NG3-DR3 - Saúde - Recursos de Apoio - Medicinas e Medicação
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Área de Competências-Chave
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Tema 3: Medicinas e Medicação
A organização dos serviços de saúde sofreu, através dos tempos, a influência dos conceitos religiosos,
políticos e sociais de cada época e foi-se concretizando para
dar resposta ao aparecimento das doenças.
Nos últimos 40 anos, Portugal foi sofrendo
transformações muito importantes que podemos balizar
desta forma: democratização e descolonização (1974),
entrada na CEE (1985) e integração na União Monetária
Europeia (2000), num ambiente de rápida transição de
paradigma tecnológico. Estas mudanças assumiram um
enorme impacto na saúde.
Torna-se muito importante conhecer a evolução do
sistema de saúde português, para que possamos
compreender os fatores que influenciaram a sua configu-
ração atual. Página principal do Portal da Saúde espaço de informação e de
acesso a diferentes serviços do Serviço Nacional de Saúde.
Disponível em: https://www.sns.gov.pt/
No início dos anos 70 do século XX, o sistema de saúde português estava muito fragmentado e era
assumido por vias sobrepostas:
. alguns grandes hospitais estatais, gerais e especializados,
Até à década de 70 do século
localizavam-se nos grandes centros urbanos; passado grande parte dos cuidados
. uma extensa rede de hospitais das misericórdias (instituições de saúde era garantida pelas
centenárias de solidariedade social) ocupavam um lugar de misericórdias. Procura conhecer o
grande relevo, uma vez que geriam grande parte das funcionamento de uma
misericórdia, tendo em conta as
instituições hospitalares e outros serviços por todo o país;
suas áreas de atuação.
. postos médicos dos Serviços Médico-Sociais da Previdência
prestavam cuidados médicos aos beneficiários da Federação de “No início de 1970, Portugal
apresentava indicadores
Caixa de Previdência; socioeconómicos e de muito
. serviços de saúde pública (centros de saúde a partir de 1971); desfavoráveis no contexto da Europa
Ocidental de então: uma taxa de
. médicos municipais; mortalidade infantil de 58,6 (50 em
. serviços especializados para a saúde materno-infantil, 2001), aproximadamente 8000
médicos (à volta de 33 000 em 2001,
tuberculose e doenças psiquiátricas; com um pequeno incremento
. setor privado especialmente desenvolvido na área do populacional ao longo destes 30 anos),
37% de partos hospitalares (99% em
ambulatório. 2001).”
A capacidade de financiar os serviços públicos da saúde era
Observatório Português dos Sistemas de
muito limitada - a despesa com a saúde era de 2,8% do PIB em 1970. Saúde, consultado a 04 de julho, 2011
As profissões da saúde, principalmente médicos, adaptavam-se
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às limitações económicas no setor e à debilidade financeira das instituições públicas acumulando diferentes
ocupações, de forma a conseguir um nível de remuneração e de satisfação profissional aceitável.
No início da década de 70 do século passado, em paralelo com outras reformas na sociedade portuguesa,
foram criadas as maiores alterações no sistema de saúde português. A reforma do sistema de saúde e da
assistência, legislada em 1971, foi concebida no espírito daquilo que, sete anos mais tarde, vem a ser
preconizado pela Declaração de
Alma Ata, como "cuidados de
saúde primários". Apesar de uma
implementação limitada, esta
reforma constituiu-se como a base
do futuro Serviço Nacional de
Saúde.
O principal objetivo foi a
Imagem disponível em: http://spms.min-saude.pt/blog/2014/09/01/35o-aniversario-do-servico-nacional-de-
diminuição das barreiras ao acesso saude-35-anos-a-cuidar-dos-portugueses/
As crises económicas dos anos 70 foram importantes para o fim de um período de crescimento económico
e de brusca expansão dos sistemas de proteção social na Europa.
Esta década foi marcada por uma estabilidade política sem precedentes desde a Revolução de Abril.
Portugal tornou-se membro da Comunidade Económica Europeia (agora União Europeia) e, em 1986, tornou-
se possível o financiamento europeu para o desenvolvimento de infraestruturas sociais e económicas,
nomeadamente no setor da saúde. As instalações e equipamentos do SNS continuaram a expandir-se. Uma
proporção crescente da riqueza do país era destinada à saúde. (Poderá consultar diversa legislação em aqui).
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Desta forma, foi necessário realizar alterações ao nível da gestão organizacional para melhorar a
efetividade e eficiência do setor da saúde. As principais medidas que ocorreram ao longo desta década foram:
. O Alargamento do SNS a rede de cuidados de saúde. A legislação de 1990 (Lei de Bases da Saúde) definiu o
papel do SNS num contexto mais alargado do sistema de saúde.
. Um novo papel para o setor privado. Esta nova legislação também se destinava a estimular 0 setor privado
na área da saúde, incluindo a gestão privada de instituições de saúde.
. Regionalização e integração do SNS. Em 1993,
foram estabelecidas cinco regiões
administrativas de saúde (Administrações
Regionais de Saúde), assim como "unidades
funcionais" entre hospitais e centros de saúde.
Estas últimas tinham como objetivo conseguir
uma melhor integração entre cuidados
primários, secundários e terciários.
. lntrodução de taxas moderadoras. Em 1990, o
Governo introduziu taxas moderadoras no SNS
com exceção para grupos de risco ou Imagem disponibilizada em: http://www.jm-madeira.pt/artigos/m%C3%A9dicos-do-
centro-celebram-35-anos-do-servi%C3%A7o-nacional-de-sa%C3%BAde
economicamente desfavorecidos.
. Profissões de saúde. Melhores salários em troca de uma maior separação entre serviços públicos e
privados. Foi feita uma tentativa para estabelecer uma maior separação entre 0 exercício em
estabelecimentos públicos e a prática privada, em troca de uma melhor remuneração. As greves médicas,
prolongadas, resultaram na melhoria salarial, mas com poucas contrapartidas.
No período entre 1985-1990 privilegiou-se a separação entre os setores públicos e privados, porém não foi
de fácil concretização.
A revisão da Constituição, em 1989, muda o Serviço Nacional de Saúde de "gratuito" para
"tendencialmente gratuito”: Isto é, de totalmente gratuito passa-se ao pagamento de taxas moderadoras, com
vista a uma maior justiça social e racionalização dos recursos. A nova lei do Serviço Nacional de Saúde também
significou que o financiamento da saúde começou a provir do Orçamento Geral do Estado substituindo o
financiamento com base nos fundos sociais.
O ano de 1990 é considerado decisivo para o Sistema de Saúde Português. Pela primeira vez, a proteção da
saúde é perspetivada não só como um direito, mas também como uma responsabilidade conjunta dos
cidadãos, da sociedade e do Estado, em liberdades procura e de prestação de cuidados. A promoção e a defesa
da saúde pública são efetuadas através da atividade do Estado
e de outros entes públicos, podendo as organizações da
sociedade civil ser associadas àquela atividade. Os cuidados de
saúde são prestados por serviços e estabelecimentos do Estado
ou, sob fiscalização deste, por outros entes públicos ou por
entidades privadas, sem ou com fins lucrativos.
De 1990 a 1993, estabelecem-se novos benefícios para as
carreiras profissionais ligadas à saúde. Para tal, faz-se uma
clara separação entre o público e o privado, de forma a atrair
um maior número de profissionais para o Serviço Nacional de
Saúde.
Em 1993, as crescentes exigências das populações em
termos de qualidade e de prontidão de resposta aos seus
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anseios e necessidades sanitárias exigem que a gestão dos recursos se faça tão próximo quanto possível dos
seus destinatários. Daqui resulta a criação das regiões de saúde.
Entre 1993 e 1995, a opção política passou a orientar-se para
a possibilidade de aumentar o financiamento privado no
sistema de saúde e na ideia da gestão privada das unidades
públicas de saúde. Muito próximo do final deste ciclo aprova-se
a experiência de gestão privada do Hospital Fernando Fonseca
(Amadora-Sintra), que se pode considerar a primeira
manifestação prática do espírito da Lei de Bases de 1990.
O receituário do Serviço Nacional de Saúde torna-se
universalmente disponível.
Imagem disponível em:
As listas de espera cirúrgicas nos hospitais portugueses http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/1827/servico-nacional-de-
saude-esta-ser-decapitadoservi%C3%A7o-nacional-de-sa%C3%BAde
começam a assumir proporções preocupantes - surge o
programa de recuperação das listas de espera ("PERLE").
Durante este período, numa lógica de continuidade com o período anterior, há um forte investimento nas
infraestruturas do Serviço Nacional de Saúde (centros de saúde e hospitais). Porém, relativamente aos
recursos humanos a ausência de uma política sustentada comprometeu o desenvolvimento do sistema de
saúde, isto é, ainda não se consegue garantir uma distribuição equitativa, a nível nacional, dos recursos
humanos ligados à saúde.
Em finais de 1996, estreava-se uma nova estratégia política para a saúde, assente em quatro grandes
valores e princípios: a mudança centrada no cidadão e nas necessidades de saúde da população; a proteção e
a promoção da saúde como motor de toda a ação dos serviços de saúde, visando obter ganhos em saúde; o
envolvimento de todos os componentes do sistema de saúde na ação comum de proteção e promoção da
saúde; a solidariedade e equidade enquanto razões fundamentais para manter e aperfeiçoar o Serviço
Nacional de Saúde.
