Quimica 1 Serie 4ºbim

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Química

Aluno

Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada – 04
1° Série | 4° Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Série


Química Ensino Médio 4° 1°

Habilidades Associadas
1.Distinguir, a partir do conceito de escala de eletronegatividade de Pauling, o caráter iônico e o
caráter covalente de uma ligação.
2.Compreender as interações intermoleculares (isto é, ligação de hidrogênio, interações dipolo-
dipolo, dipolo-induzido) e relacioná-las às propriedades físicas: ponto de fusão, ponto de
ebulição, solubilidade.
3.Representar as ligações covalentes, ressaltando a característica do carbono na formação de
cadeias em moléculas orgânicas.
Apresentação

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-
os a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em
prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

2
Caro Aluno,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 4° Bimestre do Currículo Mínimo de Química da 1ª Série
do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período de um
mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, os alunos estudarão sobre as Substâncias segundo
sua composição e, portanto, por suas características. Na primeira parte desse caderno,
que se encontra em suas mãos, os alunos estudarão sobre o Caráter Iônico e Covalente
das Substâncias conforme a Escala de Eletronegatividade proposta por Linus Pauling. Na
segunda parte, os alunos poderão identificar o tipo de Interações Intermoleculares
existentes nas substâncias químicas. Ao final, compreenderão como se organizam uma
Estrutura Molecular, destacando algumas fórmulas estruturais de compostos orgânicos.
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor.
Este documento apresenta 3 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por uma
explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as
Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar
a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!


Equipe de Elaboração

3
Sumário

Introdução................................................................................................ 03
Aula 01: Temos um caráter? .................................................................... 05
Aula 02: Vamos interagir? ........................................................................ 10
Aula 03: Cadeia?! Ligação?! ... Sim........................................................... 18
Avaliação.................................................................................................. 26
Pesquisa.................................................................................................... 29

Referências.............................................................................................. 30

4
Aula 1: Temos um caráter!

Caro aluno, nesta aula iremos mais fundo sobre os estudos das Ligações Químicas.
Estudaremos o caráter existente sob as ligações químicas formadas. E para isso, retornaremos
a um velho conhecido nosso: Linus Pauling.

Linus Pauling1

Vamos rever os estudos desse velho amigo?

No final do Caderno anterior trabalhamos conceitos que envolvem a formação de


ligações químicas. E com ela, percebemos que os diferentes tipos de ligações possuem
características bem particulares. E por isso, quando falamos de um conjunto iônico, estamos
falando de um composto para o qual suas ligações são iônicas. Da mesma forma, ao falar de
um composto covalente, estamos mencionando um composto para o qual sua ligação é do
tipo covalente.

Linus Pauling relacionou o conceito de eletronegatividade ao caráter das ligações


químicas. Caráter?! Sim, porque notou-se que nenhuma ligação iônica é 100% iônica e, por
isso, o mais correto a denotar é em caráter iônico de uma ligação química; o mesmo acontece
com as ligações covalentes, que possuem um caráter covalente.

Esse cientista definiu eletronegatividade como o “poder de um átomo, numa molécula,


de atrair elétrons para si”, e assim organizou o que chamamos de Escala de Eletronegatividade
de Pauling para os elementos representativos, pois possuía dados experimentais somente
desses elementos. Encontramos essa escala a seguir.

1
Disponível em: <http://www.biography.com/people/linus-pauling-9435195>. Acesso em: 19 out. 2013.

5
2
Escala de Eletronegatividade de Pauling

De um modo geral, é possível dizer que a ligação entre dois átomos em que a diferença
entre as eletronegatividades é menor ou igual a 1,7, seu caráter será covalente. Assim, quando
pensamos em uma ligação iônica, estamos querendo dizer que é uma ligação entre dois
átomos cuja diferença entre as eletronegatividades é maior ou igual a 1,7. A escala abaixo
resume essa ideia.

O cálculo dessa variação se dá pelo valor do elemento de maior eletronegatividade e


então diminuir do valor de menor eletronegatividade.

Vamos pensar como esse raciocínio pode ser feito?

