência física, diminuir a fadiga e o apetite, permitindo, assim, suportar melhor

17
as altitudes elevadas. No Amazonas, preferem reduzi-las a pó, associando-lhes
cinzas de certas plantas para fazer uma massa esverdeada, que é usada para
mascar ou chupar, sendo também consumida para aliviar a fadiga e o sono e
diminuir o apetite. Para produzir sensações, a cocaína é administrada como pasta
de coca, preparada com solventes de gordura, como o querosene e a gasolina,
sendo fumada em cachimbos e cigarros. Também é administrada como sal solúvel,
o cloridrato de cocaína, pó branco que é aspirado pelas narinas ou dissolvido em
água e injetado endovenosamente ou como base livre que, por resistir à
combustão, pode ser fumada em cachimbos (crack). Dentre esses métodos, o mais
comum hoje em dia é inalação.

O consumo de cocaína produz efeitos imediatos no aparelho cardiovascular,


no sistema nervoso central, e efeitos imediatos que levam à dependência psíquica e
física. os efeitos físicos são muitos e os mais comuns são: aceleração do pulso;
aumento da pressão arterial, do ritmo da respiração e dos reflexos; dilatação das
pupilas; diminuição do apetite e do sono; secura da língua e dos lábios; irritação da
garganta; lesões abertas ao redor do nariz e posterior apodrecimento da membrana
que separa as duas fossas nasais; náuseas, vômitos e torcimento do estômago e
anemia.

Os efeitos psicológicos também são os mais variados. Os usuários


apresentam: sensações de estimulação mental e física; euforia; falta de memória;
sensação de aumento das capacidades; aumento da capacidade de audição;
diminuição da inibição; sensação de estimulação sexual; aparecimento de paranóia;
incapacidade de concentração; depressão profunda e cansaço.

10) DEPRESSIVOS, BARBITÚRICOS E TRANQUILIZANTES

Os depressivos são compostos que afetam o SNC diminuindo sua atividade.


Podem ser naturais ou sintéticos. Os depressivos também podem ser classificados
como hipnóticos (provocam sono) ou tranquilizantes (proporcionam alívio do
cansaço, relaxam os músculos e acalmam sem provocar sono ou sonolência.

Este tipo de droga foi descoberto em 1864 pelo químico alemão Adolf Von
Bayer, que sintetizou o Ácido Barbitúrico. Em 1903, as investigações conduziram à
descoberta do primeiro derivado hipnótico do Ac. Barbitúrico, o Barbital. Depois
deste, descobriram-se mais de 2.500 derivados. Os depressivos também têm
outros usos médicos legais, como anestésicos em operações pouco importantes,
tratamento com calmantes em situações de pré e pós operatório e como
anticonvulsionantes. Desde que a dependência física resulte do abuso dos
depressivos, também aparece a síndrome de abstinência. Esta pode ser fatal
porque necessita de supervisão médica.

BARBITÚRICOS

18
Os barbitúricos foram sintetizados ainda no Séc. XVIII e, atualmente
existem cerca de quinze derivados dessa droga. Em 1903 foi lançado no mercado
farmacêutico o primeiro medicamento à base de barbitúricos, o Veronal indicado 
por induzir ao sono (como hipnótico) e como sedativo. Seu uso tornou-se muito
difundido. Na década de 60 apareceram as famosas benzodiazepinas ("calmantes")
que passaram a substituir os barbitúricos.

A indicação destas drogas varia de acordo com o tempo de ação e podemos


dividí-las em quatro grupos:

1. Ação ultracurta (como Pentotal), cujos efeitos são imediatos e têm


duração de alguns minutos. São usadas para indução de anestesias, cirurgias e
administradas por via endovenosa;
2. Ação curta (como Nembuta), cujos efeitos começam a ser
sentidos de 15 a 20 min. após a ingestão permanecendo de 1 a 3 horas. Induzem
ao sono;
3. Ação intermediária (como Vacotany e Amital), cujos efeitos se
iniciam em 30 minutos e duram 4 a 8 horas de ação hipnótica para manutenção
do sono;
4. Ação prolongada (como Gardenal e Luminal), cujos efeitos
podem permanecer de 8 a 16 horas e são geralmente usadas como
anticonvulsivos.

Ainda que as doses normais possam causar dependência, os barbitúricos


podem ser consumidos durante anos sem nenhuma dificuldade; portanto, o
consumo prolongado de doses altas pode conduzir à dependência e à tolerância. Em
combinação como o álcool e outras drogas o seu efeito aumenta. Como por
exemplo: se alguém tomar verobarbital ou pentobarbital em doses altas, como 800
a 1000 mg durante 10 semanas ocorrerá a dependência física. As doses diárias que
consomem alguns toxicômanos pode chegar a 15 cápsulas de 100 mg cada uma ou
1500 mg diária.

Durante o tratamento pode ocorrer a síndrome da abstinência (delírios,


fortes convulsões, inquietação), caso seja retirado abruptamente.

Geralmente os sintomas que podem ser detectados num toxicômano que


padece de abstinência de barbituratos são parecidos aos tremores produzidos pelo
delírio e abstinência da morfina. Os sintomas progressivos que aprecem são:
insônia, irritabilidade, ansiedade, alucinações, tremores, náuseas e vômitos, dores
abdominais, etc.

19
Também existe a sobredose dos barbitúricos. A dose tóxica ou letal é a
mesma para os que são dependentes e para os que não são dependentes. É
mínima ou nula. A morte por sobredose de barbitúricos se deve a falhas
respiratórias.

