Estudo Das Propriedades Eletrônicas Do Grafeno
Estudo Das Propriedades Eletrônicas Do Grafeno
Estudo Das Propriedades Eletrônicas Do Grafeno
Parnaíba
2018
NILSON MARCOS CARVALHO SILVA
Parnaíba
2018
Este trabalho é dedicado à minha família e amigos,
que sempre estiveram ao meu lado nessa longa jornada.
FICHA CATALOGRÁFICA
Sistema de Bibliotecas
Gerada automaticamente com dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 530
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, saúde e força para superar os obstáculos
desta jornada acadêmica.
Ao professor Msc. Jeová Calisto dos Santos pela orientação, ensinamentos e dis-
posição em orientar-me neste trabalho. A minha família, especialmente a minha mãe
Maria Nilza Alves de Carvalho, e ao meu pai Manoel Pereira da Silva, minhas tias Erenice
Carvalho, Antonhieta, Francisca e aos meus primos Janiel Carvalho e Daiana Carvalho.
Aos meus professores Msc. Bruno Sombra, Msc. Diego Prudêncio, Msc. Marcos
Antonio, Msc. Alex Nascimento, Esp. Janet Cesar, Msc. Vilma Dias, Msc. Itamar Junior,
que contribuíram com experiência, conhecimento e em minha formação.
Aos meus amigos de curso Ângelo Neto, João Vitor, Everton Lins, Gabriel Gaspar,
Gabriela de Assis, Edmilson Junior, Thaynara Brena, Elienario Duarte, Stefânia Ferreira,
Vinicius Serejo, Charliane Melo, Renata Yarima, Rafael Magalhães, Bruna Reis, Tayla
Johana, Alberto Senna, obrigado a todos pelo companheirismo e ajuda nos momentos
difíceis.
Obrigado a todos!
“O importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre”.
-Waldemar Valle Martins
Resumo
Grafeno, uma das formas cristalinas do carbono cuja rede possui um formato hexagonal,
vêm cada vez mais, atraindo a atenção de diversos pesquisadores desde sua descoberta
em 2004, tanto na exploração experimental quanto no estudo teórico. Principalmente por
apresentar propriedades interessantes e diversas aplicações na nanoeletrônica e em muitos
outros campos. Neste contexto, o presente trabalho tem como propósito, estudar de forma
teórica as características básicas do grafeno, especificamente sua dispersão de energia.
Deste modo, o trabalho ganha forma com uma análise bibliográfica sobre as características
básicas do átomo de carbono e o processo de hibridização de seus orbitais. Tendo em vista
a forma estrutural do grafeno e suas dimensões, tornou-se necessário um estudo sobre sua
estrutura cristalina e das ideias básicas da mecânica quântica para determinação de uma
expressão que descreva a dispersão de energia e algumas de suas propriedades. Usamos
a linguagem de programação Fortran e outros programas adequados para construção de
folhas de grafeno de tamanhos diferentes para obter o espectro de energia relacionado a
cada tamanho. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, onde verificamos que o
espectro de energia vária com as dimensões do grafeno, se aproximando com os resultados
da literatura.
Prólogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Mecânica Quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1.1 Operadores e valores esperados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1.2 Equação de Schrödinger independente do tempo . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1.3 Poço quadrado infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Elementos básicos da estrutura cristalina . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.2.1 Rede de Bravais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.2.2 Rede Recíproca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2 ÁTOMO DE CARBONO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1 Hibridização do carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1.1 Hibridização sp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.2 Hibridização sp2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.1.3 Hibridização sp3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3 PROPRIEDADES DO GRAFENO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1 Propriedades geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 Propriedades eletrônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.2.1 Estrutura de bandas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.2.2 Modelo tight-binding para o grafeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2.2.1 Energia de Fermi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.1 Funções de onda e probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2 Direções de alta simetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3 Espectro de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
APÊNDICES 58
Prólogo
Figura 1 – O grafeno é a base para a formação da maioria das estruturas grafíticas. Ele
pode ser cortado para gerar os fulerenos (0-D), enrolados para formar os
nanotubos (1-D) e empilhados para formar o grafite (3-D). Fonte: (GEIM;
NOVOSELOV, 2007).
1 Fundamentação teórica
h
p=
, (1.1)
λ
onde λ é o comprimento de onda, p o momento linear e h a constante de Planck.
Evidências experimentais mostram que as partículas de sistemas microscópicos não
se movem de acordo com as leis de movimento de Newton, mas sim de acordo com as
leis de algum tipo de movimento ondulatório. Por exemplo, os elétrons possuem grandes
comprimentos de ondas comparados aos espaçamentos interatômicos nos sólidos cristalinos,
neste caso é possível verificar fenômenos ondulatórios, como por exemplo, a difração.
Portanto seus aspectos de comportamento são governados pelo movimento de onda de de
Broglie associada ou função de onda (EISBERG; RESNICK, 1979).