Num contexto de estabilidade política foi adotado um processo
de reforma cauteloso centrado em princípios da "nova gestão
pública" aplicada à reforma do SNS.
De 1996 a 1999 desenvolve-se uma ampla "estratégia para a
viragem do século" que incluía metas de 5 e 10 anos para ganhos
em saúde e desenvolvimento de serviços.
Em 1996, define-se que todos os hospitais devem adotar novas
formas de gestão, mais flexível e autónoma, de "empresas
públicas':
Em 1998, preconiza-se uma política de recursos humanos
criando-se mais duas escolas de Medicina públicas e reforçando-se
Imagem disponível em:
http://pgnasdavida.blogspot.pt/2011/09/cortes-no-servico- o ensino da enfermagem.
nacional-de-saude.htmlservi%C3%A7o-nacional-de-sa%C3%BAde
Pretendeu-se ainda melhorar as infraestruturas da saúde
pública e criar sistemas locais de saúde.
Foram implementados programas para reduzir as listas de espera cirúrgicas e para introduzir 0 cartão do
utente, e foram tomadas algumas iniciativas para regular o mercado farmacêutico, incluindo a promoção de
medicamentos genéricos.
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Em 2001, o ministro da Saúde estabeleceu normas formais para o desenvolvimento de planos diretores
regionais para os hospitais e centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde. Simultaneamente, anunciou
planos para estabelecer parcerias público-privadas (PPP) para a construção de novos hospitais.
Em 2002, dá-se a aprovação do novo regime de gestão hospitalar, isto é define-se um novo modelo de
gestão hospitalar, aplicável aos estabelecimentos hospitalares que integram a rede de prestação de cuidados
de saúde e dá-se expressão institucional a modelos de gestão de tipo empresarial.
Em 2003, é criada a rede de cuidados de saúde primários. Para além de continuar a garantir a sua missão
específica tradicional de providenciar
cuidados de saúde abrangentes aos
cidadãos, a rede deve também constituir-
se e assumir-se, em articulação
permanente com os cuidados de saúde
ou hospitalares e os cuidados de saúde
continuados, como um parceiro
fundamental na promoção da saúde e na
prevenção da doença. Esta nova rede
assume-se, igualmente, como um
elemento determinante na gestão dos
problemas de saúde, agudos e crónicos. Imagem disponível em: http://www.rtp.pt/noticias/pais/suspeitas-de-favorecimento-nos-concursos-do-
Em 2007 foi criada a Rede Nacional de servico-nacional-de-saude_n784029
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Sistema Nacional de Saúde (SNS)
O Sistema Nacional de Saúde envolve todos os cuidados de saúde, compreendendo a promoção e vigilância
da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes, a reabilitação médica e social e a
oferta da rede de cuidados continuados. O objetivo do
sistema de saúde português é proteger a saúde da Atribuições do Ministério da Saúde
população portuguesa. Para isso, o Estado pode agir no . Assegurar as ações necessárias à formulação,
execução, acompanhamento e avaliação da
sistema quer como prestador de cuidados de saúde ou como
política de saúde.
financiador de outro tipo de cuidados de saúde. A prestação . Exercer em relação ao Serviço Nacional de
de cuidados abarca o modelo público, os serviços privados, Saúde, funções de regulamentação,
as instituições sociais e o sistema misto. planeamento, financiamento, orientação,
acompanhamento, avaliação, auditoria e
As políticas de saúde promovem os princípios de
inspeção.
igualdade, generalidade e gratuitidade de saúde a todos os . Exercer funções de regulamentação,
cidadãos, independentemente da condição pessoal ou da inspeção e fiscalização relativamente às
localização geográfica, e garantem igualmente a equidade e atividades e prestações de saúde
efetividade na distribuição de recursos e utilização dos desenvolvidas pelo setor privado, integradas
ou não no sistema de saúde, incluindo os
serviços de saúde.
profissionais neles envolvidos.
O Serviço Nacional de Saúde goza de autonomia técnica,
administrativa e financeira e estrutura-se numa organização O Ministério da Saúde prossegue as Suas
descentralizada e desconcentrada, compreendendo órgãos atribuições através de serviços integrados na
administração direta do Estado, de organismos
centrais, regionais e locais, e dispondo de serviços pres-
integrados na administração indireta do Estado,
tadores de cuidados de saúde primários (centros de saúde) e de entidades integradas no setor empresarial
de serviços prestadores de cuidados diferenciados (hospitais do Estado e de órgãos consultivos.
gerais, hospitais especializados e outras instituições
www.min-saude.pt, portal da saúde. Consultado a 02 de junho, 2011
especializadas).
De acordo com a Lei de Bases da Saúde, o SNS caracteriza-se por:
. ser universal quanto à população abrangida;
. prestar integralmente cuidados globais ou garantir a sua prestação;
. ser tendencialmente gratuito para os utentes, tendo em conta as condições económicas e sociais dos
cidadãos;
. garantir a equidade no acesso dos utentes, com o objetivo de atenuar os efeitos das desigualdades
económicas, geográficas e quaisquer outras no acesso aos cuidados;
. ter organização regionalizada e gestão descentralizada e participada.
O Serviço Nacional de Saúde é composto por todas as entidades públicas prestadoras de saúde,
designadamente:
. unidades de cuidados indiferenciados/generalistas;
. unidades especializadas.
Todos os serviços e estabelecimentos do SNS,
independentemente da respetiva natureza jurídica, estão sob a
tutela do membro do Governo responsável pela área da saúde
(Ministério da Saúde) e regem-se por legislação própria.
Integram a administração direta do Estado, no âmbito do
Ministério da Saúde (MS), os seguintes serviços centrais:
. Alto-Comissariado da Saúde;
Imagem disponível em:
. Inspeção-Geral das Atividades em Saúde; http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=747392
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. Secretaria-Geral;
. Direção-Geral da Saúde.
Integram a administração indireta do Estado, sob superintendência e tutela do ministro da Saúde, os seguintes
organismos:
. Administração Central do Sistema de Saúde, IP;
.INFARMED;
.Instituto Nacional de Emergência Médica, IP;
.Instituto Português do Sangue, IP;
.Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP;
.Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP.
O órgão consultivo do Ministério da Saúde é o Conselho Nacional de Saúde. Existe, ainda, a Entidade
Reguladora da Saúde, que é uma entidade administrativa independente no âmbito do Ministério da Saúde.
Os ACES são serviços de saúde com autonomia administrativa, constituídos por várias unidades funcionais,
que integram um ou mais centros de saúde.
Os centros de saúde componentes de um ACES são um conjunto de unidades funcionais de prestação de
cuidados de saúde primários.
Para cumprir a sua missão, os ACES desenvolvem
atividades de promoção da saúde e prevenção da
doença, prestação de cuidados na doença e
encaminhamento para outros serviços de
continuidade dos cuidados.
Os ACES desenvolvem, também, atividades de
vigilância epidemiológica, investigação em saúde e
participam na formação de diversos grupos
profissionais. Os ACES podem compreender as
seguintes unidades funcionais: Área geográfica de influência do Agrupamento de Centros de Saúde
(ACES) de Santo Tirso / Trofa
. unidade de saúde familiar (USF); Imagem disponível em: http://portal.arsnorte.min-
saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Sa%C3%BAde%20P%C3%BAblica/Planeamento%
. unidade de cuidados de saúde personalizados
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(UCSP);
. unidade de cuidados na comunidade (UCC);
. unidade de saúde pública (USP);
. unidade de recursos assistenciais partilhados (URAP);
. outras unidades ou serviços, propostos pela respetiva
ARS, IP, aprovados por despacho do Ministro da Saúde,
e que sejam considerados necessários.
Em cada centro de saúde componente de um ACES
funciona, pelo menos, uma USF ou uCSP e uma UCC ou
serviços desta.
Cada ACES tem somente uma uSP e uma URAP. Cada Hospital de Santo Tirso
Imagem disponível em: http://www.cm-stirso.pt/pages/7?news_id=134
unidade funcional é constituída por uma equipa
multiprofissional, com autonomia organizativa e técnica e atua em intercooperação com as demais unidades
funcionais do centro de saúde e do ACES.
Hospitais públicos
Centros hospitalares
Tendo em conta a reorganização dos serviços de saúde foram criados centros hospitalares. Estes consistem
na articulação entre dois ou mais hospitais que em conjunto dão resposta às necessidades da população, sem
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que haja duplicação de serviços. Assim, são
criadas melhores condições de resposta
diminuindo os custos com recursos humanos e
materiais.
Um centro hospitalar é uma pessoa coletiva
pública, dotada de autonomia administrativa,
financeira e património próprio. Os centros
hospitalares regem-se pela legislação aplicável
aos estabelecimentos hospitalares do Serviço
Nacional de Saúde.
Disponível em: http://www.noticiasaominuto.com/pais/363857/passagem-de-hospital-de-santo-
Os órgãos de cada centro hospitalar, tirso-para-misericordia-concluida-no-verao
Os subsistemas públicos e privados de saúde funcionam como um sistema de saúde em que uma fração
considerável da população beneficia de mecanismos de proteção em situação de necessidade de cuidados
médicos para além do SNS.
Os subsistemas (cobertura total ou parcial de cuidados) são financiados através das contribuições dos
trabalhadores e empregadores (incluindo as contribuições do Estado enquanto entidade empregadora). Assim,
existe ainda uma parte do financiamento privada, principalmente nas formas de copagamentos e pagamentos
diretos pelos doentes e, ainda, através de prémios de seguros privados e instituições mutualistas.
