Relatório Grupo 17 - Caio Locatelli Carraco

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INSTITUTO DE QUÍMICA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA INORGÂNICA


CURSO DE QUÍMICA
GQI00053 QUÍMICA INORGÂNICA I EXPERIMENTAL

Caio Locatelli Carraco

Prática 7 – Grupo 17

Niterói, RJ

2022
CAIO LOCATELLI CARRACO

PRÁTICA 7 – GRUPO 17

Relatório apresentado a disciplina GQI00053


Química Inorgânica I Experimental, Turma CI,
do curso de Química da Universidade Federal
Fluminense, referente a aula experimental
realizada em e 15 de junho de 2022, como parte
da avaliação e requisito parcial de aprovação.

Professor da Disciplina:

Dr. Fabio da Silva Miranda

Niterói, RJ
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 7

2.1. OBJETIVO ......................................................................................................... 7

3. PARTE EXPERIMENTAL .................................................................................. 7

3.1. PREPARAÇÃO DE HALETOS DE PRATA ........................................................ 7

4. RESULTADOS E DISCUSSÔES....................................................................... 7

4.1. PREPARAÇÃO DE HALETOS DE PRATA ........................................................ 8

5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 9

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 9

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1. INTRODUÇÃO

Os elementos da família 17 ou VII A da Tabela Periódica recebem o nome de


Halogênios, representados pelos cinco elementos listados a seguir: Flúor (F), Cloro
(Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At). Esse nome “halogênio” significa “formador de
sais”. Todos eles possuem 7 elétrons na camada de valência genericamente: ns2 np5.
Em razão disso, eles têm a tendência de receber um elétron e formar íons
monovalentes negativos (X -1), reagindo principalmente com os metais alcalinos
(metais da família 1), que têm a tendência de doar um elétron sendo os metais mais
reativos. Em contraponto aos metais alcalinos o grupo dos halogênios contém os não
metais mais reativos. Os elementos da família 17 são encontrados na natureza na
forma combinada por sua alta reatividade. Apesar das semelhanças químicas, suas
semelhanças variam de forma gradual ao longo da família. O flúor possui apenas o
número de oxidação (-1) e é o mais eletronegativo. O cloro, o bromo e o iodo também
são eletronegativos, porém, podem formar compostos com outros elementos com
número de oxidação negativa ou positiva. Todos os halogênios são agentes oxidantes,
porém esta propriedade decresce com o aumento do número atômico. Enquanto o
flúor, o cloro e o bromo são encontrados na natureza com NOX de “-1”, sendo os
oxidados para obter a sua forma elementar, o iodo é obtido a partir da redução de
iodatos. O quinto elemento dos halogênios, o ástato não é encontrado na natureza,
são obtidos artificialmente mais de vinte isótopos radioativos como o At-210 que
possui um tempo de meia-vida de 8,3 horas e At-211 que possui um tempo de meia
vida de 7,5 horas. Por essas razões o ástato é estudado apenas qualitativamente,
possuindo poucos dados quantitativos existentes.

Propriedade F Cl Br I
Raio Atômico (Å) 0,71 0,99 1,14 1,33
Raio Iônico (Å) 1,33 1,81 1,96 2,20
Primeira energia de
1.681 1251 1140 1008
ionização (kJ/mol)
Afinidade eletrônica
-328 -349 -325 -295
(kJ/mol)

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Eletronegatividade 4,0 3,0 2,8 2,5
Entalpia da ligação
155 242 193 151
simples X-X (kJ/mol)
Potencial de redução
2,87 1,36 1,07 0,54
(V): ½ X2 (aq) + e → X (aq)

Tabela 1: Propriedades dos Halogênios a

Cada halogênio é o elemento mais eletronegativo em seu período formando


variações lentas das propriedades químicas de cima para baixo no grupo. O flúor tem
algumas propriedades anômalas, como a sua entalpia de ligação do F2 que é baixa
tornando-o muito reativo além de ter potencial de redução muito alto
comparativamente. A razão para a sua baixa entalpia deve-se a repulsão internuclear
apreciável, visto que os átomos de flúor são pequenos e a distância F-F também é
pequena. Em relação às diferenças de raio iônico observa-se que existe uma grande
diferença entre fluoreto e cloreto (Cl- cerca de 38% maior que o F-), mas pequena do
brometo em relação ao cloreto (Br- cerca de 6,5% maior que Cl-). Essa anomalia é
explicada pela presença dos “10 elétrons d” que são maus blindadores no átomo de
bromo. Em relação a afinidade eletrônica todos os halogênios são capazes de formar
haletos tendo o flúor maior dificuldade em receber elétron em relação ao cloro, por
seu pequeno tamanho, dificultando a acomodação do elétron recebido.

Aparência sob as
condições- Ponto de fusão Ponto de
Elemento
padrão de temp. e (ºC) Ebulição (ºC)
pressão

Diflúor F2 Gás amarelo-claro -218,6 -188,1

Dicloro Cl2 Gás verde – claro -101,0 -34,0


Líquido castanho
Dibromo Br2 avermelhado -7,25 +59,5
oleoso

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Sólido preto-
Di-iodo I2 +113,6b +185,2
arroxeado lustroso

b Sublima rapidamente.
Tabela 2: Algumas características organolépticas e físico-químicas
selecionadas a

Em relação as cores observadas nos halogênios as diferenças provêm do


intervalo de transição eletrônica entre HOMO-LUMO decrescendo na ordem
F2>Cl2>Br2>I2.