Em geral, as experiências que envolvem ondas podem ser analisadas por processos
elementares para casos mais simples, mas para procedimentos mais complexos, como obter
a compreensão das propriedades dos átomos, ou um estudo mais aprofundado do estado
sólido, é necessário um método que possa ser utilizado para tratar o comportamento de
Capítulo 1. Fundamentação teórica 16
∂Ψ(~r, t) h̄2 2
ih̄ =− 5 Ψ(~r, t) + V (~r, t)Ψ(~r, t), (1.2)
∂t 2m
onde 52 é o laplaciano, i é a raiz quadrada de −1 e h̄ é a constante de Planck (h) dividida
por 2π. Para o caso unidimensional:
onde o símbolo Ψ∗ (x, t) representa o complexo conjugado de Ψ(x, t). O postulado de Born
diz, se no instante t, é feita uma média da localização da partícula associada à uma função
de onda Ψ(x, t), então a probabilidade ρ(x, t)dx de que a partícula seja encontrada em
uma coordenada entre x e x + dx é igual a Ψ∗ (x, t)Ψ(x, t)dx (EISBERG; RESNICK, 1979).
A densidade de probabilidade ainda pode ser expressa por:
Z +∞
| Ψ(x, t) |2 dx = 1, (1.5)
−∞
2011). Portanto, essa expressão pode ser compreendida como um orbital, para um elétron
específico em um átomo.
Z +∞
hxi = x|Ψ(x, t)|2 dx. (1.6)
−∞
Z +∞
hpi = p|Ψ(x, t)|2 dx. (1.7)
−∞
O princípio da incerteza nos diz que não é possível escrever o momento da partícula
como função de x e do próprio p, pois a partícula não tem uma posição determinada, assim
não tem uma velocidade bem definida e nem é possível escrever p em função de t, logo é
necessário uma forma diferente de expressar o p em termos de x e t.
Z +∞ !
∗ ∂Ψ(x, t)
hpi = −ih̄ Ψ(x, t) dx. (1.8)
−∞ ∂x
O operador ( h̄i )( ∂x
∂
) representa o momento na mecânica quântica. Para calcular o
valor esperado de qualquer quantidade, Q(x, p), simplesmente substituímos cada p por
∂
( h̄i )( ∂x ), assim a expressão pode ser imediatamente integrada caso conheçamos Ψ(x, t)∗ e
Ψ(x, t) (GRIFFITHS, 2011).
!
Z
h̄ ∂
hQ(x, p)i = Ψ(x, t)∗ Q x, Ψ(x, t)dx. (1.9)
i ∂x
A Equação (1.9), só é válida para uma partícula que esteja no estado quântico
Ψ(x, t), e expressa o valor esperado de qualquer quantidade dinâmica. As funções de onda
são bastante importantes, pois detém muitas informações sobre o comportamento da
partícula e podem ser obtidas resolvendo a equação de Schrödinger.
Capítulo 1. Fundamentação teórica 18
onde ψ(x) é uma função de x, e ϕ(t) uma função apenas de t. Estamos supondo a existência
de soluções da função de onda dessa forma, que devem satisfazer a equação de Schrödinger.
Substituindo essas soluções na Equação (1.3), a qual, obtemos:
1 dϕ(t)
ih̄ = E, (1.13)
ϕ(t) dt
ou
1 i
dϕ(t) = − Edt, (1.14)
ϕ(t) h̄
a segunda equação é:
h̄2 1 d2 ψ(x)
− + V (x) = E, (1.15)
2m ψ(x) dx2
multiplicando tudo por ψ(x), obtemos:
h̄2 d2 ψ(x)
− + V (x)ψ(x) = Eψ(x). (1.16)
2m dx2
Capítulo 1. Fundamentação teórica 19
A Equação (1.17), nos mostra a função ϕ(t), que específica a dependência temporal
da função de onda, onde C e E são constantes, em que E representa a energia total da
partícula no sistema. A equação (1.16), específica a dependência espacial da função de
onda e é chamada de equação de Schrödinger independente do tempo (GRIFFITHS, 2011).
As soluções da equação de Schrödinger independente do tempo são bastante
importantes, pois elas nos fornecem estados estacionários, com a energia total bem definida.
Sua solução em geral produz um conjunto infinito de soluções ψ1 (x), ψ2 (x), ψ3 (x).... Assim,
cada função de onda está associada a uma energia permitida (GRIFFITHS, 2011).
0, se 0 ≤ x ≤ a,
V (x) =
∞, se 0 > x > a.
Uma partícula nesse potencial não sofre ação de nenhuma força resultante, ou seja,
ela fica confinada no interior do poço, dentro dos limites da parede x = 0 e x = a (Figura
2), uma vez que sua energia total E é sempre menor que a energia potencial fora do poço.
Um exemplo clássico seria o de um carrinho em uma pista horizontal sem atrito com o ar
e com um para-choque perfeitamente elástico. Ele se deslocaria de um lado para o outro
eternamente (GRIFFITHS, 2011).