TRANQUILIZANTES

Os tranquilizantes classificam-se geralmente como maiores e menores. Os


tranquilizantes maiores ou drogas psicotrópicas têm largo e importante emprego na
medicina psiquiátrica, sendo indicados nas doenças mentais mais graves, as
psicoses. Também recebem o nome de neuroléticos ou antipsicóticos e, como
sugere o nome, atuam ao nível do cérebro, produzindo forte tranquilização. Uma de
suas funções foi a de substituir as camisas-de-força físicas, aliviando o número de
crises psicóticas.

Tabela 3. Alguns dos tranquilizantes maiores.

NOME GENÉRICO NOME COMERCIAL


Clorpromazina Thorozine
Promazina Spartne
Perfenzina Trilofan
Prodorperazina Compozine
Tioridazina Mellaril
Trifluoperazina Stelozine
Triflupromazina Vesprin
Mesoridazina Serentil
Reserpina Serdontil

20
 

Estas drogas acalmam pacientes violentes, excitados ou aterrorizados sem


provocar sono como os barbitúricos. Entretanto, pode-se produzir morte se
consumido em excesso. Não há síndrome de abstinência com os tranquilizantes
maiores. Estas drogas só são adquiridas mediante receita médica.

Os tranquilizantes menores pertencem ao terceiro tipo de droga depressora


do SNC. São ansiolíticos (que combatem a ansiedade) ou calmantes (nome
popular).

Os tranquilizantes surgiram na década de 50, com a descoberta do mepro


bromato mas foi ao final dela, em 1959, que apareceram as benzodiazepinas, as
drogas mais representativas entre os tranquilizantes menores. A primeira a ser
sintetizada foi o clorodiazepóxido, que comercialmente leva os seguintes nomes:
Litrium, Psicodesin, Tensil e outros. Depois, veio o Diazepan; Somalium, Valium,
Dienpax, Valix, etc. e apartir do Diazepan surgiram outras substâncias como:
Lorazepan (Loriun, Lorax), o Bromazepan (Lexotan), o Oxacepan (Serax), o
Fluoracepan (Dalmane).

Os traquilizantes menores, ainda que não sejam tão potentes quanto os


maiores, podem produzir dependência em tratamentos de larga duração. Ademais,
observa-se a síndrome da abstinência quando se deixa de tomar a droga.

O álcool e os tranquilizantes menores, quando ingeridos juntos, têm seus


efeitos potencializados, pondo em risco a saúde e, em alguns casos, há perda de
consciência e alterações no ritmo cardíaco e respiratório.

DROGAS ÁCIDAS NÃO BARBITÚRICAS

As outras drogas que não derivam do Ac. Barbitúrico são denominados


sedentes hipnóticos ou Ac. não barbitúricos. Essas drogas provocam o sono e
relaxam o paciente hierático. Todas podem causar dependência psicológica em
determinados usuários e a maioria, se não todas, pode causar dependência física
quando consumida em excesso. todas as drogas ácidas não barbitúricas
mencionadas têm efeito sedente e hipnótico em determinadas doses.

Tabela 4. Algumas Drogas Ácidas e seus Nomes Comuns:

NOME GENÉRICO NOME COMERCIAL


Brumoso Sódico Sodium Bromide
Paraldehido Paraldeyde
Hidrato de Cloral Noctec; Sommos
Betaina Cloral Beta-Clor
Cabromal Cabromol (cápsulas Cabrital)
Glutehimato Doriden
Metipriló Noludar
Eticlorvino Valmid
Etinomato Qualude
Metqualona Parret/ Somnafol

21
A identificação de drogas depressivas deve ser procedida por um químico
competente.

 CONTEÚDO   

11) Ópio e seus derivados;


12) Alucinógenos;
13) Métodos de obtenção das drogas;
 

11) ÓPIO

O ópio é um suco espesso, leitoso, recolhido através de uma incisão feita no


fruto ainda verde de uma planta chamada Papoula (Papayer, papoula no grego)
Semniferum (do latim = induzir ao sono). O suco leitoso contém cerca de 15
substâncias alcalóides naturais. As mais conhecidas são a morfina e a codeína.

Um dos descobrimentos mais significativos da história teve lugar no


princípio do Séc. XIX (1803-1805) quando um cientista alemão conseguiu isolar a
morfina do ópio. A morfina foi introduzida no mercado mais tarde como a maravilha
curativa para a dependência do ópio. Este descobrimento marca o princípio do uso
e abuso dos narcóticos tal qual existe hoje em dia.

A papoula do ópio é indígena, de muitos climas e cresce desde o extremo


sul da África até as áreas geográficas ao norte como Moscou. Também aparece no
Oriente até os EUA. Entretanto, a maior quantidade provém de 3 principais áreas
do mundo como: Triângulo Dourado (Laos, Burma, Tailândia), Hedia Lua Douro
(Afeganistão, Paquistão e Irã) e México.

MORFINA

O ópio cru contém aproximadamente 10% de Morfina, 0,5% de Codeína,


1,5% Tebaína e 1% de Papa Verima e mais outros 35 alcalóides em pequenas
quantidades. A palavra morfina provém da palavra morfo, o deus grego dos
sonhos. O processo de extração da morfina do ópio requer esquentar a água à

22
temperatura apropriada e mesclar o ópio com água. A gama do ópio é produzida
quando se mescla 5 a 6 vezes o ópio e a água, até que a mistura se condense.
Nesta etapa se agrega adubo químico e a morfina aprece em estado coloidal ou de
suspensão em substância cretácea que cerca a superfície da água. O químico põe
esta solução em outro recipiente, filtrando com um pano de gase. Esta base
morfina é secada e embalada para transporte. A morfina é, então, transportada pra
laboratórios mais complexos onde se inicia a conversão da morfina em heroína.