O Flúor e o Cloro são o 13º e o 20º elementos mais abundantes em massa na


crosta terrestre. A principal fonte de flúor é a fluorita, CaF2; outro mineral importante é
a fluorapatita, [3Ca(PO4)2.CaF2] que é utilizada para a obtenção de fósforo. O flúor é
utilizado na separação dos isótopos de urânio, este uso consome cerca de 75% do
flúor produzido. Pequenas quantidades do íon fluoreto são adicionadas na água
potável (cerca de 1 ppm), com o objetivo de reduzir a incidência de cáries nos dentes.
O composto mais abundante de cloro é o cloreto de sódio, que é a principal
reagente para a produção de todo o cloro (Cl2) e HCl utilizados industrialmente. O
cloro é utilizado na fabricação de solventes clorados, inseticidas (DDT), purificação de
água, produção de compostos inorgânicos como hipoclorito de sódio (NaOCl), cloretos
metálicos, CFC’s além de ser usado na produção de PVC, indústria têxtil e de papel.
Os brometos são lixiviados pelas chuvas e são arrastados para o mar, sendo
encontrados em grandes concentrações nos oceanos. O bromo é utilizado na
preparação de compostos orgânicos utilizados na agricultura como por exemplo o
CH3Br – um pesticida para controle de insetos; na fabricação de retardantes de chama
e o sal AgBr é usado em emulsões fotográficas.
Os iodetos também ocorrem na água do mar, mas em baixas concentrações
pois são absorvidos por algas. Sais de iodeto são extraídos de salmouras, sendo os
principais NaIO3 (iodato de sódio) e NaIO4 (periodato de sódio) que ocorrem como
impurezas nos depósitos naturais de NaNO3 (salitre do Chile). Compostos de iodo são
utilizados como antissépticos, na formação de chuvas artificiais e na dieta humana,
adiciona-se 10 ppm de NaI ao sal de cozinha como prevenção ao bócio.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo

Teóricos: Preparação de compostos halogenados, solubilidade de haletos de


metais de transição, reatividade dos compostos X2 (X = haleto), ácidos HX e oxoânios
contendo haletos.

Gerais: Motivar discussões sobre os aspectos econômicos da química do


grupo 17, compostos representativos, curiosidades, plantas industriais, usos e
aplicações.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Preparação de haletos de prata

Colocou-se 1 mL de água destilada e 10 gotas de AgNO3 em 3 tubos de ensaio


diferentes.
Tubo 1 adicionou-se 15 gotas de HCl.
Tubo 2 adicionou-se 15 gotas de KBr.
Tubo 3 adicionou-se 15 gotas de KI.
Observou-se as características de cada precipitado. Acrescentou-se 10 gotas de
NH4OH em cada tubo e verificou-se se houve ou não a solubilização dos precipitados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÔES

4.1. Preparação de haletos de prata

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Após a adição de gotas de KCl no tubo 1, KBr no tubo 2, e KI no tubo 3, todos
previamente preparados com solução de AgNO3, observou-se:

Tubo 1: Precipitado branco

Tubo 2: Precipitado amarelado claro

Tubo 3: Precipitado amarelo escuro

Assim que o composto AgX (Cl, Br e I) é formado observa-se aumento da


característica covalente a medida em que o íon aumenta de tamanho, ou seja, ao
aumentar o número atômico esta característica está ligada à coloração que vai ficando
mais forte à medida que aumenta a característica covalente da ligação. A ligação
característica covalente vai aumentando pelo aumento da polarizabilidade do íon
halogênio.
Ao adicionar NH4+ observou-se:

Tubo 1→ Solubilizou muito

Tubo 2 → Solubilizou razoavelmente

Tubo 3 → Solubilizou pouco ou não solubilizou

AgCl(s) ⎯
⎯→ Ag+(aq) + Cl-(aq) Kps= 1,8x10-10 (1)

AgBr(s) ⎯
⎯→ Ag+(aq) + Br-(aq) Kps= 3,3x10-13 (2)

AgI(s) ⎯
⎯→ Ag+(aq) + I-(aq) Kps= 1,3x10-14 (3)

Ao adicionar hidróxido de amônio:

AgX(s) + 2NH3(aq) ⇌ [Ag(NH3)2]+(aq) + X-(aq) (4)

Observa-se uma maior solubilidade para o cloreto devido ao seu Kps maior em
relação aos outros, assim como o brometo maior em relação ao iodeto. Portanto com
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a disponibilidade da espécie ionizada maior existe um deslocamento do produto de
solubilidade em equilíbrio causando a solubilização.

5. CONCLUSÃO

Nos experimentos do grupo 17 foi possível observar diferentes estados de


oxidação e poderes oxidantes de seus elementos, além de observar características
em relação ao tamanho dos íons concluindo que quanto menor é o cátion maior é seu
poder polarizante, maior é o caráter covalente da sua ligação, enquanto no caso do
ânion quanto menor ele for menor será seu poder polarizante e assim maior será o
caráter iônico de sua ligação.

REFERÊNCIAS

a - N. N. Greenwood e A. Earnshaw, Chemistry of the Elements, Pergamon Press,


Elmsford, NY, 1984

MIESSLER, G.; FISCHER, P. J.; TARR, D. A. Quimica Inorgânica. 5ª ed. São Paulo:
Pearson Education, 2014.

Química, a ciência central/Theodore L. Brown, H. Eugene LeMay, Jr., Bruce E.


Bursten; tradutor Robson Matos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente/ Peter


Atkins, Loretta Jones; tradução Ricardo Bicca de Alen castro. – 3. ed. – Porto Alegre:
Bookman, 2006.

LEE. J. D. Química inorgânica não tão concisa. Trad. Henrique E. Toma, Koiti Araki
e Reginaldo C. Rocha. 5ª ed. São Paulo: Blucher, 1999.

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