Atualmente, considera-se a existência de 16 subsistemas de saúde, sendo responsáveis pelo
financiamento/prestação de cuidados de saúde a quase 20% da população.
Os principais subsistemas públicos de saúde são a ADSE (Assistência na Doença aos Servidores Civis do
Estado), os SSMJ (Serviços Sociais do Ministério da Justiça), a ADMA (Assistência na Doença aos Militares da
Armada), a ADMFA (Assistência na Doença aos Militares da Força Aérea), a ADME (Assistência na Doença aos
Militares do Exército), os SAD/PSP (Serviços de
Assistência na Doença da Polícia de Segurança
Pública) e os SAD/GNR (Serviços de Assistência
na Doença da Guarda Nacional Republicana).
Os maiores subsistemas privados de saúde
são: Portugal Telecom, CTT e SAMS, mas existe
ainda um conjunto vasto de outros pequenos
subsistemas.
O maior desses sistemas adicionais de
proteção é a ADSE, que cobre os funcionários
públicos.
A coexistência dos subsistemas de saúde com o SNS remonta à data de criação deste último em 1979, e
mantém-se devido à ausência de decisão de os integrar no SNS, o que se prevê que venha a acontecer num
futuro próximo.
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De acordo com a legislação, o SNS português oferece cobertura universal dos cuidados de saúde a todos os
portugueses, sendo predominantemente financiado através de impostos nacionais ou regionais.
Os cuidados de saúde prestados à população são pagos por duas vias:
. ou o pagamento é realizado pela população, sob a forma de descontos diretos nos rendimentos mensais;
. ou, no caso dos indivíduos que usufruem de subsistemas de saúde, o pagamento é efetuado pelos
subsistemas de saúde, que se subsidiam também eles nos descontos mensais efetuados aos indivíduos.
ADSE
O subsistema ADSE foi criado em 1963, tendo por objetivo a proteção social nos domínios dos cuidados de
saúde, encargos familiares e outras prestações de segurança
social. A designação da ADSE foi entretanto alterada para
Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes
da Administração Pública, e é atualmente um Serviço
Integrado do Ministério das Finanças e da Administração
Pública, dotado de autonomia administrativa, com a
responsabilidade de gerir o sistema de proteção social dos
funcionários e agentes do setor público administrativo
(excetuando alguns grupos de funcionários e agentes com
subsistemas próprios). Imagem disponível em: http://www.precarios.net/
Por último, importa ainda referir a possibilidade que assiste aos utentes de recorrer aos prestadores de
cuidados de saúde numa perspetiva "privada pura”: Neste
caso, assiste-lhes o direito à liberdade de escolha do
prestador privado com 0 qual pretende celebrar o contrato
de prestação dos serviços de saúde.
Os sistemas de seguros de saúde privados são subscritos
por cerca de 10% da população. Adicionalmente, 7% da
população está coberta por fundos mútuos. Os fundos
mútuos são financiados através de contribuições
voluntárias, sendo organizações sem fins lucrativos que oferecem cobertura limitada para consultas, medica-
mentos e cuidados hospitalares.
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Cuidados de Saúde Convencionados
No tipo de cuidados de saúde abrangidos pelo SNS, temos a distinção entre cuidados de saúde primários,
secundários (ou diferenciados) e continuados (que inclui os paliativos).
Os cuidados de saúde primários assumem-se como a primeira linha de Os cuidados secundários são
garantidos por:
atuação e constituem-se como os mais importantes no que diz respeito à . hospitais;
intervenção e investimento em políticas de saúde. A sua estrutura tem . centros hospitalares;
. unidades locais de saúde (ULS).
como objetivo a promoção de saúde e a prevenção da doença.
As atividades que devem estar inseridas nos cuidados de saúde Aqui o utente pode efetuar os “check-
primários passam pela promoção de uma nutrição correta e de um ups”, ecografias, mamografias,
eletrocardiogramas, análises
aprovisionamento conveniente de água potável; por medidas de
ressonâncias magnéticas nucleares,
saneamento básico; pela saúde materna e infantil, incluindo-se aqui o etc.).
planeamento familiar; pela vacinação contra as grandes patologias
infecciosas; pela prevenção e redução de epidemias locais; pela educação sobre os problemas de saúde
predominantes e os meios de os prevenir e tratar; e pelo tratamento apropriado das doenças e dos
traumatismos correntes.
Nos cuidados de saúde primários deve existir uma participação ativa da comunidade. Sendo o direito à
saúde um direito fundamental de todos os seres humanos, a preocupação dos cuidados de saúde primários
deverá privilegiar a promoção e educação para a saúde e prevenção da doença.
Os cuidados secundários envolvem essencialmente o diagnóstico precoce e o tratamento de doenças, isto
é, quando surge a suspeita de doença (pela sintomatologia, historial familiar/predisposição genética, estilo
devida, etc.), o utente é encaminhado para os centros de exames complementares de diagnóstico. Detetada a
doença e depois de diagnosticada, o utente pode manter o acompanhamento médico nos cuidados de saúde
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primários ou, em caso de maior gravidade, pode haver necessidade de tratamentos especializados em meio
hospitalar.
Este tipo de cuidados de saúde é muito mais caro, e atua em situações
de doença instalada, portanto, atua, não previne.
Os serviços de saúde que visam garantir a prestação de cuidados de
saúde diferenciados passam por consultas externas de especialidade,
intervenções cirúrgicas, internamento e serviços de urgência, à população
de determinada área geográfica.
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), a funcionar no âmbito dos Ministérios da
Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social, foi criada pelo Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho.
Por cuidados continuados entende-se o conjunto de intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio
social. Entendidos como o processo
terapêutico e de apoio social, ativo e
contínuo, visam promover a autonomia do
indivíduo, melhorando a funcionalidade da
pessoa em situação de dependência, através
da sua reabilitação, readaptação e
reinserção familiar e social.
Isto é, os cuidados continuados
integrados resumem-se, essencialmente, às
intervenções de saúde direcionadas para a
convalescença/reabilitação de situações de
doença. Os principais objetivos são os de
auxiliar o utente a recuperar o mais
Disponível em: http://www.arsalgarve.min-saude.pt/portal/?q=node/3159
eficiente e eficazmente possível ou, ainda, a
adaptar-se a eventuais perdas na autonomia e independência na realização e satisfação das atividades de vida
diária e necessidades humanas básicas.
Em concreto, a prestação dos cuidados de saúde e de apoio social é assegurada pela RNCCI através de
vários serviços, tal como é possível observar no quadro seguinte:
Redes de Referenciação
Dada a existência de vários tipos de prestadores, cada um deles com a sua hierarquia e níveis de cuidados
específicos, é de extrema importância garantir um reencaminhamento eficaz dos utentes dentro do sistema,
de modo a garantir um uso racional e eficiente dos recursos disponíveis. Para tal, recorre-se às chamadas
redes de referenciação.
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As redes de referenciação são definidas como sistemas através dos quais se pretende regular as relações de
complementaridade e de apoio técnico entre todas as instituições, de modo a garantir o acesso de todos os
doentes aos serviços e unidades prestadoras de cuidados de saúde, sustentado num sistema integrado de
informação interinstitucional (Direção-Geral de Saúde, Direção de Serviços e Planeamento, 2001).
Estas redes, concebidas tendo em conta as necessidades da população e os recursos disponíveis em cada
região (e consoante a especialidade médica em causa), procuram articular e interligar os diferentes
tipos/níveis de cuidados, explorando a sua complementaridade e tentando maximizar a rentabilidade dos
mesmos. É por isso de extrema importância o estudo destas redes e o desenvolvimento de mecanismos e
técnicas que tentem avaliar a sua eficácia e o impacto de alterações às
mesmas.
A referenciação entre os cuidados primários e secundários assume
particular importância já que sendo o médico de família no Centro de Saúde
aquele que faz a avaliação inicial da situação, decidindo a forma como o
doente será abordado, tem uma grande influência nos gastos do sistema e na
carga de trabalho dos cuidados secundários, o que reforça a relevância de se
estudar este tipo de referenciação.
As redes de referenciação hospitalar (RRH) refletem a oferta existente
desejável nos hospitais do SNS, em cada região de saúde. Assim, as RRH têm
por objetivo estabelecer, nas diversas especialidades médico-cirúrgicas, a
articulação funcional entre hospitais do SNS, de modo a garantir que a
prestação de cuidados ocorra no local que apresente a diferenciação técnica
e tecnológica capaz de disponibilizar a resposta que é exigida pela situação clínica do doente.
As RRH são desenhadas atendendo às competências e realidade de cada hospital, à complementaridade
entre hospitais da mesma região e regiões e também aos parâmetros epidemiológicos de distribuição das
doenças, às características sociodemográficas das populações e à sua dispersão no território. Por este motivo,
as RRH são instrumentos de referência fundamentais na regulação do acesso a cuidados de saúde.
Os últimos anos têm criado diferentes desafios à saúde em Portugal, ao nível da generalização do acesso
das populações a cuidados de saúde de qualidade, na tentativa da diminuição das assimetrias regionais, mas
também, e cada vez mais, ao nível da eficiência e do controlo da despesa. Este equilíbrio, associado ao recente
agravamento da conjuntura económica e social, exige um esforço adicional para a garantia da eficiência e
eficácia do sistema de saúde.