A morfina e a codeína produzidas legalmente são drogas necessárias


disponíveis e usadas amplamente no campo médico. São usadas para reduzir fortes
dores, para acalmar pessoas nervosas, controlar vômitos e para a resistência à
doenças cardíacas e outros.

HEROÍNA

A heroína (morfina diacelítica) é o narcótico mais comumente utilizado para


produzir a Heroína. O químico combina partes iguais de morfina e de anidrido
acético e as aquece por aproximadamente 6 horas a uma temperatura de 185° C. A
morfina e o ácido se unem quimicamente e o químico elimina as impurezas do
composto utilizando água e clorofórmio. Desta maneira produz-se uma morfina
diacelítica de pureza ligeiramente maior. A solução coloca-se em outro frasco,
mistura-se carbonato de sódio e as partículas de heroína que resultem se filtram
por um método à pressão. Estas partículas se purificam, ainda mais, com uma
solução de álcool e carbono ativado. A mescla é logo aquecida até que o álcool
comece a evaporar, deixando no fundo uma forma relativamente pura de heroína.

A heroína que provém do extremo oriente é de cor branca ou creme, tem


variações de tons desde uma cor canela claro. A heroína do sudoeste da Ásia, é
geralmente de cor cinza, mas, ocasionalmente, pode ser completamente branca. A
heroína café ou marrom do México varia de cor, desde o tom esbranquiçado até o
café escuro ou negro. Sua consistência varia de pó fino até grãos ou pedaços. A cor
ou textura não são necessariamente indicadores de qualidade.

A duração do efeito com heroína varia de 4 a 6 horas;

A heroína pode ser usada de quase todas as formas. Pode ser ingerida via
oral, inalada, injetada ou fumada (este método é conhecido como "Chasing the
dragon" perseguindo o dragão).

23
A heroína é um depressor do SNC e um dos maiores depressores. Quase
imediatamente o corpo começa a reagir à heroína e todas as funções do organismo
entram em depressão. O viciado sente uma sensação intensa de prazer ou de
euforia que dura vários minutos e que se localiza no abdômen. O viciado com o
consumo da heroína sempre experimenta para alívio de dor e escape de problemas
pessoais e das responsabilidades.

A heroína apresenta vários efeitos fisiológicos, dentre outros:

1. Sulco (marcas deixadas pela agulha);


2. Contração de pupila (mitosia);
3. Lentidão na atividade física e reflexo;
4. Pronúncia confusa e lenta;
5. Pele com coloração azul por faltar oxigênio no sangue (cianoses);
6. Respiração lenta (suspensão do sistema respiratório);
7. Pele e boca ressecada, coceira na pele, hipotermia e outros.

CODEÍNA

A Codeína é um opiáceo natural que é encontrado entre os remédios mais


ativos para combater a tosse: é por isto chamada antitussígena ou béquica.

Existe um número muito grande de produtos comerciais a base de codeína.


Assim, Belacodid, Belpar, Codelasa, Gotas Binelli, Pambenyl, Setux, Tussaveto, etc.
são remédios contra tosse que contêm esta substância como principal de suas
fórmulas.

O cérebro humano possui uma certa área - a chamada Centro da Tosse -


que comanda os nossos acessos de tosse. Existem drogas (uma delas codeína) que
são capazes de inibir ou bloquear este centro da tosse; assim, mesmo que haja um
estímulo para ativá-lo, o centro estando bloqueado pela droga e não reage. A
codeína é também utilizada como analgésico, em consequência a pessoa pode ficar
sonolenta e a pressão sanguínea, o número de batimentos cardíacos e a respiração
podem ficar diminuídos.

A codeína possui vários efeitos das drogas do tipo opiáceas. Assim, é capaz
de dilatar a pupila, dar sensação de má digestão e produzir prisão de ventre.
Quando tomada em doses maiores do que a terapêutica,produz uma acentuada
depressão das funções cerebrais.

a codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Isto


significa que a pessoa que vem tomando xarope à base de codeína, como "vício",
acaba por aumentar cada vez mais a dose diária.

Os xaropes e gotas à base de codeínas só podem ser vendidos nas


farmácias brasileiras com a apresentação da receita do médico, que fica retida nas
farmácias para posterior controle.

12) ALUCINÓGENOS

O termo alucinógenos (também chamados psicodélicos) se refere a um


grupo de drogas que afetam o SNC, produzindo alterações na percepção, mudanças
emocionais variadas, distorções de personalidade e interrupção de idéias. A a
maioria dessas drogas não tem qualquer valor medicinal e são consumidas
simplesmente pelos efeitos que proporcionam. Podem provocar alterações na

24
percepção de tempo e espaço, ilusões, alucinações e delírios, variando de pessoa
para pessoa. Acredita-se que não causem dependência física, porém podem causar
dependência psicológica. A maioria desse tipo de droga é fabricada em laboratórios
clandestinos, ms existem laboratórios legais de produtos químicos que as produzem
com fins químicos ou de pesquisa. Tecnicamente, essas drogas incluem a maconha,
LSD, feciclidina, peyote, mescalina, psilocibina, DOM/STP, DET, DMT, ibogaina,
bufotenina e as sementes de "dondiego de dia".