Capítulo 1. Fundamentação teórica 20
Podemos questionar que não existem na natureza, sólidos vazios finos com paredes
de potencial infinito. No entanto, esse modelo é de grande valor, pois nos fornece uma boa
aproximação para o comportamento de partículas como o elétron em sólidos cristalinos
reais, tais como os níveis permitidos de energia para o elétron dentro do sólido.
Fora dos limites do poço, não existe a probabilidade de encontrar a partícula ψ = 0.
Dentro do poço a Equação de Schrödinger independente do tempo Equação (1.16), fica:
h̄2 d2 ψ
− = Eψ, (1.18)
2m dx2
ou
d2 ψ
2
= −k 2 ψ, (1.19)
dx
em que
√
2mE
k= . (1.20)
h̄
A Equação (1.19), é uma equação diferencial ordinária de 2a ordem, que tem como
soluções:
onde A e B são constantes arbitrárias. Para que ψ(x) seja continua é exigido que:
Para que a equação acima seja verdadeira, A ou sin (ka) deve ser 0. Não é in-
teressante A = 0 ou k = 0, pois a solução geral seria ψ(x) = 0, ou seja, não existiria
possibilidade de encontrar a partícula. Portanto, podemos concluir que:
n2 π 2 h̄2
En = . (1.28)
2ma2
Logo, diferentemente do que acontece na física clássica, a energia não vária con-
tinuamente. Podemos concluir então que apenas certos valores de energia total E são
possíveis. Ou seja, a energia total de uma partícula em uma caixa é quantizada(EISBERG;
RESNICK, 1979). Normalizando a função de onda ψ, Equação (1.24), temos:
Z a
|A|2 sin2 (kx)dx = 1, (1.29)
0
2
|A|2 = . (1.30)
a
Por simplicidade, vamos escolher uma raiz real positiva para A, substituindo nas
Equações (1.27) e (1.30) na (1.24), obtemos as soluções para dentro do poço:
s
2 nπ
ψn (x) = sin x n = 1, 2, 3, ..., (1.31)
a a
Capítulo 1. Fundamentação teórica 22
Onde R ~ define a periodicidade da rede de Bravais, a~1 , a~2 e a~3 são os vetores
geradores da rede, chamados de vetores primitivos e n1 , n2 e n3 são valores inteiros.
Quaisquer pontos de uma rede de Bravais podem ser escrito com combinações lineares de
vetores primitivos com coeficientes inteiros (Figura 3a), e a escolha desses vetores podem
ser arbitrária (Figura 3b). Geralmente essa escolha é feita de maneira que haja o máximo
possível de simetria entre os átomos.
Capítulo 1. Fundamentação teórica 23
(a) (b)
Figura 3 – Redes de Bravais bidimensionais. (a) Qualquer ponto da rede pode ser combina-
ção linear de ~a1 e ~a2 , por exemplo, os pontos: P = ~a1 + 2~a2 e Q = −~a1 +~a2 . (b)
Possíveis escolhas de pares de vetores primitivos para uma rede bidimensional.
Fonte: Adaptado de (ASHCROFT; MERMIN., 2005)
Podemos observar na Figura 4, que a escolha da célula unitária não é única e que
seu volume é o mesmo para qualquer célula. Por simplicidade é escolhida a célula que
possui a maior simetria geométrica, e o tamanho de seus lados é chamado de parâmetro
Capítulo 1. Fundamentação teórica 24
da rede, simbolizada por a. A célula primitiva pode ser representada pelo conjunto de
pontos ~r, na seguinte forma:
(a) (b)
Figura 5 – Ilustrações da célula de Wigner-Seitz para: (a) uma rede de Bravais bidimensi-
onal; (b) uma rede de Bravais tridimensional. Fonte: (ASHCROFT; MERMIN.,
2005)
periodicidade da rede de Bravais, ou seja, não será invariante pelas mesmas condições de
~ definida como rede
simetria. No entanto, existe um conjunto de todos os vetores de onda G,
recíproca da rede de Bravais, para os quais as ondas planas terão a mesma periodicidade
~
da rede de Bravais. Isto significa dizer que a onda plana eiG·~r é invariante pelas mesmas
operações de simetria de translação da rede de Bravais (ASHCROFT; MERMIN., 2005).
Analiticamente, temos:
~ ~ ~
eiG·(~r+R) = eiG·~r , (1.33)
~ temos:
assim, para todos os pontos R
~ ~
eiG·R = 1, (1.34)
então,
~ ·R
G ~ = 2πn, (n sendo inteiro). (1.35)
Note que uma rede recíproca é definida a partir de uma rede Bravais, em que se
possa definir um conjunto de vetores de onda ~k = G
~ que satisfaça a Equação (1.34). Para
~ tal conjunto de G
um conjunto arbitrário de vetores R, ~ é chamado de uma rede recíproca.
Portanto, toda rede de Bravais possui uma rede recíproca, que corresponde a um conjunto
de vetores de onda cuja dimensão é o inverso do comprimento. Os vetores de onda G ~ da
rede recíproca podem ser obtidos através do conjunto de vetores R~ da rede de Bravais, a
partir da relação (1.35).