 HCℓ → ∆ = EMAIOR - EMENOR

∆ = 3,2 – 2,2 = 1,0 → Como esse resultado é menor que 1,7 seu caráter
é covalente.

2
Disponível em: < http://200.156.70.12/sme/cursos/EQU/EQ20/modulo1/aula0/aula03/04.html>. Acesso em: 19 out. 2013.

6
 NaCℓ → ∆ = EMAIOR - EMENOR

∆ = 3,2 – 0,93 = 2,27 → Como esse resultado é maior que 1,7 seu
caráter é iônico.

 CO → ∆ = EMAIOR - EMENOR

∆ = 3,4 – 2,6 = 0,8 → Como esse resultado é menor que 1,7 seu caráter
é covalente.

Atividade 1

1. Leia o texto abaixo:

A amônia ou amoníaco (NH3) é uma molécula formada por um átomo de nitrogênio ligado a
três de hidrogênio. É obtida por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em
reagir nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas em elevada temperatura e
pressão. É a maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia.

Disponível em: <http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/amonia/>. Acesso em: 20 out. 2013. Fragmento.

O caráter dessa molécula é iônico ou covalente? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Vamos responder juntos?!

Para respondermos essa questão precisamos da tabela de eletronegatividade,


que está mais acima desse material. E nela, precisamos extrair os valores de
eletronegatividade do nitrogênio e do hidrogênio, que são respectivamente, 3,0 e 2,2.
Isto, porque para indicarmos o caráter de uma ligação química basta realizar o
seguinte procedimento:
∆ = EMAIOR - EMENOR
∆ = 3,0 – 2,2 = 0,8

Como o resultado dessa variação é menor que 1,7, podemos afirmar que essa
molécula possui caráter covalente.

7
2. A variação de eletronegatividade segundo a escala de Pauling para o caráter iônico é
definido quando seu valor é
(A) maior que 1,7;
(B) maior ou igual a 1,7;
(C) menor que 1,7;
(D) menor ou igual a 1,7;
(E) igual a 1,7.

3. Analise as afirmativas a seguir, e indique (V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas.

( ) O caráter iônico ou covalente pode ser orientado pela Regra do Octeto.


( ) O caráter iônico pode ser definido pela variação de eletronegatividade maior que
2,0.
( ) Uma molécula possui um caráter iônico quando sua variação de eletronegatividade
for igual a zero.
( ) Uma molécula possui um caráter covalente quando sua variação de
eletronegatividade for menor que 1,7.
( ) O caráter covalente é indicado para moléculas cuja variação de eletronegatividade
é maior ou igual a 1,7.

4. O caráter de uma molécula pode ser definido em função da Escala de


Eletronegatividade proposta por Linus Pauling. Abaixo, encontram-se algumas
substâncias em que se pode definir seu caráter.

1 – HF 2 – KCℓ 3 – MgI2

A ordem crescente de caráter iônico é


(A) 1, 2 e 3.
(B) 1, 3 e 2.
(C) 2, 1 e 3.
(D) 3, 1 e 2.
(E) 3, 2 e 1.

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5. Identifique, entre os compostos mencionados abaixo, aquele em que a variação de
eletronegatividade é igual a zero.
(A) BCℓ3.
(B) CsCℓ.
(C) Cℓ2.
(D) HCℓ.
(E) ICℓ.

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Aula 2: Vamos Interagir?

É... Estudar Química, por vezes, cansa... Mas nada como um bom copo de água
gelada para reavivar as ideias! E, já que estamos entrando nessa questão de água,
será que um copo dessa substância possui apenas uma única molécula de água? Bem...
Claro que não! Mas como então essas moléculas se mantêm unidas?

Ah, isso é até fácil de explicar! Nós temos visto que os átomos necessitam se
ligar porque precisam se estabilizar, se tornar estáveis, não é isso?! Assim como esses
átomos se unem formando as ligações químicas, as moléculas se unem por meio das
ligações/forças/interações intermoleculares, sendo ligações/forças/interações que
ocorrem entre as moléculas. O físico holandês Van der Walls, indicou que existiriam
três tipos dessas forças intermoleculares e cada uma delas estudaremos a seguir.