Esse tipo de droga vem sendo usada pelo homem desde a antiguidade,
porém, só no início do século XX a ciência tomou conhecimento destas, quando se
notou o uso de plantas alucinógenas por tribos indígenas da Amazônia e por
populações nativas no nordeste dos Estados Unidos, México e América Central.

LSD

O LSD foi descoberto por acaso por Albedrt Hoffmann. Quando trabalhava
no estudo de princípios ativos isolados do centeio parasitado por um tipo de
cogumelo, começou a sentir vertigem, acompanhada de inquietação psíquica e
motora e taquicardia. Fez então uma série de pesquisas e, em 1948, sintetizou o
LSD (dietilamina do ácido lisérgico), na esperança de que possuísse propriedades
analépticas; porém, depois de muitos estudos, não foi encontrada nenhuma
qualidade para a medicina. Seu consumo se estendeu rapidamente, tanto através
de investigações científicas legais como pelo tráfico, alcançando o apogeu nos anos
60.

O LSD é considerado uma substância alcalóide semi-sintética extraída de


um fungo que cresce no centeio, no trigo e em outros tipos de grãos. É uma
substância alucinógena extremamente potente que requer pequena quantidade

25
para provocar efeitos desagradáveis (cerca de 100 microgramas duram de 6 a 12
horas). Encontra-se sob a forma líquida (incolor) ou em pó (branco). É inodoro,
insípido, muito solúvel em água e é usado em injeções, comprimidos e em doses
colocadas sob forma de gotas, em papel especial, que, depois de secar, são
colocadas em torrões de açúcar, palitos de dente, aspirinas, selos de correio ou no
pão, para depois serem retiradas e utilizadas pelo usuário.

Os efeitos físicos provocados pelo LSD incluem pupilas dilatadas,


taquicardia, aumento da pressão arterial, salivação resultante de uma descarga do
sistema nervoso simpático. Também são verificados aumentos da temperatura,
sudorização abundante e náuseas. Apesar de provocar estes efeitos, não é
considerada uma droga que causa dependência física, porque o corpo não
desenvolve uma necessidade a ela, nem experimenta qualquer enfermidade física,
porém é possível desenvolver dependência psicológica.

Os efeitos psicológicos produzidos apresentam maior duração que os efeitos


físicos. Dentre os efeitos psicológicos estão as alucinações, as sensações confusas e
imprecisas dos sons, gosto, tato e olfato. O fenômeno "sinestesia" se produz
quando as sensações se "cruzam", isto é, a música pode apresentar-se com uma ou
várias cores e pode parecer que possua sabor. O usuário pode sofrer de perda das
sensações de profundidade e tempo, diminuindo sua capacidade percepção. O
controle sobre as próprias emoções diminuem ou desaparecem. Os traços da mente
do indivíduo podem sofrer transformações que desfigurem a distinção entre os
pensamentos conscientes e os inconscientes. A percepção de forma do próprio
corpo e dos limites da personalidade pode flutuar, ocorre despersonalização e o
usuário pode ver a si mesmo dividido entre o "eu-observador" e o "eu-
experimentador". Com doses maiores de LSD, a percepção da realidade chega a
não existir e o usuário mergulha num estado psicótico, onde a vivência apenas e
mundo criado por sua consciência alterada. Doses maiores também podem
provocar muita ansiedade, levando a estados de pânico incontrolável. Outro efeito
psicológico que merece atenção é o reaparecimento das alucinações, mesmo
passados anos depois da última dose, característica de efeitos residuais.

MESCALINA

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A mescalina é o ingrediente ativo primário do cactus peyote. Durante a
conquista espanhola, o peyote havia sido adotado por algumas tribos que
habitavam zona entre a América Central. Os índios ingeriam os botões de peyote,
que contêm mescalina, para aliviar a fadiga e a fome e para tratar de
enfermidades. As partes superiores depois de secas eram utilizadas como amuletos
para proteger contra o perigo. Nos ritos tribais, a mescalina era utilizada em grupos
para facilitar a consecução do estado de transe necessário para suas danças.

Os botões de peyote têm dimensões médias entre dois a quatro centímetros


de diâmetro, possuem cor parda e se parecem com a parte inferior de um
cogumelo. Devido ao intenso sabor amargo do peyote, os botões são geralmente
moídos até formar um pó de cor parda escura, sendo depois colocados em cápsulas
de gelatina clara e vendidos no mercado ilegal.

Geralmente, os termos peyote e mescalina são usados para se referir à


mesma substância. A mescalina pode ser extraída do peyote ou pode ser
sintetizada em laboratório. Experimentalmente, é usada no tratamento da
esquizofrenia e outros estados psicóticos.

A ingestão de mescalina produz alucinações, às vezes de caráter sexual, e


intensas experiências sensuais. Também podem ocorrer sensações de terror,
ansiedade, perturbação da percepção de espaço e cores e reações psicóticas. Esses
efeitos começam normalmente dentro da primeira hora seguinte à ingestão da
dose, podendo durar até doze horas. Os efeitos físicos são semelhantes aos do LSD.
Ocorrem dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial, taquicardia e
tremores.