As características sociais e
económicas de um país e da sua
população são intrínsecas a qualquer
sistema de saúde e, nalgumas
vertentes, são simultaneamente causa
e consequência do próprio sistema.
De acordo com os dados mais
atuais, estima-se que a população
residente em Portugal seja de 10,6
milhões de pessoas, encontrando-se
Disponível em: http://www.pordata.pt/Portugal/Hospitais+n%C3%BAmero+e+camas-142 mais de metade da população (59,5%
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em 2008) concentrada junto dos grandes centros urbanos. Tem-se verificado um aumento da população nos
últimos anos, tendo, em menos de uma década, a população crescido em quase 5%. No entanto, esse
crescimento populacional tem sido continuamente acompanhado por uma inversão da pirâmide demográfica,
com um alargamento das camadas superiores e uma diminuição das camadas inferiores.
Atualmente, não se pode conceber a saúde sem
levar em linha de conta o suporte tecnológico. Os
progressos da tecnologia têm assumido um papel
fundamental na melhoria dos cuidados de saúde, com
reflexos evidentes na exatidão do diagnóstico e
contribuindo, em muito, para o aumento da qualidade
de vida na doença.
O nível de saúde da população portuguesa tem
verificado uma grande melhoria ao longo dos anos, do
qual destacamos os significativos aumentos na
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Medicinas tradicionais, complementares, não convencionais
“Ao ritmo veloz do mundo de hoje, em que todos andam sob constante pressão, as pessoas começam a
dedicar cada vez mais interesse à manutenção da boa saúde e do bem-estar. Há uma preocupação geral sobre
as doenças e o meio ambiente: em particular na forma como os poluentes influenciam a nossa saúde e como
os pesticidas ou rações animais contaminadas estão a
afetar os vegetais e a carne que ingerimos na nossa
dieta diária. Adultos e crianças também parecem
estar a desenvolver mais reações alérgicas à comida e
aos poluentes gerais do meio ambiente, e doenças
como a asma estão agora a afetar em particular as
crianças. Uma das teorias afirma que a asma infantil
está a aumentar devido à abundância do fumo do
tráfego e também por causa da poeira presente em
todos os lares.
As pessoas estão também a desenvolver uma
crescente resistência aos antibióticos usados para
tratar diferentes infeções e investigam tratamentos
Imagem disponível em: http://linksdistodaquilo.blogspot.pt/2014/04/medicina-chinesa-
complementares que as ajudem a melhorar os seus passa-integrar-lista.html
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homeopatia.
O tratamento complementar de saúde pode contribuir em muito para melhorar a atitude mental de uma
pessoa e ajudar ou curar vários problemas.
Contudo, no caso de uma doença grave ou
terminal, apenas certas terapias são recomendadas
e nunca devem ser utilizadas em substituição do
tratamento ortodoxo, mas sim como técnica
auxiliar. A acupuntura, por exemplo, pode
impulsionar o sistema imunitário de pacientes
cancerosos ou com HIV, melhorando ao mesmo
tempo a sua atitude mental e as perspetivas gerais
da sua doença.” Imagem disponível em: http://www.bolsademulher.com/medicina-
alternativa/1200/eficacia-da-integracao-entre-as-medicinas-alternativa-e-tradicional
Retirado de: Lavery, Sheila et al. Enciclopédia das medicinas Complementares (1997) Editora Jornal Público.
As medicinas tradicionais, complementares e alternativas são práticas terapêuticas que não são
consideradas parte integrante da medicina alopática (convencional). Podem ter falhas do ponto de vista das
explicações biomédicas mas, à medida que vão sendo
investigadas, muitas tornam-se largamente aceites (entre estas,
O homem e o universo
podemos referir as terapias manipulativas e a acupuntura),
Em geral, estas medicinas ancestrais não
enquanto com outras acontece o contrário. concebem o ser humano excluído do meio
A designação "complementar" justifica-se quando usada a ambiente, antes como parte dele (as
par do tratamento convencional e o termo "alternativo" refere- energias vitais ocorrem em todas as
se às que se utilizam em vez dele. Nos dias de hoje é comum a manifestações da vida), e desenvolveram
tendência para usufruir de saberes antigos e viver de um modo técnicas específicas para restituir os
mais saudável, valorizando o bem-estar e o equilíbrio do corpo processos de harmonia perdidos. Assim, as
práticas "suaves" partilham pontos de vista,
e este movimento está a par da procura de tratamentos
nomeadamente:
alternativos. Estes, apesar de os utilizadores assumirem sempre · o corpo humano tem a capacidade de se
como "naturais", não são inofensivos em todas as situações, reequilibrar e manter esse equilíbrio,
pelo que é útil procurar informar-se antes de os utilizar e designado homeostase;
consultar o médico convencional quando tem queixas de saúde. · a cura, ou a diminuição do problema,
consegue-se mais rapidamente se o
paciente se responsabilizar e empenhar
no tratamento;
Um modo de preservar conhecimentos · tratar as causas do problema é mais
importante do que os sintomas do
Nas regiões em desenvolvimento, as curas ancestrais são mesmo;
requisitadas desde sempre. Já o Ocidente começa agora a · cada indivíduo é único - um todo, dotado
aderir às mesmas práticas, uma vez que estas implicam uma de corpo, mente e emoções. Assim, para
conceção de saúde mais completa. Segundo a Organização se avaliarem a saúde e o tratamento,
Mundial de Saúde (OMS), três em cada quatro pessoas sero- valorizam-se igualmente características
físicas e psicológicas, bem como
positivas ou com sida recorrem a terapias complementares.
contextos sociais e ambientais.
Além de poderem contribuir para aliviar o sofrimento
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provocado por doenças crónicas, estas são ainda utilizadas no tratamento de doenças infecciosas.
Em Portugal, a Lei do Enquadramento-base das Terapêuticas
Não Convencionais (Lei n.º 45/2003, de 22 de Agosto) A higiene na medicina
reconhece a acupuntura, a homeopatia, a osteopatia, a
Como os médicos e estudantes passavam
naturopatia, a fototerapia e a quiroprática, cabendo ao
diretamente da sala de dissecação de
Ministério da Saúde a credenciação e a tutela destas práticas. cadáveres para a sala de partos,
De acordo com o plano mundial da OMS, é fundamental Semmelweiss intuiu que as mãos deles
regulamentar as medicinas tradicionais em todo o Mundo e, transportavam um "agente invisível" que
simultaneamente, defender estes conhecimentos, utilizados provocava a febre puerperal (relativa ao
por cerca de 80 por cento da população dos países em desen- parto e/ou à recente mãe). A hipótese
volvimento e com cada vez mais adeptos nos países também foi levantada devido à morte do
patologista Kolletschka, seu amigo, que se
industrializados.
cortara com um bisturi durante uma
Nos países pobres isso acontece por tradição cultural, ou autópsia. O seu exame mostrou-se parecido
porque não existem outras opções; já nos países ricos estes com os das mães que morriam na
saberes são, em parte, procurados, devido ao facto de muitas maternidade. Semmelweiss fez com que os
pessoas assumirem que os remédios naturais são inócuos. estudantes e médicos que vinham da morgue
lavassem as mãos com água clorada, antes
de qualquer exame obstétrico, o que se
repercutiu positivamente na incidência de
Protegendo os utilizadores febre e mortalidade puerperal: em 1848
estava abaixo de 1,3 por cento.
Contudo, à medida que o uso das medicinas tradicionais Apesar disso, não contou com o apoio de
cresce, também aumenta o número de registos sobre reações ninguém: foi despedido e regressou à
adversas. A referida organização alertou ainda para os riscos de Hungria em 1850, para trabalhar num
reações perigosas decorrentes da combinação de terapias hospital em Peste. Morreu em 1865, num
alternativas com medicamentos ou práticas da medicina asilo para doentes mentais, e o seu
importante contributo para a Medicina só foi
convencional.
reconhecido a título póstumo.
A acupuntura ou a fototerapia, cujos benefícios estão
cientificamente reconhecidos, têm de ser utilizadas com as
mesmas precauções que a vulgarmente conhecida medicina tradicional, pois podem ser prejudiciais quando
conjugadas com medicamentos ou rotinas convencionais.
Já ocorreram casos de hemorragias durante cirurgias, porque os doentes tomavam um medicamento
"natural" para problemas de circulação e os médicos desconheciam o facto.
A escolha de técnicos qualificados é outro aspeto fulcral, pois foram relatados casos de tratamentos de
acupuntura e manipulação, prestados por pessoas não qualificadas, que resultaram em doença pulmonar bem
como paralisia.
Além disso, como muitos destes
produtos medicinais são de venda livre,
utilizam-se para automedicação e são
preparados por conhecidos ou pelo
consumidor, é legítimo questionar as suas
qualidades e correta indicação
terapêutica. Imagem disponível em: http://naturmed.com.pt/index.php?oid=643&op=all
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A fim de fomentar o uso adequado das medicinas tradicionais, a OMS preparou diretrizes com base em
provas e experiências reunidas em 102 países, nomeadamente algumas questões que podem ajudar os
consumidores nas suas decisões:
· A terapia é adequada para a sua doença ou
problema?
· Pode prevenir, aliviar ou curar sintomas, ou contribuir
para melhorar a sua saúde e o bem-estar?
· Tem acesso a um profissional qualificado e
credenciado?
· Os produtos ou materiais têm garantia de qualidade?
· Quais são as respetivas contraindicações e os
cuidados de utilização?
· Os preços das terapias ou produtos medicinais são
competitivos?