Ligações Dipolo Induzido – Dipolo Induzido ou London

As interações denominadas dipolo induzido ou London ocorrem entre


moléculas apolares. Mas o que é apolar? De uma forma bem simples, podemos afirmar
que moléculas apolares são aquelas em que as ligações são estabelecidas entre
átomos com mesma eletronegatividade. E, como já vimos na Tabela de
Eletronegatividade proposta por Linus Pauling, cada um dos elementos químicos tem o
seu próprio valor de eletronegatividade, que é diferente um do outro. Então, para se
obter o mesmo valor de eletronegatividade, provavelmente a molécula possui apenas
um tipo de elemento químico.

10
3
Interação do tipo Dipolo Induzido – Dipolo Induzido

Por essa imagem podemos perceber que esse tipo de interação se dá entre
moléculas apolares, cuja distribuição eletrônica se encontra inicialmente uniforme
(sem pólos). Porém, em certo momento, e por algum motivo, ocorre um acúmulo de
carga eletrônica em uma das extremidades da molécula; provocando dessa forma uma
polaridade instantânea. Assim, há formação de pólos parciais do tipo positivo e
negativo, gerando uma pequena força de atração entre essas moléculas, mantendo-as
reunidas. Devido a essa “pequena força de atração” é que podemos afirmar que essa
interação é mais fraca que as outras que veremos mais a diante.

Gostaríamos de destacar que moléculas com átomos diferentes e, portanto


com eletronegatividades diferentes, como o monóxido de carbono (CO) e o gás
metano (CH4), podem também ser do tipo apolares. Entretanto, para compreendermos
esse mecanismo precisamos de outros conceitos que não dispomos por agora.

Ligações Dipolo – Dipolo ou Dipolo Permanente – Dipolo Permanente

Esse tipo de interação química ocorre, exclusivamente, entre moléculas


polares. Neste caso, as estruturas moleculares já possuem um acúmulo de carga
eletrônica em uma das extremidades da molécula. Devido a isso, já conseguimos

3
Disponível em: <http://whoknewindeed.wordpress.com/2011/07/17/influencias/>. Acesso em: 21 out. 2013. Adaptado para fins
didáticos.

11
identificar quem será o pólo positivo e o negativo. O pólo negativo se dará ao átomo
que possuir maior eletronegatividade, e o positivo no de menor eletronegatividade.

Interação do tipo Dipolo Permanente – Dipolo Permanente4

Nessa imagem, podemos perceber que as moléculas de ácido clorídrico (HCℓ),


por apresentarem um dipolo permanente, ou seja, um pólo de carga positiva e outro
de carga negativa, atraem-se mutuamente, de modo que o pólo positivo de uma
molécula, atrai o pólo negativo de outra molécula e assim sucessivamente. E, como o
dipolo estabelecido é do tipo permanente, ou seja, é da própria molécula, não
havendo qualquer tipo de indução para gerá-lo, podemos afirmar que são bem mais
intensas que as interações de dipolo induzido.

Ligações de Hidrogênio

Essas ligações de hidrogênio também ocorrem entre moléculas polares.


Entretanto, é um caso especial, pois como o próprio nome dessa interação sugere, a
ligação ocorrerá entre um hidrogênio de uma molécula interagindo com um átomo de
alta eletronegatividade da outra molécula. Os átomos com valores de
eletronegatividades altos são: flúor (F), oxigênio (O) e nitrogênio (N).

4
Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/quimica/forcas-intermoleculares-ou-forcas-van-der-waals.html>. Acesso em:
21 out. 2013.

12
Ligação de Hidrogênio nas moléculas de Água.5

Ligação de Hidrogênio entre as moléculas de Ácido Fluorídrico.6

Ao visualizar esses exemplos, podemos identificar e ratificar que, para a


ocorrência desse tipo de interação, devemos possuir um hidrogênio (H) de uma
molécula interagindo intensamente e diretamente a um flúor (F), oxigênio (O) ou
nitrogênio (N) de outra molécula. E, por ser uma interação entre o hidrogênio e um
outro elemento com alta eletronegatividade, podemos afirmar que esta é a ligação
intermolecular mais forte.