PSILOCIBINA

A psilocibina é naturalmente encontrada em algumas espécies de


cogumelos, especialmente a Psilocybe mexicana. Foi Albert Hoffmann, o
descobridor do LSD, juntamente com colegas de laboratório, quem isolou duas
substâncias da Psilocybe mexicana. A psilocibina foi isolada como componente
principal e a psilocina foi encontrada em quantidades menores, porém igualmente
ativa. Desde então, esses alcalóides têm sido encontrados em muitas variedades de
cogumelos.

A psilocibina é instável e se converte facilmente a psilocina por ação da


enzima fosfatasa alcalina, o que leva a aparecer que a verdadeira responsável pelos
efeitos narcóticos seja a psilocina. A psilocibina produz uma série de efeitos
similares aos produzidos pelo LSD e a mescalina, porém com potência menor. Os

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efeitos psicológicos produzidos são geralmente mínimos e tendem a ser
transmitidos pelo sistema nervoso autônomo. O mais comum são as alucinações. Já
entre os efeitos físicos, os mais comuns são dilatação da pupila, aumento do reflexo
dos tendões, ligeiro aumento da pulsação, aumento da pressão sanguínea e
aumento da temperatura corporal.

MACONHA

THC

Os primeiros registros históricos do uso da maconha datam de mais de vinte


séculos a.C. e foram encontrados na china e no Egito. Na Índia também existem
registros do uso religioso da maconha que datam de 1000 a.C. A maconha era
indicada para curar uma grande variedade de problemas que iam desde a
constipação intestinal até a falta de concentração intelectual, passando pela malária
e pelas doenças ginecológicas. A maconha caminhou gradualmente da Índia para o
Oriente Médio, daí para a Europa, passando pelo norte da África e atingindo
finalmente as Américas. No Brasil, a maconha foi introduzida pelos negros
africanos, trazidos como escravos.

A denominação maconha provém de cânhamo, por troca de letras, que foi


feito para ocultar o uso ilícito da planta. O cânhamo é um arbusto de cerca de dois
metros de altura, cultivado em todo o mundo, por sua fibra, pelo azeite e por suas
propriedades psicoativas. É uma planta dióica e é exatamente nas inflorescências
da planta feminina que se concentram seus princípios ativos.

A planta de cânhamo contém mais de 80 alcalóides, sendo os


tetrahidrocannabinóis os mais ativos e considerados como os agentes responsáveis
pelos efeitos alucinógenos da maconha. O tetrahidrocannabinol - THC, apresenta-se
na forma de dois isômeros, Δ-9-THC e Δ-8-THC. O principal princípio ativo do

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cânhamo trata-se do Δ-9-THC, que foi isolado em 1962 pelo químico R. Mechoulan.
O Δ-9-THC é o responsável pelos maiores efeitos psicoativos da planta.

Sabe-se hoje que o Δ-9-THC não é o única princípio ativo presente nos
extratos de maconha. Vários outros compostos foram identificados, como por
exemplo o Δ-8-THC, o canabinol, o canabidiol, o canabigenol, o ácido canabidiólico
e o nabilone. Alguns vêm sendo testados experimentalmente para uso terapêutico
por seus efeitos sedativos, anticonvulsionantes, analgésicos, anestésicos e por
serem capazes de reduzir a pressão intra-ocular.

Infelizmente o uso ilícito da maconha é o mais comum. Em grande parte do


mundo, usas flores e folhas são secadas e trituradas para serem utilizadas em
cigarros ou seus extremos superiores são secados, triturados e mesclados com o
tabaco para serem fumados em cachimbos.

O consumo da maconha produz vários efeitos imediatos, psicológicos e físicos, que


geralmente são mais evidentes com ouso crônico. Os efeitos psicológicos são
semelhantes aos dos demais alucinógenos, entretanto, devido à potência
relativamente baixa das substâncias ativas, são raras as alucinações e alterações
de pensamento. Com doses baixas, a maioria dos usuários apresenta euforia,
relaxamento e sonolência, podendo ocorrer hipersensibilidade a estímulos
sensoriais e principalmente alterações nas noções de tempo e de espaço. Com
doses maiores, confusão e irritabilidade. Somente com doses muito altas aparecem
alucinações e despersonalização. Contudo há usuários que podem sofrer ansiedade
e mesmo ataques de pânico incontroláveis após ingerir doses pequenas.

Os efeitos físicos mais característicos são a dilatação dos vasos das


conjuntivas, o que torna os olhos muito congestionados e avermelhados, e o
aumento da frequência cardíaca. Podem ocorrer também fraqueza muscular,
debilidade motora geral, fadiga e sonolência. Seu uso prolongado também pode
prejudicar a função pulmonar num grau mais acentuado que os cigarros de tabaco.
Pode também prejudicar o funcionamento reprodutivo humano, diminuindo a
fertilidade em ambos os sexos.

ECSTASY

Ecstasy é o nome popularmente dado à substância química denominada


MDMA (N-metil-3,4-metilenodioximetanfetamina). Opai do MDMA é Alexander
Shulgin (PhD em Bioquímica pela Universidade da Califórnia). Shulgin sintetizou o
MDMA pela primeira vez na metade da década de 60, na ambição de descobrir uma
droga terapêutica.