Considere b~1 , b~2 e b~3 vetores primitivos da rede recíproca, que são ortogonais e
constituídos a partir dos vetores primitivos a~1 , a~2 e a~3 de uma rede cristalina (KITTEL,
2005). A escolha destes vetores satisfaz (1.35).
Como exemplo, veja a célula cúbica de face centrada (CF C) (Figura 6a), ela
é uma rede de Bravais onde seus vetores primitivos podem ser: ~a1 = a/2(ŷ + ẑ), ~a2 =
a/2(ẑ + x̂), ~a3 = a/2(x̂ + ŷ). Os vetores de sua rede recíproca podem ser obtidos a partir
da relação (1.36), temos:
(a) (b)
Figura 6 – Ilustrações de células unitárias: (a) cúbica de face centrada (CF C) da rede
de Bravais ; (b) cúbica de corpo centrado (CCC) da rede recíproca. Fonte:
(ASHCROFT; MERMIN., 2005)
Para mostrarmos que a rede recíproca é uma rede de Bravais, é necessário que os
vetores da rede recíproca G ~ = m1 b~1 + m2 b~2 + m3 b~3 satisfaçam a condição (1.35). Sendo
~ = n1 a~1 + n2 a~2 + n3 a~3 o conjunto de vetores da rede Bravais, o produto interno G
R ~ ·R
~ é:
~ ·R
G ~ = 2π(m1 n1 + m2 n2 + ... + mi nj ). (1.38)
2 Átomo de Carbono
união de orbitais, formando orbitais híbridos com uma energia total menor. Um orbital
pode ser entendido como uma região espacial na eletrosfera de um átomo, onde há maior
probabilidade de ser encontrado um elétron com um dado valor de energia. Esses orbitais
atômicos e os níveis de energia são representados pelas letras s, p, d e f . A Figura 8
apresenta a forma espacial dos orbitais mais simples, s e p.
Como podemos ver na Figura 8, o orbital s possui apenas uma única configuração
espacial, que é representado por uma nuvem eletrônica na forma esférica. Já o orbital
p, devido as três orientações espaciais possíveis (x, y, z) dá origem a três configurações,
representadas por px , py e pz , e sua nuvem eletrônica é na forma de duplo ovóide.
A distribuição eletrônica do carbono no estado fundamental é 1s2 2s2 2p2 (Figura 7).
Essa configuração nos mostra que os elétrons da camada de valência, que são os principais
responsáveis pelas ligações químicas, estão distribuídos nos orbitais 2s e 2p. É frequente
observar rearranjos desses elétrons nos orbitais s e p de uma forma que as ligações químicas
levam o sistema a um estado mais estável de menor energia. Isso ocorre quando um dos
dois elétrons do orbital 2s é excitado (ganha energia) para o orbital 2pz vazio Figura 9a,
gerando assim orbitais híbridos (RAMOS; IZOLANI et al., 2008). Se o elétron hibridizado
do orbital 2s combinar-se com os orbitais 2px , 2py e 2pz , ele gera a hibridização do tipo
sp3 , na qual os elétrons dos orbitais 2s, 2px , 2py e 2pz , passam a ser encontrados em quatro
orbitais híbridos sp3 , Figura 9b. Há ainda, as possibilidades de o elétron compartilhado
do orbital 2s combinar-se com apenas um ou dois elétrons do orbital 2p, o que levaria as
hibridizações dos tipos sp e sp2 (NASCIMENTO, 2012).
Capítulo 2. Átomo de Carbono 30
(a) (b)
2.1.1 Hibridização sp
A hibridização do tipo sp ocorre quando o elétron hibridizado do orbital 2s combina-
se com um orbital 2p (Figura 10b), permitindo uma combinação entre os orbitais, por
exemplo, 2s e 2px formam dois orbitais híbridos sp conforme a Figura 10a. Neste caso, os
átomos de carbono formam apenas duas ligações do tipo π (pi) que ocorrem com orbitais
p puros, enquanto os outros dois orbitais que são híbridos do tipo sp realizarão as outras
duas ligações do tipo σ (sigma). Isto significa que existem duas possibilidades de ocorrerem
essas ligações, quando o átomo de carbono realiza duas ligações duplas ou quando realiza
uma ligação simples e uma tripla.
Capítulo 2. Átomo de Carbono 31
(a)
(b)
Figura 10 – (a) Formação dos orbitais do tipo sp, (b) configuração eletrônica dos elétrons
no estado excitado com a hibridização sp. Fonte: autoria própria.
(a)
(b)
Figura 12 – (a) Formação dos orbitais do tipo sp2 , (b) configuração eletrônica dos elétrons
no estado excitado com a hibridização sp2 . Fonte: autoria própria.
3 Propriedades do grafeno
Figura 17 – Rede cristalina hexagonal do grafeno, formada a partir de dois átomos A (azul)
e B (amarelo), delimitada pelos vetores unitários a~1 e a~2 e Rm , m = 1, 2, 3
são os vetores que apontam para os primeiros vizinhos. Fonte: (NETO et al.,
2009).