5
Disponível em: <http://biotechoje.wordpress.com/author/biotechoje/>. Acesso em: 21 out. 2013.

Disponível em: <http://www.dbio.uevora.pt/jaraujo/biocel/agua.htm>. Acesso em: 21 out. 2013.

6
Disponível em: < http://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/3294.htm>. Acesso em: 21 out. 2013.

13
Forças intermoleculares e os Pontos de Fusão e Ebulição

Como já estudamos, podemos dizer que de uma forma geral as


interações intermoleculares são mais intensas que as outras, daí temos a seguinte
relação:

Ligação de Hidrogênio > Dipolo – Dipolo > London

Sendo a ligação de hidrogênio mais intensa que a dipolo – dipolo que é mais
intensa que a dipolo induzido – dipolo induzido. Identificar o tipo de interação
existente entre as moléculas em análise nos auxilia a comparar os pontos de fusão e
ebulição, indicando as que possuem valores maiores ou menores de temperatura.

Ao compararmos substâncias diferentes devemos, primeiramente, analisar o


tipo de interação que possuem, pois quanto maior a sua força, mais difícil será romper
as interações intermoleculares e por isso maior será a temperatura de fusão e
ebulição. Com os exemplos já citados por aqui, podemos afirmar que o ácido clorídrico
(HCℓ) terá ponto de ebulição menor que a água (H2O), pois seu tipo de interação
molecular é mais fraco que aquela que ocorre entre as moléculas da água, a ligação de
hidrogênio.

Caso as moléculas possuam o mesmo tipo de ligação entre suas moléculas,


precisaremos analisar o tamanho que elas possuem. Quanto maior for a molécula,
maior será sua temperatura de fusão e ebulição! Vamos comparar a substância de
ácido fluorídrico (HF) e a água (H2O) perceberemos que ambas interagem por ligação
de hidrogênio. Assim, é preciso verificar seus tamanhos para que então possamos
indicar aquela de maior temperatura de ebulição.

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Vamos fazer isso então?

O HF possui apenas dois átomos em sua molécula e a água (H2O) três átomos, e
portanto, maior que o ácido. Com essa verificação podemos afirmar que a água
possuirá uma temperatura de ebulição maior que a do ácido fluorídrico. Constatamos
isso, verificando o ponto de ebulição do HF que é 19,5ºC e da água que é 100ºC.

Solubilidade e Ligações Intermoleculares

Em geral, a teoria eu envolve o princípio de solubilização é bem simples. Essa


teoria indica que “semelhante dissolve semelhante”, pois as substâncias polares
tendem a dissolver outras substâncias polares e, as substâncias apolares tendem a
dissolver substâncias apolares.

Água e óleo7

Nessa imagem, podemos perceber que a água e o óleo não se dissolvem. Isso
porque suas interações são diferentes. A água já sabemos que é polar, e mesmo não
sabendo a polaridade do óleo, podemos afirmar que o óleo é apolar. Pois, segundo a
teoria “semelhante dissolve semelhante” se o óleo fosse polar, como água, eles se
dissolveriam entre si.

7
Disponível em: <http://umaquimicairresistivel.blogspot.com.br/2011/04/oleo-e-agua-nao-ha-conversa-possivel.html>. Acesso
em: 21 out. 2013.

15
Atividade 2

1. (FEeVale/1-2001) O CO2 é de importância crucial em vários processos que se


desenvolvem na Terra, participando, por exemplo, da fotossíntese, fonte de carbono
para formação da matéria que compõe as plantas terrestres e marinhas.
Sabendo que a molécula de CO2 é apolar, podemos afirmar que as forças
intermoleculares que unem as moléculas de CO2 são do tipo:
(A) iônico;
(B) ponte de hidrogênio;
(C) forças dipolo-dipolo;
(D) forças de London;
(E) forças dipolo-permanente.

Vamos responder juntos?!

Como a própria questão mencionou, o gás carbônico (CO2) é uma molécula


apolar. Assim, dentre aquelas interações que estudamos só há uma que ocorre com
moléculas apolares que é a dipolo induzido – dipolo induzido, também denominada de
London.
Portanto, o gabarito para essa questão é a letra D.