Inicialmente o MDMA foi, então, utilizado com fins terapêuticos na Inglaterra


e nos Estados Unidos. Foi considerada uma droga eficiente nas terapias envolvendo
problemas entre casais, já que encorajava a empatia entre os usuários e dissipava
sentimentos como hostilidade e raiva. Por conta desses efeitos, pesquisadores e
terapeutas norte-americanos fizeram campanha para classificar o MDMA como
droga terapêutica diferenciando-o de outras substâncias proibidas. Com o passar
dos anos o MDMA acabou sendo conhecido como uma droga recreativa, tornando-
se popularmente conhecido como ecstasy. Em 1985, o Departamento de Controle
de Drogas dos Estados Unidos, aprovou a proibição do ecstasy, inserindo-o na
categoria reservada às drogas capazes de causar danos e gerar vício. Já na Suíça,
sua utilização com fins terapêuticos, foi permitida por lei até 1994.

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O consumo crescente de ecstasy deveu-se principalmente à seguidores de
um guru hindu que propagava o uso como meio de iluminação espiritual, e à
demanda crescente por festas "underground" associadas ao consumo da droga. A
partir de 1995, o uso d ecstasy atingiu todo o cenário da cultura dance, primeiro na
Grã-Bretanha e depois disseminado em vários países do mundo.

No Brasil o ecstasy chega associado às raves, grandes festas promovidas


para a cultura tecno. São Paulo vê agora a profissionalização das raves, o que
aconteceu na Inglaterra em 1990. As raves, que acontecem quase toda semana em
São Paulo e, em menor escala, no rio de Janeiro e outras cidades do Brasi;
recebem patrocínio de marcas de cigarro, de refrigerantes e de drinques
energéticos - bebida cujo crescimento de consumo está associado às festas raves.

Assim, o ecstasy aos poucos toma conta da noite de São Paulo e, torna-se a
droga preferida do "Povo do tecno" que, tendo conhecimento de que o
superaquecimento corpóreo é um dos efeitos colaterais mais característicos da
droga, e também o mais perigoso, passou a associá-la ao consumo de bebidas
isotônicas, tais como o Gatorade, cujo consumo chega à noite de São Paulo na
mesma época em que o ecstasy torna-se facilmente encontrado. Gatorade, uma
bebida produzida para esportistas, para repor líquidos no organismo, ultrapassou a
fronteira das academias  de ginástica, desembarcando nas pistas de dança,
associada ao consumo do ecstasy. Bebidas como o Gatorade são um par perfeito
para o consumo de tal droga.

Além do efeito de superaquecimento corpóreo, já mencionado, o ecstasy


provoca a neurotoxidade que normalmente implica em morte celular. Também
estão entre os efeitos físicos provocados, o aumento do ritmo dos batimentos
cardíacos e da pressão sanguínea, além de sobrecarregar o fígado.

Produz, ainda, ume feito único entre as drogas recreativas: a empatia, que
dá prazer e aumenta a capacidade de comunicação sincera. As mulheres tendem
mais à excitação sexual que os homens quando sob efeito do ecstasy, mas ambos
deixam de ter o orgasmo. A gama de efeitos psicológicos varia da paranóia ao sono
e às alucinações, que ocorrem com a utilização de doses maiores.

CHÁ DO SANTO DAIME

Na Amazônia peruana a palavra "ayahuasca" é usada para denominar uma


bebida preparada a partir de caules de uma trepadeira, o "cipó-mariri", e das folhas
da "charona".

A cipó-mariri é uma trepadeira robusta, de 30m ou mais de altura, que


possui habitat natural na região do Rio Negro. Já a chacrona é um arbusto de 3 a
4m de altura, de caule lenhoso e cilíndrico, que possui como habitat a floresta
amazônica.

A ayahuasca ou chá do Santo Daime é considerada uma bebida alucinógena.


As principais substâncias químicas alucinógenas encontradas na cipó-mariri são a
harmina e harmalina, e na chacrona a dimetiltriptamina (DMT).

Os principais efeitos causados pela ingestão da bebida são: palidez,


midríase, tremor nos membros, transpiração, agressividade, exaustão, aumento da
micção, diarréia, irritações no fígado e ns mucosas gástricas.

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Na Seita do Santo Daime o chá provoca miragens de visões nos fiéis,
podendo durar até cinco horas.

13) MÉTODOS DE OBTENÇÃO DAS DROGAS (voltar ao Conteúdo)

MÉTODO DE OBTENÇÃO DE CADA DROGA

Tabela 5. Método de obtenção de cada droga.

DROGA MÉTODO DE OBTENÇÃO


Redução da efedrina e
Anfetamina
pseudoefedrina.
Condensação da uréia com
Barbitúricos
ésteres malônicos substituídos.
Extração da seiva da semente
Ópio não madura do fruto da
papoula.
Reação do ópio em várias
Morfina etapas com CaO; (NH4)2CO3;
H2SO4; solvente.
Heroína Diacetilação da morfina.
Codeína Metilação da morfina.
Ação de um fungo (clariceps
purpurea) em centeio. Podendo
LSD
também ser sintetizado a partir
do tartarato de Ergotina.
Extração direta do cacto
peyote. Também pode ser
Mescalina
sintetizada a partir da ß-fenil-
etil-amina.
Extraído diretamente de uma
espécie de cogumelo (Psilocybe
Psilocina Mexicana). Pode ser sintetizada
pela oxidação do triptofano
seguida por descarboxilação.
Obtida diretamente da
Maconha inflorescência da planta
feminina do cânhamo
Mistura de caules do cipó-
mariri com folhas de chacrona
Chá do Santo Daime
e água. Posterior fervura  e
filtração.