A coordenada de um dos átomos da célula unitária somado aos vetores unitários a~1
e a~2 , são capazes de nos fornecer todas as posições dos átomos tanto de cor azul quanto de
cor amarelo. Os vetores a~1 e a~2 que caracterizam a rede direta em coordenadas cartesianas
são expressos por:
√ ! √ !
3 3 3 3
a~1 = acc , , a~2 = acc ,− , (3.1)
2 2 2 2
onde acc ≈ 1.42Å é a distância da ligação entre os átomos de carbono mais próximos.
Contudo quando se trata de estruturas cristalinas, para que se possa compreender
suas propriedades é necessário um estudo de sua representação a partir da rede recíproca,
descrita no Capítulo 1. Através dessa rede podemos compreender as estruturas de um
cristal, como por exemplo, as difrações de ondas em cristais (KITTEL, 2005). Podemos
também estudar as curvas eletrônicas, e analisar as zonas de Brillouin (NASCIMENTO,
2012).
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 37
Figura 18 – Representação do espaço recíproco da rede direta: b~1 e b~2 são os vetores
unitários da base nessa rede. A primeira zona de Brillouin é representado
pelo hexágono central, onde Γ, K, M são os pontos de alta simetria. Fonte:
(NASCIMENTO, 2012).
A rede recíproca do grafeno também é uma rede hexagonal (figura 18), semelhante
a rede direta, no entanto, rotacionada 90◦ em relação a mesma, como descrevemos na
subseção 1.2.2. A equação (1.36), é uma definição que nos apresenta a relação entre os
vetores da rede recíproca b~1 e b~2 e os vetores da rede direta a~1 e a~2 :
a~2 × ẑ ẑ × a~1
b~1 = 2π , b~2 = 2π . (3.2)
a~1 · (a~2 × ẑ) a~1 · (a~2 × ẑ)
Portanto como os vetores da rede real são conhecidos, podemos determinar os
vetores da rede recíproca:
! !
2π 1 1 2π 1 1
b~1 = ,√ , b~2 = , −√ . (3.3)
acc 3 3 acc 3 3
Esses vetores estão representados na Figura 18, onde está apresentado a primeira
zona de Brillouin, ressaltando os pontos de alta simetria Γ, K, M . Os vetores que ligam os
pontos de alta simetria podem ser descritos em coordenadas cartesianas como:
−−→ 2π 1
ΓM = ,0 , (3.4)
acc 3
!
−→ 2π 1 1
ΓK = , √ , (3.5)
acc 3 3 3
!
−−→ 2π 1
KM = 0, − √ . (3.6)
acc 3 3
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 38
onde H é o operador hamiltoniano que corresponde à energia total do sistema, que nos
fornece as energias permitidas E, quando opera sobre a função de onda Ψ. O hamiltoniano
é dado por:
h̄2 2 XN
~ i ),
H= 5 + U (~r − R (3.8)
2m i
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 39
~ = ei~k·R~ Ψ(~r),
Ψ(~r + R) (3.9)
~ é um vetor da rede de Bravais. A condição de periodicidade é imposta às funções de
onde R
ondas, assim elas podem ser escolhidas para assumir a forma de ondas planas, estudamos
no Capítulo 1,
~ = ei~k·S~ ψ(~r),
Ψ(~r + S)
~ ~
⇒ eik·S = 1, (3.10)
~ é o vetor tamanho, cujo varre todas as coordenadas do espaço da rede.
em que S
Na próxima seção apresentaremos o método tight-binding, utilizado para se obter
uma ideia mais geral sobre a estrutura de bandas do grafeno. Este não é o método para
obtenção de resultados mais precisos. No entanto é bastante útil devido ao fato de permitir
expressões analíticas aproximadas para a predição de propriedades da estrutura de bandas.
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 40
Para cálculos mais precisos, um dos melhores modelos é o método de cálculos de primeiros
princípios, utilizando a teoria do funcional de densidade (NASCIMENTO, 2012).
N
1 X ~ ~
ΦA (~k, ~r) = √ ~ A ),
eik·RAj φ(~r − R j
(3.12)
N j
N
1 X ~ ~
ΦB (~k, ~r) = √ ~ B ),
eik·RBj φ(~r − R j
(3.13)
N j
onde as posições de todos os átomos das subredes A e B da rede do grafeno são identificadas
~A e R
pelos vetores da rede Bravais R ~ B . As funções φ são funções ortonormais classificadas
j j
como funções de Wannier, que estão localizadas de forma que decaiam rapidamente a zero
√
a distâncias cada vez mais afastadas do ponto central R ~ j , e o termo 1/ N é utilizado
como uma constante de normalização para a função de Bloch (WONG; AKINWANDE,
2011).