Devemos ponderar todos os aspetos referidos antes de optar por qualquer uma destas terapêuticas.
Retorno à prevenção
De certo modo as terapias naturais herdaram pontos de vista de saberes tradicionais, que os atuais
médicos-feiticeiros da Austrália, dos Estados Unidos e de África continuam a praticar. O facto de serem cada
vez mais requisitadas tem a ver com algum desencanto relacionado com a medicina convencional. Contudo,
este "regresso às origens" remonta ao início do século XVIII, com o surgimento da homeopatia, seguida, no
final do século XIX, pela osteopatia e
pela quiroprática.
Entretanto, desenvolveram-se muitas
outras terapias e houve casos de
médicos ortodoxos que defenderam
técnicas profiláticas, como o obstetra
húngaro Ignaz Semmelweiss (1818-65),
duramente afastado pelos pares. Em
1845, quando trabalhava no hospital de
Viena, constatou que a taxa de
mortalidade das parturientes do serviço
assegurado pelas parteiras era duas a
quatro vezes menor do que a das que
ficavam na ala dos médicos e estudantes
Imagem disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/nutricao-para-prevenir-
de Medicina. Estranhamente, eram as doencas/2185/
De seguida vamos abordar algumas das terapêuticas não convencionais mais requisitadas, de modo a
apresentar uma perspetiva geral dessas técnicas.
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Terapêuticas orientais
A harmonia entre o corpo e a mente pode conseguir-se através de diversas práticas ancestrais, familiares
a milhões de pessoas no mundo asiático.
ACUPUNTURA
No Oriente já se praticava antes do nascimento de
Jesus Cristo. No Ocidente continua a tornar-se cada vez
mais popular.
Na Mongólia, foram descobertas agulhas de
acupuntura talhadas em pedra, datadas do Neolítico
(2500a. C). Na obra Nei Jing (O Clássico de Medicina
Interna do Imperador Amarelo), datada de cerca de 200
anos a. C., também são referidos outros materiais para
estas ferramentas médicas, como bambu, prata, ouro e Pontos da acupuntura - Imagem disponível em:
http://www.caminhantes2.com/page_63.html
ainda a queima de plantas (moxibustão).
A acupuntura é encarada, essencialmente, ponto de
vista preventivo e curativo: além de oferecer uma via para viver longa e saudavelmente, também é
reconhecida como eficaz no tratamento de doenças, no alívio da dor e na analgesia de pacientes que vão ser
operados.
Em que consiste
O termo designa o ato de inserir agulhas muito finas na superfície corporal, estimulando pontos específicos,
chamados pontos de acupuntura ou acupontos, equilibrando a circulação da energia no corpo. O tratamento é
indolor, podendo causar ligeiras sensações de formigueiro ou choque e está integrado na Medicina Tradicional
Chinesa (MTC). Este complexo sistema de cuidados de saúde inclui ainda o recurso à moxibustão, à fitoterapia,
a massagens (como tuína), a ginásticas (como qi gong), a dieta e a ventosas.
No Ocidente tem sido, maioritariamente, usada para tratar tanto sintomas como doenças, mas só é
possível compreender como funciona contactando com as bases da
filosofia chinesa: o tao, yin e yang; e os cinco movimentos. As leis do
tao advogam um estilo de vida, prezando a moderação, a harmonia
com a natureza e a busca do equilíbrio. Os antigos estavam con-
vencidos de que a moderação, como filosofia de vida, permitia uma
existência longa e fecunda.
Segundo as suas crenças, a energia vital - chi (que podemos traduzir,
de forma literal, como energia), shen (espírito) e jing (essência) - vinha
da Natureza. Shen e jing eram, conjuntamente com o chi, responsáveis
pelas capacidades mentais e consciência (shen) e pelo crescimento,
desenvolvimento e reprodução Uing).
Nasce-se com uma quantidade determinada de jing que, no decurso
Imagem disponível em:
da vida, se vai perdendo. Quando o perdemos, não é possível recuperá-
http://www.caminhantes2.com/page_63.html lo. A única maneira de o preservar é viver com moderação e atenuar a
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sua perda com a MTC.
Aos conceitos yin e yang está subjacente a ideia de equilíbrio e harmonia. Os chineses acreditam que tudo,
incluindo cada indivíduo, é governado por estas duas forças opostas e complementares, yin e yang, que
afectam todo o Universo.
Yin é escuro, passivo, feminino, frio e compreende todas as
outras classificações que se podem associar a estes conceitos; yang
é claro, activo, masculino, quente e, do mesmo modo, engloba
outras ideias que se podem associar a estes termos. Simplificando,
existem dois lados para tudo: frio e quente; feliz e triste; cansado e
enérgico.
Estes opostos constituem o todo, não existem um sem o outro. O
símbolo que os representa, vastamente conhecido, é composto por Representação gráfica do Yin e do Yang - Imagem
uma cornucópia branca e outra negra, encaixadas num círculo, disponível em: http://www.caminhantes2.com/page_63.html
sendo que cada uma delas tem um pequeno círculo da cor oposta
na sua parte mais larga. O sinal tai chi indica-os a fluírem um na direção do outro, com uma pequena parte do
yin no yang e uma pequena parte do yang no yin. Corpo, mente e emoções estão sujeitos às influências destas
duas forças e à existência, ou não, de equilíbrio entre elas. Quando equilibradas, sentimo-nos bem; quando
uma domina ou está em falta, ocorrem desequilíbrios que podem desencadear problemas de saúde. É
seguindo esta lógica que o acupuntor previne da doença ou restabelece a saúde, equilibrando yin e yang, que
também fazem parte dos oito princípios da MTC. Os outros são: frio e calor; interno e externo; insuficiente e
excessivo. Estes princípios permitem que o médico estabeleça um diagnóstico energético mais preciso, para
saber como proceder ao tratamento.
A filosofia do yin e yang foi integrada no sistema dos cinco movimentos: madeira, fogo, terra, metal e água.
Cada um está relacionado com uma estação, um órgão ou uma parte do corpo, um sabor, uma cor ou uma
emoção, entre outros aspetos.
Como funciona
Coexistem várias teorias científicas sobre a eficácia da acupuntura. Algumas defendem que esta terapia age
sobre o sistema nervoso, pois ajuda a libertar endorfinas, substâncias naturais supressoras da dor. Porém, não
há explicação científica para o facto de atenuar
problemas crónicos não dolorosos, nem para 0
efeito da terapia sobre a pessoa completa.
Do ponto de vista chinês, a realidade é um todo
uno e as doenças afetam-nos de várias maneiras:
problemas físicos perturbam a mente, as emoções e
a ansiedade; isso reflete-se no mau funcionamento
de um órgão (por exemplo, quando atribuímos uma
dor de cabeça ao stress ou a situações que causem
ansiedade).
Representação gráfica do Yin e do Yang - Imagem disponível em: O stress psicológico pode desencadear sintomas
http://www.caminhantes2.com/page_63.html
físicos, como dores de cabeça, pelo que é preciso
tratar a pessoa como um todo. Assim, a doença nunca é tratada como um conjunto de sintomas isolados ou
órgãos enfermos, mas enquanto sinal de desarmonia energética. A fim de estabelecer o diagnóstico, o
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acupunctor tenta identificar o movimento fragilizado, recorrendo ao sistema dos cinco movimentos, e rela-
ciona os indícios da doença, obtendo um padrão de desarmonia.
A força da vida é o chi, o seu fluxo desobstruído e equilibrado é a base da saúde e da harmonia interior. É
esta energia que suporta, alimenta e defende cada um de nós
contra a doença física, mental e emocional, fluindo através de O interesse do Ocidente
canais invisíveis, os meridianos, onde se encontram os pontos
Foi através dos missionários jesuítas, no séc.
de acupuntura. O fluxo (também invisível) é atualmente XVI, que a acupuntura chegou à Europa. Já
descrito por investigadores como energia eletromagnética. no séc. XX, em 1928, o cônsul de França na
China, George Soulié de Morand, que
Entre os 12 meridianos principais, existem seis yin e seis
traduzira tratados médicos chineses para
yang e muitos outros, menores, formando uma rede de energia Francês, ajudou a despertar a curiosidade
através do corpo. Cada canal está ligado a um órgão ou uma sobre o tema quando regressou ao seu país.
Em 1939, o médico Paul Ferreyrolles
função do corpo e nomeia-se em conformidade.
começou a ensinar acupuntura aos técnicos
Ao longo desses meridianos existem centenas de pontos de de saúde parisienses e essa prática
acupuntura, descritos por um nome, um número e o meridiano generalizou-se em diversos países ocidentais.
Mais tarde, em 1972, quando o presidente
a que pertencem.
Richard Nixon visitou a China, um membro
Um corpo saudável traduz o fluxo livre do chi, mas energia da sua comitiva necessitou de ser operado
fraca, estagnada ou bloqueada pode originar alguns incómodos de urgência a uma apendicite, num hospital
de Pequim. A anestesia e o alívio das dores
físicos, emocionais ou mentais. Os fatores causadores de
do pós-operatório através da acupuntura
desequilíbrio podem ser internos, relacionados com a foram relatados pelo paciente, um jornalista.
estabilidade energética de cada pessoa, quando estamos O facto chamou a atenção geral e os
estudantes de outros países passaram a
doentes, mas também podem coexistir com outros fatores
frequentar as faculdades chinesas de MTC.
externos, como o frio, a humidade, o vento ou a secura e o
calor, bem como situações de excessos de trabalho ou
de atividade. A fim de restabelecer o fluxo ideal de
energia, o acupuntor vai estimular ou dispersar a
energia nos pontos necessários para compensar o
desequilíbrio causado.