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Obtido a partir do safrol que é
principal constituinte do óleo
de sassafrás (óleo obtido por
destilação da madeira da
canela-sassafrás). O safrol
passa por uma série de
reações e ao final obtêm-se
ecstasy. Entram no processo:
Ecstasy hidróxido de potássio, metanol,
isopropanol, diclorometano,
éter etílico, ácido clorídrico,
alumínio, ácido sulfúrico e
metilamina.

Na última etapa, reação com


metilamina, obtêm-se o MDMA
ou ecstasy.

OBTENÇÃO DA COCAÍNA

PRODUÇÃO DE CRACK, MERLA E FREE BASE

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PASTA BASE DE COCAÍNA

CLORIDRATO DE COCAÍNA

COCAÍNA EM QUEROSENE

SULFATO DE COCAÍNA (em solução acida)

CLORIDRATO DE COCAÍNA
(em solução aquosa)

Ácido Sulfúrico (H2SO4) diluído.


Filtração.

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Água (H2O)
Filtração

"COCAÍNA"
BASE

"CRACK"
(cocaína base em pedras)

Carbonato de sódio (Na2CO3) em excesso. Decantação.

"SOLUÇÃO DE COCAÍNA
(em Éter)

"FREE-BASE"
(Cristais)

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MERLA
(Cocaína Pastosa)

Hidróxido
de Amônio
(NH4OH)

Bicarbonato de sódio (NaHCO3)


Carbonato de sódio (Na2CO3)
Aquecimento à ebulição.
Resfriamento.

Extração com éter

Dissolução em querosene.
Filtração

Evaporação

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14) TESTES DE IDENTIFICAÇÃO DAS DROGAS (voltar ao Conteúdo)

Quando um químico precisa identificar um composto, sua tarefa pode ser


difícil e vagarosa. Assim, é de suma importância que ele saiba que ferramentas
estão disponíveis para ajudá-lo na identificação, assim como quando e de que
modo aplicá-las e, também, como interpretar as informações que fornecem.

A primeira etapa na identificação de um composto é a pesquisa na


literatura. As propriedades do composto desconhecido podem ser comparadas com
dados publicados  para todos os compostos já estudados. Os dados espectrais, por
exemplo, podem ser comparados com espectros-referência, obtidos de composto
conhecidos: se duas amostras são o mesmo composto, seus espectros são
superponíveis.

Assim, para se confirmar a presença de determinada droga em uma


amostra, faz-se necessário passar por uma sistemática que envolve uma série de
testes de identificação que será mostrada na seqüência.

TESTE DE COR

É somente  um teste de orientação, onde devem ser utilizadas


substâncias químicas de qualidade reagente. É baseado no fato de que muitas
substâncias, quando em contato com alguns reagentes químicos, fornecem cores
características.

Tabela 6. Reagente químico e modo de preparo.

REAGENTE MODO DE PREPARO


Dissolver 2,0g de tiocianato de
A.1. Tiocianato de Cobalto (II) Co II em 100ml de água
destilada.
Adicionar 1ml da solução de
sulfato cúprico pentahidratado
2% juntamente com o HCl
0,1N. Em seguida, adicionar
1ml de tiocianato de cobalto a
A.2. Basil Travnikoff
2%. Adicionar 2ml de
clorofórmio. O teste será
positivo se a cor designada
puder ser extraída na fase
clorofórmica.
A.3. Duquenois - Levine,Solução A: Adicionar 2,5ml de
modificado acetaldeído de 2,0g de vanilina
a 100ml de etanol a 95%.

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Solução B: HCl concentrado.

Solução C: Clorofórmio.

Procedimento: adicionar 1
volume da solução A à droga e
agitar durante 1 minuto.
Depois de adicionar a solução
B, agitar suavemente e
determinar a cor obtida.
Adicionar 3 volumes da solução
C e agitar. O teste é positivo se
a cor designada puder ser
extraída na solução C.
Dissolver 1,0g de vanadato de
A.4. Mandelin amônio em 100mol de ácido
sulfúrico concentrado.
Adicionar cuidadosamente
100ml de ácido sulfúrico
A.5. Marques
concentrado a 5ml de
formaldeído a 40%.
A.6. Ácido Nítrico concentrado  
Adicionar 2,0g de p.DMAB a
A.7. Para-50ml de etanol a 95% e 50ml
dimetilaminobenzaldeído de ácido clorídrico
concentrado.
Dissolver 2,0g de cloreto
férrico anidro ou 3,3g de
A.8. Cloreto Férrico hexahidratado de cloreto
férrico em 100ml de água
destilada.
Dissolver 2,0g de ácido
molibdênico ou molibdato
A.9. Froehde
sódico em 100ml de ácido
sulfúrico concentrado a quente.
Dissolver 1,0g de ácido
A.10. Mecke selênico em 100ml de ácido
sulfúrico concentrado.
A.11. Zwikker Solução A: Dissolver 0,5g de
pentahidratado de sulfato de
cobre II em 100ml de água
destilada.

Solução B: Adicionar 5ml de

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piridina a 95ml de clorofórmio.

Procedimento: adicionar 1
volume de solução A à droga;
seguidamente, adicionar 1
volume da solução B.

Tabela 7. Coloração final produzida por reagentes A.1 até A.11.