As Equações (3.12) e (3.13) devem satisfazer o teorema de Bloch (Equação 3.9),
assim:
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 41
N
~ 1 X ~ ~
~A − R
~ A ),
Φ(~r + RAl ) = √ eik·RAj φ(~r + R l j
N j
N
1 X ~ ~ ~ ~ ~ ~
~A − R
~ A )),
= √ ei(k·RAj ) ei(k·RAl ) e−i(k·RAl ) φ(~r − (R j l
N j
~ ~ N
eik·RAl X ~ ~ ~
= √ eik·(RAj −RAl ) φ(~r − (R
~A − R
j
~ A )),
l
N j
~ ~ N
eik·RAl X ~ ~
~ Am ),
= √ eik·RAm φ(~r − R
N m
~ ~
= eik·RAl φA (~r).
√ √
~k · R
~ = (kx î + ky ĵ) · (a N î + a N ĵ),
√ √
= akx N + aky N .
2π
kx = n √ , (3.15)
a N
2π
ky = n √ , (3.16)
a N
√
com n = 0, 1, 2, 3, ..., N − 1.
Uma vez conhecendo a função de Bloch e os valores permitidos para ~k, podemos
encontrar a relação de dispersão da energia E(~k), inserindo a Equação (3.11) na Equação
(3.7) e multiplicando primeiro pelo complexo conjugado de ΦA , e depois separadamente,
multiplicando pelo complexo conjugado de ΦB , obtemos duas equações:
onde Z Z
Hij = Φ∗i HΦj d~r, Sij = Φ∗i Φj d~r. (3.19)
Ω Ω
q
E0 (~k) + E0 (~k)2 − 4(SAA (~k))2 − (|SAB (~k)|2 )(HAA (~k))2 − |HAB (~k)|2
E(~k)± = − , (3.21)
2((SAA (~k))2 − |SAB (~k)|2 )
em que
E0 (~k) = 2HAA (~k)SAA (~k) − SAB (~k)HAB
∗
(~k) − HAB (~k)SAB
∗
(~k). (3.22)
N X
N
~ 1 X ~ A i~k·R
−i~k·R ~A
Z
~ A )HΦ(~r − R
~ A )dr,
HAA (k) = e i e j Φ∗ (~r − R i j
(3.23)
N i j Ω
Z
~ A )HΦ(~r − R
Φ∗ (~r − R ~ A )dr = E2p δij ,
i j
Ω
HAA (~k) = E2p , (3.24)
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 43
onde δij é a função delta Kronecker. Como o hamiltoniano da rede tem um potencial
periódico, o termo E2p é uma constante próximo da energia 2p. Analogamente, a matriz
de superposição fica:
N X
N
~ 1 X ~ A i~k·R
−i~k·R ~A
Z
~ A )Φ(~r − R
~ A )dr,
SAA (k) = e i e j Φ∗ (~r − R i j
(3.25)
N i j Ω
Z
~ A )Φ(~r − R
Φ∗ (~r − R ~ A )dr = δij = 1,
i j
Ω
SAA (~k) = 1. (3.26)
q
E(~k)± = E2p ± HAB (~k)HAB
∗
(~k). (3.27)
q
E(~k)± = ± HAB (~k)HAB
∗
(~k). (3.28)
Nosso próximo passo é calcular o elemento de matriz HAB (~k). Utilizando a Equação
(3.19), temos:
N X
N
1 X ~ ~ ~
Z
HAB = e−ik·(RAj −RBl ) Φ∗ (~r − R
~ A )HΦ(~r − R
j
~ B )dr,
l
N j l Ω
Z
~ A )HΦ(~r − R
Φ∗ (~r − R ~ B )dr = γ. (3.29)
j l
Ω
seus vizinhos mais próximos Bl , em que m representa o número de vizinhos. Temos, assim:
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 44
N X3
1 X ~ ~
HAB = γ e−ik·Rm ,
N j m=1
~ ~ ~ ~ ~ ~
HAB = γ(e−ik·R1 + e−ik·R2 + e−ik·R3 ). (3.30)
∗
Multiplicando a Equação (3.30) pelo complexo conjugado HAB e utilizando a
iθ iθ
Fórmula de Euler (e + e = 2 cos(θ)), obtemos:
∗
HAB HAB = γ 2 3 + 2 cos[~k · (R ~ 2 )] + 2 cos[~k · (R
~1 − R ~ 3 )] + 2 cos[~k · (R
~1 − R ~2 − R
~ 3 )] .
(3.31)
A partir da Figura 17 obtemos os valores de Rm .
√ √ √
~1 = a 3 ~2 = − a 3 a ~ 3 = − 3 î + a ĵ,
a
R î, R î − ĵ, R (3.32)
3 3 2 3 2
√
onde a = acc 3. Portanto, a expressão (3.31) fica:
√" # !
a 3 a 2 a
∗ 2
HAB HAB =γ 1 + 4 cos kx cos ky + 4 cos ky . (3.33)
2 2 2
Esta relação apesar de não ser a mais precisa, é bastante importante, pois podemos
determinar algumas propriedades físicas do grafeno. Por exemplo, ela nos fornece uma
aproximação da estrutura de bandas. Para o caso de cálculos mais complexos e precisos,
podemos utilizar o método ab-initio (WONG; AKINWANDE, 2011). Que consiste em
relaxar a simetria elétron-buraco, levando o termo SAB a não nulo, ou seja,
r h √ i h i h i
a 3
±γ 1 + 4 cos 2
kx cos a2 ky + 4 cos2 a2 ky
E(~k)± = r h √ i h i h i . (3.35)
a 3 a a
1 ∓ So 1+ 2
4 cos 2 kx cos 2 ky + 4 cos 2 ky
A energia de Fermi é a energia mais alta do estado k, que aloja os elétrons mais
energéticos a uma temperatura de zero absoluto. Os elétrons em torno da zona da energia de
Fermi, possuem propriedades que determinam as características dos dispositivos eletrônicos
práticos (WONG; AKINWANDE, 2011).