2. (UFC-2007 - Adaptada) As forças intermoleculares são responsáveis por várias


propriedades físicas e químicas das moléculas, como, por exemplo, a temperatura de
fusão. Considere as moléculas de F2, Cℓ2 e Br2.
Quais as principais forças intermoleculares presentes nessas espécies? JUSTIFIQUE SUA
RESPOSTA:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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3. O líquido X possui ponto de ebulição a 36 0C e o Y, 110 0C.
Qual o possível tipo de interação intermolecular existente entre suas moléculas?
(A) X – dipolo – dipolo; Y – dipolo induzido – dipolo induzido;.
(B) X – dipolo – dipolo; Y – ligação de hidrogênio;
(C) X - dipolo induzido – dipolo induzido; Y – London;
(D) X – ligação de hidrogênio; Y – dipolo – dipolo;
(E) X – ligação de hidrogênio; Y – London.

4. Sabendo que a água possui por fórmula H2O, que tipo de ligações ocorrem entre
suas moléculas?
(A) dipolo – dipolo;
(B) ligação de hidrogênio;
(C) dipolo induzido – dipolo induzido;
(D) London;
(E) apolar.

5. (FGV-2005) O conhecimento das estruturas das moléculas é um assunto bastante


relevante, já que as formas das moléculas determinam propriedades das substâncias
como odor, sabor, coloração e solubilidade. As figuras apresentam as estruturas das
moléculas CO2, H2O, NH3,
CH4, H2S e PH3.

Quanto às forças intermoleculares, a molécula que forma ligações de hidrogênio com a


água é:
(A) H2S.
(B) CH4.
(C) NH3.
(D) PH3.
(E) CO2

17
Aula 3: Cadeia?! Ligação?!... Sim.

Até agora estudamos as características referentes aos diferentes tipos de


ligações químicas estabelecidas entre os diversos tipos de elementos presentes na
Tabela Periódica, bem como seu caráter por meio da escala de eletronegatividade de
Pauling. Entretanto, para prosseguirmos, precisaremos retomar um pouco sobre as
características das ligações covalentes.

Vamos relembrar?

A ligação covalente realiza-se por meio de uma de um compartilhamento de


elétrons existentes na camada de valência. Não há, neste tipo de ligação, a formação
de cargas, sejam positivas ou negativas, pois os átomos que se unem por esse tipo de
ligação não doam ou recebem elétrons.

Mas, como os átomos que se estabilizam por meio desta ligação possuem
grande tendência a receber elétrons e, não havendo qualquer outro que doe os
elétrons que tanto necessitam se ligam, portanto, compartilhando os elétrons que
possuem em sua última camada. Os átomos que se utilizam deste tipo de ligação para
atingirem ao octeto são classificados, segundo a Tabela Periódica, como ametais. Vale
lembrar também que há àqueles que, por vezes, fazem papel de ametal, como o
hidrogênio e por isso também estabelecer ligação covalente. Assim, é possível concluir
que essa ligação será estabelecida entre ametais ou, entre um ametal e hidrogênio.

Para que possamos entender como moléculas são formadas por meio deste
tipo de ligação, precisamos realizar alguns passos. Utilizaremos os exemplos abaixo
para demonstrá-los.

a) Ligação entre o cloro (Cℓ) e o oxigênio (O).

1º PASSO → Vamos identificar a quantidade de elétrons que cada átomo possui em


sua valência. Lembre-se que já vimos que isto é possível por meio das localizações de
sua família na Tabela periódica.

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Cℓ (cloro) → 7A → 7é em sua valência → recebe 1 é → ametal;

O (oxigênio) → 6A → 6é em sua valência → recebe 2é → ametal.

2º PASSO → Precisamos desenvolver a Fórmula Eletrônica, que também é chamada de


Fórmula de Lewis. Nela encontramos os elétrons da valência ao redor do símbolo do
elemento químico que estamos representando na ligação e o envolvimento dos
elétrons que são utilizados para o estabelecimento da ligação covalente.

Ah! Utilizaremos o “x” para representar esses elétrons.