SHIATSU
Teve origem no Japão, onde foi muito popular no séc. XVI, como terapia para tratar o indivíduo na sua
totalidade – mente, corpo e espírito. Praticada deste sempre em todo o Oriente, esta técnica está a chegar,
aos poucos, até mesmo aos menos "crentes". É uma evolução das vulgares massagens para algo mais
complexo, seguindo os princípios da acupuntura.
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Em que consiste
No início do séc. XX, os terapeutas de amma (a antiga massagem) combinaram-na com outros
conhecimentos e práticas, nomeadamente quiroprática e osteopatia, desenvolvendo o shiatsu - a palavra
japonesa significa "pressão com os dedos". Contudo, os terapeutas também usam as palmas das mãos, os
cotovelos, os braços, os joelhos e os pés para pressionar pontos designados tsubo, localizados ao longo de 12
meridianos condutores de energia corporal. Esta terapia partilha
filosofias, tipos de diagnóstico e pontos de tratamento com a
acupuntura e é apelidado de "acupuntura sem agulhas".
Como funciona
FITOTERAPIA CHINESA
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Esta terapêutica trata e previne da falta de saúde - mental, física e emocional - através da utilização de
plantas medicinais chinesas, simples ou compostas em fórmulas. Tem um estatuto paralelo ao da acupuntura
na MTC - muitos médicos usam apenas plantas, embora seja
mais usual a combinação de ambas as práticas. Do ponto de
vista da filosofia chinesa dos opostos complementares, a
acupuntura é yang, porque a sua influência ocorre a partir do
exterior, sendo a fototerapia yin o contrário, uma vez que
influencia a partir do interior.
Assim, em casos muito específicos - como viroses,
enfraquecimento generalizado ou simplesmente pessoas que
não suportam agulhas - pode utilizar-se exclusivamente a
fototerapia, embora seja muito mais eficaz quando
complementada com a acupuntura.
A causa da doença, ou do desequilíbrio, é encontrada
através da utilização das técnicas tradicionais chinesas de
diagnóstico e as plantas são prescritas para restabelecer o Imagem disponível em: http://ortobioclinica.com.br/?p=825
Como funciona
A MTC baseia-se nos conceitos de yin e yang, os oito princípios chi e os cinco movimentos todos
desempenham um papel importante na protecção da saúde. O ponto de vista chinês, cada indivíduo é
governado por forças opostas e complementares, yin e yang. A totalidade do ser depende destas forças, que
também não existem uma sem a outra. Assim, existem elementos de cada força em cada um de nós e nada é
exclusivamente uma ou outra.
Estes remédios, quando prescritos por um profissional credenciado, são adequados para cada indivíduo;
como tal, nunca os aconselhe a alguém com sintomas idênticos. Também não deve adquiri-los sem ter
obtido o diagnóstico e a respetiva prescrição, pois algumas plantas só são seguras em determinadas doses.
Quando o paciente não reage bem (o que é raro), sentindo náuseas, mal-estar geral ou sofrendo
perturbações intestinais, deve parar o tratamento de imediato e contactar o fitoterapeuta.
MEDICINA AYURVÉDICA
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doença se espalha.
No texto Susrutha Samhita constam orientações cirúrgicas, cuidados de higiene e conselhos para viver com
saúde e alegria. De acordo com esta filosofia, cada um deve esforçar-se para realizar o seu potencial, dando
um sentido à existência, o que só é possível quando temos saúde.
Em que consiste
Como funciona
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corporal; pitha, ligada ao fogo, diz respeito ao metabolismo, à digestão, às enzimas, ao ácido e à bílis; kapha
está relacionado com a água nas mucosas, fleuma, humidade, gordura e o sistema linfático.
A estabilidade dos três doshas depende, entre outros
aspetos, de uma alimentação racional e prática de
exercício, ausência de problemas digestivos e bem-estar
espiritual e emocional. Para quem tem de enfrentar o
stresse diário não é fácil, mas esse sucesso está, de facto,
nas nossas mãos.
TERAPIA DA POLARIDADE
Foi desenvolvida por Randolph Stone, com base nas capacidades das mãos enquanto condutoras de
energia.
Rando Ph Stone (1890-1983),
naturopata, osteopata e quiroprático
de origem austríaca, com consultório
em Chicago, foi marcadamente
influenciado pela filosofia oriental e
pelos antigos sistemas de medicina,
Imagem disponível em:
nomeadamente ayurveda,
https://www.google.pt/search?q=acupuntura&rlz=1C1AVNA_enPT609PT609&espv=2&biw=1440&bih=775&source=lnm
s&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMIqeCxlvuPyAIVAcYaCh2hGAYE#tbm=isch&q=terapia+da+polaridade&img acupuntura e ioga.
rc=rqFh8N9oV79GhM%3A
Em 1945, uma leitura atenta de uma obra de Lek Raj Puri, sobre o conceito de energia e as suas po-
tencialidades curativas, originou o encontro de ambos e um estudo conjunto, do qual nasceu a terapia da
polaridade.
O fluxo de energia vital percorre oschakras, os cinco centros de energia no corpo.
Em que consiste
Mistura conceções de saúde do Oriente e do Ocidente e parte do princípio de que tudo o que existe é
energia - essa força é movimento constante e equilibrado entre polos opostos. O termo polaridade indica a
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pulsação universal de expansão/contração, ou repulsão/atração, que as terapias orientais referem como yin e
yang.
Quando esse movimento sofre um bloqueio ou perturbação ficamos
vulneráveis; como tal, deve restabelecer-se o movimento da energia vital,
para não adoecermos.
Como funciona
Trata-se de um tratamento seguro para todos, desde que seja orientado por um terapeuta qualificado.
TERAPÊUTICAS MANIPULATIVAS
As terapêuticas manipulativas visam obter respostas sensoriais através do toque. A manipulação de
tecidos e estruturas ósseas permite avaliar as suas condições de funcionalidade, corrigindo-as quando
necessário e melhorando-as.
OSTEOPATIA
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alternativa à medicina ortodoxa.
A sua religiosidade (o pai era pregador e médico autodidata) e a formação em engenharia faziam com que
considerasse o corpo humano enquanto uma peça de design perfeito. Assim, achou que a doença resultava de
tensão excessiva, capaz de condicionar disfunções mecânicas no corpo.
A sua convicção de que "a estrutura influencia a função" manteve-se um dos princípios básicos da
osteopatia atual. Still argumentou que a tensão muscular - provocada por lesões, postura incorreta ou
emoções negativas - e o desalinhamento dos ossos provocavam esforço suplementar em todo o corpo.
Ajustando a estrutura óssea eliminava-se a tensão e todos os sistemas podiam funcionar regularmente,
enquanto o corpo se curava a si próprio.
A estrutura mais importante nesta tese é a coluna dorsal,
porque protege a medula espinal, que liga o sistema nervoso
central ao cérebro. O sistema nervoso central controla todos
os movimentos do corpo, voluntários e involuntários, e
regista todas as nossas sensações.
Quando o médico começou a aplicar as novas técnicas nos
doentes, denominou-as "osteopatia", ou seja, doença dos
ossos. Apesar de obter resultados melhores do que com a
medicina ortodoxa, foi acusado por um padre de ter um
pacto com o Diabo. Obrigado a mudar-se, abriu a primeira
escola de osteopatia em 1892, em Kirksville, no Missouri.
Esta terapia manipulativa trabalha em especial sobre a estrutura do corpo (mais concretamente: esqueleto,
músculos, ligamentos e tecido conjuntivo), aliviando a dor, melhorando a mobilidade e restabelecendo a
saúde.
Uma vez que o nosso corpo funciona através da interação entre estrutura óssea, órgãos, funções, sistemas,
cérebro e emoções interdependentes, qualquer problema que afete a primeira perturba a estabilidade do
conjunto e provoca instabilidade. De igual modo, disfunções internas podem refletir-se na estrutura do corpo,
pois esta adapta-se para as compensar.
A osteopatia tem como objectivo, sobretudo,
aliviar a tensão muscular, de modo a que os músculos
funcionem bem, utilizando pouca energia (o dispêndio
de energia é maior quando estão contraídos).
Digamos que é uma questão "mecânica".
No fundo, é esse stresse mecânico ou psicológico
que provoca contração muscular, causando um
desgaste inútil de energia, fragilizando os músculos,
que se tornam menos elásticos, e impedindo a
circulação de sangue e linfa.
Imagem disponível em: http://spainforum.me/thread/osteopata.html
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Pelo contrário, a manipulação muscular liberta esses fluxos, de modo a que o sangue transporte o oxigénio
e os nutrientes necessários e as toxinas sejam eliminadas, repondo-se o equilíbrio.
Dado que o diafragma e as costelas estão rodeados por músculos, a terapia melhora, por exemplo,
dificuldades respiratórias, assim como exerce um efeito muito positivo sobre o sistema nervoso. Este integra o
cérebro, a espinal medula e milhões de células
nervosas que registam tudo o que sentimos e
condicionam as glândulas produtoras de hormonas,
além de regularem a respiração e a circulação
sanguínea. São os recetores nervosos que informam o
cérebro, permitindo que comande todos os sistemas,
órgãos, glândulas e músculos.