COLORAÇÃO
MATERIAL REAGENTE
FINAL
Azul
Cocaína A.1 esverdeado
intenso
Azul
Heroína A.1 esverdeado
intenso
Cocaína A.2 Marrom
Azul
Maconha A.3
acinzentado
Alaranjado
Cocaína A.4
intenso
Pardo-roxo
Heroína A.4
médio
Morfina A.4 Verde escuro
Ópio A.4 Verde claro
Alaranjado
Mescalina A.5
escuro
Vermelho
Morfina A.5
muito escuro
Pardo-roxo
Ópio A.5
escuro
Heroína A.6 Amarelo claro
Alaranjado
Morfina A.6
brilhante
Vermelho
LSD A.7
escuro
Alaranjado
Morfina A.8
brilhante
Amarelo
Codeína A.9
intenso
Mescalina A.9 Amarelo

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intenso
Azul
Codeína A.10 esverdeado
escuro
Verde azulado
Heroína A.10
intenso
Vermelho
PentabarbitalA.11
claro
Vermelho
Fenobarbital A.11
claro

TESTE DE SOLUBILIDADE

Também é somente um teste de orientação, preliminar, baseado na


solubilidade das substâncias.

Ex.: LSD - muito solúvel em água; Cocaína - muito solúvel em éter e


clorofórmio; Morfina - solúvel em etanol.

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO

É baseado no fato de que cada substância apresenta um ponto de fusão


característico. Porém, nem sempre é possível determinar o ponto de fusão da
amostra, principalmente devido ao grande grau de impureza da mesma.

CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA

É uma técnica rápida e prática. Neste teste são usadas placas de vidro
recobertas com sílica gel. Cada placa é dividida em quatro partes de igual tamanho
(marcação feita à lápis).

A aplicação da amostra é feita mediante uso de micropipeta (cerca de 1µl


de solução) distando 2cm da extremidade da placa. Feito isto a placa é colocada
para secar. Depois de seca a placa é imersa num sistema de solventes (geralmente
amônia), contido num recipiente de vidro com tampa, até o desenvolvimento
alcançar a marca de 10cm. Após, retira-se a placa e põe-se para secar.

Posteriormente é realizada a revelação das placas sob incidência de


radiação ultravioleta, seguida de revelação em Iodo-platinado.

TESTE DE CRISTALIZAÇÃO

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Consiste em colocar uma pequena dose da droga questionada em meio
ácido, sobre uma plaqueta de vidro. Feito isto, adiciona-se solução de cloreto áurico
a 2%. Em seguida a plaqueta de vidro é levada para observação em microscópio
com ampliação de cem vezes. Este teste só é aplicado quando a droga forma
cristais característicos.

ESPECTROSCOPIA NO ULTRAVIOLETA

Os espectros no ultravioleta, registrados para as moléculas, são de


absorção. São obtidos colocando-se as substâncias em um espectrômetro que
analisa a energia transmitida e a compara com a energia incidente, a cada
comprimento de onda. Espectros no ultravioleta, resultantes de excitações
eletrônicas, são obtidos de compostos que contêm ligações insaturadas.

ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO

Nos espectros no infravermelho a diferença entre a intensidade do feixe


de referência e do feixe transmitido mede a quantidade de radiação absorvida. A
frequência da radiação sob exame é variada automaticamente. No fotômetro as
frequências de radiação são comparadas às intensidades relativas dos feixes
transmitidos e de referência, e a percentagem obtida é lançada em gráfico como
função do número de ondas.

Os espectros de infravermelho são regularmente usados para facilitar a


identificação de grupos funcionais. A presença e a ausência de absorções
específicas podem ser usadas para reconhecer-se a presença ou a ausência de
determinado grupo funcional em uma molécula.

CROMATOGRAFIA GASOSA COM DETECÇÃO NO ESPECTRÔMETRO DE


MASSA

O procedimento utilizado na cromatografia gasosa é semelhante à


cromatografia em camada delgada, exceto pelo fato de que a fase móvel e a
amostra estarão em estado de vapor.

Um espectro de massas é o registro do que acontece com as moléculas


quando estas são bombardeadas em fase gasosa por um feixe de elétrons. As
moléculas são destruídas em pedaços. Usualmente é possível deduzir do estudo dos
fragmentos a estrutura da molécula original.

O teste de cromatografia gasosa com detecção no espectrômetro de


massa usa os dois em conjunto.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

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Para obter-se um espectro de ressonância magnética nuclear de uma
amostra, esta é colocada no campo magnético no espectrômetro, e um campo de
radiofrequência é aplicado, passando-se uma corrente por uma serpentina que
envolve a amostra. O campo magnético é aumentado aos poucos e a excitação dos
núcleos de uma orientação para a outra é detectado como uma voltagem induzida,
resultando da absorção de energia do campo de radiofrequência. Um espectro de
ressonância magnética nuclear é um gráfico de voltagem induzida contra a
varredura do campo magnético.

A partir do espectro de ressonância magnética nuclear, o número, a


natureza e o ambiente dos hidrogênios em uma molécula podem ser determinados.
Assim, o espectro no infravermelho juntamente com o espectro de ressonância
magnética nuclear fornecem a estrutura do esqueleto molecular.

15) BIBLIOGRAFIA

 Frederico G. Graeff. Drogas psicotrópicas e seu modo de ação.


Segunda edição. São Paulo. EPU, 1989.
 Lauro Sollero. Farmacodependência. Livraria Agir. Editora Rio
de Janeiro, 1979.
 Norman L. Allinger, Michael P. Cava, Don C. De Jongh, Norman
A. Lebel. Calvin L. Stevens. Química Orgânica. Segunda edição. Editora
Guanabara Koogan S.A., 1978.
 E.G.C. Clarke. Isolation and Identification of Drugs. London: The
Pharmaceutical Press, 1975.

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