A princípio escrevemos apenas um elemento de cada, ou seja, apenas um


átomo de cloro e um oxigênio, ligando-os envolvendo seus elétrons.

Por aqui, percebemos que por meio desta ligação o cloro que precisava
compartilhar 1 elétron somente, o fez. Porém, o oxigênio que precisava compartilhar 2
elétrons, compartilhou apenas 1 elétron. Portanto, o oxigênio necessita compartilhar
mais 1 elétron, ou seja, estabelecer mais uma ligação, porém agora, com um outro
átomo de cloro, pois o que escrevemos já atingiu sua estabilidade. Ficando sua
Fórmula Eletrônica...

Com essa Fórmula Eletrônica percebemos que ao escrevermos 1 átomo de


cloro se ligando a 1 átomo de oxigênio somente o átomo de cloro se estabiliza
adquirindo, 8 elétrons; o oxigênio não, pois ainda falta 1 elétron para se estabilizar
(possuía 6é na valência, compartilhou 1é, ficou com 7é). Para que o oxigênio seja

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estabilizado, lançamos mãos de mais um átomo de cloro assim, tanto o oxigênio,
quanto o novo cloro ficarão com o octeto completo.

3º PASSO → A partir dessa Fórmula eletrônica é possível escrever o que denominamos


de Fórmula Estrutural cuja função é simplesmente mostrar como é a estrutura da
molécula constituída. Nesse tipo de fórmula destacamos somente as ligações
estabelecidas entre os átomos ligados por meio de traços. Assim, temos.

OBS.: Precisamos destacar que nessa Fórmula Estrutural não nos preocupamos com os
ângulos formados entre as ligações.

4º PASSO → Após construirmos a Fórmula Estrutural é possível, a partir dela, escrever a


Fórmula Molecular, também denominada de Composto Molecular. Nela, indicamos as
quantidades de cada um dos átomos que aparecem na formação do composto.
Para este exemplo, estabelecemos ligações entre os átomos de oxigênio (O) e
cloro (Cℓ). E, para que ambos atingissem o octeto foi necessário 1 átomo de oxigênio e
dois de cloro. Essa proporção gera a Fórmula Molecular O1Cℓ2, ou seja, OCℓ2.

Agora, vamos fazer mais 1 exemplo para que possamos entender melhor esse assunto.

b) Ligação entre nitrogênio (N) e hidrogênio (H).

1º PASSO → Vamos identificar a quantidade de elétrons que cada átomo possui em


sua valência.

N → 5A → 5é em sei nível de valência → recebe 3 é → ametal;

H → 1A → 1é em sua valência → recebe apenas 1é (exceção ao octeto) → faz


papel de ametal.

2º PASSO → Precisamos desenvolver a Fórmula Eletrônica, que também é chamada de


Fórmula de Lewis.

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Inicialmente escrevemos apenas um elemento de cada, ou seja, apenas um
átomo de nitrogênio e um hidrogênio, ligando-os envolvendo seus elétrons.

Assim, podemos perceber que o nitrogênio ao compartilhar apenas 1 elétron,


não atingiu o octeto, ficando com apenas 6 elétrons e por isso precisando compartilhar
outros 2 elétrons. Já o hidrogênio se estabilizou com apenas 2 elétrons. Portanto, para
ainda estabilizar o nitrogênio podemos escrever outros dois hidrogênios, pois cada um
deles compartilha somente 1 elétron. Ao estabelecer essas ligações, sua Fórmula
Eletrônica pode ser escrita da seguinte maneira:

3º PASSO → Escrever a Fórmula Estrutural a partir da Fórmula Eletrônica.

4º PASSO → Desenvolver a Fórmula Molecular a partir das ligações entre os átomos,


que, para este caso, é N1H3, ou seja, NH3.

Apesar dessas “regras” valerem para grande parte das substâncias que
compõem nosso Planeta. No século XVIII, alguns cientistas começaram a perceber que
todos os compostos denominados orgânicos continham o elemento químico carbono.
A partir de então, esses e outros cientistas começaram a perceber que existe esse

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único elemento possuía características bem diferentes dos demais. Em seus estudos, o
átomo de carbono apresentava certas particularidades que o tornam diferente dos
demais elementos químicos.