Como funciona
As pessoas que têm fraturas ou cancro nos ossos, artrite reumatoide, osteoporose ou qualquer problema
que fragilize a estrutura óssea não podem recorrer à osteopatia. Quem sofre de problemas originados por
pressões graves na medula espinal também não deve optar por esta terapia. Todas as outras podem receber
tratamento adaptado à sua condição física e respetivo problema, mas é imprescindível escolher um osteopata
devidamente qualificado.
QUIROPRÁTICA
Autodidacta brilhante, Palmer fundou a quiroprática no final do séc. XIX, curando um problema de
surdez decorrente do desalinhamento da coluna.
O reajustamento estrutural era já realizado por civilizações muito antigas como, por exemplo, a grega, a
tibetana, a tailandesa, a indiana e a chinesa. O próprio
Hipócrates, o "pai" da medicina, considerava conhecimento da
coluna dorsal como um pré-requisito para compreender e
tratar numerosas doenças e outros desequilíbrios.
Porém, foi em 1895, nos Estados Unidos, que o canadiano
Daniel David Palmer fundou a quiroprática que hoje
conhecemos.
Palmer adquiriu conhecimentos académicos invulgares para
a época, estudando tratados de medicina, ciência, anatomia e
fisiologia. Curou Harvey Lillard, porteiro do prédio onde
trabalhava, que padecia de um problema de surdez. Este
Imagem disponível em:
http://www.facafisioterapia.net/2007_08_01_archive.html
perdera a audição 17 anos antes, após ter sentido um estalido
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nas costas. Palmer analisou e localizou a causa do problema numa vértebra e tratou-a com um ajustamento
específico. A quiroprática nasceu desse processo e é, hoje em dia, a terceira profissão de cuidados de saúde
primários no Mundo, depois da alopatia e da medicina dentária.
Em que consiste
Como funciona
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Técnicas quiropráticas
A quiroprática é segura para. É primordial escolher um terapeuta qualificado, que adaptará o tratamento
às necessidades particulares do paciente.
MASSAGEM
A pele é maior órgão do nosso corpo e aquele que nos mantém em contacto com o Mundo. Funciona
simultaneamente como barreira, protegendo-nos do exterior e como contacto entre as nossas componentes
físicas e psicológicas.
Como uma das necessidades mais instintivas dos indivíduos é tocar e ser tocado, facilmente se compreende
que a massagem terapêutica ajuda a libertar o stress, a relaxar e a restabelecer o equilíbrio corporal. Através
deste reequilíbrio obtemos benefícios físicos e emocionais.
Na verdade, desde que nascemos, mesmo prematuramente, até atingirmos idades avançadas, podemos
sempre beneficiar com este agradável contacto físico, capaz de estimular o nosso desenvolvimento,
proporcionar bem-estar e segurança e conseguir estabilidade.
Por tudo isto, a prática já era muito popular entre gregos e
romanos e desempenhou um papel importante no âmbito
dos cuidados de saúde, até que, na Idade Média, a Igreja
Católica a catalogou como "pecado", revelando o seu
ceticismo.
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O terapeuta usa as mãos para detetar e libertar tensão muscular, atenuar rigidez nas articulações e
estimular a circulação sanguínea, garantindo uma
drenagem linfática eficaz – o que torna a pele mais
firme e brilhante.
Basicamente, a arte do "toque" tem capacidades
curativas, podendo restituir equilíbrio à saúde. É
por esta razão que a massagem é fulcral em outras
terapias, como a fisioterapia, a medicina tradicional
chinesa ou a medicina ayurvédica.
Como funciona
Prematuros, bebés de termo (nestes casos, não se podem utilizar óleos essenciais, por uma questão de
segurança) e crianças podem beneficiar desta terapia suave e eficaz, para que se sintam calmos e
emocionalmente equilibrados. Exceto no primeiro trimestre de gravidez, as futuras mães também podem
submeter-se a massagens relaxantes. As pessoas doentes só podem receber tratamento de técnicos
qualificados.
REFLEXOLOGIA
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Em que consiste
No início do séc. XX, o otorrinolaringologista William Fitzgerald interessou-se pela terapia das zonas,
segundo a qual o corpo se encontra dividido em 10
zonas verticais, da ponta dos pés à cabeça e à ponta dos
dedos.
Ao pressionar uma parte do corpo, descobriu a
possibilidade de aliviar a dor em áreas diferentes dentro
da mesma zona. Contudo, foi a fisioterapeuta Eunice
Ingham que começou a utilizar a técnica nos seus
pacientes, concluindo que se curavam mais
rapidamente. Chamou-Ihe reflexologia, criou os mapas
com as zonas reflexas dos pés e verificou que a pressão
nos pontos reflexos podia ter outros efeitos, além do
Imagem disponível em:
alívio da dor.
http://www.saudedicas.com.br/massagens/reflexologia-o-equilibrio-atraves-dos-
pes-0311375
Trata-se de aplicar pressão em áreas e pontos reflexos nos pés (também podem ser nas mãos), de modo a
estimular o sistema de saúde do corpo. A designação "reflexologia" está relacionada com a convicção de que
os pés (ou as mãos) têm partes do corpo refletidas e com o conceito de ação reflexa. Este fenómeno ocorre
quando um músculo ou órgão é ativado pela energia de um ponto de estimulação no corpo - neste caso, nos
pés (ou mãos).
Conforme as áreas trabalhadas, o
terapeuta pode atenuar a tensão,
reduzir uma inflamação, estimular a
circulação e a eliminação de toxinas,
ajudando o sistema de cura do corpo a
equilibrar-se, devolvendo-lhe a
harmonia perdida.
Como funciona
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comprometido.
Na região plantar de cada pé existem 70 mil terminações nervosas que, ao serem devidamente
estimuladas, enviam mensagens a todas as partes do corpo e do cérebro. Assim, a pressão nesta zona é capaz
de condicionar o funcionamento do corpo, melhorando-o. Os reflexologistas concebem o corpo dividido em 10
canais verticais - cinco do lado esquerdo e cinco do direito. Cada canal desce da cabeça às áreas reflexas nos
pés (e mãos) e do rosto às costas, sendo que todas as partes de um canal estão ligadas pelos percursos dos
nervos e encontram-se refletidas na área reflexa correspondente nos pés (e mãos).
Pressionando um ponto reflexo é possível reequilibrar a energia na área relacionada. Além disso, a energia
bloqueada numa zona pode afetar várias partes do corpo que correspondem a esse canal, originando diversas
queixas.
Imagine-se deitado de costas, com os pés juntos, e pense como a forma dos pés espelha a silhueta do
corpo. Os reflexologistas consideram que os órgãos e as zonas do corpo estão espelhadas nas áreas reflexas na
mesma posição que ocupam no organismo - cada pé correspondendo a metade do corpo.
Isto significa que os dedos estão relacionados com a cabeça e o pescoço, incluindo cérebro olhos, nariz e
dentes, e os calcanhares correspondem aos lados esquerdo e direito da área pélvica e do nervo ciático.
Esta terapia é segura para a maioria das pessoas, incluindo gestantes e crianças, mas é necessário optar por
um técnico qualificado. Se está no primeiro trimestre de gravidez ou medicada(o), deve indicá-Io ao terapeuta.
TERAPÊUTICAS NATURAIS
As terapêuticas naturais visam estimular a tendência do organismo para manter o equilíbrio e curar-se,
utilizando recursos naturais, como por exemplo, nutricionais, fitoterapêuticos, minerais ou animais.
AROMATERAPIA
Redescobertos pelo francês Gattefossé, no séc. XX, os óleos de aromaterapia eram já muito apreciados
pelos antigos gregos, romanos e egípcios.
Os óleos extraem-se de ingredientes naturais Estas
essências aromáticas (cerca de 400) são extraídas de
plantas, flores, árvores, fruta, cascas, ervas e sementes e
as suas diversas propriedades previnem ou melhoram
doenças.
Normalmente extraem-se por destilação a vapor, têm
capacidades diferenciadas e podem mesmo apresentar
efeitos secundários, o que dependerá das sensibilidades
de cada um. Basicamente são antivirais, anti-
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Como funciona
Embora um óleo combine, no mínimo, uma centena de componentes químicos e o efeito curativo resulte
da acção conjunta, cada um deles tem uma
característica dominante - daí poder ser relaxante,
estimulante ou paliativo.
Alguns, como, por exemplo, os óleos essenciais de
limão ou alfazema, adaptam-se às necessidades do
corpo naquele momento, devido às suas complexas
estruturas químicas sem qualquer tipo de toxinas.
Absorvidos através da pele ou inalados, afetam-nos
física e mentalmente e não são totalmente eliminados
pelo organismo. Alguns podem mesmo atuar como
antioxidantes celulares, sem graves efeitos
secundários.
Imagem disponível em: http://armeniaquindio.webnode.es/destinos-y-peajes/
Quando absorvidos pelos poros, influenciam a cir-
culação sanguínea e todo o organismo, até mesmo o
cérebro. A massagem, tal como o calor das mãos e a temperatura ambiente, promovem a absorção dos óleos,
em média, em 90 minutos. Um banho quente também é eficaz.
Como as essências de óleos são concentradas, não se podem aplicar diretamente na pele (podem causar
irritação e ardor), nem ingerir (embora, em alguns países, seja possível tomá-los oralmente com receita
médica). Respeitando minuciosamente as instruções e nunca excedendo a dosagem recomendada, os óleos
são seguros, mas nunca 0 faça sem procurar os conhecimentos de um terapeuta especializado nesta área.