Capítulo 3. Propriedades do grafeno 45
4 Resultados e Discussões
Figura 27 – Lado esquerdo: Ilustração de uma folha de grafeno-33. Lado direito: Um cinto
corresponde a uma fileira de hexágonos interligados. Fonte: autoria própria.
~ r − R).
~
X
Ψk (~r) = ck (R)φ(~
R
Considerando que haja interação apenas entre primeiros vizinhos, cada orbital 2pz
do carbono interage com no máximo três orbitais 2pz dos vizinhos. Por exemplo, na figura
28 teríamos que a interação é não nula apenas entre φ1 e φ2 e entre φ1 e φ6 .
Capítulo 4. Resultados e Discussões 51
Ф1 Ф2
Ф6 Ф3
Ф5 Ф4
Figura 28 – Molécula de benzeno com seus respectivos orbitais 2pz . Fonte: autoria própria.
ε0 , se i = j,
Hij = γ, se i, j vizinhos,
0, para demais casos.
0 γ 0 0 0 γ
γ 0 γ 0 0 0
0 γ 0 γ 0 0
Hij =
0 0 γ 0 γ 0
0 0 0 γ 0 γ
γ 0 0 0 γ 0
Energia (eV)
0
-2
-4
-6
1 2 3 4 5 6
n
(a) (b)
Figura 29 – (a) Rede do grafeno-11; (b) Espectro de energia para o grafeno-11. Fonte:
autoria própria.
5
Energia (eV)
-5
5 10 15 20
n
(a) (b)
Figura 30 – (a) Rede do grafeno-22; (b) Espectro de energia para o grafeno-22. Fonte:
autoria própria.
Capítulo 4. Resultados e Discussões 53
Energia (eV)
0
-5
0 10 20 30 40
n
(a) (b)
Figura 31 – (a) Rede do grafeno-33; (b) Espectro de energia para o grafeno-33. Fonte:
autoria própria.
5
Energia (eV)
-5
0 20 40 60
n
(a) (b)
Figura 32 – (a) Rede do grafeno-44; (b) Espectro de energia para o grafeno-44. Fonte:
autoria própria.
5 Conclusões
Referências
ASHCROFT, N. W.; MERMIN., N. D. Solid state physics (holt, rinehart and winston,
new york, 1976). Google Scholar, v. 403, 2005. Citado 6 vezes nas páginas 8, 22, 23, 24,
25 e 26.
EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica. [S.l.]: Rio de Janeiro: Elsevier, 1979.
Citado 3 vezes nas páginas 15, 16 e 21.
JR, D. C. W. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. São Paulo: LTC, 2002.
Citado na página 22.
KITTEL, C. Introduction to solid state physics. [S.l.]: Wiley, 2005. Citado 2 vezes nas
páginas 25 e 36.
LEE, C. et al. Measurement of the elastic properties and intrinsic strength of monolayer
graphene. science, American Association for the Advancement of Science, v. 321, n. 5887,
p. 385–388, 2008. Citado na página 13.
LIN, Y.-M. et al. 100-ghz transistors from wafer-scale epitaxial graphene. Science,
American Association for the Advancement of Science, v. 327, n. 5966, p. 662–662, 2010.
Citado na página 13.
Referências 57
LLEWELLYN, R. A.; TIPLER, P. A. Física Moderna. [S.l.]: 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2014. Citado na página 15.
MENEZES, V. M. D. Nanotubos de carbono interagindo com vitaminas b3 e c: Um
estudo de primeiros princípios. Dissertação (Mestrado em Física) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria - RS, 2008. Citado 2 vezes nas páginas 28 e 33.
MOROZOV, S. Sv morozov, ks novoselov, mi katsnelson, f. schedin, dc elias, ja jaszczak,
and ak geim, phys. rev. lett. 100, 016602 (2008). Phys. Rev. Lett., v. 100, p. 016602, 2008.
Citado na página 13.
NASCIMENTO, C. M. Transporte eletrônico em nanofitas de grafeno sob a influência de
fatores externos, via primeiros princípios. Dissertação (Mestrado em Física) – Instituto de
Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal do Pará – Belém, 2012. Citado 8 vezes
nas páginas 9, 29, 36, 37, 38, 40, 43 e 45.