Já na segunda metade do século XIX o cientista alemão Kekulé percebeu em


meio de seus experimentos que o átomo de carbono tem uma capacidade
extraordinária de se ligar a outros átomos, inclusive a outros átomos de carbono,
formando encadeamentos ou cadeias das mais variadas disposições. Essas cadeias
constituem a base das moléculas denominadas orgânicas.

Selo postal com a imagem de Kekulé.8

O termo Química Orgânica proposto, em 1858, por esse cientista, indica que
essa área da química focará seus estudos em compostos formados por carbonos. E,
sabendo que carbonos se ligarão a outros carbonos para formar esses compostos
orgânicos, podemos então afirmar que a ligação química estabelecida entre seus
átomos será do tipo covalente, cujos elétrons serão compartilhados.

Encontrado no petróleo e no gás natural, o gás etano é bom exemplo para


entendermos como as ligações covalentes estão em estruturas orgânicas. Nesse gás
encontramos dois carbonos ligados entre si e cada um deles ligados a hidrogênios,
como representado na imagem a seguir:

8
Disponível em: <http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=9&id=428>. Acesso em: 21 out.
2013.

22
Nessa imagem podemos perceber, de uma forma bem simplista, que o carbono
que se encontra na família 4A da Tabela Periódica, possui 4 elétrons em sua camada de
valência e portanto precisa compartilhar mais 4 elétrons para que seu octeto esteja
completo e assim adquira estabilidade. E o hidrogênio, que se encontra na família 1A
da Tabela Periódica, possui 1 único elétron em sua última camada, se estabilizando
apenas com 2 elétrons, portanto, compartilhando apenas mais 1 elétron.

A partir dessas características, é possível definir que o carbono é tetravalente,


ou seja, precisa estabelecer 4 ligações para que atinja sua configuração estável.
Enquanto que o hidrogênio precisa realizar apenas 1 ligação para que se estabilize.

Apesar de existirem outros elementos químicos que se encadeiam, como o


enxofre (S) e o fósforo (P), nenhum deles consegue formar cadeias tão longas, variadas
e estáveis como o carbono. E, é por isso que esse elemento é capaz de formar um
número enorme de compostos.

Atividade 3

1. (UCBA) O modelo abaixo serve para representar as ligações covalentes na molécula


de:

(A) HF.
(B) N2.

23
(C) O2.
(D) F2.
(E) H2.

Vamos responder juntos?!

Para responder esta questão, analisar cada uma das respostas propostas.
Vamos a letra A, nela temos uma molécula com 1 átomo de hidrogênio que por estar
na família 1A e fazer 1 ligação somente, pois se estabelece com 2 elétrons em sua
valência. As Fórmulas Eletrônica e a Estrutural estão abaixo:

Por meio dessas fórmulas podemos concluir que o HF não representa o modelo
indicado na questão.
Já na letra B, encontramos uma molécula com 2 átomos de nitrogênio, que se
encontram na família 5A, precisando fazer 3 ligações, cada um, para atingir o octeto.
Suas Fórmulas Eletrônica e estrutural se encontram a seguir.

Assim, segundo a representação da estrutura do N2, podemos concluir que o


modelo da questão é bem semelhante à Fórmula Estrutural dessa molécula. Logo, o
gabarito para esse item é a letra B.

2. Considerando suas posições na tabela periódica, o hidrogênio (H) e o oxigênio (O)


devem formar o composto de fórmula:
(A) HO.
(B) HO2.
(C) H2O.
(D) H2O3.

24
(E) H3O2.

3. Um composto é orgânico quando


(A) deriva dos seres vivos;
(B) deriva dos vegetais;
(C) possui carbono em sua molécula.
(D) possui ligações apolares;
(E) possui obrigatoriamente carbono e nitrogênio em sua molécula.

4. Observe a estrutura orgânica abaixo.

Agora, responda os itens que se seguem:


I – Qual a fórmula molecular desse composto?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

II – Todos os carbonos dessa estrutura estão com sua tetravalência completa?


JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

III – A ligação química que ocorre entre os átomos desse composto é do tipo
(A) apolar;
(B) covalente;
(C) diamagnética;.
(D) iônica;
(E) metálica.