Se está grávida, é aconselhável seguir as indicações do seu obstetra. As pessoas com alergias, eczema,
hipertensão ou epilepsia representam casos especiais, razão pela qual exigem ainda maior atenção.
Evite usar óleos essenciais em bebés ou crianças e nunca os deixe ao alcance dos mais pequenos. Em caso
de acidente, procure imediatamente ajuda médica.
HOMEOPATIA
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Em que consiste
Hipócrates estava convicto de que o processo de diagnóstico e tratamento dependia da compreensão dos
sintomas de cada indivíduo, do modo como aquele
reagia à doença e da sua capacidade de cura.
O princípio de cura com os semelhantes surge e
desenvolve-se definitivamente no séc. XVIII, devido
ao trabalho do médico e químico Samuel Hahnemann
(1755-1843), e a homeopatia conheceu novos
desenvolvimentos.
Hahnemann não concordava com a falta de
higiene vigente na prática clínica, os tratamentos
agressivos e os medicamentos muito fortes, que
produziam efeitos secundários significativos e deixou
Imagem disponível em: http://www.suplementosbrasil.org/saude/homeopatia/
a medicina para ser tradutor.
A tradução de uma obra do médico escocês William Cullen levou-o a descobrir algo relevante. Cullen
considerou o quinino eficaz para tratar a malária, devido às suas propriedades adstringentes.
Hahnemann sabia que o medicamento era útil para tratar a doença, mas duvidava que isso resultasse dos
efeitos adstringentes da substância. Durante uns dias, tomou uma dose do remédio e anotou as suas reações.
Correspondiam aos sintomas de malária, embora ele não estivesse doente. As reações desapareciam quando
não o tomava e reapareciam sob o seu efeito. Para verificar se o medicamento tinha propriedades que
desencadeavam sintomas de malária realizou testes e "ensaios" em voluntários saudáveis e registou as
reações individuais.
Depois usou outros remédios populares, como o arsénico, em idênticos "ensaios". Tal como
Hipócrates, verificou que a intensidade dos sintomas e processos de cura dependiam de cada indivíduo. Os
indícios comuns à maioria das pessoas envolvidas nos testes foram chamados "sintomas de primeira linha". A
partir destes testes, criou um "quadro do medicamento" para cada substância experimentada e descreveu-o
na matéria médica. Só depois prescrevia o tratamento. Identificar o remédio eficaz dependia de conseguir
reunir a maior quantidade de informação sobre cada doente e comparar com os remédios descritos na
matéria médica.
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Existem mais de 2000 medicamentos (são designados por uma abreviatura do nome de cada um), mas
também são prescritos sais bioquímicos. Estes ingredientes, preparados homeopaticamente, foram
introduzidos pelo médico alemão Wilhelm Schussler, no final do séc. XIX. Schussler considerou que muitas
patologias eram originadas por uma deficiência em qualquer um ou vários dos 12 minerais vitais. Desse modo,
bastaria compensar o mineral em falta, através de uma dose mínima de sal bioquímico, para corrigir o
problema.
Como estes remédios são muito diluídos, não apresentam riscos para ninguém, incluindo crianças,
gestantes e idosos. No entanto, devem respeitar-se sempre integralmente as indicações e o tempo de
tratamento.
FITOTETAPIA OCIDENTAL
Em que consiste
Imagem disponível em: http://www.ervital.pt//
Após a primeira metade do séc. XX, a maioria das drogas
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convencionais derivavam de plantas. A planta com efeito anti-inflamatório mais popular, a casca de salgueiro,
foi reproduzida quimicamente, e da dedaleira
extraiu-se um componente ativo regulador do
ritmo cardíaco. Esteroides e anfetaminas
(respetivamente, hormonas e estimulantes)
também tiveram origem em plantas.
Contudo, do ponto de vista
fitoterapêutico, utilizá-las enquanto armas contra
doenças desvaloriza as suas potencialidades e
priva-nos de um verdadeiro sistema de cura.
Sendo as plantas constituídas por complexos
químicos interdependentes, funcionam melhor
quando se utilizam as substâncias ativas comple-
Imagem disponível em: http://www.fitoaula.com/node/188
tas e no seu estado natural, o mais puro possível.
Além disso, também produzem melhores resultados quando são indicadas para um indivíduo e não para
determinada doença.
O objetivo da fitoterapia consiste em utilizar as propriedades medicinais das plantas, flores, ervas e árvores
para estimular ou restabelecer a energia curativa do organismo, mantendo-o equilibrado e o mais são possível.
Os fitoterapeutas defendem que todas as pessoas possuem uma "força vital" que age permanentemente
para manter a saúde física e emocional. Quando algo (tensão, poluição ambiental ou alimentação
desadequada) afeta essa energia, podemos ficar doentes, sendo os sintomas considerados uma reação
positiva.
Os remédios produzidos a partir de plantas têm
o objetivo de ajudar a desintoxicar o organismo, a
reforçar 0 sistema imunitário e a manter a homeos-
tase (o estado de equilíbrio).
Como funciona
Apesar de serem eficazes e mais seguros do que os produtos farmacêuticos, é incorreto pensar que
"natural" significa inofensivo. Como tal, todos os remédios devem ser prescritos por fitoterapeutas
credenciados e tomados nas doses recomendadas, durante o tempo indicado e segundo o modo aconselhado
e nunca o contrário.
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Se está grávida ou planeia engravidar, não pode tomar quaisquer remédios de plantas sem indicação do
obstetra e não pode dá-los aos seus filhos crianças e bebés - sem que o pediatra o recomende. Nunca se
esqueça disso.
Por outro lado, pode ser contraproducente ingerir estes produtos ao mesmo tempo que pratica medicação
convencional. Como tal, informe-se junto do seu médico e do fitoterapeuta e siga as indicações que receber de
ambos.
NATUROPATIA
Esta terapêutica é multidisciplinar e adota muitos aspetos naturais, preconizando uma existência
harmoniosa com o meio ambiente.
Termo muito genérico, a naturopatia é uma terapêutica que engloba um conjunto de terapias da chamada
medicina natural, baseado no facto
de o corpo humano possuir uma
capacidade inata de cura.
Em que consiste
e técnicas manipulativas.
Praticar uma alimentação saudável, usufruir dos benefícios da água, fazer exercício e relaxar constituem as
bases da naturopatia.
Estes foram os pontos de vista dos pioneiros Vincent Preissnitz e Kneipp, divulgados, no início do séc. XX,
por Benedict Lust e Henry Lindlhar, que emigraram da Alemanha para os Estados Unidos.
Contudo, esta conceção, que preconizava uma vida mais natural, só começou a ser reconhecida nas
décadas de 70 e 80, anos após o empenho de médicos como Lindlhar, Stanley Lief e Alfred Vogel.
A naturopatia tem por objetivo usufruir dos recursos naturais, de modo a ajudar o organismo a curar-se a si
mesmo e fundamenta-se nos seguintes princípios:
- O corpo possui capacidade de cura, uma força vital. Assim, o tratamento não se realiza no sentido de
atenuar sintomas, mas de apoiar essa força vital. É deste modo que retomamos o estado de homeostase, de
harmonia, próximo da saúde perfeita. De acordo com a naturopatia, ter saúde não significa apenas a ausência
de patologias, mas implica que cada um se sinta perfeitamente bem, tanto física como emocionalmente.
- A doença é um fenómeno natural, podendo ser originada por dieta desadequada, eliminação deficiente
de toxinas, lesões, poluição, falta de exercício, problemas genéticos, emoções negativas e drogas. O
naturopata vai identificar a causa do desequilíbrio e ajudar a força vital a eliminá-la.
- Os sintomas indicam que o corpo está a combater a doença, pelo que não devem ser suprimidos em
pessoas saudáveis. As patologias agudas, como a gripe e a constipação, são consideradas normais. Quando o
organismo reage, ultrapassando esses problemas, o risco de complicações posteriores, como bronquite ou
artrite, é sempre menor.
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O tratamento deve ser holístico e natural, pois fortalece o poder curativo do organismo. Água, alimentação
equilibrada e um estilo de vida natural, a par de exercício físico e relaxamento fazem parte da terapia.
- Estes terapeutas consideram três aspetos da
saúde, partindo do princípio que depende do
equilíbrio da estrutura do corpo, da bioquímica e das
emoções. Uma boa postura salvaguarda a primeira,
protegendo o sistema nervoso e os órgãos internos. A
harmonia bioquímica diz respeito aos efeitos da
nutrição: quando desequilibrada, pode ser insuficiente
ou tóxica, condicionando o sistema curativo. Quanto
ao aspeto emocional, tem a capacidade de afetar a
estabilidade psicológica e a parte física.
Por último, à semelhança do que acontece na
homeopatia, também defendem que as doenças
ocorrem de dentro para fora e de cima para baixo,
com os sintomas a desaparecer na ordem inversa à do
seu aparecimento (Iei da cura).
Imagem disponível em: http://terapeutahelena-p.webnode.pt/naturopatia/
Exercida por um terapeuta qualificado e responsável, a naturopatia é adequada para todas as idades. Os
mais velhos podem beneficiar com uma alimentação melhorada e, nos mais novos, é mais simples restabelecer
0 equilíbrio.
Retirado e adaptado de: Paulo, Alice et al. Terapêuticas não convencionais. (2008) Sintra: Impala
Editores, S.A.
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