NASCIMENTO, C. M. do; GOMES, F. A. P.; DMITRIEV, V. Nanodispositivos
eletrônicos baseados em nanofitas de grafeno. Revista da Universidade da Força Aérea,
v. 26, n. 32, 2013. Citado na página 13.
NETO, A. C. et al. The electronic properties of graphene. Reviews of modern physics,
APS, v. 81, n. 1, p. 112, 2009. Citado 3 vezes nas páginas 9, 35 e 36.
NOVOSELOV, K. S. et al. Electric field effect in atomically thin carbon films. science,
American Association for the Advancement of Science, v. 306, n. 5696, p. 666–669, 2004.
Citado na página 13.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica. [S.l.]: Edgard Blücher, 2002. reimp. 2007.,
2002. Citado na página 38.
RAMOS, J. M.; IZOLANI, A. O. et al. O conceito de hibridização. Química Nova na
Escola, 2008. Citado na página 29.
SAITO, R.; DRESSELHAUS, G.; DRESSELHAUS, M. S. Physical properties of carbon
nanotubes. [S.l.]: World Scientific, 1998. Citado 2 vezes nas páginas 31 e 48.
STANDLEY, B. et al. Graphene-based atomic-scale switches. Nano letters, ACS
Publications, v. 8, n. 10, p. 3345–3349, 2008. Citado na página 13.
TORRES, L. E. F.; ROCHE, S.; CHARLIER, J.-C. Introduction to graphene-based
nanomaterials: from electronic structure to quantum transport. [S.l.]: Cambridge University
Press, 2014. Citado na página 35.
VIANA, J. D. M.; FAZZIO, A.; CANUTO, S. Teoria quântica de moléculas e sólidos:
Simulaçao computacional. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2004. Citado na página
40.
WANG, X.; ZHI, L.; MÜLLEN, K. Transparent, conductive graphene electrodes for
dye-sensitized solar cells. Nano letters, ACS Publications, v. 8, n. 1, p. 323–327, 2008.
Citado na página 13.
WONG, H.-S. P.; AKINWANDE, D. Carbon nanotube and graphene device physics. [S.l.]:
Cambridge University Press, 2011. Citado 8 vezes nas páginas 9, 24, 38, 39, 40, 42, 44
e 45.
Apêndices
59
PROGRAM FUN
IMPLICIT NONE
INTEGER::I
REAL::W,PI,A,X,N
PI=DACOS(-1.0D0)
A=1
WRITE(*,*)“DIGITE UM VALOR DE N”
READ(*,*)N
OPEN(8,FILE=‘FUN.DAT’)
DO I=0,100
X=I*A/100
W=SQRT(2/A)*SIN((N*X*PI)/A)
WRITE(8,*)X,W
END DO
WRITE(8,*)
CLOSE(8)
END PROGRAM FUN
60
PROGRAM FUN
IMPLICIT NONE
INTEGER::I
REAL::W,PI,A,X,N
PI=DACOS(-1.0D0)
WRITE(*,*)“DIGITE UM VALOR DE N"
READ(*,*)N
A=1
OPEN(10,FILE=‘WW.DAT’)
DO I=0,100
X=I*A/100
W=(2/A)*(SIN(N*X*PI/A))**2
WRITE(10,*)X,W
END DO
WRITE(10,*)
CLOSE(10)
END PROGRAM FUN
61
APÊNDICE C. Programa em Fortran para dispersão de energia na direção ΓM 62
Para Overlap : S0 = 0
PROGRAM TM
IMPLICIT NONE
INTEGER::I
REAL::KX,KY,E,T,ACC,PI,A,F,G,W
KY=0.0D0
T=-3.033D0
ACC=1.42D0
A=ACC*DSQRT(3.0D0)
PI=DACOS(-1.0D0)
WRITE(*,*)"CALCULO DOS
VALORES DE ENERGIA TM"
OPEN(2,FILE=’TM.DAT’)
DO I=1,1001
KX=((2*PI)/(A*DSQRT(3.0D0)))*DFLOAT(I-
1)/1000
F=(A*KX*DSQRT(3.0D0)/2)
G=(A*KY/2)
W=SQRT(1+4*COS(F)*COS(G)+4*COS(G)*COS(G))
E=(+T*W)
WRITE(2,*)KX,E
END DO
WRITE(2,*)
DO I=1,1001
KX=((2*PI)/(A*DSQRT(3.0D0)))*DFLOAT(I-
1)/1000
F=(A*KX*DSQRT(3.0D0)/2)
G=(A*KY/2)
W=SQRT(1+4*COS(F)*COS(G)+4*COS(G)*COS(G))
E=(-T*W)
WRITE(2,*)KX,E
END DO
WRITE(2,*)
CLOSE(2)
END PROGRAM TM
APÊNDICE C. Programa em Fortran para dispersão de energia na direção ΓM 63
END DO
OPEN(UNIT=2,FILE=’ENERGY.DAT’)
DO I=1,NAT
WRITE(2,*) I,E(I)
END DO
WRITE(2,*) CLOSE(UNIT=2)
END PROGRAM ESP ENERGY