25
Avaliação

1. (UFSE-SE) Na seguinte estrutura estão representadas moléculas de água unidas


entre
si, por ligações:

(A) covalentes;
(B) iônicas;
(C) por ligações de hidrogênio;
(D) por ligações de oxigênio;
(E) peptídicas.
2. A química orgânica estuda compostos que tem por base o
(A) carbono;
(B) enxofre;
(C) hidrogênio;
(D) nitrogênio;
(E) oxigênio.
3. Leia o texto abaixo:

Gás extremamente tóxico e de odor irritante foi descoberto em 1774, pelo alemão-
sueco Carl Wilhelm Scheele. [...] No estado puro, na sua forma biatômica (Cℓ2) e em
condições normais de temperatura e pressão, é um gás de coloração amarelo
esverdeada, sendo duas vezes e meia mais pesado que o ar. É abundante na natureza
e é um elemento químico essencial para muitas formas de vida.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloro>. Acesso em 20 out. 2013. Fragmento.

26
A partir da Escala de Pauling de Eletronegatividade é possível afirmar que, essa
substância possui o mesmo caráter que o composto:
(A) CaCℓ2.
DADOS:
(B) HCℓ. Eletronegatividade
Br = 3,0 | Ca = 1,3 | Cℓ = 3,2 | H = 2,2
(C) K2O.
K = 0,82 | Mg = 1,3 | O = 3,4
(D) KBr.
(E) MgBr2.

4. Um estudante ao interagir corretamente átomos de carbono (C) e hidrogênio (H)


por meio de ligações químicas chegou a fórmula estrutural
(A) C – H (B) H – C – H

(C) (D)

(E)

5. O ácido sulfídrico (H2S) em sua forma gasosa forma-se a partir da putrefação natural
de compostos de origem orgânica que apresentam o elemento químico enxofre em
sua composição. Sua fórmula estrutural está abaixo:

Sabe-se que a eletronegatividade do hidrogênio é igual a 2,2 e a do enxofre igual a 2,6.


Qual o caráter e o tipo de interação intermolecular existente nesse gás sulfídrico?
(A) Caráter covalente e Dipolo Permanente;
(B) Caráter covalente e Ligação de Hidrogênio;
(C) Caráter iônico e Dipolo Induzido;

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(D) Caráter iônico e Dipolo Permanente;
(E) Caráter iônico e Ligação de Hidrogênio.

28
Pesquisa

Caro aluno, por agora terminamos com os tópicos relacionado a esse 4º


bimestre e, portanto é o momento de trabalharmos um pouco mais sobre esses
pontos associando-os ao nosso cotidiano. Esta pesquisa deve ser realizada
individualmente. Ânimo, e boa pesquisa!
Em uma folha de papel almaço e manuscrito escreva um texto indicando onde
encontramos as substâncias abaixo. No corpo desse texto, escreva sobre o caráter e
tipo de interação molecular existente entre cada uma de suas moléculas. Não se
esqueça de associar essas informações com o motivo pelo qual, as substâncias são
utilizadas e/ou identificadas em nosso cotidiano.
As substâncias são: o Ácido Bromídrico (HBr) e o Dióxido de Enxofre (SO2).

Não se esqueça de entregar o trabalho na data estipulada e com muito


capricho!

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Referências

[1] BRADY, Joel W.; RUSSELL, John W.; HOLUM, John R.. Química: a Matéria e Suas
Transformações, vol.1, 3ª. edição. Rio de Janeiro: LTC , 2006.

[2] FELTRE, Ricardo. Fundamentos de Química, vol. 1, 4ª.ed. São Paulo: Moderna,
2005.

[3] USBERCO, João; Salvador, Edgard. Química, vol. Único, 12ª.ed. São Paulo: Saraiva,
2006.

[4] LISBOA, Julio Cesar Foschini. Ser Protagonista – Química, vol. 1, 1ª. ed. São Paulo:
Sm, 2011.

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Equipe de Elaboração

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Elaine Antunes Bobeda


Marco Antonio Malta Moure
Renata Nascimento dos Santos

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